Utilização de Solo-Cimento em Estacas Apiloadas para Obras de Pequeno Porte Antonio Anderson Da Silva Segantini.

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 114

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS- UNICAMP

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRiCOLA- FEAGRI

UTILIZACAO DE SOLO-CIMENTO EM ESTACAS APILOADAS


PARA OBRAS DE PEQUENO PORTE

ANTONIO ANDERSON DA SILVA!SEGANTINI

Orientador:

Prof. Dr. David de: Carvalho

l CAMPINAS

Estado de Sao Paulo

Brasil

Setembro - 1994
ll

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS- UNICAMP


FACULDADE DE ENGENHARIA AGRICOLA- FEAGRI

UTILIZAt;AO DE SOLO-CIMENTO EM ESTACAS APILOADAS

PARAOBRASDEPEQUENOPORTE

por

ANTONIO ANDERSON DA SILVA SEGANTINI ::r


ENGENHEIRO CIVIL

Orientador:

Prof. Dr. David de Carvlho:~

Disserta<;ao apresentada a Faculdade de

Engenharia Agricola da Universidade Estadual

de Campinas para a obten<;ao do titulo de

Mestre em Engenharia Agricola, Area de

Concentra<;ao: Constru<;oes Rurais.

CAMPINAS

Estado de Sao Paulo

Brasil

Setembro - 1994
iii

A minha esposa

Maria Helena

e a meus filhos

Daniela

Andre

temos companheiros

como forma de reconhecimento

pela compreensao e incentivos prestados


iv

Agradecimentos

Ao Professor Dr. David de Carvalho


pela orienta<;iio, amizade, incentivos e ensinamentos recebidos;

Aos Professores Doutores Milton Dall 'Aglio Sobrinho e Monica Pinto Barbosa
Chefes do Departamento de Engenharia Civil da Unesp em Ilha Solteira-SP
pelo apoio recebido;

A Coordenadoria de Aperfei<;oamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES)


pela bolsa de auxilio deslocamento concedida;

A FEIS!UNESP, FEAGRI!UNICAMP e EESC/USP


pelo apoio recebido;

Aos tecnicos Ronaldo, Mario, Cavassano, Gilson, Silvio e Ozias


pela inestimavel ajuda durante a realiza<;iio dos ensaios de campo;

Aos Professores Wilson Manzoli Jr, Stelio Maia Menezes e Adriano Souza
pelo auxilio na execu<;iio dos ensaios de campo;

Ao Professor Geraldo de Freitas Maciel


pela colabora<;ao prestada;

Aos Engenheiros
Antonio Carlos Leister de Castro, Roberto Cardieri Ferreira, Wandeley Ognebene,
Jaime Elias Escudeiro Peres, Aloisio Celeri e Flavio Moreira Salles,
e aos tecnicos do Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP
pelo auxilio na execu<;iio de ensaios de laborat6rio e de campo;

Ao Sr. Valdeir
fot6grafo da Unesp pela dedica<yao e servi<;os prestados; e

a todas as pessoas que,


de alguma forma, contribuiram para que esse trabalho pudesse ser realizado.
v

CONTEUDO

Pagina

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ viii

LISTA DE QUADROS ····················································································· X

LISTA DE SIMBOLOS ..................................................................................... xii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................ xiv

ABSTRACT........................................................................................................ xvi

1. INTRODU<:;AO .............................................................................. . 1

2. OBJETIVOS ................................................................................... . 5

3. REVISAO DE LITERATURA ...................................................... . 7

3.1. Solo-cimento ................................................................................... . 7

3.1.1. Defini9iio e Hist6rico ...................................................................... . 7

3.1.2. Classificayiio ................................................................................... . 10

3.1.3. Criterios para a escolha do tipo de solo a ser utilizado .................. . 10

3.1.4. Criterios de dosagem ..................................................................... . 13

3.2. Sistemas de aplicayiio ..................................................................... . 16

3.2.1. Funda96es ....................................................................................... . 16

3.2.2. Barragens de terra ......................................................................... . 20


vi

3.2.3. Outras aplicayoes ............................................................................ . 21

3.3. Outros processos de estabilizayao .................................................. . 22

4. MATERIAL E METODOS ............................................................ . 24


4.1. Introduyao ....................................................................................... . 24

4.2. Materiais ......................................................................................... . 27


4.2.1. Concreto ......................................................................................... . 27
4.2.2. Solo componente do solo-cimento ................................................. . 29
4.2.3. Solo-cimento compactado .............................................................. . 30
4.2.4. Solo-cimento phistico ..................................................................... . 32

4.2.6. Agua ............................................................................................... . 34

4.2.7. Ayo ................................................................................................. . 34

4.3. Metodos .......................................................................................... . 35


4.3.1. Estacas de reayao ........................................................................... . 35
4.3.2. Estacas de concreto ......................................................................... . 36
4.3.3. Estacas de solo-cimento compactado ............................................. . 37
4.3.4. Estacas de solo-cimento phistico .................................................... . 42
4.3.5. Controle de qualidade ..................................................................... . 43
4.3.6. Sistema de reayao .......................................................................... . 45
4.4. Equipamentos ................................................................................. . 48
4.4.1. Macaco ............................................................................................ . 48
4.4.2. Celula de carga ............................................................................... . 48
4.4.3. Indicador de deformayao ................................................................ . 48
4.4.4. R6tula ............................................................................................. . 49
Vll

4.4.5. Rel6gios comparadores ................................................................... . 49


4.4.6. Sistema de referencia..................................................................... . 49

4.4.7. Sistema de aplica9iio do carregamento ........................................... . 50

4.4.8. Realiza9iio das provas de carga ...................................................... . 50

5. RESULTADOS .............................................................................. . 53

5.1. Caracteriza9iio do subsolo local ..................................................... . 53

5.2. Solo componente do solo-cimento ................................................. . 55

5.3. Solo-cimento ................................................................................... . 57

5.4. Cimento .......................................................................................... . 58

5.6. Provas de carga ............................................................................... . 63

6. ANALISE E DISCUS SAO .......................................................... . 76

6.1. Tecnica construtiva ......................................................................... . 76

6.1.1. Solo-cimento compactado .............................................................. . 76

6.1.2. Solo-cimento plastico ..................................................................... . 80


6.2. Provas de carga ............................................................................... . 82
6.2.1. Estacas de concreto ......................................................................... . 82
6.2.2. Estacas de solo-cimento compactado ............................................. . 84

6.2.3. Estacas de solo-cimento plastico .................................................... . 87

7. CONCLUSOES ............................................................................ . 89
8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................... . 92
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura Pagina

I. Criterios para a escolha do tipo de solo a ser utilizado .................. . 12

2. Localiza'(ao da area reservada para ensaios de campo ................... . 24

4. Equipamento utilizado na abertura dos furos das estacas ............... . 36


5. Detalhe das estacas de rea9iiO e das estacas de solo-cimento ......... . 37
6 . Inspe9ao . ual".m s1"tu" da estaca "p1·1 ot o " .................................... .
- v1s 38
7. Masseira utilizada para misturar os componentes .......................... . 39
8. Controle da umidade atraves do "Speed-test" ................................. . 40

9. Aspecto de uma das estacas de solo-cimento compactado ............. . 41


I 0. Execu9ao do bloco de transi9ao ...................................................... . 41
II. Controle da umidade atraves do "Slump-test" ................................. . 42
12. Rompimento de corpos-de-prova de concreto ................................ . 44
13. Disposi'(ao das estacas no campo de provas .................................... 46

14. Detalhe da viga de rea'(ao ................................................................ 47

15. Detalhe dos sistema de referencia e posicionamento dos rel6gios .. 50

16. Sistema para a aplica'(ao de carga ................................................... 51

17. Ensaio SPT- Standart Penetration Test ........................................... 54


ix

18. Ensaio CPT- Cone Penetration Test............................................... 54

19. Curva granulometrica do solo utilizado ........................................... 56

20. Curva granulometrica do solo-cimento ap6s a mistura ................... 57

21. Prova de carga nipida realizada na estaca de concreto C 1 ... .. .. ... ... . 72

22. Prova de carga lenta realizada na estaca de concreto C2 ............. 72

23. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-cimento

compactado SCC1 .......................................................................... 73

24. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-cimento

compactado SCC2 ...................................................................... . 73

25. Prova de carga rapida realizada na estaca de solo-cimento

26 Prova de carga rapida realizada na estaca de solo-cimento plastico

SCP1 ................................................................................................ 74

27. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-cimento plastico

SCP2 ................................................................................... 75

28. Prova de carga rapida realizada na estaca de solo-cimento plastico

SCP3 ................................................................................................ 75
X

LISTA DE QUADROS

Quadro Pagina

I. Criterios para a sel~ao de solos quanto a granulometria ........... . 11


2. Teor de cimento indicado para o ensaio de compat~ ........ .. .. 14

4. Teor de cimento medio requerido por solos arenosos ................ 16

5. Amilise quimica da agua utilizada ... ... .. ........ .. .... .... ... .............. ... . 34

6. Caracteriza<;:iio do subsolo local ................................................... 53

7. Carcteiz~o do solo utilizado .. .......... ....... ... ... .. ..... ..... .......... ... 56

8. Carcteiz~o do solo-cimento ................................................... 57

9. Resistencia acompressao simples do solo-cimento .................... 59

I 0. Analise fisica do cimento ............................................................. 59

11. Analise qufmica do cimento .............. ... .. ... .. ........ .. ..... ... ..... .. ...... . 60

12. Controle tecnol6gico do concreto utilizado nas estacas de rea~o .... 61

13. Controle tecnol6gico do concreto utilizado nas estacas de concreto 62

14. Controle tecnol6gico do solo-cimento aplicado nas estacas de

solo-cimento compactado ............................................................ 62

15. Controle tecnol6gico do solo-cimento aplicado nas estacas de

solo-cimento plastico ................................................................... 63


xi

16. Prova de carga nipida realizada na estaca de concreto C 1 ........... 64

17. Prova de carga lenta realizada na estaca de Concreto C2 ... ... ... ... 65

18. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-cimento

compactado SCCI ........................................................................ 66

19. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-cimento

compactado SCC2 ........................................................................ 67

20. Prova de carga nipida realizada na estaca de solo-cimento

compactado SCC3 ... .. ................................ ................... ... ..... ... ... .. 68

21. Prova de carga nipida realizada na estaca de solo-cimento

plastico SCPI .............................................................................. 69

~Pi*ro'V!etmaFC:Sfsc·

plastico SCP2 ............ ..... .. ..... .......... ... ...... ... ... ...... ..... ..... .. .. ... ... ... . 70

23. Prova de carga rapida realizada na estaca de solo-cimento

plastico SCP3 ...... ......... ..... ............. .. ....... .. ... ... ...... .. ...... .. ..... ... ... .. 71

24. Valores de carga ultima estimados e valores obtidos em provas

de carga ..................................................................................... . 85
xii

LISTA DE SIMBOLOS

CPT Sondagem a penetra91io estatica

fur Resistencia de ponta unitaria obtida por formulas empiricas (kPa)

fupc Resistencia de ponta unitaria obtida em provas de carga (kPa)

IP indice de plasticidade

L Profundidade (m)

LL Limite de liquidez (%)

LP Limite de plasticidade (%)

LRi Leitura de recalques atraves de relogio comparador (rnm)

LRm Media de leitura de recalques (mm)

NA Cota do len9ol freatico (m)

Q Carga aplicada (kN)

qponta Resistencia de ponta unitaria (kPa)

qur Resistencia ultima de ponta obtida por formulas empiricas (kPa)

qupc Resistencia ultima de ponta obtida em provas de carga

Qu Carga ultima (kN)

Qur Carga ultima obtida por formulas empiricas (kN)


xiii

Qupc Carga ultima obtida em provas de carga (kN)

Re Recalque (mm)

RE Estaca de rea<yao do tipo escavada

R Estaca de rea<yao do tipo apiloada

Rl Resistencia lateral (MN/m2 )

Rp Resistencia de ponta (MN/m2 )

Rt Resistencia total (kN)

sec Estaca de solo-cimento compactado

SCP Estaca de solo-cimento plastico

ST Sondagem a trado

T Estaca de concreto para ensaio atra<yao

ps Massa especifica dos graos do solo (g'cm')

w Teor de umidade natural(%)

wot Teor de umidade 6tima (%)

ys,max Peso especifico aparente seco maximo (kN/m')

# Malha de peneira para ensaio de granulometria

Cir Tensao de ruptura (MPa)

Cl'r,m Tensao de ruptura media (MPa)

0 Diiimetro (m)
XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AASHTO American Association of State Highway and


Transportation Officials

ABCP Associa9iio Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associa9ao Brasileira de Normas Tecnicas

ASTM American Society for Testing and Materials

BNH Banco Nacional da Habita9iio

CEBRACE Centro Brasileiro de Constru9oes e Equipamentos


Escolares

CEPED/BA Centro de Pesquisas e Desenvovimento da Bahia

CESP Companhia Energetica de Sao Paulo

CONDER Companhia de Desenvolvimento da Regiao


Metropolitana de Salvador

ICPA Instituto del Cementa Portland Argentino

OEA Organiza9iio dos Estados Americanos

PCA Portland Cement Association

PMC Prefeitura Municipal de Cama9ari

URBIS Companhia de Urbanizayao da Bahia


XV

RESUMO

Esse trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estudar a


utiliza9ao do solo-cimento em fundayoes feitas em estacas. Primeiramente, o solo
utilizado como componente da mistura foi classificado, tendo em vista a
' , , '"·h0,~Y?A<•+ '','»'<-''' "''' ' ,,, ' " ' , , , , , , , _ , , . , , , ' ' ' ' ' ,,,, '"~, ,, '''"''"'w ,.,, '4•<,<•"'•'' w< - , . , , , , '"•, •r••'•"'·'-'''·'·''-''"""" '•iC,"~c{

determina9ao dos indices fisicos, dos limites de consistencia e da composi9ao


granulometrica. Atraves do ensaio de compacta9ao foram obtidos, posteriormente,
os valores do peso especifico aparente seco maximo e da umidade 6tima. 0 teor de
cimento adotado, da ordem de 8% em peso, foi escolhido considerando-se, por urn
!ado, a larga experiencia adquirida pelo Laborat6rio Central de Engenharia Civil da
CESP e, por outro !ado, os resultados obtidos nos ensaios de resistencia a
compressao simples e as cargas previstas para serem aplicadas na cabe9a das estacas.

Este trabalho foi realizado em Ilha Solteira, onde as caracteristicas


do solo superficial sao representativas do tipo de solo que recobre mais de 50% da
area do Estado de Sao Paulo. Para a caracteriza9ao do subsolo local foram
executadas sondagens de penetra9ao estatica (CPT - Cone Penetration Test), a
percussao (SPT- Standard Penetration Test) e a trado (ST- Sondagem a Trado).
xvi

Foram confeccionadas oito estacas em escala natural, sendo duas de


concreto convencional, tres de solo-cimento phistico e tres de solo-cimento
compactado. 0 solo-cimento plastico foi aplicado de forma amiloga a que se
emprega em estacas convencionais de concreto. No caso das estacas de solo-cimento
compactado, foram seguidas as recomenday5es do Manual de construyao com solo-
cimento, publicado pelo CEPED (1984).

Essas estacas foram submetidas a provas de carga e os resultados


obtidos mostraram tratar-se de urn material tecnicamente vhivel para ser aplicado em
xvii

ABSTRACT

The purpose of this work is to verifY the applicability of the soil


cement in piles foundation. Firstly, the physical properties of the soil component, the
Atterberg limits and also, grain-size distribuition were determined. Afterwards, from
the moisture density Test, the values of maximum dry unit weight and optimum
moisture content were obtained. The cement content, the order of 8%, was odopted
from, on the one hand, of the large experience of the Civil Engineering Laboratory
of the CESP and, on the other hand, from the experimental results of the
compressive strengh and load carrying capacity in the head piles.

This work was realized in Ilha Solteira city, where it finds a soil
which the characteristics are, pratically, the same found in more the 50% of the Sao
Paulo region. In order to investigate in detail the local subsoil, the Standart
Penetration Test (SPT), Cone Penetration Test (CPT) and Auger Boring Test were
performed.
xviii

It was prepared eight piles in natural scale: two piles was


constructed in conventional concrete, three piles in plastic soil cement and three
piles in compacted soil cement. The use of the plastic soil cement was done of the
same way as used in concrete piles. In the case of compacted soil cement, the
regulamentations published Construction of Soil Cement Manual, published by
CEPED (1984), were adopted.

These piles foundations were submitted a load test. The results


pointed up the technical viability of this material to be used in piles foundations in
1. INTRODU~A

A grande maioria das edifca~;os existentes na regiao oeste


do Estado de Sao Paulo, numa faixa que vai desde a margem esquerda
do Rio Parana ate a cidade de Sao Carlos-SP, abrangendo mais de

moldadas "in loco". Adota-se esse procedimento em razao do tipo de


solo que recobre essa regiao, ou seja, solo arenoso fino lateritico,
cuja principal caracteristica e a sua elevada colapsibilidade quando,
sob a a~;o de carregamentos, e submetido a vari~;oes bruscas de
umidade. Nessa regiao, empregam-se geralmente tres tipos de estacas,
quais sejam: estacas do tipo broca, feitas com trado mecanico ou
manual; estacas do tipo "Strauss"; e, mais recentemente, estacas
apiloadas, perfuradas atraves da a~;o da queda de urn pilao.

Em obras de pequeno e medio porte, onde os carregamentos


geralmente sao da ordem de 40 kN a 100 kN por estaca, verificou-se
que em vez de concreto, existe a possibilidade de se utilizar o solo-
cimento como material componente. Trata-se de urn material ja
conhecido no meio tecnico e que apresenta caracteristicas tecnicas
suficientes para o born desempenho da funda~;o. Diversos trabalhos
2

onde se utilizam o solo-cimento como material alternativo ja foram


executados no Brasil e no exterior , principalmente em obras de
pavimenta<;:ao de estradas e aeroportos. Existem tambem cita<;:5es de
seu emprego em habita<;:5es (tijolos, blocos e paredes monoliticas),
prote<;:ao de taludes em obras de barragem de terra (Usina Hidrelt~ca

de Rosana e Porto Primavera, no Pontal do Paranapanema), etc.

0 custo de produ<;:ao com materiais, mao-de-obra e encargos


sociais do solo-cimento gira em torno de 30% a 40% se comparado ao
custo de produ<;:ao do concreto. Consequentemente, a redu<;:ao de
custos para a execu<;:ao de estacas de solo-cimento seguira essa mesma

como, consumo de energia, mao-de-obra e transporte na produ<;:ao dos


materiais componentes, o custo geral de produ<;:ao do solo-cimento
sera ainda inferior aos indices mencionados. Vale ressaltar que na
regiao citada predominam solos que atendem plenamente aos
requisitos necessarios a estabiliza<;:ao com cimento. Portanto, na
maioria das vezes, a produ<;:ao do solo-cimento podera ser feita com
aproveitamento de solos do proprio local, reduzindo-se ainda mais os
custos. Caso o solo do local da constru<;:ao nao atenda aos requisitos
para a estabiliza<;:ao com cimento, fato que normalmente ocorre
quando a sua granulometria nao se encontra dentro da faixa ideal,
existe a possibilidade de se efetuar corre<;:5es, seja pel a adi<;:ao de
areia ou pel a mistura com outros tipos de solos mais arenosos.
Existem diversas outras regioes no Brasil que apresentam
caracteristicas semelhantes e, muitas vezes, essas regioes encontram-
se carentes de materiais convencionais (areia lavada, pedra britada,
3

se1xo rolado), onde acredita-se que seja tambem possivel a aplica<;iio


de estacas de solo-cimento, fato esse que amplia consideravelmente a
abrangencia desse trabalho.

A principal desvantagem do solo-cimento como material de


constru<;iio, segundo alguns autores, e a grande variedade de tipos de
solos, implicando necessariamente na execu<;iio de ensaws para a
caracteriza<;iio das jazidas de emprestimo. Por outro lado, tratam-se
de ensaios simples, normalmente rotineiros em qualquer laborat6rio.
Consistem basicamente de ensaios visando a classifica<;iio dos solos,
quais sejam: determina<;iio da granulometria, indices fisicos e

Por todas essas raz5es, pretendeu-se neste trabalho estudar a


capacidade de carga de estacas apiloadas. Foram realizadas provas de
carga em oito estacas, divididas em grupos constituidos por tres de
solo-cimento compactado, tres de solo-cimento plastico e duas de
concreto simples. Executou-se, preliminarmente, uma estaca de solo-
cimento compactado, denominada "estaca piloto". Essa estaca serviu
de base para o treinamento dos operarios envolvidos na execu<;iio do
servi<;o.

Para garantir a confiabilidade dos resultados, foram tomadas


ainda as seguintes providencias: realiza<;iio de ensaios penetrometricos
do tipo SPT - Standart Penetration Test e CPT - Cone Penetration
Test, visando o reconhecimento do subsolo local; caracteriza<;iio dos
principais componentes empregados; controle tecnol6gico do concreto
4

e do solo-cimento aplicado, com retirada das amostras durante a sua


aplicac;:ao; e escavac;:ao para inspec;:ao visual "in situ" da estaca-piloto.

A caracterizac;:ao do subsolo da area estudada foi feita


atraves da coleta do material extraido de urn furo feito a trado. Os
ensaws de caracterizac;:ao foram feitos metro a metro ate a
profundidade de 12,00 metros. Esses ensaios foram executados pelo
Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP em Ilha Solteira-
SP.

As provas-de-carga foram conduzidas ate a ruptura. A leitura

instrumentac;:ao instalada no topo dos elementos. For am colocadas


"bolachas" de isopor com 0,10 m de espessura e 0,20 m de di<lmetro
na ponta de cinco estacas, sendo duas para o grupo das estacas de
solo-cimento plastico, duas para o grupo das estacas de solo-cimento
compactado e urn a para as estacas de concreto. Adotou-se esse
procedimento com o objetivo de se obter leituras apenas do atrito
lateral, propiciando futuramente a realizac;:ao de novas provas de carga
afim de se verificar o comportamento das estacas em termos de atrito
lateral ao longo do tempo.
5

2. OBJETIVOS

Com a realizac,;ao deste trabalho objetivou-se dar


prosseguimento aos trabalhos jii existentes no sentido de ampliar a
tecnologia do solo-cimento, visando garantir a sua aplicac,;ao em

Pretendeu-se, dessa forma, buscar conhecimentos tecnicos suficientes


de modo a garantir o desempenho dos materiais componentes de forma
satisfat6ria e eficiente durante a vida uti! da edificac,;ao.

Nao obstante, objetivou-se contribuir de forma decisiva para a


minimizac,;ao dos custos envolvidos na construc,;ao de edificios, bern
como complementar a literatura existente atraves do emprego do solo-
cimento em fundac,;oes, uma vez que essa etapa da construc,;ao quase nao
e apontada nos estudos e pesqmsas realizadas em materiais
alternativos.

Objetivou-se, ainda, contribuir para com o meio rural, onde as


dificuldades para a execuc,;ao de edificac,;oes sao bern mats
significativas, seja muitas vezes pela falta ou inexistencia de energia
eletrica, carencia de profissionais habilitados ou pelas dificuldades de
6

acesso aos canteiros de obra, como tambem pelas despesas com o


transporte de materiais de constru9ao convencionais.

Tendo em vista a abrangencia deste trabalho e as


potencialidades do solo-cimento, objetivou-se ainda contribuir com o
meio tecnico atraves da simplificayao das tecnicas de execu9ao,
redu9ao de custos e, principalmente, fornecer subsidios para a analise
de casos semelhantes atraves da apresenta9ao dos dados obtidos nos
ensaios de campo.
7

3. REVISAO BIBLIOGRAFICA

0 tema especificamente a ser abordado, ou seja, capacidade de


carga em elementos de funda<;ao executadas em solo-cimento quase nao
se encontra mencionado na literatura disponivel. Assim, nessa revisao,

relacionados com o tema, os quais serviram de embasamento conceitual


para o desenvolvimento do trabalho proposto.

3.1. Solo-cimento

3.1.1. Defin~;ao e historico

De acordo com a ABCP (1983a), o solo-cimento e o produto


resultante da mistura intima, em propor<;5es previamente estabelecidas,
de solo pulverizado, cimento Portland e iigua que, compactados ao
teor 6timo de umidade e sob a maxima densidade, adquire resistencia e
durabilidade atraves das rea<;5es de hidrata<;ao do cimento.
8

ANDRADE FILHO (1989) cita que, de acordo com Bezerra


( 1976), a conceituar;ao do solo-cimento parece ter sua origem em
Salls burg no ano de 1917. 0 au tor afirma, entretanto, haver poucos
usos relatados ate 1932, quando se tern noticia dos primeiros traba1hos
cientificamente controlados nos Estados Unidos da America, atraves da
sua utilizar;ao na pavimentar;ao de 17.000 m 2 em Johnsonville, Carolina
do Sui.

A terra como material de construr;ao tern sido utilizada pelo


homem desde a antiguidade. Viirias de suas obras desafiam os seculos
ate alcanr;arem os dias de hoje. As tecnicas construtivas variaram desde

melhorados com asfalto natural, como no caso das construr;oes da


Babilonia e Assiria. Adobes com palha e bambu, visando reduzir os
efeitos da retrar;ao, foram utilizados no Egito. Existem tambem citar;oes
de construr;oes em taipa na Europa Central e os muros de terra
compactada, ainda na Babilonia. Nas Americas, os metodos de
construr;ao com terra existiam, de forma independente, em paises como
Peru, Mexico e Sudoeste dos Estados Unidos, regioes mais favorecidas
por suas caracteristicas de clima quente e seco (CEPED, 1984).

De acordo com FREIRE (1976), a utilizar;ao do cimento como


agente estabilizador de solos teve inicio nos Estados Unidos da
America, em 1916, quando de sua aplicar;ao pela primeira vez para
solucionar problemas causados pelo triifego de veiculos de rodas nao
pneumiiticas. No Brasil, o interesse pelo assunto se deu a partir de 1936
9

com a fundas;ao da ABCP - Associas;ao Brasileira de Cimento Portland,


que regulamentou, fomentou e pesquisou a sua aplicas;ao.

De acordo com NASCIMENTO (1994 ), a utilizas;ao do solo-


cimento como material de construs;ao no Brasil se deu em 1942 quando
a diretoria da Aeromiutica autorizou a ABCP a executar uma das pistas
de circulas;ao do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. A
primeira experiencia em edificas;oes ocorreu em 1945 com a execus;ao
de uma casa de bombas que abasteceria de agua a obra do aeroporto de
Santarem-P A.

pavimentas;ao rodoviaria e aeroportuaria, mas hoje, suficientemente


conhecido e difundido no meio tecnico e tendo suas caracteristicas
tecnol6gicas bern definidas, o solo-cimento se apresenta como urn
material de aplicas;oes bastante diversificadas, como por exemplo: base
para pavimentos rodoviarios e aeroportuarios (ABCP,l983b);
revestimento de silos (ABCP, 1983c); fabricas;ao de tijolos e blocos
(ABCP, 1985a); construs;ao de paredes monoliticas (ABCP, 1985b);
base para a pavimentas;ao de ruas e pequenas vias urban as (ABCP,
1985c ); aplicas;oes divers as em pequenas areas urbanas, tais como
cals;adas, pras;as, parques de recreas;ao, canteiros para jardins (ABCP,
1986); revestimento de barragens de terra, diques e reservat6rios
(ABCP,1980); e revestimento de canais (SILVA, 1992).
10

3.1.2. Clasifc~o

Basicamente, o solo-cimento e dividido em duas classes: solo-


cimento compactado e solo-cimento plastico. De acordo com
ANDRADE F. o (1989), o solo-cimento compactado e o mais usual. 0
teor de cimento deve ser o necessario para endurecer a mistura. A agua
deve ser adicionada em quantidade suficiente, de forma que permita a
ocorrencia da hidratayao do cimento e possibilite condiy5es adequadas
de trabalhabilidade para o manuse10 e compactayao da mistura. No
solo-cimento plastico a agua deve ser adicionada a mistura ate que se
obtenha urn produto de consistencia similar ao de uma argamassa de

A ABCP (1983a) sugere, ainda, a adoyao do termo "solos


melhorados com cimento" para solos estabilizados a pequenos teores
de cimento.

3.1.3. Criterios para a escolha do tipo de solo a ser utilizado

Todos os tipos de solos apresentam melhorias significativas


em suas propriedades meciinicas quando misturados com cimento e
devidamente compactados. Existem, entretanto, limitay5es ao uso de
determinados tipos de solos, geralmente vinculadas a trabalhabilidade e
ao consumo de cimento. Os limites de consistencia (LL e LP) sao as
variaveis que melhor expressam as condiy5es de trabalhabilidade.
Existe urn certo consenso de que, para ser viavel tecnicamente, o solo
II

deve apresentar limite de liquidez maximo entre 45% e 50% (CEPED,


1984 ).

Os criterios para a seleyao dos melhores solos quanto a


granulometria, segundo alguns autores, nao tern sofrido varia96es
consideraveis. 0 Quadro I apresenta as faixas granulometricas
consideradas ideais.

QUADRO 1. Criterios para a seleyao de solos quanto a


granulometria

An tar
...
T. A. TPAr rtP
f ·.···. IT' A. T,
..
. ...... : .; :.
T :. ·'•·
····•··· ·........•

areJa silte argila silte + de


(%) (%) (%) argila Liquidez
(%) (%)
CINVA ( 1963) 45 a 80 - - 20 a 55 -
ICPA (1973) 60 a 80 10 a 20 5 a 10 - -
MERRlL (1949) >50 - - - -
MAC (1975) 40 a 70 < 30 20 a 30 - -
CEPED (1984) 45 a 90 - < 20 I 0 a 55 45 a 50

A Figura 1 apresenta a ilustrayao das respectivas faixas


granulometricas.
12

CINVA !CPA

40
Areia Areia Argila
60 40

80 .20

20 40 60 80
Si!tc Sille
CEPED

Sille

MERRYL

20 \
A' 1 ~0
Areia Argila Areia Argi!a

Silte Si!te

Figura 1. Criterios para escolha do tipo de solo


Fonte: CEPED (1984)
13

3.1.4. Criterios de dosagem

A grande mawna dos criterios de dosagem para o solo-


cimento foi elaborada tendo em vista a sua aplicayao como base de
pavimentos rodoviarios e aeroportuarios. A dosagem e feita
normalmente em fun9ao das caracteristicas do solo, da quantidade de
cimento a ser adicionada, do teor de umidade e da densidade a ser
conseguida no processo de compacta9ao.

De acordo com as cita96es de PINTO ( 1980), os ingleses


consideram adequado o teor de cimento capaz de conferir a mistura uma

empregados ensaios de durabilidade a molhagem/secagem e a


congelayao/degelo, cujos resultados sao expressos em fun9ao do
decrescimo da resistencia dos corpos-de-prova.

No Estado da California, Estados Unidos da America,


emprega-se uma tecnica diferente para a estabiliza9ao do solo-cimento,
principalmente por exigir que o solo seja bastante pedregulhoso e
empregar teores de cimento mais reduzidos. A resistencia exigida e de
4,5 MPa ou de 2, I MPa, con forme o tipo de base a ser executada.

A metodologia de dosagem adotada pel a ABCP (1983 a),


aborda basicamente a dosagem do solo-cimento a ser aplicado na base
de pavimentos rodoviarios. Essa metodologia se baseia nos criterios de
dosagem elaborados pela PCA, que sugere duas normas a serem
adotadas: Norma Geral de Dosagem e Norma Simplificada de Dosagem.
14

0 Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP em Ilha


Solteira, adota a norma simplificada para solos que apresentem no
maximo 50% das particulas com diiimetro inferior a 0,05 mm e no
maximo 20% com diiimetro inferior a 0,005 mm. A norma geral e
aplicada quando a granulometria do solo nao se enquadrar nessa faixa.
Os Quadros 2, 3 e 4 apresentam os teores de cimento utilizados pela
CESP, de acordo como seu Metodo de Ensaio MSL-08, na dosagem de
misturas de solo com cimento.

QUADRO 2. T~re ci!llent? i~dcao l?ara


·' ' o:tin!Tl'e.c15frJa~ ··

Classifica91io do solo Teor de cimento em


segundo H.R.B. peso
(%)
Al-a 5
Al-b 6
A2 7
A3 8
A4 10
AS 10
A6 12
A7 13

Fonte: CESP - Dosagens para misturas de solo com cimento (MSL-08)


15

QUADRO 3. Teor de cimento medio requerido por solos siltosos


e argilosos

Peso especifico aparente maximo (kN/m3 )


Indice Silte 14,40 15,20 16,00 16,80 17,60 18,40 19,20
de (%) a a a a a a ou
Grupo 15,20 16,00 16,80 17,60 18,40 19,20 mais
0- 19 12 11 10 8 8 7 7
20-39 12 11 10 9 8 8 7
0-3 40-59 13 12 11 9 9 8 8
>60 - - - - - - -
0- 19 13 12 11 9 8 7 7
20-39 13 12 11 10 9 8 8
4-7 40-59 14 13 12 10 10 9 8
>60 15 14 12 11 10 9 9
... A .1£<
··.····l4:······ "' 11
"' •.o. " .... •:i<.···;.::;. f

20-39 15 14 11 10 9 9 9
8- 11 40-59 16 14 12 11 10 10 9
>60 17 15 13 11 10 10 10
0- 19 15 14 13 12 11 9 9
20-39 16 15 13 12 11 10 10
12- 15 40-59 17 16 14 12 12 11 10
>60 18 16 14 13 12 11 11
0- 19 17 16 14 13 12 11 10
20-39 18 17 15 14 13 11 11
16-20 40-59 19 18 15 14 14 12 12
>60 20 19 16 15 14 13 12

Fonte: CESP - Dosagens para mistura de solo com cimento (MSL-08)


16

QUADRO 4. Teor de cimento medio requerido por solos


arenosos

Peso especifico aparente maximo (kN/m')


Pedre- Silte 16,80 17,60 18,40 19,20 20,00 20,80
gu1ho rna is a a a a a ou
grosso argila 17,60 18,40 19,20 20,00 20,80 mats
(%) (%)
0- 19 10 8 8 7 6 5
0- 14 20-39 9 9 7 7 5 5
40-50 11 10 9 8 6 5
0- 19 10 9 8 6 5 5
15-29 20-39 9 8 7 6 6 5
40-50 12 10 9 8 7 6
0- 19 10 8 7 6 5 5
;)/1 .':tO. ..1.1 ..!!.. '7 6. .. '\
·~
Q.

40-50 12 11 10 9 8 6

Fonte: CESP - Dosagens para misturas de solo com cimento (MSL-08)

3.2. Sistemas de aplica.;lio

3.2.1. Funda.;oes

CARVALHO et al. (1990) estudou o comportamento do so1o-


cimento plastico para uso em funda<;:oes. Foram analisados tres tipos de
solos: uma argila amarela proveniente de uma camada porosa; urn solo
arenoso de uma camada de arenito que ocorre em algumas areas sob a
camada de argila porosa; e urn solo lateritico com concre<;:oes, de
ocorrencias localizadas. Foram utilizados quatro teores de cimento (8%,
17

10%, 12% e 14%) em quatro periodos de cura em ciimara umida (7, 14,
28 e 56 dias). Os primeiros resultados mostraram que, quanto ao
aspecto de resistencia, o uso do solo-cimento pbistico conduz a uma
soluyiio mais econ6mica para funda9oes de obras de pequeno porte.
Existe, contudo, a necessidade de se efetuarem estudos complementares
de durabilidade alem de outros, tais como intera91io funda91io-estrutura
e fundayiio-solo.

De acordo com SEGANTINI e CARVALHO (1994),


o solo-cimento e urn material que apresenta grande potencialidade para
a aplicayiio em funda9oes diretas para obras de pequeno porte. Alguns

solos superficiais colapsiveis. Nesse caso, os autores recomendam as


seguintes providencias: impermeabiliza91io das areas molhaveis
(banheiros, cozinhas e lavanderias); utilizayiio de tubulay5es em PVC,
em vez de manilha ceriimica, para as instalay5es hidraulicas e
sanitarias; prote9oes laterais de fachada (pingadeiras) para evitar o
escorrimento de aguas de chuva pelas paredes; e execu9ao de cal9adas
externas com largura minima de 1,00 m, com caimento minimo de 2%
para o lado externo da edificacao. Em 1991, urn prot6tipo de residencia
popular foi construido em Pereira Barreto-SP, onde se aplicou solo-
cimento nas sapatas corridas, no contra-piso e nas paredes. A avaliayao
de campo realizada, ap6s decorridos tres anos de sua execu9ao, mostrou
que todos os elementos executados em solo-cimento encontravam-se em
perfeito estado de conserva91io.
18

De acordo com o Manual de constrw;:ao em solo-


cimento do CEPED (1984), o desempenho do solo-cimento para
funda9oes diretas e equivalente ao das alvenarias de embasamento
(alicerces), desde que nao seja submetido a movimentos diferenciais,
como ocorre em solos compressiveis ou expansivos. Para pequenas
edificay5es, notadamente aquelas com paredes executadas por solo-
cimento monolitico, a funda9ao abaixo de todas as paredes podera ser
executada em sapatas corridas. Em solos arenosos compactos ou argilas
duras, as larguras podem ser da ordem de 40 em e a profundidade o
suficiente para previnir erosoes superficiais (30 em a 40 em), bastando

outras cargas, senao o peso proprio, podem ter funda9oes com 20 em de


largura, embutidas de 20 em a 30 em no terreno. Segundo o CEPED
( 1984 ), as caracteristicas de monolitismo das paredes dispensam
qua1quer tipo de estrutura9ao.

ANDRADE F. 0 (1989), aproveitando-se da existencia


de uma situayao real, pesquisou o comportamento de tubuloes sem base
alargada, com 0,90 m de diametro, feitos com solo-cimento plastico em
uma obra no Rio de Janeiro. Foram realizadas provas de carga em
tubuloes em grupo e tambem tubuloes isolados, onde se investigou a
influencia dos seguintes fatores: numero de tubuloes, espa9amento
entre tubuloes, distribui9ao das cargas e influencia da posi9ao ocupada
pelo tubulao no grupo.
19

Urn exemplo cllissico de aplicas;ao do solo-cimento,


inclusive nas fundas;oes, foi a construs;ao do Hospital Adriano Jorge,
em Manaus-AM, em 1950 (ABCP, 1979). As fundas;oes dessa obra
foram executadas em sapatas corridas de solo-cimento compactado com
40 em de profundidade por 30 em de largura para as paredes externas e
30 em de profundidade por 20 em de largura para as paredes internas.
Sobre a sapata, nas paredes externas, executou-se uma cinta de concreto
com 5 em de espessura com taxa de armadura de 0,3%. Nas paredes
internas a cinta foi substituida por uma camada de concreto simples
com 3 em de espessura e largura equivalente a espessura da parede.
Conforme mostra o Relat6rio Tecnico n. 0 4 da ABCP (1979), em

hospital ainda nao havia sido totalmente ocupado, sendo os servts;os de


manutens;ao executados de forma bastante precaria devido a falta de
recursos financeiros. Mesmo assim a obra nao apresentou sequer urn
defeito que pudesse ser atribuido ao solo-cimento. Segundo a ABCP
( 1979), o desempenho do sistema construtivo adotado foi considerado
excepcional.

De acordo com OKAMOTO et al. (1988), urn novo


tipo de fundas;ao esta sen do introduzido no J apao. Trata-se de urn
sistema constituido por uma estaca de solo-cimento plastico com
diiimetro de 800 mm, estruturada por urn tubo metalico de superficie
corrugada, cujo diil.metro e de aproximadamente 75% do diil.metro final
da estaca. Segundo os autores, os japoneses sao bastante rigorosos no
que diz respeito a execus;ao de obras de fundas;oes, inclusive com
relas;ao a geras;ao e propagas;ao de vibras;oes e ruidos. Como esse novo
20

tipo de estaca e executado com o auxilio de uma perfuratriz mecanica,


esse problema praticamente nao ocorre. E, em razao das perfeitas
condic;oes de aderencia entre entre os dois materiais, tem-se como
resultado urn elemento de fundac;ao com grande capacidade de carga.

3.2.2. Barragens de terra

As usinas hidreletricas de Porto-Primavera (no no Parana) e


Rosana (no rio Paranapanema), sao constituidas por barragens de terra
extensas. De acordo com CARVALHO (1986), a protec;ao do talude de

horizontais sucessivas. De acordo com o autor, a adoc;ao desse sistema,


entre as varias propostas existente, ocorreu pelo fato de ser esta a
alternativa que se revelou a mais viavel tecnica e economicamente.

De acordo com a ABCP ( 1983 ), desde a pioneira


Bonny Dam, executada em 1952 no Colorado, EUA, mais de 60
barragens de terra tiveram seus montantes protegidos com solo-cimento
nos Estados Unidos desde 1961 ate 1973, alem de urn sem numero de
aplicac;oes similares. Segundo a ABCP ( 1983 ), a impermeabilidade, a
resistencia aos esforc;os mecanicos, a coesao e a baixa erodibilidade do
solo-cimento acrescentam melhorias consideniveis a estabilidade de
taludes.
21

De acordo com ABCP (1983 ), Nussbaum e Colley


( 1971 ), realizaram extensa pesquisa de laborat6rio em modelos
reduzidos e, entre outros fatores, investigaram o efeito do teor de
cimento no comportamento de solos estabilizados, sob condir;oes
equivalentes as que ocorrem em barragens, canais ou estruturas
similares.

3.2.3 Outras aplic~oes

SILVA (1992) pesquisou a aplicar;i'io do solo-cimento plastico

para transporte de vinhar;a na Usina Costa Pinto, Piracicaba-SP.


Utilizou-se, em outro trecho, uma mistura constituida por solo e
vinhar;a. 0 solo utilizado em ambos os casos, classificado como A2-4
(H.R.B), foi coletado no proprio local da obra. De acordo com a sua
conclusi'io, o autor recomenda o uso do solo-cimento plastico em
revestimento de canais para transporte de vinhar;a, desde que o solo
empregado seja adequado e que se far;a o estudo da relar;i'io beneficio-
custo para a sua implantar;i'io. 0 autor sugere que sejam feitas pesquisas
objetivando testar urn numero maior de dosagens, espessuras de
revestimento e a criar;i'io de uma metodologia especifica para o solo-
cimento plastico, bern como o uso de aditivos impermeabilizantes.
Quanto ao solo-vinhar;a, segundo o autor, esse material ni'io se
apresentou adequado para fins de revestimento de canais para
transporte de vinhar;a.
22

3.3. Outros processos de estabilz~o

V arios sao os tipos de produtos estabilizadores existentes,


cada urn atuando de forma especifica sobre o solo. Alem do cimento, os
mais comuns sao: cal, asfalto, produtos quimicos, agregados e fibras
vegetais.

ANDRADE F. 0 (1989) cit a que de acordo com Costa Nunes


( 1978), o uso de estacas de pedra tern facilitado a melhoria das
condi9oes dos solos no sentido de suportar cargas de funda91io muito

edifica9oes construidas sobre solos constituidos por argilas moles


semelhantes as que ocorrem em extensas areas do Brasil.

BAUER e CARVALHO (1990) concluiram que os diversos


tipos de solos lateriticos encontrados na regiao nordeste do Brasil
responderam diferentemente ao tratamento com cal, mas sempre
positivamente. Eles verificaram a ocorrencia de ganhos consideraveis
de resistencia, redu91io na plasticidade e melhoria nas condi9oes de
trabalhabilidade.

GUIDA ( 197 4) a firma que os solos lateriticos, especialmente


os de textura fina, tendo 6xidos de ferro e aluminios livres em sua
composi9ao, desenvolvem elevada resistencia a compressao simples
quando tratados com iicido fosf6rico. Isso ocorre, de acordo com o
autor, em fun9ao da cimenta9ao das particulas do solo. Foram ensaiadas
23

aniostras de solo de "terra-roxa legitima" (Campinas-SP), solo lateritico


fino (Amipolis-GO) e solos de gnaisses (Ilha do Governador-RJ). Os
solos lateriticos apresentaram resistencia maxima a compressao em
torno de 4,0 MPa aos 28 dias.

De acordo com FREIRE (1976), o tratamento com silicato de


s6dio fez com que urn solo, classificado como A-7 (H.R.B),
contraindicado para fins de solo-cimento, tivesse seu nivel categ6rico
alterado para A4, urn material cujo comportamento e considerado
regular para estradas de rodagem.

si4o
utilizada frequentemente como estabilizante quimico de solos. Eles
selecionaram dois tipos de solos tropicais, urn silte saprolitico e urn
solo arenoso fino lateritico, bastante representativos de extensas areas
do Estado de Sao Paulo. Esses dois solos foram classificados como A4
(H.R.B), apresentando parametros de compactayiio bastante pr6ximos,
mas diferenciando-se consideravelmente quanto ao aspecto geotecnico.
No estudo da varia91io da resistencia a compressao simples, os valores
obtidos para os dois solos foram considerados baixos, tendo em vista a
aplicayiio em bases para pavimentos. 0 ganho de resistencia, contudo,
demonstrou ser crescente com o aumento do teor de cal, com o aumento
do tempo de cura e com o aumento do grau de compactayiio, sendo que
o solo saprolitico reagiu de forma mais rapida, apresentando
sistematicamente melhores resultados que o solo lateritico para tempos
iguais de cura e teor de cal a 12%.
4. MATERIAL E METODOS

4.1. Introdu\!iio

A area onde os ensaios de campo foram realizados esta


localizada no Campus da UNESP em Ilha Solteira, proxima ao

meciinica dos solos e funda96es (Figura 2).

RE +- RE 4'
RE _,_ RE+
SPT e
CPT 0
RE+ SI ~E

RE'+ RE , ~

RE_._ RE , -&-

LABORATOR!O DE ENGENHARIA C!VIL

CIRCULACAO INTERNA

Figura 2. Localizayao da area reservada para ensaios de campo


25

Distante cerca de 670 km da capital do Estado de Sao Paulo,


Ilha Solteira apresenta uma popula<;ao de aproximadamente 20.000
habitantes ( 1990), a qual se concentra em quase sua totalidade na zona
urbana. Sua posi<;ao geografica esta determinada pelas coordenadas
20°45' de latitude sui e 51 °36' de longitude oeste (Figura 3 ).

0
52 50 ° 48 ° 46 °

Rio Tiete

9 SAO PAU~O
0 ILHA SOLTEIRA
ESCALA 0 50 100 200 300

Figura 3. Localiza<;ao da Cidade de Ilha Solteira-SP


26

De acordo com a CESP ( 1987), o solo superficial da regiao e


pouco compacta devido a sua origem recente, sem extratifica9oes,
oriundo de rochas (arenite de Bauru na maioria das vezes) que sofreram
a a9ao do intemperismo e erosao. A a9ao continua dos agentes de
intemperismo tern ocasionado, ao Iongo do tempo, uma alterayao
gradativa do maci9o rochoso, dando origem a solos residuais de basalto
e brecha (*), OS quais apresentam textura fina a media argiJosa,
principalmente quando em horizontes pr6ximos ao basalto. A a9ao da
erosao, desde o cretaceo ate a epoca atual, deu origem a sedimentos de
natureza tipicamente arenosa, denominadas "forma9oes arenosas
recentes" ou, ainda, "sedimentos cenoz6icos" ou "sedimentos

niveis e provavelmente de idades diferentes, as quats apresentam


grande extensao, recobrindo toda a regiao oeste do Estado de Sao
Paulo. Ha, em alguns trechos, depositos aluvionares caracterizados por
urn horizonte superior de argila 6rganica pouco arenosa, o qual esta
assentado sobre areias de forma9ao recente e granulayao variada. 0
contato do sedimento cenoz6ico com as forma9oes subadjacentes e
facilmente identificado, uma vez que encontram-se, geralmente,
separados por urn a cam ada de seixos ( quartzo e limonita transportada)
de 0,2 metros de espessura aproximadamente.

(*) Brecha e o nome que se da a fragmentos angulosos consolidados por


agentes cimentantes. Podem ser derivados do quebramento de uma
rocha por processos tectonicos, ou de fragmentos de blocos vulcanicos
ou de cascalhos angulosos sedimentados.
27

SOUZA ( 1992) cita que, de acordo com a Prom om ( 1980), os


sedimentos recentes sao extremamente friaveis, devido a sua baixa
coesao, adquirindo apenas uma coesao aparente quando umedecidos.
Devido a esse fato, esses materiais apresentam uma taxa de
adensamento extremamente alta, principalmente quando carregados e
inundados, caracteristica que os torna facilmente erodiveis.

Segundo SOUZA (1992), a maior parte da superficie da bacia


do Parana encontra-se coberta por solos lateriticos, sendo esse termo
empregado para designar solos com estrutura maci9a, sem qualquer
extratifica91io, com alta porosidade e e1evado teor de ferro. Apresenta-

protegido do ar e extremamente duro quando exposto a superficie.

De acordo com o DAEE ( 1976), o solo da area em estudo


pertence a classe podz6lico vermelho amarelo, solos com horizonte B
textural (Bt).

4.2. Materia is

4.2.1. Concreto

a) Dosagem
~0

Utilizou-se concreto simples no tra9o 1:2:3, em volume, para


a confecyao das estacas de rea9ao e tambem para as estacas de concreto
a serem submetidas a provas-de-carga.

b) Confecyao e cura dos corpos-de-prova

Os corpos-de-prova foram confeccionados de acordo com as


prescri96es da NBR-573 8, utilizando-se dos mol des cilindricos com
dimensoes de 15 em x 30 em. A mistura dos materiais componentes se

c) Consistencia

A determina9ao da consistencia se deu atraves do ensato de


abatimento em tronco de cone, tambem conhecido como "Slump- Test".
Obedeceu-se as prescri96es contidas na NRB-7223, conferindo ao
material abatimentos da ordem de 5,0 em.

d) Ensaio de compressao simples

0 ensaw para a determinayao da resistencia a ruptura dos


corpos-de-prova foi efetuado de acordo com as prescri96es da NBR-
5739 aos 7, 14 e 28 dias.
29

4.2.2 Solo componente do solo-cimento

0 solo utilizado como material componente do solo-cimento


foi coletado na area de emprestimo da Prefeitura local, situada a
mar gem esquerda do Rio Parana, a jus ante da Barra gem da U sin a
Hidreletrica de Ilha Solteira.

a) Analise granulometrica

feitas de acordo com a NRB-7181, da ABNT - Asocia~ Brasi1eira de


Normas Tecnicas, realizadas pe1a combina~ da analise de
sedimnta~o e peneiramento. Os resultados foram expressos atraves
das curvas de distrbu~ao granulometrica e quadros de compsi~a

granulometrica.

b) Limites de Consistencia

A detrmina~o dos 1imites de liquidez para o solo e para o


solo-cimento foi feita de acordo com o metodo de ensaio preconizado
pela NBR-6459, da ABNT, enquanto que a detrmina~o dos limites de
plasticidade foram feitos conforme a NBR-7180.
30

c) Indices Fisicos

A umidade natural do solo foi obtida atraves do metodo de


secagem em estufa a temperatura de 1 oooc a 105°C, ate a constfmcia de
peso.

A determinas;ao da massa especifica dos graos para o solo e


para o solo-cimento foi feita de acordo com as prescris:oes da NBR-
6508, da ABNT.

0 ensaio de compactas:ao para o solo e para o solo-cimento foi


feito de acordo como metodo SCI da ABCP- Associas:ao Brasileira de
Cimento Portland, que e identico ao da ABNT.

4.2.3. Solo-cimento compactado

a) Dosagem

A escolha do teor de cimento para o solo-cimento compactado


foi feita com base na experiencia adquirida pelo Laborat6rio Central de
Engenharia Civil da CESP, Ilha Solteira-SP, em vista do grande
numero de ensaios por eles ja realizados com esse solo. E, por se tratar
31

de uma aplicas;ao ainda sem muitas referencias, ou seJa, em estacas,


resolveu-se adotar o teor de cimento a 8% em peso, muito embora esse
solo possa ser estabilizado a teores de cimento bern inferiores.
Procurou-se, dessa forma, garantir que o material da estaca nao
sofresse ruptura na parte superior do fuste quando fosse submetido aos
carregamentos a serem aplicados. Esse teor de cimento corresponde, em
volume, ao tras;o 1:8.

b) Moldagem dos corpos-de-prova

prescris;oes do Metodo Brasileiro MB-3360, da ABNT, que descreve a


tecnica de moldagem para corpos de prova cilindricos a serem
submetidos ao ensaio de compressao simples.

c) Cur a dos corpos-de-prova

Ap6s a moldagem, os corpos de prova foram transferidos para


a camara umida do Laborat6rio de Engenharia Civil da FEIS -
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, permanecendo nesse local ate
a data da realizas;ao do ensaio de ruptura, respectivamente aos sete,
quatorze e 28 dias.

d) Ensaios it compressao simples


32

0 ensaio a compressao simples dos corpos de prova de solo-


cimento compactado foi executado de acordo com as prescric;:oes do
MB-3361, da ABNT.

4.2.4. Solo-cimento plastico

Como nao existe ainda uma metologia especifica para o


tratamento do solo-cimento plastico, adotou-se, em parte, a metologia
empregada para o concreto.

a) Dosagem

Adotou-se para o solo-cimento plastico o mesmo trac;:o que se


utilizou no solo-cimento compactado, ou seja 1:8 (cimento:solo) em
volume.

b) Confecc;:ao e cur a dos corpos-de-prova

Os corpos-de-prova de solo-cimento plastico foram


confeccionados utilizando-se dos moldes cilindricos, com dimensoes de
15 em x 30 em. A mistura dos materiais componentes se deu em
betoneira. A cura dos corpos-de-prova foi efetuada de maneira identida
a aplicada aos de concreto.
c) Controle da umidade

Seguiu-se o mesmo procedimento adotado para o concreto,


mas em razao de haver uma certa dificuldade em se misturar esse
material com betoneira, a adi<;ao de agua foi efetuada aos poucos de
mane1ra a conferir uma consistencia tal que permitisse a perfeita
mistura dos componentes, o que somente foi possivel com abatimentos
no tronco de cone da ordem de 10,0 em, o que corresponde a urn teor de
umidade da ordem de 20%.

d) Ensaio de compressao simples

0 ensaio para a determina<;iio da resistencia a ruptura dos


corpos-de-prova foi efetuado de acordo com as prescri<;6es da NBR-
5739 aos 7, 14 e 28 dias.

4.2.5. Cimento

0 cimento utilizado foi o do tipo Portland comum


(C.P. 32 II-E), da marca Itau. Foram feitos ensaios para a analise das
caracteristicas desse cimento quando da moldagem dos corpos-de-prova
e tambem quando da sua aplica<;iio nas estacas. Esses ensaios foram
executados pelo Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP.
34

4.2.6 Agua

A agua utilizada foi a de abastecimento da cidade de Ilha


Solteira-SP. 0 Quadro 5 mostra o resultado da analise quimica
efetuada.

QUADRO 5. Analise quimica da agua utilizada

Descric;ao Resultados
pH 7,3
Dureza EDTA 128 ppm como CaC03
Alcalinidade a fenolftaleina zero
A J,-.,Jinirl<>rtP "" mPtilnr<>nnP ?R nnm.cnm.n C..aC03.

Alcalinidade hidr6xida 28 ppm como CaC03


Alcalinidade de carbonato zero
Alcalinidade de bicarbonato 28 ppm como CaC03
Cloretos 34,3 ppm como Cl2
Oxigenio dissolvido 2,10ppmde02
S6lidos totais, dissolvidos e isento
em suspensao

4.2. 7. Ac;o

As estacas de reac;ao, os blocos de concreto e as ferragens de


arranque foram preparadas com ac;o CA50B, dimensionados de acordo
com a NBR-6118.
35

4.3. Metodos

Para a concretizayao do trabalho e execu91io das provas-de-


carga, foi feita uma amplia91io do campo experimental de funda9oes ja
existente no Laborat6rio de Engenharia Civil da FEIS- UNESP. For am
feitas mais cinco estacas de rea91io do tipo apiloadas com 20 em de
diametro e 6,00 m de comprimento.

0 reconhecimento do subsolo local foi feito atraves de uma


sondagem a trado, com 12 metros de profundidade. Os materiais
coletados metro a metro foram submetidos a ensaios de caracterizas;ao.

ensa10 CPT - Cone Penetration Test. Esses ensatos foram realizados


pelo Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP.

4.3.1. Estacas de rea9ao

As estacas de rea91io foram perfuradas atraves da a9ao da


queda de urn pilao de 5 kN, com diamentro nominal de 0,20 m.
Empregou-se o mesmo tipo de equipamento que normalmente se
emprega na execu91io de estacas "strauss", executando-se o furo sem o
auxilio do tubo de revestimento. A concretagem foi feita atraves do
lan9amento do concreto, sem apiloamento. A Figura 4 mostra o
equipamento utilizado.
36

Figura 4. Equipamento utilizado na abertura dos furos das estacas

concreto estacas em
urn a betoneira de 3 50 litros, no travo 1:2:3, com abatimento no tronco
de cone sempre inferior a 5,0 em. 0 concreto foi lanvado,
imediatamente ap6s a abertura do furo, sendo em seguida adensado com
urn vibrador de imersao. As estacas foram armadas com 4 ferros 1/2" e
estribos de 1/4" a cad a 20 em. Utilizou-se tirantes Dywidag de 1 W'
ancorados I ,20 m da mass a de concreto. A Figura 5 mostra o
detalhamento das estacas de reavao.

4.3.2. Estacas de concreto

Foram executadas duas estacas apiloadas de concreto simples


moldadas "in loco". Essas estacas for am executadas com o mesmo pilao
empregado nas estacas de reavao, com 20 em de diametro e
37

profundidade de 6,00 m. Para melhorar as condi<;oes de transferencia de


carga desde o macaco ate a estaca, executou-se urn bloco de transi<;ao
com dimensoes de 45 em x 45 em, com altura de 45 em. 0 concreto
para essas estacas recebeu o mesmo tratamento dispensado as estacas
de rea<;ao.

DETALHE DAS ESTACAS DE COMPRESSAO DllALHE DAS ESTACAS DE REACAO


0.10
045

. ·.·.· ........ v liRANTl DWIDAG

. . . C'c'- ..

4 5/16
ESTRIBO
3.2mm C/20cm

SOLO-CIMENTO
CONCRETO
1:8
T:2J

ISOPOR
-~
Lr'\l_. lSTRiBO: 3.2mm C/20cm
020CC
c~.-J 4 1/2

Figura 5. Detalhe das estacas de rea<;ao e das estacas de compressao

4.3.3. Estacas de solo-cimento compactado

Foram executadas quatro estacas de solo-cimento compactado,


sendo que a primeira delas, denominada "estaca piloto", foi executada
com apenas 2,5 m de profundidade. Essa estaca foi executada
38

objetivando-se proporcionar treinamento e adaptavao do pessoal


envolvido na tarefa de trabalhar com o solo-cimento. As outras tres
estacas, previstas para a realizavao das provas-de-carga, foram
executadas com as mesmas dimens5es adotadas para as estacas
anteriores. A gura 5 mostra, tambem, o detalhamento das estacas de
solo-cimento que receberam isopor na ponta. A Figura 6 mostra o
momento da realizavao da inspe9ao visual efetuada na estaca "piloto".

Figura 6. Inspe9ao da estaca "piloto".

A mistura do solo-cimento no tra9o 1:8 em volume foi


realizada em uma masseira metalica (Figura 7). Ap6s o peneiramento,
por varias vezes o solo foi revolvido com a finalidade de se retirar o
maximo possivel da umidade existente antes de se proceder a mistura
com o cimento.
39

Figura 7. Masseira metalica utilizada para misturar os componentes

A homogeneiza((ao da mistura foi efetuada ate o instante em


que se atingiu a coloravao uniforme e a adi9ao de agua foi efetuada aos
poucos de modo a conferir o grau de umidade 6tima a mistura.
Inicialmente, o controle da umidade se deu atraves do ensaio rapido de
campo, denominado "Speed- Test" (Figura 8). Posteriormente, utilizou-
se do metodo empirico sugerido pela ABCP (1985), onde o controle da
umidade e feito manualmente.

0 lanvamento do material, consubstanciado pelo treinamento


efetuado na estaca "piloto", se deu de modo a garantir que a cam ada de
solo-cimento, ap6s a compacta((ao, nao ficasse com espessura superior a
0,20 m. 0 material foi compactado com urn leve soquete de madeira
(aproximadamente 2,0 kg).
40

Figura 8. Controle da umidade atraves do "Speed-test"

Para garantir melhores condic;oes de aderencia, a cada novo


lanc;amento de material, escarificava-se a camada recem lanc;ada atraves
da manipulac;ao de urn instrumento apropriado feito com ferros de 1/4",
cujas extremidades foram apontadas em urn esmeril. A compactac;ao das
camadas somente era interrompida quando a sensibilidade do openirio
acusasse nao haver mais deformac;oes por parte do material lanc;ado. A
Figura 9 ilustra o aspecto de uma das estacas de solo-cimento
compactado antes da execuc;ao dos blocos de transic;ao. Observa-se que
for am deixados quatro ferros de espera com bitola de 5/16".
41

Figura 9. Aspecto de uma das estacas de solo-cimento compactado

Os blocos de transiyao, feitos tambem em solo-cimento


compactado, for am executados posteriormente. A Figura 10 ilustra o
procedimento adotado, mostrando o sistema de formas empregado e a
compacta9ao do material.

Figura 10. Execuyao do bloco de transi9ao


42

Os blocos e as estacas foram devidamente curados durante os


tres primeiros dias atraves de umedecimento constante e, ap6s esse
periodo, com tres sess5es de umedecimento diario durante os pr6ximos
sete dias.

4.3.4. Estacas de solo-cimento phistico

0 solo-cimento plastico foi preparado em uma betoneira com


capacidade de 3 50 litros. A homogeneiza<;ao foi efetuada ate o instante
em que se atingiu uma colora<;ao de aspecto uniforme, sendo a adi<;ao

torno de 10,0 em, proporcwnou ao material uma consistencia


semelhante a de uma argamassas de assentamento.

Figura 11. Controle da umidade atraves do "Slump- Test"


4j

0 lanvamento da mistura foi feito de forma amiloga aquela


que se emprega para as estacas de concreto. Essas estacas ficaram com
o mesmo aspecto visual das estacas de solo-cimento compactado.

Os blocos de transivao foram feitos de forma semelhante aos


de solo-cimento compactado. A cura das estacas e dos blocos foi feita
da mesma forma que para os elementos anteriores.

d q

a) Estacas de concreto

0 controle de qualidade do material utilizado nas estacas de


concreto, tanto para as de reac;ao como para as de compressao, foi feito
atraves da coleta de amostras durante o lanyamento. Foram coletados
seis corpos-de-prova cilindricos de 15 em x 3 0 em para cad a estaca.
Ap6s a coleta, os corpos-de-prova foram transferidos para a camara
umida e la permaneceram ate a data da ruptura, efetuada aos quatorze e
aos 28 dias, de acordo com as prescric;5es da NBR-6118 da ABNT. A
Figura 12 mostra o momenta da execuc;ao do ensaio de compressao
simples efetuado em urn dos corpos-de-prova de concreto.
44

Figura 12. Rompimento de corpos-de-prova de concreto

b) Estacas de solo-cimento compactado

Durante a aplica<;ao do material, foram coletados se1s corpos-


de-prova cilindricos de 10,0 em x 12,7 em para cada estaca. A
moldagem dos corpos-de-prova foi feita de acordo com o preconizado
pelo metodo MB-3360 da ABNT. Ap6s a moldagem, os corpos-de-prova
foram transferidos para a dimara umida, onde permaneceram em
processo de cura ate a data da ruptura. Antes de serem rompidos, os
corpos-de-prova foram transferidos para urn tanque com agua, onde
ficaram imersos durante quatro horas. A ruptura, aos quatorze e aos
vinte e oito dias foi realizada em conformidade com o metodo MB-3361
da ABNT.

c) Estacas de solo-cimento-ph1stico
45

For am moldados se1s corpos-de-prova cilindricos de 15,0 x


30,0 em para cada estaca. Como nao existe ainda uma norma especifica
para o controle de qualidade do solo-cimento-pbistico, adotou-se o
mesmo tratamento dispensado aos corpos-de-prova de concreto.

4.3.6. Sistema de rea4;ao

0 sistema de rea9ao ficou composto pela vtga de rea9ao,


placas de ancoragem, tirantes Dywidag e pelas estacas de rea9ao.

Ao todo, sete estacas foram utilizadas como rea<;ao, sendo que


duas delas faziam parte de urn sistema ja existente. A execu9ao dessas
duas estacas foi efetuada com o auxilio de uma perfuratriz, com
diametro de 0,20 m, ate a profundidade de 6,00 m. As cinco novas
estacas de rea9ao, conforme citado anteriormente, tiveram seus furos
abertos atraves da a9ao da queda de urn pi lao de 5 kN, normalmente
empregado em estacas "strauss". Portanto, for am empregadas duas
estacas escavadas e cinco estacas apiloadas na composi9ao do sistema
de rea9ao, con forme ilustra a Figura 13.
46

~ 2.00 - - 2.00 -- 1.50 1.50 - 1.50 1.50 -


~CPl ~1
REI f(l 1\2
.. -<:r- .
o-- ~

-o--

1.50
~2 .
~ l
1.50
~CI --e-
i R3
WJ
1.50
~C2 -~CP2

1.50
RE2 ~CP3 R4 ~SC3 R5
-G-- ----E>- -G--

LEGEND A:

REi : Estaca de Rea9ao existente


SCPi : Estaca de solo-cimento-pl::istico
SCCi : Estaca de solo-cimento compactado
Ri : Estaca de Rea9ao
Ci : Estaca de Concreto

Figura 13. Disposi9ao das estacas no campo de provas

b) Viga de rea9ao

A v1ga de rea9ao utilizada e composta por uma estrutura


metalica com capacidade de carga de 1,0 MN, quando aplicada em seu
.... ,

centro de gravidade. Essa estrutura e constituida de do is perfis


metalicos em "I" solidarizados por placas de ac;o especial, soldadas de
forma continua ao longo de suas arestas, em quatro posic;oes distintas
da viga, conforme ilustra a Figura 14.

---- ~ 0.15 ---- -~ DAD


0.46
D.10 ~- -- D.D5 ---- -- 0.30
_t~,.-
II
.---: ~-· 0.15
2.35 ~ --------

SECAO TRANSVERSAL
6.0D

PERFIL

. -- DJ4 - D.3D

PLANT A

Figura 14. Detalhe da viga de reac;ao

c) Tirantes

0 sistema de atirantamento entre a v1ga e as estacas de reac;ao


foi composto por barras de ac;o especiais ST -85/105 corn 32 mm de
sec;;ao nominal, porcas, placas e luvas de ac;o, todos fabricados com o
mesmo tipo de material empregado nos tirantes. Esses elementos foram
adquiridos junto a empresa Protendidos Dywidag Ltda. A luvas foram
'+0

utilizadas para conectar os tirantes a estaca de rea<;ao, atraves da barra


de a<;o Dywidag deixada de espera. As placas foram utilizadas na
ancoragem dos tirantes a viga de rea9ao.

4.4. Equipamentos

4.4.1. Macaco

A aplica<;ao das cargas, para os ensaios de prova-de-carga, foi


efetuada atraves de urn macaco hidniulico, munido de manometro e
bomb a, com capacidade de carga de 5 00 kN. As car gas aplicadas for am
c c

4.4.2. Celulas de carga

Foram utilizadas duas celulas de carga, uma com capacidade


de 200 kN e outra de 500kN. A celula de carga de 200 kN foi utilizada
nas provas de carga realizadas nas estacas de solo-cimento. A outra foi
utilizada para as estacas de concreto. 0 controle da aplica9ao das
cargas foi efetuado atraves de urn indicador digital de deformav5es
conectado a celula de carga.

4.4.3. Indicador de deforma~

A leitura das cargas aplicadas foi feita atraves de urn


indicador de deforma<;oes digital, fabric ado pel a Sensortec. sse
equipamento tambem foi utilizado para manter o carregamento
constante ao longo de cada estagio de carregamento.

4.4.4. Rotula

Para garantir a aplica<;ao do carregamento de forma axial,


utilizou-se uma r6tula de a<;o com capacidade de carga de 5 00 kN.

4.4.5. RelOgios comparadores

Para a leitura dos recalques sofridos pelas estacas, quando da


aplica<;ao dos carregamentos, foram utilizados quatro rel6gios
comparadores com curso de 50 mm e precisao de 0,01 mm, fabricados
pela Mytutoyo do Brasil. Os rel6gios comparadores, afixados ao
sistema de referencia, foram posicionados nos quatro cantos do bloco
de transi<;ao. Suas hastes ficaram apoiadas sobre placas de acrilico com
dimensoes de 2,0 em x 2,0 em, devidamente coladas na face superior do
bloco. Esse procedimento obedeceu as instru<;oes da NBR-6121.

4.4.6. Sistema de referenda

0 sistema de referencia adotado consistiu de dois perfis


metalicos em "I", devidamente apoiados sobre elementos de concreto
afixados no terreno, con forme mostra a Figura 15.
50

Figura 15. Detalhe do sistema de referencia


e posicionamento dos rel6gios

4.4. 7. Sistema de aplicac;ao do carregamento

0 sistema adotado para a transferencia da carga aplicada


desde o macaco hidniulico ate as estacas e do tipo a<;ao-rea<;ao.
Instalado entre a viga de rea<;ao e o bloco de transi<;ao, a carga imposta
pelo macaco e imediatamente transferida para a estaca, conforme ilustra
a Figura 16.

4.4.8. Realizac;ao das provas de carga


)1

For am realizadas oito provas de carga, sendo que das tres


estacas de solo-cimento compactado, duas foram submetidas a ensa10
lento e as outras duas a ensaio nipido. Das estacas de solo-cimento
pUistico, duas foram submetidas a ensaio nipido e a terceira a ensaio
lento. Das estacas de concreto, uma foi submetida a ensaio rapido e a
outra a ensaio lento. As provas de carga lentas foram efetuadas de
acordo com a NBR-6121 da ABNT. As provas de carga rapidas for am
feitas com carregamentos de 1/20 da carga ultima prevista, em
intervalos de tempo de 15 minutos.

VIGA DE REACAO
CELULA

CARGA ROTUll1

TIRANTES
PLACA DWIDAG
DE ACO

LUVA
CAIXA
DE BLOCO
LEITURA DE
TRANS! CAD
ISOPOR

'~-._,
ESTACA DE
REACAO
~
~
-----.......

Figura 16. Sistema para a aplicavao de carga

As estacas que foram submetidas a ensa10 rapido receberam,


em sua extremidade inferior, uma "bolacha" de isopor de 100 mm de
52

espessura e diametro igual ao das estacas. Adotou-se esse procedimento


visando a obten<;ao de leituras apenas da resistencia lateral das estacas,
sem que houvesse influencia da resistencia de ponta. Desse modo,
objetivou-se possibilitar futuramente a aplica<;ao de novas provas de
carga e a obten<;ao de novas leituras de resistencia lateral, propiciando
a verifica<;ao do comportamento dos materiais, principalmente do solo-
cimento, ao Iongo do tempo.
5. RESULT ADOS

5.1. Carcteiz~o do subsolo local

0 resultado dos ensaios para a caracteriza9ao do subsolo local


efetuados nas amostras coletadas no furo feito a trado encontram-se no
Quadro 6.

QUADRO 6. Caracterizar;:ao do subsolo loca

A B LIMITES (%) ps GRANULOME1RIA(mm) w wot ys.max


(m) LL LP IP (g/crn') o.oos o.os 0.42 2.0 4.8 (%) (%) kN/m'
0-1 A6 25 14 ll 2.68 30 6 59 5 - 10.9 11.7 19.42
1-2 A4 24 15 9 2.67 30 5 61 4 - 11.7 112 19,59

2-3 A6 27 16 11 2.69 30 6 60 4 - 112 11.3 19,53


3-4 A6 27 17 lO 2,64 31 6 60 3 - 11.4 11.8 19,34
4-5 A6 29 17 13 2.66 33 6 57 4 - 11.8 12.6 19.18
5-6 A6 29 17 12 2,66 33 5 58 4 - 11.9 12.5 19.19
6-7 A6 29 16 13 2,69 33 7 57 3 - 12.1 12.3 19.24
7-8 A6 29 16 13 2,70 31 3 57 4 - 12.2 12.5 19.22
8-9 A6 28 17 II 2.69 30 11 56 3 - 122 12.1 19.12
9-10 A6 27 16 11 2.70 32 12 53 3 - 12.2 122 19.36
10-11 A6 28 17 ll 2.70 32 8 57 3 - 11.0 12.2 19.19
11-12 A6 29 17 12 2.69 33 7 57 3 - 11.6 12.1 19, 07

(A) - Profundidade (m)


(B) - Classificar;:ao HRB
)4

A Figura 17 mostra o resultado do ensa10 SPT - Standard


Penetration Test. A Figura 18 mostra o resultado do ensaio CPT - Cone
Penetration Test.

JlSCRICAO DO MATERIAL

AREIA FINA
POUCO ARGILOS.A
J
f'OFA A MEDiA\AME:\TE COMPACTA
MARRON AVERMELHADA 3

(CDLUVIAD)
0

50/25

15 CM
LINHA DE SEIXOS
30 CM

Figura 17. Ensaio SPT - Standard Penetration Test

0 50 100 Rl (kN)
() 0.5 1.0 Ill (MN/mZ)
10 211 Rp (MN/ m2)
,----------------------------,

10

Ill (kN)
Rl (MN/m2)
Rp (MN/m2)

Figura 18 - Ensaio CPT- Cone Penetration Test


55

Esses ensa10s apresentam resultados que mostram que o solo


local apresenta caracteristicas semelhantes aos solos arenosos com alta
porosidade, comumente encontrados no interior do Estado de Sao
Paulo. Estudo detalhado do solo superficial de Ilha Solteira e
apresentado por FERREIRA (1985).

5.2. Solo componente do solo-cimento

Conforme ja foi citado, o solo utilizado como material

prefeitura local. Trata-se de urn solo que apresenta condi<;5es


satisfat6rias para a estabiliza<;ao com cimento. 0 Metodo Brasileiro
MB-133 6 (Solo-cimento Norma de dosagem para pavimento:
procedimento) faz referencia a estabiliza<;ao com cimento para solos
que se enquadrem nas classifica<;5es A 1, A2, A3 e A4, e que
contenham 100% do material passando pel a peneira de abertura de 76
mm e no maximo 45% de material retido na peneira de abertura de 4,8
mm. A resistencia minima admissivel nessa Norma e fixada em 2,1
MPa.

Embora nao haja diferen<;a significativa, verifica-se que o


solo do local, em quase todo o perfil estudado, enquadra-se como
sendo do tipo A6, razao pela qual resolveu-se utilizar outro tipo de
solo.
56

A jazida de onde o solo foi coletado ja e bastante conhecida.


Diversos ensaios para a utilizas;ao desse material como componente de
solo-cimento ja foram processados pela CESP visando a sua utilizas;ao
em varios servis;os, entre eles a recente restauras;ao da base da pista de
rolamento sobre a barragem da Usina de Ilha Solteira, onde empregou-
se teor de cimento a 8% em peso para a sua estabilizas;ao. 0 Quadro 7
mostra os resultados obtidos na caracterizas;ao do solo utilizado. A
Figura 19 mostra a curva granulometrica.

QUADRO 7. Caracterizayao do solo utilizado

I GRANULOMETR!A (%)
"''' ,~l!i'

0 0

INDICES FISICOS
.
' MAX =
'IS 19,22 k:N/m 3
MASSA ESPECIF. REAL DOS GRAOS: LL (%) ~ 27,2 LP(%)~ 17,0
wot= 12.20% 2,69 g/cm' IP (%) ~ 10.2

PENEIRAS (ASTM)
200 140 \00 00 ~D 2lJ

/ ~

10

I ~-
20

:
.
I OD

I g
40
1 -~
50
~

i:

_) ~-
60 ~
~ tg_

- -~
..-- ~-
70

80

90

100
0.001 0 01 0.1 10 100

Figura 19. Curva granulometrica do solo utilizado


57

5.3. Solo-cimento

0 Quadro 8 mostra a caracterizayao obtida para o solo-


cimento imediatamente ap6s a mistura do solo com o cimento. A Figura
20 mostra a curva granulometrica obtida para o solo-cimento
imediatamente ap6s a mistura.

QUADRO 8. Caracterizayao do solo-cimento logo ap6s a mistura

GRANULOMETRIA (%)
0.005 0.05 0.42 2.0 4.8 (mm)

. t;:.J~·=L"•? 1
~:;.,J ..>,~" ..· I.
0
L. 0

INDICES FISICOS
ys.MAX = 19,23 kN/m' MASSA ESPECJF. REAL DOS GRAOS:
wot= 12,80% 2.74 g/cm'

PENEIRAS (ASfM)
200 l«l \00 f>ll iO 20
0
.
1·-
:
:
Y• 10
:
:
{ ·- 20

..
: :
/ 30

I
. :

.
:
g
40
: '
"
:/
. ~

t
50
. :I
60

/ g_

- /'
. 70

-
80

-
/-
90

100
0 001 0_01 0.1 10 100
0\AME:\"RO DOS CRAGS (mm)

Figura 20. Curva granulometrica do solo-cimento ap6s a mistura


58

Observa-se que houve uma melhoria sensivel nas


caracteristicas granulometricas do material logo ap6s a mistura. A
porcentagem de graos retidos na peneira de malha igual a 0,05 mm
passou de 58% para 75%.

0 Quadro 9 mostra os resultados obtidos nos ensaws para a


determinayiio da resistencia a compressao simples de corpos-de-prova
cilindricos de solo-cimento compactado. Foram moldados dezoito
corpos-de-prova para serem rompidos, seis a seis, aos sete, quatorze e
vinte e oito dias. Embora a norma (MB-3361) indique que sejam
necessarios, no minimo, tres corpos-de-prova para cada teor e idade,

procedimento possibilitou uma maior flexibilidade, permitindo


descartar corpos-de-prova cujos resultados se apresentaram dispersos
( 15% em rela9iio a media), sem prejuizo para a confiabilidade do
resultado.

5.4. Cimento

0 Quadro 10 mostra o resultado da analise fisica e o Quadro


11 mostra o resultado da analise quimica realizadas na amostra do
cimento, da marca ITAU CP II F-32, que foi utilizado na moldagem
dos corpos-de-prova e, posteriormente, na confecyiio das estacas. Esses
ensaios foram desenvolvidos no Laborat6rio Central de Engenharia
Civil da CESP em Ilha Solteira-SP.
59

QUADRO 9. Resistencia a compressiio simples do solo-cimento

Caracteristicas gerais Teor de cimento: 8% (em peso)


ys.rruix = 19.22 kN/m'
c.p. ll.
0
01 02 03 04 05 06
idade (dias) 7 7 7 7 7 7
Resistencia a compressao (MPa) 5,17 4.19 • 4.41 5.15 5,92. 5.22
Resistencia media (MPa) 4,98
c.p. n. 0 07 08 09 10 II 12
idade( dias) 14 14 14 14 14 14
Resistencia a compressao (MPa) 6.51 5,08. 5,46 625 7,17 • 6,61
Resistencia media (MPa) 620
c.p. n. 0 l3 14 15 16 17 18
idade (dias) 28 28 28 28 28 28
Resistencia a compressao (MPa) 6.47 5,33 • 7,48 7,63 8,01 • 6.79
Resistencia media (MPa) 7,09
- cons1derados no calculo da med1a
(*) valores nao

QUADRO l 0. Analise fisica do cimento

Data da coleta 22/02/94


# 200 (% retida) 4,2
Finura # 325 (% retida) 22,7
Sup. especifica (Blaine) cm'lg 3. 7 1 7
Densidade aparente 1,07
(g/cm') absoluta 3' l 2
Agua de consistencia (gram as) 124
pasta (%) 12,8
lnicio da pega (h:min.) 1 5: I 8
consistencia (gram as) 150
Resistencia a/c 0,48
a data da moldagem 01/03/94
compressao Ten sao 3 dias 21.3
(MPa) 7 dias 2 9' l
2 8 d i as 3 7.9
60

QUADRO 11. Analise quimica do cimento

perda ao fogo 4. 71
insoluveis 0.61
Si Oz 1 7. 8 9
Fe2 03 3. 55
Al2 03 4.15
Analise Ca 0 61 ,2 3
Quimica MgO 4.48
(%) s 03 2,62
Na2 0 0,07
K20 0,82
Equiv. alcalino em Na2 0 0.61
Cal livre em Ca 0 1.3 2
,,Ct+,m.nnotno C3 S C,CC' §7 •5 l,
metodo de C2 S 0,39
Bogue C1A 4.99
(%) C4 AF I 0.80

5.5. Controle tecnologico dos materiais

Os Quadros 12, 13, 14 e 15 mostram os resultados dos


ensaws de compressiio simples efetuados nos corpos-de-prova dos
materiais utilizados na confec<,:iio das estacas. A coleta das amostras
foi efetuada durante a aplica<,:iio dos materiais nas respectivas estacas.
61

QUADRO 12. Controle tecnol6gico do concreto aplicado nas


estacas de rea9iio

Estaca de dias 07 dias 14 dias 28 dias


rea<;ao R1 c.p. 01 02 03 04 05 06
moldagem: <Jr (MPa) 3 2,4 33,4 3 6,5 3 8.4 28,3 3 5,5
15/12/93 cr.m (MPal 3 2, 9 3 7,5 3 1 '9
Estaca de dias 07 dias 14 dias 28 dias
rea<;ao R2 c.p. 07 08 09 10 11 12
moldagem: CJ r (MPa) 32.4 3 3,5 3 5.8 3 7,3 3 5 '7 40.1
20/12/93 cr.m (MPa) 3 3.4 36.5 3 7 '9
Estaca de dias 0 7 di as 14 dias 28 dias
rea<;ao R3 c.p. 13 14 15 16 17 18
"' '~ h =~ y
' Icc

17/12/93 cr.m (MPa) 32,7 40,3 40.0


Estaca de dias 07 dias 14 dias 28 dias
rea<;ao R4 c.p. I9 20 21 22 23 24
moldagem: <Jr (MPa) 3.2' 5 3 3,6 3 9,0 40.1 40,1 43,2
17/12/93 cr.m (MPa) 3 3' 1 3 9,5 41,7
Estaca de dias 07 dias 14 d i as 28 dias
rea<;ao R5 c.p. 25 26 27 28 29 30
mo1dagem: CJ r (MPa) 3 7.6 41.5 45.2 46.9 39.6 44,9
16/12/93 cr.m (MPa) 3 9,6 46,1 42.3
62

QUADRO 13. Controle tecnol6gico do concreto aplicado nas


estacas de concreto

Estaca de dias 07 dias 14 dias 28 dias


concreto C1 c.p. 31 32 33 34 35 36
moldagem: cr r (MPa) 34.4 3 5.6 39.3 40.4 3 1, 2 3 3. 3
15/12/93 cr.m (MPa) 3 5,0 39,9 3 2,3
Estaca de dias 07 dias 14 dias 28 dias
concreto C2 c.p. 37 38 39 40 41 42
moldagem: cr r (MPa) 3 3. 9 34,2 3 3,2 34.5 40,3
16/12/93 G.m (MPa) 34,0 3 3. 8 40,3
Estaca de dias 07 dias 14dias 28 dias
concreto C3 c.p. 43 44 45 46 47 48
moldagem: cr r (MPa) 3 5,8 3 8.4 42,7 4 3, 1 44,4

..., 21/12/93 G,m(MPa) 3 7, 1 42,9 44,4


' ,,..... , ... , , .. ''

QUADRO 14. Controle tecnol6gico do solo-cimento aplicado nas


estacas solo-cimento compactado

Estaca dias 14 dias 28 dias


SCC1 c.p. 49 50 51 52 53 54
moldagem: 0' r (MPa) 6,3 7 6.59 6.62 6. 1 6 7,00 7,64
23/12/93 cr.m (MPa) 6,5 3 6,93
Estaca dias 14 dias 28 dias
SCC2 c.p. 55 56 57 58 59 60
moldagem: 0' r (MPa) 4, 1 4 5. 4 1 2,2 7 3.3 6 5,44
23/12/93 G.m (MPa) 4, 76 3,69
Estaca dias 14dias 28 dias
SCC3 c.p. 61 62 63 64 65 66
moldagem: 0' r (MPa) 3. 8 2 4.58 5. 1 6 2. 55 2,86 6,68
23/12/93 cr.m (MPa) 4.52 4.03
63

QUADRO 15. Contro1e tecnol6gico do solo-cimento aplicado nas


estacas solo-cimento plastico.

Estaca dias 14 dias 28 dias


SCPI c.p. 67 68 69 80 71 72
moldagem: O"r (MPa) I, 8 8 2,26 2,63 4,3 0 3,06 2, 83
23112/93 cr,m (MPa) 2,26 3,40
Estaca dias 14 d i as 28 dias
SCP2 c.p. 73 74 75 76 77 78
moldagem: 0" r (MPa) 2,3 5 2,55 2,56 3,96 3, 5 I 3,6 5
23112/93 cr,m (MPa) 2,49 3, 70
Estaca dias 14 dias 28 dias
SCP3 c.p. 79 80 81 82 83 84
moldagem: O"r (MPa) 3,25 4,00 4,87 5,52 4,02 4,72
£.:J/l£.17:J u,m (lVlYaJ ' t ' U"t f' /:J

5.6. Provas de carga

As curvas carga x recalque das provas de carga realizadas


estiio apresentadas nas Figuras 21 a 28. Os resultados numericos estiio
apresentados nos Quadros 16 a 23.
64

QUADRO 16. Prova de carga rapida realizada na estaca de


concreto C 1

Tempo LRI LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q


(minutos) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (kN)
0 43.12 45.08 49.46 45.17 45.70 0.00 0
15 43.00 44.89 49.35 45.02 45.56 0.14 15
30 42.78 44.71 49.12 44.80 45.41 0.29 30
45 42.55 44.52 48.92 44.66 45.16 0.54 45
60 42.38 44.34 48.70 44.46 44.97 0.73 60
75 42.16 44.12 48.49 44.22 44.74 0.96 75
90 41.78 43.78 48.13 43.79 44.37 1.33 90
105 41.38 43.34 47.71 43.40 43.95 1.75 105
120 40.76 42.67 47.08 42.72 43.30 2.40 120
135 39.80 41.67 46.06 41.68 42.30 3.40 135
!50 38.04 39.92 44.30 39.88 40.53 5.17 !50
165 34.48 36.32 40.68 36.21 36.92 8.78 165
18.0 26.80 28.60 32.90 28.37 29.16 16.54 180
17-' k~"t:;_, k '--'-' k.J.VV k < •V-' kLUJ kJ.Ul IJ.J
'". ;. ;.; .•>

210 15.64 18.36 21.62 17.05 18.16 27.54 210


225 12.28 14.96 18.20 13.50 14.73 30.97 225
240 6.48 8.09 11.28 7.62 8.36 37.34 240
255 2.82 4.45 8.82 3.82 4.97 45.02 255
270 2.82 4.45 8.82 3.82 4.97 45.02 127
285 2.88 4.45 9.12 4.12 5.14 44.86 64
300 3.29 5.35 10.37 9.92 7.23 42.77 0

Inicio - data: 04/02/94


hora: 9h30m
65

QUADRO 17. Prova de carga lenta realizada na estaca de


Concreto C2

Tempo LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Re Q


(horas) (nun) (nun) (nun) (nun) (mm) (nun) (kN)
8:40 49.20 49.17 48.90 49.88 49.29 0 0
9:00 49.17 49.12 48.88 49.84 49.25 0.04 25
11:00 48.50 48.48 48.37 49.33 48.67 0.62 50
15:07 44.40 44.39 44.21 45.14 44.53 4.76 75
17:12 38.53 38.50 38.37 39.30 38.67 10.62 100
21:08 31.78 31.70 31.56 32.48 31.88 17.41 125
21:40 4.37 4.13 4.84 6.50 4.94 44.33 150
21:55 4.57 4.63 5.28 6.52 5.25 44.04 11.25
22:10 4.64 4.70 5.36 6.60 5.32 43.97 7.50
22:25 4.71 4.91 5.50 6.76 5.47 43.82 3.75
22:40 5.04 5.32 5.86 7.20 5.85 43.43 0

hora: 8h40m
66

QUADRO 18. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-


cimento compactado sec 1
Tempo LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q
(horas) (mm) (rnrn) (mrn) (mrn) (mrn) (rnrn) (kN)
9:58 47.16 49.80 46.42 49.89 48.31 0 0
10:08 47.04 49.79 46.25 49.89 48.24 0.07 16
11:08 46.58 49.60 45.75 49.75 47.92 0.39 32
15:05 45.96 49.19 45.09 49.34 47.40 0.91 48
15:54 45.54 48.74 44.66 48.76 46.92 1.39 64
23:54 33.66 36.55 31.41 36.37 35.16 13.15 80
0:15 1.22 1.12 0.00 0.65 0.75 47.56 96
0:30 1.22 1.12 0.00 0.65 0.75 47.56 72
0:45 1.22 1.12 0.00 0.65 0.75 47.56 48
1:00 1.22 1.12 0.00 0.65 0.75 47.56 24
1:45 4.71 3.06 0.00 2.98 2.68 45.63 0

Inicio - data: 17/02/94


hora: 9h58m
67

QUADRO 19. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-


cimento compactado SCC2

Tempo LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Recalqu Q


(horas) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) e (kN)
(mm)
9:50 47.29 49.87 49.63 49.48 49.06 0 0
10:05 47.20 49.87 49.36 48.97 48.85 0.21 12
10:40 46.98 49.82 49.24 49.05 48.77 0.29 24
11:00 46.46 49.43 48.62 48.47 48.27 0.79 36
11:32 45.67 48.76 47.80 47.64 47.47 1.59 48
12:46 44.74 47.95 46.85 46.75 46.57 2.49 60
1:25 7.01 10.48 8.84 9.01 8.94 40.12 76
1:40 7.01 10.48 8.84 9.01 8.94 40.12 54
1:55 7.18 10.54 9.07 9.27 9.12 39.94 36
2:10 7.70 10.91 9.58 9.84 9.62 39.44 18
2:25 10.38 13.50 12.18 12.73 12.31 36.75 0

Inicio - data: 07/03/94


hora: 9h50m
68

QUADRO 20. Prova de carga nipida realizada na estaca de solo-


cimento compactado SCC3

Tempo I LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q


(minutos) (mm) (mm) (rom) (rom) (rom) (mm) (kN)
0 49.46 49.62 47.40 48.76 48.81 0 0
15 49.47 49.62 47.40 48.76 48.81 0 4
30 49.47 49.59 47.40 48.75 48.80 0.01 8
45 49.47 49.58 47.40 48.74 48.79 0.02 12
60 49.47 49.58 47.40 48.74 48.79 0.02 16
75 49.47 49.51 47.40 48.68 48.76 0.05 20
90 49.47 49.50 47.40 48.66 48.76 0.05 24
105 49.47 49.42 47.40 48.61 48.73 0.08 28
120 49.47 49.38 47.31 48.56 48.68 0.13 32
135 49.46 49.24 47.31 48.45 48.62 0.19 36
150 49.34 49.16 47.17 48.33 48.50 0.31 40
165 49.22 48.99 47.04 48.18 48.36 0.45 44
180 49.12 48.79 46.90 48.00 48.20 0.61 48
l'1J -.o.J-. -.o.v' -.v .. .. :.;
210 48.72 48.36 46.55 47.58 47.75 !.06 56
225 48.44 48.04 46.23 47.25 47.49 1.32 60
240 47.74 47.29 45.48 46.49 46.75 2.06 64
255 46.48 46.00 44.23 45.18 45.47 3.34 68
260 44.45 44.00 42.28 43.21 43.48 5.33 72
275 40.25 39.67 37.00 38.85 38.94 9.87 76
290 29.29 28.67 27.11 27.93 28.25 20.56 80
305 22.71 21.05 19.57 20.40 20.93 27.88 84
320 16.89 16.29 14.82 15.64 16.23 32.61 88
335 16.89 16.24 14.78 15.62 15.88 32.93 60
350 17.19 16.49 15.08 16.86 16.40 32.40 40
365 17.52 16.78 15.45 17.16 16.73 32.08 20
370 21.29 20.55 19.19 19.82 20.21 28.60 0

lnicio - data: 23/02/94


hora: 1 OhOOm
69

QUADRO 21. Prova de carga rapida realizada na estaca de solo-


cimento p1astico SCP 1

Tempo LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q


(minutos) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (kN)
0 47.57 49.28 49.35 49.93 49.03 0.00 0
15 47.57 49.28 49.35 49.93 49.03 0.00 5
30 47.57 49.28 49.35 49.93 49.03 0.00 10
45 47.51 49.20 49.35 49.93 48.98 0.05 15
60 47.42 49.16 49.33 49.84 48.93 0.10 20
75 47.25 48.98 49.20 49.67 48.77 0.26 25
90 47.00 48.73 48.96 49.38 48.51 0.52 30
105 46.58 48.49 48.54 48.97 48.14 0.89 35
120 45.83 47.74 47.80 48.25 47.40 1.63 40
135 44.50 46.40 46.48 45.86 45.81 3.22 45
150 43.08 44.00 45.04 44.04 44.04 4.99 50
165 40.75 42.65 43.70 43.07 42.54 6.49 55
180
l';f:J ~;clijf·
38.08 39.99
J.U~
40.00
J '·U"-
39.39
'-"~
39.36 9.67 60
=f!Y:Y •
.........
J ·~-

210 30.21 32.16 32.09 31.46 31.48 17.55 70


225 25.41 27.42 27.30 26.70 26.70 22.23 75
240 16.50 18.56 18.34 17.82 17.80 31.13 80
255 15.88 18.00 17.78 17.27 17.23 31.70 80
260 15.88 18.00 17.78 17.27 17.23 31.70 60
27"
,) 16.11 18.00 18.04 17.40 17.38 31.55 40
290 16.47 18.13 18.48 17.70 17.69 31.24 20
305 18.14 20.51 20.11 19.16 19.48 29.45 0

Inicio - data: 22/02/94


hora: 10hl6m
70

QUADRO 22. Prova de carga lenta realizada na estaca de solo-


cimento phistico SCP2

Tempo LRI LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q


(minutes) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (kN)
16:30 49.62 48.79 48.96 49.26 49.15 0.00 0
16:45 49.62 48.75 48.95 49.20 49.13 0.02 12
17:06 49.58 48.64 48.95 49.12 49.07 0.08 24
17:25 49.44 48.44 48.78 48.90 48.89 0.26 36
18:30 49.14 48.12 48.49 48.53 48.57 0.58 48
2:42 47.99 46.90 47.37 47.28 47.39 1.76 60
18:46 46.88 45.68 46.31 46.19 46.27 2.88 66
2:49 45.61 44.39 44.88 44.78 44.91 4.24 72
6:52 42.34 41.13 41.66 41.43 41.64 7.51 78
10:54 37.53 36.31 36.81 36.49 36.78 12.37 84
2:56 33.85 32.53 33.00 32.86 33.06 16.09 90
18:59 28.46 27.23 26.54 25.98 27.05 22.10 96
vc 1;02 14.34 13.20 12.32 11.71 12.89 36.26 102
l ;j) L.U'+ v.ov v.~L v.vv v.u> ~
1:50 2.04 0.86 0.32 0.00 0.81 48.34 78
2:05 2.04 0.86 0.32 0.00 0.81 48.34 54
2:20 2.63 1.45 0.56 0.35 1.24 47.91 27
2:35 4.14 2.88 2.33 2.25 2.90 46.25 0

Inicio - data: 08/03/94


hora: 16h30m
71

QUADRO 23. Prova de carga nipida realizada na estaca de solo-


cimento pli:istico SCP3

Tempo LR1 LR2 LR3 LR4 LRm Recalque Q


(minutes) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (kN)
0 47.80 48.16 47.73 49.40 48.27 0 0
15 47.80 48.16 47.73 48.81 48.02 0.05 4
30 47.80 48.16 47.73 48.81 48.02 0.05 8
45 47.76 48.16 47.66 48.41 48.00 om 12
60 47.64 48.08 47.55 48.40 47.92 0,15 16
75 47.59 48.04 47.51 48.39 47.88 0,19 20
90 47.52 47.98 47.45 48.37 47.83 0.24 24
105 47.40 47.87 47.32 48.25 47.71 0.36 28
120 47.25 47.75 47.16 48.13 47.57 0.50 32
135 47.12 47.64 47.01 47.98 47.43 0.64 36
150 46.90 47.46 46.78 47.79 47.23 0.84 40
165 46.64 47.22 46.48 47.54 46.97 1.10 44
180 46.17 46.79 46.00 47.12 46.52 1.55 48
·..•...•

·~
17J •u.vv "'·'-'
. ... ,..
210 44.67 45.39 44.45 45.64 45.03 3.04 56
225 43.40 44.15 43.20 44.40 43.79 4.28 60
240 41.67 42.47 41.48 42.72 42.08 5.99 64
255 40.50 41.32 40.30 41.59 40.93 7.14 68
270 39.40 40.38 39.37 40.77 39.23 8.84 72
285 35.54 36.42 35.43 36.90 36.07 12.20 76
300 32.15 33.05 33.02 33.55 32.69 15.38 80
315 29.85 30.82 29.65 31.22 30.38 17.69 84
330 28.85 26.85 25.48 27.11 26.32 21.75 88
345 11.99 12.50 11.40 13.45 12.22 35.74 92
360 11.99 12.05 11.40 13.45 12.22 36.40 92
375 11.99 12.05 11.40 13.45 12.22 36.40 54
390 12.09 12.25 11.53 13.51 12.35 35.92 40
405 12.18 12.47 11.73 13.57 12.48 35.79 20
60 13.71 14.00 13.40 14.19 13.82 34.45 0

Inicio .. data: 24/02/94


hora: 9hl8m
72
CAllGA (kN)
0 20 40 60 80 100 120 140 150 lBO 200 220 210 260
0

1Q

)~l

E
"
::-.::.:
20
:co
q 25
<
8
"' 30

35

40

45

Figura 21. Prova de carga nip ida realizada na estaca C I, a qual


recebeu de 25 mm em

CAilGA (kN)
0 50 100 200 250

10

];)

"E 20
~

Q"
2~J
<
8
= :JO

3:)

40

Figura 22. Prova de carga lenta realizada na estaca C2.


73

:ARGA (kN)
80 100

10

-
~ 20
~

q
<
'--'---
30

40

Figura 23. Prova de carga lema

CARGA (kN)
0 20 40 60 80 100
o-~=:

20 '-+~·

.10

::::::-:=_ _ _ _ _j___________ _

45

Figura 24. Prova de carga lenta realizada estaca SCC2, a qual


recebeu isopor de I 00 mm em sua ponta.
74

CARGA (kN}
o 20 ro w w 100
o-~

10 -~"\'

~
\ \
'-=~ _______,\
40

~-· ----

recebeu isopor de 100 mm em sua ponta.

CA!lGA (kN}
20 40 60 80 100

10

~ 20

30 ~·-=

40

Figura 26. Prova de carga nipida realizada na estaca SCPI, a qual


recebeu isopor com espessura de I 00 mm em sua ponta.
75

CAI\GA (kN)
100

10 ----

- 2[)

:=o
Q'
<
'-'
~ 30

CARGA (kN)
0 20 40 60 RG \OD
o-~=:

10 -

20 -

=o
Q'

~ :JO - - - - - - - - - - - - - - -

10 -- -~

Figura 28. Prova de carga nipida realizada na estaca SCP3, a qual


recebeu isopor com 100 mm de espessura em sua ponta.
76

6. ANALISE E DISCUSSAO

6.1. Tecnicas construtivas

6.1.1. Solo-cimento compactado

Para a execuyi'lo das estacas de solo-cimento compactado


adotou-se o mesmo procedimento que se emprega na confecyi'lo de
paredes monoliticas, de acordo com as instruy6es do Manual de
Constrw;:iio com Solo-cimento (CEPED, 1984). Verificou-se que trata-
se de urn procedimento de facil assimilayi'lo por parte dos operarios.
Porem, diferentemente do que ocorre em paredes monoliticas, a
aplicayi'lo do solo-cimento compactado em estacas ni'lo apresentou as
mesmas caracteristicas de trabalhabilidade, havendo urn ma10r
consumo de tempo e mi'lo-de-obra para a aplicayi'lo do material. 0
lanyamento em camadas sucessivas de pequena espessura (20 em no
maximo) associado a necessidade de compactayi'lo na umidade 6tima e
escarificayi'lo da superficie adjacente antes de cada novo lanyamento,
fizeram com que o processo construtivo, no seu todo, se tornasse
77

bastante Iento. Observou-se que a execuyao de estacas empregando-se


essa metodologia requer controle e fiscalizayao rigorosos em todas as
etapas, havendo necessidade de verifica9ao da espessura da camada de
lanyamento e verificayao constante da umidade 6tima para permitir que
a a9ao da compacta9ao se de de forma adequada. Os ensaios para a
determina9ao da resistencia a compressao simples (Quadro 9), serviram
para mostrar que mesmo sendo preparado dentro de urn laborat6rio,
com todos os cuidados possiveis e com auxilio de pessoal tecnico
altamente capacitado, ainda assim os resultados obtidos apresentaram
certa dispersao. Ao que tudo indica, a ocorrencia desse fato esta
associada a dificuldade de se controlar e manter o material com teor de

fiscaliza9ao e controle rigorosos durante a aplica91lo no campo.

Constatou-se, tambem, que para garantir uma homogeneiza91lo


perfeita, o solo deve estar bern seco antes de ser misturado ao cimento.
No caso de haver umidade em excesso, observou-se que as particulas
de cimento acabam se aglutinando, provocando a forma91lo indesejavel
de pequenos torr6es de cimento. N a prepara9ao da mistura, portanto, e
necessaria que o solo seja deixado exposto a radia9ao solar, sendo
revolvido de vez em quando, tendo em vista a eliminayao ao maximo
possivel da umidade existente. 0 solo seco deve ser convenientemente
estocado ao abrigo de condi96es desfavoniveis de umidade.

Para ser viavel e competitivo em termos de mercado, o


processo construtivo para a execu91lo de estacas com solo-cimento
compactado deve passar necessariamente por urn processo de
78

aprimoramento no que se refere a equipamentos a serem utilizados,


seja no processo de mistura ou mesmo na sua aplica<;iio.

Com rela<;iio ao custo envolvendo apenas os materiais


aplicados, observou-se que o consumo de cimento foi da ordem de 150
kg/m'. Para o concreto, o consumo de cimento geralmente e da ordem
de 300 kg/m 3 , devendo ainda ser acrescentado o custo com os
agregados. Observou-se que custo referente a miio-de-obra utilizada
para a produ<;iio e aplica<;iio do solo-cimento, entretanto, e superior ao
do concreto.

aquelas executadas em regime de mutiriio ou autoconstru<;iio, onde o


custo da miio-de-obra niio e incorporado ao custo final do produto,
desde que sejam tornados os devidos cuidados no que se refere a
fiscaliza<;iio, a aplica<;iio do solo-cimento compactado podeni significar
urn avan<;o no sentido de se ampliar os horizontes em termos de
sistemas alternativos, mais economicos, tambem na fase de funda<;6es.

A execu<;iio da estaca piloto em solo-cimento compactado,


alem de propiciar treinamento aos openirios, possibilitou a realiza<;iio
de uma inspe<;iio "in-situ" atraves da abertura de uma vala ao sen redor.
Verificou-se que o elemento de solo-cimento niio sofreu qualquer tipo
de retra<;iio que pudesse ser visivelmente notada. Observou-se, ainda,
que o sistema adotado para a confec<;iio dessas estacas conferiu ao
elemento uma textura lisa, em fun<;iio da textura tambem lisa
79

apresentada pela superficie do furo em razao da a<;:ao da queda do


pi lao.

A resistencia obtida em ensa10s de compressao simples


mostrou que o solo-cimento pode ser aplicado com seguran<;:a em
elementos de funda<;:ao, principalmente em estacas moldadas "in loco",
onde a favor da seguran<;:a, conta-se ainda com o efeito provocado pelo
confinamento do material. Para o solo utilizado como componente,
obteve-se para a mistura de solo-cimento compactado uma resistencia
media de 7,09 MPa aos 28 dias. Com essa resistencia, urn elemento
com 0,20 m de diametro (Area=314 cm 2 ) suportaria perto de 220 kN.

dificilmente atingem 100 kN. Existe, contudo, uma dificuldade


associada a "junta fria" que se forma na transi<;:ao entre o solo-cimento
e o material dos outros elementos, geralmente concreto. Nesse caso,
sugere-se que sejam efetuados outros trabalhos e pesquisas no sentido
de se dar prosseguimento a este trabalho visando a obten<;:ao de
solw;6es tecnicas que viabilizem a aplica<;:ao desse material sem a
necessidade de grandes esfor<;:os para suplantar as dificuldades
advindas desse processo construtivo.

Para os casas em que seJa necessaria uma maJOr capacidade


de carga e, consequentemente, de elementos ma1s resistentes,
principalmente na "cabe<;:a" da estaca, existe a possibilidade de se
executar estacas mistas. Nesse caso, sugere-se que a cabe<;:a da estaca,
ou seja, a parte superior do seu fuste, seja feita em concreto e o
restante em solo-cimento. Dessa forma, a parte da estaca composta por
80

solo-cimento estani totalmente enterrada e confinada, sendo a parte


superior do fuste executada de forma convencional. Esse procedimento
possibilitarii inclusive a colocayao de ferragens de espera, permitindo
uma perfeita transiyao entre a infra-estrutura e a estrutura a ser
executada posteriormente.

6.1.2. Solo-cimento plastico

A utilizayao do solo-cimento pliistico permitiu uma mator


rapidez na produyao e na aplicayao do material. A maioria das

materiais componentes em betoneira permitiu uma mawr agilidade ao


processo. 0 controle da umidade foi efetuado incialmente atraves do
"slump-test" e, posteriormente, apenas pelo volume de iigua a ser
adicionado. A mistura em betoneira proporcwnou melhorias
consideriiveis it qualidade do produto final, permitindo uma perfeita
homogeneizayao dos componentes. Observou-se, ainda, que em razao
da melhor eficiencia do processo de homogeneizas;ao, a dispersao nos
resultados obtidos para a resistencia it compressao foi inferior itquela
observada para o solo-cimento compactado, conforme mostra o Quadro
15. Por outro !ado, veri fico u-se que, utilizando o mesmo tras;o, os
valores de resistencia it compressao simples foram menores do que os
obtidos para o solo-cimento compactado. Esse fato evidencia a
necessidade de se usar teores de cimento superiores, a fim de se o bter
resistencias equivalentes itquelas que se obtem para o solo-cimento
compactado.
81

As condi9oes de trabalhabilidade para a produ9ao do solo-


cimento plastico em betoneira nao se equiparam as condi9oes de
preparo do concreto. Observou-se que existe uma tendencia natural de
aglutina9ao da massa na superficie interna da betoneira, principalmente
no inicio da opera9ao, quando a mistura nao dispoe ainda da
quantidade total da agua de amassamento. Entretanto, no momento em
que se atinge a consistencia desejada, esse problema praticamente e
eliminado e a homogeneiza9ao se processa de forma satisfat6ria.
ANDRADE FILHO (1989) cita que para solos muito argilosos as
condic;oes de trabalhabilidade podem ser melhoradas atraves da adic;ao

A moldagem das estacas de solo-cimento plastico se deu


simplesmente pelo lan9amento do material dentro no furo, sem
qualquer tipo de compacta9ao ou adensamento. Ou seja, adotou-se o
mesmo procedimento que usualmente se emprega em canteiros de obra
quando do lanc;amento do concreto em estacas semelhantes. A adoc;ao
desse procedimento praticamente nao provocou alterac;oes nos
resultados obtidos para as provas de carga realizadas, tanto para as
estacas de solo-cimento compactado como para as de solo-cimento
plastico, con forme pode ser observado nos resultados o btidos para as
estacas de solo-cimento (Figuras 23 a 28).

Por outro !ado, ha que se ressaltar que o concreto para a


aplicac;ao em estacas, de acordo com o que manda a boa tecnica, deve
apresentar urn baixo fator agua/cimento, ou seja, deve estar quase
82

"seco". 0 seu lan'(amento tambem deve ser feito em camadas


sucessivas e compactadas atraves da a'(ao da queda de urn pilao.
Verifica-se, portanto, que esse procedimento nao difere muito daquele
utilizado para o solo-cimento compactado. No entanto, nao e isso o que
se observa nos canteiros de obra. Na grande maioria das vezes, a
produ'(ao do concreto para emprego em estacas e feita de forma a se
obter urn material de consistencia bastante fluida, justamente para
facilitar o lan'(amento e evitar a necessidade da compacta'(ao. Para
evitar a ocorrencia de prejuizos it qualidade do produto final, no que se
refere it resistencia it compressao simples, os construtores habituaram-
se a incrementar de forma empirica uma certa quantidade de cimento,

0 fator agua/cimento previamente estabelecido e minimizar a


ocorrencia da diminui'(ao da resistencia it compressao simples.

6.2. Provas de carga

6.2.1. Estacas de Concreto

Executou-se duas estacas de concreto, sendo que uma delas


recebeu em sua ponta uma "bolacha" de isopor com 0,20 m de diiimetro
e espessura de 25 mm. Procurou-se, com esse procedimento, fazer com
que a carga aplicada it estaca mobilizasse primeiramente a resistencia
lateral, para depois mobilizar a ponta da estaca. Assim, observou-se
83

que nessa estaca (C 1), atraves da rea1izac,;ao de prova de carga nipida,


para o deslocamento referente aos 25 mm correspondentes a espessura
do isopor, foi necessaria a aplicac,;ao de urn a carga de 195 kN. Ap6s
esse deslocamento, verificou-se que houve uma inflexao da curva
carga x recalque correspondente a mobilizac,;ao da resistencia de ponta.
A prova de carga foi conduzida ate a carga de 255 kN, provocando urn
recalque total de 45 mm na cabec,;a da estaca.

Considerando tratar-se de uma estaca de deslocamento e


admitindo-se que os recalques ocorridos ap6s a inflexao da curva (20, 7
mm "" 10 % do diametro) for am suficientes para mobilizar toda a

correspondeu a 60 kN. Dessa mane ira, da carga total de 25 5 kN


aplicada a estaca, 24% foi transferida para a ponta e 76% para 0 fuste.
Observa-se, portanto, a necessidade de grandes deslocamentos (I 0% do
diametro) para se mobilizar a resistencia de ponta. Essa estaca foi
submetida a prova de carga rapida.

Para a segunda estaca de concreto (C2), executada sem


isopor na ponta, atingiu-se urn valor de carga ultima de 150 kN, o que
provocou urn des1ocamento de 44,33 mm na cabec,;a da estaca. Observa-
se na Figura 22 que para urn recalque de 20 mm (10% do diametro), foi
necessario mobilizar cerca de 80% da carga ultima. Portanto, para a
mobilizac,;ao dos 20% de carga restantes, analogamente ao que ocorreu
para a estaca C 1, verificou-se que houve a necessidade de grandes
deslocamentos (superiores a 25 mm). Essa estaca foi submetida a prova
de carga lenta.
!54

Considerando-se os resultados obtidos para essas duas


estacas, verifica-se que houve uma grande variayao entre os valores
obtidos para as car gas ultimas (25 5 kN e 150 kN), sen do urn valor 70%
superior ao outro. Variayoes semelhantes tambem foram encontradas
por MAC ACARI (1994) no Campo Experimental da USP em Sao
Carlos-SP onde, para estacas identicas (0 = 0,20 m, L = 6,00 m) e
subsolo semelhante ao de Ilha Solteira-SP, obteve-se val ores de carga
ultima de 232 kN, 200kN e 150 kN. Admitindo-se que cerca de 25% da
carga ultima desse tipo de estaca seja transferida para a ponta, tem-se
valores de atrito lateral unitario medio de 40,31 kPa para Ilha So1teira

minimo, tanto para Ilha So1teira como para Sao Carlos, sao de 29,86
kPa. Para a resistencia de ponta tem-se valores medios de 1620 kPa e
1545 kPa para Ilha Solteira e Sao Carlos respectivamente.

Cumpre salientar que para a obtenyao dos valores medios,


tanto para essas estacas (de concreto), como para as de so1o-cimento,
admitiu-se nao haver diferenya de resultados, em termos de carga
ultima, em funyao de se ter realizado ensaios rapidos ou lentos, fato
este que precisa ser comprovado pela pratica.

As formulas empiricas1 comumente usadas para a previsao de


cargas ultimas em estacas, conduziram aos valores apresentados no
Quadro 24, onde sao feitas comparayoes com os valores obtidos nas
provas de carga realizadas. Para a aplica9ao das formulas citadas,
considerou essas estacas como sendo estacas de deslocamento. Foram
85

utilizados os valores da sondagem de penetrayao estatica (Figura 18)


realizada no local.

QUADRO 24. Valores de carga ultima estimados e valores obtidos


em provas de carga.

Auto res fu qponta fufl quf/ Qu Quf/


(kPa) (kPa) fupc qupc (kN) Qupc

AOKI (1975) 7.63 1513 0.19 0.98 76.26 0.38


DECOURT(1982) 18.89 1200 0.47 0.78 108.86 0.54
VELLOSO (1981) 26,70 1789 0.66 1.16 156.78 0.77
MEYERHOF (1976) 5.34 1068 0.13 0.69 53.66 0.26
,,,
r~,u ~ ~
=~'"
~'
,,,,,
n

PROV A DE CARGA 40.31 1547 202.50


ILHA SOL TEIRA
(MEDIA)

Observa-se que os valores de atrito lateral fornecidos pelas


formulas empiricas estao bastante distantes daqueles fornecidos pelas
provas de carga, o mesmo nao acontecendo para a resit~nca de ponta.
Em termos de carga ultima, todas as formulas forneceram valores
abaixo daqueles obtidos nas provas de carga. De todas as formulas
utilizadas, VELLOSO ( 1981) foi a que ma1s se aproximou dos val ores
obtidos em campo.
86

6.2.2. Estacas de solo-cimento compactado

Das tres estacas executadas em solo-cimento compactado,


todas com 0,20 m de diametro e 6,00 m de profundidade, duas
receberam "bolachas" de isopor na ponta (SCC2 e SCC3). Nesse caso,
porem, a espessura do elemento de isopor foi de 100 mm. Procurou-se,
medir, assim, somente a resistencia lateral das estacas em uma primeira
prova de carga e futuramente voltar a realizar novas provas de carga
com o objetivo de se verificar o seu comportamento em termos de
resistencia por atrito lateral ao Iongo do tempo. As estacas SCC 1 e
SCC2 foram submetidas a provas de carga lenta e a estaca SCC3 foi

As cargas ultimas das estacas SCC2 (72kN) e SCC3 (88kN),


conforme pode ser observado nas Figuras 24 e 25, foram mantidas ate
que se atingisse recalques de 40,12 mm e 32,01 mm, respectivamente,
mobilizando, dessa forma, somente o atrito lateral, uma vez que a
espessura do isopor utilizado foi de I 00 mm. Logo, a carga ultima
lateral media, nesse caso de 80 kN, conduziu a urn atrito lateral
unitario medio de 21,23 kPa. Esse valor corresponde a 53% do valor
obtido para as estacas de concreto.

Para a estaca SCCl, sem isopor na ponta, atingiu-se urn valor


de carga ultima de 96 kN, provocando urn recalque de 47,43 mm na
cabeya da estaca, conforme mostra a Figura 23. Admitindo-se que a
carga ultima lateral seja de 80kN, valor que corresponde a media dos
resultados obtidos para as duas estacas com isopor na ponta (SCC2 e
87

SCC3), obtem-se uma carga ultima na ponta equivalente a 16 kN. Esse


valor correspondente a 17% da carga ultima total.

Nos ensaios para a determinajfao da resistencia a compressao


simples efetuados para o solo-cimento compactado (Quadro 9), obteve-
se em media 7,09 MPa aos vinte e oito dias. Os carregamentos
aplicados nas estacas foram de 3,0 MPa, 2,3 MPa e 2,8 MPa. 0 maior
desses valores corresponde a 42% da resistencia media obtida em
laborat6rio.

Das tres estacas de solo-cimento pl<istico executadas, todas


com 0,20 m de diametro e 6,00 m de profundidade, duas receberam
"bolachas" de isopor na ponta, com 100 mm de espessura. Da mesma
forma, nessa primeira prova de carga, procurou-se medir somente a
resistencia lateral, possibilitando futuramente a realizayao de novas
provas de carga com o objetivo de verificar o comportamento do so1o-
cimento plastico com relayao ao atrito lateral, ao Iongo do tempo. A
estaca SCP2 foi submetida a prova de carga lenta e as estacas SCP 1 e
SCP3 foram submetidas a provas de carga rapidas.

As cargas ultimas obtidas para as estacas com 1sopor na


ponta, ou seja SCP 1 (80 kN) e SCP3 (92 kN), for am mantidas ate que
se atingisse os recalques de 31,7 mm e 36,40 mm, respectivamente,
conforme mostram as Figuras 26 e 28, mobilizando dessa forma
88

somente o atrito lateral. Isso indica que a carga ultima lateral media
foi de 86 kN, conduzindo a urn atrito lateral unitario medio de 22,82
kPa. Este valor praticamente nao difere daquele obtido para as estacas
de solo-cimento compactado (21,23 kPa) e e 43% inferior ao valor de
atrito obtido para as estacas de concreto ( 40,31 kPa).

Para a estaca SCP2, sem isopor na ponta, atingiu-se urn


recalque de 47,16 mm para urn carregamento de 108 kN. Admitindo-se
uma carga lateral de 86 kN, valor este que corresponde a media dos
resultados obtidos para as duas estacas com isopor na ponta, obtem-se
urn a carga ultima na ponta da estaca equivalente de 22 kN. Esse valor

Para o solo-cimento plastico empregado nessas estacas, o


controle de qualidade indicou uma resistencia media a compressao
simples, aos vinte e oito dias, de 3,95 MPa (Quadro 15). Os valores de
carregamento maximo aplicados as estacas for am de 2,5 MPa, 2, 7 MPa
e 3,4 MPa, sen do esse ultimo valor de carregamento correspondente a
86% da resistencia media do material. Este fato, provavelmente, foi o
causador das varia96es verificadas nas curvas das estacas SCP2 e
SCP3, conforme se observa nas figuras 27 e 28.
89

7. CONCLUSOES

carga em estacas apiloadas de solo-cimento compactado e de solo-


cimento plastico indicam a possibilidade tecnica de sua aplicas:ao,
respeitadas as caracteristicas de capacidade de carga, tanto em termos
do material solo-cimento como da ligas:ao estaca de solo-cimento x
solo.

A utilizas:ao de elementos de isopor na ponta de algumas das


estacas permitiu a obtens:ao de valores apenas de atrito lateral,
conforme pode ser verificado e comprovado atraves do resultado obtido
para a estaca de concreto C! (Figura 21). Observa-se que somente
ap6s o esmagamento do isopor, nesse caso com espessura de 25 mm, e
que houve a inflexao na curva carga x recalque, evidenciando a reas:ao
da ponta da estaca. Conclui-se, portanto, tratar-se de uma metodologia
simples, de baixo custo e de facil aplicas:ao, podendo ser utilizada de
90

forma segura e eficiente para a determina<;i'io da resistencia por atrito


lateral.

0 atrito lateral medio obtido para as estacas de solo-cimento


compactado (21 ,23 kPa) e solo-cimento plastico (22,82 kPa) for am
praticamente iguais. Esses valores sao cerca de 45% inferiores aos
obtidos para as estacas de concreto.

Os resultados das provas de carga indicaram valores de


transferencia de carga para a ponta de cerca de 17%, 20% e 24% da
carga maxima aplicada para as estacas de solo-cimento compactado,

dessas resistencias ocorre para deslocamentos superiores a 10% do


diiimetro das estacas.

As estacas apiloadas de concreto apresentaram uma grande


varia<;i'io nos valores de carga ultima. 0 mesmo ni'io se verificou com
rela<;ao as estacas de solo-cimento. LOBO ( 1991) e MACA CARl
( 1994) tambem encontraram varia<;oes semelhantes para estacas
apiloadas de concreto, executadas em solos semelhantes ao de Ilha
Solteira, nas cidades de Bauru-SP e Sao Carlos-SP, respectivamente. A
realiza<;ao de mais provas de carga em condi<;oes semelhantes, ou seja,
mesmo tipo de estaca e mesmo tipo de solo, se faz necessaria tendo em
vista a obten<;ao de valores medios mais confiaveis.

Todas as formulas de previsao empregadas para as estacas de


concreto forneceram valores de carga ultima inferiores as obtidas
91

atraves das provas de carga, o que evidencia a necessidade de se


estabelecer, ness as formulas, parametres rna is especificos para esse
tipo de estaca e para esse tipo de solo. Na medida em que as
experiencias forem se acumulando, o mesmo deveni ser feito em
relas;ao as estacas de solo-cimento.

Dos resultados obtidos nas provas de carga e da amilise


referente as tecnicas construtivas, conclui-se que entre o solo-cimento
compactado e o solo-cimento plastico, o ultimo se mostrou mais viavel
em termos de trabalhabilidade para a substituis;ao do concreto em
elementos de estacas. Nao obstante, o processo contrutivo deve ser

principalmente no que diz respeito a adequas;ao dos equipamentos a


serem utilizados.

Conclui-se, finalmente, que o solo-cimento (plastico ou


compactado) e via vel tecnicamente para ser aplicado em estacas
apiloadas para obras de pequeno porte. A sua utilizas;ao no mercado da
construs;ao significara uma contribuis;ao decisiva no sentido de baratear
os custos envolvidos em pequenas edificas;oes, notadamente as de
carater social, bern como para o meio rural onde as dificuldades para a
execus;ao de obras sao bern mais significativas.
92

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

. .A.aCP,~£4;i¥nBr:>Ue!dmtoJpl{fs\ . . ·.···.····
ffiolloiTtlcasae sorc;:;;rffien:to:· Hospilaracrrlanororge: sao Yauro~sp,·
1979. Relat6rio Tecnico n. 0 04. 55p.

_ _ _ ., ( 1983a). Dosagem das misturas de solo-cimento: norm as de


dosagem e metodos de ensaio. Sao Paulo-SP,Estudo Tecnico n. 0 35,
59p.

_ _ _ ., ( 1983 b). Constrw;:ao das bases de solo-cimento pelo processo de


mistura na pista. Sao Paulo-SP, Estudo Tecnico n. 0 40, SSp.

_ _ _ ., (1983 c). So1o-cimento para revestimento de barragens. diques e


reservat6rios. Sao Paulo-SP, Estudo Tecnico n. 0 34, 14p.

_ _ _ ., ( 1985a). Fabrica\(ao de tijolos de solo-cimento com a utiliza\(iio


de prensas manuais. Sao Paulo-SP, 1985a. Boletim Tecnico n. 0 111.
5p.
93

___ ., (1985b). Constru9ao de paredes monoliticas com solo-cimento


compactado. Sao Paulo-SP, 1985b. Boletim Tecnico n. 0 110. 5p.

___ ., (1985c). Ruas de solo-cimento: Pn'ttica de constru\(ao. Sao


Paulo-SP, 1985c. Boletim Tecnico n. 0 86. 8p.

___ ., ( 1986). Aplica\(ao de solo-cimento em pequenas areas urbanas.


Sao Paulo-SP. Boletim Tecnico n. 0 109. 9p.

ABIKO, A. K., (1980). Tecnologias apropriadas: tijolos e paredes


monoliticas de solo-cimento. Sao Paulo-SP. Disserta<;ao (Mestrado em
Engenharia). Escola Politecnica da USP. 115p.

ANDic~,. Jit,"~·fr{) ~.}if,;{ . . i!? . •.!!9IP!!. ,.if91:\l. . !I,·J.~li'@Q


······ e~ s~or:cTmeilt0·a'159KM em.~s: . . . . t!frb!frl
. ·.,.. <?;.~
Geotecnia). Escola de Engenharia de Sao Carlos-USP. 190p.

AOKI, N. & VELLOSO, D.A., (1975). Urn metodo aproximado para


estimativa ds: carga de s:stacas. In: CONGRESSO PANAMERICANO
DE MECANICA DOS SOLOS E ENGENHARIA DE FUNDA<;::OES, 5,
Buenos Aires. Anais. Buneos Aieres, Sociedad argentina de Mecanica
de Suelos e Ingenieria de Fundaciones, 1975. pp. 367-376.

BAUER G. & CARVALHO J.B.Q., (1990). Estabiliza9ao de solos


lateritjcos com cal: propriedades gs:otecnicas. rs:a\(Os;s e produtos
formados. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MECANICA DOS
SOLOS, 9, Salvador-BA, 1990. v.2, pp.207-211.

CARVALHO, P. A.: HEELVIG Jr. A. & AGUIAR, R., (1986). Avalia9ao


de juntas de solo-cims;nto. Porto Alegre-RS. CONGRESSO
BRASILEIRO DE MECANICA DOS SOLOS E ENGENHARIA DE
FUNDA<;::OES, 8, v.4 pp.245-263
94

CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo., (1986). Dosagens de


misturas de solo com cimento: metodos de ensaio. Ilha Solteira-SP.
Laborat6rio Central de Engenharia Civil da CESP - MSL-8. 28p.

CEPED - Centro de pesquisas e desenvolvimento., (!984 ). Manual de


constru9i'io com solo-cimento. Camas;ari-BA. Convenio CEPED/ BNH/
URBIS/ CONDER/ PMC/ OEA/ CEBRACE/ ABCP. !47p.

CINVA- Centro Interamericano de Vivienda y Planeamiento., (!963).


Suelo-cemento: su aplicaci6n en Ia en !a edificacion. Bogota,
Colombia,

DAEE- Departamento de Aguas e Energia Eletrica., (!976). Estudo de


Aguas Subterrfmeas. Regiao Administrativa 7, 8 e 9, Vol. 2 e 4.

DECOURT, L., (1982). Prediction of the bearing capacity of piles based


exclusively on N values of the SPT. In: EUROPEAN SYMPOSIUM ON
PENETRATION TESTING, 2, Amsterdam, Procedings. Rotterdam,
Balkema, 1982. v.1 pp.29-34.

FERREIRA, R.C. & MONTEIRO, L.B., (1985). Identification and


evaluation of collapsibilitv of colluvial soils that accur in the Sao
Paulo state. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON
GEOMECHANICS IN TROPICAL LATERITIC AND SAPROLITIC
SOIL, 1, Brasilia-OF, Brasil, Procedings, ABMS, !985, v.l pp. 269-
280.

FREIRE, W. J., (1976). Tratamento previo do solo com aditivos quimicos


e seu efeito sobre a qualidade do solo-cimento. Piracicaba-SP. Tese
(Doutorado em Solos e Nutris;ao de Plantas) apresentada a Escola
Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de Sao
Paulo. !42p.
95

GUIDA, H., (197 4 ). Estabiljzacao de solos lateriticos com acido


fosf6rico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MECANICA DOS
SOLOS, 5, Sao Paulo-SP, 1974. v.2, pp.1-37.

IPCA - Instituto del Cementa Portland Argentino., ( 1973 ). Boletin.


Buenos Aires, mar./abr 1973. 7(32).

LOBO, A.S., (1991). Colapsividade do solo de Bauru e sua influencia em


estacas de pequeno porte. Sao Carlos-SP, EESC-USP, Tese de
Doutorado em Geotecnia, Escola de Engenharia de Sao Carlos, 211 p.

MAC., ( 197 5). Ministere des Affaires Cu1turalles. Minim orne decouvre la
terre. Unite Pedagogique d'Architecture de Genobre. 359p.

co1apsivel. X CONGRESSO BRASILEIRO DE


SOLOS E ENGENHARIA DE FUNDA<;OES, Foz do Iguac;u-PR.

MERRIL, A.F., (1949). Casas de tierra apisonada y suelo-cemento.


Buenos Aires, Windsor, 1949.

MEYERHOF, G.G., (1976). Bearing capacitv and settlement of pile


foundation. Journal of the Soil Mechanics and foundation div ., ASCE,
99(3). pp.197-228.

NASCIMENTO, A.A.P., (1994). Urn estudo sobre fissuras em alvenarias:


solo-cimento. Sao Paulo-SP. Editora Pini, Revista Thecne n. 0 10,
maio/junho 1994. pp.23-27.

OKAMOTO, T.; TAKANO, K. & NAGAOKA, H., (1988). A new pile


foundation composed of soil cement and steel pipe. Balkema,
Rotterdam, Deep F oudations on Bored and Auger Piles, Yam Impe
(ed.). pp.371-376.
96

PHILIPPONNAT, G. et a!., (1978). Methode pratique de calcul des pieux


a !'aide du penetrometre statique. Paris, Soletanche Entreprise, 1978.
21 p. (Informations Thecnicques Bulletin, 16).

PINTO, C. S ., ( 1980). EvolU!;;ao das pesquisa de lab oratorio sobre solo-


cimento. Sao Paulo-SP, ABCP, 22p.

PINTO, C. S., ( 1990). Estudo comparativo de estabilizac;ao com cal de urn


solo saprolitico e de urn solo lateritico. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE MECANICA DOS SOLOS, 9, Salvador-BA,
1990. v.2. pp.227-234.

NUSSBAUM, P. J. & COLLEY, B.E., (1971). Dam Construction and


facing with soil-cement. Skokie, PCA. (RD010.01w).

SILVA, E.T., ( 1992). Solo-cimento e solo-vinhac;a no revestimento de


canais de irrigac;ao para transporte de vinhac;a: adequac;ao fisica e
pan1metros hidraulicos. Campinas-SP. Dissertayao (Mestrado em
engenharia Agricola) apresentada a UNICAMP - Universidade de
Campinas. 108p.

VELLOSO, P. P. C., (1981). Consjderac;5es sobre a estimativa da


capacidade de suporte e dos deslocamentos vertical e horizontal de
estacas em solo. Brasilia, UnB-Engenharia Civil.

Você também pode gostar