5-A Integração de Portugal Na União Europeia Novos Desafios, Novas Oportunidades

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A integração de Portugal na União Europeia:

novos desafios, novas oportunidades


A. Quais são os desafios, para Portugal, do alargamento da União Europeia?
B. Quais são os impactos da política ambiental comunitária em Portugal?
C. Que lugar ocupam as regiões portuguesas no contexto europeu?

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PARA PORTUGAL, QUAIS SÃO OS DESAFIOS
DO ALARGAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA?
3
Os diferentes alargamentos da União Europeia
Objetivo da União Europeia: pôr fim às guerras frequentes que eclodiam
no continente europeu.

Cronologia da União Europeia


A partir de 1950,
a Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço (CECA)
começou a unir os países Em 1973, deu-se o primeiro
fundadores da UE: Alemanha, alargamento com a entrada
a Bélgica, a França, a Itália, da Dinamarca, da Irlanda
o Luxemburgo e os Países e do Reino Unido:
Baixos. Europa dos 9.

Em 1957, o Tratado
de Roma instituiu
a Comunidade
Económica Europeia
(CEE), também
denominada Mercado
Comum. 4
Os diferentes alargamentos da União Europeia

Na década de 70, deu-se Em 1981, ocorreu o segundo


a criação do Fundo Europeu alargamento, com a entrada
de Desenvolvimento Regional. da Grécia.

No final da década (1979),


foi criado o Parlamento
Europeu, com a primeira
eleição direta e universal.

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Os diferentes alargamentos da União Europeia

Em 1986, entraram Portugal


e a Espanha. Nesse ano foi
também assinado o Ato Único Em 1993, concluiu-se o
Europeu  tratado que prevê Mercado Único, que postulava
eliminar os obstáculos ao livre quatro aspetos fundamentais:
fluxo de comércio na UE, livre circulação de mercadorias,
criando assim o Mercado de serviços, de pessoas
Único. e de capitais.

Em 1989 deu-se a queda


do Muro de Berlim,
iniciando-se um processo
complexo de reunificação
das duas Alemanhas.

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Os diferentes alargamentos da União Europeia

Criação do Acordo de
Schengen, que permite a livre
circulação de pessoas,
sem necessidade de
controlo de passaportes,
Em 1993, foi assinado o Tratado da União entre os Estados-membros
Europeia, ou Tratado de Maastricht. que o ratificaram.

Em 1995, a UE passou a incluir


três novos membros: Áustria,
Finlândia e Suécia.

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Os diferentes alargamentos da União Europeia

Em 2004, dez novos países


do antigo Bloco de Leste aderiram
à UE: Chipre, Eslováquia,
Em 1999, foi assinado o Tratado Eslovénia, Estónia, Hungria,
de Amesterdão e foram reforçadas Letónia, Lituânia, Malta, Polónia
as preocupações ambientais. e República Checa.

A partir de 2000, o euro entrou


em vigor na maior parte
dos Estados-membros.

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Os diferentes alargamentos da União Europeia

Novo alargamento da EU em 2007


com a entrada da Roménia Em julho de 2013,
e da Bulgária. a Croácia entrou na UE.

Em 2009, foi assinado


o Tratado de Lisboa.

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Os diferentes
alargamentos
da União
Europeia

As fases
do alargamento
da União Europeia. 10
Os impactos do alargamento
Portugal beneficiou com a entrada na União Europeia a nível económico,
através dos investimentos na agricultura (PEDAP), na indústria (PEDIP)
e em infraestruturas de transportes e comunicações (FEDER), mas também
a nível social e ambiental.

Economia

Políticas Preocupações Direitos


ambientais da União Europeia Humanos

A União Europeia foi galardoada


por «contribuir durante mais de
seis décadas para o avanço da paz,
a reconciliação, a democracia Qualidade
das
e os direitos humanos». democracias
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Os impactos do alargamento
Os recentes alargamentos da UE são um
desafio para Portugal porque:
• pelo deslocamento para Leste do centro
da Europa, Portugal passa a ter
uma posição periférica;
• pela sua mão de obra barata
e qualificada, estes países são
extremamente competitivos e, por isso,
bastante atrativos para o investimento
estrangeiro;
• por terem economias mais débeis do
que a portuguesa, estes países estão
a desviar uma fatia importante dos
fundos de coesão, que já não virão para
Portugal.
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Os impactos
do alargamento
Os candidatos à adesão
Países candidatos:
Islândia, Sérvia, Macedónia,
Montenegro e Turquia.
Potenciais candidatos:
Bósnia-Herzegovina e
Kosovo.
São países menos
desenvolvidos do que
Portugal, desafiando o nosso
país a continuar competitivo
perante as economias dos
países candidatos.

Países candidatos e potenciais


candidatos à adesão à UE. 13
QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA POLÍTICA AMBIENTAL
COMUNITÁRIA EM PORTUGAL?
14
As políticas ambientais europeias
Na União Europeia está em vigor o 7.º Programa Geral de Ação, em matéria
ambiental. Tem como lema: «Viver bem, dentro das limitações do nosso
planeta».

O 7.º Programa Geral de Ação tem como vetores fundamentais:

… a resolução de grandes problemas … a orientação de políticas em torno


ambientais e oportunidades para tornar da Estratégia Europa 2020, para um
o ambiente mais resiliente a riscos crescimento inteligente, sustentável
e alterações sistémicas… e inclusivo…

… a necessidade de reformas estruturais


… o realce da Cimeira Rio+20 para
e a possibilidade de novas oportunidades
a dimensão das preocupações
para o avanço da UE para uma economia
ambientais a nível mundial.
verde inclusiva…

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As políticas ambientais europeias
O 7.º Programa Geral de Ação tem como objetivos:
6. Assegurar
investimentos para 7. Melhorar a integração
1. Proteger, conservar
a política relativa e a coerência
e reforçar o capital
ao ambiente e ao clima das políticas no domínio
natural da União.
e determinar do ambiente.
corretamente os preços.

2. Tornar a UE uma
economia 5. Melhorar 8. Aumentar
hipocarbónica, eficiente a fundamentação a sustentabilidade
no uso de recursos, da política de ambiente. das cidades da UE.
verde e competitiva.

3. Proteger os cidadãos 9. Melhorar a eficácia


4. Maximizar
da UE de pressões de da UE na confrontação
os benefícios
carácter ambiental dos desafios ambientais
da legislação da EU
e riscos para a saúde à escala regional
relativa ao ambiente.
e o bem-estar. e mundial.
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As políticas ambientais europeias
Uma estratégia sustentável para Portugal
Portugal não tem recursos endógenos
fósseis, por isso tem de ganhar
competitividade pela utilização mais
racional e eficiente da energia.
Isto passa também pela opção pelas
energias renováveis.

A Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020


apresenta um novo modelo de
desenvolvimento do oceano e das zonas
costeiras, algo que permitirá a Portugal
responder a desafios no âmbito da
competitividade da economia do mar.

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Os impactos das políticas ambientais europeias
e a realidade portuguesa

Como país-membro da União Europeia, Portugal tem de acompanhar as


diretivas europeias em matéria ambiental: recebeu por isso fundos
estruturais, mas que foram insuficientes para resolver os problemas
ambientais.
Em 1990, foi criado, pela primeira vez em Portugal, o Ministério do Ambiente,
enquanto na Europa nascia a Agência Europeia do Ambiente.
O conceito de desenvolvimento sustentável entrou na terminologia europeia
e portuguesa na sequência da Conferência do Rio, em 1992.
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Os impactos das políticas ambientais europeias
e a realidade portuguesa

São prioridades amentais para Portugal:

Tratamento Gestão
Requalificação Preservação
dos resíduos e conservação
e proteção da
sólidos urbanos dos recursos
da orla costeira biodiversidade
e industriais hídricos

Plano Estratégico Planos de


Plano Nacional
para os Resíduos Ordenamento das
da Água e os
Sólidos Urbanos Orlas Costeiras
Planos de Bacia
(PERSU), que atua (POOC), para
Hidrográfica,
nos domínios da proteger e mitigar
onde se inscrevem
prevenção(redução), os processos
as políticas
valorização relacionados com
de recursos
(reciclagem) e a erosão costeira
hídricos de âmbito
armazenagem e a crescente
nacional
segura dos resíduos pressão demográfica
e regional.
sólidos. sobre esta área. 19
Os impactos das políticas
ambientais europeias
e a realidade portuguesa

Planos de Ordenamento da Orla


Costeira (POOC) e as áreas protegidas. 20
Os impactos das políticas ambientais europeias
e a realidade portuguesa
A Rede Natura 2000 e a biodiversidade
Tendo em vista a defesa da biodiversidade e a proteção ambiental de
determinadas áreas, foram criadas as áreas protegidas (Rede Natura
2000).

Zonas de Proteção Especial (ZPE)  estabelecidas ao abrigo


da Diretiva Aves, que se destinam essencialmente a garantir
a conservação das espécies de aves e seus habitats.

Zonas Especiais de Conservação (ZEC)  criadas ao abrigo


da Diretiva Habitats, com o objetivo expresso de «contribuir
para assegurar a biodiversidade, através da conservação dos
habitats naturais e seminaturais considerados ameaçados no
espaço da União Europeia».
21
Os impactos
das políticas
ambientais
europeias
e a realidade
portuguesa
A Rede Natura 2000
e a biodiversidade

Rede Natura 2000


em Portugal. 22
Os impactos das políticas
ambientais europeias
e a realidade portuguesa
As alterações climáticas

Mais recentemente, a atenção


da União Europeia centrou-se na
questão das alterações climáticas.

Vulnerabilidade potencial
às alterações climáticas
na União Europeia. 23
Os impactos das políticas ambientais europeias
e a realidade portuguesa
As alterações climáticas

Impacto potencial
das alterações climáticas
na União Europeia. 24
QUE LUGAR OCUPAM AS REGIÕES PORTUGUESAS
NO CONTEXTO EUROPEU?
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Os contrastes de desenvolvimento na Europa
A Europa sempre foi uma região de contrastes de desenvolvimento
económico, social e cultural. Há um forte contraste norte-sul, mas também
oeste-este: as regiões do Sul foram incapazes de se desenvolver em
definitivo, e o alargamento a leste foi integrando cada vez mais países.

O espectro
da riqueza
na EU. 26
Os contrastes de desenvolvimento na Europa
A distribuição de fundos
Os fundos europeus são distribuídos consoante a situação económica de cada
país:
• Países contribuintes e com um saldo negativo:
Áustria, a Dinamarca, a Finlândia, a França,
a Alemanha, a Itália, a Holanda, a Suécia
e o Reino Unido (contribuem com mais de
50 % do que recebem em fundos da UE);
• Países que recebem mais do que
as suas contribuições: países de leste
e do sul  mas há um país considerado
desenvolvido que recebe muito mais do
que as suas contribuições, que são das
mais baixas da UE: o Luxemburgo.

Fluxos financeiros na EU. 27


Os contrastes de desenvolvimento na Europa
A situação de Portugal
Portugal contribui com perto
de 30 % em relação a pouco
mais de 60 % de ajudas que
recebe. Tem, pois, um saldo
nitidamente positivo.
Países do leste europeu que
entraram para a UE mais
tarde do que Portugal, e que,
por isso, receberam menos
ajudas, estão já numa
situação igual ou até melhor
do que a portuguesa.

Manchete
do Diário de Notícias
de 29/05/2013. 28
Os contrastes de desenvolvimento na Europa
Os modelos territoriais
O desenvolvimento na União Europeia e os seus contrastes territoriais tem
sido explicado por um modelo que está atualmente a ser posto em causa.
Apesar disso, o modelo do pentágono ou da «banana azul» ainda reflete
alguns aspetos dos contrastes de desenvolvimento na União Europeia.

Modelo pentágono
ou da «banana azul». 29
Os contrastes de desenvolvimento na Europa
Os modelos territoriais

Hoje em dia existe um modelo mais atual, desenvolvido pela ESPON (European
Observation Network, Territorial Development and Cohesion), que se baseia
nas Áreas de Integração Global.

Este modelo assume que a integração global pode ser ainda mais desenvolvida
se houver uma efetiva cooperação entre as regiões metropolitanas vizinhas.

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Os contrastes de desenvolvimento na Europa
Os modelos territoriais

Cenário de desenvolvimento segundo a ESPON:


criação de múltiplas zonas de integração global. 31
Os contrastes de desenvolvimento em Portugal
Os contrastes no desenvolvimento regional em
Portugal são quase sempre norte-sul e litoral-
-interior.
A densidade populacional é um dos indicadores
que melhor refletem este desequilíbrio: no litoral,
onde existe maior fomento da atividade
económica e do emprego, regista-se maior
densidade populacional.

Mapa distorcido da densidade


populacional em Portugal. 32
Os contrastes de desenvolvimento em Portugal
Dois terços do poder de compra
concentram-se nas NUT II de Lisboa
e do Norte, com destaque para
as sub-regiões NUT III Grande Lisboa
(28 %), Grande Porto (14 %)
e Península de Setúbal (8 %).

Percentagem do poder
de compra nos municípios
portugueses. 33

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