Biografia Guimaraes Rosa

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

GUIMARÂES ROSA

BIOGRAFIA:
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do
interior de Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908. Filho de Florduardo Pinto
Rosa e Francisca Guimaráes Rosa , comerciantes da região, aí fez seus
estudos primários, seguindo em 1918 (aos 10 anos) para Belo Horizonte, para
casa de seus avós, onde estudou no Colégio Arnaldo.

Cursou Medicina na Faculdade de Minas Gerais, formando-se em 1930.


Datam dessa fase seus primeiros contos, publicados na revista O Cruzeiro.
Depois de formado, Guimarães Rosa foi exercer a profissão em Itaguara,
município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos. Culto, sabia falar mais
de nove idiomas.

Em 1934, o domínio de vários idiomas levou Guimarães Rosa para o Rio


de janeiro onde prestou concurso para o Itamaraty, conquistando o segundo
lugar.

No ano 1936, Guimarães Rosa participou de um concurso ao Prêmio de


Poesia da Academia Brasileira de Letras, com uma coletânea de contos
chamada "Magma", conquistando o primeiro lugar, mas não publicou a obra.

SAGARANA, SUA PRIMEIRA OBRA

Em 1937, Guimarães Rosa começou a escrever Sagarana, composta de


9 contos que retratam a paisagem mineira, a vida das fazendas, dos vaqueiros
e dos criadores de gado. Com a obra, participou de um concurso ao Prêmio
Humberto de Campos, perdendo o primeiro lugar para Luís Jardim.

Já em 1938 era cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, na Alemanha.


Quando o Brasil rompeu aliança com a Alemanha, durante a Segunda Guerra
Mundial, Guimarães, junto com outros brasileiros, foi preso em Baden-Baden,
em 1942.

Em 1946, depois de refazer a obra Sagarana, e reduzir de 500 para 300


páginas, publicou  a mesma. O estilo era absolutamente novo, a paisagem
mineira ressurgia viva e colorida, as personagens expressavam o pitoresco de
sua vida regional. Sucesso de crítica e público, seu livro de contos recebeu o
Prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira, esgotando-se, no mesmo ano as duas
ediçõesl

Libertado no fim do ano, seguiu para Bogotá, como secretário da


Embaixada Brasileira. Entre 1946 e 1951 residiu em Paris, onde consolidou sua
carreira diplomática e passou a escrever com maior assiduidade.

Alguns dos contos de Sagarana são obras-primas, como O Burrinho


Pedrês, Duelo, Conversa de Bois, Sarapalha e A Hora e a Vez de Augusto
Matraga (mais tarde adaptado para o cinema por Roberto Santos e Luíz Carlos
Barreto).

ANDANÇAS PELO SERTÁO MINEIRO

Em busca de material literário, em maio de 1952, Guimarães Rosa


iniciou uma empreitada pelo sertão mineiro. Acompanhando oito vaqueiros e
levando 300 cabeças de gado, percorreu em dez dias os 240 quilômetros que
separam Araçaí e Três Marias, na região central de Minas Gerais.

O médico, diplomata e escritor levava pendurada no pescoço uma


caderneta onde anotava tudo que via e ouvia – as conversas com os vaqueiros,
as sensações, as dificuldades e tudo que vivenciou naquele mundo, o que
marcaria sua vida e sua obra.

As cadernetas de Guimarães, foram reunidas em dois diários que o


autor chamou de A Boiada 1 e A Boiada 2. Hoje, elas fazem parte do acervo do
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.

As anotações foram utilizadas como elementos de duas obras-


primas: Corpo de Baile (1956) e Grandes Sertões: Veredas (1956). A obra
Corpo de Baile foi publicada em dois volumes, mais tarde dividida em
três: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do Sertão.

Dentro da mesma experiência, Guimarães Rosa publicou: Primeiras


Estórias (1962) e Tutaméia – Terceiras Estórias (1967).

Grandes Sertões: Veredas é uma das obras-primas de Guimarães Rosa


e um dos mais importantes romances da literatura brasileira. Riobaldo, seu
narrador-protagonista, agora um velho e pacato fazendeiro, faz um relato de
sua vida a um interlocutor, um “doutor” que nunca aparece na história, mas
cuja fala é sugerida pelas respostas de Riobaldo.

De um lado, a narração, em verdade, é um longo monólogo em que o


narrador traz à tona suas lembranças sobre as lutas sangrentas de jagunços,
perseguições e emboscadas nos sertões de Minas Gerais e sul da Bahia, como
também suas aventuras amorosas.

Do outro lado, Riobaldo relata as preocupações metafísicas que sempre


marcaram sua vida, entre elas, destaca a existência ou não do diabo. Para ele
uma questão primordial, pois fizera um pacto com o demônio a fim de vencer
Hermógenes, chefe do bando inimigo.

  LINGUAGEM DE GUIMARÃES ROSA

A linguagem de Guimarães Rosa não tem uma intenção realista de


retratar a língua do sertão mineiro exatamente como ela é. Sua preocupação
é tomar por base a língua regional e recriar a própria língua portuguesa, a
partir de termos em desuso, da criação de neologismos, do emprego de
palavras tomadas de outras línguas e da exploração de novas estruturas
sintáticas.

Além disso, sua narrativa faz uso de recursos mais comuns à poesia,
como o ritmo, as metáforas, as imagens, resultando em uma prosa altamente
poética, nos limites entre a poesia e a prosa.

VIDA PESSOAL

Em 27 de junho de 1930, com apenas 22 anos, Guimarães Rosa casou-


se com Lígia Cabral Penna, de apenas 16, com quem teve duas filhas: Vilma e
Agnes. O casamento durou poucos anos.

No início da carreira diplomática, no cargo de cônsul-adjunto do Brasil


em Hamburgo, na Alemanha, Guimarães Rosa conheceu Aracy Moebius de
Carvalho, funcionária do Itamaraty, com quem se casaria.

Aracy era chefe da seção de passaportes do consulado brasileiro em


Hamburgo. Ela facilitou a concessão de centenas de vistos para as famílias de
judeus escaparem da morte nos campos de concentração de Hitler.

Ela desafiou o antissemitismo velado nos bastidores do governo de


Getúlio Vargas. Aracy e Guimarães Rosa foram investigados pelas autoridades
do Brasil e da Alemanha.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E MORTE

Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito por unanimidade para a Academia


Brasileira de Letras (ABL), mas somente tomou posse em 16 de novembro de
1967. Três dias depois da posse, sofreu um infarto.
João Guimarães Rosa morreu no Rio de Janeiro, Aos 59 anos no dia
19 de novembro de 1967. Aracy morreu em 2011, aos 102 anos

OBRAS DE GUIMARÃES ROSA

 Sagarana (1946)
 Corpo de Baile (1956)
 Grandes Sertões: Veredas (1956)
 Primeiras Estórias (1962)
 Tutaméia - Terceiras Histórias (1967)
 Estas Estórias (1969) (Obra póstuma)
 Ave, Palavra (1970) (Obra póstuma)
 Magma (1997) (Obra póstuma)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Biografia d eGuimarães Rosa - eBiografia. Disponível em <www. ebiografia.


com › guimaraes_rosa> Acesso em 30/09/2022

Você também pode gostar