Aula Melancia e Pepino 19

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Cultivo da melancia

Profa. Simone da Costa Mello – ESALQ/USP


Classificação botânica
Família: Cucurbitaceae
Espécie: Citrullus lanatus
Variedade botânica: lanatus
Centros de origem
Melancia como alimento

• Fonte de água (vitamin C, K, licopeno)

• Óleos para fins culinários

• Farinha de sementes

• Sementes torradas
Dados econômicos
País Área (ha) Produção (t/ha) Produção annual (t)

China 1.859.683 42,74 79.486.961


Turquia 95.514 41,99 4.011.313
Irã 136.190 29,81 4.059.786
Brasil 105.064 22,03 1.859.683
Egito 54.673 31,28 1.709.964
EUA 43.670 42,19 1.842.360
Total 3.477.285 34,05 118.413.465

FAOSTAT, 2017
Produção por região-2018
Regiões Área (ha) (Produção) Produt. t/ha
Norte 23163 458782 19,81
Nordeste 36864 663458 17,98
Sudeste 12434 328032 26,38
Sul 21793 504868 23,17
Centro Oeste 10.810 399560 33,26
Brasil 105.064 1.856.683 22,03
Principais regiões produtoras

Rio Grande do Sul – 18,7%


Goiás -14,4%
Tocantis 12,5%
Bahia -12,9%
São Paulo -15,7%
Rio Grande do Norte – 10,7%

IBGE, 2018

Melo, P.C.
Presidente Prudente-16,5%
Itapetininga – 8,7%
Marília – 18.95%
Bauru – 30,56%
Cultivares
Características desejáveis

a) Ciclo precoce: 95 a 100 DAS

b) Polpa crocante com menos fibras

c) Casca flexível e resistente ao transporte

d) Frutos grandes

e) Elevado teor de sólidos solúveis: 12-13°Brix

f) Poucas sementes e pequenas

g) Polpa vermelha intensa; polpa amarela (nichos de


mercado).
Cultivares de melancia

Cultivares de polinização aberta (2n)

Híbridos diplóides (2n)

Híbridos triplóides (3n)


Parental (2n) Parental (4n)
Colchicina

Parental (2n) x Parental (4n)

Sementes
Polinizador
híbridas (3n) (2n)
Melancia Triplóide
a) Obtenção de linhas tetraplóides (4n) através da
duplicação de cromossomos de plantas 2n com a
utilização de colchicina;

b) Cruzamentos entre uma linha tetraplóide (4n), usada


como parental ♀ e uma linha diplóide (2n), usada como Colchicum autumnale
polinizadora;

c) híbridos triplóides (3n) são estéreis e não produzem


sementes viáveis. Os frutos podem conter um número
variável de rudimentos de sementes pequenas e de cor
branca; ocasionalmente pode aparecer um pequeno
número de sementes viáveis.
Cultivo de melancia triplóide

Dias et al. (2010) – Embrapa Semiárido


Cultivar Tipo Ciclo Peso Formato Cor casca Cor polpa Tolerância
(dias) fruto (kg)

Charleston Gray PA 85 10-14 Alongado Verde-claro Vermelho Antracnose,


Fusariose

Congo PA 90 10-14 Alongado Verde-médio com Vermelho Antracnose,


listras verde-escuras Fusariose

Crimson Sweet PA 75-85 11 Elíptico Verde-claro com listras Vermelho Antracnose,


escuras e largas Fusarium

Early Jubilee HD 87 11-14 Alongado Verde-clara com listras Vermelho Fusariose,


(PSX 33484) verde-escuras Antracnose

Jubilee II PA 95 11-14 Alongado Verde-claro com listras Vermelho Fusarium raça 2


escuras intenso

Shadow HT 70 ND Circular- Verde-médio com Vermelho ____


Ovalado listras escuras

Tiffany HT 75 6-10 Redondo Verde-claro com listras Vermelho ____


escuras

TopGun HD 70-80 7-8 Globular Verde-claro com listras Vermelho ____


Charleston Gray: adaptada em
condição úmida

Jubilee
Variedades

Crimson Sweet: produtiva,


susceptível ao WMV (vírus do
mosaico da melancia) e PRSV-
W (Vírus da mancha anelar do
mamoeiro, estirpe melancia)
Melancia sem semente

Melancia triplóide (3n)

Híbrido Tiffany (6 a 12 kg)


Híbrido Smile (2 a 3 kg)
Cultivo rasteiro
Planta rastejante e trepadeira,
com gavinhas
Cultivo vertical
Cultivo no Sistema rasteiro
Semeadura direta

• 2 a 3 sementes/cova

• Desbaste: 10 a 15 dias após a germinação;


deixar 1 a 2 plantas por cova

• Sementes por ha: 500 a 800 g


Produção de mudas
Temperatura

Germinação: 24 a 32°C

Crescimento: 18 a 22°C noite e 23 a


30°C dia.

Ciclo: 75 a 90 dias após o transplante


Ciclo: 90 a 120 dias após a semeadura
Manejo da cultura
pH ideal: 5,0-6,8

Tipo de solo ideal: textura média ou arenosa

Espaçamento:
Melancia tradicional: 2-3m x 0,8-2,0m
Mini melancia: 1,0-2,0m x 0,3-1m
Hábito de crescimento
Frutos
Temperatura
Muda a expressão do sexo

Flores masculinas aumentam com


aumento da temperatura

Flores femininas aumentam com


a diminuição da temperatura
Reprodução
Flor feminina e masculina em melancia
Polinização por abelhas
Desbaste de frutos
Frutos/planta
Manejo da cultura
Produção de melancia em Tocantis
Contato do fruto com o solo
Cobertura do frutos para evitar
exposição ao sol
Penteamento
Cultivo vertical
Vasos de 5 litros com fibra da
casca de coco
Condução no fitilho
Uma haste
Duas hastes
Condução

S1 ramificações secundárias eliminadas


abaixo do terceiro nó foram eliminadas
Ramificações podadas logo após a emissão
da terceira folha;

S2 primeira ramificação que surgiu abaixo do


3° internódio
Ramificações podadas após a 3a folha.
Nutrição mineral
Marcha de absorção de
nutrientes

Grangeiro e Cecilio Filho – UNESP Jaboticabal 2004


Fertilizantes Fase I Fase II Fase III
g 1000 L-1
KNO3 222 222 528
K2SO4 - 99 209
CaNO3 470 470 400
MAP 284 284 211
MgSO4 230 230 230
MgNO3 - - 249
Libfer (6% Fe) 30 30
Conmicros Standard (Fe
7,26%; Cu 1,82%; Zn
0,73%; Mn 1,82%; B 25 25
1,82%; Mo 0,36%; Ni
0,36%)

Fase I: até 20 dias após o transplante


Fase II: dos 20 DAT até 30 dias DAT
Fase III: até o final do cultivo
-Ca
- Mg
-B

Yara
Desordens fisiológicas
Podridão apical
Polinização deficiente
Rachaduras

P.C. Mello
Colheita e Produtividade
• 30 a 40 dias após a abertura da flor
• Secamento da gavinha
• O fruto emite um som oco
• Produtividade: 30 a 70 t/ha
CEAGESP
PRODUÇÃO DE PEPINO
Produção mundial
País Produção (t) Área (ha) Produt. (t/ha)
China 64.874.595 1237358 52,4
Irãn 1.981.139 77.829 25,5
Rússia 1.940.010 64.487 30,0
Turquia 1.827.782 37.695 48,5
USA 1.012.378 50.019 20,2
Total 83.753.861 2.271.260 36,87
Distribuição da cultura do pepino no Estado de São Paulo
Produção paulista de pepino IEA 2017

REGIÃO Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t)


2017 2015
ANDRADINA 3 279 7 652
ARAÇATUBA 10,1 469 12,5 581
ARARAQUARA 9,2 318 5 173
AVARÉ 53 3710 12 840
BARRETOS 19 2679 12,3 1734
BAURU 19,8 624 31,1 980
BOTUCATU 3,3 130 5,3 208
BRAGANÇA PAULISTA 26 939 25,8 932
CAMPINAS 31 1134 37 1354
DRACENA 10,5 665 8 507
ITAPETININGA 189 13634 146 10532
ITAPEVA 295 11658 198 7825
JABOTICABAL 57,2 2683 58,7 2753
JALES 100 6792 84,7 5753
JAÚ 1 53 3 160
LINS 94,8 4673 87,83 4329
MARÍLIA 9,8 268 8,3 227
MOGI DAS CRUZES 224 9355 230 9606
MOGI-MIRIM 56 1122 31,1 623
OURINHOS 15,5 1090 20,5 1442
PINDAMONHANGABA 15,86 398 18,9 474
P. PRUDENTE 23,6 870 26 958
P. VENCESLAU 9,1 249 16,1 441
REGISTRO 31 297 19 182
S. J. DA BOA VISTA 52,1 1450 53,1 1478
SÃO J. R. PRETO 12,3 362 15,5 456
SÃO PAULO 40 1566 28,5 1116
SOROCABA 202 8566 198 8396
TUPÃ 18,8 1756 17,1 1597
VOTUPORANGA 9 333 12,04 446
SUB-TOTAL Área (ha) Produção (t)
TOTAL 1640,96 78124 1428,37 66755
Classificação botânica

• Divisão: Angiospermae
• Classe: Dicotyledoneae
• Família: Cucurbitaceae
• Gênero: Cucumis
• Espécie: Cucumis sativus
Flor masculina e feminina
Morfologia
Pepino comum (Aodai)
CULTIVARES

Pepino caipira
Pepino conserva
Pepino japonês
Pepino Holandês
Pepino cocktail
Expressão do sexo
Plantas monóicas: flores
femininas e marculinas na mesma
planta

Plantas ginóicas: produz somente


flores femininas

Plantas ginóicas
partenocárpicas:produção de
frutos sem sementes
Sistema de produção
Campo:
Pepino tipo industria, pepino tipo
Aodai, tipo caipira
Exigências climáticas

Fases de desenvolvimento Temperatura ótima em °C


Germinação 25-30
Crescimento de mudas 27-30
Crescimento vegetativo 27-30 dia
18-19 noite
Floração e Frutificação 27-28 dia
18-19 noite
Temperatura anual (média 18-24
mensal)
Temperatura anual (média 16
mínima)
Temperatura anual (média 32
máxima)
Temperatura média mínima 24 dia
20 noite

Adapatado de Sonnenberg, 1985 e Sganzerla, 1995, citado


por Goto & Tivelli, 1998
Produção de mudas
Enxertia por encostia
ENXERTIA
Planta enxertada
Objetivos da enxertia

Sistema radicular mais eficiente. Resistência a patógenos de solo;


Fusarioses e bactérias;
Melhorar a qualidade dos frutos (maior brilho);
Menor cerosidade nos frutos;
Aumentar o vigor das plantas;
Maior período de colheita;
Aumentar a produtividade;
Melhorar o aproveitamento de água e nutrientes.
PORTA-ENXERTO PARA PEPINO

•Abobora Tropical – Vantagens:


–Alto vigor de raiz;
–Melhor brotação do enxerto;
–Melhor Brilho no fruto (menor cerosidade);
–Maior produtividade.
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA

• Plantio de mudas enxertadas ou não


• Canteiros: 0,80 a 1,20 m de largura e 0,7 m
entre canteiros
• Espaçamento entre plantas: 0,3 a 0,5 m
• Cobertura do solo: polietileno
• Irrigação: gotejamento
NUTRIÇÃO MINERAL, CALAGEM E
ADUBAÇÃO

a) Macronutrientes primários: N, P
eK

b) Macronutrientes secundários:
Ca, Mg e S

c) Micronutrientes: B, Zn, Mo, Fe /


Mn e Cu
Quantidade extraída

Quantidade de nutrientes extraídas pelo pepino para uma


produtividade de 60 t/ha, com 11.000 plantas/ha.

N P K Ca Mg S

-------------------------------Kg/ha------------------------------

160 28 235 175 33

B Cu Fe Mn Zn

---------------------------g/ha----------------------------

188 438 277 166


Época de aplicação

Plantio:3/3 P e micronutrientes
Cobertura: N e K

Forma de aplicação

• Calagem: área total ou em canteiros


• Adubação de plantio: área total do canteiro
• Adubação de cobertura: aplicação localizada
via água de irrigação (gotejamento)
FERTIRRIGAÇÃO

Recomendação de nutrientes para o pepino sob


cultivo protegido para a Região de Santa Cruz
do Rio Pardo (SP)
Dias Quantidade de nutrientes por dia
N P2O5 K2O Ca Mg
----------------------------Kg/ha-------------------------
1 a 21 0,75 0,80 1,10 0,80 0,25
22 a 42 1,70 1,30 2,40 1,20 0,35
43 a 63 3,00 1,20 4,00 1,60 0,45
64 a 83 4,50 0,80 5,00 2,00 0,50
84 a 120 4,80 0,50 6,50 1,80 0,50
Total de 382 104 497 182 51
nutrientes por ha

Basseto Junior, 2003, citado por Trani & Carrijo


Fertilizantes comerciais
usados
Fertilizante emTeorfertirrigação
do elemento Solubilidade
(%) 20°C
Nitrato de amônio 33 1950
Nitrato de cálcio 15(N) e 20 (Ca) 1220
Nitrato de potássio 13(N) e 44 (K2O) 320
Ácido fosfórico 55(P2O5) 460
Fosfato bipotássico 40(P2O5) e 53(K2O) 1670
Fosfato 51(P2O5) e 33(K2O) 230
monopotássico
Fosfato 10(N) e 52(P2O5) 230
monoamônico
Fosfato diamônico 17(N) e 44(P2O5) 430
Ácido bórico 17
Deficiência de N
Deficiência de P
Deficiência de K
Deficiência de Ca
Deficiência de Mg
Deficiência de Micronutrientes

Mn Fe

B
Sintomas de toxicidade

Cl-1
Salinidade
MANEJO DA IRRIGAÇAO

Método da tensão de água no solo

Irrigar quando o tensiômetro atingir


tensões de:
5 a 10 KPa (solos de textura arenosa)
10 a 15 KPa (solos de textura média)
15 a 20 KPa (solos de textura argilosa)
Condução
Poda

PODA

Poda da haste principal acima da quarta ou


quinta folha definitiva, deixando
desenvolver três ramos laterais, que serão
despontados na altura da oitava folha.

CAPAÇÃO

Retirada da gema apical entre 18° e 22°


internódios
Distúrbios fisiológicos

Frutos Fruto torto


com
cintura
Colheita, classificação e embalagem

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