P2 TCC 2022 - 1 T21 Ida Gabriela Bursztejn

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PUCRS / ESCOLA POLITÉCNICA / ENGENHARIA CIVIL

TCC 2022/1

RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE UM SOLO ESCAVADO


PARA UMA CONTENÇÃO EM PAREDE DE DIAFRAGMA EM PORTO
ALEGRE

Autor: Ida Gabriela Bursztejn ([email protected])


Orientador: Prof. Me. Cleber Floriano ([email protected])

Resumo
Para que seja realizado qualquer tipo de obra em um terreno, é de suma importância o
conhecimento sobre as propriedades mecânicas solos para a elaboração de projetos. Este
presente trabalho tem como objetivo principal a obtenção de parâmetros de resistência ao
cisalhamento de um solo retirado de uma obra comercial na etapa de escavação para a posterior
construção de parede de diafragma na cidade de Porto Alegre/RS. Os ensaios utilizados nessa
pesquisa foram realizados de maneira satisfatória no Laboratório de Mecânica dos Solos
localizado no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Para avaliação dos parâmetros de cisalhamento, o ensaio foi realizado em três níveis de tensão
diferentes (50 kPa, 100 kPa e 200 kPa). Foi verificado que a característica coesiva do solo
juntamente com a velocidade de aplicação das tensões utilizadas no ensaio de cisalhamento
condiciona a uma característica não friccional do solo, entendendo-se que solo apresentaria
comportamento não-drenado no instante de uma ruptura. Os resultados encontrados foram
condizentes com as características texturais amostradas.

Palavras-chave: ensaio de cisalhamento direto, parâmetros de resistência do solo.

1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma distribuição de solos em seu território bastante diversificada, cada
um deles, respondendo de maneiras variáveis à testes de estanqueidade e rigidez da estrutura,
possuindo distintos parâmetros de resistência, deformabilidade e diferentes módulos de
elasticidade, tensão de escoamento ou resistência ao cisalhamento.
Para a execução de qualquer obra de engenharia civil, seja de grande ou pequeno porte,
residencial ou comercial é de fundamental importância a obtenção e execução adequada de um
projeto de fundações. As fundações são elementos estruturais responsáveis por suportar as
cargas aplicadas pela supraestrutura da obra fazendo a sua transferência ao solo ou rocha.
Atualmente se tem conhecimento de diversas soluções para fundações, considerando os
diferentes tipos de solo existentes, também a finalidade da obra que será executada, sua área de
construção, dentre outros parâmetros, o projetista deverá realizar um estudo do caso
apresentado para que seja escolhido o modelo correto a ser executado.
Dando ênfase na elaboração do estudo geotécnico, quando definido, o mesmo auxilia
na segurança para a escolha da fundação, sendo possível evitar o possível surgimento de
manifestações patológicas. De acordo com Marinho (2015) a falta de investigação geotécnica
ou a má interpretação de dados, resulta em: projetos inadequados, atrasos na obra, aumento de
custos por modificações de última hora e remediação, problemas ambientais e até mesmo a
ruptura da obra.
Sendo assim, ensaios laboratoriais e de campo são imprescindíveis para a obtenção de
parâmetros que ditam as características do comportamento mecânico do solo, como a sua
capacidade de carga, tensão admissível e determinação de parâmetros que definem empuxos de
terra, de maneira que seja prevenido recalque excessivo, deformabilidade ou ruptura por
cisalhamento. A determinação da resistência aos esforços cisalhantes nos solos é um ponto
fundamental para a análise de estabilidade das obras civis.
Este presente artigo tem como objetivo geral a avaliação da resistência ao cisalhamento
de um solo residual de Porto Alegre, através do ensaio de resistência ao cisalhamento de um
solo retirado de um canteiro de um prédio comercial em construção. A edificação composta de
um edifício de cinco pavimentos, contendo quatro subsolos, o canteiro de obras está localizado
no bairro Moinhos de Vento, município de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul.
Com os resultados obtidos, foi evidenciada a importância dos níveis de tensões do
ensaio realizado e a possível diferença entre os parâmetros determinados, apresenta-se,
contudo, a solução de contenção da edificação que irá distribuir as cargas submetidas de
empuxo de solo no subsolo, de tal forma que o projeto de fundação e contenções garanta a sua
segurança e otimização.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme Aysen (2002), o solo é formado por um sistema de partículas de diferentes


tamanhos e formatos com pequenas ligações entre elas, essas partículas formam uma estrutura
que se deforma quando são submetidas à ação de forças naturais ou artificiais. Quando os
esforços de peso próprio e forças externas são aplicados ao solo, são constituídas tensões em
pontos no interior do maciço do solo, chamadas de tensões normais, que são tensões na direção
perpendicular ao plano, e as tensões cisalhantes, que são tensões nas direções paralelas ao plano.
A propriedade do solo que consiste em suportar cargas resulta da sua resistência ao
cisalhamento, ou seja, da máxima tensão que o solo pode receber sem que haja ruptura ou a
tensão de cisalhamento do solo no plano onde está ocorrendo essa ruptura. De acordo com
Gerscovich (2010) “a ruptura em si é caracterizada pela formação de uma superfície de
cisalhamento contínua na massa de solo”.
O ato de cisalhamento do solo ocorre quando as partículas do solo deslizam entre si, o
que provoca esse fenômeno são as propriedades de coesão e atrito do solo.
O atrito ocorre quando existe a resistência ao deslizamento entre as partículas do solo,
essa resistência depende da tensão normal e do coeficiente de atrito, podendo ser estabelecida
mediante a força tangencial necessária para que ocorra o deslizamento de um plano com outro
plano paralelo a esse. A resistência ao cisalhamento (τ) é proporcional à força normal aplicada
(N), o ângulo formado entre a força normal e a resultante das forças tangencial e normal, é o
ângulo de atrito, o valor desse ângulo consiste no máximo que a força cisalhante pode formar
com a força normal sem que haja a ruptura do solo. A atuação entre essas forças é representada
na imagem abaixo.

Figura 1 - Atrito no instante do deslizamento

Já a coesão é a ligação química entre as partículas do solo que independe da força


normal aplicada. Essa ligação é responsável pelo aumento de uma parte do esforço necessário
para movimentação quando a força normal aplicada é nula, essa propriedade é chamada de
coesão verdadeira ou real. Já a coesão aparente é definida com a parcela da resistência ao
cisalhamento de solos úmidos que ocorre devido à atração das partículas causadas pela tensão
capilar da água.
Segundo Pinto (2000) os critérios que melhor traduzem o comportamento dos solos em
relação ao estado das tensões é o de Coulomb e o de Mohr.
De acordo com Vargas (1989) a resistência ao cisalhamento dos solos pode ser
determinada através da expressão de Coulomb: τ = c + σ . tg φ, sendo τ a resistência do solo,
“c” a coesão do material, “σ” a tensão normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno do solo.
Essa equação pode ser representada graficamente através da figura abaixo.

Figura 2 Envoltório de Ruptura

O círculo de Mohr foi desenvolvido por Christian Otto Mohr no ano de 1997, ele
representa a decomposição das forças normais e tangencias causadas através de forças aplicadas
no solo, transmitidas entre cada uma das partículas e sendo levadas até a superfície. De acordo
com Bittencourt (2011) o círculo de Mohr consiste na solução gráfica das equações de
transformação de tensão do plano, permitindo a melhor visualização dos componentes de tensão
de acordo com a orientação do plano que agem no solo.
Os critérios de ruptura que podem reproduzir o comportamento dos solos são
representados a seguir:
• Se a tensão de cisalhamento não ultrapassar o valor dado pela expressão c + f.σ,
nao há ruptura;

Figura 3 Fonte: Pinto (2000)

• Se o círculo do estado de tensões se encontrar no interior de uma curva, que é a


envoltória dos círculos relativos a estado de ruptura, não há ruptura;
Figura 4 Fonte: Pinto (2000)

• Se a envoltória de Mohr é linear, o critério se torna similar ao de Coulomb,


passando a denominar de Critério de Mohr-Coulomb.
Esses critérios são utilizados em testes laboratoriais para determinação da resistência ao
cisalhamento do solo, aplicando situações que possam vir acontecer em campo. Para o ensaio
de cisalhamento direto, uma tensão normal é aplicada em um plano e verifica-se a tensão
cisalhante que provoca a ruptura.
Os autores Hachich et al. (1998) e Pinto (2000) afirmam que o ensaio de cisalhamento
direto é o método mais antigo para a obtenção da resistência ao cisalhamento de um solo. Para
esse ensaio, é utilizado uma prensa de cisalhamento direto, na figura apresentada abaixo é
possível analisar o esquema completo desse equipamento:

Figura 5 Fonte: PUCRS

Os procedimentos do ensaio seguem recomendações do autor Head (1982) e na ASTM


D 3080. Primeiramente é moldado os corpos de prova em anéis de cisalhamento com o solo a
ser estudado, eles são movidos para a caixa de cisalhamento bipartida com a ajuda de um
soquete metálico. É passado uma pequena quantidade de óleo na interface dos anéis para que o
atrito não interfira durante o ensaio e após isso as metades superior e inferior da caixa bipartida
são unidas.
Figura 6 Esquema da caixa de cisalhamento direto Fonte: (PINTO, 2000)

Após essas etapas, é realizado o ajuste do extensômetro, que irá medir a deformação de
acordo com o carregamento recebido, e também da célula de carga, localizada na parte superior
da caixa de cisalhamento utilizada para impedir o deslocamento e medir a força que o solo do
corpo de prova poderá suportar. Na parte inferior da prensa de cisalhamento são localizados
dois portícos onde podem ser colocados pesos que irão gerar a tensão normal utilizada em cada
ensaio.
A prensa possui um motor com um sistema que permite que a velocidade usada durante
o cisalhamento possa ser escolhida. De acordo com Pinto (2006) primeiramente é aplicada uma
força vertical N (através dos pesos inseridos nos pórticos) e depois uma força tangencial T é
aplicada à parte inferior da caixa, causando seu deslocamento. As forças T e N, quando
divididas pela área da seção transversal do corpo de prova, indicam as tensões σ e τ, sendo a
tensão τ representada em função do deslocamento no sentido do cisalhamento.
Conte (2016) explica que para a ruptura do corpo de prova, a metade de baixo da caixa
de adensamento desliza sobre a parte de cima, enquanto o suporte aplica a pressão normal. É
feita a leitura no anel dinamométrico e nos extensômetros: horizontal e vertical. Durante esse
processo, os deslocamentos relativos das duas porções da amostra e a força de cisalhamento
aplicada, são medidos de maneira que as curvas Tensão cisalhante (τ) x deslocamento
horizontal e variação da altura do corpo de prova (Δ) x deslocamento horizontal podem ser
plotadas.
O deslocamento horizontal é medido a cada intervalo de tempo através do extensômetro
horizontal. A força horizontal (T) é calculada através do produto entre a leitura do dinamômetro
(L) e a constante do anel dinanométrico utilizada. A tensão cisalhante (τ) é calculada através da
razão entre a força horizontal e a área do corpo de prova considerada constante durante o ensaio.
A tensão normal aplicada (σ) é a razão entre a carga normal (N) e a área do corpo de prova. A
tensão cisalhante máxima do ensaio (τ máx) é o valor máximo de tensão cisalhante obtido na
curva de Tensão Cislhante e Deslocamento Horizontal, para cada valor de tensão normal
aplicada no corpo de prova. E a variação do volume do corpo de prova (ΔV) é a multiplicação
da leitura de deslocamento vertical (lv) pela área do corpo de prova.

Figura 7 - Ensaio de cisalhamento direto, representação do resultado típico do ensaio

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para melhor aplicação, neste estudo será abordado um procedimento metodológico
científico, De acordo com Silva e Menezes (2005), sendo o conjunto de processos ou operações
que devem ser empregados na investigação.

3.1 Método de Pesquisa


O presente artigo tem como método de trabalho abordado por meio de Referencial
Experimental. Esse procedimento de apresentação trata de assuntos já publicados em livros e
artigos para embasamentos teóricos dos elementos estudados (GIL, 1999). A abordagem retrata
temas já estudados por artigos citados no referencial.

3.2 Método de Trabalho


O método de trabalho explica resumidamente as etapas de execução do estudo. Para fins
de melhor compreensão, será apresentado em formato de fluxograma linear, com essas fases
abordadas ao longo do referido artigo.

Pesquisa Coleta dos Realização dos


Definição do
Referencial Corpos de ensaios em
Tema
Teórico Prova Laboratório

União com
Resultado dos Resultados
dados pré-
Ensaios Comparativos
existentes
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O presente trabalho tem como foco a análise de solo de uma obra comercial na cidade
de Porto Alegre-RS, quanto aos parâmetros de resistência do cisalhamento. O solo utilizado
para coleta dos corpos de prova utilizados nesse ensaio, está localizado na Rua Dr. Timóteo nº
875, as coordenadas do local são latitude de -30.022620 e longitude de -51.199998.

Figura 8 Local aproximado da coleta dos corpos de prova Fonte: Elaborado pelo Autor

De acordo com o Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre, publicado através da


Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM, 2008) o solo nesta região se caracteriza como
argilossolos vermelhos ou argilossolos vermelho-amarelos, segundo o Sistema Brasileiro de
classificação de solos (Embrapa, 1999) esse tipo de solo é definido como bem-drenado,
localizados em relevo suave, com boa capacidade de carga e com o lençol freático localizado
em uma maior profundidade.

Figura 9 Mapeamento das unidades de Solo (SMAM, 2008)


A obra que permitiu fundamentar o estudo do solo se encontra na etapa de
escavação para a construção das contenções de divisa. O ponto de coleta foi escolhido através
de um local de fácil acesso, onde havia um corte em talude em uma profundidade de 2,5 m da
superfície, sem a presença de vegetação ou outras possíveis interferências que prejudiquem a
retirada do corpo de prova.

Figura 10 Local da retirada do corpo de prova Fonte: Elaborada pelo Autor

A coleta da amostra foi realizada no dia 20 de abril de 2022. Optou-se por


realizar a coleta direta de corpos de prova, em vez da formatação de blocos indeformáveis.
As condições climáticas se apresentavam favoráveis, com o tempo aberto sem a
ocorrência de chuva. Para a retirada dos corpos de prova, como o solo se apresentava firme, os
anéis de cisalhamento puderam ser moldados in loco com o auxílio de ferramentas manuais
pequenas, conforme figura abaixo.

Figura 11 Anel de cisalhamento moldado in loco Fonte: Elaborada pelo Autor


Foram retiradas amostras do mesmo solo em três anéis de cisalhamento diferentes, no
mesmo momento e na mesma posição. Os corpos de prova foram envolvidos por plástico filme
e condicionados em sacos plásticos de modo a evitar a perda ou ganho de umidade desse solo.
Todo o processo deve ser realizado de forma cauteloza de tal modo que as propriedades naturais
desse solo não sejam prejudicadas.
Também foi realizada a coleta de uma parte solta desse solo, de maneira que possa ser
realizado o ensaio para obtenção do teor de umidade e da massa específica real dos grãos deste
solo.
As amostras foram levadas até o laboratório de solos da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e o início do processo de realização do ensaio de
cisalhamento direto ocorreu no dia 25 de abril de 2022.
Inicialmente foi feita a retirada do plástico filme que envolve o corpo de prova e com o
auxílio de um estilete, foi retirado o excesso de solo ao redor do anel de cisalhamento. Na
sequência, a sobre de material do anel e colocado em uma cápsula para a determinação do teor
de umidade da amostra. O mesmo procedimento foi realizado para todos os anéis de
cisalhamento com amostras coletadas.
Os ensaios foram executados na prensa de cisalhamento 2 do laboratório de Mecânica
dos Solos e Geomateriais da faculdade de Engenharia Civil da PUCRS, demonstrada na figura
12.

Figura 12 Prensa de cisalhamento utilizada.

Fonte: Elaborada pelo Autor


Realiza-se então, a montagem da caixa de cisalhamento presente na prensa para que seja
transferido os corpos de prova para a mesma, com o auxílio de um soquete metálico de diâmetro
levemente infeiror ao diâmetro do anel de cisalhamento, conforme figura abaixo.
Figura 13 Transferência do corpo de prova para a caixa de cisalhamento

Fonte: Elaborada pelo Autor

Para o início do ensaio, são colocados pesos nos pêndulos da prensa, de acordo com a
tensão normal aplicada. As tensões utilizadas são de 50 kPa no Anel 01, 100 kPa no Anel 02 e
200 kPa no anel 03. Foi estabelecida a velocidade de deslocamento de 0,05 mm/min. Durante
o ensaio foram realizadas as leituras concomitantes: (1) deslocamento horizontal da amostra,
(2) deslocamento vertical e a (3) carga (força) que o solo resiste. As duas primeiras através de
extensômetros e a última por um anel dinamométrico.
Para melhor caracterização do solo, é realizado o ensaio para a determinação do teor de
umidade e da massa específica real dos grãos do solo utilizado, os resultados são demonstrados
nas tabelas 1 e 2 a seguir.

Tabela 1 Teor de Umidade Média

CAPSULA Nº 111 140 147


Massa total da Cápsula (g) 21,92 22,37 21,66
Massa total úmida (g) 51,77 51,33 51,52
CAPSULA Nº 111 140 147
Massa total seca (g) 51,39 50,98 51,09
Massa de água (Mw) (g) 0,38 0,35 0,43
Massa do solo seco (g) 29,47 28,61 29,43
Teor de umidade 1,29% 1,22% 1,46%
Teor de umidade médio (%) 1,32%
Tabela 2 Massa Específica Real dos Grãos

Picnômetro nº 10 20
Volume Nominal (cm³) 500 500
Temperatura da água (ºC) 21,1 21,1
pw Massa Específica da água (g/cm³) 0,998 0,998
w Teor de Umidade (%) 1,32 1,32
M Massa da amostra úmida (g) 70,09 70,16
Ms Massa da amostra seca (g) 69,18 69,25
Mp Massa do picnômetro com água (g) 678,84 678,21
Mps Massa do picnômetro com água e solo (g) 722,03 721,21
os Massa específica real dos grãos (g/cm³) 2,66 2,63
Massa específica real dos grãos (g/cm³) Média 2,64

Como pode-se observar os valores de umidade obtidos foram bastante baixo, condizente
com a exposição, uma vez que a coleta foi superficial, bem como pode-se levar em consideração
que o ensaio de massa específica real dos graõs foi realizado ao final dos ensaios, permitindo
equilíbrio higroscópico.
Foi obtido um valor médio da massa específica real dos grãos igual a 2,64 g/cm³. A
massa específica real dos grãos, através desse dado é possível obter o índice de vazios de cada
amostra utilizada no ensaio, é encontrado um índice de vazios médio de 0,77; conforme
resultados apresentados nas tabelas apresentadas no Apêndice 1 – Coleta de dados das amostras.
Mediante as leituras realizadas durante o ensaio de cisalhamento direto, foi traçado
virtualmente os gráficos correspondentes à variação do deslocamento horizontal ao longo do
deslocamento vertical de acordo com a tensão normal utilizada em cada ensaio e também a
tensão cisalhante em relação ao deslocamento vertical, como pode ser observado nas figuras 14
e 15.
Figura 14 Curvas de deformação correspondentes ao ensaio de cisalhamento.

0,1

0,0
0 2 4 6 8 10 12
Delocamento Vertical (mm)

-0,1

-0,2

-0,3 50kPa

-0,4 100kPa
200kPa
-0,5

-0,6

-0,7

-0,8
Deslocamento Horizontal (mm)

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 15 Curva de relação da Tensão de Cisalhamento do ensaio

60

50
36,18
Tensão Cisalhante (kPa)

40 41,55

30 50kPa
33,39
100kPa
20
200kPa

10

0
0 2 4 6 8 10 12
Deslocamento Horizontal (mm)

Fonte: Elaborada pelo autor

No gráfico representado pela figura 15 é possível ter a visualização da variação rápida


de valores entre 0 e 0,5mm no deslocamento vertical, após isso, os corpos de prova tendem a
se estabilizar, apresentando uma variação da tensão cisalhante insignificante.
Na mesma figura, consegue-se verificar que até o valor aproximado de 20 kPa da tensão
de cisalhamento, as curvas dos três ensaios se sobrepõem, mesmo apresentando tensões normais
distintas e não apresentando um valor significativo de deslocamento horizontal. Conforme o
aumento da tensão normal, o comportamento da tensão cisalhante varia, apresentando os picos
de resistência determinados gráficamente e demonstrados na tabela 3 abaixo.

Tabela 3 Valores referentes ao pico da resistência ao cisalhamento

Resistência de Pico ao
Cisalhamento
σ (kPa) τ (kPa)
0 0
50 33,39
100 36,18
200 41,55

Mediante os valores apresentados na Tabela 3, pode ser traçado um gráfico que


representa cada pico de resistência ao cisalhamento em função de cada tensão normal aplicada,
a partir disso, verifica-se a linha de tendência que aproxima e demonstra a envoltória de ruptura
característica do solo estudado, como está apresentado na figura 16 abaixo.

Figura 16 Envoltório de Ruptura do ensaio realizado.

45
40 41,55
Tensão Cisalhante (kPa)

35
36,18
30 33,39
25
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250
y = 0,0543x + 30,705 Tensão Normal (kPa)
R² = 0,9999

Fonte: Elaborada pelo Autor

Mediante os valores apresentados graficamente na Figura 13, é possível obter a


envoltória de ruptura do ensaio. Com a equação da linha de tendência, fornecida pelo gráfico,
é definido o ângulo de atrito, através do ângulo que a reta forma com a horizontal, e a coesão
do solo estudado. O valor encontrado do ângulo de atrito neste ensaio é 0,0543 radianos, ou
3,11º, e o valor da coesão é 30,705 kPa, é obtido também o coeficiente de correlação, sendo ele
0,9999, um ajuste praticamente perfeito.
É possível analisar que o ângulo de atrito encontrado possui um valor muito abaixo da
média de valores esperados, acredita-se que esse valor se deve à velocidade adotada de
0,05mm/min no ensaio, sendo uma velocidade muito alta para o tipo de solo estudado. Essa
velocidade resulta numa ruptura manifestada por resistência não drenada, ou seja, uma ruptura
que impossibilita a saída de água do corpo de prova, de maneira que a tensão de cisalhamento
dependa basicamente da coesão pura do material. O valor de coesão apresentado é relativamente
alto, sendo característicos de solos com argila envolvidas nos grãos, é obtido assim um
comportamento de um solo argilo arenoso, mas com predomínio das argilas nos aspectos
mecânicos e hidráulicos.
Sabendo-se da profundidade a qual o corpo de prova foi retirado (2,5m), é possível obter
o valor da tensão normal do solo. A partir da massa específica natural, este valor é de 64,725
kPa. Realiza-se a relação deste valor, com a envoltória de ruptura obtida anteriormente,
utilizando a equação da reta e obtendo um novo ponto de tensão de cisalhamento com o valor
de 34,22 kPa, tensão esta representativa da posição de coleta da amostra. A figura 17 demonstra
que esse valor se encontra dentro da linha de tendência obtida anteriormente, conforme o
esperado.
45
40 34,22 41,55
35
Tensão Cisalhante (kPa)

36,18
30 33,39
25
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250
y = 0,0543x + 30,705
Tensão Normal (kPa)
R² = 0,9999

Figura 17 Tensão de cisalhamento obtida através da massa específica e profundidade do solo coletado

Cabe ainda relatar que, na data de 07 de junho de 2019 foi realizado o ensaio Standart
Penetration Test (SPT) no canteiro de obras de onde foram amostrados materiais. No anexo 1
é possível a análise desse resultado e através disso pode ser feita uma comparação dos
parâmetros obtidos com o SPT e com o ensaio de cisalhamento direto. O furo “FC” de
sondagem realizada no ensaio SPT é localizado em um ponto de proximidade semelhante ao
local onde foram obtidos os corpos de prova do ensaio de cisalhamento direto, tornando assim
possível essa comparação.
Para o ensaio de cisalhamento direto, os moldes retirados estavam na cota aproximada
de 27m, isso corresponde à uma profundidade de 2,5m da superfície e da boca do furo do ensaio
SPT. Pode verificado assim, no anexo 1 que, neste ponto específico, é encontrado um solo
classificado como argila arenosa de cor marrom e consistência de média à rigida. O Nspt
(número de golpes) encontrado nesse solo varia de 6 até 9. Com a análise da tabela abaixo,
fornecida por Alonso (2010), pode ser realizada a correlação do número de golpes obtido para
obtenção de valores de coesão pré-estabelecidos e definição da resistência do solo encontrado.

Tabela 4 Coesão das Argilas Fonte: Alonso 2010

Desta forma, é estabelecido que o solo possui uma consistência de média a rija, o que
pode levar ao aumento da tensão de cisalhamento, e o valor de coesão esperado se encontra
entre 50 e 100 kPa, o que permite a conclusão de que o resultado de 30,705 kPa, encontrado no
ensaio de cisalhamento direto está coerente com esta correção.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa teve como pauta a caracterização e a obtenção de parâmetros de resistência
ao cisalhamento de um solo de acordo com o ensaio de cisalhamento direto realizado de maneira
satisfatória em laboratório. Obteve-se então, um valor de coesão de 30,705 kPa e ângulo de
atrito interno de 3, 11º.
De acordo com o mapeamento de solos realizado pela SMAM, os solos da região são
classificados como argilossolos vermelhos ou argilossolos vermelho-amarelos e através da
sondagem SPT realizada previamente, encontramos o solo argilo-arenoso com pedregulhos, cor
marrom e consistência média a rija. Essas definições entram de acordo com os resultados
obtidos no ensaio de cisalhamento direto, visto que, o alto valor de coesão é uma característica
de solos muito finos, aumentando assim seu valor, de acordo com a quantidade de água presente
no solo devido à sua poropressão.
Para solos argilosos, fatores como o estado de adensamento, a sensibilidade da sua
estrutura, condições de drenagem e a velocidade de aplicação das cargas no momento do ensaio,
influenciam nos resultados obtidos. Analisando o fato de que a amostra foi retirada in loco
através de manuseio simples, envolvida com plástico filme, transportada até o laboratório e que
tenha ficado armazenada em sacos plásticos, é possível afirmar que possa haver alterações no
resultado real obtido.
Com a caracterização do solo também se torna viável a afirmação de que a velocidade
de aplicação das cargas escolhida para o ensaio de cisalhamento direto, foi muito alta.
Apresentando uma situação onde a resistência do cisalhamento depende em sua maior parte
apenas da coesão pura do material. Este fato explica o valor extremamente baixo do ângulo de
atrito encontrado no envoltório de ruptura.
Importante salientar que o ensaio de cisalhamento direto não possibilita o controle de
drenagem do corpo de prova durante o ensaio, ou seja, mesmo que seja realizado um ensaio
com velocidades menores, ainda pode ocorrer leves alterações no resultado final do ensaio não
drenado. Este ensaio também limita o estudo à apenas um plano de ruptura, o que nos oferece
apenas um ponto no Círculo de Mohr.
Diante dos fatos citados acima, é possível concluir que o comportamento do solo está
dentro do esperado, levando em conta a sua classificação e caracterização. É recomendado que,
para resultados mais específicos e amplos, sejam realizados mais ensaios como análise
granulométrica, limite de liquidez, limite de plasticidade e também a comparação entre mais
corpos de provas.
Como sujestão para trabalhos futuros, é possivel verficar se a contenção dimensionada
poderia ser otimizada a partir da obteção deste conjunto paramétrico de laboratório. Também,
poderia ser realizado outros ensaios com velocidades mais lentas, bem como abranger uma
envoltório de resistência maior. Entretanto, esta foi uma limitação do presente trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE 1 – Coleta de Dados das Amostras
APÊNDICE 2 – Leituras do Ensaio de Cisalhamento direto

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO - LEITURAS ANEL 1

Tensão Vertical (kPa) Área do Anel (m²) Equação de Conversão


100 0,002 F (kgf) = 81,349.LD + 1,325

Leitura Tensão
Deslocamento Deslocamento Força
Tempo (Min) Deflectômetro Cisalhante
Horizontal (mm) Vertical (mm) (Kn)
(mm) (Kpa)
0 0 0 0 0,000 0,00
2 0,002 0 0 0,025 12,31
4 0,003 -0,01 0 0,025 12,31
6 0,004 -0,03 0 0,025 12,31
8 0,005 -0,03 0 0,025 12,31
10 0,005 -0,03 0 0,025 12,31
15 0,038 -0,03 0,0014 0,027 13,37
20 0,277 -0,03 0,0059 0,034 16,77
25 0,482 -0,025 0,0109 0,041 20,54
30 0,735 -0,035 0,0141 0,046 22,96
35 1,001 -0,045 0,016 0,049 24,40
40 1,277 -0,06 0,0172 0,051 25,30
45 1,564 -0,07 0,0178 0,052 25,76
50 1,859 -0,085 0,0182 0,052 26,06
55 2,166 -0,095 0,01825 0,052 26,10
1h 2,462 -0,1 0,01825 0,052 26,10
1h15 3,33 -0,12 0,0279 0,067 33,39
1h30 4,406 -0,15 0,0272 0,066 32,86
1h45 5,347 -0,18 0,0271 0,066 32,78
2h 6,174 -0,2 0,0271 0,066 32,78
2h15
2h30
ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO - LEITURAS ANEL 2

Tensão Vertical (kPa) Área do Anel (m²) Equação de Conversão


50 0,002 F (kgf) = 81,349.LD + 1,325

Leitura
Deslocamento Deslocamento Força Tensão
Tempo (Min) Deflectômetro
Horizontal (mm) Vertical (mm) (Kn) Cisalhante (Kpa)
(mm)
0,00 0,000 0,00 0,00 0,000 0,000
2,00 0,029 -0,01 0,0025 0,028 14,20
4,00 0,045 0,00 0,0028 0,029 14,42
6,00 0,076 -0,01 0,0030 0,029 14,57
8,00 0,094 0,00 0,0034 0,030 14,88
10,00 0,097 0,00 0,0034 0,030 14,88
15,00 0,100 -0,01 0,0034 0,030 14,88
20,00 0,105 -0,01 0,0038 0,030 15,18
25,00 0,155 -0,01 0,0056 0,033 16,54
30,00 0,350 -0,02 0,0093 0,039 19,33
35,00 0,489 -0,03 0,0153 0,048 23,87
40,00 0,731 -0,07 0,0198 0,055 27,27
45,00 0,979 -0,10 0,0234 0,060 29,99
50,00 1,244 -0,14 0,0260 0,064 31,95
55,00 1,520 -0,18 0,0280 0,067 33,46
1h 1,799 -0,21 0,0298 0,070 34,82
1h15 2,685 -0,25 0,0316 0,072 36,18
1h30 3,479 -0,26 0,0311 0,072 35,81
1h45 4,657 -0,26 0,0305 0,071 35,35
2h 5,509 -0,26 0,0306 0,071 35,43
2h15 6,345 -0,26 0,0306 0,071 35,43
2h30
ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO - LEITURAS ANEL 03

Tensão Vertical (kPa) Área do Anel (m²) Equação de Conversão


F (kgf) = 81,349.LD +
0,002 1,325

Leitura
Deslocamento Deslocamento Força Tensão
Tempo (Min) Deflectômetro
Horizontal (mm) Vertical (mm) (Kn) Cisalhante (Kpa)
(mm)
0 0 0 0 0,000 0,00
2 0,019 -0,05 0,0024 0,028 14,12
4 0,024 -0,01 0,0035 0,030 14,95
6 0,079 -0,01 0,0037 0,030 15,10
8 0,107 -0,01 0,0034 0,030 14,88
10 0,107 -0,01 0,0034 0,030 14,88
15 0,109 -0,005 0,0034 0,030 14,88
20 0,113 0 0,005 0,032 16,09
25 0,143 -0,1 0,0088 0,038 18,96
30 0,294 -0,04 0,0137 0,045 22,66
35 0,499 -0,09 0,0195 0,054 27,04
40 0,759 -0,21 0,0255 0,063 31,58
45 0,967 -0,29 0,0288 0,068 34,07
50 1,216 -0,35 0,0324 0,074 36,79
55 1,491 -0,39 0,035 0,078 38,75
1h 1,769 -0,41 0,0365 0,080 39,89
1h15 2,696 -0,43 0,037 0,081 40,26
1h30 3,535 -0,43 0,0372 0,081 40,42
1h45 4,554 -0,43 0,0376 0,081 40,72
2h 5,495 -0,43 0,0377 0,082 40,79
2h15 6,431 -0,43 0,038 0,082 41,02
2h30 7,199 -0,43 0,0383 0,082 41,25
2H45 8,053 -0,43 0,0387 0,083 41,55
3h 8,134 -0,43 0,0387 0,083 41,55
3h15 9,017 -0,43 0,0285 0,068 33,84
3h30 9,97 -0,43 0,0285 0,068 33,84
3h45 11,0703 -0,43 0,0285 0,068 33,84
ANEXO 1

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