Como Se Tornar Cirurgião Plástico

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Como se tornar cirurgião plástico

A carreira em Cirurgia Plástica é um investimento de longo prazo. De todas as


especialidades da Medicina, é a que exige o maior tempo de formação. São onze anos
desde passar no vestibular até obter o título e começar a exercer a profissão!

O primeiro passo, obviamente, é fazer o curso de Medicina, que dura seis anos. Em
seguida, é preciso fazer residência em Cirurgia Geral, para aprimorar as técnicas e
obter o título de cirurgião. Só então o médico poderá fazer a especialização em
Cirurgia Plástica, que dura três anos. A residência precisa ser realizada em uma
instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica (SBCP).

O programa curricular de residência médica em Cirurgia Plástica inclui atividades em:

 Unidades de internação
 Ambulatório
 Centro cirúrgico
 Urgência e emergência
 Unidade de queimados

O residente deve cumprir os seguintes estágios obrigatórios:

 Cirurgia craniofacial
 Cirurgia de mão
 Unidade de queimados
 Cirurgia reconstrutiva dos membros e da face
 Cirurgia da mama
 Microcirurgia reconstrutiva
 Cirurgia estética
 Cirurgia oncológica

Os estágios opcionais podem ser em:

 Dermatologia
 Ortopedia e Traumatologia
 Otorrinolaringologia
 Oftalmologia
 Ginecologia
 Outros estágios a critério da instituição de ensino

Por exigência da legislação, pelo menos 85% do programa deve ser voltado a cirurgias
reparadoras. A parte estética não pode ultrapassar 15% da carga horária.
E o esforço não para por aí. Após o período de residência, o médico ainda precisa
prestar o exame de suficiência da SBCP para obter o título de Especialista em Cirurgia
Plástica. A prova tem três etapas:

1. Análise curricular, que envolve formação acadêmica, atividades


profissionais, atividades didáticas e atividades científicas
2. Prova escrita, com 100 questões sobre o conteúdo visto durante os três
anos de residência em Cirurgia Plástica
3. Prova oral e prática

A cirurgia plástica é a mais eclética especialidade médica, pois atua em


praticamente todo o corpo — crânio, face, pescoço, tronco, membros,
genitália etc. Há algumas décadas a área vem sendo dividida entre a
cirurgia reparadora e estética.

No entanto, na prática, essa diferenciação é difícil de ser feita, pois


mesmo um procedimento considerado apenas estético, como a colocação
de implantes mamários, pode trazer melhorias funcionais e anatômicas.

É comum que o cirurgião plástico sofra preconceito da sociedade e até


de colegas médicos de outras especialidades. Quando isso acontece, a
validade dos seus objetivos é colocada em dúvida. Mas o que acontece é
que a cirurgia plástica visa à melhora da qualidade de vida do paciente,
seja pela correção de uma fissura labiopalatina, por exemplo, ou pela
colocação de implantes em portadoras de hipomastia. 

Para saber mais sobre essa especialidade, continue lendo este artigo!
Aqui, você vai conhecer as áreas de atuação, a rotina do profissional e o
mercado de trabalho, além de saber como é a dinâmica da residência
médica em cirurgia plástica. Vamos lá?

O especialista e sua rotina


O cirurgião plástico é um profissional que atua na reparação de órgãos e
tecidos para garantir os melhores resultados estéticos e funcionais. Ele
deve ter conhecimentos aprofundados em anatomia, fisiologia e técnica
cirúrgica, além de consciência da arte. Por atuar nas mais diversas partes
do corpo humano, ele precisa de alta capacitação técnica e formação
prolongada.

Em sua rotina, esse profissional pode trabalhar em conjunto com colegas


de outras especialidades, como oftalmologia, urologia e cirurgião
bucomaxilofacial. Por isso, é importante que o cirurgião plástico tenha a
habilidade de trabalhar em equipe. 

O lado artístico do cirurgião plástico pode ser um grande diferencial. O


discernimento estético e da harmonia corporal podem ajudar muito,
assim como a técnica fotográfica. Cursos e treinamentos específicos em
fotografia são importantes para que se tenha um bom registro dos
resultados.

A rotina do cirurgião plástico é dividida entre consultório ou


ambulatórios e centro cirúrgico. Em ambos os casos, ele deverá realizar
uma avaliação pré-operatória detalhada e cuidadosa, solicitando exames
complementares e consultas com outros especialistas caso seja
necessário.

O planejamento, a marcação correta do paciente, o respeito à técnica e


preceitos cirúrgicos e o acompanhamento pós-operatório são cruciais
para a boa prática de cirurgia plástica. 

Áreas de atuação
Existem algumas subespecialidades da cirurgia plástica que têm como
objetivo o tratamento de questões específicas. Saiba mais sobre algumas
delas a seguir!

 Cirurgia crânio-maxilo-facial: trata de doenças de partes


moles e esqueléticas da face e do crânio, como
deformidades congênitas, patologias adquiridas dos
maxilares e articulação têmporo-mandibular, além de
correção de fraturas da face pós-traumas;

 cirurgia da mão: atua na correção de traumas e fraturas,


reimplantes, deformidades congênitas, recuperação de
tendões, nervos e músculos;

 tratamento de queimados: oferece suporte clínico e


cirúrgico na urgência e no tratamento de lesões e sequelas,
além de proporcionar a reabilitação;

 tratamento de feridas complexas: inclui feridas de difícil


tratamento e resolução, como feridas crônicas por pressão,
diabetes, insuficiência vascular e vasculite, ou feridas
agudas por trauma e infecção O tratamento muitas vexes
necessita de intervenções cirúrgicas elaboradas e com
longo tempo de internação;

 cirurgia reconstrutiva em oncologia: realiza a reconstrução


de órgãos após ressecção de neoplasias benignas ou
malignas;

 cirurgia plástica pediátrica: pouco difundida no Brasil, essa


subespecialização foca no atendimento a crianças com
malformações congênitas ou adquiridas;

 cirurgia do contorno corporal: tem como objetivo a melhora


da qualidade de vida e autoestima de pacientes que
apresentam problemas congênitos, envelhecimento ou
ganho e perda de peso;

 cirurgia estética: realiza procedimentos estéticos em


pacientes que se queixam de alterações na forma corporal
ou por não estarem em conformidade com os padrões de
beleza. Esse tipo de procedimento costuma ter grande
impacto positivo psicológico;

 cosmiatria: área de intersecção com a dermatologia, que


realiza tratamentos para melhorar a qualidade e prevenir o
envelhecimento da pele e seus anexos. 

Mercado de trabalho e remuneração 


A cirurgia plástica é uma das especialidades que mais cresce em toda a
medicina. De acordo com os dados mais recentes do Conselho Federal
de Medicina (CFM), o Brasil tem 6.3604 titulados, o que corresponde a
uma razão de 3,04 especialistas para cada 100 mil habitantes. 

De acordo com o censo bianual da Sociedade Brasileira de Cirurgia


Plástica, em 2018 foram realizadas mais de 1,7 milhões de operações no
país, sendo 60% para fins estéticos. Dessas, as mais procuradas são o
aumento de mama e a lipoaspiração.
O mercado de trabalho de cirurgia plástica tem como característica o
pouco vínculo com planos de saúde, principalmente em relação às
cirurgias cosméticas. A possibilidade de tratamentos em conjunto com
outras especialidades, como a mastectomia e a reconstrução de mama,
abre um leque grande de atuação profissional. 

Todavia, o mercado está cada vez mais competitivo para cirurgiões


plásticos, principalmente os recém-formados, por causa do monopólio de
poucas empresas ou cirurgiões.

É por isso que os mais novos podem sentir alguma dificuldade em


começar a vida privada de atendimento em consultório. Por outro lado, a
área está em ampla expansão e surgem novos procedimentos a cada dia. 

Remuneração

De acordo com uma pesquisa realizada pela Catho, o salário médio de


um cirurgião plástico no Brasil é de R$ 22.083,08.

A residência médica em cirurgia plástica


Como falamos, o processo de formação de um cirurgião plástico é longo
e exige muita dedicação. A residência médica em cirurgia plástica dura
três anos e tem como pré-requisito dois anos de residência em cirurgia
geral. Ao final do programa, o médico deverá ser aprovado no exame de
título aplicado pela SBCP.

Os programas de residência médica em cirurgia plástica no Brasil são


muito heterogêneos. Isso acontece pela vasta área de atuação, o que
dificulta a composição de um programa com treinamentos completos.

A maioria deles apresenta deficiência em alguma área de atuação, por


isso o médico deve pesquisar sobre as suas opções antes de escolher o
ideal, de acordo com os seus objetivos de carreira. 

Durante os três anos de treinamento, o profissional adquire experiência,


técnica e segurança progressivamente, sempre com supervisão de
professores no acompanhamento pré-operatório, cirurgias e pós-
operatórios.

Geralmente, procedimentos de menor complexidade são de atribuição


dos residentes do primeiro ano (R3) — são exemplos os enxertos de
pele, retalhos locais, ressecção de tumores cutâneos menores, dentre
outros. Algumas residências têm plantões noturnos em unidades de
queimados, pronto-socorros ou enfermarias, também feitos pelos R3.

Os outros dois anos são dedicados ao aperfeiçoamento do cuidado e de


técnicas cirúrgicas refinadas, em procedimentos cada vez mais
complexos. Em geral, a residência médica em cirurgia plástica tem
elevada complexidade técnica, pois são realizadas cirurgias delicadas,
muitas vezes em áreas nobres do corpo.

Se você se interessa pela especialidade e quer saber como ser aprovado


nas provas de residência, clique aqui e conheça o nosso método de
estudo!

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