Violência Vs Espiírito Desportivo

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE PAÇOS DE FERREIRA

Violência versus Espírito desportivo

Inês Silva Martins


Educação Física – 12º Ano/ Turma H
Professor Marta Vilela

Paços de Ferreira, 19-05-2022

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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1. Violência vs. Espírito Desportivo.........................................................................................4
2. Interesses no desporto........................................................................................................5
2.1. Interesses sociais.........................................................................................................5
2.2. Interesses económicos.................................................................................................5
2.3. Interesses políticos......................................................................................................6
Conclusão.....................................................................................................................................8
Webgrafia....................................................................................................................................9

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Introdução
Este trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Educação Física, 12º ano, tem como
tema principal a Violência vs. Espírito Desportivo e como objetivo relacionar este tema com os
interesses sociais, políticos e económicos no desporto.

O trabalho começa, efetivamente, com esta pequena introdução onde apresentarei, de


forma sucinta, os conteúdos e a maneira como serão abordados.

No desenvolvimento, é apresentada logo de início uma contextualização à primeira


parte do tema - a violência - isto é, é dada uma pequena definição do que é a violência no geral
e quais as formas que pode assumir bem como a maneira como se manifestam esses
diferentes tipos de violência. Posteriormente, é referida, então, a violência num contexto mais
particular, neste caso, no desporto.

É também apresentado o segundo conceito do tema - o espírito desportivo – e é dada


uma possível definição e os valores que engloba.

Nos dois parágrafos seguintes são referidos, respetivamente, os objetivos principais do


fair-play ou espírito desportivo e do desporto. São também apresentados em tópicos as
formas como se manifesta o fair-play.

Após esta primeira parte do trabalho, mais teórica e conceptual, passa-se então para
situações mais concretas da nossa sociedade. Com isto, são introduzidos os interesses sociais,
económicos e políticos no desporto. Para cada um destes interesses, é dada uma definição da
forma como influenciam positivamente estes aspetos (sociedade, economia e política), no
entanto, depois disso são referidos exemplos gerais e/ou particulares em que, por algum
motivo, se sobrepõem aos valores éticos e retiram o espírito desportivo ao desporto. Como
anexo, para complementar as situações descritas, é mostrado um pequeno excerto em
fotografia de notícias que comprovam o que foi referido, cujo link para a notícia completa se
encontra na webgrafia. Além disso, é também referida uma outra situação que pretende
demonstrar que estes interesses, por vezes, estão interligados e que existem muitos outros
interesses para além destes três abordados.

O trabalho termina com uma conclusão, onde será feita uma pequena síntese das
ideias fundamentais do mesmo, bem como as conclusões retiradas com a realização do
trabalho.

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1. Violência vs. Espírito Desportivo
Violência, num contexto geral, é o uso intencional da força e/ou do poder contra
alguém do qual resultem ou haja grande probabilidade de resultar ferimentos ou danos, quer
sejam físicos quer psicológicos e até mesmo morte. Ao contrário do que erradamente, às
vezes, se pensa, a violência não tem de ser necessariamente física, pode ser gestual,
verbal/moral e psicológica.

De uma forma muito sucinta, a violência física diz respeito às próprias agressões
físicas; a violência gestual compreende gestos obscenos e com mau significado implícito; a
violência verbal ou moral relaciona-se com insultos e gritos ofensivos, e a psicológica prende-
se com as ameaças, intimidação e humilhação.

A violência está também, infelizmente, muito presente no desporto. Na verdade,


acredita-se que a violência no desporto já exista desde a antiguidade, nos Jogos Olímpios na
Grécia Antiga. Embora o conceito de desporto seja incompatível com o termo violência, o facto
é que, por vezes, eles estão demasiado ligados.

Em determinadas situações, o desporto apresenta-se associado a conflitos que


degeneram, algumas vezes, em atos de extrema gravidade que ultrapassam fronteiras e que
mundializam a necessidade de adoção de atitudes e a criação de regulamentos comuns que
salvaguardem a universalidade do desporto e a segurança das pessoas que, integradas em
permanentes movimentos de populações, se deslocam para acompanhar as grandes
competições desportivas.

Em contrapartida, em total oposição à violência no desporto, surge o espírito


desportivo, ou, em inglês, o chamado fair-play. O espírito desportivo é um termo difícil de
definir. Para alguns, pode significar respeitar o adversário, para outros em não utilizar meios
desleais para ganhar. No entanto, é consensual que envolve dimensões como lealdade,
honestidade, aceitação das regras, respeito e cooperação, igualdade de oportunidades, entre
outros.

O objetivo principal do fair-play é que todos os atletas ou praticantes de uma


determinada modalidade se empenhem no jogo, cumprindo todas as regras e ainda
apresentem uma conduta de acordo com os padrões éticos, morais e sociais.

Um dos objetivos do desporto é o contributo para a cidadania e a integração de


pessoas/comunidades de vários países. Para que tal aconteça, é necessário que haja espírito
desportivo, uma vez que é preciso haver esforço competitivo e respeito para com todos os
participantes, de forma a que se sintam integrados. Muito resumidamente, é importante que
todos possam retirar benefícios da sua prática, tendo de obedecer a regras.

Como se manifesta o espírito desportivo:

 Pela adesão, sem protesto, aos regulamentos que ditam a prática desportiva;
 Pela aceitação, sem contestação ou discussão das decisões do árbitro;
 Pela vontade de jogar para ganhar, objetivo principal e essencial, no entanto,
sem nunca recorrer a meios não permitidos.
 Respeito pelos companheiros de equipa e adversários em todas as situações,
independentemente de ganhar ou perder.

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2. Interesses no desporto
Não obstante, infelizmente, há alguns motivos que, por vezes, se sobrepõem a estes
valores éticos e levam a que as pessoas não respeitem as regras, percam o fair-play, e até
mesmo a que pratiquem a violência no desporto.

2.1. Interesses sociais


Um exemplo disso são os interesses sociais e, no que toca a isto, temos diferentes
pontos de vista para o desporto. O desporto regular tem vantagens, quer seja ao ar livre ou
não, a nível da saúde física e mental de quem o pratica e não tem qualquer outro interesse
extra. Porém, temos também o ponto de vista do atleta. Quando surge uma competição, o
atleta vê-se, por vezes, divido entre o fair-play e o querer tanto ganhar que não olha a meios
para atingir o fim. Nestes casos, um espírito demasiado competitivo pode levar a que o atleta
não tenha, efetivamente, espírito desportivo. Do ponto de vista do espetador, quando o
mesmo sabe apreciar o momento de forma serena e cumpridora, o espetador não só assiste a
um espetáculo cultural e tem um passatempo agradável como também cria um ambiente de
apoio aos jogadores. Todavia, “tudo o que é demais acaba por ser mau”, e estes mesmos
adeptos que inicialmente foram apoiar a equipa, motivados pelo fanatismo, pelo mau perder,
pela confusão que se cria, envolvem-se, muitas vezes, em confrontos e discussões com as
outras claques, equipas, árbitros e até mesmo outros jogadores. Neste caso, quem não
respeita o fair-play e parte para a violência são os adeptos. São também estes mesmo adeptos
que, muitas vezes, motivados pelo nacionalismo ou pela raiva, insultam jogadores (violência
verbal) de outras etnias levando então ao racismo, tantas vezes abordado em contexto
desportivo.

Imagem 1 - Violência entre claques

2.2. Interesses económicos


Temos também os interesses económicos. O desporto, como é de conhecimento geral,
mobiliza muito dinheiro, principalmente quando se trata de uma grande competição.
Evidentemente, este dinheiro é muito proveitoso quer para a economia nacional e global
como para as próprias equipas, no entanto, é preciso muita disciplina para se saber lidar com
tantos milhões, uma vez que deixar-se corromper pelo dinheiro é muito fácil. Quando os
clubes estão cientes do dinheiro que ganhavam se conquistassem o primeiro lugar, por vezes,
não só são mais motivados pelo interesse monetário do que pela vontade saudável de ganhar,
perdendo, de certa forma, o fair-play como também, cometem fraudes e tentam ganhar

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injustamente, subornando, por exemplo, os árbitros. Mais uma vez, o desporto, por si só, é
muito bom para a economia, dá emprego a muita gente e move muito dinheiro, porém,
quando as pessoas se deixam levar pelos interesses económicos e desvalorizam as questões
éticas, perdem o espírito desportivo e corrompem o nome do desporto, afinal, desporto não é
dinheiro!

Imagem 2 - Corrupção no desporto

2.3. Interesses políticos


Os interesses políticos podem também ter uma certa influência no desporto. O
desporto, apesar de não estar diretamente ligado à política, também é muito benéfico para
esta, visto que é um dos principais meios de divulgação de uma cultura e é uma ótima forma
de se mostrar o país aos outros. Contudo, os dirigentes políticos, por vezes, não são imparciais
e tomam medidas que favorecem uma determinada equipa, levando a um enorme sentimento
de revolta e injustiça por parte do clube e adeptos afetados, que, por sua vez, têm atitudes de
protesto e violência. Um outro exemplo é, numa situação muito atual, o confinamento. Com as
medidas tomadas neste último confinamento, muitos desportos ficaram prejudicados em
relação a outros. Por exemplo, enquanto o futebol continua até em competições mundiais,
muitos desportos viram-se obrigados a parar por completo. O mesmo acontece dentro do
mesmo desporto com equipas de alta e baixa competição. Os interesses políticos
sobrepuseram-se e não foram tomadas medidas imparciais o que, vai contra um dos ideais do
espírito desportivo, a justiça e igualdade de oportunidades.

Imagem 3 - Desporto no confinamento

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É óbvio que estes interesses na maioria dos casos não são independentes. Por
exemplo, um atleta que use doping, uma substância ilícita no desporto que melhora o
desempenho físico, pode ser motivado por interesses sociais, como por exemplo o querer
ganhar, interesses económicos, pelo prémio monetário que iria receber, e até mesmo
psicológicos, para se sentir mais capaz ou igual a outros.

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Conclusão
Para terminar, farei uma pequena síntese das ideias fundamentais retiradas com a
elaboração deste trabalho.

Para além de ter ficado mais claro o que era a violência e sobre que formas se pode
manifestar, que uma vez mais, como já foi referido acima, não é apenas fisicamente, também
fiquei a conhecer que a violência no desporto já está presente desde há muitos séculos, ao
contrário do que considerava. Claro que devemos sempre tentar corrigir e mudar isso, visto
que estar presente desde a Antiguidade não significa de todo que seja correto.

Efetivamente, e apesar de existirem comportamentos que não respeitem isso, o


desporto e a violência são completamente opostos. Durante a pesquisa, descobri imensas
associações desportivas que defendem causas e ideais que respeitam todas as questões éticas,
mesmo que as pessoas tenham essas atitudes inadequadas. Um exemplo é a UEFA, cujo um
dos lemas é “Not to Racism”. Isto comprova, uma vez mais, que o desporto em si não é o
problema, mas sim a sociedade e, como tal, devemos procurar corrigir.

Foi explorado também o conceito de espírito desportivo ou fair-play, antónimo de


violência no desporto, e que devemos sempre respeitar. Ter espírito desportivo assenta em
valores como respeito, justiça, cooperação, honestidade, valores que devemos ter presentes
não só no desporto como também na nossa vida, uma vez que um dos principais objetivos do
desporto e do fair-play é incutir-nos esta cidadania.

Foram referidos os interesses políticos, económicos e sociais no desporto e, uma ideia


fundamental de se salientar é que, apesar, de todas as fraudes e corrupções, o desporto em si
é algo que só acarreta vantagens.

Concluo dizendo que, devemos respeitar sempre o espírito desportivo para não
corrompermos o nome do desporto e ter sempre presente que, os meios não justificam o fim
quando falamos de atitudes desrespeitosas só para ganhar.

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Webgrafia
https://pt.slideshare.net/713773/violncia-vs-esprito-desportivo

https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/rixa-entre-adeptos-existem-elementos-dentro-das-
claques-com-comportamentos-criminosos/5ec2662f0cf29545b571b46e

https://observador.pt/2021/01/13/como-vai-ser-o-desporto-futebol-profissional-e-1-a-
divisao-das-modalidades-continuam-formacao-volta-a-parar/

https://bancada.pt/artigos/portugal/rui-pinto-queixa-se-de-arbitros-corruptos-que-
perpetuam-a-impunidade

https://prezi.com/p/nznplsmgitas/os-interesses-sociais-economicos-e-politicos-no-desporto/

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