O documento trata de um acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo sobre embargos de declaração em processo de execução de dívida. Em três frases: O tribunal rejeitou os embargos ao entender que o acórdão anterior analisou adequadamente todos os pontos levantados e fundamentou corretamente a impossibilidade de prosseguimento da execução individual dado o débito estar sujeito aos efeitos da recuperação judicial do executado.
O documento trata de um acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo sobre embargos de declaração em processo de execução de dívida. Em três frases: O tribunal rejeitou os embargos ao entender que o acórdão anterior analisou adequadamente todos os pontos levantados e fundamentou corretamente a impossibilidade de prosseguimento da execução individual dado o débito estar sujeito aos efeitos da recuperação judicial do executado.
O documento trata de um acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo sobre embargos de declaração em processo de execução de dívida. Em três frases: O tribunal rejeitou os embargos ao entender que o acórdão anterior analisou adequadamente todos os pontos levantados e fundamentou corretamente a impossibilidade de prosseguimento da execução individual dado o débito estar sujeito aos efeitos da recuperação judicial do executado.
O documento trata de um acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo sobre embargos de declaração em processo de execução de dívida. Em três frases: O tribunal rejeitou os embargos ao entender que o acórdão anterior analisou adequadamente todos os pontos levantados e fundamentou corretamente a impossibilidade de prosseguimento da execução individual dado o débito estar sujeito aos efeitos da recuperação judicial do executado.
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2023.0000000135
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração Cível
nº 2212078-42.2022.8.26.0000/50000, da Comarca de São Paulo, em que é embargante BANCO FORD CREDIT S/A, é embargado CÉLIO BATISTA MARTINS FILHO.
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 12ª Câmara de Direito
Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Rejeitaram os embargos. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores JACOB VALENTE
(Presidente) E CASTRO FIGLIOLIA.
São Paulo, 3 de janeiro de 2023.
ALEXANDRE DAVID MALFATTI
Relator(a) Assinatura Eletrônica PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Embargos de declaração nº 2212078-42.2022.8.26.0000/50000 e
2212078-42.2022.8.26.0000/50001 Embargante/Embargado: BANCO FORD CREDIT S/A Embargado/Embargante: CÉLIO BATISTA MARTINS FILHO
Voto nº 5378
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE.
OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. O v. acórdão enfrentou toda matéria colocada no recurso de apelação. Restou plenamente fundamentada a impossibilidade de reconhecimento do crédito como extraconcursal, porque o fato gerador é o Contrato de Financiamento Rotativo para Compra de Veículos com Garantia Real (FLOOR PLAN), que já existia antes da recuperação judicial. Além disso, o v. acórdão foi claro no provimento do agravo de instrumento, com o reconhecimento da concursalidade do crédito exequendo e declaração de extinção da ação de execução principal. Não há que se falar em inadmissibilidade da exceção de pré-executividade. Por fim, a fundamentação foi clara na condenação da agravada (exequente) nas custas judiciais, sem a fixação dos honorários de advogado de lado a lado, porque não havia nos autos informações seguras acerca da condição real do executado na recuperação judicial. Não era possível atribuir à exequente a responsabilidade pelo ajuizamento inadequado da ação de execução.
EMBARGOS CONHECIDOS E REJEITADOS.
Vistos.
Cuidam-se de embargos de declaração opostos pelo
agravante e pelo agravado em face do v. Acórdão.
Em síntese, o agravado articulou os seguintes fundamentos:
(a) crédito extraconcursal, (b) fato gerador foi o Contrato de Confissão de Dívida e não o "Contrato Floor Plan" e (c) impossibilidade da exceção de pré- executividade, porque necessária a dilatação probatória e inexistente a matéria de ordem pública.
Em resumo, o agravante alegou que a recuperação judicial
estava demonstrada, devendo o exequente ser responsabilizado pelo ajuizamento inadequado da ação de execução com a fixação de honorários.
Embargos de Declaração Cível nº 2212078-42.2022.8.26.0000/50000 -Voto nº5378 5378 2
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É O BREVE RELATO.
Recursos formalmente em ordem, devidamente
processados e tempestivos.
O v. acórdão enfrentou toda matéria colocada no recurso de
apelação. Restou plenamente fundamentada a impossibilidade de reconhecimento do crédito como extraconcursal, porque o fato gerador é o Contrato de Financiamento Rotativo para Compra de Veículos com Garantia Real (FLOOR PLAN), que já existia antes da recuperação judicial.
Além disso, o v. acórdão foi claro no provimento do agravo
de instrumento, com o reconhecimento da concursalidade do crédito exequendo e declaração de extinção da ação de execução principal. Não há que se falar em inadmissibilidade da exceção de pré-executividade.
Por fim, a fundamentação foi clara na condenação da
agravada (exequente) nas custas judiciais, sem a fixação dos honorários de advogado de lado a lado, porque não havia nos autos informações seguras acerca da condição real do executado na recuperação judicial. Não era possível atribuir à exequente a responsabilidade pelo ajuizamento inadequado da ação de execução.
Destacam-se os trechos do v. acórdão sobre os assuntos
mencionados (fls. 169/173 e 174):
"O agravante sustentou a impossibilidade de prosseguimento da
execução, uma vez que ele também se encontra em recuperação judicial. Afirmou, também, que embora em 01/07/2020 tenha sido firmado instrumento de confissão de dívida (fls. 37/48 dos autos principais), o crédito exequendo decorre de dívida preexistente, consubstanciada no contrato realizado em 14/03/2003 (fls. 224/228 dos autos principais). Primeiro, verificou-se que, de fato, o agravante se encontra em recuperação judicial. Isso porque nos autos nº 0004264-78.2018.8.26.0173 foi deferida a recuperação de todo o grupo econômico, o que inclui o agravante, na qualidade de empresário individual. E, conforme bem assentado na decisão proferida na ação recuperacional (cópia às fls. 47/48 deste agravo de instrumento), por se tratar de empresário individual, não há separação entre a pessoa física e a pessoa jurídica. Correta a referida conclusão. O patrimônio se confunde e, de fato, tanto as dívidas firmadas através do CNPJ, como as realizadas através do CPF do agravante se submetem ao plano de recuperação judicial. Assim, não há dúvidas de que o agravante foi alcançado pela recuperação judicial. E segundo, verificou-se que, embora a execução se baseie em instrumento particular de confissão de dívida datado de 01/04/2020, referido Embargos de Declaração Cível nº 2212078-42.2022.8.26.0000/50000 -Voto nº5378 5378 3 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
débito tem como origem o Contrato de Financiamento Rotativo
para Compra de Veículos com Garantia Real (FLOOR PLAN), firmado em 14/03/2002 e no qual o executado agravante figura como fiador (fls. 224/228). Assim, uma vez que o fato gerador da obrigação é anterior ao pedido recuperacional (cuja ação foi ajuizada em 09/04/2018), deve ser submetido aos efeitos da recuperação judicial. Aplica-se o artigo 49 da Lei 11.101/2005, segundo o qual “Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos." O fato de ter sido assinado, anos depois, instrumento de confissão de dívida, não permite que se conclua se tratar de crédito extraconcursal. Isso porque, na data em que iniciada a recuperação judicial, o débito já existia e deveria se submeter à concursalidade da ação recuperacional. É a conclusão que se extrai a partir dos precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual são abrangidos pela recuperação todos os créditos cujo fato gerador seja anterior ao pedido de recuperação judicial. É neste sentido o entendimento firmado em sede de julgamento de recurso repetitivo (Tema 1051), Resp 1843332/RS, SEGUNDA SEÇÃO, Relator o Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, julgado em 09/12/2020 (...) Portanto, não há como se permitir o prosseguimento da execução. O fato de o instrumento de confissão de dívida ter sido firmado após a ação recuperacional não torna o crédito extraconcursal, na medida em que o seu fato gerador Contrato de Financiamento Rotativo para Compra de Veículos com Garantia Real (FLOOR PLAN) - já existia antes da recuperação judicial. Assim, será caso de se extinguir a ação de execução. Isso porque, embora haja previsão de suspensão no art. 6º, inciso II da Lei 11.101/05, os precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça preveem a extinção das execuções individuais ajuizadas contra o devedor. (...) Deste modo, tendo em vista o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, no sentido da impossibilidade de prosseguimento da execução individual – seja pela formação do novo título nos autos da recuperação judicial, seja pela falência do devedor – é caso de se extinguir a ação principal. Ainda que a lei preveja a possibilidade de suspensão, referido instituto não possuí qualquer aplicabilidade e tem sido afastado nos precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça. Portanto, impõe-se a extinção da ação de execução e, à semelhança do que ocorreu com a devedora principal, deverá a cobrança do crédito ser feita nos autos da recuperação, por meio de habilitação junto ao quadro geral de credores do agravado recuperando. Concluindo- se, acolho, em parte, o recurso do executado e, tendo em vista se encontrar o executado em recuperação judicial, determino a extinção dos autos principais." e
"Ante o exposto, pelo meu voto, DOU PROVIMENTO ao agravo
de instrumento e reformo a decisão agravada, de modo a reconhecer a concursalidade do crédito exequendo e declarar a extinção da ação de execução principal. A agravada (exequente) arcará com as custas judiciais, mas não será imposto pagamento
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de honorários de advogado de lado a lado. Apesar da extinção da
execução, tem-se que não havia nos autos informação segura sobre a real condição do executado, na recuperação judicial, não se podendo atribuir à exequente responsabilidade pelo ajuizamento inadequado da ação de execução."
Em suma, rejeitam-se as alegações dos embargantes.
Prequestionamento
Anoto o entendimento pacífico de que o órgão julgador não
está obrigado a citar todos os artigos de lei ordinária, infraconstitucional, ou da Constituição Federal para fins de prequestionamento, no que se consideram automaticamente prequestionadas todas as disposições legais discutidas nos autos.
Por derradeiro, destaque-se que “Para que se tenha por
configurado o pressuposto do pré-questionamento, é bastante que o tribunal de origem haja debatido e decidido questão federal controvertida, não se exigindo que haja expressa menção ao dispositivo legal pretensamente violado no especial” (vide: RSTJ 157/31, v.u., Acórdão da Corte Especial).
DISPOSITIVO.
Ante o exposto, pelo meu voto, REJEITO OS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO por ausência de obscuridade ou omissão no v. acórdão.
ALEXANDRE DAVID MALFATTI
Relator
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