Apostila P300

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CONTATOS

www.editoratdb.com.br
(+55) 41 3045-5110
AUTOR
Marcelo Bigardi

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Paulo Fortunato

CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Fábio Ricardo Gioppo
CAPA
André Marques
Roberta Rodrigues
SUMÁRIO

Introdução........................................................................... 5
Aula 1.................................................................................. 11
Aula 2..................................................................................23
Aula 3..................................................................................39
Aula 4..................................................................................57
Aula 5..................................................................................79
Aula 6................................................................................113
Aula 7................................................................................127
Aula 8................................................................................151
Aula 9................................................................................177
Aula 10..............................................................................197
4 | PROJETO 300
INTRODUÇÃO | 5

INTRODUÇÃO

Como começou o “Projeto 300”?

Tudo iniciou, quando na igreja de Curitiba, precisamos enviar


o Pastor André Marques para Foz do Iguaçu. Deus começou a minis-
trar em meu coração, falando-me que havia pessoas dentro da igreja
orando por uma chance de serem treinadas e usadas.

Deus me mostrou pessoas que, se aguentassem um ano, apli-


cando o que estivessem aprendendo, no final daquele período, muitas
coisas já teriam sido mudadas em suas vidas.

Vimos muitas coisas acontecerem com as duas turmas presen-


ciais que iniciamos, e logo senti que deveríamos expandir esse treina-
mento para todas as pessoas que estivessem dispostas a serem trans-
formadas de dentro para fora.

Contudo, a ideia é que essa transformação não acontece como


em um passe de mágica. Acredito que toda mudança começa com a
aplicação daquilo que se aprende, e isso leva tempo. Creio que todos
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nós somos pastores, dentro de nossas áreas de atuação. São sete o total
de áreas em que vivemos como sociedade:
1ª) Família – Lar
Através das famílias, estamos discipulando a próxima geração, para o
bem ou para o mal.

Podemos ter lares cristãos seguindo padrões bíblicos.

2ª) Religião – A igreja


Jesus ordenou aos seus discípulos que discipulassem as nações.
Fazemos isso não estando dentro das igrejas, mas exercendo nosso
papel na sociedade.
A igreja precisa ser o lugar onde nos alimentamos para que possamos
levar o reino de Deus por toda a terra.

3ª) Educação – Escolas


A próxima geração é influenciada diariamente em nossas escolas e
universidades.
Cristãos devem se envolver, escrevendo currículos, ensinando, admi-
nistrando e participando em associações de pais e mestres e como
membros de conselhos escolares.

4ª) Governo – Política


A Bíblia é clara: O povo de Deus deve se envolver em política.
Ap 1.6 = E nos constituiu reis e sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele
a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

Pense nos líderes da nação escolhida por Deus, tais como


Davi, Salomão e os que governaram em países pagãos, como Daniel
e José. Jovens que exercitaram princípios piedosos e eventualmente se
tornaram primeiros ministros.
INTRODUÇÃO | 7

Se Deus levantou líderes piedosos no Egito antigo e na Babi-


lônia, Ele pode fazer isso novamente.
Mas se cristãos desejarem servir em governo, eles terão de enfrentar
uma cova de leões moderna.

Deus usará isso para purificar e edificar o caráter, para produ-


zir seu estilo de líderes: líderes-servos.

5ª) Mídia – Comunicações


Jornalistas são vistos como servidores de causa própria e manipula-
dores. Mas ainda assim, a mídia eletrônica e impressa são cruciais no
modelar da sociedade. Precisamos de cristãos para trazer a verdade
para essa esfera.

6ª) Artes – Entretenimento e esportes


Qualquer território que abandonamos, Satanás preenche. Isso foi o
que aconteceu com o mundo do entretenimento. O drama moderno
nasceu como forma de evangelismo. Peças de teatro medieval sobre
moralidade, ensinando escritura para um público que não sabia ler.
Nós devemos recapturar cada forma de entretenimento para Jesus.
Buscando-O para dar-nos formas criativas de mostrar ao mundo o
autor do drama, espetáculo, beleza, cor, vida, emoção e alegria.

7ª) Economia – Negócios, comércio, ciência e tecnologia.


Jesus sabia que era difícil servir a Deus quando somos abençoados
materialmente. Mas o Senhor quer que seu povo seja bem-sucedido
no mundo dos negócios e sejam missionários ali.
O problema nunca foi o dinheiro, mas se este seria mais importante
para nós do que Deus.
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Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre,


que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus:
Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um,
que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás,
não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho,
honra a teu pai e a tua mãe. Replicou ele: Tudo isso te-
nho observado desde a minha juventude. Ouvindo-o
Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o
que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus;
depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo ele estas palavras,
ficou muito triste, porque era riquíssimo. E Jesus, ven-
do-o assim triste, disse: Quão dificilmente entrarão no
reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil
passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que en-
trar um rico no reino de Deus.
Lc 18.18-25

De igual modo, precisamos de cristãos chamados à ciência e


tecnologia como seus campos missionários.

Nunca antes, uma sociedade pôde fazer tantos milagres tec-


nológicos e mesmo assim estar tão incertas de suas amarras morais.
Você precisa entender que há dois reinos em guerra: luz e trevas. Pre-
cisamos vencer para o reino da luz e o fazemos à medida que nos
movemos para dentro de cada uma dessas sete áreas de influência no
espírito oposto ao de Satanás.

Então:
Onde ele espalha ódio, nós devemos mostrar amor.
Onde a ganância prevalece, devemos dar mais do que qual-
quer outro.
INTRODUÇÃO | 9

Onde a intolerância está ganhando, devemos mostrar lealdade


e perdão.

Nossa oração deve ser: Venha a nós o teu reino, seja feita a tua
vontade em qualquer que seja a área de influência para qual Deus nos
chamou. À medida que discipularmos as nações através do ouvir ao
mestre e a Ele obedecer, seremos usados para dar ao mundo:

• Sistemas econômicos piedosos;


• Formas de governo baseadas na Bíblia;
• Educação ancorada na palavra de Deus;
• Famílias que tenham Jesus como cabeça;
• Entretenimento que mostra a Deus em sua variedade e anima-
ção;
• Mídia baseada em comunicar a verdade em amor;
• E igrejas que enviam missionários para todas as áreas da socie-
dade.

Só assim veremos a grande comissão sendo completada e mi-


lhões entrando no reino. Então, quando um professor está em uma
sala de aula, ele está ministrando. Quando um professor de artes mar-
ciais está dando aula, ele também está sendo instrumento de Deus.
Quando um empresário está crescendo em sua área, adquire auto-
ridade para ministrar pessoas que só ouviriam pessoas iguais a eles.
Quando um médico exerce sua função com excelência, toca pessoas
que nós “normalmente” não tocaríamos.

Conheço um cirurgião vascular o qual afirma que, em sua es-


pecialidade, alguns médicos acham que são deuses, outros têm certeza
disso. Com o tempo, ele me disse que alguns dos médicos mais reno-
mados do Brasil, começaram a chamá-lo de canto e perguntar sobre
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sua vida e sobre seu relacionamento com Deus. Aos poucos, ele está
levando a palavra de Deus a pessoas que não ouviriam qualquer um.
O que isso me mostra? A multiforme sabedoria de Deus.

Em 1991, em um campeonato de skate em São Paulo, um


skatista falou do amor de Deus para mim. E por que eu o ouvi? Por-
que ele andava de skate, igual ou melhor que eu. Acredite, você não
nasceu do jeito que é à toa; e não mora onde mora à toa. Eu realmente
acredito em um mundo melhor através de pessoas melhores.

Billy Graham disse, certa vez, que se somos luz do mundo,


faz sentido que nem todo mundo será um holofote? Que nem todo
mundo terá uma voz ouvida por multidões? Então a ideia é que, por
mais que não sejamos um holofote, podemos ser uma vela e iluminar
o lugar onde estamos.

Levando em conta esse ponto de vista, então podemos mudar


a frase da minha crença para uma cidade melhor através de pessoas
melhores. No entanto, para mudarmos uma cidade, precisamos ver
um bairro mudado. Para vermos um bairro mudado, precisamos ver
famílias mudadas e para vermos famílias mudadas, precisamos ser hu-
mildes para permitir mudanças em nós mesmos.

E esse é o meu objetivo com esse intensivo, pois você jamais


mudará algo que não esteja disposto a confrontar.
Em outras palavras, como vou ver meu mundo mudado, se eu não
percebo as mudanças necessárias dentro de mim? Está disposto a em-
barcar nessa aventura?

Então vamos lá!


AULA 1 | 11
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AULA 1 | 13

Quem é você? Por que você está aqui? Qual é seu propósito?
Essas indagações, além de serem perguntas que fazemos a nós mes-
mos, também fazemos quando iniciamos um relacionamento com
alguma pessoa desconhecida. Sempre que temos a resposta para essas
perguntas, gostamos de saber sobre os princípios e valores de vida
delas, o que é importante para elas e o que impulsiona seu comporta-
mento.

As respostas que essas pessoas dão nos dizem qual é sua iden-
tidade. Pelo menos a identidade que elas querem projetar no mundo.
Como escrito na introdução, acredito em um mundo melhor através
de pessoas melhores. Só que o sucesso ou o fracasso de uma organiza-
ção se baseia na excelência da sua liderança.

Simon Sinek fez uma pesquisa com o corpo de fuzileiros na-


vais dos Estados Unidos e escreveu um livro chamado: “Líderes se
servem por último”. Ele viu que essa organização tem uma cultura
forte e valores compartilhados. Eles compreendem a importância do
trabalho em equipe, criam confiança entre seus membros, mantêm o
foco e o mais importante de tudo, compreendem a importância das
pessoas e dos relacionamentos para o sucesso de suas missões.

Essa organização se encontra em uma posição em que o preço


do fracasso pode ser catastrófico. O fracasso, então, não é uma opção.
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Agora, se você observar uma refeição dos fuzileiros navais, verá que
os jovens são servidos primeiro e os maduros, por último. E isso sem
instrução alguma. Por quê? Porque espera-se que os líderes dos fuzi-
leiros comam por último por colocar a necessidade dos outros acima
das suas.

Os grandes líderes são pessoas que se importam com aqueles


a quem têm o privilégio de liderar. E compreendem que o verdadeiro
preço do privilégio da liderança é pago à custa de seu interesse pes-
soal. Então, ter uma equipe de sucesso, ter uma equipe que vai ser
instrumento de Deus em sua cidade e ter uma equipe que cumprirá
seu papel nas sete áreas de influência da sociedade, vai depender de
líderes que conheçam sua equipe e entendam que elas são muito mais
do que recursos descartáveis.

Em síntese, não basta ter competência profissional para ser


um bom líder, mas os bons líderes precisam se preocupar sincera-
mente com aqueles que foram entregues ao seu cuidado. Jesus só teve
o impacto que teve, porque ele sempre se importou com as pessoas.
Relacionamentos foram a base do ministério de Jesus. Quando há
relacionamentos, os líderes inspiram seus liderados a sonhar com um
futuro melhor, a investir tempo e esforço para aprender mais; e juntos
fazem suas organizações maiores e melhores.

Um líder que cuida de seu pessoal e mantém seu foco no bem-


-estar da organização jamais fracassará. Para que uma organização (ou
uma igreja) tenha sucesso no que faz, precisa seguir o exemplo daque-
las organizações e igrejas que já chegaram aonde elas almejavam che-
gar. Essas organizações excepcionais desenvolvem culturas em que os
líderes oferecem cobertura do alto e no solo - uns cuidam dos outros.

AULA 1 | 15

Precisamos aprender a confiar em nossa equipe. Um verdadei-


ro líder protege a organização das rivalidades internas que possam des-
truir sua cultura. Por isso, quando aprendemos a confiar, aprendemos
a dialogar. Quando uma pessoa não aprende o poder da confiança, ao
invés de proteger o ambiente de rivalidades, ela joga combustível nas
rivalidades e discussões.

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura sus-


cita a ira. A língua dos sábios adorna o conhecimento,
mas a boca dos insensatos derrama a estultícia.
Pv 15.1,2

Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente,


cessa a contenda.
Pv 26.20

Quando estamos em um ambiente onde precisamos ficar nos


protegendo uns dos outros, todos dentro desse ambiente sofrem.
Agora, quando a confiança e a cooperação prosperam internamente,
ficamos unidos e assim a organização fica mais forte. Por que muitas
vezes não há colaboração? Não há confiança? Nem há proteção no
meio das organizações e igrejas? Simplesmente porque as pessoas não
se conhecem. Não conhecem a si mesmas e, consequentemente, não
conhecem o próximo.

Então, como parte do currículo do “Projeto 300”, precisei


recorrer a algumas ferramentas que já usei no TIL – Treinamento
Intensivo de Liderança. Se você já fez essa ferramenta, precisa parti-
cipar como se fosse a primeira vez, porque talvez seus resultados até
possam mudar, dependendo da situação em que você esteja vivendo
atualmente.
16 | PROJETO 300

Mas o que vamos fazer aqui é a abertura - a porta de entrada - para


que aprendamos a conhecer, respeitar e cuidar dos que estão ao nosso
redor.

Preencha a tarefa:

1- EU SOU:
I - Idealista, criativo e visionário 7– MINHA PREOCUPAÇÃO É:
C - Divertido, espiritual e benéfico I - Gerar a ideia global
O- Confiável, minucioso e previsível C - Fazer com que as pessoas gostem
A - Focado, determinado e persistente O - Fazer com que funcione
A - Fazer a tarefa
2- EU GOSTO DE:
A - Ser piloto 8- EU PREFIRO:
C - Conversar com os passageiros I - Perguntar do que responder
O - Planejar a viagem O – Ter todos os detalhes
I - Explorar novas rotas A - Ter vantagens a meu favor
C - Que todos tenham a chance de ser ouvidos
3- QUEM QUISER SE DAR BEM COMIGO:
I - Me dê Liberdade 9- EU GOSTO DE:
O – Me deixe saber suas expectativas A - Fazer progresso
A - Lidere, siga ou saia do caminho C – Construir memórias
C - Seja amigável, carinhoso e compreensivo O - Fazer sentido
I - Tornar as pessoas confortáveis
4- PARA BONS RESULTADOS É PRECISO:
I - Ter incertezas 10- EU GOSTO DE CHEGAR:
O - Controlar o essencial A - Na frente
C - Diversão e celebração C - Junto
A - Planejar e obter resultados O - Na hora
I - Em todo o lugar
5- EU ME DIVIRTO QUANDO:
A - Estou me exercitando 11- UM ÓTIMO DIA PARA MIM É QUAN-
I - Tenho novidades DO
C - Estou com os outros A - Consigo fazer muitas coisas
O -Determino regras C - Me divirto com meus amigos
O - Tudo segue conforme planejado
6- EU PENSO QUE: I - Desfruto de coisas novas e estimulantes
C - Unidos venceremos, divididos perderemos
A - O ataque é a melhor defesa
I - É bom ser manso, mas tenha um porrete
O- Um homem prevenido vale por dois
AULA 1 | 17

12- A MORTE É PARA COMIGO: 19- EU GOSTO DE:


I - Uma grande Aventura I - Complexidade, mesmo se confuso
C – Oportunidade para rever pessoas queridas O - Ordem e sistematização
O - Um modo de receber recompensas C - Calor humano e animação
A - Algo que sempre chega muito cedo A - Coisas claras e simples

13- MINHA FILOSOFIA DE VIDA É: 20- TEMPO PARA MIM É:


A - Sou um ganhador. Mas há perdedores A -Algo que detesto desperdiçar
C – Para eu ganhar, ninguém precisa perder C - Um grande período
O - Para ganhar é preciso seguir regras O - Uma flecha que leva ao inevitável
I – Para ganhar é necessário inventor novas re- I - Irrelevante
gras
21- SE EU FOSSE BILIONÁRIO:
14- EU SEMPRE GOSTO DE: C - Faria doações
I – Explorar novas ideias O - Criaria uma poupança avantajada
O - Evitar surpresas I - Faria o que desse na cabeça
A - Focalizar na meta A - Exibiria bastante com algumas pessoas
C - Realizar uma abordagem natural
22- EU ACREDITO QUE:
15- EU GOSTO DE MUDANÇAS SE: A - O destino é mais importante que a cami-
A - Me der uma vantagem competitiva nhada
C – For divertido e puder ser compartilhado C - A caminhada é mais importante que o des-
I - Me der mais liberdade e variedade tino
O - Melhorar ou me der mais controle O - Um centavo economizado é um centavo
ganho
16- NÃO EXISTE NADA DE ERRADO EM: I - Bastam um navio e uma estrela para navegar
A - Se colocar na frente
C - Colocar os outros na frente 23- EU ACREDITO TAMBÉM QUE:
I - Mudar de ideia A - Aquele que hesita está perdido
O - Ser consistente O - De grão em grão a galinha enche o papo
C - O que vai, volta
17- BUSCO CONSELHOS EM: I - O cego não diferencia sorriso nem careta
A - Pessoas bem-sucedidas
C - Anciões e conselheiros 24 - EU ACREDITO AINDA QUE:
O - Autoridades no assunto O - É melhor prudência do que arrependimento
I - Outros lugares, mesmo que estranhos I - A autoridade deve ser desafiada
A - Ganhar é fundamental
18- MEU LEMA É: C - O coletivo é mais importante do que o in-
I – Fazer o que precisa ser feito dividual
O - Fazer bem feito
C - Fazer junto com o grupo 25- EU PENSO QUE:
A - Simplesmente fazer I - Não é fácil ficar encurralado
O - É preferível olhar, antes de pular
C - Duas cabeças pensam melhor do que uma
A - Se não sabe competir, fique em casa
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Segundo passo:
Some a quantidade de cada letra e multiplique por 4.

I____x4=____

O____x4=____

C____x4=____

A____x4=____
AULA 1 | 19

ÁGUIA (I)
LEMA: FAZER DIFERENTE

COMPORTAMENTO:
Criativo, intuitivo, dita tendências, distraído,
curioso e flexível.

PONTOS FORTES:
Provoca mudanças radicais.
Antecipa o futuro, Altamente criativo.

PONTOS A MELHORAR:
Falta de atenção para o aqui e o agora.
Impaciência e rebeldia,
Defende o novo pelo novo.

MOTIVAÇÕES:
Liberdade de expressão.
Ausência de controles rígidos.
Ambiente de trabalho descentralizado. Liberdade para fazer exceções
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HOMEM (C)
LEMA: FAZER JUNTO

COMPORTAMENTO:
Sensível, relacionamentos, time, tradicionalista,
contribuição, busca harmonia, delega autoridade.

PONTOS FORTES:
Mantém a comunicação harmoniosa.
Desenvolve e mantém a cultura empresarial e comunicação aberta.

PONTOS A MELHORAR:
Esconde conflitos. Felicidade acima dos resultados.
Manipulação através dos sentimentos.

MOTIVAÇÕES:
Segurança e aceitação social.
Construir o consenso.
Reconhecimento da equipe. Supervisão compreensiva. Ambiente har-
mônico, trabalho em grupo.
AULA 1 | 21

LEÃO (O)
LEMA: FAZER CERTO

COMPORTAMENTO:
Detalhista, organizado, estrategista, busca do conhe-
cimento, pontual, conservador, previsível.

PONTOS FORTES:
Passado, presente e futuro. Consciência, conformidade e qualidade. Le-
aldade e segurança. Regras e responsabilidades.

PONTOS A MELHORAR
Dificuldades de se adaptar às mudanças, pode impedir o progresso,
detalhista e demasiadamente sistematizado.

MOTIVAÇÕES:
Certeza, compreensão exata de quais são as regras. Conhecimento es-
pecífico do trabalho. Ausência de riscos e erros. Ver o produto acabado
- começo, meio e fim.
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BOI (A)
LEMA: FAZER RÁPIDO

COMPORTAMENTO:
Senso de urgência, ação, iniciativa, impulsivo, prático,
vence desafios, aqui e agora, auto - suficiente, não gos-
ta de delegar poder.

PONTOS FORTES:
Faz que ocorra. Para com a burocracia. Altamente motivado.

PONTOS A MELHORAR:
Socialmente um desastre. Relacionamento complicado. Faz do modo
mais fácil.

MOTIVAÇÕES:
Liberdade para agir individualmente.
Controle das próprias atividades.
Resolve os problemas do seu jeito.
Competição individual.
Variedade de atividades.
Não ter que repetir a tarefa.
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AULA 2 | 25

Você se importa com sua vida? Como vimos no vídeo, essa


pergunta é ainda mais profunda. Pois se você se importa, não pode
se dar ao luxo de parar o processo de crescimento em sua vida. Meu
papel aqui é auxiliar seu crescimento como pessoa, tornando-o um lí-
der melhor dentro de sua área de atuação. Mas a questão é que, como
vimos na primeira aula, somos diferentes e temos personalidades di-
ferentes.

Quando aprendemos a respeitar as diferenças nas outras pes-


soas, aprendemos a respeitar cada função em nossas vidas. Sim, você
jamais administrará seu dia com excelência, se não aprender a respei-
tar cada função que lhe é exigida. Quero ir mais fundo nesse raciocí-
nio.
Todos temos 24 horas por dia e precisamos administrá-las
para cumprirmos todas nossas funções. A questão é que não se trata
apenas de administração das horas do dia, mas sim da administração
das emoções. Porque não adianta eu estar em uma tarefa, com a cabe-
ça em outra.

Não adianta eu estar em casa, pensando no trabalho. Não


adianta eu estar no trabalho, pensando na casa. Não adianta eu estar
26 | PROJETO 300

nos estudos, preocupado com as mensagens do Whatsapp; ou respon-


dendo mensagens, pensando nas contas que terei que pagar amanhã.

Nosso dia é hiper, mega corrido e, muitas vezes, estamos per-
mitindo vazamentos de energia em nosso dia a dia. Quero ajudá-lo a
enxergar isso melhor.

Preencha a Ferramenta Tríade do Tempo.


AULA 2 | 27

TRÍADE DO TEMPO
Christian Barbosa

1. NUNCA 2. RARAMENTE 3. ÀS VEZES


4 . Q UA S E S E M P R E 5 . S E M P R E

Tenho realizado tarefas que não trazem resultados pessoais


1 nem profissionais por: comodidade, necessidade, ordens su- 12345
periores ou falta de opção.

Não consigo terminar tudo ao que me propus durante o dia,


2 por isso preciso fazer hora-extra ou levar trabalho para casa. 12345

Minhas tarefas diárias sofrem muitas interrupções em razão


de emails, facebook, twitter, msn..., saídas sem propósito,
3 telefonemas, conversas dispensáveis e atividades sem muita 12345
importância.

Costumo visitar com regularidade pessoas relevantes em mi-


4 nha vida - amigos, parentes, filhos. 12345

Costumo resolver problemas e urgências que ocorrem ines-


5 peradamente em meu dia a dia. 12345

Costumo aceitar facilmente as tarefas que outras pessoas me


6 pedem. 12345

Consigo reservar tempo para o esporte, lazer e atividades


7 pessoais. 12345

Tenho o hábito de deixar para a última hora a conclusão de


8 muitas atividades a que me proponho. 12345

Estabeleço metas bem específicas e passos para alcançá-las


9 com relação aos sonhos que desejo realizar no curto, médio 12345
e longo prazo.
28 | PROJETO 300

URGÊNCIA
CONJUNTO A
PERGUNTA
2
5
8
TOTAL A =

IMPORTÂNCIA
CONJUNTO B
PERGUNTA
4
7
9
TOTAL B =

CIRCUNSTANCIAL
CONJUNTO C
PERGUNTA
1
3
6
TOTAL C =

TOTAL GERAL (A+B+C) = ________


AULA 2 | 29

Esfera de importância:

TOTAL B x 100
___________________
total geral

Esfera de urgência:

T OTA L A x 1 0 0
___________________
total geral

Esfera de ciscunstância:

TOTAL C x 100
___________________
total geral

TRÍADE IDEAL

IMPORTANTE 70%

URGENTE 20%

CIRCUNS-
TANCIAL
10%
30 | PROJETO 300

A Tríade do Tempo é um modelo atualizado de classificação


que mostra, gráfica e percentualmente, a forma como você utiliza suas
horas. O tempo está extremamente relacionado com o número três.
São três os ponteiros do relógio, os períodos temporais (passado, pre-
sente e futuro), (manhã, tarde, noite). São três os elementos do átomo
(prótons, nêutrons e elétrons). O número três também é a base da
Trindade Cristã (Pai, Filho e Espírito Santo). O tempo é uma tríade
composta de:

• Atividades importantes
• Atividades urgentes
• E atividades circunstanciais

Vamos ver cada uma delas:

Esfera Importante:

Refere-se a todas as atividades que você faz e são relevantes
em sua vida. Aquelas que trazem resultado de curto, médio e longo
prazo. É a esfera da estrada certa, pela qual você conduz seu carro e
sabe que, na linha de chegada, estará realizado. Só repare que coisas
importantes, que têm prazo de execução, nunca são urgentes. Vamos
a um exemplo aqui:
A consulta a um cardiologista para um check-up é uma tarefa
importante que deve feita em determinado período e marcada com
antecedência. Agora, se você sofrer um infarto, a consulta ao cardio-
logista já não será mais importante, ela passa a ser urgente.
Nesse caso, uma tarefa importante pode se tornar urgente se
não for cumprida no tempo previsto.
AULA 2 | 31

Esfera da Urgência:

Abrange todas as atividades para as quais o tempo está curto
ou se esgotou. Essa esfera são as exigências que chegam em cima da
hora, não podem ser previstas e que geralmente causam pressão e es-
tresse. Exemplos: Relatórios inesperados, esquecimentos, problemas
de saúde, reuniões emergenciais. Como estamos muito acostumados
com as urgências da vida, acabamos por adiar o que é importante e só
realizamos isso quando se torna urgente e extremamente necessário.
Exemplos: Quando você vai ao dentista? Quando você leva o carro
para consertar? Quando faz aquele planejamento importante? Infe-
lizmente a negligência diante das coisas importantes conduz nossa
rotina a um frequente regime de urgência.

A Esfera Circunstancial:

Cobre as atividades desnecessárias ou excessivas. São os gastos


inúteis de tempo - tarefas feitas por comodidade ou por serem social-
mente apropriadas. É a esfera da estrada que não leva a lugar nenhum
e que não traz nenhum resultado, apenas frustrações.
Exemplos: Uso exagerado da internet e redes sociais, certas festas, reu-
niões sem propósito, e-mails e mensagens que veiculam brincadeiras,
horas incontáveis perdidas diante do Youtube ou Netflix e conversas
fúteis.

Um ponto importante (e diferente) da Tríade do Tempo em


relação a outros conceitos é o fato de que as esferas não se misturam.
Logo, não existe nada que seja importante e urgente ao mesmo tem-
po. Se for importante, tem prazo, não gera estresse nem exige atenção
imediata.
32 | PROJETO 300

A tarefa urgente pode ter sido importante um dia, mas a partir


do momento em que foi adiada, deslocou-se automaticamente para a
esfera da emergência. Quando você separa o importante do urgente
em sua vida, em seu tempo e em sua equipe, fica muito mais fácil en-
tender e resolver os problemas e a forma como você utiliza seu tempo.
Vamos aos resultados:

Se o resultado da sua Tríade ficou assim:

• Primeiro Urgente
• Segundo Circunstancial
• Terceiro Importante

Então você é um Super Homem.

A Tríade do Super Homem tem a esfera da urgência com a


maior percentagem.

A segunda maior é a esfera das circuntâncias.


O gráfico da tríade é parecido com este modelo.

URGENTE
CIRCUNSTANCIAL

IMPORTANTE
AULA 2 | 33

Quem tem esse tipo de tríade tem a tendência de viver salvan-


do a humanidade, vive resolvendo crises e problemas urgentes que
aparecem no dia a dia, gosta de ajudar os outros com tudo e apagar
incêndios já é tão comum que ele acredita que isso seja normal. É
um tipo de pessoa que considera relaxante as horas, que dorme em
excesso, curte as horas prolongadas com os amigos e o tempo gasto
em atividades fúteis.
Pode ter como resultado: estresse, cansaço, depressão, insegurança e
doenças.

Se o resultado da sua Tríade ficou assim:

• Primeiro Circunstancial
• Segundo Urgente
• Terceiro Importante

Então você é um Hommer Simpson.


A Tríade do Hommer Simpson tem a esfera da circunstâncias com a
maior percentagem. A segunda maior é a esfera da urgência. O gráfico
da tríade é parecido com este modelo.

CIRCUNSTANCIAL
URGENTE

IMPORTANTE
34 | PROJETO 300

Se você recordar alguns episódios dos Simpsons, pode identi-


ficar que o Hommer tem uma vida de circunstâncias. Faz o que é so-
cialmente aceitável. Trabalha na fábrica, porque nunca conseguiu um
emprego melhor (mas não faz nada para tentar sair de lá). Ele é um
escravo do destino. Vive o que surge e não busca algo melhor para si.
Este é um tipo de pessoa sem plano, sem projeto. Não tem tempo de
ouvir funcionários ou de atender fornecedores, pois divide suas horas
entre as festas, reuniões e as urgências que aparecem.

Se for esse seu caso, fica uma dica: Não deixe sua vida ao acaso.
Está na hora de mudar, de assumir uma posição de piloto e de lutar
pelos seus sonhos.

Se o resultado da sua Tríade ficou assim:

• Primeiro empatado com o segundo: Circunstancial e Urgente


• Terceiro Importante

Então você é um Equilibrista.


Possui percentagens muito semelhantes das esferas da circuns-
tância e da urgência. O gráfico da tríade é parecido com este modelo.

CIRCUNSTANCIAL URGENTE

IMPORTANTE
AULA 2 | 35

A imagem do equilibrista de pratos é perfeita para essa com-


posição. Aqui se encontram os maiores casos de estresse, pois essas
pessoas absorvem, além das urgências, todas as circunstâncias que
aparecem. Geralmente dizem poucos “nãos” e quase não têm o hábi-
to do planejamento. Saem do trabalho esgotados, sentindo dores nos
olhos, na cabeça e nas costas.

Chegam em casa sem energia para estudar, para ficar com a fa-
mília ou para fazer exercícios. Estão sempre ocupados e preocupados.
Contudo são pessoas maravilhosas e sempre disponíveis. Mas aqui
entra o engano. Essa pessoa acha que, por ser bem quista e sempre
estar disponível, está fazendo bem para si mesma.

Existe uma máxima em administração do tempo que diz: Se
você precisar fazer alguma coisa, solicite a pessoa mais ocupada do
escritório, pois ela vai dar um jeito de fazer essa tarefa para você.

Se o resultado da sua Tríade ficou assim:

• Primeiro Importante
• Segundo Circunstancial
• Terceiro Urgente

Então você é um Homem de Ferro.

A Tríade do Homem de Ferro tem a esfera da Importância


com a maior percentagem. A segunda maior é a esfera das circuntân-
cias. O gráfico da tríade é parecido com este modelo.
36 | PROJETO 300

IMPORTANTE
CIRCUNSTANCIAL

URGENTE

Tony Starks (o Homem de Ferro) não é um homem de super-


poderes natos, mas sim, um profissional estrategista e hiper esforçado.
Ele é um personagem comum, contudo dotado de grande inteligên-
cia e principalmente de planejamento. Seu único problema é exagerar
um pouco nas liberdades, festas, brincadeiras, lazer sem motivo, os-
tentação do ego e redes sociais.

Quem tem esse tipo de tríade se sai bem na vida, no entanto


poderia experimentar maravilhosamente do extraordinário. Pode ter
como resultados: boa relevância social e grandes resultados a médio e
longo prazo.

Se o resultado da sua Tríade ficou assim:

• Primeiro Importante
• Segundo Urgente
• Terceiro Circunstancial
AULA 2 | 37

Então você é Poderoso Thor.

A Tríade do Super Poderoso Thor tem a esfera da Importância


com a maior percentagem. A segunda maior é a esfera da urgência.
O gráfico da tríade é parecido com este modelo.

IMPORTANTE

URGENTE

C I RC U N S -
TANCIAL

Talvez você esteja se perguntando se existe uma tríade ideal e


uma composição perfeita. A resposta a essa pergunta é “sim”. Existe
uma tríade ideal e você está nela. Você atua como um ativo herói na
terra, e como um profissional de grande valor. Você é alguém que
se prepara com habilidade para o combate e age com planejamento.
Você é a personificação da vida de um guerreiro. Seu legado se esten-
derá por gerações.

Vamos à tarefa:

Você precisa responder em casa este exercício. Isso é entre você e Deus.

1. Fale para você mesmo o que não aceitará mais em sua vida?
38 | PROJETO 300

2. Qual é a área problemática (circunstancial ou urgente) da sua trí-


ade?

3. O que você pode planejar para evitar essa tríade problemática?

4. O que é realmente importante em sua agenda e afazeres diários?

5. E o que você vai fazer para ter um dia verdadeiramente produtivo?

6. Quais atividades em sua profissão ou vida pessoal estão sempre


urgentes?

7. O que você tem adiado ou postergado?

8. É possível pedir a alguém que o ajude com essas atividades?

9. Você é preocupado em conseguir a aprovação das pessoas?

10. Precisa aprender a dizer “não” para algo ou alguém?

11. O que você ganha tendo um bom planejamento?

12. E o que fará de prático para uma ótima gestão de tempo?


AULA 3 | 39
40 | PROJETO 300
AULA 3 | 41

Por que estamos falando tanto sobre pessoas? Por que estamos
fazendo tantos exercícios sobre nossas vidas? Porque somos egoístas
ou por que estamos querendo ter relevância na sociedade? Deus nos
chamou para sermos Reis e Sacerdotes e para sermos Embaixadores
do Seu Reino na Terra.

Agora, jamais seremos bons embaixadores se não aprendermos


a nos conhecer, para que possamos trabalhar bem com outras pessoas.
Jamais iremos longe sozinhos, pois Deus não nos fez para andarmos
isoladamente. Entenda que todo o dom que você não tem, está em
alguém no seu lado.

Agora, como extrair esses dons se eu não consigo conviver


com pessoas que pensam diferente de mim? Quero lhe fazer uma
pergunta: seu ambiente de trabalho é saudável?

Lembram-se das sete áreas de atuação, que falamos na


primeira aula?

1ª) Família – Lar


2ª) Religião – A igreja
3ª) Educação – Escolas
4ª) Governo – Política
5ª) Mídia – Comunicações
6ª) Artes – Entretenimento e esportes
42 | PROJETO 300

7ª) Economia – Negócios, comércio, ciência e tecnologia.

Então vamos nos aprofundar nessa pergunta:

• Seu ambiente em casa com seu cônjuge é saudável?


• Seu ambiente em casa com os filhos é saudável?
• Seu ambiente no trabalho é saudável?
• Seu ambiente em seu ministério da igreja é saudável?
• Seu ambiente na célula é saudável?

Muitas vezes, o ambiente se torna horrível, simplesmente por-


que não entendemos os outros. Gostaria de chamar sua atenção para
o fato de que, mesmo sabendo que as pessoas são diferentes, muitos
ainda estão tristes ao seu lado. E por quê? Porque não se sentem valo-
rizados.

Existe um livro chamado: “As cinco linguagens da valorização


pessoal no ambiente de trabalho” de Gary Chapman e Paul White,
e quero estudar com vocês sobre o que aprendi através desse livro.
Algumas pesquisas mostram que a maioria das pessoas que deixa o
emprego faz isso porque não se sente valorizada. Algo no fundo da
psique humana clama por apreciação, e quando essa necessidade não
é atendida, a satisfação no trabalho diminui.

Uma pessoa disse, certa vez, ao ser questionada o motivo de


seu pedido demissão, ela respondeu:

Não tem a ver com dinheiro. É que não importa o que eu faça, por
quanto tempo eu trabalhe ou qualquer coisa que realize, nunca ouço
nada positivo. Por outro lado, vemos pessoas que dizem assim: Nin-
guém conseguiria me levar para trabalhar em nenhum outro lugar,
AULA 3 | 43

não importa quanto pudessem me pagar.

Então surge uma pergunta: Existe uma fórmula para fazer as


pessoas do nosso lado se sentirem valorizadas? A resposta é não! Pois a
realidade é que aquilo que faz com que uma pessoa se sinta apreciada
e valorizada não faz, necessariamente, com que outra pessoa se sinta
assim. Por isso, quero falar com vocês sobre: “MOTIVAÇÃO ATRA-
VÉS DA VALORIZAÇÃO PESSOAL”.

A maioria de nós concorda que a vida é muito mais agradável


quando nos sentimos apreciados pelas pessoas com quem trabalha-
mos. A maioria de nós quer ter a certeza de que aquilo que estamos
fazendo é importante. Se ninguém nota o compromisso de uma pes-
soa em fazer bem o seu trabalho, a motivação tende a diminuir com
o passar do tempo.

Stephen Covey, autor do livro “Os 7 hábitos das pessoas alta-


mente eficazes”, afirma: Depois da sobrevivência física, a maior ne-
cessidade humana é a sobrevivência psicológica. Ou seja, ser com-
preendido, afirmar-se, receber incentivo e ser amado. Quando os
relacionamentos não são nutridos por um senso de apreciação, os
resultados são previsíveis. Há falta de conexão entre os membros da
equipe. Há tendência ao desânimo e há muita reclamação sobre seu
trabalho, seus colegas e seus superiores. Por isso apenas dizer “obriga-
do” não funciona.

Os pesquisadores descobriram que tentativas de comunicar


apreciação de forma generalizada não são eficientes. As pessoas que-
rem que a apreciação seja genuína e para que a apreciação produza
impacto, ela precisa ser vista como algo valioso por quem a recebe.
44 | PROJETO 300

Dessa forma, cada pessoa tem sua principal linguagem de va-


lorização pessoal no ambiente de trabalho. Nosso desafio como líderes
é saber quais ações acertam o alvo e conseguem comunicar apreciação
de modo eficiente a determinado membro da equipe.

Você conhece o livro: “As cinco linguagens de amor”? O au-


tor comenta que há cinco linguagens através das quais nos sentimos
amados por nossos cônjuges. E quando erramos a linguagem, há con-
fusão.
Por quê? Porque você está querendo comunicar amor ao seu cônjuge
em uma linguagem que não faz sentido para ele. As cinco linguagens
são:

1. Palavras de afirmação
2. Tempo de qualidade
3. Atos de serviço
4. Presentes
5. Toque físico

Tenho aprendido que comunicação não é o que falamos, e


sim o que o outro entende. Quando o assunto é trabalho em equipe
a ideia é a mesma. Talvez você esteja dando o seu máximo para tentar
valorizar o pessoal da sua equipe, mas mesmo assim, de vez em quan-
do, chega um e diz que vai sair do seu ministério porque está meio
triste. Isso acontece porque a pessoa não se sente valorizada. Isso não
significa que você não tenha dado o seu melhor, mas que você não se
comunicou da forma que a pessoa entendesse.

Quero que você preencha a ficha para descobrir qual sua lin-
guagem de valorização no ambiente de trabalho.
AULA 3 | 45

Preenchimento

Em cada conjunto de declarações, dê uma nota de importân-


cia (1= maior valor, 4= menor valor). Em alguns casos, você pode
considerar que duas declarações são igualmente importantes. Tente
priorizá-las e não repetir notas em itens diferentes.

NOTA
Sinto-me apreciado quando alguém me dá %1
atenção total.
Sinto-me apreciado quando outras pessoas me
&1
ajudam com o trabalho ou com projetos.
Sinto-me apreciado quando me dizem quanto
*1
meu trabalho foi valorizado.
Sinto-me apreciado quando recebo presentes por
#1
um trabalho bem realizado.

NOTA
Se estou tendo um dia difícil, sinto-me encora-
*2
jado quando alguém me elogia.
Se estou tendo um dia difícil, sinto-me encora-
jado quando alguém escuta minhas preocupa- %2
ções.
Se estou tendo um dia difícil, sinto-me enco-
rajado quando recebo um pequeno presente de #2
um colega.
Se estou tendo um dia difícil, sinto-me encora-
jado quando outras pessoas me ajudam a con- &2
cluir uma tarefa.
46 | PROJETO 300

NOTA
Sinto-me importante quando pessoas separam
tempo e dedicam esforço para me comprar um #3
presente.
Sinto-me importante quando alguém me diz
*3
quanto aprecia o trabalho que realizo.
Sinto-me importante quando as pessoas à minha
volta me ajudam com as tarefas que precisam ser &3
realizadas.
Sinto-me importante quando meus colegas deci-
dem passar um tempo comigo. %3

NOTA
Se não me percebo apreciado por aqueles que
estão ao meu redor, sinto- me melhor quando &4
alguém me ajuda a terminar uma tarefa.
Se não me percebo apreciado por aqueles que
estão ao meu redor, sinto- me melhor quando
#4
recebo um pequeno presente (uma cartão bem
humorado, uma sobremesa).
Se não me percebo apreciado por aqueles que
estão ao meu redor, sinto- me melhor quando
%4
passo algum tempo com uma pessoa importante
pra mim.
Se não me percebo apreciado por aqueles que
estão ao meu redor, sinto- me melhor quando
*4
sou elogiado pelo trabalho que faço.
AULA 3 | 47

NOTA
Sinto-me valorizado quando outras pessoas tra-
&5
balham comigo para finalizar algum projeto.

Sinto-me valorizado quando recebo um presente


#5
de um amigo ou de um colega de trabalho.

Sinto-me valorizado quando passo um tempo


%5
com uma pessoa que é importante para mim.

Sinto-me valorizado quando aqueles que tra-


balham comigo me dizem que estou realizando *5
um bom trabalho.

Pontuação

1. Insira os valores numéricos de cada nota no quadro abaixo.

%1 %2 %3 %4 %5 Total para tempo de qualidade

&1 &2 &3 &4 &5 Total para atos de serviço

*1 *2 *3 *4 *5 Total para palavras de afirmação

#1 #2 #3 #4 #5 Total para presentes


48 | PROJETO 300

2. Perceba que a MENOR pontuação é sua linguagem da valorização


pessoal preferida.

Anote aqui as linguagens em ordem de preferência, do ME-


NOR para o MAIOR valor total.

Linguagem nº 1:________________________________________
Linguagem nº 2:________________________________________
Linguagem nº 3:________________________________________
Linguagem nº 4:________________________________________

A linguagem nº 1 é sua linguagem de valorização pessoal prin-


cipal; a linguagem nº 2 é sua linguagem secundária, e a linguagem nº
4 é sua linguagem menos significativa. É possível que algumas pessoas
marquem a mesma pontuação total para duas linguagens. De acordo
com esse questionário, isso apenas quer dizer que você valoriza essas
linguagens igualmente. Você provavelmente verá que, em algumas
situações (ou com algumas pessoas), você valoriza mais uma dessas
linguagens e, em situações diferentes e com pessoas diferentes, a outra
linguagem é mais importante para você.

Vamos estudar essas linguagens no convívio com outras pesso-


as.

PALAVRAS DE AFIRMAÇÃO

Palavras de afirmação representam a linguagem por meio da
qual as palavras são usadas a fim de comunicar uma mensagem posi-
tiva a outra pessoa. Quando fala essa linguagem, você está apoiando
verbalmente uma característica positiva de alguém. Uma das formas
de expressar palavras de afirmação é através de um elogio verbal.
AULA 3 | 49

Agora, aqui está o cuidado que precisamos ter, pois o elogio


tem que ser concentrado em uma tarefa específica. Se você apenas
disser: “Bom trabalho, pessoal!”. Isso é muito superficial para quem
tem essa linguagem de valorização. Quando você for elogiar alguém,
elogie por algo pontual. Por isso entenda que, para ser significativo, o
elogio deve ser específico.

Outra forma de praticar palavras de afirmação é através do


“foco na personalidade”. A personalidade é nossa maneira usual de
abordar a vida. Se entendermos nossos próprios padrões de perso-
nalidade, poderemos aprender a jogar de acordo com nossos pontos
fortes. Quando um líder observa traços positivos de personalidade e
os afirma verbalmente, ele ajuda o indivíduo a agir de acordo com
seus pontos fortes. Por exemplo: “Uma das coisas que admiro em você
é que está sempre otimista. Às vezes fico desanimado, mas quando
converso com você fico com uma perspectiva mais positiva”.

Como e onde afirmar?



Não existem apenas modos de expressar “palavras de afirma-
ção”, mas também há inúmeros cenários.

• Reconhecimento pessoal, individual.


• Elogio diante de outras pessoas.
• Afirmação por escrito.
•Afirmação pública.

Tem como errar nisso? Sim! Através de Elogios Vazios. Seu


tom de voz pode comunicar algo assim: “Estou dizendo essas pala-
vras, mas não estou falando sério”.
50 | PROJETO 300

TEMPO DE QUALIDADE

Quando falamos “tempo de qualidade”, estamos querendo


dizer sobre “atenção total à pessoa”. Então o elemento-chave não é
a proximidade, mas a atenção total. Uma das formas de expressar
tempo de qualidade é através da conversa de qualidade. Conversa de
qualidade significa que estou procurando criar um ambiente seguro
no qual você possa contar suas realizações, frustrações e sugestões.

Nisso, precisamos entender que um relacionamento exige que


se escute com empatia, com o propósito de entender o que se passa
dentro da outra pessoa. Aprender a ouvir é tão difícil quanto aprender
outro idioma. Mas esse aprendizado é necessário se quisermos contar
com uma equipe que se sinta apreciada.

Em relação à “arte de ouvir”, quero lhe dar algumas sugestões:

• Mantenha contato visual.


• Resista à tentação de olhar para o teto ou para o chão. Man-
ter contato visual evita que sua mente divague e comunica à outra
pessoa que ela tem sua plena atenção.
• Não faça outras coisas enquanto estiver ouvindo. Lembre-se
de que tempo de qualidade é dar a alguém sua atenção total.
• Ouça sentimentos e pensamentos. Enquanto estiver ouvin-
do, pergunte a si mesmo: “Que emoção a pessoa está experimentan-
do?
• Reconheça os sentimentos da pessoa ainda que você discorde
das conclusões a que ela chegou. Ignorar as emoções é desprezar uma
parte significativa de nossa humanidade.
• Observe a linguagem corporal. Punhos fechados, mãos trê-
mulas, lágrimas, sobrancelhas franzidas e movimento rápido dos
AULA 3 | 51

olhos podem lhe dar dicas da intensidade de sentimentos.


• Resista à tentação de interromper.

O entendimento constrói relacionamentos positivos, mas a


atitude defensiva cria inimigos.
Não estou dizendo que não haja espaço para você compartilhar suas
próprias ideias e sentimentos, mas se você quer expressar “tempo de
qualidade”, o primeiro foco é sobre os pensamentos e sentimentos das
pessoas. Tão logo você tenha ouvido bem, poderá compartilhar sua
perspectiva.

Quando ambas as partes se ouvem com empatia, isso estimula


e provoca sentimentos de apreciação para quem tem como linguagem
principal o tempo de qualidade. Para expressar essa linguagem você
também pode:

• Almoçar juntos para conversar sobre questões de trabalho.


• Almoçar juntos apenas por diversão.

• Dar uma passada na sala do outro e perguntar como andam


as coisas.
• Divertir-se durante o final de semana.
• Promover um encontro fora do ambiente de trabalho.
• Reunir-se para assistir a eventos esportivos.
• Dar uma de “ET” e ligar de vez em quando.

ATOS DE SERVIÇO

O pessoal que se sente valorizado através de “atos de serviço”
tem a seguinte perspectiva:
52 | PROJETO 300

“Não me diga que você se importa, mostre-me!”. Para eles, as ações


falam mais alto que as palavras, portanto, dar a eles um presente ou
fazer elogios verbais costumam ser atitudes recebidas com indiferença.
Seu pensamento é: “Uma pequena ajuda é o que seria realmente útil”.

Como servir com eficiência?

• Certifique-se de que suas próprias responsabilidades serão


cumpridas antes de se oferecer para ajudar outras pessoas. Algumas
pessoas querem tanto ajudar os outros, que acabam abandonando o
se próprio posto.
• Pergunte antes de ajudar. Mesmo que você saiba que a lin-
guagem da pessoa é atos de serviço, não faça nada sem antes verificar
se a pessoa quer mesmo sua ajuda. Se você ajudar uma pessoa dessas
sem que ela queira, ao invés de incentivo, você estará criando tensão.
• Sirva voluntariamente. Não espere que alguém lhe peça para
fazer. Se você quer que essa atitude seja recebida como uma lingua-
gem de valorização, aja primeiro.
• Analise sua atitude. Quando optar em ajudar alguém, cer-
tifique-se de que você é capaz de realizar a tarefa com uma atitude
positiva e alegre.
• Se é para ajudar, faça do jeito da outra pessoa. Às vezes, você
vai ajudar, mas quer dar mais palpite do que realmente auxiliar, então,
se é para demonstrar valorização, pergunte como a pessoa quer que
você a ajude.
• Termine o que começou. Para as pessoas que se importam
com os atos de serviço, uma maneira de não incentivá-las é começar
a tarefa e então deixá-la incompleta. Se você vai ajudar, certifique-se
de que irá terminar a tarefa. Mas existe uma exceção a esse princípio.
Antes de começar, diga quais são os limites do seu tempo. Você pode
dizer: Tenho duas horas em tal dia para ajudar.
AULA 3 | 53

Algumas sugestões de como ajudar:

• Ficar até mais tarde para ajudar alguém a concluir uma tare-
fa.
• Oferecer-se para fazer uma tarefa mais humilde.
• Candidatar-se a fazer um trabalho que um colega não gosta.
• Levar comida para alguém da equipe que está “atolado” de
trabalho.

PRESENTES

Dar o presente certo para a pessoa certa é uma das principais
razões pelas quais muitos líderes não dão mais presentes de Natal
ou de aniversário. Só que, eliminar totalmente a oferta de presentes
como expressão de apreciação, faz com que muitos empregados não
se sintam apreciados. Então a ideia é: devo basicamente dar presentes
àquelas pessoas que realmente apreciam isso.

Se receber presentes é a linguagem menos importante


de valorização de uma pessoa, então se você falar a linguagem dela, o
incentivo terá maior impacto.

Outro detalhe - dê algo que a pessoa valorize. Alguns podem


dizer: Não tenho tempo para descobrir quem gosta do quê, então
vou dar qualquer presente. Isso, com certeza, fará com que alguns se
sintam profundamente desprezados. Antes de presentear, pergunte-
-se: de que essa pessoa gosta? Quais são seus interesses? O que a faria
se sentir especial e apreciada? O presente significativo se encaixa na
categoria de “experiências” e não de “coisas”.
54 | PROJETO 300

Alguns presentes significativos:

• Ingressos para eventos esportivos.


• Vales para uso em restaurantes.
• Pequenas férias.

Quando você encontra o tipo certo de presente, a pessoa se


sente encorajada e energizada para continuar a dar o seu melhor.

TOQUE FÍSICO

Bom, precisamos entender algo aqui: os toques não são todos


iguais. Quando alguém se afasta, fisicamente de você, isso costuma
indicar que existe um distanciamento emocional entre vocês dois.
Em nossa sociedade, o aperto de mão é uma maneira de comunicar
abertura e proximidade social, portanto, quando um homem recusa
apertar a mão de outro, isso significa que as coisas não estão bem en-
tre eles. Contudo, existem toques implícitos e explícitos.

Toques implícitos são sutis, duram apenas um instante e cos-


tumam acontecer sem que se pense muito neles.

• Um tapa nas costas.


• Um rápido aperto de mão.
• E um “yes!”.

Agora, os toques explícitos, normalmente, exigem mais aten-


ção e tempo. Um aperto de mão prolongado, quando você ainda diz:
“Eu realmente gostei de você.” Isso pode ser simples, mas para quem
tem essa linguagem de valorização é tudo de que ela precisa para se
sentir valorizada. Mas nem todo mundo gosta de toque físico. Então
AULA 3 | 55

perceba a reação após um toque em alguém e cuidado com os toques,


para não soar assédio.
56 | PROJETO 300
AULA 4 | 57
58 | PROJETO 300
AULA 4 | 59

Vamos continuar falando sobre trabalho em equipe. Esse as-


sunto é tão importante, que o próprio Jesus, mesmo sendo Deus,
montou sua própria equipe. Jesus passou três anos ensinando de perto
aqueles 12 discípulos, e o resultado é que hoje estamos aqui, sim-
plesmente pelo poder do trabalho em equipe. Jesus jamais desprezou
as pessoas que estavam ao seu lado e que acreditaram n’Ele desde o
início.

Então, responda-me algo:

Qual o valor que você dá a habilidade de se relacionar com os


outros?

Não importa o que você queira fazer, se você não é capaz de


alcançar o sucesso junto com outras pessoas, então você não o alcan-
çará. Muitas pessoas caem na armadilha de achar que os relaciona-
mentos não são prioridades.

Guarde uma frase: Sucesso ou fracasso é essencialmente uma


questão de relacionamentos humanos. Outra frase importante: Con-
forme os relacionamentos ganham importância, em termos profis-
sionais, mais eles se tornam decisivos em termos pessoais. Então fica
outra pergunta:
Será que estamos prontos para os relacionamentos?
60 | PROJETO 300

É preciso gente saudável, em termos relacionais, para cons-


truir grandes relacionamentos. Quero falar sobre alguns princípios de
relacionamentos:

PRINCÍPIO DA LENTE

Quem somos determina a maneira de ver os outros.

A pergunta que você deve se fazer é: qual sua percepção sobre


outras pessoas?

Quem você é determina o que você vê.

Cada um de nós tem seu jeito de ser, e é isso que dá tom a


tudo. Não são as coisas à nossa volta que determinam o que vemos, e
sim o que há dentro de nós.

Quem você é determina como você vê os outros.

A maneira da qual as pessoas veem as outras é um reflexo delas


mesmas. Se você é uma pessoa confiável, você verá as outras como
pessoas confiáveis. Se você é uma pessoa crítica, você verá as outras
pessoas como críticas também. Sua personalidade vem à tona quando
você fala das outas pessoas e interage com elas.

Quem você é determina como você vê a vida.



Certo dia, um avô dormia no sofá, quando seus netinhos re-
solveram lhe pregar uma peça. Foram até a geladeira e pegaram um
pedaço de queijo bem fedorento e esfregaram no bigode do velhinho
e se esconderam em seguida.Depois de algum tempo, o nariz do avô
AULA 4 | 61

começou a se mexer e a cabeça sacudir.Finalmente, o velhinho se sen-


tou no sofá com cara de nojo e disse: “Alguma coisa por aqui está
fedendo!”.

Foi até a cozinha e disse: ”Aqui também está fedendo.”. Então


saiu da casa e percebeu que ali também estava fedendo. Então disse:
“O mundo inteiro está fedendo!”.

Qual a moral da história? Para uma pessoa que vive com um


queijo fedido embaixo do nariz, tudo cheira mal! Qual a boa notícia
aqui? É que ele pode lavar o bigode e tudo voltará a cheirar bem de
novo.

A única forma de mudar a maneira de ver a vida é se transfor-


mando por dentro. Há cinco coisas que determinam quem somos:

• Genética
• Autoimagem
• Experiências pessoais
• Atitudes e escolhas relacionadas a essas experiências. Posso
não ser capaz de mudar o mundo à minha volta, mas posso mudar o
mundo que vejo dentro de mim.
• Amizades

A diferença entre quem você é hoje e quem será daqui a cinco


anos está nas pessoas com quem passa seu tempo e nos livros que lê.
62 | PROJETO 300

PRINCÍPIO DO ESPELHO

A primeira pessoa que devemos analisar somos nós mesmos

Lidar com gente difícil é sempre complicado, principalmente


quando a pessoa difícil é você. Você tem que se perguntar: Fiz minha
autocrítica e assumi a responsabilidade por ser quem sou? Vamos fa-
zer um teste aqui.

O teste do espelho.

A primeira pessoa que devo conhecer bem sou eu mesmo.


(Consciência própria)

A natureza humana parece dotar as pessoas da capacidade de


julgar todo o mundo, menos elas mesmas. Agora, tornar-se autocons-
ciente não acontece de uma hora para outra. É um processo. Às vezes
lento e requer disposição.

A primeira pessoa com quem devo me dar bem sou eu mes-


mo.
(Autoimagem)

Se você não se sente à vontade consigo, não se sentirá à vonta-


de com os outros. Sua imagem de si mesmo restringe sua capacidade
de construir relacionamentos saudáveis. Uma autoimagem negativa
pode até impedir a pessoa de ser bem-sucedida.

Entenda que antes de mais nada, você precisa ser seu melhor
amigo. Agora, como vou ser o melhor amigo de alguém que eu não
conheço, ou de quem eu não gosto? Por isso é tão importante desco-
AULA 4 | 63

brir quem você é e trabalhar para se tornar alguém de quem gosta e


que respeita.

Responda para você mesmo:

• Você ouviria seus conselhos?


• Se você é líder, você frequentaria sua própria célula?
• Se você fosse do sexo oposto, você se casaria com você?
• Você se suporta?

A primeira pessoa que me cria problemas sou eu mesmo.


(Autocrítica)

Vi uma frase sobre isso:

Ao olhar para trás, minha vida parece uma grande corrida de


obstáculos, sendo eu o maior deles.

O que pode nos livrar disso é a disposição de olharmos para o


espelho e sermos honestos em relação aos erros que cometemos e em
também com os atalhos que tomamos. Acredite que na maioria das
situações, nós somos o maior problema. Nossa mentalidade, nossa
visão e nossas expectativas constituem o maior de todos os obstáculos
ao nosso sucesso. Se você quer evitar se tornar seu pior inimigo, pre-
cisa olhar para si de maneira realista. Saber onde você está (.A) e saber
aonde você quer chegar (.B)

A primeira pessoa que preciso mudar sou eu mesmo.


(Desenvolvimento pessoal)

Na Inglaterra, há uma inscrição na tumba de um bispo angli-


64 | PROJETO 300

cano, que viveu no século XI, com as seguintes palavras:

“Quando era jovem e livre, minha imaginação não tinha limites. So-
nhei que mudava o mundo. Cresci, fiquei mais sábio e descobri que o
mundo não mudaria. Por isso, de alguma forma, reduzi meus planos e
decidi mudar só o meu país. No entanto, isso também parecia impossível.
Conforme me aproximei do crepúsculo de meus dias, numa última e de-
sesperada tentativa, pus-me a mudar apenas a minha família, as pessoas
mais próximas de mim, mas, ai de mim, não consegui. E agora, no meu
leito de morte, finalmente percebi: Se tivesse começado a mudança apenas
em mim, então meu exemplo mudaria minha família, esta inspiraria e
incentivaria a mudar meu país e quem sabe, talvez pudesse até mudar o
mundo.”

PRINCÍPIO DA DOR

Pessoas más magoam as outras e são facilmente suscetíveis a


sairem magoadas

Você precisa se fazer uma pergunta: será que magoo as pes-


soas, ou sou facilmente magoado por elas? Como lidar com pessoas
suscetíveis à mágoa? Já disseram que se você quer viajar mais longe
e mais rápido, precisa levar pouca bagagem. Jogue fora suas invejas,
seus ciúmes, suas mágoas, seus egoísmos e suas lágrimas. Quem não
supera suas feridas emocionais passa por maus bocados.

Gente saudável é:

• Mais propensa a mudanças.


• Mais disposta a admitir fracassos.
• Mais apta a discutir problemas.
AULA 4 | 65

• Mais aberta a aprender com os outros.


• Capaz de viajar com pouca bagagem.

Gente suscetível à mágoa é:

• Menos propensa a mudanças.


• Menos disposta a admitir fracassos.
• Menos apta a discutir problemas.
• Menos aberta a aprender com os outros.
• Incapaz de viajar com pouca bagagem.

O que fazer então?

• Não leve a coisa para o lado pessoal.


• Olhe além da pessoa ao olhar para o problema.

Mesmo que não consiga descobrir a origem do problema, essa


atitude ajudará a se aproximar da pessoa com mais compaixão.

• Não alimente a mágoa da pessoa.

A inclinação natural de muita gente é retribuir fogo com fogo


e dor com dor, mas revidar nos mesmos termos de uma pessoa susce-
tível à mágoa não é a atitude mais sábia.

• Ajude a pessoa a se ajudar

A coisa mais gentil a se fazer por pessoas suscetíveis à mágoa é


tentar ajudá-las a se ajudarem.
66 | PROJETO 300

PRINCÍPIO DO MARTELO
Nunca use um martelo para matar um mosquito na cabeça
dos outros.
Se você vive com um martelo na mão, ou conhece alguém que
anda com ele, você precisa usar os 4 “Ts”.

Total Visão

Você chega a conclusões bem antes de examinar o problema


em toda a sua extensão? Isso é muito comum para a maioria de nós
que temos personalidade forte. Por isso, quando alguém estiver com-
partilhando seu ponto de vista com você, tente:

Ouvir
Fazer perguntas

Ouvir de novo
Fazer mais perguntas

Ouvir mais um pouco


E só então, responder

Quando você aprende a não se precipitar, é mais provável que


reaja com paciência e de forma mais apropriada.

Tempo Certo.

O momento de agir é tão importante quanto agir da maneira


certa. Até mesmo saber quando não agir pode ser importante. A ver-
dadeira arte da conversação não reside apenas em dizer a coisa certa
no lugar certo, mas também deixar de dizer a coisa errada, por mais
AULA 4 | 67

tentador que seja o momento.

Tom Certo

Muitos pequenos conflitos acontecem por causa do uso do


tom errado de voz.

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra


dura suscita a ira.
Provérbios 15:1

Se você ainda não vivenciou isso, experimente na próxima


vez que alguém disser alguma coisa, movido pela raiva, retribuir com
gentileza e amabilidade.

Temperatura

Quando os ânimos se exaltam, as pessoas ficam predispostas


a usar bombas em situações nas quais um estilingue resolveria. E isso
pode causar muitos problemas. Se a reação é pior do que a ação, o
problema geralmente cresce. Se a reação é mais branda que a ação, o
problema geralmente diminui.

Um toque: Compartilhe seus sentimentos por 30 segundos,


depois chega.

Toda vez que deixamos uma mediocridade gerar uma grande


reação, que dure mais de 30 segundos, é sinal de que estamos usando
um martelo. Se a única ferramenta da qual se dispõe é um martelo, a
tendência é a de se considerar qualquer problema como um prego.
68 | PROJETO 300

PRINCÍPIO DO ELEVADOR

Em nossos relacionamentos, podemos empurrar as pessoas


“para cima” ou “para baixo”.

Que tipo de pessoa você é? Existem quatro tipos de pessoas


quando se trata de relacionamentos:

1º) Certas pessoas agregam alguma coisa à vida.

Gente que agrega valor aos outros quase sempre o faz inten-
cionalmente. Isso porque agregar valor aos outros requer da pessoa
doação, e isso não costuma acontecer por acidente. A amizade con-
siste em um ombro amigo, um coração compreensivo e uma mão
estendida.

2º) Certas pessoas subtraem algo da vida, e nós as toleramos.

Essas são as pessoas que não nos ajudam a carregar nossos far-
dos e ainda fazem com que fiquem mais pesados. O mais triste é que
geralmente agem assim de forma não intencional. Nos relacionamen-
tos, receber é fácil, dar é mais complicado.

3º) Certas pessoas multiplicam algo na vida e nós as valorizamos.

Qualquer um que queira pode se tornar um agregador. Porém


para passar a outro nível, para se tornar um multiplicador, é preciso
disposição, estratégia e habilidade.

4º) Certas pessoas criam divisões na vida e nós as evitamos.


AULA 4 | 69

As pessoas que dividem são capazes de levar você ao fundo do


poço, ou seja, podem puxá-lo para baixo o máximo possível e com a
maior frequência possível. Gente que divide provoca muito estrago
porque, ao contrário das que subtraem, suas ações são geralmente
intencionais. São pessoas rancorosas, que se sentem melhor tentando
fazer com que as outras pessoas sejam mais fracassadas que elas.

Vamos lá! Se quisermos ter uma equipe maravilhosa ao nosso


lado, precisamos aprender sobre relacionamentos. E para termos re-
lacionamentos sadios, precisamos aprender a arte de ouvir. Para isso,
quero propor uma atividade.

Preencher a ficha.

COMO VOCÊ OUVE AS PESSOAS?

A audição pura está no centro da boa liderança. Muitas vezes,


filtramos o que pode ser extremamente útil ou extremamente preju-
dicial, dependendo de quais filtros usamos e quando.

Para identificar seu filtro natural, preencha de forma honesta o


pequeno questionário a seguir, escolhendo a opção mais precisa para
cada pergunta.

1)Seu parceiro tem uma reunião durante o café da manhã e dorme


além da conta. Ele diz “Nunca chegarei a tempo”. Você rebate:
70 | PROJETO 300

A. É ridículo marcar uma reunião tão cedo.


B. Que maneira de começar o dia.
C. Como pode ter tanta certeza de que não chegará a tempo?
D. O que é necessário para chegar lá a tempo?

2) A venda da casa de um amigo fracassa pela segunda vez. Ele diz:


“Por que isso sempre acontece comigo? Você responde:

B. Você deve estar se sentindo muito frustrado.


A. Foi só uma falta de sorte.
C. Como é que duas vezes se torna sempre?
D. Como você pode evitar que isso aconteça novamente?

3) Seu ponto forte é:

D. Resolução de problemas
A. Entusiasmo
B. Empatia
C. Honestidade

4) Mais uma vez um colega não é considerado para uma promo-


ção. Ele diz: “Acho que o chefe não gosta de mim”. Você fala:

D. Como você pode fazer para melhorar seu perfil e ser admirado por
ele?
A. Que injustiça da parte dele colocar a preferência pessoal sobre a
capacidade profissional.
B. Posso compreender o quanto você está se sentindo decepcionado.
C. Que comprovação você tem de que seu chefe não gosta de você?
AULA 4 | 71

5) Um amigo convida alguém para sair e é rejeitado. Ele reclama:


“Sou um tremendo fracassado.” Você diz:

A. Ela não sabe o que está perdendo.


B. Você parece realmente desapontado.
C. Como é que uma rejeição torna você um fracassado?
D. E se talvez você chamasse outra pessoa?

6) Os outros são mais propensos a descrevê-lo como:

C. Realista
A. Leal
B. Compreensivo
D. Útil

7) Um amigo seu está procurando emprego há meses sem sucesso.


Ele diz: “Nunca vou encontrar um emprego!”. Você rebate:

A. O mercado de trabalho está impossível.


B. Você deve estar se sentindo muito frustrado.
C. Você acredita que seu pessimismo o ajudará a encontrar o empre-
go?
D. Qual será o seu próximo passo?

8) Seu amigo fala: “Realmente preciso perder alguns quilos.” Você


diz:
B. Você parece aborrecido consigo mesmo.
A. Você está ótimo dessa forma.
C. Por que você precisa emagrecer?
D. Como você planeja emagrecer?
72 | PROJETO 300

9) Um amigo conta para você que o novo gerente é excepcional-


mente rude. Você diz:

A. Entendo o que quer dizer.


B. Parece que você não gosta muito dele.
C. Ele está começando. Já deu a ele uma chance?
D. O que você pode fazer para conviver com ele?

10) Um bom amigo:

D. Ajuda você a resolver os problemas.


A. É um líder de torcida pessoal.
B. É sempre um ombro para chorar.
C. Diz a verdade.

QUAL É O SEU TOTAL PARA CADA LETRA?

A: _________ B: _________ C: _________ D: _________

Vamos aos resultados:

Se deu a letra “A”, então você é um OUVINTE GENEROSO.

A pessoa diz: Não serei capaz de cumprir o prazo.


Você responde: Sério? É horrível quando isso acontece. Dá próxima
vez você vai conseguir.

Esse é o tipo de pessoa que sempre está ao lado do amigo,


incentivando, ouvindo, concordando e encontrando a interpretação
AULA 4 | 73

mais positiva possível. É a pessoa que faz muitas afirmações solidárias


que validam o ponto de vista dele. Só que é uma pessoa que não faz
nenhum desafio, já que sua prioridade é fazer a pessoa se sentir apre-
ciada e valorizada.

Geralmente, as pessoas gostam de você e de tê-lo como amigo,


só que há pesquisas que sugerem que muitas pessoas não se sentem
atraídas por pessoas que agem somente de forma lisonjeadora. As pes-
soas gostam de receber compaixão, mas também estão em busca de
respostas desfavoráveis, ou seja, limites. Querem ouvir sobre onde
elas realmente estão.

Como ser um ouvinte bom e generoso:

Escolha as partes do discurso com as quais você concorda e


informe ao emissor que você concorda.
Encontre uma explicação positiva para o que disseram e a ofereça.
Caso seja necessário, reinterprete o discurso tornando-o mais favorá-
vel.

É uma ótima forma para se usar quando a outra pessoa está:

Em uma posição mais poderosa que a sua.


Zangada ou de muito mau humor.
Sentindo-se injustamente criticada pelos outros.
Angustiada.
Tentando arrancar uma resposta sua.

Tome cuidado com:

O uso excessivo fará com que você perca todo o respeito deles
74 | PROJETO 300

ou parecer estar querendo agradar o tempo todo ou ser visto como


duas caras.

Se deu a letra “B” então você é um OUVINTE EMPÁTICO.

A pessoa diz: “Não serei capaz de cumprir o prazo.”. Você res-


ponde: “Posso ver que isso o preocupa muito.”.

O conselheiro perfeito. Você deseja entender o que está acon-


tecendo em um nível emocional e ajudar outra pessoa a expressar seus
sentimentos. Ao encorajar as pessoas a se abrirem, você constrói a
confiança e aprofunda os relacionamentos. Como você raramente jul-
ga as outras pessoas, elas sentem que podem compartilhar com você
aquilo que estão vivendo naquele momento, quer seja medo, raiva,
confusão ou orgulho. Muitas vezes elas saem da conversa com você se
sentindo reconhecidas e compreendidas.

Como ser um ouvinte empático:

Repita o que ouviu usando palavras um pouquinho diferente


para mostrar que entendeu. Faça perguntas abertas: O que aconteceu
em seguida? Como você se sente a respeito disso?

Bom para usar quando a outra pessoa está:

Emocionada (chorando, zangada, triste, exasperada ou de-


monstra qualquer outro sentimento que seja anormal para ela).
Incapacitada de expressar o que está sentindo.
Achando que ninguém a entende.
AULA 4 | 75

Cuidado ao:

Usar apenas esse filtro. Acalmará a situação, mas não ajudará a


mudar as causas. Interpretar errado as emoções da outra pessoa, o que
pode tornar tudo ainda pior.

Se deu a letra “C” então você é um OUVINTE CRÍTICO.

A pessoa diz: “Não serei capaz de cumprir o prazo.”. Você res-


ponde: “Se sabia disso, por que não pediu ajuda a alguém?”.

Como é crítico, você está procurando por falhas. Você ques-


tiona os detalhes, é desafiador, discriminador e às vezes, simplesmen-
te exigente, porém, muitas vezes, por uma boa razão. Pense em um
advogado ou um comprador perspicaz. Eles precisam saber que têm
todos os fatos, portanto procuram por contradições e brechas nos
argumentos. Isso significa que quando os outros chegam a conclusões
ilógicas e, por isso fazem uma tempestade em um copo d’água - ou
mudam de opinião radicalmente, você vai direto ao ponto.

Como um amigo sensato, você não é do tipo que cede ao dra-


ma. Você se atém aos fatos destacando pensamentos distorcidos, ir-
racionais ou errados. Para aqueles amigos cujo pensamento inútil au-
menta o estresse e a ansiedade (ou as chances de conseguir seja o que
for), essa abordagem é especialmente benéfica. E aqueles que tentam
enganá-lo não conseguirão nada.

Seja gentil. Essa forma de ouvir pode parecer fria, impaciente


ou cruel. Caso exagere na dose, você pode até estar certo, porém ficará
sozinho.
76 | PROJETO 300

Como ser um bom ouvinte crítico:

Continue fazendo perguntas até que fique completamente es-


clarecido o que as pessoas estão dizendo. E até que elas também en-
tendam claramente o que você está dizendo. Em seguida, procure por
inconsistências e quando identificar algo que não pareça adequado,
peça uma explicação.

Mantenha-se calmo. Se você parecer agressivo, é provável que


a emoção perturbe a resposta das pessoas, assim como seu pensamen-
to.

Bom para usar quando a outra pessoa:

Está tentando convencê-lo.


Ou tentando vender algo.
Está confuso.
Ou causando confusão.

Tome cuidado para:

Não dar a impressão de não estar ouvindo, porque pode pare-


cer que você está em posição de ataque. Não exaurir a outra pessoa ou
prejudicar o relacionamento.

Se deu a letra “D” então você é um OUVINTE FOCADO


NA SOLUÇÃO.

A pessoa diz: “Não serei capaz de cumprir o prazo.” Você res-


ponde: “Como você conseguirá reorganizar suas outras prioridades
para finalizar esse projeto?”.
AULA 4 | 77

Você se tornaria um excelente inventor ou um gerente de pro-


jetos. Você está ansioso para continuar levando tudo adiante. Você
investiga e questiona, mas sempre de forma positiva e concentrado
em uma solução. Como ouvinte focado na solução, você se aplica
em como solucionar um problema, em vez de se concentrar em seus
efeitos ou nas circunstâncias que conduziram a ele.

Não é uma pessoa que se embrenha nas dificuldades ou se afli-


ge com sentimentos. Você prefere continuar com o que quer que pre-
cise ser feito para acertar a situação. Fica calmo na crise. E os outros
podem contar com você para superar as situações mais complexas.

Enquanto alguns gostam de mergulhar na autopiedade, você


está planejando e executando. Tenha cuidado para não assustá-los
com objetivos impossíveis. Mantenha metas alcançáveis e específicas.

Como ser um bom ouvinte focado na solução:

• Faça perguntas no estilo:

O que precisaria acontecer para esse problema ser resolvido?



Ou até:

Então, o que você fará?

• Ofereça sugestões práticas.

Caso esteja inseguro com a recepção, estruture-se com per-


guntas assim:

78 | PROJETO 300

O que aconteceria se você tentasse...?

Não fique contrariado se suas sugestões forem rejeitadas, mas


tente descobrir por que a outra pessoa não acha que elas não fazem
sentido. Isso ajudará a aprimorar seu próximo conselho. Obtenha da
outra pessoa mais detalhes sobre o que será feito e até quando.

Bom para usar quando a outra pessoa está:

Presa em uma rotina e não sabe o que fazer.

Impedindo você ou a equipe de progredir.

Sendo persistentemente negativa ou derrotista.

Esquivando-se da responsabilidade.

Tome cuidado para não:

Apressar-se para encontrar uma solução antes de compreender


o problema.

Ignorar como a outra pessoa está se sentindo, especialmente se


ela precisa ser parte da solução.

Presumir que a outra pessoa deseja uma solução, quando tal-


vez, ela só queira ser ouvida.
AULA 5 | 79
80 | PROJETO 300
AULA 5 | 81

Quero falar sobre algo que tem impedido inúmeras pessoas de


avançarem na vida: A Autossabotagem.

Quantas pessoas talentosíssimas, quantas pessoas com um


potencial incrível, que não saem do lugar simplesmente porque elas
não acreditam nesse potencial. Na vida, sempre teremos desafios, a
questão é que todo desafio só existe para que possa ser vencido. Mas
pessoas que se autossabotam, levantam muros tão altos na frente, que
nem os melhores conselhos conseguem tirá-los da inércia.

Mas qual a questão aqui? O ser humano não foi feito para se
autossabotar, pois quando crianças já viemos com vários dispositivos
que, durante a vida, nos ajudariam.

Exemplo:

Nascemos resilientes.

Quando uma criança vai aprender a andar, ela cai e levan-


ta inúmeras vezes, mas você não vê uma criança dizendo que não
vai mais tentar, porque está caindo demais. Perceba que uma criança
chora, porque sabe que seus pais lhe darão a mamadeira. Então já
nascemos resilientes.
82 | PROJETO 300

Nascemos felizes

Perceba! Faça qualquer coisa na frente das crianças e elas logo


começam a dar gargalhadas.

Nascemos cheios de amor.

Não conheço uma criança que você vê e não dá vontade de dar


um beijo nela. Mas a questão é que vamos perdendo essas caracterís-
ticas. Por que mudamos? Mudamos devido ao que vamos observando
na vida. Devido às frustrações, às feridas e à dor do crescimento.

Precisamos entender que todas nossas decisões são emocio-


nais. As intenções, por trás das decisões, têm como base uma emoção.
Então quando uma informação chega para nós, podemos processá-la
de duas maneiras: ou assimilando com o passado, ou fazendo cami-
nhos novos em nossa mente.

Entenda que todo hábito é um produto de um padrão neural.

Quando você faz algo automaticamente, é porque isso já é


uma avenida em seu cérebro. Você não precisa fazer força para isso.
Por exemplo, quantas vezes você teve que frear o carro até chegar até
aqui? Em quantos sinais vermelhos você parou até chegar aqui? Já
virou automático para nós.

A questão é que, muitas vezes, não queremos abrir novos ca-


minhos neurais. Ou seja, não queremos ir além do que já fomos,
porque dá trabalho e preferimos acreditar em algo que tem o poder
de nos sabotar.
AULA 5 | 83

A autossabotagem é como uma febre. Ela é um sintoma, mas


não é a causa. Ela vem por dois caminhos.

1. Raiva de si mesmo.

É o não merecimento. O diálogo interno dizendo que você


não merece “ser” ou “viver” de uma maneira diferente. É o crítico que
existe dentro de cada um de nós e é um diálogo de culpa.

2. Pela vitimização.

Porque se uma pessoa vence, ela perde a posição de vítima.


Então preste atenção, o que faz essa pessoa ficar presa na vitimização é
a raiva de alguém. Enquanto ela está vitimizada, tem quem culpar. Se
ela sai dali, não há mais como culpar a outra pessoa. Então o antídoto
é amar a si mesmo e amar os outros.

Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,


de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de
toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do
que estes.
Marcos 12:30,31

Já vimos na aula passada que precisamos aprender a ser nosso


melhor amigo. Lembram-se disso? Preciso lhe mostrar um desenho:


84 | PROJETO 300

Nossa meta é entender quem somos em Deus. Isso tem a ver


com identidade e é a base de tudo. Quem somos?

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa ima-


gem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
répteis que rastejam pela terra.
Gêneses 1:26

E da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primo-


gênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele
que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos
pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu
Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos
séculos. Amém!
Apocalipse 1:5,6

Quando sabemos quem somos, isso fortalece a pirâmide. Pois


“ser” é a base. Então eu não preciso “Ter” para “Ser”, nem preciso
“Fazer” para “Ser”. Muitos querem “Ter” para “Ser”, mas muitos já
“Têm” e agem como se não “Fossem”. Pessoas que hoje tem muito di-
nheiro, contudo vivem como se não tivessem. Por que essa confusão?
Falta de base, falta de saber quem realmente são em Deus.
AULA 5 | 85

Sabe por que muitos não sentem que “São”? Porque preferem
ouvir os sabotadores que insistem em morar na sua vida. Nossas li-
mitações só nos definem se permitirmos. Quando as ignoramos, dei-
xamos que elas nos impeçam de progredir. Porém, quando as iden-
tificamos e buscamos superá-las, aumentamos drasticamente nossas
chances de sucesso.

Não importa quão formidáveis sejam nossos talentos, ficamos


restritos por comportamentos que limitam nosso desempenho. Em
outras palavras, nossas limitações pessoais determinam nosso nível
de sucesso. Precisamos aprender a nos livrar do excesso de peso na
bagagem.

As Cinco Leis das Limitações Pessoais

Lei nº 1) Todos temos limitações pessoais

Ter limitações faz parte do ser humano. Todo mundo que eu


conheço tem e você também.

Ela se divide em três grupos:

• Limitações inconsequentes.
Este grupo não faz muita diferença na vida diária, a menos que inter-
fira com um papel ou trabalho específico.
Exemplo: Ter pouco senso estético, ser baixo ou alto ou ser canhoto,
geralmente tem um impacto mínimo no sucesso de alguém.

• Limitações delegáveis.
São deficiências que podem ser supridas através da contrata-
ção de alguém. São potencialmente graves, mas deixam de sê-lo se
86 | PROJETO 300

outras pessoas tiverem a solução.

Exemplo:

Falta de cuidado com a casa – Contrate uma secretária do lar.


Desorganização – Contrate um secretário.
Mau domínio da língua escrita – Contrate um corretor orto-
gráfico.

• Limitações intransferíveis

Esta categoria terá impacto mais profundo na sua vida pessoal


e profissional. Não dá para contratar alguém para ir à academia em
seu lugar, por exemplo. Essas limitações incluem comportamentos
com baixa autoconfiança, pouco autocontrole e outros problemas
que só você pode mudar. Cuidar desse grupo trará os maiores benefí-
cios. Não iremos focar nas limitações inconsequentes ou delegáveis.

Aquilo que pode ser resolvido por alguém contratado certa-


mente tem importância, mas sempre ficará em segundo plano com
relação às dificuldades graves com as quais só eu sou capaz de lidar e
que só eu posso corrigir.

Lei nº 2) Não é possível transpor as limitações que não enfrentamos

Há uma velha história sobre como os caçadores capturam


macacos na África. Eles esvaziam um coco, deixando um buraco do
tamanho da mão do animal e colocam dentro um pedaço de laranja
ou de banana e o amarram a uma árvore. O cheiro atrai o macaco,
que enfia a mão no coco e então percebe que o buraco não é grande
o suficiente para que ele retire a mão e o pedaço de fruta. Para tirar a
AULA 5 | 87

mão, ele precisa soltar o que está segurando, mas ele não solta. Fica
tão obcecado em conseguir pegar a comida que nem sequer larga o
coco para fugir do caçador, que o captura facilmente.

Muitos de nós somos prisioneiros de nossas limitações e con-


tinuamos nos agarrando a elas com força. Isso até com as questões
mal resolvidas do passado. Porque não conseguimos ou não queremos
encarar o problema.

Superar nossas limitações é possível e necessário se quisermos


aproveitar a vida ao máximo e cumprir o propósito pelo qual nasce-
mos.

Lei nº 3) Nossas limitações pessoais atuam em todas as esferas da


nossa vida.

Muitos de nós não percebemos que algumas limitações pesso-


ais são tão visíveis para os demais quanto um galo na testa. Precisamos
examinar com franqueza o impacto que cada deficiência tem em nós
e naqueles à nossa volta, pessoas queridas, parentes e funcionários.
Todos eles merecem o melhor que possamos lhes oferecer.

Lei nº 4) As limitações pessoais estão atreladas às tarefas.

Embora os comportamentos tendam a permear todos os as-


pectos da nossa vida, paradoxalmente eles só se transformam em li-
mitações quando impedem que alcancemos objetivos específicos. O
impacto das nossas dificuldades pode variar, dependendo do nosso
papel ou do contexto em que estivermos.

Para compreender plenamente nossas limitações, devemos


88 | PROJETO 300

considerá-las em termos dos vários papéis que desempenhamos na


vida. Precisamos avaliar cada uma dentro de seu contexto e determi-
nar se ela está nos impedindo de obter o melhor resultado possível de
uma dada posição ou situação.

Lei nº 5) Quem tiver menos limitações vence.

Não estou dizendo que aqueles com o menor número de limi-


tações vencem, mas sim que se saem melhor que aqueles que apren-
dem a minimizar ou eliminar limitações significativas. Ter nascido
com menos limitações e restrições não é o mesmo que crescimento
pessoal.

Promover o crescimento pessoal significa dar atenção a tudo


na sua vida que impede que você atinja seu pleno potencial. Não
devemos confundir alguém que está cercado desses atributos, com
alguém que aprendeu a aplicar seus dons de formas valiosas.

Vamos ver as 10 principais limitações fatais.

Todos temos limitações que são potencialmente prejudiciais


e, às vezes, perigosas. Precisamos identificar quais são as nossas. O
diagnóstico mais útil é aquele que identifica algo que pode ser muda-
do. Lamentavelmente, somos o pior juiz das situações que vivemos.
Nossas limitações podem ter se desenvolvido pelo simples fato de não
as enxergarmos ou podem justamente impedir nossa capacidade de
reconhecê-las.

Todos influenciamos ou exercemos efeito sobre os outros, para


melhor ou para pior e compreender por que fazemos o que fazemos
é um ótimo começo para ajudar outras pessoas a darem uma guinada
AULA 5 | 89

na vida.

Preencha os questionários:

Qual é sua limitação pessoal? Quais são as 10 principais limitações?


Você é à Prova de Balas? TESTE 01

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some o quanto marcou.

( ) Eu sou um dos principais fatores do sucesso e dos feitos realiza-


dos pelas equipes das quais participo.

( ) Você dificilmente encontrará alguém que tenha um desempenho


tão bom quanto o seu.

( ) Quando tenho uma ideia nova, levo-a adiante e não peço conse-
lhos aos demais para decidir o melhor rumo.

( ) Não me preocupo muito com o que as outras pessoas pensam


ou sentem em relação a mim.

( ) Algumas pessoas, às vezes, me acham arrogante, mas eu simples-


mente digo as coisas como são.

( ) Eu realmente acredito nos meus palpites, mesmo quando os


fatos não os confirmam.

( ) Não é raro as pessoas me dizerem que parece que não dou ou-
vidos a elas.
90 | PROJETO 300

( ) Quando é preciso admitir a culpa, aceito parte dela, mas enfatizo


as falhas das outras pessoas.

( ) Quando entro em discordância com alguém, raramente paro e


reflito de forma objetiva ou pergunto a outra pessoa exatamente de
que forma contribuí para o conflito.

( ) Às vezes, assumo um jeito de superioridade ao expressar minhas


opiniões.

Você tem tendência a ser à Prova de Balas?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 01.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 1: À Prova de Balas (Excessivamente Confiante)

De modo geral, a autoconfiança é algo bom. Devidamente


equilibrada, é ótima. Porém, a confiança excessiva talvez seja uma das
limitações pessoais mais perigosas entre as 10.
AULA 5 | 91

Existem pessoas que apostam tudo o que têm em um palpite


e, mesmo depois de perderem tudo, continuam acreditando que esta-
vam certas. Isso acontece porque elas acham que são à prova de balas.
A liderança envolve algumas demandas e responsabilidades especiais.
Os líderes sempre devem pesar os ganhos e as perdas e precisam estar
dispostos a pagar o mesmo preço que esperam que os outros paguem.

Um dos maiores indicadores do grau de limitação causado


pelo excesso de confiança é a capacidade de uma pessoa dar ouvidos
aos conselhos dos demais. Quando ela deixa de ouvir os outros, a úni-
ca voz que lhe resta é a sua própria. Aqueles que têm autoconfiança
extrema costumam apresentar uma personalidade dominante e agres-
siva. Muitas vezes, as pessoas excessivamente autoconfiantes exercem
um forte magnetismo e sempre parecem ter resposta para tudo.

Você é uma Ostra? TESTE 02

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) Se cometo um erro ou desaponto alguém, tenho dificuldade em


superar isso.

( ) Há muita gente mais talentosa do que eu.

( ) O que as outras pessoas pensam de mim é muito importante.

( ) Sou tímido e reservado. Conhecer pessoas novas é difícil para


mim.

( ) Cedo facilmente perante pessoas de personalidade forte.


92 | PROJETO 300

( ) Quando alguém me faz um elogio, sinto-me constrangido em


agradecer, então tendo a desconversar.

( ) Ao me deparar com uma situação nova, não sei bem como pro-
ceder sem a orientação de alguém.

( ) Às vezes, internalizo pequenas frustrações e, um dia, desabafo


todas de uma vez.

( ) Nem sempre, expresso minhas opiniões, pois provavelmente


outra pessoa já teve a mesma ideia.

( ) O conflito me desgasta muito, então costumo evitá-lo; às vezes,


faço isso não dizendo o que realmente penso.

Você tem tendência a ser Ostra?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 02.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 2: Ostra (Pouco Autoconfiante)

Deve ser frustrante saber que você possui talentos e nunca ter
a oportunidade de colocá-los em prática. As perdas decorrentes dessa
AULA 5 | 93

limitação pessoal são tremendas. Vidas que nunca se realizam plena-


mente, e sonhos que, provavelmente, nunca serão alcançados.

As dificuldades, os conflitos, as expectativas frustradas, as in-


seguranças, os abusos, as relações complicadas e os acontecimentos
marcantes da vida fazem com que todos nós carreguemos certa baga-
gem da qual precisamos nos livrar. O segredo é estar disposto a tratar
essas feridas emocionais, pois, quanto mais para o fundo da mochila
empurrarmos esses sentimentos, mais entranhados eles ficarão. Essa
mochila pode se tornar um fardo grande demais para se carregar todo
dia.

Você é um Docinho de Coco? TESTE 03

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( )Acredito que, com o tempo, as pessoas vão acabar corrigindo os


próprios erros.

( ) Se alguém do trabalho está meio deprimido ou precisando de


ajuda, tende a me procurar.

( ) É mais importante ajudar alguém que está com problemas do


que terminar uma tarefa no trabalho.

( ) Às vezes, falo o que a outra pessoa quer ouvir, em vez de dizer o


que estou pensando.

( ) Para mim, é difícil ser uma pessoa rígida e que impõe disciplina.
94 | PROJETO 300

( ) Os sentimentos das pessoas são extremamente importantes para


mim e, por isso, às vezes, eu as tiro das encrencas em que elas mesmas
se meteram.

( ) Tenho muita dificuldade em dizer não às pessoas.

( ) Todos os dias, estou sobrecarregado pelas responsabilidades que


assumo.

( ) Eu teria dificuldade em dizer algo que pudesse magoar outra


pessoa, mesmo se fosse muito necessário dizê-lo.

Você tem tendência a ser Docinho de Coco?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 03.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 3: Docinho de Coco (Superprotetor)

Excesso de generosidade faz mal. Todos conhecemos alguém


que é famoso pelo excesso de generosidade. O funcionário que cobre
os turnos dos outros nos feriados e fins de semana. O amigo que em-
presta dinheiro para todo mundo sem nunca receber o que empres-
tou. E o que há de errado em ser coração mole?
AULA 5 | 95

Essas pessoas têm dificuldade de impor limites. Seu compor-


tamento bondoso e atencioso vai além do que é saudável para elas e
para os outros. O fato de uma pessoa ser atenciosa e generosa não a
torna superprotetora, porém em um nível extremo, isso se torna um
problema. Entenda algo: Ser gentil é uma coisa, ser incapaz de traçar
limites é outra.

Quando o docinho de coco passa do ponto?

No trabalho, os docinhos de coco são os que sempre fazem


tudo: ficam até mais tarde, trabalham para ajudar os demais, esfor-
çam-se, desgastam-se em dobro e nunca dizem não. Mesmo com a
agenda lotada, ainda dão um jeito de encaixar mais alguma tarefa.

Meigos e afáveis, não conseguem resistir a pedidos exorbitan-


tes – nunca dizem não. Os superprotetores dificilmente são bons ge-
rentes, pois não sabem dizer nada negativo. Seus comentários e suas
avaliações são feitos de maneira a relevar os pontos fracos.

Alguns perguntarão: O que há de errado em ser solidário ou


dedicar um tempinho aos demais? A resposta é: Nada! Desde que
se trate de uma emergência ou uma necessidade ocasional. Porém,
se você perceber que está constantemente limpando a sujeira alheia,
resgatando gente irresponsável ou gastando demais seu tempo e sua
energia por causa do mau planejamento (ou das crises) de terceiros,
aceite o fato de que você provavelmente é um Docinho de Coco.

Lembre-se de que, apesar de serem saborosos, os docinhos


de coco não são saudáveis para todas as pessoas. Você não precisa se
transformar em um Crítico, como veremos daqui a pouco, mas deve
96 | PROJETO 300

atingir um equilíbrio com relação ao nível de atenção dedicada aos


outros. A realidade é que o melhor que se pode fazer por amor aos
demais é ajudá-los a crescer, incentivá-los e, às vezes, repreendê-los
para que superem suas limitações pessoais e se tornem tudo aquilo
que estão destinados a ser.

Você é Crítico? TESTE 04

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) Eu reparo em coisas que não estão certas ou do jeito que deve-


riam.

( ) O sarcasmo é um estilo de humor com o qual me identifico.

( ) Com frequência, as outras pessoas não atingem o alto padrão


que eu espero.

( ) As pessoas não parecem ficar genuinamente entusiasmadas nem


felizes em me ver.

( )Fico facilmente frustrado se não consigo dos outros o que quero,


do jeito que quero.

( ) Pessoas que me conhecem bem já me acusaram de ser cético.

( )Não estou reclamando. Estou apenas indicando os problemas


que precisam ser resolvidos.
AULA 5 | 97

( )Tenho fama de dar opiniões sem que ninguém peça.

( )Não dou a nota máxima, porque sempre é possível melhorar.

( )Costumo reparar nos defeitos das outras pessoas.

Você tem tendência a ser Crítico?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 04.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 4: Crítico (Exigente, implicante ou rude demais)

A tragédia dos Críticos acontece no lar. Suas limitações pes-


soais são ainda mais prejudiciais em casa. Nada os deixa totalmente
satisfeitos. As reclamações começam quando entram em casa.
Por exemplo: Os filhos lavaram a louça, mas a pessoa excessivamente
crítica perguntará: “E por que não passaram um pano na bancada?”.
Ninguém consegue agradá-los e, infelizmente em geral, eles não fa-
zem ideia de quanto agridem os outros. Na cabeça deles, estão apenas
dizendo o óbvio ou tentando ajudar.
98 | PROJETO 300

Você é um Iceberg? TESTE 05

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) As pessoas podem - e devem - resolver os seus próprios proble-


mas.

( ) Em geral, eu filtro os telefonemas e só ligo de volta se for im-


portante.

( ) Os outros dizem que eu não sou dos mais afetuosos.

( ) Eu não elogio as pessoas tanto quanto os demais.

( ) Eu me fecho mais quando estou perto de pessoas com as quais


não me sinto muito à vontade.

( ) Demonstrar comportamentos afáveis me deixa constrangido,


mesmo entre pessoas mais próximas.

( ) Eu raramente penso no que poderia fazer por outra pessoa.

( ) Em geral, não faço questão de cumprimentar as pessoas, sobre-


tudo as estranhas.

( ) Não é raro me perguntarem o que estou pensando, pois sou


fechado.

( ) Não é responsabilidade minha ajudar os outros a


terem orgulho de si próprios.
AULA 5 | 99

Você tem tendência a ser Iceberg?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 05.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 5: Iceberg (Pouco Afável)

Os verdadeiros Icebergs constituem um grupo à parte. Eles


não interagem bem com as pessoas e geralmente não têm necessidade
de se preocupar com os sentimentos ou o bem-estar dos demais. Não
me refiro à timidez, que é uma limitação diferente, mas as pessoas
que desenvolvem poucos vínculos e afeto com outras e passam a vida
se preocupando com os negócios, mas não com os indivíduos. Como
pais, podem ser desapegados e exigentes; como chefes, costumam ser
rigorosos e distantes.

Você é Catatônico? TESTE 06

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) As pessoas vivem me dizendo que sou “encostado”.


100 | PROJETO 300

( ) No trabalho, é melhor se alguém me monitorar e me ajudar a


estabelecer prazos.

( ) Acho que trabalho muito melhor sob pressão. Por esse motivo,
no início de um projeto, não me empenho tanto quanto deveria.

( ) Eu acho que as pessoas que se dedicam muito ao trabalho não


sabem aproveitar a vida.

( ) Eu não sou promovido com muita frequência.

( ) É muito importante curtir a vida.

( ) Eu não posso ser caracterizado como uma pessoa intensa e mo-


tivada.

( ) Se alguém me cobrar, posso cumprir com o que for pedido, mas


raramente tenho iniciativa própria.

( ) Eu aproveito o horário de trabalho para resolver várias questões


pessoais.

( ) Eu não tenho uma ideia muito clara do que sou capaz de fazer
nem de para onde estou indo.

Você tem tendência a ser Catatônico?

Marque a seguir seu valor total.


AULA 5 | 101

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 06.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 6: Catatônico (Paixão, Visão ou Vigor baixos)

Aqui se encontra o grupo de pessoas que recebe, como todos


nós, oportunidades e talentos, mas que faz tão pouco com esses ta-
lentos e oportunidades. Às vezes, é preciso uma crise séria ou uma
questão de vida ou morte para que um Catatônico tome um choque
de realidade e perceba que o tempo está passando e que a vida é pre-
ciosa demais para ser jogada fora. Paixão e determinação são traços
comportamentais aprendidos.

É possível ensinar as crianças a terem paixão e garra que as


levarão a superar seus problemas, no entanto é extremamente difícil
introduzir paixão e determinação na vida de um adulto que já passou
dos 30 anos. Motivação, determinação, paixão e desejo de sucesso
são características desenvolvidas nas primeiras etapas da vida de uma
pessoa. Elas são visíveis no campo em que as crianças jogam bola ou
na sala de aula. Em uma criança, a paixão é uma pequena chama que
alguém de visão pode apagar ou fazer crescer. Alguém que veja além
do que a criança é e vislumbre o que ela pode ser.

Você é um Rolo Compressor? TESTE 07

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


102 | PROJETO 300

si mesmo e some quantos marcou.


( ) Muitas vezes, eu completo as frases de outras pessoas.

( ) Quando discordo dos demais, não vejo problema em interrom-


pê-los para corrigi-los.

( ) Eu me sinto à vontade liderando um grupo grande e com frequ-


ência tomo iniciativa.

( ) Por ser determinado, eu chego mais longe do que os demais.

( ) Eu me sinto à vontade em discussões acaloradas.

( ) Quando outros estão falando, eu já estou pensando no que di-


zer a seguir e esperando a oportunidade de convencê-los a pensar da
mesma forma que eu.

( ) Talvez eu seja insistente e até cabeça-dura, mas em geral estou


certo.

( ) Se eu estou no comando, não gosto de que as pessoas peguem


no meu pé, cada um deve se ater ao seu papel.

( ) As pessoas dizem que sou teimoso, mas tenho apenas opiniões


categóricas.

( ) Os indivíduos mais fracos não deveriam estar em posições de


gerência.
AULA 5 | 103

Você tem tendência a ser um Rolo Compressor?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 07.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 7: Rolo Compressor (Excessivamente dominante)

As pessoas dominantes tendem a liderar as tarefas. É duro con-


viver com indivíduos excessivamente dominantes. Infelizmente, eles
costumam acreditar que têm a resposta e a palavra final para tudo.
Pessoas com essas características discutem com todos e atropelam
aqueles que não cedem do jeito que elas esperam. Talvez tenham ra-
zão 90% das vezes, mas estão 100% erradas na forma como lidam
com os outros. E para piorar, gostam de intimidar. Com frequência
perdem parceiros e funcionários, pois não se importam com o que
eles sentem. A marca do bom líder é o domínio equilibrado.

Talvez você esteja pensando: Mas essa limitação é tão séria as-
sim? Qual o problema em assumir o comando? Alguém precisa fazer
isso, não? E se as pessoas gostarem de como sou e até do fato de eu
ser mais dominante? Não posso simplesmente ser um ótimo líder? Se
pedisse a opinião de todos, não seria uma perda de tempo? Por que
104 | PROJETO 300

preciso do consentimento de todos, se já sei qual é a melhor opção?


Você reparou o que todas essas perguntas têm em comum? To-
das elas dizem respeito a você. Porém, ao lidar com essa limitação, a
melhor lição que se deve aprender é: você não é o centro do universo.
O fato é que, em geral, as pessoas não escrevem em letras garrafais que
você está atropelando-as.

Você é uma Tartaruga? TESTE 08

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) Mudanças e incertezas me deixam nervoso.

( )Eu me lembro de ocasiões em que resisti a alguma mudança que,


depois, conclui ser uma alternativa melhor.

( )O caminho mais seguro é aquele testado e aprovado. Por que


correr riscos desnecessários?

( ) Os objetos têm um lugar certo e não gosto quando as pessoas


são descuidadas com eles.

( )Quando encontro algo que me agrada, costumo adotá-lo como


hábito.

( ) Quando devo tomar outro rumo, preciso de tempo para me


sentir à vontade.

( ) Quando me apresentam ideias novas, minha primeira reação é


AULA 5 | 105

pensar nos motivos pelos quais elas não vão dar certo.

( ) Às vezes, sou visto como teimoso, pois reluto em mergulhar de


cabeça nos novos planos traçados por outras pessoas.

( ) Eu gosto muito de ter uma rotina estável.

( ) Eu gosto de planejar meus dias, meus projetos e até minhas fé-


rias; e não gosto que depois as pessoas os modifiquem.

Você tem tendência a ser uma Tartaruga?

Marque a seguir seu valor total.

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 08.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 8: Tartaruga (Resistente a Mudanças)

As pessoas são resistentes a mudanças por várias razões, entre


as quais:

• Receio do desconhecido.
• Medo do fracasso.
• Interesses velados em manter a situação atual.
• Ansiedade relacionada ao aprendizado e a experiências novas.
106 | PROJETO 300

A mudança é um fato inescapável. A vida segue em frente, se


você não acompanhar, vai se descobrir ultrapassado por ela e pelas
pessoas que conseguem se adaptar às necessidades de transformação
da nossa cultura.

Por que chamamos as pessoas que não lidam bem com mu-
danças de tartarugas? As tartarugas querem atravessar a rua, mas se
amedrontam. Algo passa por elas depressa e elas enfiam a cabeça no
casco para esperar o perigo passar. Você já sabe como isso vai termi-
nar, não é mesmo?

A lição é: se você quer chegar do outro lado da rua, estique o


pescoço e vá em frente.

Você é um vulcão? TESTE 09

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.

( ) Quando estou tenso e sob pressão, minha frustração fica evi-


dente.

( ) Vigor e força são maneiras eficazes de lidar com as pessoas.

( ) Eu tenho muita determinação para vencer e nunca jogo para


perder.

( ) Se me provocarem demais, fico furioso.


AULA 5 | 107

( ) Tenho dificuldade em dizer “desculpe” e, definitivamente, não


gosto de ser obrigado a falar.

( ) Eu digo o que penso de forma aberta e discreta. O que as pessoas


acham disso é problema delas.

( ) Se alguém me provocar, é claro que vou reagir.

( ) Quando me encontro em uma situação de competição, eu a levo


muito a sério.

( ) Se você não consegue fazer a sua parte, é melhor sair do time.

( ) Há certas coisas que eu não aceito ouvir.

Você tem tendência a ser um Vulcão?

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 09.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 9: Vulcão (Agressivo, Raivoso)

São pessoas como o ex-campeão dos pesos pesados de boxe


Mike Tyson. Mesmo que as diferenças físicas tornem as tendências
vulcânicas mais perigosas nos homens, essa limitação é igualmente
devastadora nos relacionamentos quando presente na mulher.
108 | PROJETO 300

Até as pequenas frustrações diárias, se entrarem em ebulição e


não forem analisadas e resolvidas de forma saudável, podem se tornar
grandes problemas e gerar uma atmosfera de tensão que não faz bem
a ninguém.

Lembre-se de que não se trata do gênero, mas da limitação


pessoal. Repare que pouca gente escolhe viver em áreas próximas a
vulcões. Qual é o problema de ser competitivo às vezes? Ou até mes-
mo agressivo de vez em quando? Não há problema algum, desde que
ser competitivo ou agressivo seja uma escolha consciente.

Se você se desentende com alguém e, quando percebe, está fa-


lando alto, com o coração acelerado, provavelmente não está optando
por ser um participante um pouco mais competitivo.

Um Índio Cherokee, grisalho e sábio, está sentado, refletindo sobre a vida,


quando seu neto vai se sentar ao lado dele. A criança está triste por ter
perdido um jogo e, com um leve sorriso, o avô lhe diz:
- Neste exato momento há uma luta sendo travada dentro de nós. É uma
briga entre dois lobos.
Um deles representa a raiva, o ressentimento, a superioridade, o egoísmo
e o desejo de vencer a qualquer custo. O outro representa a compaixão, a
modéstia, o respeito, a generosidade e a empatia.
A criança pensou um pouco e então perguntou:
- Vovô, qual dos lobos vai ganhar?
O avô pensou e respirou fundo antes de responder:
- Aquele que você alimentar.

Vale lembrar que isso serve para todos nós também. Querer ganhar
é bom, mas precisamos manter os dois lobos alimentados. Caso contrário,
você ganhará, mas não haverá mais ninguém com quem competir.
AULA 5 | 109

Você é Rápido no Gatilho? TESTE 10

Entre os sintomas a seguir, marque os que você identificar em


si mesmo e some quantos marcou.
( ) Eu adoro experimentar coisas novas.

( ) Para me realizar, eu preciso fazer algo criativo.

( ) Tenho tendência a abandonar projetos ou relacionamentos que


apresentam dificuldades.

( ) Acho complicado monitorar minhas finanças, por causa das


minhas compras impulsivas, do meu consumismo ou da minha falta
de planejamento.

( ) Trabalhar em um ambiente mundano e rotineiro é emocional-


mente desgastante.

( ) Se eu perco o interesse, tenho dificuldade em continuar desem-


penhando uma tarefa.

( ) Sou espontâneo e fico facilmente entediado com coisas repeti-


tivas.

( ) Minha natureza impulsiva é motivo de conflito nos meus rela-


cionamentos.
( ) Sou bom para começar projetos e atividades, mas não costumo
chegar ao fim da maioria deles.

( ) Não preciso pensar a fundo em uma ideia; os detalhes costumam


se resolver depois.
110 | PROJETO 300

Você tem tendência a ser Rápido no Gatilho?

Tendência menos provável Tendência mais provável


․_______________________․_________________________․
0 5 10

Resultado do Teste 10.


De 0 a 10, qual foi seu número nessa limitação?

Limitação fatal nº 10: Rápido no Gatilho


(Pouco autocontrole, Impulsivo)

Há vários tipos de Rápidos no Gatilho. As decisões impulsi-


vas podem envolver gastos, profissões ou relacionamentos, mas no
fundo o problema é o mesmo. Você toma decisões com calma ou de
forma repentina? Talvez você tome todas as decisões depressa demais
e devesse pensar em não decidir nada até ter um pouco mais de auto-
controle. Talvez você dê início a muitos projetos e só conclua alguns,
ou tome decisões de forma impulsiva ou ainda fale sem pensar no
impacto que suas palavras terão nos demais.

Na hora de tomar decisões, se você perceber que os outros


estão oferecendo resistência a suas ideias, as três explicações mais co-
muns para isso são:
• Você não comunicou bem a ideia.
• O momento não é adequado.
• Ou você não está com a razão.

Além disso, talvez você tenha um histórico de esforços muitas


vezes vãos, que leve os demais a pensarem duas vezes a respeito do seu
próximo projeto, por melhor que ele pareça ser. Uma medida simples
AULA 5 | 111

é não falar com ninguém sobre uma ideia antes de anotá-la em sua
agenda e esperar uma semana. Após esse tempo, você saberá avaliar
melhor o potencial desse assunto.
112 | PROJETO 300
AULA 6 | 113
114 | PROJETO 300
AULA 6 | 115

Quero continuar falando sobre Autossabotagem. Esse assunto


é tão sério (embora muitos tendam a achar que não precisam ouvir
sobre ele) que será nosso foco em duas aulas. Infelizmente, os anos
estão passando e as pessoas estão dando muitas desculpas para Deus.
Em uma das mensagens da série “O Poder do Recomeço”, falo sobre
as desculpas que Moisés deu para Deus logo no início do seu chama-
do. Quais foram as desculpas de Moisés?

1ª) Quem sou eu?

Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó


e tirar do Egito os filhos de Israel?
Ex 3.11
2ª Desculpa) Quem é você?
Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos
de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou
a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome?
Que lhes direi?
Ex 3.13

3ª Desculpa) E se eles não me ouvirem?


Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudi-
rão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apare-
ceu.
Ex 4.1
116 | PROJETO 300

4ª Desculpa) Eu nunca fui um bom orador.


Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nun-
ca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a
teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.
Ex 4.10

5ª Desculpa) Sei que o Senhor pode encontrar outro.


Ele, porém, respondeu: Ah! Senhor! Envia aquele que
hás de enviar, menos a mim.
Ex 4.13

O que Moisés estava fazendo todo esse tempo? Autossabota-


gem. No livro “O Poder e o Impacto de uma Visão”, eu falo que a
visão determina nossa saúde mental. Todo ataque na vida de uma
pessoa começa por sua mente. Por quê? Porque uma ação só acontece
quando um pensamento vira um sentimento. Ou seja, antes de uma
pessoa cometer qualquer erro na vida, ela primeiramente irá pensar
sobre isso e logo após, esse pensamento virará um sentimento que,
consequentemente, virará uma ação. Por isso a Bíblia é tão enfática
em relação aos nossos pensamentos.

Não vos conformeis com este século, mas transformai-


-vos pela renovação da vossa mente, para que experimen-
teis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Rm 12.2

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.


Lm 3.21

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo


o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
AULA 6 | 117

puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,


se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o
que ocupe o vosso pensamento.
Fp 4.8

Muitas lutas são travadas na mente. E quantas pessoas não


alcançam seu potencial máximo em Deus porque estão se deixando
levar por maus pensamentos. São os Sabotadores. Vocês já devem ter
me ouvido falar sobre o chá na liderança, que é a soma de Conheci-
mento + Habilidade + Aplicação. A soma desses três itens nos levará
aos resultados.

Quando Deus criou você, Ele o fez com a capacidade de cum-
prir um chamado. Deus jamais desperdiçará um talento e se Ele tem
o chamado para algo, com certeza viu capacidade para isso. A questão
é que, para adquirir habilidade, eu preciso fazer a minha parte. E uma
vez que eu adquiro habilidade, o segredo está em aplicar o que tenho
aprendido.

Quantos pararam na vida porque estudaram, mas não aplica-


ram. Agora, a grande questão está na primeira letra. Mesmo eu falan-
do que você é capaz de cumprir um propósito, pelo menos aos olhos
de Deus, muitos ainda não se sentem capazes. Por quê? Porque não
entendem a diferença entre:

• Conhecimento
• Inteligência
• Sabedoria.

O que é Conhecimento? Conhecimento é um conjunto de
verdades armazenadas através da experiência e da aprendizagem. É o
118 | PROJETO 300

ato de perceber ou compreender por meio da razão ou da experiência.



O que é Inteligência? Inteligência é a capacidade de compre-
ender e resolver novos problemas e conflitos e de adaptar-se a novas
situações.

E o que é Sabedoria? Sabedoria é um dom que nos permite
discernir qual o melhor caminho a seguir e a melhor atitude a adotar
nos diferentes contextos que a vida nos apresenta.

Um exemplo de sabedoria se encontra no texto que mostra
o Rei Salomão julgando duas mulheres que reivindicavam a mater-
nidade de uma criança viva. Esse texto se encontra em 1 Reis 3.16.
Sabedoria é um pilar fundamental para o desenvolvimento espiritual
e do propósito que há dentro de cada um de nós.

Qual a questão aqui? É que uma pessoa com conhecimento,
não necessariamente precisa ser inteligente e sábia. Uma pessoa in-
teligente pode resolver problemas, mesmo não tendo conhecimento
prévio do assunto. Isso mostra que ela pode ser inteligente, mas não
necessariamente ser sábia ou ter conhecimento. E uma pessoa sábia,
não necessariamente precisa ter conhecimento em muitas coisas.

Como líderes, não precisamos saber de tudo, mas precisamos
conhecer quem sabe fazer o que não sabemos. Entretanto, nem todos
trabalham bem essa questão, porque isso envolve aprender a investir
em relacionamentos - e isso dá trabalho e custa caro.

Por isso que líderes centralizadores geralmente estão sozinhos;
e essa solidão traz ataques em sua mente. Por quê? Porque o homem
não foi criado para andar sozinho. Por essa razão, os dons e talentos
AULA 6 | 119

foram distribuídos entre muitos. Um grande líder sabe identificar as


pessoas e descobrir onde estão os talentos de que ele precisa para cum-
prir uma missão.

Tudo isso é muito interessante, contudo, na prática, as coisas


não acontecem tão facilmente assim. Pois entre saber o que se deve
fazer e fazer o que é necessário existe um caminho. Caminho que
muitas vezes é abortado no meio. Isso acontece quando eu até sei o
que devo fazer, quero fazer o que sei que devo fazer, mas meus pen-
samentos me consomem e me fazem acreditar em situações que nem
sempre são verdades.

No livro, “Inteligência Positiva”, Shirzad Chamine escreve


uma frase muito interessante: “Sua mente é sua melhor amiga, mas
também é sua pior inimiga.”. Nesse livro, ele comenta sobre 10 pa-
drões de comportamento, os “sabotadores”, que impedem a realização
plena do potencial de cada pessoa. Quando aprendemos a identificar
quais estão presentes em nós, o primeiro passo é combatê-los.

Acesse o exercício através do QR Code.


120 | PROJETO 300

Quais são esses sabotares?

1º) Sabotador Crítico.

Esse sabotador leva você a encontrar defeitos em si mesmo,


nos outros e nas circunstâncias o tempo todo.
O que provoca ansiedade, estresse, raiva, decepção, vergonha e culpa.

2º) Sabotador Insistente.

Esse sabotador é perfeccionista, pois necessita de ordem e


organização extremas. O que deixa as pessoas ao redor ansiosas e
nervosas. Ele drena sua energia na busca da perfeição e faz você viver
em constante frustração consigo mesmo.

3º) Sabotador Prestativo.

O prestativo obriga você a se esforçar para ganhar a atenção


e afeição dos outros, mesmo que para isso precise distribuir elogios
constantemente.

4º) Hiper-Realizador.

O desempenho e as realizações constantes são indispensáveis


para o hiper realizador. Assim você fica refém dos resultados para ter
respeito próprio, o que gera tendência a vício em trabalho e perda de
profundidade emocional.

5º) A Vítima.
AULA 6 | 121

Esse sabotador é responsável por você se sentir emotivo


e temperamental, sempre em busca de atenção e afeto. O maior
problema é que ele faz você focar em sentimentos dolorosos, o que
pode resultar em tendência para a martirização.

6º) Hiper-Racional.

Quando você está sob influência do sabotador Hiper-Racional,


pode ser visto como uma pessoa fria, distante ou intelectualmente
arrogante, porque se concentra no processo racional de tudo,
incluindo relacionamentos.
As emoções são consideradas indignas de respeito.

7º) Hipervigilante.

Constantemente em estado de alerta, o Hipervigilante nunca


descansa. Ele faz você se sentir ansioso em relação a todos os perigos
que o cercam e a tudo que pode dar errado.

8º) Sabotador Inquieto.

O inquieto te deixa sempre em busca de novas emoções,


porque para ele, ficar parado é entediante e a vida precisa ser intensa.
Assim você entra numa busca por novas atividades, já que as atuais já
não dão tanta paz ou alegria.

9º) O Controlador

Na visão do Controlador, ou você está no controle ou está fora


de controle. Ele funciona movido à necessidade de estar no comando
122 | PROJETO 300

e de dirigir as ações das pessoas de acordo com a vontade dele.

10º) O Esquivo.

O Esquivo se concentra no positivo e no prazeroso de forma


extrema e evita as tarefas difíceis e desagradáveis. Por causa dele, você
vai procrastinar as obrigações e fugir dos conflitos e, eventualmente,
haverá atrasos na conclusão das coisas.

Volto, então, a repetir a frase do Shirzad Chamine. “Sua mente


é sua melhor amiga, mas também é sua pior inimiga”. Se estamos
falando que a Visão determina sua Saúde Mental e que existem
sabotadores os quais vivem querendo minar seus pensamentos, a
solução se encontra na própria letra “S”. Qual o remédio para termos
saúde mental? Sabedoria.

Não estou falando de Inteligência, nem de Conhecimento.


Lembram-se do que comentamos?
Estou falando de sabedoria.

Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que


adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela
dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro
mais fino. Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que
podes desejar não é comparável a ela.
Pv 3.13-15

Vamos à questão. Vimos que conhecimento é um conjunto de


verdades armazenadas através da experiência e da aprendizagem. O
ato de perceber ou compreender por meio da razão ou da experiência.
A Bíblia está dizendo, no versículo 13, que feliz é o homem que acha
AULA 6 | 123

a sabedoria e adquire o conhecimento. O conhecimento é adquirido.


E há muitas formas de se adquirir conhecimento. Por isso, um
verdadeiro líder é um eterno aprendiz. Ele não desiste do aprendizado
e se torna um eterno curioso.

Agora, o que não podemos fazer é achar que uma vez que
eu adquiro conhecimento, isso me torna uma pessoa sábia. A Bíblia
está dizendo que Sabedoria se encontra. Se precisamos encontrar, é
porque não está à mostra. Por mais que ela seja acessível, a verdadeira
sabedoria tem um preço. O encontro da Sabedoria exige Sacrifício.
Qual o preço você está disposto a pagar para ser um líder mais eficaz?

O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os


loucos desprezam a sabedoria e o ensino.
Pv 1.7

Tenho aprendido que o Temor do Senhor tem a ver com o


quanto permito que minhas emoções e meus pensamentos sejam
guiados por Ele, mesmo quando meu corpo e meus instintos digam
outra coisa. Temor ao Senhor é saber que Ele conhece o mais
profundo da minha vida, e que eu não preciso ficar escondendo
minhas dificuldades. Pelo contrário, quando eu as coloco diante d’Ele
e posso aguardar com paciência sua ajuda em meu favor.

Esperei com paciência pelo SENHOR; ele se inclinou


para mim e me ouviu quando clamei por socorro.
Sl 40.1

O Temor ao Senhor nos ajudará a vencer os sabotadores.

Quando o “Sabotador Crítico” o levar a encontrar os defeitos


124 | PROJETO 300

em tudo e em todos, o temor ao Senhor o leva a entender que somos


diferentes, e que essa é a arte e a multiforme sabedoria de Deus. Deus
nos fez diferentes, para que nos completemos e para que, também,
entendamos que não fomos chamados para todas as pessoas.

Haverá pessoas que o ouvirão, e outras que não querem o ver


nem pintados de ouro. Existem pessoas que moram no lado da igreja
que pastoreio e atravessam a cidade para ir a outra igreja. E pessoas
que moram no outro lado da cidade e que passam na frente de dezenas
de igrejas, mas têm como objetivo frequentar a nossa igreja. Por quê?
Porque nosso chamado é específico e geográfico. Entender isso faz
parte do Temor ao Senhor.

Quando o “Sabotador Insistente” estiver drenando sua energia,


buscando a perfeição e a organização extrema, o Temor do Senhor o
levará a entender que tudo tem seu tempo determinado e que, no
final, tudo dará certo. Ou seja, se não deu certo, é porque ainda não
chegou o final. O Temor o faz descansar em Deus.
E esse é o problema de muitas pessoas que não aprenderam a descansar
em Deus.

Quando o “Sabotador Prestativo” o forçar a chamar a atenção


dos outros, o Temor ao Senhor o levará a entender que a única pessoa
que você precisa chamar a atenção é o Senhor, sabendo que chamamos
Sua atenção através da obediência e da fé.

Quando o “Sabotador Realizador” quiser levá-lo ao vício


no trabalho, o Temor ao Senhor lhe mostrará que o Equilíbrio e o
Descanso em Deus fazem muito mais em sua vida, do que horas de
trabalho sem descanso.
AULA 6 | 125

Quando o “Sabotador Vítima” quiser lembrá-lo apenas dos


sentimentos dolorosos, o Temor ao Senhor o trará a memória aquilo
que pode te dar esperança.

Quando o “Sabotador Hiper Racional” quiser que você se


esfrie na fé, por estar processando tudo intelectualmente, o Temor
ao Senhor o lançará aos maiores atos de fé da sua história, pois ele
lembrará você que a fé sem obras é morta.

Quando o “Sabotador Hipervigilante” quiser te manter


ansioso, sem jamais descansar, o Temor ao Senhor te lembrará que
não devemos andar ansiosos por nada nessa vida e que a maior alegria
de Deus é ver que seus filhos aprenderam a descansar n´Ele.

Quando o “Sabotador Inquieto” quiser que você viva buscando


novas emoções, o Temor ao Senhor o levará ao entendimento de que
a plenitude em nossos sentimentos vem quando estamos na estrada
da obediência ao Senhor.

Quando o “Sabotador Controlador” quiser que você esteja


sempre no comando, o Temor ao Senhor vai lembrá-lo que sozinhos
podemos vencer uma batalha, mas em equipe, venceremos a guerra.
Ou seja, nem sempre estaremos guiando uma tarefa; muitas vezes,
faremos parte de uma equipe, que terá outros líderes.
E a sabedoria no convívio com outros líderes o levará ao sucesso de
sua caminhada.

Quando o “Sabotador Esquivo” quiser te fazer a fugir dos


conflitos, o Temor ao Senhor te fará entender que todo conflito existe
porque há alguém com uma solução; e toda solução precisa de alguém
aberto para enfrentar os conflitos de uma maneira sábia.
126 | PROJETO 300

A Sabedoria poderá mudar sua história para sempre; ela te


levará ao Temor ao Senhor e o Temor te levará a ver a vida de outro
prisma e entender que nossos pensamentos precisam estar alinhados
com os pensamentos de Deus. Ou seja, preciso levar cativo todo
pensamento a Deus.

Porque as armas da nossa milícia não são carnais,


e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas,
anulando nós sofismas e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo.
2 Co 10.4,5

Uma pergunta: sua mente age mais como sua amiga ou age
mais como sua inimiga? Quanto tempo você gasta sendo levado por
maus pensamentos? O quanto você consegue levar seus pensamentos
ao Senhor? Quanto mais seus maus pensamentos guiarem suas
emoções, mais difícil será sua caminhada nesta terra. Quanto mais você
permitir que seus pensamentos sejam guiados por um relacionamento
íntimo com Deus, mais você se sentirá pleno em tudo o que estiver
fazendo. Tudo começa e termina na maneira que você conduz seus
pensamentos.
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128 | PROJETO 300
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Acima de todas as coisas, guarde seu coração, pois ele


dirige o rumo de sua vida. Evite toda conversa maldosa,
afaste-se das palavras perversas. Olhe sempre para fren-
te, mantenha os olhos fixos no que está diante de você.
Estabeleça um caminho reto para seus pés, permaneça
na estrada segura. Não se desvie nem para a direita, nem
para a esquerda. Não permita que seus pés sigam o mal.
Pv 4.23-27

Ficamos duas aulas falando sobre Autossabotagem e pudemos


ver o quão sério é esse tema. Agora quero falar que a questão não é
apenas ver que temos sabotadores, mas agir para que não só os elimi-
nemos de nossas vidas, como também possamos cumprir o propósito
pelo qual nascemos.

Precisamos entender que a capacidade de tomar as decisões


corretas, de crer no potencial de realizá-las e de trabalhar intensa-
mente até conquistar suas metas é o que define sua vida. Então, para
quem realmente quer atingir seus objetivos - que para nós é sermos
usados 100% em nossa área de atuação - isso exigirá uma autoanálise
profunda. É o que estamos fazendo, pois estamos mergulhando no
autoconhecimento.

E por que isso? Porque acreditamos em viver os 100% de


Deus. Acreditamos que Ele tem o melhor para nós. Mas como parte
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do processo, precisamos definir muito bem:

• O que nos faz feliz?


• E o que nos derruba na vida cotidiana?

Entenda algo: Qualquer coisa diferente de abundância é dis-


função. Quando Deus criou o Jardim do Éden, tudo ali era perfeito e
estava em harmonia. Sei que o perdemos por causa do pecado, entre-
tanto Jesus veio para que, por Seu intermédio, voltássemos ao nosso
jardim.

O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu


vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Jo 10.10

Contudo, Jesus também nos disse algo:

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim.
No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo;
eu venci o mundo.
Jo 16.33

O que Jesus está nos dizendo é o seguinte: “Ei! Eu vim para


que você tenha uma vida abundante, mas mesmo assim, haverá mo-
mentos difíceis. Quando eles chegarem, fique tranquilo, eu já os ven-
ci e você os vencerá também!”.

No entanto, ninguém suporta os momentos difíceis, se não


tiver uma ideia de eternidade. Ou seja, ninguém suporta um revés na
vida, se não tiver um olhar além do que o de hoje. Muitos não supor-
tam os momentos difíceis, porque não os encaram e preferem ficar
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em um lugar chamado “zona de conforto”.

Zona de conforto é o lugar onde encontramos desculpas para


não fazer o que sabemos que devemos fazer. A zona de conforto pare-
ce um lugar supostamente seguro, mas na prática ela nos acorrenta e
nos mantém presos, inertes, imóveis, enquanto o mundo está aconte-
cendo lá fora.

Uma ótima definição para zona de conforto é uma combina-


ção de mentiras paralisantes com prazo de validade vencido. Por quê?
Porque o conforto de não agir certo na hora certa, logo se tornará
uma prisão de muros altos.

Responda para você agora: Em quais áreas da sua vida, você se
percebe na zona de conforto? Como será sua vida se continuar, por
ação ou por omissão, na zona de conforto?

A única coisa que pode tirar alguém da zona de conforto é a
ação direcionada para suas metas, seus objetivos e seus desejos. Po-
rém, tornamo-nos especialistas em “dar desculpas”, por isso falamos
tanto sobre sabotadores nas últimas aulas. Muitas vezes, essas des-
culpas trazem conforto, mas na realidade elas causam duas consequ-
ências devastadoras na vida das pessoas. A primeira é que elas atacam
a autorresponsabilidade. Isso significa que ela tira a autonomia de
seu autor, deixando-o refém da situação. A segunda consequência é
o fato de que essa desculpa pode ser interpretada como verdade pelo
cérebro. E quanto mais vezes essa desculpa for dada, mais presa a ela
essa pessoa fica.

O cérebro não escolhe no que acreditar. Assim, o que você
mais comunicar, mais verdadeiro será. Pense comigo, quantas descul-
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pas temos criado e dado para justificar ou explicar nossa permanência


na zona de conforto?

Existem três categorias de desculpas:

1 - Mentiras e Exageros;
2 – Verdades;
3 - E Brincadeiras.

As mentiras são justificativas inventadas com o objetivo de di-


minuir a culpa. As desculpas verdadeiras são uma tentativa de acusar
o outro e se eximir da responsabilidade pelos próprios atos.

As brincadeiras fazem a pessoa fechar os olhos para o proble-
ma, tirar o foco do assunto por meio de uma piada ou de algo engra-
çado dito sobre o problema.

Um exemplo:

A riqueza do rico é sua fortaleza; a pobreza dos pobres é


sua destruição.
Pv 10.15

Por que a pobreza do pobre é sua destruição? Porque


não são poucos que ao invés de lutarem por uma vida melhor, prefe-
rem brincar com sua pobreza e declaram frases como: “É assim mes-
mo...”, “Alegria de pobre dura pouco.”, “Nóis é pobre, mas é limpi-
nho.”, “É véio, mas tá pago!”. E o que é mais confortante? Não se
conformar com essa situação e trabalhar para mudar a vida financeira
ou brincar e dizer que é assim mesmo?

AULA 7 | 133

Digo isso, porque já agi dessa maneira e nada mudou na mi-


nha vida enquanto minha boca brincava sobre esse assunto. Esse é
apenas um exemplo, mas podemos ver isso em todas as áreas de nossas
vidas.

Entenda que a vida começa quando a zona de conforto acaba!
Então agora, nós vamos identificar qual é a área onde estamos mais
precisando de ajuda. Talvez você já tenha feito esse teste, mas creio
que, ao fazê-lo novamente, ele poderá lhe dar um norte para essa eta-
pa da sua vida.

Roda da Vida
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Roda da Vida
(NÍVEIS DE SATISFAÇÃO)
AULA 7 | 135

1) PONTO DE ALAVANCAGEM
Em que área desta roda você acredita que se colocar foco vai melhorar
o maior número de áreas possíveis?

2) O quê?
O que você gostaria de desenvolver nessa área escolhida?

3) Por quê?
Por que essa área escolhida é importante para você?

4) Quando?
Quando você deseja ver esse objetivo realizado?

Como vamos superar esses pontos? Autorresponsabilidade é a


resposta. O que é isso? Autorresponsabilidade é a capacidade racional
e emocional de trazer para si toda a responsabilidade por tudo o que
acontece em sua vida.

Quando os acontecimentos não geram os resultados que es-


peramos, quando nossa vida não está como gostaríamos, temos basi-
camente duas opções: a primeira é assumir a responsabilidade pelos
resultados, aprender com eles e mudar; a outra é achar um culpado e,
de uma forma ou de outra, sempre se eximir da autorresponsabilida-
de, colocando nos outros (ou nas circunstâncias) a responsabilidade
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pelo que acontece na própria vida.

Só que muitas vezes, a pessoa não age como deveria, porque


não entende a mecânica do seu corpo. Eu sei que estamos inseridos
em uma guerra espiritual e que não devemos negligenciar as artima-
nhas do nosso inimigo, mas muitas vezes, as lutas não são espirituais,
e sim biológicas. E aí sim, acredito que muitas vezes, nosso inimigo
potencializa algo, que nosso corpo já não está respondendo bem.

Quase todos os sistemas do corpo humano existem para nos


ajudar a sobreviver e a prosperar. Se pressentirmos o perigo, nossas
defesas se armam. Se nos sentirmos seguros junto à nossa própria
gente, em nossas tribos ou organizações, podemos relaxar e nos abrir
à confiança e à cooperação. Mas veja como nosso corpo funciona.

Uma pesquisa realizada por uma equipe de cientistas sociais


da Universidade de Canberra, na Austrália em 2011, concluiu que ter
um emprego que detestamos é tão ruim para a saúde, ou até pior, do
que não ter emprego algum. Os níveis de depressão e de ansiedade
entre pessoas insatisfeitas no trabalho foram iguais ou maiores do que
os níveis dos desempregados.

Então isso não é batalha espiritual, e sim uma reação do corpo


por não gostar do lugar onde trabalha. Isso pode ser potencializado
pelas trevas? Sim! Claro! Querem outro exemplo? Um estudo reali-
zado por dois pesquisadores do Boston College revelou o seguinte:
a sensação de bem-estar de uma criança é menos afetada pelo longo
horário de trabalho dos pais, e mais afetada pelo humor demonstrado
por eles quando chegam a casa.

As crianças se sentem melhor com pais que trabalham mais,


AULA 7 | 137

mas em um emprego de que gostam, do que pais que trabalham me-


nos, mas voltam para casa insatisfeitos.

Tudo que existe no corpo humano tem uma função: ajudar-
-nos a sobreviver. Há quatro substâncias químicas no corpo que con-
tribuem para todos os nossos sentimentos:

Dopamina – O hormônio da motivação.


Serotonina – O hormônio da felicidade.
Oxitocina – O hormônio do amor e da confiança.
Endorfina – O hormônio do prazer.

Agora, perceba que para cada comunicação, produzimos uma


química hormonal específica. Vamos falar sobre a: Dopamina – O
hormônio da motivação.

Dopamina é a razão pela qual nos sentimos bem quando encontra-


mos alguma coisa que estávamos procurando; ou quando realizamos
algo que precisava ser feito.

Ela é responsável pela satisfação que sentimos após concluir


uma tarefa ou projeto importante, atingir uma meta ou mesmo um
dos marcos a caminho de uma meta maior. Uma das maneiras de
obter dopamina é nos alimentando, comendo bem. Esse é um dos
motivos pelos quais esse ato nos dá prazer. A dopamina é que faz de
nós uma espécie orientada para metas e tendência ao progresso.

Quanto maior a meta, maior o esforço requerido e mais dopa-


mina recebemos. É por isso que nos sentimos realmente bem quando
nos esforçamos para realizar alguma coisa difícil. Fazer alguma coisa
rápida e fácil nos proporciona apenas uma leve satisfação, ou seja, não
138 | PROJETO 300

há incentivo biológico para ficar sem fazer nada.

Só que há letras miúdas no contrato da dopamina nas quais,


geralmente, não prestamos atenção. A dopamina vicia e muito. Coca-
ína, nicotina, álcool e jogo liberam dopamina.

Há algo mais que devemos acrescentar à lista de itens que


podem sequestrar o sistema de recompensas da dopamina: a mídia
social, mensagens de texto, e-mails, números de curtidas, toque do
celular, a vibração ou a própria luz do celular.

Eles foram feitos para isso mesmo. A emoção de receber uma


mensagem libera endorfina. Ela fica associada à sensação de: “Puxa!
Tem algo para mim”.

Veja como é engraçado. Odiamos receber tantas mensagens,
mas vivemos esperando o toque, a vibração ou a luzinha que diz que
uma delas chegou. Como ansiamos por uma dose de substâncias
químicas para nos sentirmos bem, repetimos os comportamentos que
sabemos que proporcionarão essa dose.

Pergunto a você: Nossos vícios modernos são inocentes ou


têm efeitos colaterais indesejados que estão nos causando mal? Por
causa da dopamina, gostamos de fazer compras ou colecionar coisas.
A boa notícia é que também temos incentivos químicos que nos re-
compensam com sentimentos positivos quando agimos de maneira a
conquistar a confiança, o amor e a lealdade os outros.

Para recebermos esses sentimentos, basta dar um pouco, pois a


endorfina e a dopamina trabalham juntos. Quais outros hábitos pre-
ciso ter para liberá-la? Expressar gratidão, recordar momentos agradá-
AULA 7 | 139

veis e fazer exercícios físicos. Efeitos sobre a vida:


• Ela reduz a ansiedade
• Melhora o ânimo
• E gera energia e motivação

Serotonina – O hormônio da felicidade.

A Serotonina é responsável pela sensação de orgulho. É a sen-


sação que temos quando percebemos que os outros gostam de nós
ou nos respeitam. Faz-nos mais fortes e confiantes, como se fôssemos
capazes de qualquer coisa. Graças à Serotonina, um formando sente
sua confiança e seu status aumentarem quando caminha pelo palco
para receber seu diploma.

Tecnicamente, tudo de que o estudante precisa para se formar


é pagar as mensalidades, cumprir os requisitos e obter um núme-
ro suficiente de créditos. Mas a formatura não seria a mesma se só
recebesse um e-mail com uma carta de felicitação. A melhor
parte vem agora. No instante em que esse formando caminha no pal-
co, além dele, seus pais, sentados na plateia, também recebem doses
de serotonina e se sentem orgulhosos. Lembre-se de que substâncias
controlam nossos sentimentos. Graças à serotonina, não temos a sen-
sação de responsabilidade para com números, só nos sentimos res-
ponsáveis por pessoas.

Quais hábitos preciso ter para liberá-la? Comer alimentos ri-


cos em triptofanos (carne, peixe, ovos, leite, chocolate preto e aba-
caxi) e demonstrar otimismo. Efeitos sobre a vida:
• Regula o humor
• Melhora o ritmo cardíaco
• E facilita as tomadas de decisões
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Oxitocina – O hormônio do amor e da confiança.

A oxitocina é a substância química predileta da maioria das


pessoas. É a sensação da amizade, do amor ou da confiança profunda.
É a sensação que temos quando estamos na companhia de amigos
íntimos ou de colegas de confiança; quando fazemos alguma coisa
boa por alguém, ou quando alguém faz algo de bom por nós. É res-
ponsável pelo calor humano e pelo aconchego. Sem a oxitocina, não
teríamos vontade de sermos generosos. Sem a oxitocina, não haveria
empatia, não conseguiríamos formar vínculos fortes de confiança e
amizade. Não teríamos um parceiro ou parceira para criar nossos fi-
lhos. Na verdade, nem amaríamos nossos filhos.

Graças à oxitocina, sentimos as conexões humanas e gostamos


de estar na companhia de pessoas queridas. A oxitocina nos torna
sociáveis. Diferente da dopamina que proporciona a gratificação ins-
tantânea, a oxitocina dura muito.

Quanto mais tempo passamos com alguém, mais no torna-


mos dispostos a ficar vulneráveis perto dessa pessoa. Quanto mais
confiamos nela e temos sua confiança, maior o fluxo de oxitocina.
Poucas sensações são mais importantes para os seres humanos do que
o pertencimento. A sensação de que estamos dentro de um círculo de
segurança.

A oxitocina reforça o sistema imunológico, ajuda-nos a resol-


ver problemas com mais facilidade e nos torna mais resistentes às ca-
racterísticas viciantes da dopamina. Não fico viciado em ver quantas
curtidas eu tenho, mas me preocupo em cuidar de quem amo. Quais
hábitos preciso ter para liberá-la? Dançar, abraçar, receber presentes,
fazer carinho e toques corporais. Efeitos sobre a vida:
AULA 7 | 141

• Gera bons sentimentos como confiança, respeito e seguran-


ça.
• Gera também bem-estar físico e emocional.

Endorfina – O hormônio do prazer.

Quais hábitos preciso ter para liberá-la? Atividade sexual (ca-


sados, é claro!), dar e receber carinho, sorrir, estar em contato com a
natureza e comer chocolate. Efeitos sobre a vida:

• Reduz a depressão
• Gera a sensação de bem-estar e felicidade.
• A Endorfina tem um único propósito.
• Mascarar a dor física.

Vamos entrar em outra área da mecânica do nosso corpo. Mas


agora, vamos falar mais especificamente sobre nosso cérebro. Estudos
da cientista Jill Bolte Taylor, autora do livro: “A cientista que curou
seu próprio cérebro”, mostram que o hemisfério esquerdo é o lado do
cérebro responsável pela lógica, pela memória, pela sistematização e
reflexão.

É nesse lugar onde reside toda a nossa capacidade de elaborar


ideias e também nossas habilidades de planejar, criar e compreender.
É onde está o tão falado Quociente de Inteligência (QI). O hemis-
fério esquerdo é o lado matemático, classificador, exato, linear, ana-
lítico, estrategista, prático e realista. Além de ser o responsável pela
linguagem.

Já o lado direito do cérebro é o responsável pelas emoções, pe-


los sentimentos, pelos pensamentos involuntários, pela inconsciência,
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pela intuição e pelas crenças. É o lado responsável pela nossa capa-


cidade de realização. É onde reside o atualmente famoso Quociente
Emocional, ou Inteligência Emocional (QE), assunto tão abordado
hoje em dia pelo famoso psicólogo, PhD de Harvard, Daniel Gole-
man e muitos outros cientistas e pesquisadores do mundo.

O hemisfério direito é o lado criativo, que desenvolve a arte


e a poesia. É o lado que sente paixão, saudade, tristeza, além de ser
o responsável pela imaginação. Próspero e vitorioso é o ser humano
que consegue integrar essas duas áreas do cérebro. Ter grandes ideias
e conseguir agir para colocá-las em prática.

No livro “O Poder e o Impacto de uma Visão”, compartilho


um pouco sobre essa ideia, comentando como um artista vê a vida.
Digo isso, porque trabalhei 14 anos com artes. E aprender a olhar
como um artista tem me ajudado até hoje.

Quando uma pessoa não tem equilíbrio dentro dos dois lados
do cérebro, o reflexo disso é que sua vida também andará desequi-
librada. Por exemplo: Quando uma pessoa anda só com o lado es-
querdo ativado, é nesse lado que vive o “Self 1”, que vive criticando e
dizendo que você não consegue aprender, que é para você desistir. É
o lado que aceita críticas, que se entristece com comentários em redes
sociais, que procura se defender dos outros e que também procura se
defender de você mesmo, através das desculpas.

O lado direito, ou seja, o “Self 2”, já não está nem aí para o


“motor da kombi”. Ele recebe críticas, mas ao ver que está no cami-
nho certo as ignora. Consegue perdoar mais facilmente. Consegue se
lançar em novas aventuras, apaixona-se mais facilmente e, consequen-
temente, machuca-se mais nessa área; entretanto não está nem aí para
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o que estão dizendo. Então, quando uma pessoa vive apenas pelo lado
direito, ela vive no “Fantástico mundo de Bob”.

E aqui entra a Inteligência Emocional. E o que é isso? É quan-


do eu consigo, através dos estímulos e sentidos, capturar o mundo
com os dois hemisférios. Como assim? Quando eu consigo, de uma
maneira equilibrada: ser lógico, mas também ser emocional.

Quando eu consigo ver as letras, os números e os dados, mas


também consigo ser intuitivo, criativo e capturar os sentimentos.

Quando eu consigo ser altamente competitivo no meu traba-


lho, mas também consigo ser altamente relacional com minha famí-
lia.
Quando eu consigo dar o melhor de mim no meu trabalho
e nos estudos, mas também consigo dar o melhor de mim no meu
descanso e na minha saúde.

Quando eu consigo trabalhar e descansar. Ser duro (quando


necessário) e ser maleável (quando necessário).

Quando eu consigo amar e corrigir. Quando eu consigo dar


tempo para o trabalho e para a família, mas também consigo fazer
coisas que enchem meu tanque emocional.

Quando eu consigo ouvir um feedback de melhoria sem me


magoar, mas quando eu também consigo ouvir uma crítica sem fun-
damentos e não me apegar a ela.

Qual a grande questão aqui? É que a conta é injusta. Que-


remos equilíbrio no uso dos dois hemisférios, mas somos treinados
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apenas em um deles. Perceba como isso funciona nas escolas, por


exemplo. Quantas aulas de Artes temos em comparação com as de-
mais aulas? Quantas aulas que desenvolvem a criatividade dos alunos?
E quantas que desenvolvem a lógica?

Para que você consiga ter uma vida equilibrada, precisará de


autorresponsabilidade, porque haverá dias, quando será exigido que
você acesse o lado direito, o lado criativo.

Para ajudá-lo, quero que você faça um desenho. Ah Biga! Não


consigo desenhar! Bom, acho que já passou da hora de parar de se
sabotar. Porque saber desenhar é saber ver. Vou lhe dar mais um exer-
cício.
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Vamos lá?
Vire a página!
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Como iremos fazer? Não vire o desenho antes de terminar.


Observe o desenho invertido, observe os ângulos, as formas e as
linhas. Você perceberá que as linhas se encaixam - onde termina uma,
começa a outra. As linhas e curvas preenchem determinados espaços.

Ao iniciar o desenho, comece por cima e vá copiando linha


por linha, passando de uma para aquela que estiver mais próxima,
compondo o conjunto como você faria com um quebra-cabeça. Se
chegar a algum lugar em que diga assim: “Ah, aqui é o nariz, boca,
olhos”, procure simplesmente continuar a dizer a si mesmo: “Bem,
esta linha faz uma curva aqui, esta outra a atravessa, formando um
pequeno espaço aqui... esta outra linha fica a um ângulo de tantos
graus em relação à margem do papel.”.Tudo de que você precisa para
fazer o desenho está diante de seus olhos.

Por que fiz esse exercício? Para você entender que, na liderança,
precisamos aprender a liderar com equilíbrio. E que há horas em que
você precisa ser técnico, lógico e racional, contudo, há momentos nos
quais precisamos ser sensíveis a sentimentos, meio ilógicos, e cheios
de fé.

Por quê? Porque haverá tempos em que Deus lhe dará uma
direção que não terá como ser processada pelo hemisfério esquerdo.
Haverá momentos em que não haverá explicação. Tente explicar
sua experiência com Deus. Tente resumi-la em uma frase ou tente
convencer alguém só com suas palavras. É por isso que Paulo disse:

A minha palavra e a minha pregação não consistiram


em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa
AULA 7 | 149

fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder


de Deus.
1 Co 2.4,5

Haverá momentos nos quais você terá que ser duro com seus
filhos, mas outros em que você terá que simplesmente tomar um
sorvete com ele. Haverá momentos para debater suas ideias com seu
cônjuge, mas haverá momentos em que o melhor é passar por cima
de quem tem razão.

Consegue entender? Minha ideia nesta aula foi fazer você


entender qual área de sua vida necessita de mais energia, onde você
precisa empregar autorresponsabilidade e como ter uma vida mais
equilibrada em relação aos dois lados do cérebro.

Biga, isso dá certo? Bom, tem dado na minha vida e posso


basear toda a aula de hoje em três versículos:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e


sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mt 11.28-30
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Quero começar falando sobre Estágios do Conhecimento.

1º) Incompetente Inconsciente.

Essa é a fase na qual você não sabe de algo, contudo não tem
noção que não sabe. Quando eu era adolescente, minha vontade de
dirigir era tanta que eu não via a hora de pegar o carro do meu pai.
Um dia, tentei dirigir sozinho e sabe qual foi o problema? Eu era um
incompetente inconsciente. Jamais tinha dirigido, não sabia dirigir,
mas me achava o “Ayrton Senna”. O problema é que subi com a
Brasília do meu pai em um barranco. Essa é a fase que você não tem
noção que não sabe de nada, contudo tenho uma ótima notícia para
você: isso passa rápido. Basta ter um mínimo de interesse em apren-
der que logo a segunda fase começará.

2º) Incompetente Consciente.

Essa é uma fase crítica. Pois na primeira, você não sabia o que
não sabia, mas quando chega a nova fase, você tem certeza de que não
sabe. E quanto mais você estuda, mais tem matéria para aprender. É
quando você começa a dirigir e descobre que tem milhares de coisas
dentro do carro com que precisa se preocupar. Percebe que não é
só olhar para dentro, mas também olhar para fora, além de ter que
cuidar com o ponto cego. Mas se você não desistir dessa fase, logo
entrará na próxima.
154 | PROJETO 300

3º) Competente Consciente.

É quando as coisas começam a fazer sentido. Você finalmente


aprendeu o que precisava, mas ainda precisa se concentrar antes de
cada atividade. Você entra no carro e pensa: Primeiro o cinto, agora,
colocar o carro no ponto morto, virar a chave, acionar a seta, olhar
pelos retrovisores e olhar para o lado. Você até sabe o que precisa fazer,
no entanto, ainda, tem que raciocinar. Você vai fazendo, fazendo e
fazendo até que chega ao próximo estágio.

4º) O Competente Inconsciente.

É quando você realmente aprendeu. Sua habilidade se tornou


natural e não é necessário esforço algum para fazer o que aprendeu.
Por exemplo: Se seu carro é manual, quantas vezes você trocou de
marcha para chegar até aqui? Outra pergunta: em quantos sinais ver-
melhos você parou da sua casa até aqui? Você nem sabe! Por quê?
Porque se tornou um Hábito. É sobre esse assunto que iremos nos
aprofundar nesta aula.

Hoje em dia, quando você dirige, faz tudo isso cada vez que
sai de casa, quase sem pensar. A rotina acontece por hábito. Os hábi-
tos, dizem os cientistas, surgem porque o cérebro está o tempo todo
procurando maneiras de poupar esforço. Se deixar por conta própria,
o cérebro tentará transformar quase qualquer rotina num hábito, pois
os hábitos permitem que nossas mentes desacelerem com mais frequ-
ência.
O processo de formação de um hábito passa por três estágios:

1º) Deixa
AULA 8 | 155

Um estímulo que manda seu cérebro entrar em modo auto-


mático e indica qual hábito ele deve usar.

2º) Rotina

Essa rotina pode ser física, mental ou emocional.

3º) Recompensa

Ela ajuda seu cérebro saber se vale a pena memorizar este pro-
cesso específico para o futuro. Ao longo do tempo, esse processo “dei-
xa-rotina-recompensa” se torna cada vez mais automático.

Entenda algo: os hábitos não são inevitáveis. Quando um


hábito surge, o cérebro para de participar totalmente da tomada de
decisão. Ele para de fazer tanto esforço ou desvia o foco para outras
esferas. A não ser que você deliberadamente lute contra um hábito e
encontre novas rotinas, o padrão irá se desenrolar automaticamente.

Os hábitos nunca desaparecem de fato. Eles estão codificados


nas estruturas do nosso cérebro. E essa é uma grande vantagem para
nós, pois imagine termos que reaprender a dirigir depois de cada via-
gem de férias. O problema é que nosso cérebro não sabe a diferença
entre os hábitos ruins e os bons. Por isso se você tem um hábito ruim,
ele está sempre ali à espreita, esperando as deixas e as recompensas
certas.

Isso explica por que é tão difícil criar o hábito de se exercitar


ou de mudar a alimentação. Estudos mostram que, se você criar um
novo hábito, como por exemplo, começar a correr toda manhã, ou
ignorar aquela coxinha, isso acaba se tornando um hábito como os
156 | PROJETO 300

antigos.
Os hábitos, tanto quanto a memória e a razão, são a raiz do
nosso comportamento. Talvez não nos lembremos das experiências
que criaram nossos hábitos, mas uma vez que estão alojados dentro
do nosso cérebro, eles influenciam o modo como agimos, muitas ve-
zes sem perceber.

Outra questão importante a ressaltar é que os hábitos surgem


sem a nossa permissão. Estudos indicam que, em geral, as famílias
não pretendem comer fast-food regularmente. O que acontece é que
um padrão de uma vez por mês lentamente se torna uma vez por
semana e então duas vezes, conforme as deixas e recompensas criam
um hábito. Por que você acha que todo McDonald´s possui a mesma
aparência? Tudo ali é feito para trazer uma “deixa”, pois todo McDo-
nald´s se torna familiar e os alimentos são especificamente concebidos
para proporcionar recompensas imediatas. As batatas fritas são pro-
jetadas para começar a se desintegrar no momento em que encostam
em sua língua, para fornecer uma dose de sal e gordura o mais rápido
possível, ativando seus centros de prazer e prendendo seu cérebro no
padrão.

Então, se você deseja criar um novo hábito em sua vida, é


simples: primeiro ache uma deixa simples e óbvia. Segundo, defina
claramente as recompensas. Qualquer pessoa pode usar essa fórmu-
la básica para criar seus próprios hábitos. Quer fazer mais exercício?
Escolha uma deixa – como ir para a academia assim que acordar. Em
seguida, escolha uma recompensa – como aquele whey bem prepara-
do no final.

Você também pode se focar na recompensa. Por exemplo: As


meninas podem colocar como meta de recompensa, entrar na roupa
AULA 8 | 157

em que não entram faz tempo. As pessoas que focam na recompensa


sabem que, quando as tentações surgirem, conseguirão se manter fo-
cadas, porque sabem o que receberão.

Um exemplo é a torre de oração. Eu sabia que minha vida


mudaria se eu continuasse. Durante várias madrugadas, a vontade era
de não ir, mas me focava na recompensa. Na Nova Versão Transfor-
madora da Bíblia (NVT), está escrito assim:

Os justos têm a expectativa de uma recompensa.


Pv 11.23

O que nos faz ficar firmes com Jesus, mesmo durante tantas
situações delicadas?

Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a


perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o
que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos,
quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam
e avançando para as que diante de mim estão, prossigo
para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus.
Fp 3.12-14

Qual o motivo de falar sobre esse tema? A razão é porque mui-
tas vezes, mantemos hábitos que não são espiritualmente saudáveis.
Querido, não há segredo para ser um homem e uma mulher cheios do
Espírito Santo. A pergunta que tem que ser feita aqui é: seus hábitos
estão o levando para mais perto de Deus ou não? E nessas horas, você
não pode apresentar desculpas, pois o Deus que você está buscando
158 | PROJETO 300

conhece tudo o que você tem feito, quando ninguém está olhando.
Davi foi um homem muito usado por Deus. Todos admira-
mos sua vida e aprendemos demais com ele até hoje. Vocês conhecem
a história de como o Profeta Samuel foi guiado por Deus até a casa
dos pais de Davi, para que de seus filhos saísse o próximo rei de Israel?
A questão é que Davi não sabia de nada disso, contudo seus hábitos o
conduziam a uma vida diferenciada.

Sabemos que ele lutou contra leões e ursos para defender as


ovelhas de seu pai. Se o pai tinha várias ovelhas, não era tão prejudi-
cial perder uma para o bem das demais. Só que não foi esse o pensa-
mento de Davi. Sua excelência falou mais alto, e ele arriscou a própria
vida, em função de uma missão dada pelo pai.

Lá na frente, o Rei Saul estava tendo uma reunião, no palácio


real (o lugar mais importante da época), à procura de uma pessoa
para fazer parte de sua equipe. Então, alguém se levanta no meio da
reunião e diz:

1 Sm 16.18 = ...Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe to-


car e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa
aparência; e o SENHOR é com ele.

Se Davi estava no campo e não havia redes sociais na época


para colocar a foto com a cabeça do Leão e a do Urso, como esse ho-
mem ficou sabendo das qualidades de Davi? Resposta: Seus hábitos
diários o levaram até o trono.

Quero entrar em um assunto bem sério aqui. O que tem o


poder de destruir uma pessoa? A Bíblia nos dá a resposta.
AULA 8 | 159

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o


conhecimento.
Os 4.6

A ignorância custa caro. É mais cara que um curso, que um


livro. Vamos à outra pergunta: Se a ignorância pode destruir uma pes-
soa, Deus pode libertar essa mesma pessoa? A Bíblia diz que a verdade
liberta. Mas vamos prestar atenção no versículo.

Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.


Jo 8.32

A verdade por si só não liberta. Eu preciso conhecê-la para que


ela possa me libertar, sendo assim, se você quer tirar a ignorância de
alguém, precisa dar a ele conhecimento.

A ideia do “Projeto 300” é ser instrumento de ensino para


pessoas selecionadas por Deus. Assim como os 300 de Gideão, essas
pessoas irão marcar sua geração na sua área de influência. Para que
possamos nos tornar agentes de influência, precisamos entender que
nossos hábitos nos levarão a ser ou não pessoas emocionalmente sau-
dáveis.

A fim de compreender sobre líderes emocionalmente saudá-


veis, quero primeiramente falar sobre líderes emocionalmente doen-
tes. O líder emocionalmente doente é alguém que opera num con-
tínuo estado de déficit emocional e espiritual. Ele é carente de um
“estar com Deus” suficiente para manter seu “fazer para Deus”. Líde-
res doentes carecem, por exemplo:
160 | PROJETO 300

• Da consciência de seus sentimentos;


• De suas fraquezas ;
• De seus limites;
• Da compreensão de como seu passado afeta seu presente;
• E de como os outros os percebem.

Déficits espirituais revelam-se tipicamente no excesso de ativi-


dades. Líderes doentios não têm reservas espirituais, físicas e emocio-
nais para suportar todas as tarefas que assumem. Eles dão mais para
Deus do que podem receber d´Ele. Servem outros para compartilhar
a alegria de Cristo, mas não conseguem experimentar dessa mesma
alegria. Como consequência, líderes emocionalmente doentios são
superficiais ao construir seu ministério. Quando nos dedicamos a ga-
nhar o mundo para Cristo, enquanto negligenciamos nossa própria
saúde emocional, nossa liderança é, na melhor das hipóteses, míope.

Quatro características de um líder emocionalmente doentio.

1º) Eles têm baixa autoconsciência.

Líderes emocionalmente doentios tendem a desconhecer o


que acontece em seu interior. E até mesmo quando reconhecem uma
forte emoção, como a raiva, não a processam ou a expressam franca
e adequadamente. Ignoram as mensagens relacionadas à emoção que
seu corpo pode mandar:

•Cansaço;
•Doenças provocada pelo estresse;
•Ganho de peso;
• Úlceras;
• Dores de cabeça;
AULA 8 | 161

• Ou até mesmo a depressão.


Evitam refletir sobre seus temores, tristezas ou raiva.

2º) Eles priorizam tudo, menos o casamento e seu tempo a


sós.

Os líderes emocionalmente doentios tendem a separar sua


vida de casados (ou de solteiros) tanto da liderança como do relacio-
namento com Jesus. Eles tomam importantes decisões de liderança
sem pensar no impacto de longo prazo que essas decisões podem exer-
cer sobre a qualidade e a integridade de suas vidas como solteiros ou
casados. Eles dedicam sua melhor energia, ideias e esforços criativos
para liderar outros e deixam de investir num rico e pleno casamento,
ou em uma vida a sós.

3º) Seu relacionamento com Deus não suporta a quantidade


de afazeres para Deus.

Os líderes emocionalmente doentios estão cronicamente ul-


trapassando limites. Eles, de alguma forma, pensam que ter um tem-
po a sós e em silêncio - ou até ter um tempo de descanso com o
cônjuge - é uma questão de luxo ou algo para outros tipos de líderes.
A prioridade deles é liderar sua organização, equipe ou ministério por
meio de impactar o mundo para Cristo. Fazem a coisa certa, mas da
maneira errada, sem equilíbrio.

4º) A falta de um ritmo de trabalho e descanso sabático.

Os líderes emocionalmente doentios não praticam o descanso


sabático. Que é um período semanal de 24 horas no qual cessam todo
trabalho para descansar e desfrutar a vida com Deus.
162 | PROJETO 300

Responda o primeiro teste.

SUA LIDERANÇA E SAUDÁVEL?

Ser um líder emocionalmente doentio não é uma condição


tudo-ou-nada; ela opera numa sequência contínua que vai de médio
a grave, e pode mudar de uma fase da vida e do ministério para a pró-
xima. Use a lista de declarações a seguir para ter uma ideia de onde
você está agora. Em seguida a cada declaração, escreva o número que
melhor descreve sua resposta. Use a escala a seguir:

5 = TOTALMENTE VERDADEIRO
4 = BASTANTE VERDADEIRO
3 = PARCIALMENTE VERDADEIRO
2= RARAMENTE VERDADEIRO
1 = FALSO

__1. Reservo tempo suficiente para sentir e processar emoções di-


fíceis como raiva, medo e tristeza.

__2. Sou capaz de identificar como os problemas da minha família


de origem impactam meus relacionamentos e liderança – tanto nega-
tivamente como positivamente.

__3. (Se casado): A forma como gasto meu tempo e minha energia
AULA 8 | 163

reflete o valor que o meu casamento - não a liderança - é a minha


prioridade principal.

__(Se solteiro): A forma como gasto meu tempo e minha energia


reflete o valor que uma vida a sós saudável - não a liderança – é a mi-
nha prioridade principal.

__4. (Se casado): Eu experimento uma conexão direta entre minha


unidade com Jesus e a unidade com minha (meu) esposa(o)

__(Se solteiro): Eu experimento uma conexão direta entre minha


unidade com Jesus e a proximidade com amigos e família.

__5. Não importa quanto esteja ocupado, eu pratico sistematica-


mente as disciplinas espirituais de solitude e silêncio.

__6. Eu leio regularmente a Bíblia e oro para desfrutar a comu-


nhão, não apenas no serviço de liderar outros.

__7. Eu guardo o sábado, um período semanal de 24 horas em que


interrompo o trabalho, para descansar e deleitar-me nas dádivas de
Deus.

__8. Eu vejo o sábado como uma disciplina espiritual que é essen-


cial tanto para a minha vida pessoal, como para a minha liderança.

__9. Eu reservo tempo para praticar discernimento piedoso quan-


do faço planos e tomo decisões.
__10. O que baliza o sucesso do meu planejamento e das decisões
tomadas por mim é o discernimento e a realização da vontade de
Deus, em vez de quantidade de membros, excelência em programa-
164 | PROJETO 300

ções especiais ou impacto no mundo.


__11. Com aqueles que se reportam a mim, eu dedico sistematica-
mente uma parte do meu tempo de supervisão para ajudá-los em sua
vida íntima com Deus.

__12. Eu não evito conversas difíceis com membros da equipe so-


bre seu desempenho ou comportamento.

__13. Sinto-me à vontade para falar sobre o uso do poder em co-


nexão com meu papel e o dos outros.

__14. Eu mantenho limites saudáveis claramente articulados e esta-


belecidos nos relacionamentos com papéis sobrepostos (por exemplo,
com amigos e família que são também empregados ou voluntários
importantes, etc.).

__15. Em vez de evitar rompimento e perdas, eu os aceito e os vejo


como parte fundamental da forma como Deus trabalha.

__16. Sou capaz de piedosa e cuidadosamente abrir mão de inicia-


tivas, voluntários ou programas quando não estão funcionando bem,
fazendo isso com clareza e compaixão.

Aguarde que já volto com as respostas.

Vamos ver agora, os três Mandamentos Doentios (implícitos)


na liderança cristã.
Mandamento nº 1: Sucesso é quantidade e tamanho.

Muitos de nós fomos ensinados a medir o sucesso por marca-


dores externos. O mundo equipara crescimento numérico a poder e
AULA 8 | 165

importância. O que perdemos nessa contagem toda é o valor que as


Escrituras colocam nos indicadores internos. O sucesso nem sempre
equivale à quantidade e tamanho.

Mandamento nº 2: O que importa é o que você faz, não quem


você é.

O que fazemos importa até certo ponto. Nossas competências


são importantíssimas, mas para Deus o mais importante é quem você
é. Por quê? Porque o amor de Jesus em você é o maior dom que você
possui. As três tentações postas pelo diabo para Jesus após quarenta
dias no deserto focaram especificamente na questão de “fazer versus
estar”. Duas, das três tentações de Jesus, começam com as palavras:
“Se tu és filho de Deus...” (faça algo). A terceira oferece um suborno
para que Jesus, prostrado, adorasse o inimigo. O maligno pretendia
que o (fazer) de Jesus e não o (estar) com Deus fosse o fundamento
de sua vida e seu ministério.

Mandamento nº 3: Não há problema em uma espiritualidade


superficial.

Infelizmente, presumimos que qualquer pessoa que frequente


uma igreja e seja exposta ao ensino bíblico, esteja tendo uma experi-
ência de transformação. Achamos que toda pessoa que adora ao Se-
nhor no louvor é apaixonada por Cristo na vida particular como é no
louvor público. Entretanto, presumimos errado.

Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a


sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei;
porque o SENHOR não vê como vê o homem. O ho-
mem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.
166 | PROJETO 300

1 Sm 16.7
Aprender a ser um líder emocionalmente saudável requer tem-
po.

Vamos compreender a avaliação do teste 01.

Se você marcou mais os números “1” e “2”, sua liderança é


mais doentia do que saudável. E você está agindo emocionalmente no
nível de uma criança. Se isso soa duro, você pode pelo menos ficar ali-
viado sabendo que está longe de estar sozinho. Chegar à maioridade
espiritual e emocional leva anos, não é uma questão de dias ou meses.
Sendo assim, respire fundo e relaxe.

Se você marcou mais os números “2” e “3”, entenda que sua


jornada começou, mas está funcionando emocionalmente no nível de
um adolescente. Sua vida cristã pode estar focada, sobretudo, em “fa-
zer”, não em “estar”. E você sente os efeitos disso em sua alma. Você
tem consciência de suas forças, fraquezas e limites, mas provavelmen-
te é necessário mais trabalho nessa área.

Se você marcou mais os números “4” e “5”, sua liderança é


mais saudável do que doentia e, provavelmente, você esteja funcio-
nando emocionalmente no nível de um adulto. Você tem um senso
saudável de suas forças, limites e fraquezas como líder. Você é capaz
de afirmar suas crenças e valores sem provocar conflitos. Você protege
e prioriza seus relacionamentos com o cônjuge, os amigos e a família.
Você tem uma boa percepção de usa identidade como líder e de como
se relacionar com as pessoas ao seu redor. Você está progredindo para
integrar seu “fazer” para Deus a uma sólida base de “estar” com Deus.

Vamos retornar ao raciocínio. Estar à frente, liderar uma igre-


AULA 8 | 167

ja, uma organização ou um ministério que transforme o mundo, re-


quer mais do que novas estratégias e técnicas de liderança. Construir
um ministério, uma igreja ou uma ONG é como construir um ar-
ranha-céu. Primeiro é preciso cavar para fazer o alicerce, e só depois
subir. O alicerce, neste caso, é a sua vida interior. A qualidade e a
durabilidade do edifício (a equipe ou a organização que você lidera)
serão determinadas pelo cuidado que se dedica à fundação.

Muitos líderes vasculham livros sobre liderança para descobrir


ferramentas, ideias e habilidades. Somos cobrados da tarefa de saber o
que fazer em seguida e então produzir os recursos necessários para sua
realização. Todavia, a primeira - e mais difícil tarefa que enfrentamos
como líderes - é liderar a nós mesmos. Por quê? Porque isso requer
confrontar partes de quem somos as quais preferimos negligenciar,
esquecer ou negar. Por isso, aprenda a enfrentar sua sombra.

O que é a sombra? Todos têm uma sombra. Sua sombra é o


acúmulo das emoções não domesticadas, motivações não tão puras e
ideias que, embora em grande parte inconscientes, influenciam for-
temente você e moldam seu comportamento. É a versão danificada,
mas em sua maior parte escondida, de quem você é. A sombra pode
irromper em várias formas. Às vezes, ela se revela em comportamen-
tos pecaminosos:

• Perfeccionismo no julgamento;
• Explosão de raiva;
• Ciúme;
• Ressentimento;
• Lascívia;
• Ganância;
• Amargura.
168 | PROJETO 300

Ou pode se revelar mais sutilmente, como:

• Necessidade de auxiliar os outros;


• Ser aceito e amado pelas pessoas;
• Necessidade de ser notado;
• Incapacidade de parar de trabalhar;
• Tendência ao isolamento;
• Inflexibilidade.

Os aspectos da sombra podem ser pecaminosos, mas podem


também ser simplesmente fraquezas ou ofensas. Tendem a surgir
quando nos sentimos vulneráveis ou expostos e tentamos nos prote-
ger. Isso significa que a sombra não é simplesmente outra palavra para
o pecado. Se isso o faz pensar que a sombra é difícil de definir, você
está certo. A sombra, por natureza, é difícil de se compreender, mas
vamos ver como a sombra se revela na liderança.

Muitos de nós temos dons de falar e mobilizar pessoas. Isso é


bom! O lado sombrio desses dons pode ser uma insaciável necessida-
de de afirmação. Nós valorizamos a excelência e isso é bom! O lado
sombrio emerge quando a busca da excelência adentra o perfeccionis-
mo que não permite erros. Nosso perfeccionismo torna-se uma forma
de silenciar nossa voz interior de vergonha.

Somos zelosos pela verdade de Deus e pela doutrina certa: isso


é bom! A sombra aparece quando o nosso zelo nos impede de amar
aqueles que discordam de nós. Queremos ver a igreja maximizar seu
potencial por Cristo, isso é bom! Entretanto, a sombra assume o con-
trole quando nos tornamos tão preocupados com a concretização de
objetivos, que não temos disposição (ou somos incapazes) de ouvir
AULA 8 | 169

os outros e colocamos um ritmo insustentável para os que trabalham


conosco.

Nós gostamos de servir, e isso é bom! A sombra se revela quan-


do nos escondemos na cozinha em eventos sociais para evitar falar
com as pessoas. Sendo a nossa forma de nos proteger da aproximação
dos outros. Nós aceitamos uma nova oportunidade em outra cidade,
igreja ou trabalho. Isso é bom! A sombra surge quando, antes de sair-
mos, compramos uma briga com outro líder no lugar atual a respeito
de questões que nunca nos incomodaram antes. Por quê? Porque é
mais fácil do que reconhecer a tristeza que sentimos e dizer: “Vou
sentir sua falta!”.

A ABORDAGEM DE SUA SOMBRA É SAUDÁVEL?

Use a lista de declarações a seguir para fazer uma rápida ava-


liação de como você se relaciona com sua sombra. Em seguida a cada
declaração, anote o número que melhor descreve sua resposta. Use a
escala a seguir:

5 = TOTALMENTE VERDADEIRO
4 = BASTANTE VERDADEIRO
3 = PARCIALMENTE VERDADEIRO
2= RARAMENTE VERDADEIRO
1 = FALSO
__1. Tenho tempo regularmente para experimentar e processar
raiva, medo e tristeza com os outros.

__2. Eu tenho uma consciência saudável de minha sombra, minhas


feridas, autoproteção e fraquezas e compreendo de que forma sou
170 | PROJETO 300

tentado a pecar contra outra pessoa em meus momentos sensíveis.


__3. Quando reajo mal a alguma coisa, em vez de culpar o outro,
eu me acalmo e pergunto: “O que do meu passado poderia estar me
fazendo reagir com tanta violência a esta situação ou pessoa?”

__4. Sou honesto comigo mesmo e com algumas pessoas muito


importantes em minha vida sobre as lutas, dúvidas e mágoas sob a
superfície de minha vida.

__5. Rotineiramente, eu procuro e aceito a opinião de outras pes-


soas sobre minhas falhas como líder.

__6. Eu tiro tempo para fazer perguntas difíceis a mim mesmo, até
quando estou temeroso quanto aonde as respostas podem me levar.

__7. Eu procuro sistematicamente orientação de mentores, de um


conselheiro, de um diretor espiritual ou de crentes maduros para me
ajudar a processar como minha sombra se manifesta em minha lide-
rança.

__8. Eu procuro rapidamente ajuda quando estou extremamente


estressado ou me envolvendo em comportamentos doentios ou auto-
destrutivos.

__9. Eu consigo identificar as raízes das fraquezas e fracassos da


minha liderança (motivos mistos, medo do que os outros pensam,
ansiedade, raiva, etc.)

__10. Eu consigo prever momentos e épocas que poderiam ser


difíceis para mim e pedir apoio antecipado.
AULA 8 | 171

Aguarde que já volto com as respostas.


VOCÊ É MAIS QUE SUA SOMBRA

Quando se trata de compreender e enfrentar a sombra interior,


muitos líderes cristãos caem numa das duas visões extremas. Primeira
visão extrema diz: “Eu sou completamente mau. Sou terrivelmente
pecador e em mim não habita bem algum.”. O outro extremo declara:
“Sou totalmente bom, sou uma nova criação em Cristo. Um santo
feito de modo maravilhoso e único.”. Ambas as visões têm elementos
de verdade, mas agarrar-se a uma sem a outra nos leva a uma distor-
ção bíblica. Quando eu sei que estou sob a influência dessa sombra?
Você sabe tratar de sua sombra quando você:

• Age de forma inadequada quando está sob pressão.


• Não quer que alguém tenha êxito porque o ofendeu.
• Reage mal diante de uma pessoa ou circunstância e diz coisas
das quais se arrepende mais tarde.
• Desconsidera seu cônjuge ou colaborador quando ele apre-
senta uma questão difícil sobre você e seu comportamento.
• Continua fazendo a mesma coisa repetidas vezes embora as
consequências permaneçam negativas.
• Está muito irado, ciumento ou invejoso.
• Faz e diz coisas pelo medo do que outras pessoas pensem.
• Fica mais ocupado do que reflexivo quando está ansioso.
• Tende a idealizar outros que receberam dons especiais de
Deus, esquecendo que eles também têm sombra e são débeis como
você.
• Faz comentários negativos com outros sobre pessoas que
frustraram você em vez de ir diretamente a elas.

As consequências de escolher ignorar sua sombra.


172 | PROJETO 300

Enfrentar a sombra é uma tarefa tremenda. Nossa autoprote-


ção pode ser muito criativa para encontrar o que parece ser formas
legítimas e justificáveis de evitá-la. Entretanto, como o passar dos
anos, essas manobras podem ser classificadas em categorias maiores:

• Negação;
• Minimização;
• Culpar-se;
• Culpar os outros;
• Racionalização;
• Distração;
• Projetar raiva para fora.

Independente do escudo de defesa ao qual recorramos, as con-


sequências da escolha de ignorar a sombra são devastadoras.

Sua sombra irá minar o melhor de você.


Estudos indicam que o quociente emocional (QE) é tão crí-
tico que responde por 58% do desempenho em todos os tipos de
trabalhos. Na verdade, a inteligência emocional no local de trabalho
supera quase todos os outros fatores.

Sua sombra limitará sua capacidade de servir a outras pessoas.



O grau em que você reconhece e lida com sua própria sombra
é o grau em que você pode liberar outros para enfrentar a deles. Eu
não procuro as sombras das pessoas, no entanto, elas são cada vez
mais óbvias para mim. Como isso é possível? Porque eu (re)conheço
as minhas.

Sua sombra não deixará você ver a sombra dos outros.


AULA 8 | 173

Temos uma necessidade humana universal por figuras heróicas


que são menos incapazes e submissas do que nós. Presumimos que
Deus sorriu para elas e deu-lhes dons especiais, inteligência e sabedo-
ria. Elas parecem ter triunfado sobre as dificuldades da vida, elas nos
deslumbram com sua autoconfiança.

Quando nos recusamos a enfrentar nossa própria sombra,


tornamo-nos cegos ou deixamos de levar em conta as sombras dos
outros. Essa cegueira nos faz idealizar certas pessoas como se elas não
tivessem uma sombra como o restante de nós.

O resultado é que quase sempre nos sentimos piores, caindo


numa areia movediça, na qual afundamos ainda mais sob o peso de
nossa própria sombra. Assim, quando alguém coloca você num pe-
destal, idealizando-o e projetando sobre você qualidades que parecem
distingui-lo e separá-lo do resto da humanidade caída, lembre-se de
que eles podem desprezá-lo quando finalmente se derem conta de que
você também tem uma sombra.

As dádivas de escolher enfrentar sua sombra.

Você quebra o poder oculto da sombra.

Uma das grandes verdades da vida é esta: não se pode mudar


o que não se conhece. Entretanto, uma vez que reconhecemos nossa
sombra, tanto suas causas como suas expressões, seu poder sobre nós
é reduzido, e até mesmo eliminado.

Você descobre os tesouros ocultos da sombra.


174 | PROJETO 300

Por intermédio do profeta Isaías, Deus promete:


Dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas
encobertas.
Is 45.3

Essa promessa é especialmente verdade quando decidimos en-


trar nos lugares escuros da sombra e permitir que aqueles lugares se
tornem instrumentos em nosso serviço a Deus.

Quatro caminhos para enfrentar sua sombra.

1 – Dome seus sentimentos, dando-lhes nome.

Os neurocientistas confirmam agora que crescer num ambien-


te familiar em que os sentimentos não são expressos leva a um subde-
senvolvimento de parte do cérebro. Isso danifica nossa capacidade de
trabalhar e de amar bem. A boa notícia é que o dano não é permanen-
te. Você pode começar a dar nome a seus sentimentos, escrevendo-os
num diário como parte do seu tempo com Deus. Você pode conside-
rar em espírito de oração e responder a perguntas como estas:

• O que estou sentindo?


• E o que eu acho desse sentimento?
• O que me deixa triste?
• Alegre?
• Irritado?
• Ansioso?
• Onde, em meu corpo, eu estou sentindo tensão ou estresse?
• Ombros, pescoço, estômago?
• O que isso poderia estar me dizendo sobre o que não está
indo bem dentro de mim?
AULA 8 | 175

2 – Identifique os textos negativos que lhe são entregues.

Um texto negativo é uma mensagem interiorizada de um pas-


sado que ainda modela nossos comportamentos conscientes e incons-
cientes. Mesmo quando não mais nos lembramos desses textos, nos-
so corpo recorda, especialmente se estiverem ligados a experiências
traumáticas. É por isso que, mesmo décadas depois, alguns eventos
podem disparar uma reação desproporcional.

3 – Busque feedback de fontes confiáveis.

Sem um sábio feedback de fontes confiáveis, não seremos ca-


pazes de reconhecer e - muito menos - enfrentar nossas sombras. Na
qualidade de líderes, temos o poder de projetar nossa sombra e seus
efeitos sobre outra pessoa. Por essa razão, temos uma responsabilida-
de de mordomia. Buscar feedback e ajuda de outros não é opcional,
é essencial, permanecendo com Jesus à medida que você enfrenta sua
sombra.

Sempre que decide enfrentar em vez de ignorar sua sombra,


você segue Jesus para a cruz. É quase sempre uma experiência de nu-
dez, vulnerabilidade, dor, flagelação, solidão, medo e trevas que sus-
surra que isso levará somente ao desespero e à morte.

Vamos compreender os resultados do teste 02.

Se a sua pontuação se concentrou nos números “1” e “2”, o


relacionamento com sua sombra está apenas começando. É provável
que o alvo de sua liderança seja quase exclusivamente fazer a obra de
Cristo no mundo, com pouca atenção em sua vida interior.
176 | PROJETO 300

Se a sua pontuação se concentrou nos números “2” e “3”, pro-


vavelmente você já começou a enfrentar sua sombra e agora Deus o
convida para o nível seguinte de consciência e crescimento. Seu desa-
fio será dar os passos necessários para verdadeiramente se aprofundar
em sua vida interior.

Se a sua pontuação se concentrou nos números “4” e “5”,


provavelmente você tenha uma sã percepção de sua sombra. Isso é
maravilhoso. Você integrou o enfrentamento de sua sombra em sua
liderança e agora não experimenta mais as consequências negativas de
ignorar sua sombra. Você pode até ter descoberto os tesouros ocultos
de sua sombra para sua liderança.

Você pode esperar novos níveis de descoberta à medida que


continuar a se envolver com sua sombra.
E pela graça de Deus, você pode ser um instrumento nas mãos dele
para, alegremente, ajudar outros a descobrir e enfrentar suas sombras.
AULA 9 | 177
178 | PROJETO 300
AULA 9 | 179

Quero falar agora sobre ATITUDES. Para isso, precisamos


entender algo: Toda nova atitude, passa pela mudança da forma de
pensar.

E não vos conformeis com este século, mas transformai-


-vos pela renovação da vossa mente, para que experimen-
teis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Rm 12.2

Quando Deus quer fazer uma mudança na vida de um povo,


Ele sempre começará mudando sua mentalidade. Foi assim com o
povo de Israel, enquanto ainda estava no Egito. A questão é que a
mentalidade de muita gente está engessada, e quando a mentalidade
está engessada, a perspectiva fica distorcida, e isso faz toda a diferen-
ça.

Aprendi algo que mudou minha vida. Se te perguntassem o


seguinte: “Você quer uma carreira de sucesso ou quer ter mais tempo
para ficar com a família?“. O que você responderia? “Você quer se de-
dicar aos negócios ou se divertir?“. Você pretende enriquecer ou fazer
o trabalho que ama?“

Geralmente, quem está com a mentalidade engessada, opta


por uma. Mas aqueles que já entenderam quem nasceram para ser,
180 | PROJETO 300

teriam uma resposta assim: Quero as duas coisas.


O que eu preciso fazer para:
• Ter uma carreira de sucesso e ter mais tempo para ficar com a
família?
• Dedicar-me aos negócios e me divertir?
• Enriquecer e fazer o trabalho que amo?

Por que a mentalidade precisa mudar aqui? Porque não existe


o que é mais importante - as duas coisas são importantes. E aí é que
Deus nos dá criatividade para fazer um sem perder o outro. O pro-
blema é que nossa mentalidade pode ser o maior obstáculo ao nosso
crescimento. Ás vezes, o que nos impede de vencer, não é o que não
sabemos, mas justamente o que já sabemos e não praticamos.

Sua vida crescerá em todos os aspectos quando você começar


a crescer e precisamos entender algo: pensamentos conduzem a senti-
mentos, sentimentos conduzem a ações e ações conduzem a resulta-
dos.

Todos querem resultados, mas nem todos permitem a mudança nos


pensamentos. Vemos que alguns estão focando em oportunidades e
outros estão focando nos obstáculos.

Guarde algo: Seu foco determina o que você encontrará na


vida. O segredo aqui não é evitar os problemas, nem se esquivar ou
se livrar deles, mas crescer pessoalmente para se tornar maior do que
qualquer adversidade. E o que distingue as pessoas diante das adver-
sidades? Suas Atitudes!

Atitude é a revelação do verdadeiro eu. Suas raízes são inter-


nas, mas seus frutos são externos. A atitude pode ser nossa melhor
AULA 9 | 181

amiga ou nossa pior inimiga. É algo que faz com que pessoas queiram
estar ao nosso lado, ou fugir da nossa presença.

O que significa Atitude?

• Atitude é a biblioteca do nosso passado.


• A porta-voz do nosso presente.
• E a profeta do nosso futuro.

Quatro verdades sobre as Atitudes:

1 – As atitudes têm o poder de levantar ou derrubar uma equi-


pe inteira.

2 – Uma atitude se acrescenta quando se expõe diante dos


outros.

Por quê? Porque ela é contagiosa. Quando um líder é otimista


diante de dificuldades, pessoas querem o imitar. O contrário também
acontece. As pessoas tendem a adotar as atitudes daqueles que elas
admiram e/ou com quem passam a maior parte do seu tempo.

3 – As más atitudes aumentam mais que as boas atitudes.

Por algum motivo, as pessoas acham que ser do contra está na


moda e pensam que isso faz com que pareçam mais inteligentes.

4 – As atitudes são subjetivas, por isso é difícil identificar uma


má atitude de primeira.

A atitude tem a ver com a identidade da pessoa, como essa


182 | PROJETO 300

pessoa atua. As vezes uma pessoa não está fazendo nada de errado,
mas suas atitudes subjetivas podem destruir uma equipe de trabalho.
Talvez a pessoa não esteja roubando no serviço, mas um comentário
fora de contexto pode destruir a equipe. A gente sempre expressa o
que sente por dentro.

Porque a boca fala do que está cheio o coração.


Mt 12.34

Quais são as péssimas atitudes que destruirão uma pessoa?


Existem inúmeras atitudes, mas vamos a algumas:

• Incapacidade de admitir erros;


• Falta de perdão;
• Não querer retroceder para crescer;
• Ter uma desculpa para todo questionamento.

Ter uma boa atitude é ter a capacidade de mudar. E isso tem a


ver com uma decisão pessoal. Mudar significa percorrer a mudança,
tomar uma decisão e administrá-la durante sua vida. Se não estiver
feliz com suas atitudes, saiba que você pode mudar! Se você quiser ter
atitudes poderosas na vida, precisa tomar as seguintes decisões:

1) Analise sua atitude atual.

Isso levará tempo, pois você precisa saber qual o ponto de


partida. Identifique quais são as atitudes e comportamentos difíceis.
Quais atitudes te trazem mais problemas. Qualifique seus pensamen-
tos difíceis. Que pensamentos controlam sua mente.

2) Qualifique com a verdade.


AULA 9 | 183

Você precisa examinar seus sentimentos à luz da verdade.


Como no nosso caso, precisamos analisar o que as escrituras dizem
sobre isso. Suas atitudes são condizentes com o que Deus fala na Sua
palavra?

3) Compreenda que a fé é mais forte que o temor.

O temor sempre baterá à porta do seu coração, mas se você é


alguém apaixonado pelo que faz e está aplicando a decisão número
dois, então você precisa saber que as Escrituras dizem que o verdadei-
ro amor lança fora todo o medo. A Fé sempre o incentivará e sempre o
contagiará. Ela sempre levará você a dar um passo a mais. A fé sempre
exigirá um passo, quando muitos estão sentados. Isso mudará não só
o seu presente, mas também o seu futuro.

4) Escreva uma declaração de propósito.

Você conseguirá fazer isso se todos os dias aplicar algumas coi-


sas:
Escreva quais os gigantes que você quer vencer naquele dia.
Dia após dia, coloque isso na presença de Deus.
Quais são os recursos de que precisará nesse dia.
Aprenda a enfrentar um gigante por vez.
Resolva que atitude quer abordar nesse momento, e escreva
isso.

5) Expresse a um amigo aonde você deseja chegar a cada dia.


Fé é uma ação exterior e você precisa expressar isso. Mas cui-
dado com quem irá comentar, contudo encontre alguém.
184 | PROJETO 300

6) Atue em sua meta todos os dias.

A diferença entre um sábio e um tolo é sua resposta para aqui-


lo que já sabem. O sábio aplica o que aprendeu; o tolo sabe, mas não
age. A disciplina o ajudará nesse assunto.

7) Tenha um desejo de mudar.

Nenhuma atitude será mais forte nesse assunto, do que o de-


sejo de mudança. Toda mudança é possível quando se anseia por ela.

8) Viva um dia de cada vez.

Você não poderá fazer nada em relação a isso. Quantos so-


frendo pelos dias que ainda não chegaram; e quantos tentando acabar
com todo o serviço em um só dia. Aprenda a viver um dia por vez.

9) Mude seus padrões de pensamentos.

O que captura nossa atenção determinará nossas ações. Pode-


mos controlar nossos pensamentos, dos quais provêm nossos senti-
mentos. Qual é a conclusão? Podemos mudar nossos sentimentos se
aprendermos a controlar nossos pensamentos.

10) Desenvolva bons hábitos.

O trabalho para desenvolver bons hábitos é o mesmo que para


desenvolver maus hábitos. Muitas pessoas permitem que seus maus
hábitos as governem, e isso está causando impactos negativos em sua
vida.
AULA 9 | 185

Alguns passos para transformar hábitos ruins em hábitos bons.

1 – Faça uma lista de seus maus hábitos.


2 – Qual é a causa original?
3 – Determine um hábito positivo para colocar no lugar do negativo.
4 - Pense em que ganhará através de um bom hábito.
5 – Tome medidas para aplicar esse hábito.

Escolha, diariamente, ter uma atitude correta. A maior bata-


lha para mudanças de nossas atitudes acontece no interior, não no
exterior. Entenda que, quando Deus quer educar alguém, Ele não
envia para a escola da Graça, mas para a escola das necessidades.

A crise é a escola que Deus usa para aprimorar nossas atitu-


des. Os verdadeiros líderes levantam quando surgem crises. Todos os
problemas que enfrentamos têm o objetivo de nos fazer enxergar o
que ainda não estamos enxergando e mudar o que ainda não estamos
mudando. Toda adversidade tem seus benefícios.

Quais os benefícios das Adversidades?

1 – Toda adversidade produz capacidade de recuperação.

Nada na vida gera mais capacidade de recuperação do que ad-


versidades, crises e perdas.

2 – A adversidade desenvolve Maturidade.

A maturidade fomenta a sabedoria, e com sabedoria você ama-


durece.
186 | PROJETO 300

3 – A adversidade oferece maiores oportunidades.

Toda adversidade fará abrir portas à nossa frente, contudo


abrir e entrar através dela dependerá de nossas atitudes.

4 – A adversidade provoca inovação

5 – A adversidade motiva

Você sempre tentará melhorar depois do fracasso.

O que estou tentando dizer é que Deus quer você seja um ins-
trumento d’Ele nesta terra. Deus quer que você seja um embaixador
d’Ele na sua área de atuação. Mas Ele não poderá usá-lo se sua menta-
lidade não estiver preparada para isso. Não tem como ser 100% o que
nascemos para ser, se estivermos tendo atitudes incoerentes com o
que a Palavra diz. Então, para isso Ele nos colocará em crises as quais
nos levarão a mudanças que nos promoverão. E quando olharmos
para trás, ficaremos assustados com o que Deus fez conosco depois
desse momento difícil.

Você quer ser mais um no que faz, ou deseja ser alguém com-
pletamente excelente? Para que isso aconteça, precisamos entender
uma lei de liderança: a Lei do Limite - A capacidade de liderança
determina o grau de eficácia da pessoa.

Uma pessoa de atitude, precisa entender sobre essa lei para


que não fique presa no mesmo degrau de eficácia. Deixe-me explicar,
quanto mais baixa a capacidade de liderança de uma pessoa, mais bai-
xo o limite em seu potencial. Quanto maior a capacidade de liderar,
AULA 9 | 187

maior o limite em seu potencial. Exemplo: Se sua liderança vale oito,


então sua eficácia não pode ser superior a sete. Se a sua liderança é de
apenas quatro, então sua eficácia não será superior a três. Sua capaci-
dade de liderança, para o bem ou para o mal, sempre determina sua
eficácia e o impacto potencial de sua organização.

Acredito que o sucesso está ao alcance de quase todos, mas


também acredito que o sucesso pessoal, sem a capacidade de lideran-
ça, tem eficácia limitada. Sem capacidade de liderança, o impacto de
uma pessoa é apenas uma parcela do que ela poderia ser com uma
boa liderança. Quanto mais alto você quer chegar, mais precisa de
liderança; e quanto maior o impacto pretende ter, maior precisa ser
sua influência. O que você realiza é determinado pela sua capacidade
de liderar os outros.

Digamos, todavia, que uma pessoa não dê atenção à lideran-


ça. Ela não se preocupa com isso e não se esforça para se desenvolver
como líder. Onde isso vai acabar? Seu prazo de validade será curto!
Por isso, muitos filhos de empresários não conseguem ser sucessores
bem sucedidos. Então, para aumentar seu grau de eficácia, você tem
duas opções:

1 – Pode trabalhar arduamente para aumentar sua dedicação ao su-


cesso;

2 – Ou pode trabalhar duro para aumentar seu grau de liderança.

Ao elevar sua capacidade de liderança, sem alterar sua dedica-


ção ao sucesso, você pode aumentar sua eficácia original em 600%. O
que tudo isso significa? Significa que liderança tem um efeito multi-
plicador. Você percebe isso em todos os tipos de negócios em organi-
188 | PROJETO 300

zações sem fins lucrativos.

A capacidade de liderança sempre é o limite da eficácia pessoal


e da organização. Se a liderança de uma pessoa é grande, o limite da
organização é alto; se não é, então a organização é limitada.

Por isso, em época de dificuldades, as organizações natural-


mente buscam nova liderança:

• Quando o país passa por tempos difíceis, elege um novo


presidente.
• Quando uma empresa perde dinheiro, contrata um novo
presidente.
• Quando uma igreja está prestes a naufragar, busca um novo
pastor.
• Quando um time continua a perder, procura um novo técni-
co.

A relação entre liderança e eficácia é, talvez, mais evidente nos


esportes em que os resultados são imediatos e óbvios. Em organiza-
ções esportivas profissionais, o talento da equipe, raramente, é ques-
tionado. Praticamente todos os times têm jogadores muito talentosos.
A questão é a liderança. Começa com o proprietário do time e conti-
nua com os técnicos e principais jogadores.

Quando equipes talentosas não vencem, estude a liderança.


Onde quer que procure, você pode encontrar pessoas inteligentes,
talentosas e de sucesso que não são capazes de ir mais longe por causa
do limite de sua liderança. Muitos não aumentam seu limite de lide-
rança porque desconhecem a forma como funcionam.
AULA 9 | 189

Então quero terminar falando sobre:

FUNCIONAMENTO OTIMIZADO.

Embora existam vários modelos para explicar o funcionamen-


to otimizado, todos convergem para um ponto central: a realização
do potencial humano. Tornar-se uma pessoa plenamente funcional
é um processo e não um estado estático. Funcionamento otimizado
pode ser definido como a habilidade de funcionar bem no dia a dia.
Por funcionar “bem“ entende-se: a capacidade de dar conta de suas
atividades, atribuições e papéis. Por exemplo:

• Papel de profissional;
• De pai;
• De mãe;
• De marido;
• De esposa.

Funcionar bem é cuidar das responsabilidades e tratar de si


mesmo (e de sua própria rotina) sem desgaste excessivo, mantendo
de modo consistente bom níveis de performance. De modo geral, o
funcionamento otimizado envolve aspectos fisiológicos, intelectuais,
cognitivos, emocionais, comportamentais e sociais. Existem três tipos
de funcionamento:

O Superfuncionamento

Quais as características desse funcionamento?

• Ir além de suas responsabilidade.


• Agir de modo centralizado.
190 | PROJETO 300

• Controlador.
• E superprotetor.
A pessoa que está em superfuncionamento tem o foco no ou-
tro e não em si mesma. Faz pelos outros aquilo que eles deveriam fazer
por eles mesmos. Embora, geralmente, seja bem-intencionada, acaba
negando aos que a cercam o direito de aprenderem com os erros, de
encontrarem suas próprias soluções e de se desenvolverem plenamen-
te como indivíduos autônomos.

Ao mesmo tempo, o “super“ negligencia a si mesmo e a seus


objetivos e aspirações, acumulando estresse, insatisfação e frustrações.
Pessoas em superfuncionamento acreditam que seu andamento é nor-
mal ou otimizado. Têm orgulho de dar conta de tudo e não percebem
que assumir responsabilidades alheias é prejudicial para elas mesmas e
para os outros. Isso ocorre porque, muitas vezes, o “super“ é o tipo de
pessoa que, desde cedo na vida, assumiu responsabilidades que, não
raro, estavam além de sua idade. Por exemplo:

O adolescente que se encarrega de cuidar da mãe e dos irmãos


quando o pai falece; ou trabalha desde criança para ajudar a família.
Ou então o empresário de sucesso que construiu seu negócio do zero,
devido à falta de recursos e às dificuldades iniciais, e se viu obrigado
a fazer tudo sozinho e continuou agindo assim, mesmo depois de sua
empresa ter crescido e prosperado.

De modo geral, o “Super“ procura ajuda devido aos sintomas


e não às causas do problema. Isto é, quando seus níveis de estresse,
frustração e insatisfação já estão perigosamente elevados.

O Subfuncionamento

AULA 9 | 191

Pessoas em subfuncionamento têm:

•Dificuldades para assumir responsabilidades;


• Manter compromissos;
• Cumprir prazos;
• Resolver problemas;
• Tomar decisões;
• E desenvolver sua performance.

Em geral, indivíduos em subfuncionamento e em superfun-


cionamento criam uma dinâmica disfuncional uns com os outros, na
qual o “Super“ acaba assumindo muitas (ou praticamente todas) as
responsabilidades do “Sub“. Pessoas que estão em subfuncionamento
têm ainda mais dificuldade para perceber que alguma coisa está erra-
da, pois acabam se adaptando a uma rotina na qual os outros fazem
tudo por elas e desenvolvem a sensação de que essa situação é nor-
mal. Isso pode contribuir para formar um perfil de pessoa com baixa
eficácia, mas com o ego inflado; ou de uma pessoa fragilizada, com
baixíssimos níveis de autoestima e autoeficácia.

Com frequência, o “Sub“ só percebe a necessidade de mudar


quando o “Super“ com o qual estabeleceu parceria (seja no casamen-
to, na vida familiar, pessoal ou profissional), rompe o relacionamento,
deixando-o inseguro ante a necessidade de ter de fazer por si mesmo
coisas que ele nunca precisou fazer.

O Funcionamento Otimizado.

Pessoas em funcionamento otimizado dificilmente aprofun-


dam relacionamentos com indivíduos “sub” e “super”. Exatamente
por estarem funcionando “bem”, elas não alimentam a dependência
192 | PROJETO 300

do “Sub”, nem aceitam a superproteção e a mania de controle do


“Super”. Elas tendem a criar relacionamentos saudáveis com pessoas
que também estão em funcionamento otimizado. Guarde isto: se seu
funcionamento não está otimizado, é porque você está em subfuncio-
namento ou em superfuncionamento.

Quais os benefícios de estar em funcionamento otimizado? O


funcionamento otimizado é indispensável para que uma pessoa possa:

• Aplicar suas forças ao máximo para seu crescimento e sua


realização;
• Ser capaz de gerar mais satisfação, felicidade e bem-estar para
si e também em seus relacionamentos;
• Manter uma performance consistente nos diferentes aspec-
tos da vida;
• Possuir mais energia, foco e direcionamento;
• Assumir o controle de sua vida;
• Ser um líder ou profissional de resultados;
• E ao mesmo tempo, manter em equilíbrio sua vida pessoal e
profissional.

Teste:
Avaliação do Nível de Funcionamento.

Responda às questões a seguir:

1.No que diz respeito à delegação de tarefas, minha atitude é:

a) Delegar o máximo possível.


b) Tenho restrições quanto à delegação, porque é mais prático fazer
do que explicar.
AULA 9 | 193

c) Defino o que só eu posso fazer e delego o resto, de acordo com a


experiência de cada um.
2. No que diz respeito a ajudar outras pessoas, minha atitude
é:

a) Gostaria de ajudar mais, mas mal dou conta de minhas próprias


atribuições.
c) Ajudo quem precisa, mas muitas vezes a melhor forma de ajudar é
encorajando a pessoa a ajudar a si mesma.
b) Nunca me recuso a ajudar alguém. Se acho que as pessoas preci-
sam, ajudo mesmo que elas não me peçam.

3. Trabalhando com um jovem em início de carreira, minha


atitude é:

b) Pensar que vai sobrar para mim. E sobra mesmo. Acabo tendo de
me responsabilizar pelo novato.
a) Não me envolver. É responsabilidade da empresa providenciar o
treinamento dele.
c) Orientar, mas sempre dando espaço para que ele tenha a oportuni-
dade de fazer e de aprender.

4. Quando o assunto são os cuidados comigo mesmo, minha


atitude é:

a) Gosto de me manter saudável e com boa aparência, mas não


persisto muito.
b) Com todos os meus compromissos e responsabilidades, não
me sobra tempo para isso.
194 | PROJETO 300

c) Sempre dou um jeito de me cuidar. Caso contrário, acabo


comprometendo minha energia e minha disposição.
5. Assinale a opção que melhor descreve seus objetivos pessoais:

a) Coisas que eu pretendo alcançar um dia.


c) Coisas que possuem um profundo significado e propósito para
mim.
b) Coisas que eu preciso alcançar pelo bem da minha família ou da
minha empresa.

6. Se tivesse de descrever minha rotina, diria que ela é:

b) Caótica.
a) Extenuante/exaustiva.
c) Produtiva.

7. Em relação a meus compromissos

c) Dou conta de tudo porque me organizo para isso.


a) Tenho dificuldade para dar conta de tudo.
b) Tenho de dar conta de tudo, mesmo que precise me sacrificar.

8) Em relação à minha performance, eu diria que:

a) É boa. O que atrapalha são os prazos, as metas e a pressão.


b) Se eu não tiver uma performance elevada o tempo todo, ninguém
fará nada, e as coisas não funcionarão.
c) Consigo manter uma boa performance mesmo sob pressão.
AULA 9 | 195

9. No que diz respeito à responsabilidade:

a) Odeio quando me cobram mais responsabilidades.


b) Assumir responsabilidades é uma questão de obrigação.
c) Sei distinguir entre minhas responsabilidades e a dos outros.

10. Muitas das coisas que faço é porque:

b) Sinto-me obrigado a fazer.


a) Outros me mandaram fazer.
c) Escolhi fazer.

Resultados:

A = _______
B = _______
C = _______

Respostas “A” indicam tendência ao subfuncionamento.


Respostas “B” indicam tendência ao superfuncionamento.
Respostas “C” indicam tendência ao funcionamento otimizado.
196 | PROJETO 300
AULA 10 | 197
198 | PROJETO 300
AULA 10 | 199

A mudança de nossas atitudes nos leva a aumentar nossa IN-


FLUÊNCIA. Liderança é influência. Uma liderança boa e forte, isso
é o que mais o mundo de hoje precisa. Nações, famílias, negócios e
igrejas são fortes e só permanecem quando existe uma boa liderança.
Só por meio de uma liderança boa e firme acharemos estabilidade.

Nada acontece até que haja um líder. É uma lei da vida e a his-
tória demonstra isso. Enquanto não apareceu um homem chamado
Martin Luther King e disse: “Eu tenho um sonho...”, o movimento
dos Direitos Civis dos Estados Unidos não era nada.

Quando um homem chamado Ray Crock disse: “Quero co-


mida rápida, a bom preço e em um ambiente limpo”, nasceu toda
uma indústria chamada fastfood.

Tudo se edifica ou se derruba conforme a liderança. Quando


há problemas em sua família, nada acontece até que alguém assuma
a liderança e diga: “Vamos fazer algo a respeito disso!”. Ao longo da
história, e inclusive no mundo atual, a maioria dos problemas acon-
tece pela falta de líderes competentes. O mundo precisa de líderes
preparados.

Na Bíblia, no livro de Juízes, encontramos sete ciclos. Um dia,


as coisas iam bem, e a vida tinha um aspecto razoável, mas no dia
200 | PROJETO 300

seguinte, tudo ia abaixo. Vemos que esse esquema se repetia cons-


tantemente. No último versículo do livro de Juízes, temos o seguinte
resumo:

Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o


que achava mais reto.
Jz 21.25

Onde não há líderes, as pessoas fazem o que lhes parece certo


e a consequência disso é a instabilidade. Liderança é influência, para
o bem ou para o mal. Cada vez que influenciamos outra pessoa, esta-
mos assumindo a liderança. Precisamos entender mais duas questões:

1) Liderança não tem a ver com idade.


2) Todos somos líderes em algum aspecto.

Então a questão não é se você é ou não líder. A pergunta é:


você tem sido um bom líder? A prova da Liderança é esta: Alguém
está seguindo você? Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha
voz, eu as conheço e elas me seguem.”. Paulo disse: “Tornem-se meus
imitadores, como eu sou de Cristo.”. John Maxwell diz que quem
pensa estar guiando, sem ninguém que o siga, está apenas dando um
passeio. A liderança não é questão de títulos ou de postos, mas é ques-
tão de influência.

O fundamento da liderança é o caráter, não o carisma.

Alguns líderes demonstram grandes defeitos de caráter. Só que


o fundamento da liderança não é o carisma pessoal e sim o caráter. Li-
derança é influência; e sem credibilidade, sua influência não irá muito
longe. Talvez as pessoas o sigam por um tempo, mas não demorará
AULA 10 | 201

para que percebam que você está num caminho que não leva a lugar
nenhum.

Vejamos qual a diferença entre reputação e caráter. Reputação


é o que as pessoas dizem quem você é. Caráter é o que você realmente
é. D.L.Moody dizia: “O caráter é o que somos em meio à escuridão,
quando ninguém está nos olhando.”.

Três características dos bons líderes:

Eles têm uma mensagem digna de ser lembrada.


Quando você fala, você deixa marcas no coração das pessoas?

Eles têm um estilo de vida digno de consideração.


Você vive de tal maneira que deseja ser estimado pelos outros?

Eles têm uma fé digna de ser imitada


Qual a mensagem que sua vida transmite?

A liderança pode ser aprendida. As pessoas se convertem em


líderes pela forma com que respondem às circunstâncias. Os líderes se
levantam ou caem segundo as decisões que tomam.

Se você parar para pensar, verá que Jesus dava alta prioridade
ao treinamento de líderes, por isso Ele escolheu doze. Jesus tinha um
ministério público que compreendia a pregação, o ensino e a cura,
mas também tinha um ministério privado, dedicado ao treinamento
dos discípulos.
202 | PROJETO 300

Se o machado está cego e sua lâmina não foi afiada, é


preciso golpear com mais força, agir com sabedoria asse-
gura o sucesso.
Ec 10.10

É necessário mais energia para cortar a lenha com um macha-


do que não está afiado do que com um que esteja. Precisamos apren-
der a trabalhar com mais inteligência, não com maior esforço.

Quando um líder para de aprender, para de crescer; e se ele


para de crescer, sua influência tende a diminuir. Então... Quem é o
verdadeiro líder?

Para identificar o verdadeiro líder, não dê atenção às alegações


das pessoas de quem ela é líder, não estude suas credenciais, nem con-
fira seu título, mas confira sua influência. E a prova da influência está
nos seguidores.

Certa vez, a ex ministra britânica Margaret Thatcher comen-


tou que estar no poder é como ser uma dama: se você precisa dizer
às pessoas que é, então você não é. Se você observar a dinâmica que
há entre as pessoas em quase todos os setores da vida, verá algumas
liderando e outras seguindo.

Perceberá que, com frequência, posição e título têm pouca


relação com quem realmente está no comando. Assim, por que al-
guns indivíduos surgem como líderes, enquanto outros, por mais que
tentem, não conseguem influenciar ninguém? Acho que há diversos
fatores em ação.
AULA 10 | 203

QUEM VOCÊ É?

Por isso, alguém como o Reverendo Billy Grahan, conseguiu


atrair cada vez mais seguidores com o passar do tempo. As pessoas
conseguiam sentir a profundidade do seu caráter. Você só é líder se
tem seguidores. E isso sempre exige o estabelecimento de relações.

QUEM VOCÊ CONHECE?

Quanto mais profundo o relacionamento, mais forte o poten-


cial de liderança.
Construa os tipos certos de relacionamento, com as pessoas certas e
em volume suficiente que poderá se tornar um verdadeiro líder de
uma organização. A informação e o conhecimento também são vitais
para o líder.

O QUE VOCÊ SABE?

Você necessita de uma noção dos fatos, uma compreensão da


dinâmica dos fatores, do momento e de uma visão do futuro. Conhe-
cimento por si só, não faz de ninguém um líder, mas sem conheci-
mento ninguém pode assumir a liderança. A liderança demanda mais
do que apenas controle da situação, demanda a capacidade de lidar
com várias questões intangíveis. Demanda INTUIÇÃO.

O QUE VOCÊ SENTE?

Muitas vezes, essa é uma das principais diferenças entre geren-


tes e líderes. Líderes buscam reconhecer e influenciar questões intan-
gíveis como:
204 | PROJETO 300

• Energia;
• Moral;
• Oportunidade;
• E impulso.

Eles se valem da intuição. Quanto maiores os desafios que você


enfrentou no passado como líder, mais provavelmente os seguidores
darão uma chance a você no presente.

POR ONDE VOCÊ ANDOU?

A experiência não é garantia de credibilidade, mas ela encoraja


as pessoas a darem a você uma oportunidade de provar que é capaz.
Nada chama mais a atenção dos seguidores que um bom histórico, de
preferência, de sucesso.

O QUE VOCÊ FEZ?

Quando comecei a fazer o que faço, como por exemplo, mi-


nistrar em igrejas, escrever livros e falar sobre liderança, eu não tinha
um histórico para poder fazer as pessoas acreditarem em mim. Mas
depois de algumas igrejas abertas, alguns livros escritos e algumas pa-
lestras sobre liderança, eu já tinha um histórico. O importante para
os seguidores é aquilo que o líder é capaz de fazer.

O QUE VOCÊ É CAPAZ DE FAZER?

As pessoas querem saber se aquele indivíduo é capaz de levar a


equipe à vitória. Afinal, é por isso que as pessoas o escutam e o reco-
nhecem como seu líder. Assim que elas deixam de acreditar que você
é capaz de conduzi-las à vitória, param de admirar e de seguir você.
AULA 10 | 205

Bill Hybels, pastor da Willon Creek, uma das maiores igrejas


dos EUA, acredita que a igreja é o empreendimento que mais de-
manda liderança em toda a sociedade. Muitos empresários ficam sur-
presos quando ouvem essa afirmação, mas creio que ele esteja certo.
A liderança por posição, geralmente não funciona em organizações
voluntárias em que não há poder. Em outras organizações, a pessoa
que ocupa uma posição tem um poder inacreditável.

Por exemplo, nas Forças Armadas, o líder pode se valer do


posto. E se tudo mais falhar, pode jogar as pessoas na cadeia. Nas em-
presas, um enorme poder se estabelece através de salário, benefícios e
privilégios. A maioria dos seguidores é bastante cooperativa quando
sua sobrevivência está em jogo. Mas em organizações voluntárias, o
que funciona é a liderança, em sua forma mais pura: INFLUÊNCIA.

Um psicólogo observou que: A verdadeira essência de todo o


poder de influenciar está em levar a outra pessoa a participar. Segui-
dores em organizações voluntárias não podem ser arrastados a bordo.
Se um líder não tem influência sobre eles, não o seguirão.

Certa vez, em uma reunião em que o Pr. Maxwell falava a um


grupo de superintendentes de empresas, um dos participantes pediu
conselhos de como identificar os melhores líderes em sua organização.
O conselho dele foi pedir aos candidatos que liderassem uma orga-
nização voluntária durante seis meses. Se aqueles líderes, embora não
ocupando um cargo de poder na organização, conseguissem levar as
pessoas a segui-los, ao recrutarem voluntários para trabalhos volun-
tários e para fazerem serviços a comunidades, seriam reconhecidos
como capazes de influenciar os outros.

Essa é a marca da verdadeira capacidade de liderança. Como


206 | PROJETO 300

já falamos aqui: Aquele que acha que lidera, mas não tem seguidores,
está apenas dando um passeio. Se você não conseguir influenciar as
pessoas, então elas não o seguirão. E se as pessoas não o seguirem,
você não é líder. Essa é a lei da influência. E só causamos influência se
aprendermos a manter relacionamentos saudáveis.

Quero terminar falando sobre alguns princípios sobre Rela-


cionamentos:

Princípio do Aprendizado.
Cada pessoa que encontramos tem potencial para
nos ensinar alguma coisa.

Para entender esse princípio, você precisa começar se pergun-


tando: Eu me aproximo das pessoas como o desejo de aprender algu-
ma coisa com elas? Qual tem sido sua atitude?

Todos possuem alguma coisa para compartilhar e algo para


nos ensinar, mas isso só acontece se assumirmos a atitude certa. Que
tipo de atitude você assume quando se trata de aprender com os ou-
tros? Todas as pessoas podem ser encaixadas em uma das categorias
representadas pelas seguintes declarações:

Ninguém pode me ensinar nada – Atitude arrogante.

Esse tipo de pessoa não percebe o quanto está fazendo mal a si


mesma. A realidade é que ninguém é tão velho, ou tão esperto, ou tão
bem-sucedido que não possa aprender alguma coisa nova. O único
obstáculo entre uma pessoa e a capacidade de aprender e se desenvol-
ver é uma atitude ruim.
AULA 10 | 207

Alguém pode me ensinar tudo – Atitude ingênua.

É ingenuidade achar que se pode aprender com apenas uma


pessoa tudo o que precisa saber. Não precisamos de um mentor, mas
precisamos de muitos.

Todo mundo pode me ensinar alguma coisa – Atitude de


quem tem vontade de aprender.

As pessoas que mais aprendem não são, necessariamente, as


que dedicam tempo para ficar junto dos espertos, mas são as que
assumem a atitude própria de quem tem vontade de aprender. Tudo
o que precisam fazer é demonstrar disposição de ouvir. Só há um
momento na vida no qual as pessoas não podem nos ensinar alguma
coisa: quando não temos vontade de aprender.

Como aprender com os outros?

•Faça do aprendizado sua paixão.

Há uma teoria do comportamento humano segundo a qual,


as pessoas, inconscientemente, retardam seu crescimento intelectu-
al. Elas confiam em clichês e em hábitos. Ao chegarem à idade da
acomodação com o mundo que as cerca, param de aprender, e suas
mentes vagueiam em futilidades até o fim da vida.

Às vezes, o problema é que as pessoas alcançaram as metas que


haviam estabelecido e se acomodaram. Se você deseja continuar cres-
cendo, não pode se acomodar em sua zona de conforto. Precisa fazer
do aprendizado seu objetivo.
208 | PROJETO 300

• Valorize as pessoas.

Ninguém aprende nada quando não valoriza as pessoas.

• Desenvolva relacionamentos com potencial de crescimento.

O aprendizado, geralmente, é a recompensa pelo tempo que


dedicamos a passar ao lado de pessoas notáveis.

Os relacionamentos nos ajudam a definir quem somos e o que


nos tornamos.

• Identifique as peculiaridades e pontos fortes das pessoas.

O filósofo e poeta Ralph Waldo Emerson afirmou: “Nunca


encontrei um homem que não fosse superior a mim em algum as-
pecto”. As pessoas crescem mais nas áreas em que são mais fortes e
podem aprender mais da área em que a outra é mais forte.

• Faça perguntas.

Quem faz as perguntas certas aprende mais. Compreender


uma pessoa implica aprender com ela; e aprender com alguém impli-
ca mudança pessoal. Não dá para crescer sem mudar.

Princípio do Carisma.
As pessoas estão interessadas em quem se interessa por elas.

Para entender esse princípio, você precisa começar se pergun-


tando: Eu costumo me preocupar com as outras pessoas e seus intres-
ses ou só comigo?
AULA 10 | 209

Se você quer se relacionar com outras pessoas, concentre-se


nelas e não em você.

Seis maneiras de fazer com que as pessoas gostem de você.

1) Torne-se verdadeiramente interessado nos outros.

As pessoas não se importam tanto com o que você sabe até que
saibam o quanto você se importa com elas. A questão não é quanto
poder, educação ou experiência você possui; as pessoas reagirão de
maneira mais favorável se você primeiro demonstrar que elas são im-
portantes.

2)Sorria.

Se você quer laçar outras pessoas, ilumine o rosto com um


belo sorriso.

3) Lembre-se de que o nome de uma pessoa é para ela o som


mais doce e importante.

4) Saiba ouvir – Incentive as pessoas a falar sobre elas mesmas.


Dois grandes homens que ocuparam o cargo de primeiro-ministro na
História da Grã-Bretanha foram William Gladstone e Benjamin Dis-
raeli. Dizem que uma jovem jantou com ambos, um em cada noite.
Quando perguntada sobre a impressão que teve dos dois, ela respon-
deu:

“Quando saí da sala de jantar, depois de sentar-me com o senhor Glads-


tone, eu o considerei o homem mais inteligente da Inglaterra. Mas depois
de sentar-me ao lado do senhor Disrael, considerei-me a mulher mais
210 | PROJETO 300

inteligente da Inglaterra.”.

5) Coloque os interesses dos outros como tema de suas con-


versas.

Um dos segredos está na “Regra da Platina”. Mas para isso,


você primeiramente precisa conhecer a “Regra de Ouro” que é: faça
aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você. A “Regra da Plati-
na” afirma: trate os outros da maneira como eles querem ser tratados.
Faça isso e nada dará errado.

6) Faça com que os outros se sintam importantes e seja since-


ro.
Já falamos sobre carisma, mas a ideia aqui é a seguinte: a pes-
soa sem carisma se aproxima de um grupo e diz: “Aqui estou!”. A
pessoa com carisma se aproxima de um grupo e diz: “Aí estão vocês!”.

Quero lhe mostrar agora as Dez maneiras para demonstrar


valorização pessoal.

1) Faça um elogio. Diga “Obrigado por...”, “Fico feliz por


você fazer parte da equipe”.

2) Escreva um e-mail ou envie uma mensagem de WhatsApp.


Escreva “Quero que você saiba que...”, “Você me ajudou muito quan-
do...”

3) Passe pela mesa do seu colega para saber se está tudo bem
com ele. Gaste alguns instantes apenas batendo papo e perguntando
como ele está.
AULA 10 | 211

4) Faça alguma coisa com seus colegas. Tenha alguma refeição


juntos, por exemplo.

5) Realize uma pequena tarefa para alguém de forma espontâ-


nea. Segure a porta, ofereça-se para carregar alguma coisa.

6) Vá até o local de trabalho da pessoa e pergunte se ela precisa


de ajuda para terminar alguma coisa.

7) Pague-lhe um café. Um refrigerante, um red bull, um lan-


che ou até uma sobremesa.

8) Dê presentes. Uma revista relacionada a uma área de in-


teresse da pessoa. Revistas sobre esporte, hobbies, um lugar que ela
gostaria de visitar. Um vale-compras, um ingresso de cinema, um in-
gresso para um espetáculo. Acredite: As pessoas tendem a valorizar
mais as experiências do que as coisas.

9) Cumprimentem-se depois de completarem uma tarefa. Es-


pecialmente quando a tarefa tiver sido desafiadora ou na qual tenham
trabalhado por um longo período.

10) Cumprimente seu colega de trabalho de maneira efusiva.


Diga algo como: “Que bom ver você!” “Como vão as coisas?”

Nada disso custa muito esforço, mas o segredo é ser capaz de


usar a ação correta, com a pessoa correta, no tempo correto e com um
espírito genuíno de apreciação. Dessa forma, suas ações acertarão o
“alvo” e serão eficientes para encorajar aqueles que estão à sua volta.

Teste para preencher em casa: Feedback 360 Graus Projetivo


212 | PROJETO 300

FEEDBACK 360 GRAUS PROJETIVO

1) Como você acredita que seus colegas de trabalho ou colegas


do mesmo nível hierárquico o veem?

2) Como você acredita que as pessoas que têm menor poder


aquisitivo que o seu (formação cultural e profissional inferior; classe
social abaixo da sua) veem você?

3) Como você acredita que seus subordinados ou colaboradores


o veem?

4) Como você acredita que as pessoas que têm um poder aquisi-


tivo maior que o seu veem você?
AULA 10 | 213

5) Qual o impacto que você tem sobre essas pessoas que metafo-
ricamente estão num nível superior ao seu?

6) Como você acredita que seu superior - diretor, sócio, grande


cliente - o vê?

7) Como você acredita que as pessoas muito próximas de você,


do seu convívio ou de seu relacionamento o veem? (marido, esposa,
noivo(a), namorado(a), melhor amigo(a))

8) Com quais tipos de crianças você convive? (Filhos ou alguma


pessoa no lugar de seu filho(s), filhos por afinidade, sobrinhos, as
crianças do seu prédio, ou do seu quarteirão, ou que você encontra
eventualmente). Como você acredita que elas o veem?

9) O que é família para você? Quando digo família de quais pes-


soas você se lembra especificamente? Como você acredita que cada
214 | PROJETO 300

uma delas o veem?

10) Como você acredita que seus amigos o veem?

11) O que você acredita que as pessoas pensam de você quando te


encontram pela primeira vez?

12) Qual é o impacto que você causa no primeiro contato com as


pessoas?

13) Diante de todo esse processo reflexivo e da proposta de Fee-


dback 360°, como gostaria de ser visto pelas outras pessoas:

No campo pessoal:
AULA 10 | 215

No campo profissional:

No campo espiritual:

O quê? Quando? Qual o seu


O que você acredita que precisa fazer, Estabeleça grau de com-
de hoje até semana que vem, que pode uma data prometimen-
Ihe deixar mais próximo do seu obje- limite para to de 0 a
tivo? cada ação 10 em
estabeleci- realizar o pro-
da. pôs?

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Conclusão
Você foi ministrado neste dia? Percebeu que precisa mudar
em vários assuntos? Ou seja, você estava em um lugar até fazer esse
treinamento e, agora, a proposta de Jesus é que você vá para o outro
lado.
Quero terminar falando sobre identidade. E por que quero
falar sobre isso? Porque acredito que Identidade é sua maior arma de
guerra.

O escravo não fica sempre na casa;


o filho, sim, para sempre.
Jo 8.35

Queridos, eu e você nascemos para ser filhos de Deus.

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de


serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no
seu nome.
Jo 1.12

Se você ainda não entende a diferença entre criatura e filho de


Deus, tudo se resume em uma pergunta: Quem é Jesus Cristo para
você? A Bíblia está dizendo que se você O reconhece como seu Se-
nhor, Salvador e o único capaz de religá-lo a Deus, então você passa
de criatura para filho de Deus.

Agora, a questão é que muitos que já O aceitaram em sua vida,


que O amam e sabem quem é Jesus Cristo e, mesmo tendo tudo para
se sentirem como filhos, não sentem isso. E onde está o problema? Na
AULA 10 | 217

guerra da identidade.

Querido(a), quando você entender quem é Deus para você,


quem você é para Ele e compreender sua natureza de filho, muitas
coisas mudarão em sua vida. Certa vez, eu estava na torre de oração,
colocando algumas situações para Deus, dizendo que eu não estava
aguardando nenhuma herança de algum parente e que eu não tinha
nenhuma segurança terrena para meu futuro... Então ouvi Sua doce
voz me dizendo:
“Eu sou seu Pai e sou tudo o que você precisa!”.

Uau! A voz do Senhor é poderosa para tranquilizar até o co-


ração mais desesperado. Você não faz ideia da fé que tomou conta do
meu coração, quando eu ouvi essa voz. Você pode estar perguntando:
“Como você conseguiu entender quem era em Deus?”. Preciso lhe
dizer que tudo começa com uma proposta de Jesus para sua vida.

Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos


para a outra margem.
Mc 4.35

Jesus olhou para seus discípulos e disse: “Vamos ao outro


lado”. Toda mudança que você precisa estará do outro lado. E você
precisará ter sensibilidade e coragem. Sensibilidade para ouvir a voz
de Jesus, e coragem para atravessar o mar.

Perceba que, sempre que Deus quis marcar a história do povo,


houve uma passagem. Quando Deus quis que o povo deixasse de ser
escravo e se tornasse conquistador, eles tiveram que atravessar o Mar
Vermelho.
218 | PROJETO 300

Quando Josué foi conquistar a terra prometida, eles tiveram


que atravessar o Rio Jordão. O que estou querendo dizer é que tudo
começa com uma passagem.

Em outras palavras, a Bíblia diz que se você quer realmente


encontrar sua identidade celestial, terá que permitir uma mudança
radical em sua vida.

Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado;


mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para
trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,
prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação
de Deus em Cristo Jesus.
Fp 3.13,14

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as


coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
2 Co 5.17

Voltemos ao texto:

Mc 4.35-37 = Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos


para a outra margem. E eles, despedindo a multidão, o levaram assim
como estava, no barco; e outros barcos o seguiam. Ora, levantou-se
grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco,
de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. Jesus disse:

• Ei, vamos ao outro lado!


• Vamos fazer o intensivo dos 300!
• Há algo novo lá!
AULA 10 | 219

E logo que eles ouviram a voz de Jesus e entraram no barco,


começou a tempestade.

Querido, não pense que as mudanças acontecerão sem nenhu-


ma objeção, pois tudo o que o inimigo não quer é que você atravesse
o mar, que você tenha uma travessia e que você chegue ao outro lado.
Mas travessias firmam a identidade da pessoa.
Você não pode dizer que se conhece, até que tenha passado
por momentos delicados e difíceis. A razão que torna esse assunto
tão importante é porque a forma como você se vê altera a maneira de
olhar para as tentações.

Quando Jesus estava nesta terra, especificamente durante a


tentação no deserto, você lembra para onde foram direcionados os
ataques do inimigo? Em Sua identidade.

Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Fi-


lho de Deus, manda que estas pedras se transformem
em pães.
Mt 4.3

Que tentação era essa? A tentação da Autossuficiência. Se você


é, faça, mas faça sozinho. Se você é, não dependa de Deus. Se você é,
aja sem a direção de Deus e transforme pedras em pães. Jesus tinha
uma necessidade real. Só que sua necessidade não teve o poder de
fazê-lo perder sua identidade.

Quantos que, por causa de uma necessidade, comprometem


sua identidade. Quantos que, por causa de problemas financeiros,
acabam se prostituindo, roubando ou até mesmo fazendo negócios
ilícitos. Por causa da necessidade, colocaram em risco a identidade.
220 | PROJETO 300

Acredite: a autossuficiência pode ser gerada por falta de identidade.

Lembram-se do filho pródigo? Por não saber quem era, agiu


sozinho e perdeu tudo o que já possuía.
Jesus não caiu em nenhuma das tentações. Por quê? Porque ele sabia
exatamente quem era.
Quero lhe passar três características de alguém que entende
sua Real Identidade.

1º) Autoridade

Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está


escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás
culto.
Mt 4.10
Você não vê Jesus brincando com o inimigo. Ele não quis pro-
var a ninguém que tinha autoridade sobre Satanás. Jesus simplesmen-
te o expulsou.

2º) Paz

Enquanto a tempestade acontecia no meio do mar, onde esta-


va Jesus?

E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro.


Mc 4.38

Estava todo mundo desesperado, menos Jesus! Por quê? Por-


que a identidade firmada leva a experiências marcantes.

3º) Certeza de quem realmente ele era.


AULA 10 | 221

No Evangelho de João, Jesus diz “Eu Sou”, sete vezes, para


mostrar qual era Sua missão na terra.

• “Eu Sou o Pão da vida.” (João 6:35, 48, 51)


• “Eu Sou a Luz do mundo.” (João 8:12)
• “Eu Sou a Porta das ovelhas.” (João 10:7,9)
• “Eu Sou o Bom Pastor.” (João 10:11, 14)
• “Eu Sou a Ressurreição e a Vida.” (João 11:25)
• “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (João 14:6)
• “Eu Sou a Videira Verdadeira.” (João 15: 1,5)

Quem é você querido(a)?

Vou lhe dizer quem você é, e o que o espera no outro lado!

Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa,


povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de procla-
mardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz.
1 Pe 2.9

Assuma essa posição, pois você foi chamado para andar nesta
terra como filho de Deus. Coloque em prática tudo o que aprendeu e
seja bem-vindo a uma nova história.

Amém!
222 | PROJETO 300

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