40 Historia de Israel APOSTILA 01
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AULA 1
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produziu material tão grande e significativo quanto o hebreu. Dessa forma,
analisar um conteúdo tão amplo que passou também pela conservação desses
escritos por séculos e que se originou de uma tradição oral é um desafio para o
historiador, apesar de que, segundo Champlin (2001, p. 123), “reconhece-se que
a história registrada pelos hebreus, a começar pelo ano 1000 a.C., é bastante
exata, e que os hebreus foram os primeiros e melhores historiadores”.
Agregamos ainda o fato de que boa parte das construções judaicas foi
destruída no século I pelas guerras judaicas contra os romanos, e antes disso
houve muitos eventos que também praticamente acabaram com evidências
arqueológicas, como a invasão babilônica e o posterior cativeiro do povo judeu.
Não apenas o efeito do tempo foi provocando o desgaste natural das evidências
arqueológicas; também a destruição provocada pela guerra contribui para a
dificuldade de se encontrarem documentos e evidências materiais dos relatos
bíblicos.
Como processo metodológico deste trabalho, tomaremos a Bíblia como
uma fonte que relata os principais acontecimentos históricos do povo de Israel,
visando compreender a relação entre eles e a ação de Deus na história hebraica.
Buscaremos o diálogo com as ciências arqueológicas e históricas no sentido de
contribuir para o aprofundamento do conhecimento sobre a história de Israel.
Devemos ter sempre em mente que a história de Israel não é construída pelas
linhas de estudos convencionais, uma vez que sua fonte primária são
documentos de cunho religioso e que não são somente relatos dos
acontecimentos históricos, mas outros que envolvem ação divina e humana a
partir do conceito religioso. Porém, consideramos que suas afirmações históricas
são fidedignas e que é preciso examinar o contexto do texto para encontrarmos
seu sentido histórico.
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conhecimento sobre as consequências das ações humanas dentro desse
quadro.
A história investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram como
seres sociais. Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão
do homem na condição de quem constrói seu tempo.
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seu principal objetivo não é o compromisso com a descrição dos eventos
históricos, mas sim a interpretação religiosa deles.
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TEMA 3 – AS ORIGENS
As origens mais antigas do povo hebreu fora do relato bíblico não são,
ainda, de todo conhecidas. Muitos outros povos habitavam a região de Canaã
antes da formação do povo judeu.
Canaã é habitada desde o período pré-histórico. A mais antiga cultura da
Idade da Pedra, descoberta no Monte Carmelo e que sobreviveu à cultura tardia
da Idade da Pedra conhecida como os natufianos, foi descoberta em Jericó
(Bíblia de Estudo Arqueológico NVI, 2013). O aldeamento mais antigo é
justamente o de Jericó, que deve ter iniciado em torno do ano 8000 a. C. e que
foi várias vezes reconstruído durante os séculos. Esse povoamento era bastante
rude, e seus habitantes ainda viviam de forma majoritária da caça e pesca,
porém há evidências de que já estavam colhendo grãos no campo, ainda que de
maneira rudimentar e limitada (Bright, 1978, p. 18).
Na época em que se identificou o nascimento de Abrão (em torno de 2166
a.C.), a situação era outra. Já havia muitos povos de diferentes origens, e toda
a região tinha passado por vários conflitos com muitas cidades-estados bastante
poderosas. Foi nesse período que cidade de Ur havia caído na mão de um povo
bárbaro conhecido como por Guti, que vivia nas montanhas. Ur era uma das
cidades-estados mais importantes da Suméria, altamente cosmopolita e que
tinha como principal deidade adorada a deusa lua Nannar, conhecida em
acadiano como Sin. É bem provável que tanto Abrão quanto sua família fossem
devotos dessa deusa e das divindades a ela associadas (Merrill, 2001, p. 12-13).
Conforme o relato bíblico contido em Gênesis 12 1, podemos compreender
que a história de Israel começa quando Abrão recebeu o chamado divino para
sair da terra onde habitava em direção a um destino que Deus haveria de lhe
indicar. Continuando o relato descrito nas Escrituras, é dito que Abrão, com sua
família, reúne seus bens e servos e junto com Ló parte, indo para a direção de
Harã para encontrar a terra que Deus havia indicado como o local que deveria
ser aquele onde ele e sua descendência deveriam habitar. Ele se estabeleceu
na terra de Canaã, costa oriental do Mediterrâneo (atual Israel). Segundo Merrill
(2001, p. 16),
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As referências bíblicas do texto foram todas tiradas da Bíblia de Estudo Arqueológica NVI
(2013). As exceções estarão indicadas no texto.
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Não há como definirmos com precisão quando foi que Abrão partiu de
Ur para Arã. [...] Nos anos de sua estada em Arã – que na época era
um centro comercial e de negócios habitado principalmente por uma
raça conhecida pelos sumerianos por MAE.TU e pelos acadianos por
Amurru (os amoritas bíblicos) – Abrão sem dúvida tornou-se fluente no
dialeto semítico amorita [...] e adquiriu um estilo de vida nômade, com
o qual ele viria mais tarde a se familiarizar em Canaã.
O país de Canaã foi então assolado por grande carestia e Abraão tendo
sabido neste mesmo tempo que o Egito gozava de grande abundância,
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resolveu tanto mais facilmente ir para lá quanto lhe era interessante
conhecer os sentimentos dos sacerdotes daquele país com relação à
divindade, a fim de, se eles fossem mais bem instruídos do que ele,
conformar-se com sua crença, mas se, ao contrário, ele fosse mais
instruído que eles, lhes comunicaria sua fé.
4.1 Sumérios
4.2 Fenícios
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Figura 2 – Rota comercial dos fenícios
4.3 Acádios
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4.4 Egito
Na época relatada em que Abrão vai para o Egito, este já era uma grande
nação, possivelmente no reinado do faraó Wahkare Achthoes III
(aproximadamente 2120-2070) da 10ª Dinastia. Apesar da sua grandiosidade, o
Egito já havia entrado em um período de declínio de poder, muito em decorrência
da ascensão ao poder dos monarcas ou governantes dos distritos locais.
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pequeno Moisés. Para salvá-lo, sua mãe o acomodou numa pequena cesta de
papiro e o escondeu entre os caniços do Rio Nilo.
O bebê foi recolhido pela filha do faraó e educado na corte. Ao se tornar
adulto, Moisés ficou revoltado com a miséria do seu povo e se isolou no Deserto
do Sinai. Ali, Deus se revelou a ele e lhe fez uma dupla promessa: libertar os
israelitas da escravidão e lhe dar o país de Canaã. A partir de então, Moisés teve
uma missão grandiosa: guiar o povo de Israel até a Terra Prometida e transmitir
aos homens a mensagens de Deus nos dez mandamentos.
Moisés voltou, então, ao Egito, para junto de faraó, e lhe pediu que
deixasse os escravos israelitas partirem para sua terra, porque era ordem de
Deus. Diante da recusa do faraó, Deus castigou o Egito com dez terríveis pragas,
narradas na Bíblia. Finalmente o faraó cedeu, e o povo de Israel partiu livre: foi
o êxodo, isto é, a saída do Egito.
Moisés conduziu os hebreus através do Deserto do Sinai. É aqui que se
inicia uma nova fase para esse povo. Eles receberam a Lei: não apenas o
decálogo, que se tornou padrão mundial, mas também toda uma legislação que
detalhava os dez mandamentos, bem como outras instruções que
regulamentavam a vida religiosa e civil. Mesmo que o período no deserto pareça
uma perda de tempo, foi ele que possibilitou a existência de um código que
garantiria para sempre a existência de Israel como nação; de certa forma, essa
lei tornou-se sua pátria.
Josué, sucessor de Moisés, ajudou a consolidar Israel. Liderou a tomada
da terra, guerreando e conquistando boa parte dela. Agora, era um povo com
cultura própria, leis próprias e na própria terra. Depois que saíram do Egito, os
hebreus atravessaram o Mar Vermelho e passaram 40 anos errando pelo deserto
da Líbia e pelo deserto da Arábia até que finalmente chegaram às fronteiras da
terra prometida (atualmente Estado de Israel).
Moisés havia falecido, e Deus convocou Josué como seu sucessor. Este
lançou uma guerra contra os cananeus e venceu seus adversários próximos. O
país dos cananeus tornou-se então país de Israel.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS