A Construção Da Autoridade Docente... Silva e Abud
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Resumo: Este texto expõe uma pesquisa cujo objetivo foi investigar as concepções de alunos
em processo de formação docente sobre a autoridade do professor em sala de aula. Sabe-se
que a disciplina na escola está estreitamente associada à autoridade docente, daí esse tema
tornar-se objeto de nossas investigações, porque a qualidade do ensino pressupõe que haja
respeito, e este, por sua vez, vincula-se à autoridade do professor. Para a realização da pesquisa,
foram selecionados 33 alunos que frequentavam o curso de Letras, em uma universidade do
interior paulista. Por se tratar de um curso de licenciatura, tais alunos provavelmente
pretendem exercer o magistério. Sendo assim, a forma como concebem o conceito de
autoridade docente certamente influenciará em sua atuação profissional. Assim, solicitamos
aos sujeitos de pesquisa que completassem por escrito a seguinte questão: “Em sua opinião, a
autoridade do professor consiste em...”. As respostas dos sujeitos de pesquisa foram
examinadas segundo os constructos da análise de conteúdo de Bardin (2010). Feitas as
análises, verificou-se que a maioria entende a autoridade docente como o poder adquirido
pelo professor quando este sabe estabelecer limites ou possui domínio dos conteúdos e
postura adequada. Poucos concebem a autoridade docente como uma construção feita em
parceria entre professor e aluno. Nesse sentido, segundo os especialistas no assunto, atribuir
unicamente ao professor a responsabilidade de angariar o respeito do aluno pode tornar-se
empecilho ao êxito da aprendizagem. Por isso, é importante entender no que consiste a
autoridade docente para poder incrementar ações que a viabilizam.
Palavras-chave: Formação de professores. Autoridade docente. (In)disciplina na escola.
Abstract: This article shows a research which the objective was to investigate the conceptions
of students in the teacher's training process about his authority in the class. We know that
discipline in the school is strictly associated to teacher's authority; therefore this subject turns
into the objective of our investigations, because the quality of education assumes that students
have respect, and this, for instance, is related to teacher's authority. For the research
procedure 33 students were attended Letters Course in a university of a small city from São
Paulo state. Such students probably intend to follow the teaching profession. However, the way
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Elisabeth Ramos da SILVA e Maria José Milharezi ABUD. A CONSTRUÇÃO DA AUTORIDADE DOCENTE: O
QUE PENSAM OS FUTUROS PROFESSORES SOBRE ISSO?. p. 559-580.
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that they understand the concept of teachers' authority certainly will influence their
professional performance. Therefore, we requested to the subjects of our research to complete
the following sentence: “In my opinion, the authority of a teacher consists in…”. The answers of
this question were analyzed under the constructs of content analysis based on Bardin (2010).
Afterwards, we verified that the majority understands teachers' authority as a conquered
power by teacher when he knows how to establish the limits or when he has the contents
knowledge and an adequate performance. Otherwise a few understands teachers' authority as
a construction made between teacher and student. In this way, according to experts on the
subject, to attribute only to teachers the responsibility for the respect of their students it could
be a barrier for the learning success. So it is important to understand in what authority consists
in order to improve actions which turn it viable.
Keywords: Teachers' training. Teachers’ authority. (In)discipline at school.
INTRODUÇÃO
O tema da autoridade docente tem sido objeto de estudo em vários textos que
abordam questões referentes à indisciplina nas escolas brasileiras. Recentemente, o Ministério
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Corroborando tal ideia, em palestra proferida no Café Filosófico, Karnal (2013) faz uma
observação jocosa a respeito de sua trajetória pela escola: primeiro como aluno, depois como
professor. Ele se considera desprovido de sorte porque, quando entrou na escola, na década de
60, somente os professores “tinham razão”. E agora, quando ele é professor, somente os alunos
“têm razão”. Assim, ele nunca pôde “ter razão”. É claro que Karnal oferece justificativas para
que entendamos por que isso está acontecendo. Hoje, pela primeira vez na história da
Educação, o jovem detém o domínio de uma técnica que os mais velhos em geral não têm: o
manuseio dos aparelhos de informática. Isso confere poder ao jovem, tornando -o senhor de
um conhecimento que não foi adquirido com a orientação dos tradicionais mestres. Ao
contrário, hoje é o jovem quem os ensina. Assim, os professores não são mais vistos como
aqueles que dominam o conhecimento necessário para ser um cidadão bem sucedido.
Além disso, muitos jovens acreditam que o conhecimento consiste apenas na mera
aquisição de informações; nesse sentido, entendem que basta consultar um mecanismo de
busca no celular (o Google, por exemplo) para obterem a informação de que precisam. Alguns
passam inclusive a verificar no celular o que o professor afirma em sala de aula, como se
estivessem avaliando em que medida o que está sendo dito é fidedigno. Assim, se
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Disponível em: <http://www.secom.gov.br/atuacao/publicidade/somos-todos-brasil>.
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considerarmos que a autoridade docente provém da ideia de que é o professor quem detém o
conhecimento, veremos que tal concepção não se sustenta mais na atualidade.
Por outro lado, sabemos que a relação assimétrica entre o professor e aluno é sempre
necessária, já que cabe ao professor planejar e gerenciar o processo de aprendizagem. Afinal,
esse processo é o objetivo comum de ambos, mestre e aluno, e o professor é o profissional que
se preparou para cumprir tal tarefa. Daí a importância de exercer a autoridade docente em sala
de aula, já que, sem ela, multiplicam-se os problemas referentes à indisciplina, o que
compromete visceralmente a aprendizagem.
Essas questões sinalizam como é complexo discutir o tema da autoridade docente. Por
um lado, há o perigo de cultivar o saudosismo da época em que bastava a presença do
professor em sala de aula para garantir a disciplina, já que a autoridade era inerente à sua
profissão (o professor sempre “tinha razão”). Por outro lado, há o risco de entender o
desrespeito atual à autoridade docente como uma legítima luta de poder entre alunos e
professores, como se a autonomia do jovem estivesse ameaçada toda vez que o professor
desse uma ordem em sala de aula. Não faltam trabalhos que contemplam as diferenças entre
autoridade e autoritarismo, tais como Aquino (1999), Novais (2004), Roure (2006), entre outros.
Assim, em meio a essa profusão de ideias sobre o assunto, pareceu-nos relevante investigar
como o futuro professor entende o exercício da autoridade docente em sala de aula, uma vez
que a reflexão sobre esse tema certamente favorecerá o discernimento sobre um dos
complexos fatores que constituem o fenômeno da indisciplina.
Pode-se dizer que o cerne das práticas educacionais de uma escola está na relação
entre professor e aluno, a qual é estabelecida nesse ambiente de ensino formal, onde acontece
a maior parte do processo educativo. Por se tratar de uma relação institucionalizada, há, de
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modo geral, elementos que propiciam as condições para a efetivação a contento das relações
entre os sujeitos participantes, tais como, "uma sucessão de rotinas, regras e expectativas
próprias [a qual] delimita e, ao mesmo tempo, faculta suas existências concretas" (AQUINO,
1999, p. 134, grifo do autor). Nesses encontros, ainda, conforme o autor, "entra em cena a
noção de autoridade como reguladora das relações entre sujeitos enredados em deter minada
configuração institucional" (AQUINO, 1999, p. 134). Nesse sentido, a compreensão de tal
relação envolve, portanto, dentre outros componentes, a questão da autoridade docente.
Novais (2004) expõe que a professora, sujeito de estudo da sua pesquisa, manteve a
assimetria, característica do relacionamento professor-aluno. Dessa forma, por não atuar como
"colega" de seus educandos e por exercer uma autoridade pautada no respeito mútuo e no
diálogo, preservou claramente seu papel social e, por conseguinte, sua posição hierárquica,
sem, no entanto, se tornar distante deles. Como dirigente do processo pedagógico, conseguiu
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que a indisciplina fosse minimizada em sua classe. Essa professora aparentava segurança,
mantendo-se cônscia de valor no exercício docente.
Também é preciso observar que, muitas vezes, os alunos apresentam certa atitude de
resistência quanto à autoridade do professor em sala de aula, podendo inclusive confundi-la
com autoritarismo (NOVAIS, 2004; GALLAND, 2010). Neste caso, trata-se da obediência e
submissão mediante o uso contínuo de punições e ameaças autoritárias nas relações com os
alunos. Novais (2004) considera ainda importante enfatizar que, a despeito de ser uma forma
de poder, a autoridade não deve ser confundida com autoritarismo. A esse respeito, Araújo
(1999, p. 34) também acredita que "boa parte dos problemas disciplinares que as escolas vêm
enfrentando ultimamente decorre do fato de que as relações ali estabelecidas [. ..] não é de
respeito e sim de obediência". Nessa mesma direção, Novais (2004, p. 17) observa que "ter
autoridade tem equivalido a ser autoritário com os aprendizes, não lhes dando direito de se
posicionarem em relação a diversas questões que ocorrem no contexto escolar" e com isso,
eles se calam pelo receio das punições e ameaças do professor.
Segundo Arendt (2014), a autoridade sempre exige obediência, por isso ela é muitas
vezes confundida com alguma forma de poder ou violência. Porém,"onde a força é usa da, a
autoridade em si mesma fracassou" (p. 129). Por outro lado, conforme a autora, a autoridade
também é incompatível com a persuasão, uma vez que esta última pressupõe uma relação de
igualdade e efetua-se por meio de um processo de argumentação. Nesse sentido, conclui que a
autoridade é concebida em contraposição tanto em relaçao à coerção pela força quanto à
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persuasão, tendo como ponto comum entre o que manda e o que obedece a própria hierarquia,
cuja legitimidade ambos reconhecem.
De fato, muitos professores têm receio de que possam parecer autoritários quando
impõem determinadas regras aos alunos, acreditando que uma atitude mais incisiva pode ser
entendida como autoritarismo. Nesse caso, eles estariam alheios ao que sugerem as
contemporâneas diretrizes educacionais. E realmente não se trata de uma questão simples de
ser resolvida. É nesse sentido que La Taille (1999) considera o tema da autoridade bastante
complexo e até perigoso. É complexo no que se refere às relações de poder provenientes das
esferas política, econômica e cultural. E é perigoso porque, por se tratar de relações de poder, a
autoridade pode se edificar sobre bases ilegítimas que conduzem ao autoritarismo e à injustiça.
Entretanto, ainda conforme o autor, "negar a autoridade em nome de igualdades forjadas leva
à hipocrisia nas relações humanas" (p. 9). Ambos podem ser encontrados no campo da
educação, pois:
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Quanto à questão da autonomia, La Taille (1999, p. 11) considera que, em geral, "quem
se submete a uma autoridade não tem, ou pensa não ter, no momento e no campo da
submissão, autonomia", para poder manifestar-se com liberdade de ação. A relação de
autoridade é legitimada devido à falta de autonomia, daí entendermos como se torna por
vezes contraditório para o professor saber administrar os ideais da educação quanto à
formação do cidadão crítico diante de questões como a assimetria hierárquica entre professor
e aluno.
E, de fato, para La Taille (1999, p. 13), a assimetria está na base das instituições
educacionais, porquanto "elas são formadas por pessoas que sabem algumas coisas ─ os
professores ─ e por outras que estão lá justamente porque não sabem essas mesmas coisas ─
os alunos". No entanto, sendo tais instituições essencialmente lugares onde os conhecimentos
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constituídos são ensinados, trata-se de uma assimetria temporária, pois, "de posse dos saberes,
os alunos não precisam mais daqueles que, antes, eram os únicos a possuí-los" (p. 13). Nesse
sentido, o autor explicita que:
É por isso que se diz que o grande objetivo de cada professor deve ser o
de deixar de sê-lo em relação aos seus alunos. A relação professor/aluno
é, por definição, provisória porque, se bem-sucedida, a assimetria inicial
dá lugar à igualdade; e a dependência dá lugar à gratidão. Em termos de
autonomia, o que define a posição do aluno é essencialmente o fato de
ele não a possuir em relação a determinadas áreas do saber. As
instituições educacionais não são tanto o lugar do exercício da
autonomia, mas sim de sua conquista. (La Taille, 1999, p. 13, grifo do
autor).
Assim considerando, Carvalho (1999, p. 62) afirma que o fato de uma pessoa
demonstrar autonomia em determinado campo, mas não a demonstrar em outro é
absolutamente comum. Portanto, é altamente questionável a noção de que a autonomia é um
traço psicológico individual, que pode ser transferido a novos contextos bem mais complexos,
uma vez que a autonomia que temos em um determinado campo não se separa do
conhecimento que dele possuímos. Por isso, segundo La Taille (1999, p. 14), a relação
professor/aluno é uma relação hierárquica, uma relação de autoridade, na qual o primeiro
"precisa dar ordens referentes ao bom andamento da aprendizagem, e o segundo precisa
segui-las, contanto, é claro, que sejam justas e se mostrem, ao longo do tempo, eficazes".
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muito raro e tem quase sempre, na retaguarda, punições de vários tipos", as quais devem
ocorrer somente quando a autoridade falha, como um último recurso, em caráter de exceção
(LA TAILLE, 1999, p. 14).
No entanto, a obediência pode ser acolhida pelo aluno como uma atitude legítima,
quando este entende que se trata de reivindicações justas e necessárias ao processo de ensino
e aprendizagem. É nesse sentido que Carvalho (2015, p. 975), ao evidenciar que os discursos a
respeito do "lugar da autoridade na educação escolar" têm-se alternado entre os que advogam
em favor da abolição do lugar de autoridade na relação entre professor e alunos e os que
clamam pela busca de uma suposta autoridade perdida, adverte que, a despeito das
divergências teóricas entre essas duas posições em conflito, elas apresentam "um aspecto
comum: não distinguem a obediência produzida por uma relação de autoridade – sempre
fundada na confiança – daquela que emerge da violência, da coerção ou do mero apego à
legalidade".
Nessa acepção, segundo Aquino (1999, p. 136, grifo do autor), "a autoridade é um
fenômeno de cunho institucional, estreitamente vinculado à ideia de delegação e crédito ao
outro", o que significa, segundo o autor, que as prerrogativas detidas pelos agentes de
determinada prática precisam ser avalizadas e referendadas pelo seu outro complementar. Por
isso, para o autor, a autoridade deve ser entendida como uma espécie de "amálgama"
institucional, que se atualiza a cada momento, dependendo de como ocorre a relação entre os
parceiros. Trata-se, inclusive, conforme o autor, de um efeito mutante, posto que a ação
institucional está sujeita a inúmeras circunstâncias que podem favorecê-la ou, ao contrário,
colocá-la em xeque; e quanto mais desfavoráveis forem estas condições, mais a autoridade se
fará necessária (AQUINO, 1999).
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Há uma sentença em latim que afirma que conhecimento é poder. De fato, um dos
indicadores necessários para que o professor obtenha o reconhecimento da autoridade é o
domínio teórico dos conteúdos em determinado campo de conhecimento.
Entendemos, como propõe Aquino (1999), que é nas condições sociais concretas da
ação cotidiana e sempre singularizada pelos seus participantes que o fenômeno da autoridade
produz efeitos institucionais. Para tanto, o reconhecimento da autoridade do professor implica
não só o domínio teórico dos conteúdos em determinado campo de conhecimento, mas
também o domínio metodológico (AQUINO, 1999). Isso guarda relação de sentido com o
posicionamento apresentado por Davis e Luna (1991, p. 69):
De fato, o professor deveria saber mais do que seus alunos sobre o que se propõe a
ensinar, uma vez que a confiança deles é diretamente proporcional à segurança que o
professor demonstra pelo domínio consistente dos conteúdos teóricos (AQUINO, 1999, p. 139).
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Mediante tais ideias, é possível inferir que tanto a autoridade docente como o
conhecimento relativo aos conteúdos e à forma de melhor ensiná-los são fatores que vão
sendo construídos na interação diuturna entre o professor e aluno. Isso significa que a
autoridade docente não é prontamente legitimada pelo aluno simplesmente pelo fato de um
adulto designar-se professor, tampouco dependerá unicamente de sua experiência e bagagem
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cultural acumulada. Esses são, por certo, fatores necessários para garantir a autoridade do
professor em sala de aula, mas não são suficientes. É preciso que se instaure sempre, nas
relações de ensino e aprendizagem, um planejamento atento às especificidades de cada
contexto, a fim de que, ao ser construída, a autoridade docente tenha em sua gênese a
legitimidade conferida pelo aluno.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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alunos...”
“[...] aplicar vários níveis de ensinamento para todos
os tipos, adaptando para cada necessidade...”
“[...] mostrar-se tendo o conteúdo que leciona
dominado, ou seja, mostrar que entende muito bem
seu objeto de estudo, pois dessa forma ele é visto
como uma figura bastante necessária, convertendo-se
em autoridade no assunto. Não se trata de dureza na
postura, ele deve se mostrar como entendedor e não
intimidador.”
Garantia da formação 02 6% “[...] Comprometer-se não apenas no ensino do aluno,
do aluno mas também com a formação do mesmo como
cidadão consciente.”
“[...] educar e formar seres humanos para uma
sociedade, podendo fazer a diferença na vida de um
aluno.”
Amor pela profissão 02 6% “Estar preparado e gostar de ensinar é primórdio, pois
se não houve amor para ensinar, a autoridade dele
nunca será reconhecida.”
“[...] amor por ensinar.”
Conhecimento geral 01 3% “[...] conhecer o mundo e ser capaz de instruir os
outros acerca deste.”
5. ANÁLISES
No entanto, vemos que apenas alguns acreditam que a autoridade docente é “uma
construção feita em parceria” (05), ou que deve haver “Respeito aos alunos e/ou ao professor”
(05). Os demais alegam, como atributos constitutivos da autoridade docente, algumas
características concernentes apenas à atuação do professor.
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De fato, por esse último prisma, segundo o exemplo de um dos sujeitos de pesquisa,
cabe ao professor “[...] manter-se firme nas suas decisões em sala de aula sem desrespeitar de
nenhuma forma o seu aluno, [o professor] tem que saber os problemas através do diálogo.”
Nota-se que o sujeito menciona o respeito ao aluno, bem como o conhecimento dos
problemas através do diálogo, mas cabe exclusivamente ao professor tomar tais providências. E
isso é percebido inclusive pela construção formal do enunciado, pois o termo “professor” é o
sujeito dos verbos: “manter-se”; desrespeitar; saber. Ele é o agente, uma vez que serão suas
atitudes que se transmutarão na “postura de professor”, a qual é capaz de angariar o respeito
de seus alunos.
Do mesmo modo, os demais fatores alegados pelos sujeitos de pesquisa, tais como:
“Garantia da formação do aluno”, “Amor pela profissão”, “Conhecimento geral” e “Liderança”,
são quesitos que compõem a atuação do professor, sua personalidade e seus ideais, sem incluir
a participação do aluno no trajeto da construção da autoridade docente. É o professor quem
deve amar, formar, entender, liderar, enfim, é ele quem deve “fazer a diferença” na vida dos
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alunos. Daí talvez a angústia exaustiva de que muitos professores se queixam ao terem que
lidar com a indisciplina na escola.
Há, porém, aqueles que acreditam na parceria entre professor e aluno. Para eles, “A
autoridade deve ser conquistada na base da parceria...”; uma vez que esta “[...] não significa
apenas controlar uma sala de aula, mas fazer com que o aluno queira estar em sua aula...”. Para
isso, acreditam que é preciso “[...] influenciar os alunos a fazerem uma autorreflexão crítica.”
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A falta de autoridade do professor em sala de aula tem sido apontada por autores, tais
como Aquino (1999), Carvalho (1999), Davis e Luna (1991), Galland (2010), entre outros, como
um dos maiores obstáculos à qualidade do ensino, justamente porque favorece a indisciplina
na sala de aula. Poderíamos ainda acrescentar que a indisciplina igualmente denuncia a falta
de respeito entre os participantes do processo de ensino, impedindo o desenvolvimento de
valores importantes para a convivência em grupo.
Tal assunto, por mostrar-se relevante para a educação brasileira, tem sido inclusive
evidenciado pela mídia, com o objetivo de orientar os jovens a respeitar o professor,
devolvendo a este a reverência que ele tinha outrora. Daí nosso interesse em estudar como a
autoridade docente é entendida por especialistas e, em contrapartida, como ela é vista por
aqueles que pretendem exercer o magistério.
Sabemos que, para sanar as dificuldades que o professor enfrenta em sua trajetória
diária, é preciso que ele adquira o conhecimento necessário sobre os fatores que o impedem
de obter sucesso em seu trabalho. A questão da autoridade docente é certamente um tema
que se insere nesse rol de fatores impeditivos, daí acreditarmos ser importante que os cursos
de licenciatura abordem esse tema, a fim de que o futuro docente possa preparar-se para
construir, junto com seus alunos, sua legítima autoridade em sala de aula.
Vimos que os resultados de nossa pesquisa sugerem que há ignorância, por parte dos
futuros professores, sobre a natureza da autoridade docente. A maioria considera que o
professor é o único responsável e, portanto, torna-se culpado quando não consegue angariar
prontamente o respeito de seus alunos. Não raro, tais questões afligem o docente que, mais do
que ensinar os conteúdos com didática e maestria, precisa ainda garantir a harmonia em sala
de aula e o respeito às regras estabelecidas pela escola.
Tais questões não podem ser desprezadas nos cursos de formação docente. Cremos
que é preciso que haja leituras, conversas e reflexões sobre a natureza da autoridade docente,
a fim de que o futuro professor saiba como ela se edifica e se constrói com a participação de
alunos e mestres. Em síntese, cremos que os cursos que se consagram a formar futuros
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Revista CAMINHOS EM LINGUÍSTICA APLICADA, Volume 17, Número 3, 2º sem 2017.
Elisabeth Ramos da SILVA e Maria José Milharezi ABUD. A CONSTRUÇÃO DA AUTORIDADE DOCENTE: O
QUE PENSAM OS FUTUROS PROFESSORES SOBRE ISSO?. p. 559-580.
Disponível em: http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/caminhoslinguistica - - ISSN 2176-8625
CAMINHOS EM LINGUÍSTICA APLICADA
Universidade de Taubaté – UNITAU
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problemas esparsos, constituem um dos principais entraves ao êxito da aprendizagem.
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