Para Uma Didática Da Análise Linguística Enunciativa Na Educação Libertadora
Para Uma Didática Da Análise Linguística Enunciativa Na Educação Libertadora
Para Uma Didática Da Análise Linguística Enunciativa Na Educação Libertadora
e Interculturalidade:
Texto, Discurso e Ensino
Guilherme Figueira-Borges
Luana Alves Luterman
Marília Silva Vieira
(organização)
1a edição
São Paulo
Todas as Musas
2022
Supervisão Editorial: Fernanda Verdasca Botton
Editor: Flavio Felicio Botton
Diagramação e capa: Studio Vintage Br
Guilherme Figueira-Borges © Luana Alves Luterman ©
Marília Silva Vieira ©
A revisão é de responsabilidade dos autores e autoras
Bibliografia
ISBN 978-65-88543-79-5
CDD 410
Catálogo Sistemático
Linguística 410; Interculturalidade 378.
Sumário
Apresentação
Guilherme Figueira-Borges, Luana Alves Luterman e Marília
Silva Vieira............................................................................. 7
7
Guilherme Figueira-Borges, Luana Alves Luterman e Marília Silva Vieira
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Apresentação
los nos textos verbais e não verbais, com vista a demonstrar sua apli-
cação. Na segunda parte, apresentam uma breve explanação dos fun-
damentos da multimodalidade, segundo Kress e Van Leeuwen. Na ter-
ceira parte, apresentam as vantagens do trabalho com a iconicidade e
com a multimodalidade no ensino da leitura e da produção textual,
uma vez que a identificação de índices, ícones e símbolos nos textos-
corpus construirá o arcabouço a partir do qual será não só produzida
a compreensão e a interpretação dos textos, como também será viabi-
lizada a produção de textos a partir dos insumos extraídos das leituras.
Em O enunciado doutrinário sobre a simplificação da linguagem
no processo penal: uma maneira de olhá-lo pela ótica foucaultiana,
de Návia Regina Ribeiro da Costa (PUC-Goiás) e Eliane Marquez da
Fonseca Fernandes (UFG), as pesquisadoras compartilham um relato
de experiência baseado no aporte teórico-epistemológico foucaulti-
ano. O objetivo é apresentar como a teoria foucaultiana contribui para
estudar enunciados da prática discursiva jurídica, especificamente do
Processo Penal (perante o Tribunal do Júri). O objeto é um enunciado
sobre o uso de “linguagem simplificada (clara)”, inscrito em uma dou-
trina do Direito Processual Penal, numa relação com os enunciados
emergentes na própria prática discursiva jurídica do Tribunal do Júri,
sendo estes últimos materializados em um processo judicial de crime
doloso contra a vida em trâmite nesse domínio discursivo. O relato de
experiência ancora-se em estudo bibliográfico (ALMEIDA, 2007),
tendo como principal base teórica os estudos de Foucault (2000,
2003a, 2003b, 2008 e 2014). Elas apresentam o trabalho como uma
“nova maneira de olhar” o objeto pela ótica da teoria foucaultiana, ex-
pressando uma ação de reflexão sistemática sobre um paradigma que
constrói uma realidade de mundo jurídico na esfera pesquisada. Por
isso, entendem ser necessário problematizá-la.
A investigação científica intitulada Para uma didática da análise
linguística enunciativa na educação libertadora: de Freire e Franchi
à Agenda 2030, cuja autoria é de Sinval Martins de Sousa Filho (UFG-
UA) e de Madalena Teixeira (UA), ao articular os pressupostos teóri-
cos e metodológicos da educação libertadora de Paulo Freire e da aná-
lise linguística de Carlos Franchi, demonstram como essa proposta de
imbricação pode se relacionar o objetivo 4 para o desenvolvimento
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Apresentação
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Apresentação
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Apresentação
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Alguns Apontamentos da
Concepção Sociorretórica dos
Gêneros Textuais
1. PALAVRAS INICIAIS
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Aline Moreira da Fonseca Nascimento e Eleone Ferraz de Assis
ofícios, entre outros. Por meio deste modelo, é possível realizar uma
descrição sociorretórica do gênero a partir da forma prototípica, ou
seja, a forma mais comum de determinado gênero. Esta forma, tida
como prototípica, tem sido utilizada em diferentes ocasiões dos con-
textos sociocomunicativos.
A concepção aqui discutida foi consolidada a partir de vários estu-
dos sobre a linguagem e o discurso na segunda metade do Século XX.
Bhatia ([1997]2001), Miller (1984) e Swales (1990) são os principais
autores que desenvolvem estudos a partir da organização retórica com
propósitos comunicativos do texto. A concepção sociorretórica conso-
lidou ideias de caráter social da linguagem que estavam imbricadas na
busca de um ensino de escrita renovado tanto na perspectiva acadê-
mica quanto na profissional.
Pensando nisso, este artigo busca, a partir de uma pesquisa biblio-
gráfica, apresentar alguns apontamentos sobre a concepção sociorre-
tórica dos gêneros textuais que discute a construção do texto a partir
de práticas sociais, ou seja, o gênero é compreendido a partir do pro-
pósito comunicativo que ele desempenha em uma comunidade discur-
siva.
2. APORTE TEÓRICO
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Alguns Apontamentos da Concepção Sociorretórica dos Gêneros Textuais
Martin (1984, p. 25) afirma que os gêneros são “uma atividade gra-
dativa, direcionada para um objetivo e dotada de um propósito, na
qual, como membros de uma cultura, os falantes se engajam”. Os gê-
neros, portanto, são utilizados para realizar determinadas funções
dentro da interação social, com propósito comunicativo e intenções
que podem ser públicas ou particulares – o que Swales (2004) deno-
mina propósitos múltiplos.
Bazerman (2005, p. 32) conceitua gêneros da seguinte maneira:
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Aline Moreira da Fonseca Nascimento e Eleone Ferraz de Assis
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Alguns Apontamentos da Concepção Sociorretórica dos Gêneros Textuais
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Aline Moreira da Fonseca Nascimento e Eleone Ferraz de Assis
tal gênero. Para que não reste nenhuma dúvida, é preciso que se per-
ceba o comportamento comunicativo dos interlocutores e se dê conta
da evolução e função dos gêneros, uma vez que cada gênero desempe-
nha determinada função dentro da interação social.
Desse modo, compreende-se que a concepção sociorretórica do gê-
nero textual leva em consideração o gênero, o propósito comunicativo
e a comunidade discursiva. São esses os elementos fundamentais para
a compreensão da abordagem cuja percepção do gênero se dá em uma
situação recorrente. O gênero é analisado, portanto, por meio de sua
estrutura retórica e prototipicidade, já que faz parte de uma dada co-
munidade discursiva.
Infere-se, assim, que a concepção sociorretórica do gênero derivou
de estudos dos gêneros textuais, propósito comunicativo e comuni-
dade discursiva. O gênero textual foi tomado como ponto de partida
de tal estudo e imbricado à classe de eventos comunicativos, aos pro-
pósitos comunicativos, à prototipicidade, à lógica subjacente ao gê-
nero e à terminologia elaborada pela comunidade discursiva para seu
próprio uso.
Os gêneros acadêmicos e profissionais são estudados por intermé-
dio da concepção sociorretórica por possuírem certa regularidade, um
propósito comunicativo e por fazerem parte de alguma comunidade
discursiva.
Importante o registro aqui de que os estudos sociorretóricos dos
gêneros apresentam uma concepção baseada nos princípios traçados
por Swales (1990), segundo os quais o contexto é importante para se
compreender o texto e verificar que este se dá com um propósito co-
municativo dentro de uma comunidade discursiva.
Ademais, o modelo criado por Swales (1990) permite a análise de
gêneros mais satisfatoriamente, buscando observar os traços mais evi-
dentes e o propósito que solidificam as práticas discursivas materiali-
zadas nos gêneros. Por certo, ao se apresentar a concepção sociorretó-
rica do gênero, evidencia-se o caminho percorrido, iniciando-se com o
conceito de gênero e em seguida com os conceitos de comunidade dis-
cursiva e o propósito comunicativo.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Explorando a Iconicidade e a
Multimodalidade no Estudo de
Línguas
Darcilia Simões
Rosane Reis de Oliveira
INTRODUÇÃO
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PRELIMINARES
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Darcilia Simões e Rosane Reis de Oliveira
signo é algo que representa algo que ali não está. Isso implica pensar
sobre o que de fato ele representa, como representa, por que assim re-
presenta?
Para responder tais indagações, é necessário conhecer as catego-
rias sígnicas e suas relações com o mundo das coisas e com os sentidos
humanos, antenas captadoras de signos, as quais mandam mensagens
para o cérebro, onde, então, serão interpretados. O aparecimento da
multimodalidade exige a ampliação do trabalho didático-pedagógico
de preparação para a leitura, já que o texto complexo, ou multimodal,
congrega signos de diversa natureza e cada um aciona um órgão sen-
sorial específico para o trabalho de compressão e interpretação.
A presença de elementos verbais e não verbais, às vezes ao lado de
recursos de áudio, vídeo, imagens em movimento, exige do intérprete
(leitor, interlocutor) competências mais sofisticadas voltadas para a
percepção de forma, tamanho, posição, cor, som, textura etc.
Semioticistas já se ocuparam com criar tabelas de significação das
cores, por exemplo. Com auxílio da geometria, trabalham-se as for-
mas. A acústica oferece elementos para estudo dos sons. A cinética se
ocupa do estudo do movimento. E assim seguem as ciências conexas
ou campos semióticos diversos com que se interage na produção de
leitura de textos multimodais.
Em sendo a Semiótica a ciência da significação, é indispensável
considerar as instruções semióticas na produção de materiais de en-
sino de qualquer natureza, pois, em última análise, estudar implica
leitura, e esta demanda compreensão das funções e dos valores sígni-
cos inscritos nos textos.
Iniciamos nossos estudos sobre iconicidade trabalhando com livros
sem legenda (SIMÕES, 20091) como recurso para o processo de alfa-
betização de crianças que não se letravam pelos métodos usuais (pala-
vração, sentenciação etc.). Naquela pesquisa descobrimos que o tra-
çado das imagens conduzia o olhar dos alfabetizandos que tinham por
tarefa produzir as legendas para os livros.
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Darcilia Simões e Rosane Reis de Oliveira
Eu vivia num ermo habitado apenas por cinco homens. Meu pai dera
um nome ao lugarejo. Simplesmente chamado assim: “Jesusalém”.
Aquela era a terra onde Jesus haveria de se descrucificar. E pronto, fi-
nal. Meu velho, Silvestre Vitalício, nos explicara que o mundo termi-
nara e nós éramos os últimos sobreviventes.
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O Homem Nu
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2 Texto original: ‘Multimodality’ names the field in which semiotic work takes
place, a domain for enquiry, a description of the space and of the resources
that enter into meaning in some way or another (see also Jewitt, 2009). In the
perspectives of different theories and approaches – psychology, media studies,
pedagogy, museum studies, archeology, sociology of different kinds – diffe-
rently constituted questions lead to distinct theoretical and methodological
tools, elaborated for the needs of each case. As mentioned, the theoretical ap-
proach presented here is that of a theory of meaning and communication, so-
cial semiotics, so the tools developed are shaped by that theory.
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Explorando a Iconicidade e a Multimodalidade no Estudo de Línguas
3Texto original: “Interactive participants are therefore real people who pro-
duce and make sense of images in the context of social institutions which, to
different degrees and in different ways, regulate what may be ‘said’ with ima-
ges, how it should be said, and how it should be interpreted”.
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4 Texto original: “There is a third element: the composition of the whole, the
way in which the representational and interactive elements are made to relate
to each other, the way they are integrated into a meaningful whole.”
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Explorando a Iconicidade e a Multimodalidade no Estudo de Línguas
5 O vaso de Rubin, a mais clássica das figuras ambíguas estudadas pela psico-
logia.
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Figura 6: Cartaz polonês para o filme Cabaret, dirigido por Bob Fosse (1972).
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
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O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Darcilia Simões e Rosane Reis de Oliveira
novas nomenclaturas que, por sua vez, trazem núcleos teóricos a des-
fraldar. Todavia, nos dois casos, muito da teoria já é subliminarmente
conhecido, o que nos falta é organizar o conhecimento para dele tirar
melhor proveito.
Retomando de Simões (2019, p.45)
REFERÊNCIAS
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OUTRAS FONTES
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O Enunciado Doutrinário sobre a
Simplificação da Linguagem no
Processo Penal: Uma Maneira de
Olhá-lo pela Ótica Foucaultiana1
Návia Regina Ribeiro da Costa
Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
INTRODUÇÃO
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Návia Regina Ribeiro da Costa e Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
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O Enunciado Doutrinário sobre a Simplificação da Linguagem no Processo Penal
las ou adaptá-las, seja para se opor a elas, seja para falar de cada uma
delas; não há enunciado que, de uma forma ou de outra, não reatualize
outros enunciados [...]. É constituído, ainda, pelo conjunto das formu-
lações cuja possibilidade ulterior é propiciada pelo enunciado e que po-
dem vir depois dele como sua consequência, sua sequência natural, ou
sua réplica (FOUCAULT, 2008, p. 111).
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Návia Regina Ribeiro da Costa e Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
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O Enunciado Doutrinário sobre a Simplificação da Linguagem no Processo Penal
que esse dito exclui todos os outros ditos. Não se trata de interpretar,
pois
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O Enunciado Doutrinário sobre a Simplificação da Linguagem no Processo Penal
Para finalizar este relato, dado o limite deste gênero discursivo, re-
gistramos que as leituras de Foucault ensinam que o mais importante
é a problematização. Desse modo, sobre o discurso da “linguagem sim-
plificada (clara)” que se deve praticar no Processo Penal (perante o
Tribunal do Júri), muitas são as questões que entendemos poderem
ser formuladas para fazerem falar aquilo que se mostra como algo le-
gitimado, conforme vimos no enunciado-monumento aqui apresen-
tado, quais sejam:
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Návia Regina Ribeiro da Costa e Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Para uma Didática da Análise
Linguística Enunciativa na
Educação Libertadora – De Freire
e Franchi à Agenda 2030
Sinval Martins de Sousa Filho
Madalena Teixeira
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A longa citação nos mostra como e por que usar a metodologia frei-
reana. Para além dessa demonstração, podemos ver claramente a no-
ção de que a leitura da leitura nos remete às atividades linguísticas,
epilinguísticas e metalinguísticas, sobretudo quando sabemos que a
ideia defendida por Freire (1985; 1993) é de um trabalho criativo e
emancipatório com a língua(gem) para a instauração de uma educação
libertadora, à qual nós também acrescentamos uma educação de qua-
lidade. Para uma atuação cidadã, o ser humano, efetivamente, precisa
de sentir a sua realização pessoal, de sentir que vive numa sociedade
justa, sem receios e sem violência3.
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Sinval Martins de Sousa Filho e Madalena Teixeira
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Para uma Didática da Análise Linguística Enunciativa na Educação Libertadora
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Sinval Martins de Sousa Filho e Madalena Teixeira
Levava, na prática, seus alunos a uma intensa e rica ação sobre seu pró-
prio texto e a um exercício gramatical bem mais amplo do que a teoria
gramatical que possuía. Penso, também, nos que têm escrito tão torto
por linhas direitas e retas. Com tudo o que se fala de liberdade e criati-
vidade, de abolição dos modelos e normas, da concepção moderna de
linguagem e gramática e de linguística, ou se propõem os mesmos exer-
cícios escolares ou nada se propõe, deixando os alunos à espera de que
aprendam na vida. O melhor, pois, é exemplificar como procedia nosso
Padre Matos. (FRANCHI, 2006, p. 82).
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CONSIDERAÇÕES
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Sinval Martins de Sousa Filho e Madalena Teixeira
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Memórias de Leitura em
Abordagem Discursiva no
Contexto Acadêmico:
Possibilidades de Resistência na
Escrita de Si
Sarah Suzane Bertolli
Cristina Batista de Araújo
Alexandre Ferreira da Costa
1 GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L & PM, 1991.
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Sarah Suzane Bertolli, Cristina Batista de Araújo e Alexandre Ferreira da Costa
2Os professores regentes de tal disciplina foram o prof.. Alexandre Ferreira da Costa,
a profa.. Cristina Batista de Araújo e a profa. Sarah Bertolli, em cujo projeto de pes-
quisa a ação teve ancoragem. O projeto tinha aprovação no Comitê de Ética da UFG,
CAAE: 47081315.0.0000.5083/ 47081315.0.0000.5083.
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Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
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Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
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Sarah Suzane Bertolli, Cristina Batista de Araújo e Alexandre Ferreira da Costa
Me- “Acontece que, desde os meus 12 anos, adquiri paixão pela leitura.
mo- A partir daí, me tornei um menino muito curioso e cheio de dúvi-
rial 3 das a respeito da nossa condição de existência. Aprendi não só a
ler livros, mas também a ler o mundo, a partir das atividades da
minha professora de português, na qual denominava-se Mala de
Leitura.”
Me- “Se já é chato estudar na escola, em casa é mais chato ainda. En-
mo- tão, algo que eu fazia era prestar muita atenção nas aulas e fazer
rial 5 anotações, caso fosse necessário, assim, ao chegar em
casa eu conseguia fazer os deveres de casa com mais facilidade.
Além disso, por prestar muita atenção nas aulas, eu sempre sabia
em quais páginas dos livros iriam cair os conteúdos
das provas que eu fazia, o que tornava os estudos muito mais fá-
ceis, já que minha mãe não tinha conhecimento suficiente para me
instruir.”
Me- “Ela foi responsável pela fase da alfabetização, consigo lembrar até
mo- os detalhes de seu método, era o de “assimilação” e sempre usava
rial 6 como apoio um alfabeto móvel que ficava fixo acima do quadro
112
Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
Me- “As lembranças que tenho dessa escola são poucas. Sei que o
mo- nome da professora era Késia, que ali havia uma horta, que se
rial 9 usava ainda as impressões em estêncil. Lembro-me, principal-
mente, de que fui apresentado ao alfabeto e aprendi a ler no de-
correr de um ano. Nessa escola, escrevi minhas primeiras linhas,
começando pelo meu próprio nome. A alfabetização cumpriu, por-
tanto, sua promessa de me familiarizar com as letras. Consigo me
ver desenhando grafemas nas marcações de um caderno de cali-
grafia. Fazíamos as maiúsculas e as minúsculas cursivas, uma ao
lado da outra, em pares, como uma letra-mãe e sua letra-criança.
As maiúsculas contidas entre três linhas. As minúsculas espremi-
das entre duas. Preenchíamos páginas e páginas dessas letras cui-
dadosamente desenhadas, completando o alfabeto com objetivos
de aprender as formas e saber embelezá-las. Desenhando as le-
tras-mães e suas letras-crianças, em pares. Não havia uma letra-
pai.”
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Sarah Suzane Bertolli, Cristina Batista de Araújo e Alexandre Ferreira da Costa
Me- “Nesse grande dia eu havia ficado do lado de fora, pois não supor-
mo- tava o cheiro do ambiente e olhando a parede, li lentamente “A-C-
rial COU-G-GUI I-DE-AL”. Fiquei surpresa com o que acabara de
10 descobrir e mais que de repente perguntei a amiga da minha mãe:
“Por que lá tá escrito Açougue Ideal se aqui é o açougue da Zetti?”
Minha mãe quase chorou, me deu um abraço forte e com todo
mundo que conversava por onde passava dizia que a filha já sabia
ler.”
Me- “Durante grande parte da minha infância, meus pais liam livros
mo- para dormirmos. Mesmo lendo esses livros, eles gostavam mesmo
rial era de criar histórias ao vivo. Minha mãe gostava de contar seus
12 relatos de infância, de quando ela morava no Ceará e enfrentava
raposas e cobras furiosas. Meu pai, por sua vez, preferia inventar
suas próprias histórias mirabolantes, onde nós éramos sempre su-
per-heróis.”
Fonte: elaboração própria da tabela, a partir de excertos colhidos dos memo-
riais dos participantes da pesquisa.
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Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
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MEMORIAL 4
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Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
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Memórias de Leitura em Abordagem Discursiva no Contexto Acadêmico
MEMORIAL 11
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MEMORIAL 9
“Foi por esses tempos que a escola, por escassez de recursos financei-
ros, decidiu não distribuir mais a merenda. Passamos semanas sem ter
em mãos os utensílios de plástico azul. Passei semanas sem meu feijão-
tropeiro. Como nem todos os alunos tinham condições de trazer lanche
de casa, a fome se instalou na escola como uma fera. Incentivou uma
inquietude crescente nas crianças e adolescentes. Tornamo-nos mais
inquietos, não conseguíamos prestar atenção nos estudos, não podía-
mos aprender.
Revoltamo-nos do nosso jeito. Tornou-se comum a prática de comer
papel empapado em cola-branca. Alguns alunos exercitavam a imagi-
nação, desenhando uma refeição inteira no papel antes de o enfiar na
boca. Incluí-me prontamente na nova dieta proposta pelos alunos re-
beldes.”
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REFERÊNCIAS
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Postulações e Fake News: Os
Efeitos de “Verdade” nos
Discursos Midiáticos
Damião Francisco Boucher
Thiago Soares Barbosa
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
1Sintagma utilizado para designar o enunciador do texto, uma vez que Fábio
Coelho enuncia da posição de presidente do Blog do Google Brasil,
representando os interesses dessa empresa
133
Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
uma vez que ele não afirma “que vai aumentar”, mas “que pode au-
mentar”.
Já o sintagma “aumentar”, emite-nos um efeito de caos, apontando
para uma “já convivência” com a “desinformação” que na possibili-
dade da aprovação do Projeto, essas “desinformações” podem aumen-
tar ainda mais. Desse ponto, vemos os efeitos do discurso da verdade
(FOUCAULT, 2014, p. 10) trabalhando na enunciação do Blog do Go-
ogle Brasil. De um lado, temos uma empresa a qual se apresenta como
a defensora contra o “aumento da desinformação” ao mesmo tempo
em que, constativamente, encontra-se no lugar empírico da maior pla-
taforma de armazenamento de informação cuja principal receita pro-
vém do aumento considerável dos anúncios do Google AdWords, mui-
tas vezes questionáveis, porquanto ao dar “oportunidades a milhares
de pequenas empresas” (LOBO, 2010, p. 40), subentendemos que, de-
vido ao aumento do fluxo e da demanda subitamente crescente, suas
regras e normas são insuficientes para delimitar e estabelecer a quali-
dade dos produtos oferecidos e da veracidade das informações anun-
ciadas por dada empresa.
Por esse motivo, o enunciador-instituição, representante de uma
plataforma de busca e de difusão de serviços e de produtos, apaga esse
lugar e, através de projeções, coloca-se na posição de uma instituição
situada em um campo historicamente atravessado pelo saber e pelo
poder-dizer “a verdade”, a saber, o âmbito jornalístico (FOUCAULT,
2014, p. 16-17). Nota-se pelos sintagmas “o jornalismo é essencial”,
“notícias”, “conteúdo jornalístico”, “profissionais de impressa” etc.
que efeitos de verdade entram em funcionamento e “revestem” o corpo
textual do enunciador dando ossatura e musculatura à argumentação
de que a Google está preocupada com o futuro da verdade. Tanto que
o discurso de sustentabilidade é conjurado e, a partir dessa evocação,
pré-construídos (HENRY, 1997, p. 33) de domínio da comunicação são
intersecionados à FD (PÊCHEUX, 2011, p. 73) do campo ambiental
para enfatizar essa relação natural entre “bio” e “aletheia2”.
134
Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
135
Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
3Essa expressão faz alusão à história criada pelos irmão Jacob e Wilhelm
Grimm na qual Joãozinho e Maria jogam migalhas de pão pelo caminho para
que pudessem encontrar a trilha de volta para casa.
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
REFERÊNCIAS
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
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Damião Francisco Boucher e Thiago Soares Barbosa
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Postulações e Fake News: Os Efeitos de “Verdade” nos Discursos Midiáticos
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“Li Tudo”: Discursos sobre a
Leitura e o Orgulho de Ser Leitor1
Luzmara Curcino
Gustavo Rosa
Simone G. Varella
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Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
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“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
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Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
6Cf. Curcino (2018a, 2018b, 2020b), Manfrim & Curcino (2020) e Borges &
Curcino (2017) sobre essas formas diretas e indiretas de autopromoção leitora.
150
“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
7 Sobre a ‘vergonha’ em relação à leitura, cf. Curcino (2022); Postalli & Curcino
(2022).
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Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
152
“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
153
Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
8 Tal como demonstrado por Curcino (2018a, 2018b, 2019), essas caracterís-
ticas são recorrentes em textos da mídia que abordam a política nacional e que
representam as personalidades deste campo como sendo ou não leitores.
9 BILENKY, T. ‘Não vou brigar com PT, vou olhar para o futuro’, diz
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“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
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Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
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“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
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Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
12 Tal como afirma Britto (1999), um indivíduo não se torna melhor ou pior
apenas porque é leitor. No entanto, embora essa relação moral não se estabe-
leça de fato em função de alguém ser ou não leitor, a crença de que isso se dá
provém de discursos historicamente constituídos, de longa data, sobre a lei-
tura, e que são reiterados justamente porque promovem de forma seletiva o
benefício de alguns poucos em nossa sociedade.
13 Cf. análise de Curcino (2018, 2019).
158
“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
Também gosto de livro. Meu pai foi seminarista, uma pessoa de forma-
ção intelectual, sabia muita teologia, filosofia, sociologia, latim, grego.
159
Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
Sua afeição pela leitura e seu hábito de ler são ainda reiterados
mesmo quando ele confessa o pouco tempo que dispõe para ler o
quanto gostaria de ler.
Embora afirme ler menos do que gostaria, ao dizer que “mal lê jor-
nal”, ele mobiliza novamente o pressuposto de que, para o cargo que
exerce, não basta ser um homem culto e leitor de livros. É preciso, so-
bretudo, ser um homem bem-informado, logo, um leitor de jornal. Ele
ainda mobiliza uma outra representação compatível com o ethos do
bom leitor ao demonstrar que conhece os autores dos textos, em espe-
cial aqueles dos jornais que folheia, e é capaz de avaliá-los, de emitir
sobre eles um julgamento, uma qualificação de forma assertiva.
O entrevistado, em função de sua condição de “herdeiro”, apre-
senta-se orgulhosamente como leitor, reiterando as várias qualidades
que, segundo os discursos dominantes, são características daqueles
que são verdadeiros leitores, variando de acordo com a origem de
quem os profere. Essa expressão do orgulho ora é representada como
uma conquista merecida por uns, ora como algo naturalizado, norma-
lizado por outros. O então governador, ao evocar o traço da habituali-
dade do exercício dessa prática, ao afirmar as obras de alguns autores
que leu ostensivamente e na totalidade, ao listar a variedade de títulos
e fontes de textos que lê, ao se mostrar capaz de selecionar e de quali-
ficar o que lê, ao falar disso com naturalidade, demonstra sua condição
de “herdeiro”, para quem o acesso ao universo dos livros se deu desde
cedo e frequentemente.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:
160
“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
que iniciaram sua vida como leitores, o mal-estar de não poder se de-
dicar ainda mais a essa prática.
A leitura é para muitos uma credencial indispensável. Ela transfere
seu prestígio àqueles que se dizem seus praticantes. Entrevistador e
entrevistado compartilham dos mesmos valores e discursos quando o
assunto é leitura, e sabem que o leitor a que se dirigem na entrevista
publicada neste jornal também compartilha.
Recorrer aos consensos sobre a leitura, a discursos amplamente co-
nhecidos e a representações idealizadas de leitores também reconhe-
cidas coletivamente tanto fornece uma zona segura de enunciados sem
potencial polêmico, de ampla aceitação, quanto constrói um ethos que,
indiretamente, compõe o perfil de figura adequada aos cargos que
exerce e pleiteia. Não sem razão, nesse exemplo analisado, estivemos
diante de uma representação do ‘orgulho’ de ser leitor, e da mobiliza-
ção discursiva desse ‘orgulho’ como forma de distinção.
REFERÊNCIAS
161
Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
162
“Li Tudo”: Discursos sobre a Leitura e o Orgulho de Ser Leitor
163
Luzmara Curcino, Gustavo Rosa e Simone G. Varella
164
Pierre Bourdieu e o Homo
Academicus como Fenômeno de
Enunciação Sociocultural1
Juan Alberto Castro Chacón
1. NOTAS INTRODUTÓRIAS:
1 Este artigo originalmente faz parte da nossa tese de doutorado intitulada Plu-
165
Juan Alberto Castro Chacón
tin (2011).
3 Oficialmente, a América hispânica desenvolveu a cátedra e o ensino já no séc.
166
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Juan Alberto Castro Chacón
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Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
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Juan Alberto Castro Chacón
170
Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
Qualquer grupo tende a se dotar dos meios que lhe permitam perpe-
tuar-se para além da finitude dos agentes individuais em que ele se en-
carna (eis uma das intuições fundamentais de Durkheim). Para isso,
ele instala um verdadeiro aparato de mecanismos, tais como a delega-
ção, a representação e a simbolização que conferem ubiquidade e eter-
nidade (BOURDIEU, 2015, p. 71).
171
Juan Alberto Castro Chacón
172
Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
5 No contexto francês.
173
Juan Alberto Castro Chacón
6 A burocracia
pode ser um desses meios porque a herança cultural se ausenta,
aparentemente.
174
Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
175
Juan Alberto Castro Chacón
sabilidade.
176
Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em linhas complementares:
a) O Homo academicus torna-se o instrumento físico, mental e on-
tológico do saber universal, perante sua estrutura, considerando seu
espaço e seu tempo, como antes fora o jesuíta e religiosos de outras
companhias, hoje pertence a essa nova espécie de intelectual, se-
guindo a metáfora de Bourdieu.
b) Isto significa, também, que o locus de enunciação do Homo aca-
demicus não se restringe a uma concretude epistemológica, mas às re-
alizações que reproduzem fenômenos enunciativos. De fato porque
não existe uma hegemonia na realização do Homo academicus, mas
estruturas plurais ou que se adequam aos seus sistemas socioculturais
e seus campos de poder.
c) Nesse sentido, não pode existir um axioma para explicar a exis-
tência da academia, na forma do Homo academicus, nem na relação
espaço-temporal do locus de enunciação, porque enquanto fenômenos
enunciativos socioculturais, expõem realidades e realizações diversas.
177
Juan Alberto Castro Chacón
REFERÊNCIAS
178
Pierre Bourdieu e o Homo Academicus como Fenômeno de Enunciação Sociocultural
179
O Nascimento de Vênus, Muito
Além de Botticelli: O Corpo Trans
de uma Afrodite na Publicidade
da Shell Rimula
INTRODUÇÃO
181
Guilherme Rodrigues Valadão, Luana Alves Luterman e Guilherme Figueira-Borges
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O Nascimento de Vênus, Muito Além de Botticelli
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Guilherme Rodrigues Valadão, Luana Alves Luterman e Guilherme Figueira-Borges
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O Nascimento de Vênus, Muito Além de Botticelli
REFERÊNCIAS
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Guilherme Rodrigues Valadão, Luana Alves Luterman e Guilherme Figueira-Borges
198
O Nascimento de Vênus, Muito Além de Botticelli
199
O Xadrez como Prática de si:
Sobre o Ensino de uma Vida em
Exercício
João Kogawa
Kevyn R. Nascimento
Jonathan A. Feitosa
INTRODUÇÃO
[...] nossa língua não estará exposta à refutação, mas nossa inteligência
estará (PLATÃO, Teeteto, 154d).
Que lições o ensino de xadrez pode nos trazer? Como o xadrez pode
ser entendido como uma prática de si? Que elementos constitutivos do
xadrez abrem um espaço para o sujeito autorreflexivo?
Tomamos como base nossa experiência de ensino no projeto de ex-
tensão intitulado Xadrez no espaço acadêmico: lazer, integração e
conexão social. Trata-se de uma análise discursiva de práticas atrela-
das ao ensino do xadrez. Nossa hipótese é que ensinar xadrez implica,
indiretamente, uma meta-reflexão sobre nós mesmos. A exposição dos
conceitos do jogo, o que fazer, o que não fazer e o controle do tempo
para a tomada de decisões por meio do relógio criam condições para
uma constituição ética do sujeito na medida em que cada etapa de uma
partida exige posicionamento e essa posição visível no tabuleiro nada
mais é do que a expressão de um cálculo mental que, antes de ser pura
e simplesmente um cálculo, espelha o percurso formativo do sujeito.
Com essa impressão inicial, ensinar xadrez é, acima de tudo,
oportunizar ao sujeito o conhecimento e o aperfeiçoamento de si
mesmo. Como diria Foucault: “É para conhecer-se a si mesmo que é
preciso dobrar-se sobre si; é para conhecer-se a si mesmo que é preciso
estabelecer a alma em uma fixidez imóvel que a desvincula de todos os
acontecimentos anteriores” (FOUCAULT, 2019, p. 63).
Assim, mais do que um jogo e longe de qualquer ambição profissi-
onalizante, nosso projeto de extensão, à luz da teoria do discurso fou-
caultiana, pode ser entendido como espaço aberto para o exercício de
uma técnica de si. A disputa de cada partida reafirma um aparato es-
piritual cuidadosamente elaborado após horas de estudo, treino e
aperfeiçoamento na álgebra pura que constitui o enxadrismo. Não se
trata de um jogo de tabuleiro, mas do império do cálculo na ascese
espiritual da inteligência humana.
202
O Xadrez como Prática de si: Sobre o Ensino de uma Vida em Exercício
[...] quanta vergonha dos outros homens (...) eu sentiria se, infame, fu-
gisse às pelejas cruentas (HOMERO, Ilíada, VI, 441-443).
203
João Kogawa, Kevyn R. Nascimento e Jonathan A. Feitosa
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210
O Xadrez como Prática de si: Sobre o Ensino de uma Vida em Exercício
212
O Xadrez como Prática de si: Sobre o Ensino de uma Vida em Exercício
Ele pode ser encurralado, ficar sem saída, ou, na linguagem do jogo,
entrar em xeque-mate. Há aí uma experiência limite a ser descrita.
Não ter saída é, de certa forma, a parte angustiante do jogo. Por vezes,
é curioso que os iniciantes – eivados da boa e necessária ingenuidade
do iniciante – não se dão conta de que estão sem saída.
A inconsciência da má condição é trabalhada o tempo todo no xa-
drez: “você percebeu que está num beco sem saída”? O enxadrista lida
com isso o tempo todo e, se não somos grandes mestres como Krikor
e Carlsen, é parte formativa relevante do ensino do xadrez esse espírito
de leitura de conjuntura. Entender que o estado da partida é bom ou
ruim exige um largo exercício de técnica e habilidade que contribui
para um efeito de subjetivação: “Eu sei que as brancas estão melhores
que as pretas porque eu já me vi nessa posição; eu reconheço a face da
derrocada”.
Esse exercício também não se encerra nas quatro linhas do tabu-
leiro. Isso é parte formativa de um “si mesmo”; implica reconhecer li-
mitações e também experimentar entusiasmo e indignação em relação
a si próprio: “Como não pensei nisso antes”?; “Como não vi isso”? E,
efetivamente, reconhecer-se em uma posição sem saída é uma experi-
ência essencial do xadrez, pois torna consciente, para o próprio su-
jeito, sua própria impotência. Esse sentido de impotência diante de
um cenário legislado, em que se reconhece, pelo valor das peças, que
nada mais há a fazer, mas que se fez o melhor possível, abre a possibi-
lidade para um sentido de consciência de si que ecoa na fala de Sócra-
tes: “[...] onde quer que seja que um homem tenha assumido uma po-
sição que crê ser a melhor, ou onde haja sido colocado por seu coman-
dante, nela tem ele, pelo que me parece, que permanecer e enfrentar o
perigo [...] (PLATÃO, Apologia de Sócrates, 28d).
A posição, na economia enxadrística8, descreve dois estados e, por-
tanto, carrega duas significações possíveis: (i) semantiza a casa espe-
cífica para a qual uma peça foi deslocada; (ii) significa o estado atual
de uma partida após a última jogada. Esse estado atual não implica
213
João Kogawa, Kevyn R. Nascimento e Jonathan A. Feitosa
214
O Xadrez como Prática de si: Sobre o Ensino de uma Vida em Exercício
CONCLUSÃO
Fiz-me por mim, tão somente [...] (HOMERO, Odisseia, XXII, 347).
215
João Kogawa, Kevyn R. Nascimento e Jonathan A. Feitosa
se não nos torna profissionais desse esporte, nos tornam melhores en-
quanto seres humanos inseridos no mundo e comprometidos com nós
mesmos.
REFERÊNCIAS
216
Discurso, Pós-Verdade e
Liberdade
Cesar Eduardo Duarte Elizi
INTRODUÇÃO
Das falas oficiais aos memes cotidianos, compartilhados instantâ-
nea e exponencialmente, temos observado algo novo no funciona-
mento do discurso. A Pós-verdade, um ambiente cultural em que ca-
racterísticas específicas deste nosso tempo influenciam a relação que
os sujeitos estabelecem com a maneira de produzir e consumir textos,
tanto escritos quanto orais, parece redesenhar alguns contornos do
que entendemos como discurso. A nós interessa proceder a uma atua-
lização do conceito de discurso, bem como a uma breve análise das
consequências já observadas e sentidas de sua nova configuração vis-
à-vis o fenômeno da Pós-verdade.
217
Cesar Eduardo Duarte Elizi
218
Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
(FRANCISCO, 2021).
219
Cesar Eduardo Duarte Elizi
(BIZARRE, 2020)
220
Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
221
Cesar Eduardo Duarte Elizi
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Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
223
Cesar Eduardo Duarte Elizi
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Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
A QUESTÃO EPISTÊMICA
2 Do inglês close-mindedness.
225
Cesar Eduardo Duarte Elizi
O DISCURSO NA PÓS-VERDADE
226
Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
3 Tradução minha
227
Cesar Eduardo Duarte Elizi
“Um algoritmo pode revelar que você já possui um viés contra imigran-
tes, enquanto seu vizinho não gosta de Trump, que é a razão de você
ver uma manchete e seu vizinho ver outra completamente diferente.
Nos últimos anos, algumas das pessoas mais inteligentes do mundo
tem hackeado a mente humana trabalhando para fazer com que você
clique em anúncios e lhe vender coisas. Agora estes métodos estão
sendo usados para lhe vender políticos e ideologias também” (HA-
RARI, 20184).
4 Tradução minha
228
Discurso, Pós-Verdade e Liberdade
REFERÊNCIAS
229
Cesar Eduardo Duarte Elizi
230
Expandindo Olhares sobre
Emoções e Identidades na
Aprendizagem de Línguas a
Partir dos Discursos de uma
Aprendiz
Mariana Rosa Mastrella de Andrade
Hélvio Frank
INTRODUÇÃO
231
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
232
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
233
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
234
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
235
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
O contexto
236
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
3 O nome da participante é fictício, escolhido por ela mesma, a fim de que ti-
vesse sua identidade resguardada. A participante assinou termo de consenti-
mento livre e esclarecido para pesquisa.
4 Nas palavras de Ivana, o conhecimento de inglês “fazia falta na vida”. Como
237
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
5As partes entre aspas são citações retiradas das próprias falas aqui citadas
das participantes dos estudos.
238
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
[2] Meus colegas são legais, eu ligo para eles quando preciso saber al-
guma coisa, sempre me atendem. Com eles não tem problema não. As-
sim, só que eu preocupo, um pouco, sabe? Eu preocupo. É. Eu acho que
eles acham que eu não sei nada, que eu não estou com nada porque
quando chega na hora de falar eu travo. Eu não falo nada direito
mesmo não, isso é verdade. Mas eu tenho que falar mesmo assim, não
é? Se não, como é que faz? Aí, quando eu recebo a prova escrita, eu
mostro a nota boa para todo mundo, porque aí eu quero que eles vejam
que eu sei, sabe, que não é que eu não sei nada, sabe, que o problema
está em ter que falar, a questão não é não saber, entende? Saber eu sei.
Eu não sei falar. (Ivana)
239
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
ser aceitos, ainda que ali seja um lugar de aprendizagem, isto é, de su-
jeitos em processo de aprender e de avançar no conhecimento dese-
jado.
Nas palavras de Ivana, ela parece lutar para falar num ambiente no
qual as pessoas acham que ela não está “com nada”,6 porque “não fala
nada direito”. Com isso, o exercício do poder – por parte de seus cole-
gas que supostamente saberiam falar a LE – promove-lhe a negação
de sua identidade de falante do idioma. É assim que Ivana tem sua
identidade negativamente marcada: na luta por saber, num espaço
onde se objetiva o domínio do conhecimento da língua, quem “não
sabe” tem seu acesso limitado. Relacionado a isso está a afirmação dela
de que “eles [os colegas]7 acham que eu não sei nada, que eu não estou
com nada, porque quando chega na hora de falar eu travo”.
De acordo com Foucault (1980), saber e poder se articulam intima-
mente, sendo como faces de uma folha de papel: um não se exerce sem
o outro, embora não sejam a mesma coisa. Assim, para compreender
o poder, segundo o autor, é preciso compreender os pontos particula-
res por meio dos quais ele passa, olhar para as micropráticas do poder
nas instituições em que ele circula, buscar relacioná-lo com as estru-
turas de conhecimento que o sustentam, as quais estão presentes nos
discursos que formam os objetos e os sujeitos das disciplinas. Nesse
cenário, torna-se relevante considerar o saber que Ivana menciona
para que se obtenha o poder, não só de falar, mas especialmente de ser
ouvida na sala de aula, para não ser avaliada como alguém “que não
está com nada”.
Diante disso, temos aqui a necessidade de que os relatos de Ivana
sobre a forma como se sente, seu nervosismo, ansiedade e o que se
poderia chamar de sua baixa autoestima sejam mais profundamente
rediscutidos. Apesar de esses fatores afetivos 8 estarem teoricamente
240
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
[3] Ela [a professora de língua inglesa] era muito rápida, queria que o
trabalho fluísse rápido, tinha muitas atividades para fazer. Numa aula
só a gente fazia um monte de coisa. Ela não era de aceitar os alunos
falarem devagar muito não. Tinha uma coisa que ela fazia que mostrava
assim que era para ser rápido, sabe. Ela estalava os dedos, fazendo si-
nais assim ‘vamos, vamos’. Quando era a hora de cada um falar, ela
estalava os dedos assim na direção do aluno. Aí, aquilo me dava uma
confusão mental de ter que formular a resposta do jeito rápido que ela
queria. Eu sei que tem que ser rápido mesmo, se não fica chato, né. Mas
aí eu ficava nervosa demais. Isso me marcou muito. Mas ela era boa,
sabia bem a língua assim, né. Era boa, falava bem. O problema era mais
eu mesmo. (Ivana)
241
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
242
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
[5] Minha motivação? Eu sempre tive muita motivação, senão não teria
procurado um curso e insistido. Eu realmente tenho motivação, pro-
curo aprender, busco outras fontes, computador etc. Agora, na hora de
me comunicar na sala de aula, é mais difícil. Eu fico me perguntando...
por que eu não vou lá e não solto a língua, não é? Mas eu travo. Então
na hora de falar com os colegas, que são quem interage comigo no in-
glês, eu não falo. Tenho medo. Como é que eu vou falar? Eu ligo tudo
ao português, eu não coloco as palavras sempre na hora na ordem
certa, e tudo mais. Então como é que eu vou falar? (Ivana)
243
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
244
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
245
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
CONSIDERAÇÕES FINAIS
246
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
REFERÊNCIAS
247
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
248
Expandindo Olhares sobre Emoções e Identidades na Aprendizagem de Línguas
249
Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Hélvio Frank
250
Livros Didáticos e Tecnologias
Digitais na Educação Linguística:
Algumas Problemáticas e Outras
Possibilidades
Cristiane Rosa Lopes
Carla Conti de Feitas
INTRODUÇÃO
251
Cristiane Rosa Lopes e Carla Conti de Feitas
ALGUMAS PROBLEMÁTICAS
252
Livros Didáticos e Tecnologias Digitais na Educação Linguística
253
Cristiane Rosa Lopes e Carla Conti de Feitas
A série Enjoy it! Kids (SIQUEIRA et al, 2016), por sua vez, traz
muitas representações imagéticas que contribuem para a manutenção
de uma visão binária, hierárquica e sexista de gênero, reforçando es-
tereótipos do que é “naturalmente” feminino ou masculino. As pesqui-
sadoras identificaram que o principal papel social destinado à mulher
nas imagens dos livros é o de cuidadora de crianças, prática que vin-
cula o sexo feminino ao serviço doméstico e à maternidade, contribu-
indo para a naturalização dessas práticas como pertencentes exclusi-
vamente ao universo feminino. Considerando que a sala de aula, como
qualquer contexto, é um lugar de disputas sociais, no qual as identida-
des são construídas através dos discursos produzidos, é fundamental
que os materiais didáticos não reforcem a produção de hierarquias,
estereótipos e desigualdades de gênero.
(...) já que as hierarquias de gênero e sexual são duas das várias dimen-
sões que constituem – de forma interseccional com as hierarquias de
classe, de raça, de divisão internacional do trabalho, político-militares,
espiritual, epistêmica e linguística –, a matriz de poder colonial (QUI-
JANO, 2000) que caracteriza o atual sistema-mundo. No que diz res-
peito à hierarquia de gênero, privilegiam-se os homens em detrimento
das mulheres e o patriarcado europeu em detrimento de outros tipos
de relação entre os sexos e, no que concerne à hierarquia sexual, privi-
legia-se a heterossexualidade relativamente a outras sexualidades
(GROSFOGUEL, 2010). (PESSOA, 2019, p. 47)
254
Livros Didáticos e Tecnologias Digitais na Educação Linguística
sobre quem são as/os autoras/es dos textos escritos, ou seja, quem são
as/os construtoras/es dos saberes disponibilizados nesse formato na
série de livros didáticos, as pesquisadoras identificaram indícios de
que o material analisado reflete aspectos de uma educação de viés co-
lonial, que pressupõe uma postura “hierarquizada entre os sujeitos
(predeterminando aqueles que sabem e os que não sabem)” (QUEI-
ROZ, 2020, p. 94). Em primeiro lugar, por conter uma grande predo-
minância de textos, cujos autores são homens brancos da região su-
deste do Brasil. Além disso, há uma invisibilidade das mulheres negras
e indígenas e de outros grupos subalternizados como produtores de
conhecimentos, ou seja, como autoras/es dos textos selecionados para
compor os livros didáticos analisados.
No período de ensino remoto (2020-2021) em decorrência da pan-
demia do Covid-19, “contrariando o nosso direito de escolha, a leitura
do e no mundo digital invadiu as nossas casas e salas de aula, se tor-
nando uma condição para realização das atividades escolares e univer-
sitárias” (FREITAS e AVELAR, 2021, p. 92). Com essa mudança re-
pentina de aulas presenciais para virtuais, foi necessária uma amplia-
ção do uso de tecnologias digitais, principalmente de sala de aula vir-
tual (Google Classroom), de ferramentas de videoconferência (Zoom
e Google Meet) e de aplicativos (WhatsApp), entre outros recursos,
impactando a tradicional utilização dos livros didáticos nas salas de
aula de línguas.
A pesquisa de Faria (2022), desenvolvida a partir de uma experi-
ência de formação continuada para educação linguística crítica, traz
discussões sobre as percepções de seis professoras/es de línguas de di-
ferentes escolas públicas de educação básica de Goiás, relativas a mu-
danças no uso de materiais didáticos e outros recursos pedagógicos,
dentre eles as tecnologias digitais, durante o período de ensino re-
moto. De acordo com os relatos das/os professoras/es, antes da pan-
demia, o que era mais usado em suas aulas era o livro didático.
Com o início do ensino remoto, ocorreram três situações diferen-
tes: (i) nas escolas em que não houve o recebimento dos livros didáti-
cos do PNLD (2020) ou a distribuição deles para as/os alunos, houve
a disponibilização de fotocópias de partes dos livros para as/os alunos
ou o envio digitalizado através do aplicativo WhatsApp. Apesar de o
255
Cristiane Rosa Lopes e Carla Conti de Feitas
livro didático continuar a ser usado, passou a ser com uma frequência
menor, pois materiais enviados pela Secretaria de Estado de Educação
de Goiás e de atividades disponibilizadas no Portal NetEscola1 foram
os mais utilizados; (ii) nos contextos em que as/os alunas/os não ti-
nham acesso à internet, o livro didático, quando já não era, passou a
ser o material mais utilizado. As/os alunas/os recebiam planos de ati-
vidades quinzenais, que traziam orientações sobre quais atividades do
livro deveriam ser feitas; (iii) já nos contextos em que as/os alunas/os
tinham acesso à internet, o livro didático continuou a ser usado, com
a diferença de a mediação da/o professor/a para o desenvolvimento
das atividades do livro também ocorrer através da plataforma Google
Meet.
Nas percepções das/os professoras/es, participantes na pesquisa
de Faria (2022), sobre as formas como ocorreram suas práticas de
educação linguística no período de ensino remoto, não percebemos in-
dícios de que houve uma ampliação de perspectivas em relação a novas
possibilidades de uso da linguagem nos contextos em que ambientes
digitais foram usados. Também não identificamos indícios de que es-
sas experiências tivessem oportunizado reflexões críticas, que extra-
polassem “a visão dos ambientes virtuais como recurso, evitando que
eles sirvam como mero suporte para as formas tradicionais de ensino-
aprendizagem” (FREITAS e AVELAR, 2021, p. 105). Pelo contrário,
algumas práticas descritas, como, por exemplo, o uso do aplicativo
WhatsApp para envio de atividades digitalizadas do livro didático, in-
dicam a utilização dessa tecnologia como um meio para a continuidade
do tradicional uso de livro didático nas aulas de línguas.
Problemáticas, como as discutidas aqui, reforçam a necessidade de
(re)pensarmos a formação de professoras/es de línguas, de forma a
promover análises críticas de materiais didáticos e de experiências de
multiletramentos, que considerem as culturas de referência das/os
alunas/os e os gêneros, mídias e linguagens que elas/es usam (ROJO
e MOURA, 2012), ampliando, assim, o repertório de possibilidades de
educação linguística.
1 https://portalnetescola.educacao.go.gov.br/
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Livros Didáticos e Tecnologias Digitais na Educação Linguística
OUTRAS POSSIBILIDADES
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Cristiane Rosa Lopes e Carla Conti de Feitas
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Livros Didáticos e Tecnologias Digitais na Educação Linguística
fornecem aos usuários uma gama muito mais ampla de ações que não
estavam necessariamente no seu desenho original. Embora se possa
dizer o mesmo das mídias tradicionais, as novas mídias de comunica-
ção apresentam um maior grau de agência, dinamicidade, colaboração
e compartilhamento. Dessa forma, processos de construção de conhe-
cimentos, sentidos e identidades requerem um maior grau de negocia-
ção. (ZACCHI, 2017a, p. 239)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Livros Didáticos e Tecnologias Digitais na Educação Linguística
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Linguística
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Lígia Christie Coelho Silva
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
esse conhecimento como “uma das ficções que adquiriram status on-
tológico com todas as suas consequências epistemológicas, políticas e
éticas” (MIGNOLO, 2012, p. xiv). Tais consequências reverberam até
os dias de hoje em que nossa sociedade insiste em estruturar-se sobre
a base dessa matriz colonial de poder (QUIJANO, 2010), reprodu-
zindo colonialidades nas mais diferentes esferas de nossas vidas.
Contrapondo-se a esse conhecimento universal, Mignolo (2012, p.
xiv) discute a geo-corpo-política do conhecimento que se constrói a
partir de “localizações geo-históricas, imperiais/coloniais que respon-
dem à classificação patriarcal e racial de corpos e regiões”. Trata-se de
visibilizar e localizar os corpos que mobilizam e constroem conheci-
mento. A esse respeito, Mignolo nos convoca a exercitar um pensa-
mento de fronteira, já que a linha que separa modernidade/coloniali-
dade é também aquela que as mantêm unidas. Expandindo o signifi-
cado, o autor argumenta que:
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Julma D. Vilarinho Pereira Borelli, Lígia C. Coelho Silva e Patrícia A. Santos Oliveira
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
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Julma D. Vilarinho Pereira Borelli, Lígia C. Coelho Silva e Patrícia A. Santos Oliveira
Essa questão de que a língua não é só o ato de você falar, quando você
se propõe a falar uma determinada língua é como se você estivesse se
despindo diante daquele público porque ali vai aparecer toda a sua tra-
jetória, o seu contexto mesmo socioeconômico, sociocultural, tem to-
dos esses atravessamentos aí (PATRÍCIA).
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
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Julma D. Vilarinho Pereira Borelli, Lígia C. Coelho Silva e Patrícia A. Santos Oliveira
Essa é uma questão a que temos que nos atentar, pois a imersão em
um estrutura de colonialidades faz com que seja muito mais “normal”
reproduzir essas práticas do que confrontá-las. Segundo Grosfoguel
(2010, p. 459): “[...] o êxito do sistema-mundo colonial/moderno re-
side em levar os sujeitos socialmente situados no lado oprimido da di-
ferença colonial a pensar epistemicamente como aqueles que se en-
contram em posições dominantes”. Nessa lógica, não precisamos do
colonizador para exercer a imposição linguística, pois nós mesmas(os)
nos encarregamos de fazê-la:
E esses medos que a gente vai criando, eles não são da noite para o dia,
eles vão sendo construídos durante as experiências que a gente vai vi-
vendo e aí eu falando da minha experiência na universidade, por exem-
plo, tem falas que eu ouvi na universidade que até hoje elas têm eco
dentro de mim. Eu uma vez que [...] a gente estava na casa de uma co-
lega, numa festinha, e aí estava no karaokê, e quem me conhece sabe
que eu sou a louca do karaokê, eu faço aqui em casa direto, e aí eu me
atrevi a cantar uma música em inglês naquela época lá no karaokê e aí
a colega ficou tirando sarro de mim falando que eu estava cantando na
língua dos anjos. Eu lembro disso até hoje, porque, assim, é como se
não fosse compreensível o meu inglês, entendeu? [a profa. enche os
olhos de lágrimas]. Essas coisas... eu me emociono, né? Tô grávida! [ri-
sos]. Essas coisas, elas marcam a gente (PATRÍCIA).
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
Isso que a Lígia está dizendo, e aí ela fala da cobrança, eu tenho uma
frustração muito grande e esses dias eu até comentei assim que eu
chego até a sentir arrependimento de ter feito Letras-Inglês porque eu
sinto vergonha, por exemplo, de falar que eu sou professora da Rede
Estadual, professora concursada que ainda tem mais esse peso, e não
me sentir uma pessoa fluente em inglês. Às vezes as pessoas perguntam
assim: “ah mas como fala tal coisa em inglês?” e eu não sei e eu fico
morrendo de vergonha porque parece assim que eu sou uma fraude, é
a síndrome da impostora (PATRÍCIA).
A gente é cobrado o tempo inteiro para ter esse conhecimento, para ter
esse sotaque, o vocabulário e por mais que você esteja falando para
pessoas que são estudiosas e conhecem toda essa teoria, mas elas vão
esperar isso de você. E se a gente tiver que participar deste grupo fa-
zendo toda fala em inglês, a gente vai ficar constrangido (LÍGIA).
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Julma D. Vilarinho Pereira Borelli, Lígia C. Coelho Silva e Patrícia A. Santos Oliveira
Eu acredito que esse encontro é bastante rico para nós enquanto pro-
fissionais da educação e enquanto pessoa. A gente saber do que o outro
está passando, o outro passou, vai nos ajudar a refletir melhor sobre
quem somos, para onde vamos (MARIA ANTÔNIA).
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Histórias da Formação Docente: Reflexões sobre Colonialidade Linguística
são apenas algumas delas. Talvez nem todas as histórias sejam difíceis,
nem todas tenham episódios que nos ajudem a confrontar o que faze-
mos. Pode ser também que muitas histórias tenham esses episódios,
mas que não sejam reconhecidos porque se tornam parte de tantas in-
justiças que são naturalizadas em nossa sociedade. Não é nossa pre-
tensão dizer que as diferentes experiências de formação docente se-
jam, necessariamente, da forma que essas histórias nos contam, no
entanto, enquanto tais histórias forem vividas, precisaremos pensar
sobre elas. Pensar, aqui, no sentido de confrontá-las e de atuarmos em
prol da promoção de outras histórias e de formações que sejam vividas
em outras bases.
Como temos argumentado, pensar essas outras formas parte, mui-
tas vezes, do reconhecimento e da problematização do que está esta-
belecido. A esse respeito, a primeira autora deste texto – mulher,
branca, professora da universidade – compartilha a sua surpresa em
reconhecer, em um momento em que todas/os estavam bastante emo-
cionadas/os e envolvidas/os nas histórias, que naquele dia participa-
ram do encontro oito docentes – um professor, três professoras bran-
cas e quatro professoras negras e dentre as últimas estão Lígia, Patrí-
cia (autoras deste texto) e Maria Antônia.
As histórias que problematizamos aqui não são apenas histórias de
mulheres na formação docente, são também, como afirmou Maria An-
tônia, histórias de mulheres de origem pobre, trabalhadoras, negras e
que chegaram à universidade. Diante disso questionamos: de que
forma queremos estar nessas histórias? A favor de que projeto de so-
ciedade atuamos? Aqui no GEPLIMT temos assumido a responsabili-
dade de atuar por outras histórias e para que possamos ressignificar
as palavras de Anzaldúa (2009, p. 312) da forma que fizer mais sentido
para cada uma de nós: “[e]u não vou mais sentir vergonha de existir.
Eu vou ter minha voz: indígena, espanhola, branca. Eu vou ter minha
língua de serpente – minha voz de mulher, minha voz sexual, minha
voz de poeta. Eu vou superar a tradição de silêncio”.
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REFERÊNCIAS
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Língua Inglesa de Alunos de uma
Escola Pública Goiana
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Lexicologia
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2 nothing but corpus data can be used as a source of knowledge about the
nature of language.
3 A corpus is a remarkable thing, not so much because it is a collection of
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3 MATERIAL E MÉTODO
3.1 Material
3.1.1 O teste
5frequency of form and meaning is the most reliable predictor of what can
be most usefully taught at diferente points in the learning process.
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3.1.2 O documento
7 The most frequent 1000 word families together with proper nouns and in-
terjections accounts for 86.52% of movies […], 85.11% of television programs
[…], 83.25% of text written for children […], 91.06 of graded readers […],
87.54% of academic spoken English [...] because the most frequent 1000
word families account for by far the largest proportion of English vocabu-
lary, measuring this word frequency level on its own has great value.
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3.2 Método
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8 The greatest value of the VLT is that it indicates at which word frequency
level students should focus their learning.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
GUILHERME FIGUEIRA-BORGES
Doutor (2014) em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-gradu-
ação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal de Uberlândia –
UFU. Atualmente, é Docente de Ensino Superior Doutor (DES IV) da
Universidade Estadual de Goiás (UEG) no Câmpus Inhumas, atuando
no Curso de Letras e no Programa de Pós-graduação em Língua, Lite-
ratura e Interculturalidade (POSLLI/UEG). Está credenciado, tam-
bém, no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem
(PPGEL/UFG Catalão). É coordenador do grupo de pesquisa: Grupo
de Estudos do Discurso e de Nietzsche (GEDIN/UEG/CNPq). E-mail:
[email protected]
317
Sobre os Autores e Autoras
HÉLVIO FRANK
Professor efetivo da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Cora
Coralina – UnU Itapuranga, credenciado nos programas de pós-gra-
duação stricto sensu: PPG-IELT (Anápolis) e POSLLI (Goiás) da insti-
tuição. Graduado em Letras (Português/Inglês) pela UEG (2004) e em
Pedagogia pela FAESPE (2014), especialista lato sensu em Língua Por-
tuguesa pela UNIVERSO (2006) e em Estudos Linguísticos e Ensino
de Português pela UEG (2008), mestre em Linguística Aplicada pela
UnB (2010), doutor em Linguística pela UFG (2013) e pós-doutor pela
UnB (2014). É editor-chefe da Building The Way – Revista Digital do
Curso de Letras da UEG, membro do GT de Formação de Educadores
na Linguística Aplicada da ANPOLL, líder do grupo de pesquisa
"DIV@S – Discursos de Diversidade em Âmbito Social" (UEG/CNPq),
participante do grupo Transição (UFG) e integrante de outros três re-
gularmente cadastrados no Diretório: Projeto Nacional de Letramen-
tos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia (USP), Rede Cerrado
de Formação Crítica de Professores/as de línguas (UFG) e Perspecti-
vas linguísticas contemporâneas sobre identidade, subjetividade e co-
nhecimento (UFG). Interessa-se por pesquisas na área de Linguística
Aplicada, com ênfase nas perspectivas crítica e decolonial de educação
linguística, mais especificamente endereçadas à análise pragmático-
discursiva articulada aos temas corpo, gênero e/ou raça. E-mail: hel-
[email protected]
318
Sobre os Autores e Autoras
JOÃO KOGAWA
Doutorado (2012) e mestrado (2007) em Linguística e Língua Portu-
guesa pela UNESP – FCLAr e Graduação (2005) em Letras pelo Cen-
tro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé. É professor do
curso de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Univer-
sidade Federal de São Paulo. Atua na área de Linguística com ênfase
em Análise do Discurso. É coordenador do GP/CNPq/Unifesp Semio-
logia & Discurso, do Podiscurso – o podcast da Análise do Discurso e
do projeto de extensão Xadrez no espaço acadêmico. E-mail: ko-
[email protected]
319
Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
LUZMARA CURCINO
Doutora (2006) e Mestre (2003) em Linguística e Língua Portuguesa
pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCLAr), Licenciada em
Letras (2001) pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Reali-
zou pós-doutoramento no Instituto de Estudos da Linguagem na UNI-
CAMP (2016) e no Centro de História Cultural das Sociedades Con-
temporâneas da Université Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
(2017-2018). É professora no Departamento de Letras e no Programa
de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de São Car-
los – UFSCar. Dedica-se, em suas pesquisas, à análise dos discursos
sobre a leitura, atualmente com foco na enunciação das emoções do
‘orgulho’, da ‘vergonha’ e da ‘nostalgia’ relativas a essa prática. É coor-
denadora do Laboratório de Estudos da Leitura (LIRE-UFS-
Car/CNPq) e membro do Laboratório de Estudos do Discurso (LA-
BOR-UFSCar/CNPq). E-mail: [email protected]
MADALENA TEIXEIRA
Doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo/USP
(2012); Doutorado em Linguística e Linguística Aplicada pela Univer-
sidade de Lisboa (2007). Mestrado em Ciências da Educação – Super-
visão Pedagógica em Ensino de Português – Universidade do Minho,
Instituto de Educação: Braga, PT (2004); Graduada em Linguística e
Linguística Aplicada pela Universidade de Lisboa (2000); Graduada
em Letras pela Universidade de Coimbra (1994). Professora do Depar-
tamento de Educação e Psicologia – Universidade de Aveiro. Linguís-
tica, Gramática, Escrita, Ensino da língua, Ensino de professores.
Grupo de Investigação: Linguística: Linguagem, Cultura e Sociedade.
E-mail: [email protected]
321
Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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Sobre os Autores e Autoras
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