Paisagismo & Jardinagem - Ed. 173 - Setembro2021

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1 capa PJ173-94.

qxp_1 capa PJ 09/09/2021 17:41 Página 1

Sálvia
Conheça os encantos de uma das plantas
mais cultivadas em todo o mundo

Ervas daninhas
Identifique e combata essas verdadeiras pragas! Valorize
o seu jardim
Jardim Botânico de Porto Alegre com o uso de
Um legítimo representante da flora gaúcha
esculturas
03 Editorial BB 02.12.08 10:16 Página 3

EDITORIAL

Paisagismo & Jardinagem encerra a série de reportagens sobre os


jardins botânicos brasileiros com o Jardim Botânico de Porto Alegre,
capital do Rio Grande do Sul. Confira a beleza e todo o trabalho desen-
volvido por essa entidade que está comemorando seus 50 anos. [2] [2]

A vivacidade e o colorido das plantas ainda podem ser apreciados na


matéria sobre espécies de Salvia. Comumente utilizadas, suas belas e cha-
mativas flores podem criar verdadeiros pontos de destaque no jardim.
Além da contribuição das plantas, a área verde também pode con-
tar com a beleza de esculturas. Profissionais explicam como escolher as
peças mais adequadas e ainda dão dicas para evitar erros. Mas se o jar- [1] [2]

dim está feio por causa da proliferação de ervas daninhas, veja nas pró-
[1] Tatiana Villa e [2] Divulgação

ximas páginas como contê-las ou mesmo evitá-las.


Fotos no sentido horário: Alexandre
Fabbri, Eliane Falanga, Celso
Bergamasco e Jeane Calderan e
Roberto Riscala. Profissionais res-
ponsáveis pelos projetos paisa-
gísticos desta edição

Paisagismo & Jardinagem*3


04 I?ndice:Layout 1 28.11.08 15:17 Página 4

ÍNDICE
SEÇÕES REPORTAGENS
26 ALEXANDRE FABBRI
14 MEIO AMBIENTE
Como garantir a impermeabilização Diretores
Luiz Fernando Cyrillo
de recursos paisagísticos Renato Sawaia Sáfadi
sem agredir a natureza
FALE CONOSCO
16 JARDINAGEM Atendimento em geral:
[email protected]
Evite a proliferação de 34 ELIANE FALANGA Dúvidas, críticas e sugestões:

ervas daninhas no jardim [email protected]


Nossos produtos em seu ponto de venda:
[email protected]
18 PLANTE UMA IDÉIA WhatsApp (11) 99748-4778

Esculturas podem deixar Esta é uma publicação da CASADOIS EDITORA, CNPJ


a área verde ainda mais bonita 00.935.104/0001-98. Ninguém está autorizado a representar
o nome da revista sem a apresentação do crachá da editora

40 CALUX JARDINS e/ou carta assinada pela diretoria. Não é permitida a repro-
dução total ou parcial das matérias, das fotos ou dos textos
publicados, exceto com autorização da CasaDois Editora. Os
artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da
revista. A editora não se responsabiliza por informações ou
teor dos anúncios publicados.
IMPRESSO NO BRASIL.

22 PLANTA DO MÊS A CasaDois Editora não contrata serviços de terceiros


A versatilidade das espécies de sálvia para cobranças ou qualquer outro trabalho administra-
46 ROBERTO RISCALA tivo-financeiro. Todos os contatos são feitos pelos nossos

50 PERFIL departamentos. Qualquer dúvida ligue para (11) 2108-9000


ou mande e-mail para [email protected]
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Alexandre Galhego conquistou PUBLICAÇÕES DA
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reconhecimento no mercado ARTESANATO: Arte com as Mãos Appliqué, Bolos Decora-
dos, Bonecas de Pano, Bonecas de Pano Bichos, Bonecos
de Feltro, Capitonê, Cupcake, E.V.A., Feltro, Fuxico, Fuxico
com Feltro, Panos de Prato, Ponto Cruz e Crochê, Tapeça-
ria, Tricô Bebê, Unhas Decoradas, Arte e Artesanato, Deco-
ESPECIAIS ração de Natal Especial, Fuxico Passo a Passo, Guia Arte
54 JARDIM BOTÂNICO com as Mãos, Guia Arte e Artesanato, Guia da Mamãe Cro-
chê Baby, Guia da Pintura e Tela Passo a Passo. ARQUITE-
DE PORTO ALEGRE TURA E DECORAÇÃO: Construir, Construir Especial
O trabalho e a beleza desse Banheiros, Construir Especial Cozinhas, Construir Especial
Quartos, Construir Especial Salas, Construir Rústicas, Deco-
parque que comemora 50 anos ração de Interiores Varandas e Espaços Gourmets, Guia
Construir Casas Rústicas, Guia Construir Melhores Ideias Ba-
nheiros e Cozinhas, Guia de Modelos de Piscinas e Piscinas
& Churrasqueiras. DECORAÇÃO DE FESTAS: Decoração
de Festas Infantis, Guia de Decoração de Festa de Casa-
mento e Guia de Decoração de Natal. GASTRONOMIA E
CULINÁRIA: Cake Design, Cake Design Cupcakes, Coleção
Delícias da Cozinha, Culinária Fácil Bolos, Guia da Cerveja,
Guia de Decoração de Festas Infantis Bolos, Guia de Degus-
tação de Cervejas e Guia de Delícias Festas de Aniversário.
70 PELO MUNDO JARDINAGEM E PAISAGISMO: Coleção Cultivo de Orquí-
deas, Como Cultivar Orquídeas, Guia Como Cultivar Orquí-
O moderno deas para Iniciantes, Guia da Jardinagem, Guia de
edifício japonês Orquídeas, Guia Sítio & Cia - Horta & Pomar, Jardins em Pe-
quenos Espaços e Paisagismo & Jardinagem. PROJETO E

72 GUIA DE CONSTRUÇÃO: Casas de 50 a 90 m², Construção do Co-


meço ao Fim, Guia Construir Drywall, Guia Construir Econo-
PLANTAS mize Água, Guia Construir Iluminação, Guia Construir Portas

80 CONTATOS e Janelas de PVC, Guia Construir Reforma, Guia de Projetos

82 OPINIÃO
para Construir, Manual da Piscina, Melhores Projetos e Pro-
jetos de 100 a 200 m². SAÚDE: Coleção Guia Saúde Hoje e
com Luiz Felipe Sempre e Saúde Hoje e Sempre.

Rudge Leite

4*Paisagismo & Jardinagem


14-15 Meio Ambiente+An 26.11.08 17:03 Página 14

MEIO AMBIENTE

Um projeto paisagístico, muitas vezes, apresenta alguns elementos


que o complementam e o diferenciam, por exemplo, espelhos d’água,
lagos, fontes e floreiras. Tais estruturas acrescentam atrativos à área ver-
de, contudo, durante sua implantação, é preciso realizar determinados
procedimentos que garantam sua conservação e beleza.
A impermeabilização é um deles, pois evita que vazamentos e infil-
trações arruínem os recursos paisagísticos e até mesmo a arquitetura da
residência. Porém, tão importante quanto proteger sua casa e seu jardim
de problemas como esses, é assegurar que a natureza não será prejudica-
da com a aplicação de produtos agressivos. Por isso, buscar métodos eco-
logicamente corretos de impermeabilizar esses elementos é uma forma de
proteger o meio ambiente e também a saúde das plantas.

A IMPORTÂNCIA DE IMPERMEABILIZAR E PRESERVAR


Segundo Anderson Mendes de Oliveira, engenheiro civil e coorde-
nador de desenvolvimento de mercado da Lwart, empresa fabricante de
impermeabilizantes entre outros produtos, de Lençóis Paulista, SP, esse
é um procedimento que deve ser feito em áreas sujeitas à penetração de
umidade. “Locais como jardineiras, floreiras e espelhos d’água devem
ser impermeabilizados na base e nas paredes laterais para evitar que a
estrutura seja danificada. Além disso, a forma como impermeabilizar
pode variar em função das dimensões do jardim, da profundidade do
local ou até mesmo da planta a ser cultivada”, acrescenta.
AengenheiraquímicaMariaAméliaSilveira,daViapolImpermeabilizantes,
de Caçapava, interior paulista, diz que para uma boa impermeabilização
devem ser observados alguns fatores. “É necessário escolher um material
de qualidade e que atenda aos requisitos da obra; realizar o correto prepa-
ro da superfície; trabalhar com mão-de-obra habilitada para desempenhar
a tarefa; e proteger a camada impermeabilizante.”
Após todo o procedimento, Oliveira conta que é feita a proteção
mecânica com uma camada de cimento e de areia aplicada sobre a imper-
meabilização, que tem o objetivo de resguardá-la contra intervenções
superficiais, por exemplo, manutenção do jardim e troca de plantas.
“Existem diversos materiais que podem ser utilizados, sendo variá-
IMPERMEABILIZANTES veis em função das características de cada ambiente. A matéria-prima
dos produtos asfálticos usados para esses processos é o CAP, um deri-

VERDES
vado do petróleo. É o mais ecológico deles, pois seu manuseio não exi-
ge queima, evitando a contaminação do solo”, aponta.
Ainda segundo o coordenador de desenvolvimento da Lwart, os mate-
riais produzidos pela empresa são obtidos a partir dos subprodutos do
refino do petróleo, ou seja, as sobras que seriam descartadas no meio
Como eles podem cooperar ambiente são reaproveitadas na fabricação de impermeabilizantes.
com o meio ambiente A Viapol utiliza o mesmo procedimento. Além disso, a empresa tam-
bém desenvolve produtos menos agressivos à natureza. “Todo o proces-
Texto Roberta Benzati Ilustração Ricardo Dantas so de impermeabilização exige uma primeira demão de tinta de impri-

14*Paisagismo & Jardinagem


14-15 Meio Ambiente+An 26.11.08 17:03 Página 15

Quer ideias?
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mação, também conhecida como camada de ‘primer’. Ela é a pintura


asfáltica inicial feita sobre a superfície de argamassa que vai receber a
impermeabilização com manta ou com produtos asfálticos aplicados em
demãos sucessivas. A Viapol desenvolveu esse material sem uso de sol-
ventes que poderiam prejudicar o meio ambiente”, esclarece Maria Amélia.
A empresa também elabora outros produtos à base de água, que,
além de não afetarem a natureza, não prejudicam a saúde daqueles que
permanecem em contato com os impermeabilizantes. “As mantas asfál-
ticas não emitem vapores e são feitas com uma parcela de material reci-
clado e insumos regionais, gerando menor impacto ambiental, ao con-
trário daqueles que contêm uma grande porção de solventes e ele-
mentos químicos, contribuindo para a diminuição da camada de ozô-
nio”, afirma a engenheira química.
Oliveira conta que outra técnica que vem garantido a presença do
verde e cooperando com o meio ambiente, é a impermeabilização de
coberturas para a implantação de jardins sobre elas. “As chamadas cober-
turas verdes são, de maneira geral, um aproveitamento de espaços que
até pouco tempo eram utilizados apenas como proteção da habitação
(telhados e lajes) e se transformaram em locais de grande utilização, seja
estética ou funcional.”
Para Maria Amélia, é primordial buscar formas de preservar a natu-
reza através da fabricação de produtos eficientes e adequados às neces-
sidades do consumidor. “Materiais sem qualidade resultam em perdas,
pois obrigam os clientes a refazerem as impermeabilizações, o que gera
mais gastos e maior descarte de materiais. Portanto, é importante pes-
quisar soluções que tornem esse planeta um lugar aprazível para nossa
geração e as futuras também.”
Mais do que manter a beleza dos jardins e da arquitetura, os imper-
meabilizantes também podem ajudar na conservação da natureza. Buscar
maneiras menos prejudiciais e pesquisar elementos de menor impacto
ambiental são ações conscientes de empresas que se preocupam com o
futuro da Terra.

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O impermeabilizante da Lwart indicado para a aplicação em
jardins é o Lwarflex Manta Agro, específico para floreiras e jar-
dineiras. Neste segmento, a Viapol trabalha com o Ecoprimer,
à base de água, e as mantas Torodin e Premium Antiraiz, indi-
cadas de acordo com o tamanho e a estrutura da jardineira ou PARA ADQUIRIR
da floreira a ser impermeabilizada.
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16-17 Jardinagem 25.11.08 10:41 Página 16

JARDINAGEM

camuflada
Existem espécies que podem ser
competitivas e impedir o desenvolvimento
adequado das demais plantas do jardim
Texto Renata Putinatti

E
las surgem despretensiosamente e até parecem inofensivas. Contudo, em pouco tempo se
alastram e são capazes de arruinar um belo jardim. Não se trata de insetos ou doenças,
mas das ervas daninhas.
Teoricamente, qualquer espécie que ocorrer em local ou momento indesejado, interferindo
negativamente no paisagismo ou na jardinagem, pode ser chamada de daninha. O engenheiro
agrônomo e paisagista Mauro Contesini, proprietário da The Gardener Place, de Vinhedo, SP,
exemplifica: “Ao surgirem várias mudas de alface (Lactuca sativa) na área verde, podemos consi-
derá-las invasoras, uma vez que sua presença não é esperada.”
A lista de plantas popularmente conhecidas como mato e que são muito temidas por se alas-
trarem é extensa: tiririca (Cyperus rotundus), caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus), caruru-
roxo (Amaranthus hybridus), bredo (Amaranthus sp), carrapicho-rasteiro (Acanthospermum aus-
trale), picão (Bidens pilosa), falsa-serralha (Emilia sonchifolia), almeirão-do-campo (Hypochoeris
brasiliensis), dente-de-leão (Taraxacum officinale), corda-de-viola (Ipomea hederifolia), mostar-
da (Brassica rapa), tiririca-amarela (Cyperus esculentus), junquinho (Cyperus ferax), quebra-pedra
(Phyllanthus tenellus), mamona (Ricinus communis), capim-braquiária (Brachiaria decumbens),
capim-quicuio (Pennisetum clandestinum), guanxuma-branca (Sida glaziovii), trevo-azedo (Oxalis
latifolia), entre outras. Em comum, todas são rústicas, agressivas e competem com as orna-
mentais por água, nutrientes e luminosidade.
De acordo com José Roberto Antoniol Fontes, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa
Amazônia Ocidental, de Manaus, AM, existem diferentes maneiras dessas plantas aparecerem. A
mais comum é estar no local antes mesmo da implantação do jardim. “Há casos de sementes de
daninhas que podem permanecer viáveis no solo por longos períodos e até anos. Também é pos-
sível a contribuição de animais, principalmente pássaros, e do próprio homem, ao introduzi-las
por meio de mudas e propágulos (sementes, estolões, tubérculos, etc).” Outra forma de dissemi-
nação é através da contaminação de substrato ou terra com sementes levadas por vento, chuva e
maquinário ou ferramenta agrícola.
Embora impedir seu aparecimento seja difícil, existem maneiras de evitá-lo, como realizar
Tatiana Villa

a limpeza do local, retirando as invasoras antes do período de plantio definitivo das orna-
mentais; fazer a coibição durante seu desenvolvimento, em especial, quando as sementes come-

16*Paisagismo & Jardinagem


16-17 Jardinagem 03.12.08 18:07 Página 17

çam a germinar; adquirir substratos e mudas somente em empresas certificadas e com controle
de ervas daninhas; manter as ferramentas e os maquinários sempre asseados; e observar vege-
tais com grande capacidade de produzir sementes, por exemplo, aqueles pertencentes à famí-

Tarso Figueira
lia Asteraceae, como margarida (Chrysanthemum leucanthemum) e girassol (Helianthus laeti-
florus), além dos que se disseminam por rizomas e tubérculos (caules subterrâneos), como tra-
poeraba (Commelina erecta).
No entanto, se já foi detectada sua presença na área verde, alguns métodos podem ser apli-
cados para diminuir sua incidência. “A erradicação de ervas daninhas é, na maioria das vezes, one-
rosa e tecnicamente inviável. O melhor é adotar medidas para uma convivência harmoniosa, seguin-
do recomendações de um profissional”, ressalta Fontes. Ele ainda lembra que o controle manual
– seja com as mãos ou ferramentas – antes da fase de produção de sementes é fundamental para
reduzir a infestação.
Contesini afirma que a contenção pode ser feita com herbicidas, desde que tenha orientação
de um especialista qualificado e cuidado para não matar as outras plantas. “Um procedimento
pouco utilizado, mas muito benéfico, é o uso de inimigos naturais que limitam o crescimento das

José Roberto A. Fontes


invasoras. Também existem as barreiras físicas, que consistem em fogo, inundação, cobertura
morta, entre outras.”

PRÓS E CONTRAS
Além do dano estético, pois um jardim infestado por ervas daninhas não cumpre seu papel
de embelezamento e harmonização, as daninhas prejudicam as outras plantas devido à competi-
ção exercida na absorção de água e nutrientes minerais existentes no solo e na busca pela lumi-
nosidade. “O resultado desta intervenção é o crescimento e o desenvolvimento das ornamentais
abaixo do desejado”, resume o pesquisador da Embrapa.
Segundo o engenheiro agrônomo e paisagista de Vinhedo, por serem mais rústicas, agüen-
tam interferências climáticas, como estresse hídrico e altas temperaturas, crescendo de forma
mais agressiva que os outros exemplares da área verde. “Também competem pelo adubo incor-
porado à terra, roubando nutrientes que deveriam alimentar as ornamentais; disputam espaço

José Roberto A. Fontes


no solo, podendo sufocar os outros vegetais e levá-los à morte; e ainda podem hospedar insetos
nocivos e doenças.”
Os dois profissionais revelam que algumas espécies de invasoras são consideradas tóxicas
quando ingeridas, causando intoxicação, alergia, manchas na pele e até cegueira. E existem aque-
las que podem ocasionar machucados, pois têm espinhos.
Mas, elas não são responsáveis somente por transtornos, determinadas variedades oferecem
benefícios. “Podem favorecer na fixação de nitrogênio no solo e servir como plantas repelentes
de alguns insetos ou como iscas naturais no caso de ataques de doenças e pragas. Outras possuem
princípios ativos utilizados na fabricação de cosméticos e remédios e ainda têm espécies usadas
em chás e saladas, como quebra-pedra e serralha (Sonchus oleraceus)”, diz Contesini.
Outra vantagem apontada por Fontes é atrair polinizadores que também visitam as flores das
ornamentais, uma vez que existem daninhas que produzem floradas vistosas, por exemplo, cor-
da-de-viola, mentrasto (Ageratum conyzoides) e capim-favorito (Rhynchelytrum repens), que são
empregadas na composição de cercas-vivas, caramanchões, canteiros e vasos.
José Roberto A. Fontes

Por apreciarem as mesmas condições ambientais da vegetação em geral, torna-se difícil con-
trolar o aparecimento das invasoras nos jardins. Somado a isso, elas são mais resistentes e se
adaptam facilmente a situações extremas, como mencionado anteriormente. Mas, é bom ficar
de olho nas épocas de chuva, pois o contato com a água dá início à germinação das sementes.
Outro momento crítico é durante a adubação, quando o solo é revolvido, criando uma cir-
cunstância favorável para o surgimento de novas mudas. Por isso, sempre vale a pena cuidar e
observar a área verde. 
José Roberto A. Fontes

De cima para baixo: dente-de-leão,


dormideira, leiteiro, trapoeraba e caruru
18-21 Plante uma ideia 27.11.08 18:06 Página 18

PLANTE UMA IDÉIA Texto Renata Putinatti

Projeto paisagístico Roberto Riscala Foto] Evelyn Müller


P
or mais que o projeto paisagístico seja uma perfeita moldura ver-
de da arquitetura, existe sempre uma maneira de personalizá-
lo e deixá-lo com o estilo e o jeito do proprietário. Esculturas
dispostas no jardim são uma excelente forma de imprimir essa caracte-
rística e mostrar muita originalidade.
“Elas valorizam o paisagismo e o paisagismo as valorizam. Para uti-
lizá-las é preciso apenas bom gosto e bom senso, pois devem estar em
harmonia com as cores, as plantas e o projeto”, afirma Daniela Sedo,
arquiteta paisagista, de São Paulo, SP.
De acordo com Pedrinha Parisi, arquiteta paisagista, da capital pau-
lista, esses objetos também têm a finalidade de despertar a atenção e a
sensibilidade de quem os visualiza. Por isso, seu caráter é ilimitado:
“Podem ter referências históricas, folclóricas ou apenas estéticas”, acre-
dita a profissional.

APOSTA CERTA
Ainda que a área verde ganhe um toque especial com a presença des-
sas peças, é importante ter prudência ao usá-las e considerar as dimensões
do ambiente. “Não abuse da sua utilização, a menos que o espaço seja real-
mente extenso e seja possível criar vários pontos focais ao longo do per-
curso. Também vale ter cuidado quanto à proporção: um elemento muito
pequeno em um local amplo tende a desaparecer e, em contrapartida, uma
escultura grande em um lugar menor ‘pesa’ no visual”, explica Pedrinha.
Daniela acrescenta que os jardins com mais de 100 m2 podem receber
objetos maiores, desde que em consonância com a quantidade de vegeta-
ção. Já em espaços de estar, ela recomenda que tenham porte reduzido.
Os recantos onde a peça pode ser colocada são bastante variados: em
meio ao gramado, próximo à piscina, fazendo combinação com vasos,
no jardim de inverno, ao redor de canteiros, entre outros. “Quando o
paisagismo é tropical, gosto de dispô-la sobre uma estaca de modo que
fique pouco acima do nível da vegetação. Isso faz parecer que ela está
levitando”, diz Daniela. Ela ainda aconselha uma brincadeira com a volu-
metria usando as plantas e o objeto. “Mas não use escultura baixa com
espécies altas, porque ela perde o significado.”
Para assegurar que ganhe realce na área verde, Pedrinha ensina que
o melhor efeito no entorno é utilizar um fundo vegetal de cor neutra e

CENÁRIO
de textura relativamente uniforme e, na base, elementos rasteiros como
seixos, grama e forrações. “Reserve um local de destaque logo na entra-
da do jardim ou crie um ambiente de estar íntimo para apreciá-la enquan-
to descansa”, sugere.

enriquecido TODOS OS DETALHES


Mármore, pedra-sabão, granito polido, aço-inox, aço-galvanizado,
alumínio, pedra, vidro, aço-corten, ferro, cerâmica, madeira, argila, cobre,
bronze, concreto, fibra de vidro... A lista de matérias-primas para pro-
Com criatividade e bom duzir escultura é longa. A escolha do material vai depender do gosto e

gosto, as esculturas valorizam do estilo do usuário.


O formato também é bastante variado, desde estátua, Buda, formas
o paisagismo e tornam geométricas, configurações modernas, madeira esculpida, desenhos de
animais e até mesmo uma topiaria bem trabalhada. “Se a pessoa quer um
o ambiente diferenciado objeto decorativo, mas não conseguiu definir a figura, é importante con-
sultar um artista plástico”, diz Daniela.

18*Paisagismo & Jardinagem


18-21 Plante uma ideia 02.12.08 09:09 Página 19

Entretanto, as duas profissionais recomendam não se empolgar com

Projeto paisagístico Marcelo Fasal


anões, branca de neve e peças temáticas, pois não valorizam a área ver- PARA SE ORIENTAR
de. “Nada impede que sejam utilizadas esculturas lúdicas em um espa- Todos os estilos de jardim

Foto Patrícia Cardoso


ço para crianças”, salienta Pedrinha. podem receber esculturas,
Para não errar, Daniela afirma que, ultimamente, as metálicas de aço- sendo assim, Pedrinha pre-
corten – coloridas ou não – estão sendo muito empregadas. “Elas com- parou algumas dicas que
binam com tudo”, assegura. vão ajudar na hora de escolher as mais adequadas.
A tonalidade é outro item que precisa ser observado. Em um jardim • CLÁSSICO: com formas geométricas e simetria, combina com
onde o verde é predominante, vale apostar em elementos nas cores ver- sebes (barreiras verdes) topiadas, estátuas de mármore e
melha, amarela e branca. A preta é muito interessante, desde que tenha bronze e fontes.
tamanho grande. Já materiais como mármore, inox, madeira e alumínio • ROCHOSO OU DESÉRTICO: o clima árido, com pedras, cactáceas
têm coloração própria e não precisam ser pintados. e suculentas, remete ao estilo rústico que está em harmo-
Contudo, a principal característica da peça deve ser a resistência às nia com peças de argila, madeira e aço-corten.
intempéries, uma vez que fica exposta ao sol, à chuva, à poluição, etc. • ORIENTAL: cheio de simbolismo, tem a presença obrigatória de
Por isso, é importante adquirir produtos adequados para ambientes exter- alguns elementos, como as lamparinas e os totens de pedra.
nos e que tenham recebido tratamento para suportar a ação do tempo. • TROPICAL: recria a mata natural e é bastante informal o que
Sua manutenção é muito simples, basta limpar e, quando necessário, deixa absorver qualquer estilo de objeto.
polir. Em esculturas de pedra rústica pode aparecer lodo e, se isso acon- • CONTEMPORÂNEO: seu perfil livre e com linhas clean integra o
tecer, é só passar uma escova delicadamente para não deteriorar o objeto. jardim à arquitetura, não havendo rigidez na forma e inspiran-
Daniela finaliza lembrando da importância da base. “Ela tem que ser do a utilização de esculturas de desenhos retos e simples de
própria para ficar no chão e pode ser de cimento ou de concreto. Quando materiais variados. Mas, pela plasticidade e compatibilidade
não é bem projetada, pode danificar a escultura. Outro detalhe é definir com a leitura moderna, o aço é um grande protagonista.
se a base será fixa ou móvel.”

Projeto paisagístico Irene Cisneros Fotos Evelyn Müller AS ESCULTURAS PODEM SER FEITAS DE
MUITOS MATERIAIS, DESDE QUE SEJAM
PREPARADOS PARA SUPORTAR A AÇÃO
DO TEMPO. NÃO EXISTE UMA REGRA A
RESPEITO DA MELHOR FIGURA PARA
Projeto paisagístico Roberto Riscala Foto Evelyn Müller

ORNAMENTAR O JARDIM, MAS É PRECI-


SO QUE ELA COMPONHA HARMONICA-
MENTE COM A VEGETAÇÃO E TRANSMI-
TA O ESTILO DO PROPRIETÁRIO DO IMÓ-
VEL. TAMBÉM NÃO HÁ O LOCAL MAIS
INDICADO, PORÉM, POR SE TRATAR DE
UM DIFERENCIAL, É RECOMENDADO QUE
O OBJETO ESTEJA BEM VISÍVEL
Projeto paisagístico Raul Pereira Foto Patrícia Cardoso

Projeto paisagístico Sonia Infante Foto Edu Castello

Projeto paisagístico Raul Pereira Foto Evelyn Müller

Paisagismo & Jardinagem*19


22-25 Planta do Mes 26.11.08 17:40 Página 22

PLANTA DO MÊS

22*Paisagismo & Jardinagem


22-25 Planta do Mes 26.11.08 17:40 Página 23

VIBRANTE 

As qualidades de espécies
de Salvia comumente
cultivadas em todo o mundo
Texto Roberta Benzati Fotos Tatiana Villa

R
usticidade, colorido vibrante e excelente desempenho no jardim.
Por reunir todas essas qualidades, a sálvia, particularmente a espé-
cie Salvia splendens, é uma das plantas mais cultivadas no Brasil
e também no mundo. Originária da América do Sul, é nativa de países como
Paraguai, Argentina, México e Brasil. Contudo, a Salvia farinaceae, tam-
bém conhecida como sálvia-azul, aparece comumente nas áreas verdes, ten-
do procedência do estado do Texas, nos Estados Unidos.
“Por ser nativa, a S. splendens se adapta muito bem às nossas condi-
ções, sendo necessárias somente as atenções básicas para atingir resultados
satisfatórios, o que garantirá cor e beleza aos jardins”, afirma Roberto
Berganton, engenheiro agrônomo e diretor da Ball Horticultural do Brasil
(empresa que produz e comercializa sementes, plugs, mudas, mudas in vitro
e substrato para produtores profissionais), de Holambra, SP.
Atingindo entre 30 e 80 cm, ela possui folhas ovaladas e denteadas
e flores reunidas em espigas terminais que se formam praticamente o ano
inteiro. No mercado é possível encontrar cultivares nas colorações ver-
melha, branca, rósea e roxa e com porte baixo, como a Salvia Vista Red,
que tem ótima performance.
É uma planta que apresenta resultados bastante interessantes quan-
do usada na composição de bordaduras e de grandes maciços. Deve ser
cultivada em canteiros a pleno sol, preparados com matéria orgânica e
com boa drenagem, além de precisarem de rega periódica. Geralmente,
é tratada como anual ou bienal, de acordo com o tempo do seu ciclo de
vida. Após o florescimento, a poda pode revigorá-la e torná-la perene.
Para sua multiplicação, recomenda-se a semeadura que pode ser fei-
ta em qualquer época do ano.

SÁLVIA-AZUL
A sálvia-azul ou sálvia-farinhenta (Salvia farinaceae), como o próprio
nome indica, apresenta coloração azul-arroxeada intensa, além de pos-
suir forte apelo visual. Mas também ocorre a variedade “alba”, com flo-
res brancas. As folhas são alongadas, verde-escuras e formam touceiras.
“Essa espécie é bienal e gera bons resultados em jardins implantados em
regiões subtropicais”, afirma Emerson Steinberg, engenheiro agrônomo
e paisagista, da Naturarte – Ambientes Naturais, de Campinas, SP. 

Paisagismo & Jardinagem*23


22-25 Planta do Mes 26.11.08 17:40 Página 24

A floração é bem marcante, podendo se estender por até três meses.


“As mudas formam as folhas e, depois, iniciam o florescimento. Ao lon-
go desse processo as folhas continuam a se desenvolver, porém de for-
ma menos intensa e atingem até 30 cm”, complementa o engenheiro agrô-
nomo e paisagista.
Ainda segundo ele, trata-se de uma espécie de fácil cultivo, basta
atentar para alguns detalhes na sua manutenção. “Quando utilizada em
locais de clima tropical, deve-se dar preferência ao plantio das mudas
durante o Outono para que o florescimento ocorra no Inverno e na
Primavera”, indica.
O profissional da Naturarte ainda diz que a sálvia-azul pode ser cul-
tivada em regiões subtropicais durante quase todo o ano, exceto no
Inverno, pois apresenta sensibilidade a geadas. “Já em climas tropicais
diminui sua floração no Verão devido à elevação da temperatura e fica
com as folhas amareladas.”
Adequada para bordaduras, bem como formação de maciços den-
sos, deve ser disposta em canteiros fertilizados com abundante matéria
orgânica. A multiplicação pode ser feita por sementes e por estacas no
final do Inverno.

MANTENDO-AS SEMPRE BELAS


Segundo o engenheiro agrônomo e diretor da Ball Horticultural, as
condições ideais de cultivo que asseguram o crescimento sadio e vigoroso
das espécies do gênero Salvia são solos bem estruturados e com boa aera-
ção. “Além disso, deve apresentar pH entre 5,5 e 6,2 (levemente ácido) e
boa disponibilidade de nutrientes, mas sem adubar demasiadamente a fim
de evitar o crescimento excessivo”, esclarece.
Elton Kitakawa, produtor de sálvia e proprietário do Sítio Kitakawa,
de Suzano, SP, ressalta que, para garantir uma adubação adequada, é pre-
ciso fazer uma análise do terreno onde a espécie será plantada. Além dis-
so, recomenda-se consultar um profissional especializado para que indique
a fertilização apropriada e a correção do solo, caso necessária.
Quanto à rega, deve-se manter a terra úmida, mas sem molhá-la dema-
siadamente. “É recomendável irrigação diária até o enraizamento e depois
três vezes por semana, porém sem encharcar”, ressalta Steinberg. Já a lumi- CURIOSIDADES
nosidade deve ser alta (pleno sol) para favorecer o cultivo. De acordo com o engenheiro agrônomo e diretor
Outra característica das S. splendens e S. farinaceae é a resistência ao da Ball Horticultural, na região Sul do País, a S. splen-
ataque de pragas e doenças. “Contudo, pode ocorrer incidência de pul- dens também é conhecida popularmente como alegria
gões, lagartas e ácaros, além de algumas doenças fúngicas como a podri- e alegria-dos-jardins, devido ao sentimento de felici-
dão-cinzenta, também conhecida como mofo-cinza”, afirma Kitakawa. dade transmitido pela espécie por meio das cores
Nos casos de infestação, Steinberg recomenda a retirada dos exempla- vibrantes e da delicadeza de suas flores. Além disso,
res contaminados. Berganton acrescenta que o ideal é realizar ações pre- a espécie Salvia officinalis possui propriedades anti-
ventivas como adquirir mudas de boa qualidade e observar cuidadosa das sudorífica, antiinflamatória, desinfetante e antide-
condições de cultivo, especialmente no que se refere aos tratos do solo e às pressiva. Também fornece um dos mais conhecidos
técnicas de irrigação. “Caso o exemplar esteja comprometido, é necessário temperos usados na culinária.
consultar um engenheiro agrônomo, que poderá apontar o tratamento ade-
quado com maior precisão e eficiência”, complementa o profissional. 

24*Paisagismo & Jardinagem


22-25 Planta do Mes 26.11.08 17:41 Página 25

SÁLVIA-AZUL
NOME CIENTÍFICO: Salvia farinaceae
NOMES POPULARES: sálvia-azul, sálvia-farinhenta
e sálvia
ORIGEM: Texas, nos Estados Unidos
PORTE: de 60 a 90 cm de altura
FOLHAS: opostas e de margens serrilhadas
FLORES: apresentam cálice com superfície
farinhenta, tomentosa e branco-arroxeada.
Elas se encontram aglomeradas formando espigas
CULTIVO: ideal para compor bordaduras
e maciços em jardins
SOLO: rico em matéria orgânica
e mantido úmido
CLIMA: de ameno a frio
LUMINOSIDADE: pleno sol
IRRIGAÇÃO: freqüente
DIFICULDADE DE CULTIVO: nenhuma
MULTIPLICAÇÃO: por sementes e estacas
no final do Inverno
CURIOSIDADE: ocorre a variedade “alba”,
que apresenta flores brancas

SÁLVIA
NOME CIENTÍFICO: Salvia splendens
NOMES POPULARES: sangue-de-adão,
alegria-do-jardim e sálvia
ORIGEM: Brasil
PORTE: de 30 a 80 cm de altura
FOLHAS: ovaladas e denteadas
FLORES: vermelhas, formadas quase o ano todo
e reunidas em espigas terminais. Ocorrem tam-
bém variedades brancas, róseas e roxas
CULTIVO: ideal para compor bordaduras
e grandes maciços
SOLO: rico em matéria orgânica e bem drenado
CLIMA: ameno ou quente
LUMINOSIDADE: pleno sol
IRRIGAÇÃO: periódica
DIFICULDADE DE CULTIVO: nenhuma
MULTIPLICAÇÃO: por sementes
CURIOSIDADE: é tolerante a baixas temperaturas

Paisagismo & Jardinagem*25


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28-33 P1 Alexandre Fabri 28.11.08 13:04 Página 27

PROJETO PAISAGÍSTICO Alexandre Fabbri Texto Renata Putinatti


Fotos Gui Morelli

Respeitando a mata nativa existente no terreno, o profissional


criou um jardim para ser desfrutado e também admirado

Exemplo de preservação
Paisagismo & Jardinagem*27
28-33 P1 Alexandre Fabri 28.11.08 13:04 Página 28

Quando o profissional iniciou a implantação do jardim, a casa já havia

L
ocalizada em um condomínio do Guarujá, cidade do litoral pau-
lista, esta residência congrega harmoniosamente arquitetura sido construída, mas o terreno apresentava um grande problema de dre-
contemporânea e imponente a um jardim tipicamente tropical, nagem e, devido ao excesso de chuva do litoral, a área externa sofria com
composto, inclusive, por exemplares remanescentes de um trecho de alagamentos. “Antes de começar a introduzir o projeto paisagístico, tra-
Mata Atlântica. balhei a drenagem do solo para que a água pudesse ser escoada”, desta-
De acordo com o engenheiro agrônomo e paisagista Alexandre Fabbri, ca, ao completar que ainda realizou a preparação da terra seguindo as
de São Paulo, SP, responsável pelo projeto paisagístico, um dos desafios necessidades da região praiana.
foi preservar a vegetação nativa existente no local e ainda inserir espé- Ele também lembra que diante do contexto do lugar e visando o ade-
cies ornamentais com o objetivo de criar uma área verde bonita e em per- quado crescimento das plantas foi adotado o estilo tropical no paisagis-
feita consonância. “Há muitos espaços sombreados, pois as plantas da mo. “O resultado é um jardim belo, funcional, integrado à mata nativa
Mata Atlântica são frondosas e de grande porte. Então, procurei inserir e que existe há dez anos, sempre com bom desenvolvimento e receben-
a esse microclima espécies que se desenvolvessem bem”, explica. do as atualizações apropriadas”, revela.

palmeira-triângulo

pândano
mapuá agave
íris grama-esmeralda

“O resultado é um jardim belo, funcional, integrado à mata nativa e que existe há dez an

28*Paisagismo & Jardinagem


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ez anos, sempre com bom desenvolvimento e recebendo as atualizações apropriadas”

Paisagismo & Jardinagem*29


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30*Paisagismo & Jardinagem


28-33 P1 Alexandre Fabri 28.11.08 13:05 Página 31

SEM INTERFERÊNCIAS
Fabbri comenta que os clientes fizeram poucas solicitações, entretan-
to, a estética era muito importante: “Eles queriam que o paisagismo fosse
tão imponente quanto a arquitetura, com vegetação de grande porte e já
adulta.”Além disso, segundo ele, são pessoas que apreciam bastante o con-
tato com a natureza e, por isso, gostam de diversidade e volume.
Privacidade em relação ao lado externo da residência foi outro pedi-
do feito ao engenheiro agrônomo e paisagista, que providenciou veda-
ções com cercas-vivas em todos os lados do terreno usando algumas varie-
dades de helicônias (Heliconia spp) e alpínias (Alpinia purpurata), que
são excelentes para compor essas estruturas e se desenvolvem muito bem
no litoral. “Consegui a proteção que eles pretendiam, mas elaborando
pontos de visualização sem esconder a casa.”
Na fachada, sobre o tapete de grama-esmeralda (Zoysia japonica),
que cobre todo o lado externo, foram usadas as elegantes palmeiras-triân-
gulo (Dypsis decaryi), de folhas azul-prateadas, para conferir altura e impo-
nência, quebrando a angulação e a geometria da arquitetura. Logo abai-
xo das palmáceas está o volumoso maciço de íris (Iris germanica), que
floresce ao longo do ano, e, pontuando o acesso de pedras portuguesas
brancas, há conjuntos de estrelítzia (Strelitzia reginae).
À direita, para camuflar o aparelho de ar-condicionado, foi consti-
tuído um contorno de bromélias (Bromeliaceae) de diferentes espécies
e tonalidades dispostas em troncos de eucalipto tratados. “Suas flores
são responsáveis por ‘quebrar’ o verde”, esclarece o profissional.
Na entrada, há uma rotatória onde estão árvores remanescentes da
Mata Atlântica e guaimbês (Philodendron bipinnatifidum), que ajudam
a manter a privacidade, além de exemplares de pândanos (Pandanus uti-
lis), que são extremamente esculturais em função de suas salientes rami-
ficações e proporcionam movimento ao espaço.
Fechando uma das laterais, foi composto um canteiro essencial para
diminuir a intensidade do verde-escuro, com folhagens ornamentais de
tonalidades mais claras, como as do mapuá (Cyclanthus bipartitus). 

Paisagismo & Jardinagem*31


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32*Paisagismo & Jardinagem


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A CERCA-VIVA COMPOSTA POR


PALMEIRAS ARECA E FÊNIX, ALÉM
DE HELICÔNIAS E PITEIRAS-AZUIS,
GARANTE PRIVACIDADE À ÁREA DA
PISCINA E À VARANDA

ÁREA DE LAZER
Ao lado da residência, onde antes havia uma quadra de areia, foi
construído um anexo para os filhos do casal desfrutarem com os amigos.
O local conta com quartos, sala de ginástica, spa e home teather. Como
essa estrutura foi edificada depois que o jardim estava pronto, para Fabbri,
foi um desafio integrá-la à casa por meio do paisagismo sem que pare-
cesse mais recente.
O profissional utilizou espécies tropicais para dar continuidade à lin-
guagem do jardim. As palmeiras-pticospermas (Ptychosperma sp) e a exten-
sa cerca-viva de tumbérgia-azul-arbustiva (Thunbergia erecta) são separa-
das apenas pelo caminho de cruzetas de madeira entremeadas por pedra
mosaico. “A união foi feita de forma natural e harmoniosa”, acredita.
A área de lazer também apresenta vegetação volumosa e ornamental
para destacar os elementos propostos pela arquiteta responsável pelo
projeto do imóvel, como a piscina e o bangalô.
Para vedar a visão dos vizinhos, o entorno da piscina foi fechado
com exemplares de diferentes alturas, por exemplo, as elevadas pal-
meiras-areca (Areca guppyana) e as medianas helicônias e palmeiras-
fênix (Phoenix roebelenii), além das piteiras-azuis (Agave americana)
que possuem baixo porte e estão dispostas tanto no canteiro como em
vasos. “Essas peças dão um aspecto balinês ao ambiente”, afirma o
engenheiro agrônomo e paisagista.
Outro destaque da área verde são os vasos rústicos de cerâmica – ver-
dadeiras antiguidades – nos quais estão plantadas estrelítzias-brancas
(Strelitzia augusta). Na mesma região, as touceiras de cicas (Cycas revo-
luta) proporcionam mais simetria ao paisagismo e dão seqüência ao esti-
lo tropical. O colorido fica por conta da congéia (Congea tomentosa), tre-
padeira disposta sobre uma cobertura de vidro que desabrocha intensa-
mente suas flores róseas.
Já o bangalô, que fica em uma “ilha” cercada pela piscina, um gran-
de maciço de bambu (Phyllostachys sp) oferece uma agradável sombra.
Por ali também passa um caminho de cruzetas de madeira entremeadas
por grama-esmeralda, que dá acesso a um trecho do jardim onde estão
espécies como pleomele (Pleomele reflexa variegata), árvore-do-
viajante (Ravenala madagascariensis), bromélia, moréia (Dietes bicolor),
estrelítzia e miniclúsia (Clusia sp).
Para Fabbri, o diferencial do projeto foi a preocupação com a pre-
servação e o cuidado na escolha das plantas. “Essa área verde partiu do
zero, mas com o máximo de conservação da Mata Atlântica existente no
terreno”, acrescenta.
Não é à toa que a residência se tornou referência no condomínio e é
muito admirada pelos freqüentadores do local. 

Paisagismo & Jardinagem*33


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HARMÔNICO
Ao projetar o jardim, a paisagista conciliou
diferentes estilos com maestria Texto Roberta Benzati Fotos Evelyn Müller

PROJETO PAISAGÍSTICO Eliane Falanga


Paisagismo & Jardinagem*35
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U
m jardim diferenciado e com formação imediata. Essa era a
principal solicitação do proprietário da residência quando con-
tratou os serviços do falecido paisagista José Alfeu Falanga,
cujo trabalho tem continuação por meio de sua esposa Eliane Falanga,
decoradora e paisagista, de São Paulo, SP.
“O grande desafio era que a área verde ganhasse forma logo após sua
implantação, pois o cliente queria um projeto com resultados rápidos.
Para solucionar essa questão, Falanga optou por espécies já adultas para
compor o paisagismo”, esclarece Eliane.
Ainda segundo ela, como o solicitante deixou o paisagista à vontade
para executar suas idéias, dando a ele total liberdade de criação, o tra-
balho do profissional foi facilitado, assim possibilitando que se aventu-
rasse durante a concepção do espaço.
Para elaborá-lo, Falanga apostou na mescla do estilo italiano com toques
do tropical, mas garantindo uma perfeita harmonia e ainda enquadrando-
os com ousadia à arquitetura da casa de praia.
Sua intenção também foi desenvolver uma área verde voltada para o
lazer e que não exigisse manutenção constante. Isso influenciou na esco-
lha das espécies. “Como em todos os projetos do Falanga, foram usadas
jabuticabeiras (Myrciaria cauliflora). Uma marca registrada dele”, afirma
a decoradora e paisagista.

COMPOSIÇÕES VEGETAIS
“Era impressionante a facilidade e a criatividade que Falanga tinha
para dar vida a seus projetos. Bastava olhar a arquitetura e o terreno ao
redor para que ele tivesse a exata idéia de como seria o paisagismo. Foi
exatamente isso que aconteceu com esse jardim”, revela Eliane.
Como a residência era antiga e havia passado por uma reforma, o jar-
dim foi totalmente feito. Não havia elementos ou vegetações no local para
serem reaproveitados. As principais espécies utilizadas foram palmeira-
imperial (Roystonea oleracea), guariroba (Syagrus oleracea), palmeira-rabo-
de-peixe (Caryota urens), helicônia (Heliconia rostrata), alpínia (Alpinia
purpurata), primavera (Bougainvillea glabra), azaléia (Rhododendron sim-
sii) e buxinho (Buxus sempervirens) topiado.
Especificamente, na entrada da casa, Falanga fez uso de moréias (Dietes
bicolor), conjuntos de guarirobas e de palmeiras-de-touceira (Caryota
mitis). Em uma das laterais da fachada, apostou no trabalho com gardê-
nias (Gardenia jasminoides), moréias, patas-de-elefante (Beaucarnea recur-
vata) e buxinhos em formato de bolas, além de recursos como pedras e
seixos. Na porta principal, vasos com mais buxinhos e duas palmeiras-
imperiais enaltecem a arquitetura.
“As espécies foram selecionadas de acordo com o clima litorâneo.
Além disso, também foram escolhidas aquelas que não precisassem de
cuidados constantes”, acrescenta.

36*Paisagismo & Jardinagem


34-39 P2 Eliane 02.12.08 10:04 Página 37

O JARDIM É UMA PERFEITA


MISTURA DE DOIS ESTILOS:
O ITALIANO E O TROPICAL.
ALÉM DISSO, O PROJETO
PAISAGÍSTICO FOI ELABO-
RADO DE TAL FORMA QUE,
DE QUALQUER LUGAR DA
CASA É POSSÍVEL AVISTAR
A ÁREA VERDE

Paisagismo & Jardinagem*37


34-39 P2 Eliane 03.12.08 18:09 Página 38

“As frutíferas estão sempre carregadas e os exemplares


florescem belamente. É um cenário deslumbrante”
34-39 P2 Eliane 03.12.08 18:09 Página 39

RECANTOS VERDES
Como era de interesse do proprietário ter um ambiente para medi-
tar e desfrutar momentos de relaxamento, foi construído um espaço zen
próximo à piscina. Ali existe um quiosque de madeira com cobertura de
piaçava e, ao redor, uma vegetação tropical constituída majoritariamen-
te por alpínia, filodendro (Philodendron sp) e bananeira (Musa sp), além
de pedriscos e seixos que compõem os canteiros. Dois tocheiros orna-
mentam a entrada do local. “A decoração conta com artigos de Bali
(Indonésia). Foram utilizados elementos como fogo, através dos tochei-
ros, e água, por meio da fonte, para atrair boas energias.”
Também há um refeitório na área verde. Trata-se de um belo e acon-
chegante ambiente, onde fica a churrasqueira. Para ornamentá-lo,
Falanga se baseou no estilo europeu, compondo-o com buxinhos topia-
dos, cipestres-italiano (Cupressus sempervirens) e murtas (Murraya exo-
tica). Ainda foram dispostos podocarpos (Podocarpus macrophyllus) e
uma treliça com jasmim-dos-açores (Jasminum azoricum) para acres-
centar um suave perfume.
Ao redor da piscina, o jardim conta com bela-emília (Plumbago auri-
culata), helicônia e maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) nos tons
vermelho e branco, além de primaveras. “Palmeiras adicionam altura a
esse espaço, que também contém viburnos (Viburnum sp) e caminhos
estruturados com pedra São Tomé.”
Em um dos vários cantinhos da área verde é possível avistar um pai-
nel vertical formado por exemplares de bromélias (Bromeliaceae) e rip-
sális (Rhipsalis baccifera). “Esse jardim é feito de recantos e, ao mesmo
tempo, é integrado, pois de qualquer ângulo da casa se tem uma vista
voltada para ele”, conta a profissional.

RESULTADOS
Segundo Eliane, o projeto paisagístico encantou o proprietário e con-
tinua a maravilhar aqueles que conhecem o lugar. “Esse era o jardim pre-
dileto de Falanga. Tudo o que foi cultivado ali cresce abundantemente.
As frutíferas estão sempre carregadas e os exemplares florescem bela-
mente. É um cenário deslumbrante.”
Ainda de acordo com ela, a ousadia de mesclar dois estilos, implan-
tando-os nos lugares certos e de forma harmônica sem agredir o paisa-
gismo, é a prova da capacidade e competência do paisagista, dando um
toque completamente diferenciado ao projeto.
“A preocupação de Falanga era integrar a natureza à arquitetura e
proporcionar ângulos maravilhosos ao jardim. Além disso, apresentava
uma grande preocupação em oferecer um espetáculo de aromas e sabo-
res por meio das espécies vegetais utilizadas.”

Paisagismo & Jardinagem*39


40-45 P3 Celso 27.11.08 18:00 Página 40
40-45 P3 Celso 02.12.08 09:23 Página 41

N AT U R A L I S TA
Respeitando a paisagem existente, foi criado
um jardim de belezas rústicas e naturais

Calux Jardins
Texto Roberta Benzati Fotos Gui Morelli

PROJETO PAISAGÍSTICO

Paisagismo & Jardinagem*41


40-45 P3 Celso 27.11.08 18:01 Página 42
40-45 P3 Celso 03.12.08 15:02 Página 43

“O resultado ficou muito agradável,


visualmente bonito e ainda transmite sensação de prazer e aconchego aos usuários”

“Como se trata de um condomínio, o terreno estava limpo, sem abso-

P
rojetar um ambiente rústico, florido, de fácil manutenção e essen-
cialmente agradável para compor o jardim da casa de campo. O lutamente nenhuma vegetação. Por isso, tivemos que partir do zero”,
engenheiro civil e paisagista Celso Bergamasco e a paisagista Jeane revelam Jeane e Bergamasco.
Calderan, da empresa Calux Jardins, de São Paulo, SP, tinham por obje- Para compor a área verde, eles apostaram em espécies que se adaptas-
tivo criar uma área verde com tais características, cuja principal finali- sem à região e seguissem a mesma linguagem do paisagismo, como pal-
dade era proporcionar momentos de lazer durante os finais de semana meiras latânias (Latania sp) e cariotas (Aiphanes aculeata), exemplares arbó-
que a família passar no local. reos, por exemplo, ipês (Tabebuia sp), cerejeiras (Eugenia involucrata) e
“Ao elaborarmos o paisagismo, foi fundamental atender as necessi- flamboyants (Delonix regia), arbustos como gardênias (Gardenia jasminoi-
dades e expectativas de nossos clientes, no entanto, sempre levando em des), azaléias (Rhododendron simsii), rosa-meninas (Rosa sp) e espirradei-
conta os aspectos do terreno e do clima. Também analisamos o entorno ras (Nerium sp), espécies herbáceas como papiros (Cyperus giganteus), íris
onde o jardim seria implantado para poder contextualizá-lo”, afirmam (Iris germanica), moréias (Dietes sp), lírios (Hemerocalis x hybrida) e aga-
os profissionais. pantos (Agapanthus africanus), frutíferas como jabuticaba (Myciaria cauli-
Ainda de acordo com eles, as exigências dos solicitantes do projeto flora), acerola (Malpighia glabra), romã (Punica granatum), carambola
eram, em primeiro lugar, que se tomasse o melhor partido da topografia (Averrhoa carambola), banana (Musa sp) e nativas, dentre elas, pau-brasil
original e também que a área contemplasse piscina, churrasqueira, qua- (Caesalpinia echinata), cabreúva (Myroxylon sp), pau-ferro (Caesalpinia fer-
dra de tênis e alguns recantos. rea), mogno (Swietenia macrophylla), além de outras.

Paisagismo & Jardinagem*43


40-45 P3 Celso 03.12.08 14:44 Página 44

RESPEITANDO A MATA NATIVA E O ESTILO DOS


PROJETOS PAISAGÍSTICO E ARQUITETÔNICO,
JEANE E BERGAMASCO CONSEGUIRAM ELAB-
ORAR UM JARDIM QUE OFERECE UMA GRANDE
VARIEDADE DE CORES, AROMAS E SABORES

VISTA PANORÂMICA
De acordo com os profissionais da Calux Jardins, esse projeto
seguiu um estilo naturalista. “Não nos prendemos à escola ou moda.
Nos guiamos pela sensibilidade no momento de ocupar os espaços,
atendendo às necessidades do local e atentando para as possibilida-
des que ele oferecia.”
Os paisagistas procuraram tirar o melhor proveito do terreno no
momento de elaborar o paisagismo, de maneira que de qualquer pon-
to da varanda da casa ou mesmo de outros locais da propriedade é pos-
sível ter uma visão total do jardim.
“Criamos ainda um rio de cascalho onde a água desliza suavemente.
Nossa intenção era que, ao passear pela área verde, os usuários estives-
sem na companhia constante desse recurso”, revelam.
O posicionamento da piscina no mesmo patamar do riacho foi justa-
mente para propiciar uma visão contínua da linha d’água em relação ao
lago que faz divisa com o terreno da propriedade.

44*Paisagismo & Jardinagem


40-45 P3 Celso 27.11.08 18:01 Página 45

Na entrada do pomar, onde se encontram as espécies frutíferas, e


do bosque com exemplares nativos, Jeane e Bergamasco dispuseram
um pergolado confeccionado com vigas lavradas de maçaranduba
(madeira de reflorestamento). “O enfoque era causar o menor impac-
to ambiental possível, por isso, para estruturar os caminhos que ligam
a casa à piscina, à quadra de tênis, ao bosque, ao pomar, ao deque e
ao lago usamos pedras feitas a partir de um granito local, cortado manual-
mente”, acrescentam.
Na região ao redor da piscina, o paisagismo foi composto basica-
mente por algumas toucerias de moréia, íris e agapanto. O uso dessas
espécies ajuda a não bloquear a visão do restante do jardim e a não anu-
lar a presença marcante das elegantes latânias ali dispostas.
“O resultado ficou muito agradável, visualmente bonito e ainda trans-
mite sensação de prazer e aconchego aos usuários. Porém, o que real-
mente nos realiza é saber que o cliente está satisfeito e que o projeto aten-
deu a todas suas expectativas”, concluem.

Paisagismo & Jardinagem*45


46-49 P4 Riscala 26.11.08 17:46 Página 46

Graciosidade
A composição de cores delicadas e folhagens
exuberantes resultou em um jardim admirável Texto Roberta Benzati
Fotos Divulgação/Rogério Assis

46*Paisagismo & Jardinagem


46-49 P4 Riscala 26.11.08 17:46 Página 47

PROJETO PAISAGÍSTICO Roberto Riscala

E
sse jardim elaborado pelo arquiteto paisagista Roberto Riscala, de São Paulo, SP, traz con-
sigo uma história de dedicação e amizade. O projeto foi um dos primeiros desenvolvidos
por Riscala, que atua no ramo há 21 anos. Apesar da pouca experiência que possuía na épo-
ca, o resultado agradou tanto a proprietária que a relação estabelecida entre cliente e profissional
foi mantida e o arquiteto paisagista freqüentemente é chamado para incrementar a área verde.
“Ele é uma reforma do projeto original. Alguns elementos já existiam porque foram planta-
dos pela proprietária, como uma jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) centenária. Por isso, meu pri-
meiro objetivo foi manter o que já estava presente, sem destruir nada”, conta.
Riscala diz ainda que o paisagismo não segue um estilo definido. Trata-se de uma mistura dos
gostos dos clientes e das idéias dele. “A intenção foi desenvolver um amplo espaço com tons de
verde sobre verde e criar um fundo infinito, como se o jardim não tivesse fim.”
De acordo com o arquiteto paisagista, o objetivo também era fazer um resgate do passado,
quando o bairro de Pinheiros, onde a residência está localizada, ficava mais isolado e era per-
meado por vegetação.
Por isso, ele apostou em espécies volumosas e exuberantes e fez um mix de vegetações tropi-
cais e mediterrâneas, como palmeira-de-lucuba (Dypsis madagascariensis) com camélia (Camellia
japonica), palmeira-fênix (Phoenix roebelenii) com azaléia rósea (Rhododendron simsii), areca-
bambu (Dypsis lutescens) com gardênia-européia (Gardenia jasminoides), buxinho (Buxus sem-
pervirens) e clorofito (Chlorophytum comosum).
“Implantei ainda espécies como agapanto (Agapanthus africanus) de flores azuis, minirrosa
(Rosa sp) na tonalidade rósea, bela-emília (Plumbago auriculata) azul, congéia (Congea tomento-
sa) rósea e evólvulo (Evolvulus glomertus) azul. Utilizei esse jogo de cores porque a proprietária
gosta muito de elementos nesses tons. Além disso, apostei em plantas mais exuberantes e instalei
um extenso gramado para que os netos da cliente possam desfrutar do espaço livremente. Ao mes-
mo tempo, a anfitriã oferece diversas festas, portanto, o projeto paisagístico tinha que impressio-
nar àqueles que freqüentam a casa”, complementa Riscala.
Para ele, o grande diferencial do local fica por conta do jogo de cores entre o azul e o róseo e
as texturas diferentes que o compõem.

Paisagismo & Jardinagem*47


46-49 P4 Riscala 26.11.08 17:46 Página 48

“O paisagismo se integra à residência e deve ser duradouro, não um


mero cenário. Meu trabalho não pode ser maior que a arquitetura”

ATRATIVOS tas ficam expostas à poluição, uma vez que a residência está próxima a
O jardim apresenta ainda outros atrativos, como limoeiros (Citrus uma das principais marginais de São Paulo e também porque o solo,
sp) e laranjeiras (Citrus sp) dispersos ao longo da propriedade. Um con- quando cavado, alaga”, explica.
vidativo recanto também foi pensado pelo arquiteto paisagista para agra-
dar às crianças. Nele foi instalado um delicado balanço, coberto por jas- COMPLEMENTAR
mim (Jasminum nitidum) branco e com forração de pedriscos brancos Para o arquiteto paisagista, a área verde deve ser a moldura da arqui-
também,que ainda recebe a sombra de uma frondosa jabuticabeira. Além tetura, portanto esse jardim deveria enquadrar a casa de estilo colonial,
disso, bancos e mesas formam agradáveis ambientes de convivência. complementando-a. “O paisagismo se integra à residência e deve ser
Outro objetivo do profissional era utilizar elementos e vegetação que duradouro, não um mero cenário. Meu trabalho não pode ser maior que
não exigissem manutenção constante, acrescentando praticidade ao pro- a arquitetura”, frisa.
jeto paisagístico, por isso, optou por espécies perenes. Os anos de dedicação a esse projeto resultaram, além do vínculo cria-
“Criei uma área verde que une exuberância, beleza e, ao mesmo tem- do entre o profissional e a proprietária, em um dos espaços prediletos
po, resistência, pois não são necessários muitos cuidados para mantê-la. da cliente e também de Riscala. “Ela ama o jardim e o melhor do meu
Algumas características do lugar também impediam o uso de exempla- trabalho é criar esse elo e ver que a beleza da área verde permanece mes-
res delicados, já que o terreno se encontra em uma região onde as plan- mo com o passar do tempo”, finaliza.

48*Paisagismo & Jardinagem


46-49 P4 Riscala 02.12.08 09:27 Página 49

ADELICADEZA E BELE-
ZA DAS FLORES DA
CALANCHOÊ E DE
OUTRAS ESPÉCIES
FLORÍFERAS GARAN-
TEM AINDA MAIS COR
AO JARDIM

Paisagismo & Jardinagem*49


50-53 Perfil 03.12.08 14:50 Página 50

PERFIL Alexandre Galhego

50*Paisagismo & Jardinagem


50-53 Perfil 25.11.08 11:49 Página 51

Trajetória
de conquistas
A história do engenheiro
agrônomo e paisagista que
lutou para atingir suas metas

Texto Roberta Benzati


Fotos Tatiana Villa

D
escontraído, carismático, obstinado e desenvolto. À primeira
vista, essas são as características que se destacam no engenhei-
ro agrônomo e paisagista Alexandre Galhego, de Campinas, SP.
Sua desenvoltura e obstinação, aliás, foram essenciais no início de sua
carreira. Isso porque, quando decidiu abrir seu escritório de paisagismo,
ainda não possuía um nome consolidado no mercado e, para conquistar
clientes, andava pela cidade anotando os números de telefones dos enge-
nheiros responsáveis por obras em construção para os quais ligava ofe-
recendo seu trabalho.
“Apesar de ter nascido em Campinas, morei em Botucatu, SP, cida-
de da qual saí apenas para fazer o terceiro ano do ensino médio e depois
para cursar agronomia na Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’
(Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, SP. Por
isso, quando decidi me mudar para Campinas e dar início à minha car-
reira, não conhecia ninguém. Recordo-me que acordava todos os dias
bem cedo e, após procurar por obras na cidade, ligava para os contatos
que havia pesquisado. Até que um dia, um dos engenheiros resolveu con-
tratar meus serviços”, relata o profissional.
Outro acontecimento ajudou a dar um empurrão na carreira de
Galhego. Uma vendedora de pedras ornamentais se simpatizou com o
engenheiro agrônomo e paisagista e achou que ele tinha potencial. Então,
ela o indicou para seu sobrinho, um profissional reconhecido pela socie-
dade campineira. “Era uma casa grande e ele arriscou. Eu era um mole-
que de vinte e poucos anos, sem histórico, que havia terminado recen-
temente o mestrado em Botânica pela Unesp (Universidade Estadual
Paulista) de Botucatu. Mas o resultado agradou e, a partir disso, aos pou-
cos, outros trabalhos foram surgindo.” 

Paisagismo & Jardinagem*51


50-53 Perfil 02.12.08 09:30 Página 52

Patrícia Cardoso

Hamilton Penna
PRIMEIROS PASSOS diu sua empresa. Em 2003, surgiu o convite para participar da Campinas
O fascínio do engenheiro agrônomo e paisagista pela profissão teve Decor (evento que reúne expositores da área de arquitetura, decora-
início na adolescência, quando acompanhava o dia-a-dia do pai e seu ção e paisagismo), outro fator decisivo em sua trajetória. “Essa mos-
sócio na empresa de paisagismo que ambos possuíam em Botucatu. tra me expôs à mídia. Nessa época, eu não tinha projetos publicados
“Sempre gostei de ir a obras com eles e achava divertido participar em revistas e qualquer notinha em jornal a meu respeito se tornava
das compras na Ceasa (Central de Abastecimento) em São Paulo, SP, motivo para comemoração. A partir da participação na feira deixei de
durante a madrugada. Tanto que entrei na faculdade de agronomia já correr atrás dos trabalhos e eles começaram a chegar até mim. Foi um
com a intenção de trabalhar com projetos paisagísticos”, afirma. episódio marcante da minha carreira, quando comecei a consolidar
Apesar de saber que o paisagismo era a carreira que gostaria de meu nome no mercado.”
seguir, algumas dúvidas surgiram no período da faculdade e Galhego O engenheiro agrônomo e paisagista diz que nessa fase ainda uti-
decidiu entrar no programa de estágio de uma grande empresa fabri- lizava o nome da empresa de seu pai, a Paisagem Paisagismo. “Eu não
cante de herbicidas e fungicidas. “Morava em uma república com oito tinha a minha própria grife até que, uma certa vez, folheando uma
pessoas e sete faziam estágio em corporações e pensei: ‘Será que o revista, vi uma entrevista sobre o livro Marca, de um famoso publici-
caminho certo é trabalhar com isso?’. Meu estágio na multinacional tário, que fala sobre a evolução de uma série de logotipos comerciais.
durou seis meses e, embora o salário fosse muito bom, tive certeza de Aquilo me fez perceber como era importante implantar meu nome
que, definitivamente, aquela não era minha área.” como uma marca e aproveitei a mostra para isso”, detalha.
Depois de graduado, ele voltou para Botucatu a fim de fazer o mes- Depois do evento, os veículos de comunicação do segmento de
trado e trabalhar com seu pai para vivenciar a rotina de um paisagista. paisagismo passaram a procurar Galhego para entrevistas e publica-
“Fiquei dois anos na empresa como auxiliar, participando de compras, ções de projetos e seu trabalho ganhou reconhecimento.
orientação de funcionários, distribuição de tarefas, entre outras fun-
ções, o que foi uma experiência essencial. Entretanto, mesmo não ten- PREFERÊNCIAS
do concluído o mestrado, já estava no momento de ir para outro local, Galhego cultiva uma série de hobbies. Ele conta que gosta de pra-
pois ali o mercado estava saturado. Foi então que decidi começar do ticar exercícios como corrida e jogar tênis, também aprecia sair com
zero em Campinas”, conta Galhego. os amigos, ir ao cinema, viajar e cozinhar.
Após muita determinação e o projeto feito para a residência do “Sempre morei em apartamento, o que me frustrava já que não era
renomado profissional de Campinas, conquistou mais clientes e expan- possível manter uma área verde. Porém, agora estou de mudança para

52*Paisagismo & Jardinagem


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“Eu interajo com os clientes porque eles pre-


cisam simpatizar comigo e confiar no meu
conhecimento. Ao elaborar um projeto pai-
sagístico, tento usar mais minha criatividade
Hamilton Penna

do que o bolso de quem me contratou”


uma casa que ainda será meu escritório e lá comecei a elaborar meu PERSPECTIVAS
cantinho que vai contar, inclusive, com algumas espécies de frutíferas Após anos de batalha e alguns percalços na tentativa de se firmar na
e temperos para me auxiliar na cozinha.” carreira de paisagista, Galhego diz que não se imagina fazendo outra coi-
Quanto às plantas prediletas, o engenheiro agrônomo e paisagista sa e que aprendeu a valorizar cada conquista alcançada.
diz que não tem preferência por uma em particular, mas tem utiliza- “Eu gosto muito do que faço. Acordo todos os dias com disposição
do muitas espécies exuberantes recentemente. “Tenho uma tendência para o trabalho e pretendo atuar neste ramo pelo resto da vida”.
por aquelas com personalidade, com folhas grandes, que sozinhas ou Sobre o futuro, ele conta que planeja cuidar somente do setor de cria-
em conjuntos imprimem um estilo peculiar ao projeto paisagístico, ção e implantação, pois, atualmente, além dessas funções, também é o
como o fórmio (Phormium tenax).” responsável por gerenciar sua empresa, a Alexandre Galhego Paisagismo.
Ainda de acordo com ele, todo profissional segue uma linha, mas “Ainda sou eu quem cuida da parte administrativa, mas um dia pre-
ele tenta variar o máximo possível para que os projetos não fiquem tendo não ter mais que exercer tarefas como gerenciamento, fluxo de cai-
semelhantes. “Atualmente, estou adotando um estilo mais tropical, xa, etc. Não quero que meu negócio cresça a ponto do meu trabalho dei-
sincronizado com o tema ecológico, mas já passei por uma fase for- xar de ser artesanal e de eu ter que deixar de acompanhar a execução dos
mal. Contudo, trata-se de gosto pessoal. Se o cliente quer um outro projetos pessoalmente, afinal são os meus xodós.”
tipo de projeto, é ele e a arquitetura da casa que vão ditar o estilo pai- Seu modo de projetar é democrático, pois busca conciliar suas idéias
sagístico a ser implantado.” com o desejo do cliente. Além disso, de acordo com ele, para conseguir
Para integrar a arquitetura com o paisagismo, Galhego afirma que bons resultados, é necessário ter empatia e passar confiança. “Eu inte-
não existe um manual, o que conta é o feeling do especialista que, com rajo com os clientes porque eles precisam simpatizar comigo e confiar
o tempo e a experiência, consegue desenvolver uma área verde que no meu conhecimento. Ao elaborar um projeto paisagístico, tento usar
interage com a residência. mais minha criatividade do que o bolso de quem me contratou”, frisa.
“Um jardim não serve somente para ser admirado. Ele tem espa- Segundo Galhego, possuir uma bagagem teórica é outro aspecto que
ços de convivência para reunir a família e os amigos e proporcionar ajuda a ser um profissional qualificado. “Não tem como realizar um bom
momentos de descanso. Sendo assim, é uma parte viva da casa e isso trabalho sem estudar. Ter alguma formação, reciclar-se por meio de cursos
tudo deve ser considerado no momento de pensar o projeto. Além dis- e buscar novas idéias é primordial para ser um bom paisagista”, finaliza. 
so, cada área verde, mesmo com a experiência, oferece um desafio,
independentemente de ser um local grande ou pequeno”, acrescenta. Agradecimento: Shopping Galleria, de Campinas, SP

Paisagismo & Jardinagem*53


54-59 Jd Botanico 25.11.08 11:55 Página 54

JARDIM BOTÂNICO

A DIVERSIDADE DA
FLORA GAÚCHA
54*Paisagismo & Jardinagem
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A
pesar de ter completado seu cinqüentenário no último mês de
setembro, a idéia de organizar um Jardim Botânico em Porto
Alegre é bastante antiga. A primeira pessoa a pensar no assun-
to foi o rei D. João VI (que governou o Brasil entre 1792 e 1826), um
grande admirador de plantas e que graças a sua dedicação foi criado o
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ.
Com o objetivo de estimular a implantação desse parque na capi-
tal gaúcha, D. João VI enviou alguns exemplares vegetais para o Rio
Grande do Sul, mas as mudas não passaram do município de Rio
Grande (cerca de 315 km de Porto Alegre) onde algumas foram plan-
tadas. Aliás, ainda existe na cidade um eucalipto (Eucalyptus sp) his-
tórico, que data desta época.
Ao longo do tempo, duas iniciativas pareciam tirar do papel a idéia
de um espaço para preservação da natureza, mas não seguiram adiante.
Na primeira, um agrônomo fez uma doação de terra, que não foi com-
preendida e caiu no esquecimento. E a segunda, já na década de 1930,
foi encabeçada pelo professor e agrônomo Gastão de Almeida Santos,
que iniciou um jardim botânico em um bairro rural, no entanto, o pro-
jeto se tornou inviável devido à pressão da expansão urbana.
Somente em 1953 foi aprovada uma lei que alienava algumas chá-
caras situadas na capital gaúcha, numa área total de 81 hectares, da
qual deveria ser reservada uma porção não inferior a 50 hectares para
a organização de um parque de recreio ou do Jardim Botânico. Para
dar cumprimento a lei, o então governador criou uma comissão com
o objetivo de estudar a melhor maneira de aproveitar o local e implan-
tar o Jardim Botânico. 

Em nossa
última visita
aos jardins
botânicos
brasileiros,
apresentamos
o parque de
Porto Alegre Texto Renata Putinatti
Fotos Eduardo Liotti

Paisagismo & Jardinagem*55


54-59 Jd Botanico 02.12.08 09:33 Página 56

O banco recebe a sombra de um


exemplar de butiá, palmácea símbolo
do Jardim Botânico de Porto Alegre

56*Paisagismo & Jardinagem


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Cinco anos depois, em 10 de setembro de 1958, ele foi aberto ao públi-


co. Nessa data, as coleções vivas de plantas eram formadas pelo Palmaretum,
com mais de 20 espécies de palmeiras, pelo Coniferetum, composto por
cerca de 70 espécies de coníferas, e ainda pelo setor de suculentas, consti-
tuído por 500 espécies de cactáceas, agaváceas e crassuláceas.
Entre 1964 e 1974 o parque sofreu com a descontinuidade do seu
projeto de instalação. Não foram feitos investimentos e o acervo de plan-
tas não teve novas aquisições. Além disso, a área original foi repartida e
distribuída para diversas instituições. Nessa época, começou a constru-
ção de um prédio para a TV Educativa da Secretaria de Educação e
Cultura e, como o projeto não foi concluído, o imóvel foi adaptado para
abrigar a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), entida-
de cujo objetivo era administrar e manter espaços destinados à proteção
NOS 39 HECTARES DO
e conservação da flora e da fauna regionais.
PARQUE ESTÃO CER-
Sendo assim, em 1974 o Jardim Botânico de Porto Alegre foi trans-
CA DE 1.500 ESPÉ-
ferido para a FZB para que fosse regido de maneira integrada às áreas
CIES VEGETAIS QUE
de conservação do estado. Mas a essa altura o local contava apenas com
ATRAEM UMA VASTA
43 hectares.
DIVERSIDADE DE ANI-
Sob nova direção, o Jardim Botânico teve um salto qualitativo de
MAIS, ESPECIALMEN-
crescimento. Um projeto global foi elaborado com a finalidade de recu-
TE AVES
perar e incrementar as coleções existentes e ainda organizar outras.
Também foi definido que o parque trabalharia com a flora nativa do Rio
Grande do Sul e, por isso, houve a retomada das expedições de coletas.
Foram implantadas coleções de famílias botânicas importantes no esta-
do como mirtáceas, bignoniáceas, malváceas, bromeliáceas, orquidáceas, diversidade”, explica Raquel Scalabrini, diretora executiva do Jardim
pteridófitas e outras de grupos temáticos, por exemplo, condimentares Botânico de Porto Alegre. Ela ainda diz que, diferentemente de outros
e perfumadas. Além disso, foram criados setores no arboreto represen- parques, não são permitidas a entrada de animais e a prática de espor-
tando formações vegetais típicas do Sul, como as florestas de Araucária tes. O primeiro caso é para evitar a contaminação do solo e o segundo
e do Alto Uruguai. para que as pessoas possam apreciar tranqüilamente a natureza. “É um
Aos poucos, a educação ambiental se tornou uma importante estraté- ponto de encontro diferenciado”, ressalta.
gia para a conservação do meio ambiente, através da qualificação do aten-
dimento aos visitantes e do desenvolvimento de atividades educativas. COMPOSIÇÃO VEGETAL
A partir de 1997, a instituição apresentou outro salto de cresci- O Jardim Botânico está situado em uma coxilha (campina com
mento graças ao Programa Pró-Guaíba, quando foram construídas as pequenas e grandes elevações, em geral coberta de pastagem) onde
instalações para o Banco de Sementes, as casas de vegetação para abri- prevalece a alta exposição ao vento e à incidência solar. Porém, tam-
gar coleções de cactáceas, bromeliáceas e orquidáceas e os prédios bém são encontrados lugares de baixada. Assim, a vegetação espon-
para o departamento de apoio e para a administração. Além disso, hou- tânea do parque é composta por plantas adaptadas a essa variedade
ve a compra de equipamentos e a contratação de técnicos, que reali- de solos, com algumas espécies nativas e predominância de exóticas
zaram pesquisas e expedições de coleta na bacia hidrográfica do Guaíba acostumadas a essa condição.
durante quatro anos. A conseqüência foi um aumento considerável no Em locais úmidos, em que o terreno é alagadiço, é possível encon-
acervo de plantas nativas, nas publicações de resultados de pesquisas trar abundância de maricá (Mimosa bimucronata). Nos banhados, o agua-
e na consolidação do Jardim Botânico como importante órgão de con- pé (Eichhornia crassipes) é dominante. E nas orlas, onde o solo é mais
servação da flora gaúcha. seco, o destaque fica para a vassoura-vermelha (Dodonaea viscosa) e vas-
Há cinco anos, o parque foi declarado integrante do patrimônio cultu- sourinha (Baccharis dracunculifolia). Formando outros microclimas, ocor-
ral do estado do Rio Grande do Sul e, atualmente, é considerado um dos rem alecrim-do-campo (Heterothalamus psiadioides), guanxuma (Sida
cinco maiores do Brasil, com 39 hectares e mais de 8 mil exemplares de rhombifolia), dente-de-leão (Taraxacum officinale), grama-cinzenta
plantas de 1.500 espécies. Além de manejo, manutenção e ampliação das (Paspalum nicorae), corriola (Ipomea cairica), etc.
coleçõesvivas,realizapesquisascomespéciesameaçadasdeextinçãoevárias O butiá (Butia capitata) está entre as arbóreas espontâneas de maior
atividades educativas e culturais, buscando conscientizar a sociedade sobre incidência, sendo, inclusive, um símbolo do Jardim Botânico de Porto
a relação entre a conservação da flora e a qualidade de vida. Alegre. Ele faz parte da vegetação original da cidade e das restingas da
“O Jardim Botânico é um espaço verde diferente, pois, além da bele- planície do litoral gaúcho. Além disso, está ameaçado de extinção, pois
za da vegetação, existe um trabalho voltado para a conservação da bio- seu hábitat está sendo destruído. 

Paisagismo & Jardinagem*57


54-59 Jd Botanico 02.12.08 09:38 Página 58

58*Paisagismo & Jardinagem


54-59 Jd Botanico 25.11.08 11:56 Página 59

Como a idéia do Jardim Botânico é demonstrar as formações da flo- PROGRAMAS AMBIENTAIS


ra do Rio Grande do Sul, no arboreto estão coleções arbóreas e arbusti- Um dos papéis do Jardim Botânico de Porto Alegre é desenvolver ati-
vas representando ecossistemas e grupos taxonômicos e temáticos, tota- vidades de educação, lazer e cultura com a finalidade de conscientizar a
lizando 25 áreas. comunidade sobre a importância da conservação da biodiversidade e mos-
Uma coleção de grande importância ecológica é formada por espé- trar a relevância do parque na preservação dos ecossistemas regionais.
cies da família Myrtaceae, pois são abundantes na mata do estado, sen- De acordo com José Fernando Vargas, coordenador de educação
do que dos 24 gêneros presentes na flora brasileira, 19 ocorrem no Rio ambiental da instituição, uma das atividades de maior destaque é a tri-
Grande do Sul e 17 têm exemplares no arboreto. lha orientada. “Durante duas horas, o grupo é guiado por um profissio-
No parque, há exemplares que representam a floresta ombrófila mis- nal que interpreta as informações do Jardim Botânico, explicando deta-
ta, como erva-mate (Ilex paraguariensis), pinheiro-do-paraná (Araucaria lhes sobre as vegetações gaúchas e suas formações. Esse programa é mui-
angustifolia) e pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii); a floresta ombró- to procurado por escolas, entidades e associações”, afirma.
fila densa, por exemplo, palmiteiro (Euterpe edulis) e imbiruçu Também há cursos de formação de professores, como a Oficina de
(Pseudobombax grandiflorum); a floresta estacional decidual e semideci- Pátios Escolares Sustentáveis, que orienta os docentes a estimularem os
dual, como cabreúva (Myrocarpus frondosus) e guajuvira (Patagonula ame- alunos a preservar a natureza por meio de técnicas simples e que podem
ricana); e o estepe-parque, por exemplo, cina-cina (Parkinsonia aculea- ser ensinadas na escola, como compostagem, reúso da água, entre outros.
ta) e espinilho (Acacia caven). Vargas ainda aponta o Projeto JardinAção, uma promoção conjunta
O visitante também poderá apreciar as coleções temáticas. No espaço entre a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e a iniciativa pri-
reservado às perfumadas estão espécies de diversas partes do mundo e algu- vada que visa criar ações buscando a interação com o público visitante
mas bastante conhecidas popularmente, como camélia (Camellia japonica), do parque. “São realizadas atividades educativas, terapêuticas, lúdicas e
jasmim-manga (Plumeria sp) e magnólia-tutti-frutti (Michelia fuscata). culturais por meio de oficinas, teatro, palestras, contadores de história,
O jardim rochoso é uma das áreas mais antigas da instituição – foi etc”, conta ele. A Casa de Venda é outro exemplo que deu certo. No
iniciada em 1957 – e abriga variedades que se adaptam a ambientes com local, é possível adquirir mudas produzidas no viveiro de espécies nati-
restrição de água, como as cactáceas e as suculentas. Plantas medicinais, vas arbóreas e também de frutíferas por preços a partir de R$ 3.
de climas tropical e temperado, trepadeiras e cactos do Rio Grande do Para que os programas sejam bem-sucedidos, é essencial o apoio de
Sul, espécies raras endêmicas ou ameaçadas de extinção no estado, além parceiros que dêem suporte para a idéia. A diretora executiva cita o pro-
de jardins australiano, neozelandês e oriental são outras atrações. jeto da Casa de Chá, que pretende implementar um espaço para even-
As Coleções Especiais, assim denominadas por serem cultivadas em tos, como exposições artísticas e lançamentos de livros, em um ambien-
vasos e, geralmente, em locais protegidos, são constituídas por plantas te charmoso e convidativo, mas necessita de parceria para concluí-lo.
regionais de grande valor ornamental, mas que sofrem com o extrativis- No ano passado, a média de público do Jardim Botânico foi de 70
mo ilegal ou com a destruição de seu hábitat. Entre elas estão as cactá- mil pessoas, porém, a proposta é ampliar esse número. “Estamos elabo-
ceas, com 84 espécies, as bromélias (Bromeliaceae), que possui 191 espé- rando um questionário que será distribuído ao visitante e, a partir dele,
cies, e as orquidáceas, com mais de 1.300 exemplares. vamos saber o que o usuário espera do parque e o que ele entende por
“Oparqueestábemformado,maséconstantementeatualizado.Estamos um jardim botânico. Isso será importante para nortear nossas futuras
sempre buscando mostrar à comunidade sua importância”, revela Raquel. ações”, finaliza Raquel. 

Paisagismo & Jardinagem*59


70-71 Pelo Mundo 25.11.08 10:46 Página 70

PELO Mundo

CASAMENTO PERFEITO
O moderno edifício japonês conseguiu reunir duas necessidades:
um empreendimento comercial e uma ampla área verde
Texto Renata Putinatti Fotos Divulgação/Hiromi Watanabe

70*Paisagismo & Jardinagem


70-71 Pelo Mundo 25.11.08 10:46 Página 71

mando terraços-jardins que “sobem” andar por andar, atingindo 60 m

A
cidade de Fukuoka, capital da província de mesmo nome, loca-
lizada na ilha Kyushu, no Japão, abriga uma poderosa solução de altura, e culminam em um magnífico mirante. Esse espetáculo arqui-
para um problema comum em metrópoles: conciliar desenvol- tetônico utilizou 35 mil exemplares vegetais de 76 espécies.
vimento e sustentabilidade. Os vários espelhos d’água dos terraços-jardins estão sincronizados
Construído no último espaço verde remanescente no centro da cida- por jatos de água, resultando em um efeito de cascata, e ainda, como
de, o Fukuoka Prefectural International Hall, também conhecido como estão diretamente acima do átrio central de vidro do interior do prédio,
ACROS Fukuoka, chama atenção pela máxima preservação da vegeta- conferem luz difusa ao ambiente por meio de clarabóias existentes entre
ção, graças ao arrojado projeto assinado pelo escritório Emilio Ambasz essas estruturas. Os espelhos d’água têm o importante papel de atenuar
& Associates, de Nova York, nos Estados Unidos, que propõe o concei- o barulho proveniente das ruas ao redor.
to de green over the gray (em português, verde sobre o cinza). O principal benefício da obra, além da conservação do meio ambien-
Inaugurado em 1993, foi concebido para ser um empreendimento te, é manter a temperatura interna agradável e constante, economizan-
polivalente em termos comerciais. Por isso, contém sala para exibições, do energia elétrica. E ainda capturar a água excedente da chuva para
museu, teatro com capacidade para 2 mil pessoas, salas para conferên- auxiliar na sobrevivência de insetos e pássaros.
cias, escritórios de empresas privadas e de órgãos governamentais, bem Muitas pessoas visitam a área dos terraços-jardins para praticar ati-
como lojas e estacionamento subterrâneo. vidades relaxantes, como meditação, leitura ou apenas para um momen-
Enquanto o lado sul da edificação parece um prédio de escritórios to de descanso ao ar livre durante o dia. Outro atrativo é a vista do topo
convencional com paredes de vidro e entrada formal, o outro (norte) do prédio, que oferece um incomparável cenário da baía de Fukuoka e
revela uma enorme cobertura de plantas que emerge de um parque, for- das montanhas que cercam a cidade. 

FUKUOKA PREFECTURAL
I N T E R N AT I O N A L
HALL - FUKUOKA, JAPÃO
ENDEREÇO
1-1-1 Tenjin, Chuo-ku – Fukuoka – Kyushu
HORÁRIO
das 8 às 22 horas
TELEFONE
81 92 725 9111
OUTRAS INFORMAÇÕES
www.acros.or.jp ou www.emilioambaszandassociates.com

Paisagismo & Jardinagem*71


72-74 Guia 02.12.08 09:53 Página 72

Ideias
para todos
os cantos
GUIA DE PLANTAS
Fotos Tatiana Villa

do jardim CAPIM-DO-TEXAS
Resistente ao frio e à
estiagem, o capim-do-
texas (Pennisetum seta-
ceum) é nativo da África
e suas folhas são linea-
res, recurvadas e orna-
mentais. Possui inflores-
cências (conjuntos de flo-
res) longas, cônicas e
com numerosas flores
róseo-esbranquiçadas ou
roxas, formadas no Verão.
É cultivado em pleno sol
em jardineiras, maciços
ou renques, compondo
touceiras densas, que
precisam ser podadas fre-
qüentemente para reno-
var a folhagem.

ACESSE TAMBÉM NOSSA


LOJA NAS REDES
@casadoiseditora

PARA ADQUIRIR
NOSSAS EDIÇÕES ACESSE
WWW.CASADOIS.COM.BR
72-74 Guia 28.11.08 09:50 Página 73

FLOCOS
É usado em bordaduras ou constituindo maci-
ços isolados em canteiros a pleno sol, enri-
quecidos com matéria orgânica e com boa
drenagem. O flocos (Phlox drummondii) con-
tém muitas flores nas cores vermelha, rósea,
branca, azul ou roxa, que aparecem princi-
palmente na Primavera-Verão. Ocorrem duas
variedades: a rotundata, com pétalas gran-
des, largas e franjadas ou não, e a stellaris,
de pétalas estreitas e franjadas ou não.
Aprecia clima frio.

Paisagismo & Jardinagem*73


72-74 Guia 02.12.08 09:54 Página 74

LISIANTO
Podendo atingir até 60 cm de altura, suas flo-
res são duráveis, grandes, em forma de sino,
simples ou dobradas e de diversas cores ou mis-
tas, como brancas, róseas, roxas e vermelhas.
O lisianto (Eustoma grandiflorum) é originário
dos Estados Unidos e muito cultivado como flor
de corte, exigindo condições amenas de tem-
peratura para um bom desenvolvimento.
72-75 Guia 26.11.08 16:49 Página 72

GUIA DE PLANTAS
Fotos Tatiana Villa

FLOCOS
É usado em bordaduras ou constituindo maci-
ços isolados em canteiros a pleno sol, enri-
quecidos com matéria orgânica e com boa
drenagem. O flocos (Phlox drummondii) con-
tém muitas flores nas cores vermelha, rósea,
branca, azul ou roxa, que aparecem princi-
palmente na Primavera-Verão. Ocorrem duas
variedades: a rotundata, com pétalas gran-
des, largas e franjadas ou não, e a stellaris,
de pétalas estreitas e franjadas ou não.
Aprecia clima frio.

72*Paisagismo & Jardinagem


72-75 Guia 26.11.08 16:49 Página 73

Renove
sua área
CAPIM-DO-TEXAS verde com
Resistente ao frio e à
estiagem, o capim-do- conhecimento
e técnica
texas (Pennisetum seta-
ceum) é nativo da África
e suas folhas são linea-
res, recurvadas e orna-
mentais. Possui inflores-
cências (conjuntos de flo-
res) longas, cônicas e
com numerosas flores
róseo-esbranquiçadas ou
roxas, formadas no Verão.
É cultivado em pleno sol
em jardineiras, maciços
ou renques, compondo
touceiras densas, que
precisam ser podadas fre-
qüentemente para reno-
var a folhagem.

ACESSE TAMBÉM NOSSA


LOJA NAS REDES
@casadoiseditora

PARA ADQUIRIR
NOSSAS EDIÇÕES ACESSE
WWW.CASADOIS.COM.BR
72-75 Guia 26.11.08 16:49 Página 74

LISIANTO
Podendo atingir até 60 cm de altura, suas flo-
res são duráveis, grandes, em forma de sino,
simples ou dobradas e de diversas cores ou mis-
tas, como brancas, róseas, roxas e vermelhas.
O lisianto (Eustoma grandiflorum) é originário
dos Estados Unidos e muito cultivado como flor
de corte, exigindo condições amenas de tem-
peratura para um bom desenvolvimento.

74*Paisagismo & Jardinagem


72-75 Guia 26.11.08 16:49 Página 75

IDEIAS SEM FIM


PARA O SEU
CHIFRE-DE-VEADO PROJETO
Por ser rústico, é resistente ao frio, mas preci-
sa ser cultivado em vasos com substrato ou em
tronco de árvore, sempre à meia-sombra e com
irrigação periódica. O chifre-de-veado (Platycerium
bifurcatum) apresenta folhas que saem da base
em forma de rim ou arredondadas e, quando
novas, são pequenas e firmes, no entanto, com
a idade, tornam-se grandes, irregulares, bifur-
cadas e pendentes.

ACESSE TAMBÉM NOSSA


LOJA NAS REDES
@casadoiseditora

PARA ADQUIRIR
NOSSAS EDIÇÕES ACESSE
WWW.CASADOIS.COM.BR
80-81 Contatos 28.11.08 17:21 Página 80

Contatos
EMPRESAS Flora – O Produtor Viapol Impermeabilizantes Jeane Calderan Roberto Berganton
Sorocaba/SP Caçapava/SP Paisagista da Calux Jardins Engenheiro agrônomo e diretor
Agroflora Ipê (15) 3222-6103 (12) 3221-3000 São Paulo/SP da Ball Horticultural
São Paulo/SP www.floraoprodutor.com.br www.viapol.com.br (11) 5543-9599 Holambra/SP
(11) 5181-9613 (19) 3802-9700
www.agrofloraipe.com.br Forth Jardim Vila Garden José Fernando Vargas
Tietê/SP São Paulo/SP Coordenador de educação Roberto Riscala
Art Barro (11) 5049-1339 ambiental do Jardim Botânico Arquiteto paisagista
(15) 3282-3444 São Paulo/SP
São Paulo/SP www.vilagarden.com.br de Porto Alegre
www.forthjardim.com.br (11) 3044-4049
(11) 5686-7530 Porto Alegre/RS
PROFISSIONAIS (51) 3320-2097
Jardim Botânico de Porto Alegre Teodoro Henrique da Silva
Aue Soluções
Juiz de Fora/MG Porto Alegre/RS Alexandre Fabbri Diretor da Fiaflora
José Roberto Antoniol Fontes
(32) 3217-1501 (51) 3320-2000 Engenheiro agrônomo (11) 3845-0828
Engenheiro agrônomo e pesquisa-
www.auesolucoes.com.br www.fzb.rs.gov.br/jardimbotanico e paisagista
São Paulo/SP dor da Embrapa Amazônia PROFISSIONAIS DA
(11) 5092-5390 Ocidental MOSTRA DE PAISAGISMO
Ball Horticultural Lwart Manaus/AM
Holambra/SP Lençóis Paulista/SP DA FIAFLORA
Alexandre Galhego [email protected]
(19) 3802-9700 0800-7274343
www.lwart.com.br Engenheiro agrônomo Cadu Almeida
www.ball.com.br Luiz Felipe Rudge Leite
e paisagista Arquiteto paisagista
Campinas/SP Arquiteto paisagista e proprietá- Jacareí/SP
BioDomus Arquitetura Pedrargil rio da BioDomus Arquitetura (12) 3958-5455/9758-5455
(19) 3294-9836
Paisagística São Paulo/SP Paisagística
São José do Rio Preto/SP (11) 3227-6261 Anderson Mendes de Oliveira São José do Rio Preto/SP Eduardo Delphino
(17) 3235-7111/(11) 8558-3727 www.argilpedras.com.br Engenheiro civil e coordenador (17) 3235-7111/(11) 8558-3727 Paisagista
www.biodomus.com.br de desenvolvimento de mercado [email protected] São Paulo/SP
Pedras Decorativas Ita Seixos da Lwart (11) 8365-2296
Brudden Vargem Alta/ES Lençóis Paulista/SP Maria Amélia Silveira
Pompéia/SP (28) 3525-1354 0800-7274343 Engenheira química da Viapol Evandro Ziemann
0800-7724080 Impermeabilizantes Arquiteto paisagista
www.brudden.com.br www.itaseixos.com.br
Celso Bergamasco Caçapava/SP Campo Grande/MS
Sibrape Engenheiro civil e paisagista (12) 3221-3000 (67) 3025-2249/9982-9711
Calux Jardins da Calux Jardins [email protected]
São Paulo/SP Ribeirão Preto/SP
São Paulo/SP Mauro Contesini
(11) 5543-9599 (16) 2101-7000 (11) 5543-9599 Fernando M. Yamasaki
www.calux.com.br www.sibrapeuvc.com.br Engenheiro agrônomo, paisagista
e proprietário da The Gardener Arquiteto paisagista
Daniela Sedo Place Suzano/SP
Dracena Plantas Ornamentais Sítio Kitakawa Arquiteta paisagista (11) 4747-3070/4742-9945
Juquiá/SP Vinhedo/SP
Suzano/SP São Paulo/SP
(13) 3844-1346 (19) 3886-4159 Ilka Paraíso
(11) 9652-3533 (11) 5505-3088
www.dracenaplantas.com.br Arquiteta paisagista
Eliane Falanga Pedrinha Parisi São Paulo/SP
Tatuapé Garden Arquiteta paisagista
Embrapa Amazônia Ocidental São Paulo/SP Decoradora e paisagista (11) 3021-9185
Manaus/AM São Paulo/SP São Paulo/SP [email protected]
(11) 2227-8500/5591-5555 (11) 2977-8998/9912-8027
(92) 3621-0300 (11) 3755-0964/3353-6273
www.cpaa.embrapa.br www.flor.com.br Lidiane Lourenço
Elton Kitakawa Raquel Scalabrini Correia Curvello
FG Import The Gardener Place Produtor de sálvia Diretora executiva do Jardim Administradora e paisagista
Louveira/SP Vinhedo/SP e proprietário do Sítio Kitakawa Botânico de Porto Alegre São Paulo/SP
(19) 3878-2000 (19) 3886-4159 Suzano/SP Porto Alegre/RS (11) 3758-0278/7863-6490
www.fgimport.com.br www.thegardener.com.br (11) 9652-3533 (51) 3320-2023 [email protected]

80*Paisagismo & Jardinagem


80-81 Contatos 28.11.08 17:21 Página 81

Luiz Henrique Lima Bambu em Casa FG Import Light Iluminações R2 Ponto Solar
Administrador e paisagista Mauá/SP Louveira/SP Campo Grande/MS São Paulo/SP
São Paulo/SP (11) 4578-4778/7144-7725 (19) 3878-2000 (67) 3342-5422 (11) 5531-9191
(11) 5536-3852/8154-9969 www.fgimport.com.br www.lightiluminacoes.com.br www.r2pontosolar.com.br
[email protected] Barumar Comércio de Pedras
Barueri/SP Folhas e Cores Paisagismo Lobão Lustração Salihah Dança do Ventre
Márcio Garcia dos Santos Júnior (11) 4198-2573 Jacareí/SP Cotia/SP Jacareí/SP
Paisagista (12) 3943-7367 (11) 4704-1368 (12) 3431-2690
Juiz de Fora/MG Beco da Freguesia
(32) 9104-8595/9982-6446 Guararema/SP Futon Brasil L’oiel Sítio dos Coqueiros
(11) 4695-2456 São Paulo/SP São Paulo/SP Campinas/SP
Margareth Linhares Cavalcanti (11) 3081-7072 (11) 3897-8787/3085-3211 (19) 3236-2020/7819-2486
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Itatiba/SP Campo Grande/MS SoundStone
(11) 4894-8010/7337-8269 (67) 3322-2727 Futon & Home Lopes Cestaria
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(11) 3081-1210 (11) 4158-3162 (11) 7728-5385
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São Paulo/SP (47) 3382-4000 Jacareí/SP Spina Iluminação
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São Paulo/SP CenterCell (41) 3274-2814
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(11) 4612-1891 Pedras – Mundial Company
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São Paulo/SP M. Luciano Paisagismo (11) 3714-7337
MOSTRA DE PAISAGISMO Itapevi/SP
DA FIAFLORA (11) 3798-0003 São Paulo/SP
www.cubos.com.br (11) 4789-9966 (11) 9474-3390 UPM Capital
www.interlight.com.br Fernandópolis/SP
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São Paulo/SP São Paulo/SP (19) 3252-6990
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Rio de Janeiro/RJ São Paulo/SP Mogi das Cruzes/SP
(21) 2497-1902 (11) 3215-6714 (11) 4793-8267 Itatiba/SP
AMS Plantas (11) 4524-0509
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www.armazempaludetto.com.br (35) 3346-1569/8407-4549
Empório Luz Design Lapiendrius Indústria Wood Brasil
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São Paulo/SP (11) 2268-0647/2076-1218 Itaquaquecetuba/SP Osasco/SP (67) 3354-2971
(11) 5673-4155 www.emporioluz.com.br (11) 4646-6400 (11) 3601-6320 www.woodbrasil.com.br

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Paisagismo & Jardinagem*81


82 Opiniao 25.11.08 10:49 Página 82

OPINIÃO Luiz Felipe Rudge Leite

Para tudo na vida é importante fazer planos, poupanças e previsões para


não ser surpreendido. Existem imprevistos, mas quando há planejamento é
possível minimizar seus efeitos e estragos.
Em uma obra se consegue fazer a previsão completa de tudo o que será gas-
to: projetos iniciais (arquitetônico, hidráulico, elétrico e estrutural), material,
mão-de-obra, taxas, impostos e até a estimativa para acabamentos e decoração.
Cabe lembrar que nem sempre é possível encaixar as despesas ao orça-
mento estimado, pois existem variáveis que surgem ao longo da construção e
que alteram a programação inicial. Porém, na maioria das vezes, são esqueci-
dos neste planejamento os custos relativos ao paisagismo e a todos os itens que
estão relacionados a ele.
Deve-se pensar no projeto paisagístico logo no começo da obra, mesmo
que seja o último item a ser feito. Assim, consegue-se definir em conjunto o
mínimo de estrutura necessária para um jardim, como pontos de iluminação,
dimensionamento de canteiros, pisos e irrigação.
Quando se discute o paisagismo desde o início da obra, é possível estudar
a perfeita integração com a arquitetura, sugerir a forma da piscina e indicar
pérgolas e gazebos, por exemplo. Luiz Felipe Rudge Leite
é arquiteto paisagista
Uma área verde com iluminação bem escolhida e posicionada se transfor- e proprietário da
ma em um grande cenário para eventos noturnos. Mas se não for programa- BioDomus Arquitetura

“Uma área
Paisagística, de São José
da com antecedência, é bem provável que não existirão circuitos elétricos dis- do Rio Preto, SP, que também
poníveis para todos os efeitos desejados, podendo ocorrer até uma sobrecar- atende na capital paulista

verde bem
ga do sistema.
É preciso entender que paisagismo é tudo aquilo que diz respeito ao ambien-
te externo. Portanto, ele representa um custo que, sendo estudado com ante-

executada
cedência e em conjunto com os demais profissionais envolvidos, pode ser defi-
nido e controlado.
Infelizmente ele é discriminado porque não há o conhecimento de sua

representa
importância e o quanto representa. Não se pode vê-lo como uma despesa
cara, mesmo quando considerados apenas os custos de implantação. Na ver-

apenas de
dade, não se deve ponderá-lo como um gasto, mas como um investimento.
Uma residência sem um projeto paisagístico adequado não tem bom valor
de mercado. Portanto, ele é de suma importância na valorização do imóvel.

3 a 4% da
Veja só quantos são os lançamentos de condomínios residenciais e comerciais
onde, além de destacar o nome do arquiteto responsável, também é ressalta-
do o paisagista.

despesa
Sendo assim, porque não planejar sua própria casa? Um jardim não cus-
ta caro. O que custa caro é a falta de programação e de valor agregado do

total da
serviço. No final de uma obra, quando já se investiu tudo aquilo que era ima-
ginado e mais um pouco, é claro que qualquer conta a mais será onerosa.
Uma área verde bem executada (sem exageros e extravagâncias) repre-

obra”
senta apenas de 3 a 4% da despesa total da obra. Este pequeno percentual sig-
nifica uma valorização do imóvel em torno de 25 a 30%. Ou seja, um investi-
mento tão pequeno constitui um ganho expressivo.
Quanto ele custa? É caro? Eu digo que não. O que falta é saber quanto vale
cada planta, a diária do jardineiro e uma boa terra adubada. Essas quantias são
desconhecidas pela maioria dos clientes e certamente serão surpresa para qual-
quer um que não fizer sua correta e completa programação.

82*Paisagismo & Jardinagem


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