Resumo - Tecido Conjuntivo para Histologia

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Tecido conjuntivo

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Tecido Conjuntivo
Ruan Schell
Universidade Federal do Paraná
Tecido conjuntivo
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O tecido conjuntivo é responsável por estabelecer e manter a forma do corpo (através de


sua matriz extracelular) pela nutrição de tecidos, isolamento de órgãos e suporte de outras
estruturas.

A matriz extracelular é uma mistura complexa de glicosaminoglicanos, proteoglicanos e


glicoproteínas multiadesivas.

O tecido conjuntivo tem origem mesodérmica, sendo que as células mesenquimais que
migram de sua origem envolvem os órgãos em desenvolvimento.

Figura 1: representação simplificada das linhagens de células do tecido conjuntivo derivadas de


uma célula mesenquimal embrionária multipotente.

Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica: texto e atlas. Décima terceira edição, Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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AS CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO

1. FIBROBLASTOS

• Os fibroblastos têm origem das células mesenquimais diferenciadas in situ.

• É a célula mais abundante do tecido conjuntivo.

• Têm por função sintetizar elastina, colágeno e outros componentes da matriz, além
de fatores de crescimento que controlam a proliferação e a diferenciação celular.

• Possuem um citoplasma abundante, núcleo ovoide, grande e pouco corado.

• Quando estão inativos são denominados fibrócitos, podendo ser identificados sendo
menores, mais finos e com núcleo menor e mais escuro do que nos fibroblastos.

• Em adultos, raramente sofrem mitoses, somente quando é muito necessário como,


por exemplo, nas cicatrizes.

2. MACRÓFAGOS

• São originados das células-tronco hematopoiéticas precursoras de medula óssea.


Estas se diferenciam em monócitos e, somente ao penetrarem no tecido conjuntivo, tornam-
se macrófagos.

• A sua principal função é a fagocitose de micro-organismos e outras substâncias


prejudiciais.

• A morfologia varia de acordo com o tecido que habita, porém, geralmente, possuem
uma superfície irregular e abundância de lisossomos e retículo endoplásmatico rugoso.

• Estão presentes na maioria dos órgãos, formando o sistema fagocitário mononuclear.


Exemplos: células de Kupffer, micróglia, células de Langerhans, etc.

3. MASTÓCITOS

• São originados das células-tronco hematopoiéticas precursoras de medula óssea.

• São células grandes com citoplasma repleto de grânulos secretores.


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• Possuem como função principal estocar mediadores químicos da resposta imune


(histamina e heparina) em grânulos secretores, sendo assim, possuem papel fundamental
na inflamação e nas reações alérgicas.

4. PLASMÓCITOS

• São originados das células-tronco hematopoiéticas precursoras de medula óssea.


Diferenciam-se em linfócitos B que ao penetrarem no tecido conjuntivo, tornam-se
plasmócitos.

• Têm como função principal a produção de anticorpos.

• São células grandes e ovoides com citoplasma basofilico.

• Estão presentes em locais sujeitos à penetração de bactérias e proteínas estranhas.

5. LEUCÓCITOS

• São originados das células-tronco hematopoiéticas precursoras de medula óssea.

• Possuem como função principal a defesa contra micro-organismo agressores.

• Realizam o processo de diapedese, definido como a migração sem retorno dos


glóbulos brancos do sangue para os tecidos. Este processo pode se intensificar durante
uma infecção. A liberação local de mediadores químicos da inflamação causa vermelhidão,
edema, calor e dor.

Figura 2: representação simplificada das linhagens de células do tecido conjuntivo derivadas de uma célula-
tronco hematopoética. Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica: texto e atlas. Décima terceira
edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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AS FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO

1. FIBRAS COLÁGENAS

• São formadas por colágeno (família de proteínas estruturais que apresentam


variados graus de rigidez, elasticidade e força de tensão).

• São produzidas por diferentes tipos de células e diferem quanto à composição


química, morfológica, distribuição, patologias, etc.

• São formadas pela polimerização do tropocolágeno e têm predomínio de glicina em


suas cadeias.

• Podem ser divididos em grupos: colágenos que formam longas fibrilas, colágenos
associados a fibrilas, colágenos que formam redes e colágenos de ancoragem.

• As fibras colágenas do tipo I são as mais abundantes do corpo humano. Por serem
brancas, conferem esta cor aos tecidos que habitam.

2. FIBRAS RETICULARES

• São formadas predominantemente por colágeno tipo II.

• São finas e frouxas, unidas por pontes de proteoglicanos e glicoproteínas.

• São argirófilas, pois têm afinidade com sais de prata e PAS-positivas, pois tem
muitas hexoses.

• São abundantes no músculo liso, endoneuro e órgãos hematopoiéticos.


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Figura 3: Preparado total de mesentério de rato jovem mostrando que os feixes de fibras de
colágeno se coram em vermelho pelo picrosirius; as fibras elásticas, coradas em escuro pela
orceílla, aparecem como estruturas finas e retilíneas. Essas fibras fornecem resistência e
elasticidade, respectivamente, ao mesentério. Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica:
texto e atlas. Décima terceira edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

SISTEMA ELÁSTICO DO TECIDO


CONJUNTIVO
1. FIBRAS OXITALÂNICAS

• São feixes de microfibrilas compostas principalmente de fibrilina (molécula grande)


que formam o local ideal para a deposição de elastina.
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2. FIBRAS ELAUNÍNICAS

• São fibras de elastina depositadas irregularmente entre as microfibrilas oxitalânicas.

3. FIBRAS ELÁSTICAS

• São fibras elásticas com as extremidades livres que continuam a se depositar no


centro das microfibrilas.

A matriz fundamental:

• É uma mistura complexa de proteoglicanos, glicosaminoglicanos e glicoproteínas


multiadesivas incolores e transparentes.

• Preenche os espaços entre as células e fibras, além de lubrificar e atuar como barreira
contra invasores.

Tabela 1: composição e distribuição de glicosaminoglicanos no tecido conjuntivo e suas interações com as


fibrilas de colágeno. Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica: texto e atlas. Décima terceira
edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO

Os nomes dos vários tipos de tecidos refletem o seu componente predominante ou a organização
estrutural do tecido.

1. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO

• Dividido em duas classes: frouxo e denso.

• O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas sujeitas à pressão e atrito. É muito


comum que preencha espaços, suporte células e forme camadas em torno dos vasos
sanguíneos. Pode ser encontrado nas papilas da derme, hipoderme, nas membranas
serosas e nas glândulas. As células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos.
Possui consistência delicada, é flexível e bem vascularizado.

• O tecido conjuntivo denso é adaptado para ofertar resistência e proteção aos tecidos.
Possui os mesmos componentes do tecido conjuntivo frouxo, porém tem menor quantidade
de células e maior predominância de fibras colágenas. É menos flexível, porém mais
resistente à tensão e suas fibras colágenas são organizadas em feixes sem uma orientação
definida, denominado então tecido conjuntivo denso não modelado. O tecido conjuntivo
denso não modelado é encontrado na derme profunda, por exemplo. Já o tecido conjuntivo
denso modelado (encontrado em tendões) apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos
outros, alinhados aos fibroblastos e fibras colágenas alinhadas em resposta às forças de
tração.
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Figura 4: Corte longitudinal de tecido conjuntivo denso modelado de tendão evidenciando os


feixes espessos e paralelos de fibrilas de colágeno preenchem os espaços entre os fibroblastos
alongados. Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica: texto e atlas. Décima terceira
edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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REFERÊNCIAS

1. GARTNER, Tratado de Histologia em Cores. Terceira edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
2. JUNQUEIRA e CARNEIRO, Histologia Básica: texto e atlas. Décima terceira edição, Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
3. KIERSZENBAUM e TRES, Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. Quarta
edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
4. ROSS et al., Atlas de Histologia Descritiva. Porto Alegre: Artemed, 2012.
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