Redação Escolar: Análise, Síntese e Extrapolação
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Presidente da República
João Baptista de Oliveira Figueiredo
Secretário-Geral
Sérgio Mário Pasquali
SÍNTESE E EXTRAPOLAÇÃO
BRASILIA, 1980
É proibida a reprodução total ou parcial
deste livro, salvo com autorização da Secretaria
de Ensino de 1º e 2º Graus do Ministério da
Educação e Cultura, detentora dos direitos
autorais.
Forarn depositados cinco exemplares deste
volume no Conselho Nacional de Direitos Auto-
rais e cinco exemplares na Biblioteca Nacional.
"Um Pássaro em Pânico", contos, Coleção Nosso Tempo, São Paulo, Editora Ática,
1977.
Inéditos:
Participação em Antologias:
Em segundo lugar, pela certeza de oferecer aos educadores brasileiros uma va-
riedade de instrumentos mais condizentes com suas expectativas de trabalho, já que
produzidos a partir do exercício das atividades docentes, permitindo que todos
obtenham, com a sua leitura e a sua aplicação, vantagens que melhorarão os índices
de aprendizagem dos alunos e estimularão o "fazer pedagógico" pessoal.
Bibliografia........................................................................................................ 205
INTRODUÇÃO
Texto 1 :
PARA ESCREVER MELHOR
(Hohn Dryden)
2. Conheça a língua
O escritor que não conhece a língua é um pintor sem braços. Não se exige ma-
estria gramatical de quem escreve, mas, não é admissível o desconhecimento ou a in-
diferença pela sintaxe. A Gramática é indispensável à língua, como as Constituições
são indispensáveis às sociedades humanas — cartas de princípios disciplinadores da
linguagem e da sociedade.
3. Aprenda a pensar
Sem organizar as idéias é muito difícil escrever bem. A clareza depende dos
cuidados em dar uma ordem aos conhecimentos, e seqüência à composição escrita.
Cada coisa a seu tempo, cada coisa em seu lugar, são normas de aperfeiçoamento da
escrita.
CONVERSINHA MINEIRA
Fernando Sabino
Texto 3:
POÉTICA
Cassiano Ricardo
1
Que é a Poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados.
2
Que é o Poeta?
Texto 4:
VARIEDADES LINGÜISTICAS
Texto 5:
Científico
Didático
Literário
Jornalístico
Fala da Língua
escrita
Fala da língua
falada
Usa a língua
falada
Uso estético
da língua
Aproveitamento da
linguagem coloquial
Carga de informação
Carga de normas
Análise e formação
Sensibilidade
Trabalho formal
Naturalidade
Clareza
Dificuldade de
interpretação
Conotação
texto 1 texto 2 texto 3 texto 4 texto 5
Denotação
Características
Simplicidade de
vocabulário
comunicação
direta
comunicação
ambígua
Poder de síntese
A visualização é
importante (espa-
ço branco, letras)
Elaboração de
linguagem
Rompimento com a
pontuação lógica
Segue a pontuação
lógica
Mostra subjetividade
Mostra objetividade
Fato
Opinião
Público Culto
Público que lê
Narração
Diálogo
Dissertação
Grau de imprevisibi-
lidade.
Discurso Narrativo: autor toma uma atitude ativa. Narrar é contar estória ou um
acontecimento, com personagens reais (notícia, história) ou fictícios (conto, novela,
romance, crônica, poema narrativo). 0 verbo é importante porque é ele que marca a
ação das personagens, dá animação, dinamismo ao texto.
VERSO DE NATAL
Manuel Bandeira
(fragmento)
Razão:
Manuel Bandeira
(fragmento)
Tipo de composição:
Razão:
PNEUMOTÓROX
Manuel Bandeira
LITERATURA E DESENVOLVIMENTO
Afrânio Coutinho
(fragmento)
Tipo de composição:
Razões:
Sugestão de redação:
Urna aula para cada aluno criar os seus diálogos, outra para que leiam. Dar noções
de diálogo antes.
LUZIA
- Oh, Luzia, desculpe. Ando com a vista meio fraca. Mas você está um boca-
do alinhada, criatura!
- Acho, não. É um fato. Você se casou, Luzia?
- Você estava noiva quando saiu lá de casa.
- Você foi muito careta, Luzia.
- Tão cedo!
- Também não gostou dele?
- Sendo assim...
- É pena, Luzia. Mas não fique triste, há tanto marido ordinário nesse mun-
do, quem sabe você escapou de um!
- E que é que você fez?
- Ótimo, Luzia.
- Que apartamento, Luzia?
- Não é difícil, é um sonho. E você se queixa dos homens?
- Parabéns, minha filha, você venceu.
E seguiu — o alegre estampado, a saia curta, as pernas longas e bem esculpi-
das, o bico fino dos sapatos, o sorriso de dentes alvos no belo moreno carregado do
rosto.
Após a leitura das redações, o professor escolherá um aluno e uma aluna para
fazerem uma leitura dramática da crônica "Luzia", que está nas páginas, 131 e 132
de "A Bolsa e a Vida", livro de crônicas de Carlos Drummond de Andrade, publi-
cado pela Editora do Autor. Rio de Janeiro, em 1963.
MÓDULO 4
1ª fase:
Escrever bem rápido, apenas substantivos e/ou adjetivos, que façam uma des-
crição, do que você está vendo agora, ao seu redor. Lembre-se de que é uma descri-
ção e, como tal, pretende ser uma fotografìa da realidade, dispensando ações e nar-
ração. como exemplo, ouvir e comentar o disco "Águas de Março" de Antônio
Carlos Jobim, suprimindo o verbo ser.
2ª fase:
Leitura do conto "Circuito Fechado" de Ricardo Ramos, como exemplo e
forma de motivação.
Ricardo Ramos
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, es-
puma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria,
água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça,
meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, len-
ço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pi-
res, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro. Fósforo. Mesa
e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas,
bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, qua-
dros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis,
telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, papéis.
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiro, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fós-
foro, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósfo-
ro, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos,
pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos.
Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis. Telefone, revista, copo de
papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e
papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e pa-
pel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro.
Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Qua-
dros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósfo-
ro. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abo-
toaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia.
água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
3ª fase:
Fechar os olhos e tentar captar sua casa, por um minuto. Por cinco minutos,
escrevendo bem rápido, você vai tentar recompor sua casa nominalmente.
4? fase:
Leitura de textos em que, em estilo nominal, Lourenço Diaféria mostra o seu
personagem chegando a uma cidadezinha do interior de ônibus.
BERRA CORAÇÃO
Lourenço Diaféria
(fragmento das páginas 21, 22)
... fumaça, touceira, chaminé, pedreiro, cerca de pau, arame farpado, capim
gordura, touca de criança, bode com os chifres presos em cordinha, pito, lenço
branco acenando, caixa de papelão bem amarrada escrito ao lado "frágil", chupeta,
poncho, bota, espora, telhado, criança, engraxate, chapéu de boiadeiro, trator, trem
sobre a ponta, pedro almoçando, capela com flores, galinhas no mangueirão, tudo
verde, aviso, cachorro sobre a grama, laçando boi, fazenda, mamoeiro, cozinha, ca-
nil, nuvem, espigão, placa escrito "vende-se", placa escrito "aluga-se", aviso, bezerro
branco, ônibus, mãe e nene, paisagem com roupa no varal, porteira branca, aparta-
mento a briga, descarregando banana, violão, automóvel amassado, cavalo, pasto,
boi, carreta, quintal, casa grande, casa amarela, enterrando a vaca, coando café,
vista do sítio, paisagem em azul, mastro de santo antônio, tratando dos carneiros,
recolhendo a roupa, escadaria do colégio, égua, pasto, passo-preto, anum no fio,
andorinha, jacá, abacateiro, barraco, quintal, cruz de madeira, caminho de terra, reta
de asfalto, barranco, urubu rodopiando, campo de malha, assando frango, cobertor de
três cores, pedro indo para casa, Porquinhos, perus, ônibus na chuva, colhendo café,
campo com trigo, paisagem com algodoal, cantor, galinhada, casa azul, colônia de
ferroviários, carreiro, transportando lenha, caminhão de soja, derrubada, residência,
roda de vento, plantação de laranja, terra ao deus-dará, placa escrito propriedade de
fulano de tal, entrada proibida, sacaria, bar com vitrina cheia de coxi-nha, empada,
asa de frango, gato, pinto, quadro de são jorge, ferradura, amuleto, vela apagada,
placa verde de sinalização, defumador pai-jacó, ponte vazia, propaganda de político,
barraca de melancia, bombacha, espingarda, borboletas, reprodutor, moranga,
acostamento, cascalho, boqueirão, ribanceira, jardim, alpendre, puxado, silo, fonte
luminosa, luz de mercúrio, praça, bancos na praça, sino, cemitério, tuba, mascate,
balança manual, moço do tiro-de-guerra, casal se beijando, Coletoria, cer-zideira,
médico de senhoras, ambulatório odontológico, doutor cicrano, morro, flor-zinhas,
preá, mata-burro, queimada, transportando lenha, usina, recolhendo o barro,
descanso no terreiro, milharal, casas na curva da estrada, pau a pique, tapera, barra-
cão, pirambeira, sopé, fruta sem nome, enxada, colono, mulher magra, mulher mais
magra, ponteiro, rastelo, arado, prancha, cratera, descida, subida, lombada, palmei-
ras, charco, arbustos, poeira, experimente os freios, ondulações no horizonte,
pedras, carcará, bota, salsa, na hora, balastro, estação, pedro indo para casa, cerâmica
preta, portão de ferro, depósito com esplanada, posto de gasolina com bomba
manual, forno, camélia, quaresmeira, riscos de sangue no céu, estrela, seta indicando
— Mamangaba, variante a 500 metros.
O ônibus suspira fundo, diminui a marcha, encosta à direita, pára. A
baldeação é feita lentamente para a jardineira repintada de roxo.
5a fase:
Faça uma redação, em estilo nominal, seguindo uma das sugestões ou criando
outras situações:
1ª sugestão: Em casa / indo para o colégio / no colégio / em casa novamente.
2a sugestão: Preparando para um baile ou festa / no baile ou festa / e casa de-
pois. 3asugestão: uma viagem: preparação / a viagem / a chegada.
MÓDULO 5
MINHA NAMORADA
Vinícius de Moraes
MENTIRAS
Mário Quintana
Regionalismos mineiros:
Regionalismo gaúchos:
Regionalismos paulistas:
Regionalismos baianos:
Estrangeirismo:
MÓDULO 8
REDAÇÕES SUGERIDAS PELAS FUNÇÕES DA LINGUAGEM - AULA DUPLA
OBSERVAÇÃO:
A função não aparece de forma pura; em muitos textos, pode haver mais de
uma função. Roman Jakobson mesmo diz: "Embora distingamos seis aspectos bási-
cos da linguagem, dificilmente lograríamos, contudo, encontrar mensagens verbais
que preenchessem uma única função. A diversidade reside não no monopólio de
algumas dessas diversas funções, mas numa diferente ordem hierárquica de função".
Roman Jakobson - "Lingüística e comunicação", Editora Cultrix — São Paulo
- 1969.
CANÇÃO AMIGA
Função(ões):
Justificativa:
Manuel Bandeira
Função(ões):
Justificativa:
BODAS DE PRATA
Aldir Blanc
S
ONO
Função(ões)
Justificativa:
ENIGMA
Função(ões):
Justificativa:
ALGEMA
A poesia me (...)
exila, me 0 poema
exala e me com algema
fervilha me prende
ao infinito
e a mim.
Função(ões):
Justificativa:
NARRATIVA
Função(ões):
Justificativa:
ARGUMENTO
Tá legal
tá legal
Eu aceito o argumento.
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
de um cavaco, de um pandeiro
ou de um tamborim.
Função(ões):
Justificativa:
Função(ões)
Justificativa:
MÓDULO 9
CAROLINA
Carolina,
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor:
A dor de todo esse mundo.
Eu já lhe expliquei que não vai dar.
Seu pranto não vai nada ajudar.
Eu já convidei para dançar.
É hora, já sei, de aproveitar.
Lá fora, amor,
uma rosa nasceu;
Todo mundo sambou;
uma estrela caiu.
Eu bem que mostrei sorrindo
pela janela: ai que lindo!
Mas Carolina não viu.
Carolina,
com seus olhos tristes
Guarda tanto amor:
O amor que já não existe.
Eu bem que avisei: vai acabar.
De tudo lhe dei para aceitar.
Mil versos cantei pra lhe agradar.
Agora não sei como explicar.
Lá fora, amor, uma rosa
morreu; uma festa acabou;
Nosso barco partiu. Eu
bem que mostrei a ela. 0
tempo passou na janela E
só Carolina não viu!
Crie você uma personagem (pode partir de pessoa conhecida, gente de sua
casa, de sua sala de aula, de sua rua).
FISICAMENTE ela/ele é:
PSICOLOGICAMENTE é:
ECONOMICAMENTE é:
CULTURALMENTE é:
VIDA VIDINHA
O/A_____________________________ e seu
O/A_____________________________ e seu
O/A______________________________ e seu
O/A_____________________________ e seu
O/A_____________________________ e seu
O/A_____________________________ e seu
O/A e seu
O/A_____________________________ e seu
MÒDULO 11
JOÃO VALENTÃO
Dorival Caymmi
João Valentão
é brigão,
pra dar bofetão
não presta atenção
e nem pensa na vida.
A todos João intimida;
faz coisas que até Deus duvida;
mas... tem seu momento
na vida...
É quando o sol vai quebrando,
lá pro fim do mundo
pra noite chegar.
É quando se ouve mais forte
o ronco das ondas na beira do mar.
É quando o cansaço da lida da vida
obriga João se sentar.
É quando a morena se encolhe,
se chega pro lado querendo agradar.
Se a noite é de lua,
a vontade é contar mentira,
é se espreguiçar...
Deitar na areia da praia
que acaba onde a vista não
pode alcançar...
E assim adormece esse homem
que nunca precisa dormir
pra sonhar,
porque não há sonho
mais lindo
do que sua terra
não há.
ANDORINHA
Manuel Bandeira
( ) Texto 1
SINAL FECHADO
Paulinho da Viola
( ) Texto 2
QUADRILHA
A LAÇADA
Oswald de Andrade
( ) Texto 4
O VIOLEIRO
Oswald de Andrade
( ) Texto 5
CONFIDÊNCIAS DO ITABIRANO
O MEDROSO
Oswald de Andrade
( ) Texto 7
SAFIRO, O AUTÔMATO
Cassino Ricardo
( ) Texto 8
PRIMEIRO AUTOMÓVEL
Que coisa-bicho
que estranheza preto-lustrosa.
evêm-vindo pelo barro afora?
RODOVIÁRIA
Luiz Vilela
na roça pelo menos a gente, olha ali aquele tipo esquisito, estrangeiro? Mas estava
dizendo, aquela ali deve ser a mulher dele.
- como? - não dá rapaz...
ei o senhor aí!
- ah; sim; sei; eu? — eu gostaria muito...
passageiros que se destinam ao Rio de Janeiro no horário das dezessete horas.
Cinco já? e a Maria, meu Deus, ela nunca mais que chega, que será que ela — você
está afobado a toa, compadre, ainda faltam quinze minutos - mas se ela - o ônibus
nem chegou ainda
Sete mil?
se ela perdeu na rua
foi lá naquela rua, perto daquela estátua - estátua? Mas há tantas - aquela naquela
praça perto daquele mercado - ah, sei, não há perigo, é pertinho daqui - mas numa
cidade grande assim.
Lista Telefônica
1965 - pois é...
- alô; pronto; é
o máximo de mulher só te digo isso
- pronto; alô, quem está - isso é que eu falei...
falando? É o Moura? Hem? é sim... é...
ela não sabe andar direito na rua, ela fica apavorada com os carros
com licença
vai ser um programão
- sim, é o Celso que é... ótimo...
que aconteceu? - mesmo? Não diga...
um desastre, um carro, um desses lotações, ela não sabe
- meu Deus! Seja Breve
— claro...
olha que coisa mais linda
mais cheia de graça
é ela menina que vem e que passa
num doce balanço
a caminho do mar
a gente pode ver se ainda encontra ônibus
- mas quando? Que hora? — então até por lá...
olha lá, não é ela - onde? - lá na frente - lá - aquela que vem lá - não, ela está de
vermelho - estava parecendo - fico pensando na Betinha, ela é muito sapeca, pode
ter escapulido e corrido pra rua
passageiros que se destinam a São José do Rio Preto horário das dezessete e quinze só
cinco minutos minha Nossa Senhora
- é o Jairo? Olha, eu só tou achando
— não deu tempo de chamar o daquele
parafuso maior, como que faz?
médico? compra assim mesmo?
quero dizer these agitation you understand?
these oh yes it's wonderful!
A FALECIDA
Nelson Rodrigues
Os alunos farão uma leitura tipo jogral do conto "Rodoviária" de Luiz Vilela.
Depois, os alunos se reunirão em grupo. Cada grupo escolherá um espaço movimen-
tado, bastante povoado (um estádio, quermesse, circo, recreio, baile de carnaval)
para ser o espaço da estória que criarão. uma vez escolhido o espaço, cada aluno,
separadamente, criará frases, diálogos, pedaços de músicas ou anúncio, enfim, coi-
sas ligadas ao espaço. Depois, reunidos, todos montarão a redação-colagem, tendo o
conto por modelo. Após terminada a redação, cada grupo fará leitura de seu traba-
lho, em forma de jogral.
(Observação: tiramos a idéia base para esta relação da antologia "Contos Jo-
vens", n9 6, publicado pela editora Brasiliense - organizada por Marisa Lajolo e
Gilberto Mansur).
MÒDULO 16
há:
Em compensação, há:
CIDADEZINHA QUALQUER
Redação: Aproveitando o texto de Drummond como estrutura, faça uma das três
sugestões, ou as três, se houver tempo e vontade:
a) um texto (com os mesmos números de estrofes e versos e seguindo o
foco narrativo, a ação, os tipos de composição e estilo) explorando
um espaço fechado (um estádio, um baile, por exemplo);
b) aproveitando os mesmos dados, mude o espaço para uma cidade
grande;
c) abandonando a estrutura do poema, faça uma crônica sôbre uma
cidade pequena, podendo até dar o titulo de "Cidadezinha Qualquer
n° 2".
MÓDULO 17
Coloque discos ou fitas que focalizem temas relacionados com a cidade gran-
Na agitação, o homem:
Em compensação, há:
Se der tempo, 1er o conto "uma Vela para Dario" de Dalton Trevisan e discutir,
oralmente, as aproximações e diferenças entre o conto e o poema "De Frente pro
Crime". Mostre fotos de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro ou outras
metrópoles.
Agora você já armazenou muito material sobre a cidade grande, releia o que
escreveu, bem como volte a dar uma olhada na letra de Aldir Blanc e crie um estó-
ria com personagens e marcações bem coerentes com esse espaço.
MÓDULO 18
NOTA SOCIAL
A AUSENTE
Ontem:
Hoje:
Amanhã:
Domingo, 15 de Julho
Helena Morley
Hoje domingo poderia ter estudado as lições e feito meus exercícios, mas
mamãe nos levou desde cedo para a Chácara e passou o dia no jogo da politaina com
minhas tias até tarde. Nós na mesma brincadeira de sempre, os primos todos.
Hoje deu-se uma coisa bem aborrecida, para nós todas. Mamãe e minhas tias
acharam que nos deviam mandar, todas as primas, visitar Seu Carneiro pela morte
da mãe dele. Mas antes de irmos, nos recomendaram que tivéssemos modos e que
fizéssemos cara triste. Naninha também, como mais velha, não cessava de recomen-
dar: "Não façam cara de riso. Lembrem que é visita de pêsames." Só isto bastou
para dar-se o pior que podia acontecer.
Chegamos, subimos a escada, e batemos palmas na entrada da sala. Seu Car-
neiro veio abrir a porta vestido de sobrecasaca comprida e disse, com voz fanhosa:
"Podem entrar; façam o favor." Nesse instante eu, que já vinha engasgada de vonta-
de de rir, pus a mão na boca para me conter, mas não foi possível. Dei uma risada
tão espremida que as outras não puderam resistir e descemos todas escada abaixo,
num frouxo de riso que não parava mais. O homem ficou de pé, no alto da escada,
nos olhando espantado e sem saber o que era aquilo. Saímos pela rua afora rindo e
Naninha me xingando.
Estou pensando agora é no meu encontro com as filhas dele, que são minhas
amigas e hão de querer que eu lhes explique a causa daquilo. Vou procurar inventar
uma história qualquer para lhes contar.
Você observou o texto, é uma página de um diário e a autora vai narrando os
acontecimentos seqüentes. Quando alguém narra os acontecimentos em tempo mar-
cado pelo relógio, tempo concreto (ontem/hoje/amanhã - 1960/1961/1962 —
cedo/tarde/noite), não importa que o tempo esteja no presente ou no passado, o
tempo será narrativo ou cronológico. Vamos ver se acontece o mesmo no poema:
PROFUNDAMENTE
Manuel Bandeira
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
DIA-A-DIA
Elias José
Segunda-feira. Hoje
tenho que juntar cacos do que fui. Preciso de ternura urgente para conseguir colocar
coisas e sorrisos nos devidos lugares. Tantos gestos estudados para aturar o jantar,
os parentes, os amigos, ela...
Terça-feira.
Qualquer coisa me diz que é mesmo o fim. O telefone tocou e tudo foi tão frio.
como as coisas se transformam sem a gente esperar!
Quarta-feira. Se a
gente tivesse coragem, seria tudo mais claro. Bastaria um bate-papo franco. Mais
uma vez simulamos, enfeitamos palavras duras para que elas, despersonalizadas,
fossem ferindo aos poucos.
Quinta-feira.
Uísque. Cigarros. Amigos sugerindo saídas menos dramáticas. Na eletrola uma
música que antes dizia tanto. O garçon me lembra o que o dinheiro pode. Se eu não
tivesse nada, seria mais fácil testar sinceridades. Talvez ela e eles, garçons e amigos,
nunca saberão o que sou e valho, só o que eu tenho.
Sábado.
Marquei encontros. Precisava transbordar-me em companhias, chatas ou não. Não
podia ficar só. comprei um livro e não saí de casa. Preciso me acostumar com a
falta de gente. Preciso muito de falar comigo. Acertar ponteiros..
Domingo.
Novo almoço em família, com amigos, com ela. Sorrisos idênticos aos da semana
passada, do século passado. Alguns me acharam mais magro; "mais gordo", ela
afirmou. Volto a repetir tudo, a me repetir, agora com menos coragem ainda.
0 texto é montado como num diário - por quê? Qual é o tema usado pelo narra-:r?
Agora, em sala, você fará uma pequena estória em que o personagem, esti-
mulado por um fato presente, é levado a voltar à infância, quando aconteceu algo
semelhante. Não se esqueça que vai narrar em tempo cronológico e tempo psicoló-
gico.
REDAÇÕES RELACIONADAS COM ELEMENTOS DA
A classe discutirá em grupo as seguintes questões e, depois, cada grupo fará sua
exposição:
1) O que é arte?
2) Quais são as artes?
3) Quem faz um bolo está fazendo Belas Artes ou Artes Utilitárias? Por quê?
4) Qual a diferença entre ciência e arte?
5) O que as artes e as ciências representam para a cultura de um país?
6) como vocês vêem o artista (em sua vida, sua maneira de ser e criar), ele-
mento criador da Arte?
7) Qual é a matéria prima de cada Arte?
8) O que é conteúdo e o que é forma? Podemos separar claramente o conteú-
do da forma?
9) O que é Literatura para vocês? Quem faz? Há diferença entre a prosa e a
poesia? Quais? Será diferença mais de forma, de linguagem, de ritmo ou de
conteúdo?
10) Tudo o que se encontra em letra de forma é literatura?
11) Que diferença vocês vêem entre a linguagem usada nos nossos diálogos (a
coloquial), a jornalística, a científica, a técnica usada nos documentos e a
literária?
MODULO 22
"Nenhuma fase da obra literária pode ser, em si, uma expressão direta dos sentimen-
tos pessoais do autor, ela é sempre uma construção e jogo..."
Eichenbaun
"A técnica é tudo: envolve e classifica tudo aquilo que entra na constituição do ro-
mance. Há, pois, tantas técnicas quantos são os romances vivos. Em verdade, não se
deveria falar em técnicas do romance, mas de técnicas do romance."
A.A. Mendilow
"Tudo ou quase tudo nesse livro é medido e pesado, premeditado. O quanto isso é
possível em obra de criança. É verdade que nem todos percebem o desenho geral, a
composição estudada do livro, o que é capaz de ser fallía minha; mas sentem o efeito
que quis dar, o que é capaz de ser vitória minha. A maioria fíca na estrela, não
percebe a constelação, o "sete estrelo", para usar a comparação de que gosto..."
"Estas minhas frases balbuciadas são feitas na hora mesmo em que estão sendo es-
critas e crepitam de tão novas e ainda verdes. Elas são o já. Quero a experiência de
uma falta de construção. Embora este meu texto seja todo atravessado de ponta a
ponta por um frágil fio condutor - qual? O do mergulho na matéria da palavra? O
da paixão? Fio luxurioso sopro que aquece o decorrer das sílabas."
Clarice Lispector - na bôca da personagem narradora de "Agua Viva".
Que proveito vocês poderão tirar das afirmativas para o trabalho de redação escolar?
MODULO 23
FUNÇÕES DA LITERATURA I
O professor deve fazer o aluno sentir que essas funções não são as únicas e
que, para um mesmo autor/leitor ou obra, podem caber variadas funções — nos
estudos de arte, tôda classificação é apenas uma tentativa didática de explicar fe-
nômenos não lógicos, pouco possíveis de enquadramentos.
"O isolamento é uma tomada de posição contra a vida, uma atitude contra os seus
rumos e só pode gerar formas desesperadas de expressão por isso mesmo".
Sartre
"O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer. Não há
senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. O criador, com efeito, deve ser um
mundo para si mesmo e encontrar tudo em si e nessa natureza a que se aliou".
Rilke
"A arte não é apenas um prazer. É uma atividade criadora da consciência humana
da qual deriva toda criação espiritual. A arte é tudo".
Gabo
FUNÇÕES DA LITERATURA II
MÃOS DADAS
Funções desejadas:
Funções rejeitadas:
Faça uma pequena estória, procurando dar a ela uma função social.
Faça uma piada, que tenha como função apenas divertir você e o leitor.
Agora, você vai fugir da realidade e criar um mundo onde gostaria de viver.
(função evasiva).
MÒDULO 28
Você sabe que os poetas não gostam de dar entrevista. Carlos Drummond de
Andrade, por exemplo, é procurado pela imprensa e pela tevisão constantemente e
sempre se nega a falar, dizendo que o que tem a dizer já diz em sua obra. Sendo
assim, vamos propor, como modelo, uma entrevista hipotética com ele. Lógico que
as respostas se encontram nos próprios livros de poesia do autor.
Após o trabalho (marcado antes para que os alunos consigam os livros dos au-
tores escolhidos), cada grupo fará a leitura dele, sempre com um aluno lendo a par-
te do entrevistador e outro a do entrevistado. No final dos trabalhos, deverá vir a
bibliografia usada; se possível, cada resposta deverá vir numerada para, no fim, le-
vantar o nome do poema usado. Para divisão em versos, o aluno deverá usar barras,
como no exemplo.
MÓDULO 29
Leia o texto:
HOJE
De: Taiguara
Hoje
Trago em meu corpo,
As marcas do meu tempo
Meu desespero
A vida num momento
A fossa, a fome, a flor
O fim do mundo
Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua,
As minhas mãos, mas...
Hoje
As minhas mãos
Enfraquecidas e vazias
Procuram nuas, pelas luas, pelas ruas,
Na solidão das noites frias, por você
Hoje
Homens sem medo aportam no futuro Eu
tenho medo acordo c te procuro Meu quarto
escuro é inerte como a morte
Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência Que
é o que me resta vivo em minha sorte
Ah! sorte...
Eu não queria a juventude assim perdida Eu
não queria andar morrendo pela vida Eu não
queria amar, assim, como eu te amei.
REDAÇÃO:
Faça uma estória em que um homem romântico discuta com um realista sobre
coisas do mundo (descobertas, natureza, amor, sonho, etc).
MODULO 30
DECODIFICAÇÃO POÉTICA
ANTÍFONA
Cruz e Sousa
Mário de Andrade fala que também usava o intelecto. "Penso depois: não só
para corrigir, como para justificar o que escrevi." Os Surrealistas evitam esse traba-
lho lógico - mas você pode tentar o processo de Mário de Andrade. Tente escrever -
agora, dando certa ordem, certa correção ao texto:
REDAÇÕES EXPLORANDO A CRIATIVIDADE
EM ELEMENTOS LÓGICOS
MÓDULO 32
COMPARAÇÃO
"Talvez uma das maneiras mais simples para estimular o pensamento seja pe-
dir que os alunos comparem coisas, percebam diferenças e semelhanças. No entanto,
pode-se perguntar por que é que isso ocorre. O discernimento pode ser entendido
como a aquisição de padrões que, por sua vez, resultam de observação e explora-
ção. À medida que aumentamos as oportunidades para comparação, ampliam-se as
bases para julgamento. uma capacidade para julgar depende de um conjunto de es-
quemas. O crítico profissional de belas artes tem conhecimento, experiências, e é
através disso que julga (na realidade, compara) a obra que critica com uma obra an-
terior. Por isso, quando pedimos aos alunos que façam comparações, nós os ajuda-
mos a construir esse conjunto através do qual os discernimentos futuros serão maio-
res e mais refinados, e com o qual será auxiliado o crescimento de julgamento dis-
criminativo, de gosto e apreciação.
As expressões comuns — "sim, mas isso é diferente" e "qual é a diferença?" —
podem dar certa indicação da freqüência com a qual ocorre a comparação, isto é, a
verificação de semelhanças e diferenças. Quando formamos conceitos, chegamos a
generalizações ou a uma nova idéia; a criação resulta, em todos os casos, de pelo
menos uma, e, em alguns casos, de inúmeras comparações.
Às vezes, algumas pessoas confundem os termos igualar e comparar. Quando
igualamos as coisas, dizemos que são iguais ou idênticas; focalizam-se as semelhan-
ças. No entanto, quando as comparamos, dizemos que há semelhanças e diferenças;
focalizamos as duas coisas. Quando contrastamos as coisas, focalizamos apenas as
diferenças. Por isso, a expressão convencional "essas duas coisas são tão diferentes
quanto o dia e a noite; é impossível compará-las", provavelmente pretende dar a
impressão de que não podem ser consideradas iguais. Quando damos oportunidades
para comparação, os alunos podem ser levados a ver a possibilidade de diferenciar
semelhanças e igualdades.
Às vezes, quando comparamos, vemos que as diferenças são mais numerosas
ou mais decisivas do que as semelhanças. Nesse caso, tendemos a usar a expressão
"isso é completamente diferente". Evidentemente, com isso queremos dizer que o
número de diferenças supera o número de semelhanças. Quando as semelhanças são
mais numerosas ou mais decisivas, tendemos a usar a expressão "isso é a mesma
coisa; não existe diferenças entre elas." Evidentemente, também aqui queremos di-
zer que as diferenças são em menor número.
Talvez isso se torne mais claro quando nos referimos aos objetivos. Quando
não há necessidade de fazer escolha, nossa tendência é a de perguntar: "qual é a di-
ferença?" Quando não há necessidade de fazer escolha, as diferenças entre maçã,
pera, ameixa e pêssegos, por exemplo, podem desaparecer na verificação de que
"são frutas". De forma semelhante, muitas palavras de diferentes partes de lingua-
gem podem tornar-se indiferenciáveis - "é apenas um grupo de palavras" - se não
temos, por exemplo, o propósito de identificar adjetivos. Quando "não faz diferen-
ça", reduzimos as distinções e na verdade as eliminamos ao passar para a categoria
mais ampla. Quando "tem importância", aumentamos as distinções, tanto as peque-
nas quanto as grandes. Ao fazer comparações, o fato de as diferenças serem em
maior número ou mais decisivas está ligado aos objetivos.
Na técnica pedagógica, o professor pode escolher dois itens e apresentá-los
para comparação. Pode precisar mostrar aos alunos que a comparação pode ser feita
atomisticamente, uma reação parcial ou global à totalidade. Os estudantes podem ser
levados a descobrir tais diferenças de métodos se precisarem comparar dois conjuntos
de comparações; por exemplo, uma vírgula e um ponto, e depois o jogo de pingue-
pongue com o jogo de tênis de praia. No primeiro conjunto haverá necessidade de
comparar a totalidade, enquanto que no segundo a comparação provavelmente
conterá uma mistura de reação à totalidade e às partes. A reflexão indicará porque é
que isso ocorre. No primeiro caso, como se trata de objetos físicos com funções
mais específicas, não há tanta possibilidade de subdivisão como no segundo.
Pode ser interessante pedir que os alunos façam listas denominadas "seme-
lhanças" e "diferenças", e depois fazer com que as comparem item por item. Às
vezes é desejável uma reação à totalidade; outras vezes, a reação a aspectos parciais
é mais adequada. Inicialmente, é uma boa idéia fazer uma verificação — ver se o que
está em A está também em B - pois é relativamente fácil lidar com isso. É também
possível que no início as coisas concretas possam ser reunidas. Por exemplo, compa-
ra-se um alfinete a um dedal, compara-se um poema a um ensaio, em vez de misturar
um termo abstrato e outro concreto.
Recomenda-se que, inicialmente, o professor peça semelhanças, pois parece
haver uma tendência para focalizar diferenças. Pode-se escrever uma lista no quadro
negro, ou pode ser útil fazer com que os alunos tentem lembrar-se da lista. Depois,
pedem-se as diferenças. Neste ponto, os alunos podem ser solicitados a descrever
exatamente o que foi dito ou resumir as listas como uma unidade. Vários outros
processos são indicados. É possível marcar as semelhanças. Quando não há um obje-
tivo, não há necessidade de escolher uma coisa ou outra. Se se define o objetivo e
se é preciso fazer uma escolha, o ponto decisivo de diferença é escolhido com rela-
ção a esse objetivo. Por isso, como conclusão da comparação, os alunos podem ter
oportunidade para apresentar uma interpretação, uma avaliação ou uma generaliza-
ção.
Abaixo há vários exemplos de exercícios que empregam, entre outras, a ope-
ração de comparação. Pode-se ver que são representadas diferentes áreas. Pode-se
observar, também, que a operação de comparação não inclui a adição de novo curso
ao currículo, nem mudança no conteúdo existente. Exige a adaptação de materiais e
talvez um ajustamento nas técnicas pedagógicas do professor. É útil lembrar que
cada área dá materiais suficientemente ricos e significativos para a exploração da
operação; não há necessidade de empregar exemplos artificiais, triviais, sensacio-
nalistas e não-produtivos."
Exemplo: comparar: granizo e neve com chuva.
Diferenças atomísticas
Semelhanças Atomísticas
Semelhanças Globais
1 - Formas de precipitação
2 - Formam-se na atmosfera
3 - Caem na terra por causa da força da gravidade
4 Formam-se em nuvens
5 - Formas de tempo
6 - Substantivos
Pontos de semelhança decisiva: Pontos de diferença decisiva:
cerveja e guaraná
jornal e livro
escrita e fala
arte e ciência
vogai e consoante
geografia e história
telegrama e carta
MODULO 33
Dar a natureza e a função das coisas (como ponto de partida para o trabalho
com a dissertação). Conscientizar o aluno da necessidade de saber distinguir essas
três coisas para aprender a pensar com lógica.
Vamos ver o que o dicionário diz que é conceito, natureza, função (só apa-
nhamos os significados que nos interessam nesse trabalho):
Conceito: (do latim conceptu) S. m. 1. Filosoficamente. Representação de um
objeto pelo pensamento, por meio de características gerais (Cf. abstração (3)
e idéia) 2. Ação de formular uma idéia por meio de palavras, definição, carac-
terização: O professor deu-nos um conceito de beleza absolutamente subjeti-
vo. 3. pensamento, idéia, opinião: Emitiu conceitos reveladores de grande
competência. 4. Noção, idéia, concepção: seu conceito de elegância está ul-
trapassado, meu caro.
"Novo Dicionário Aurélio" - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - página
358.
Natureza: (é) S.f. 4. Aquilo que constitui um ser geral, criado ou incriado. 5.
Essência ou condição própria de um ser ou de uma coisa. 6. Constituição de
um corpo.
Dicionário Melhoramentos da Língua Portuguesa - Vários autores - página
628.
Função: (do Latim functione) S.f. 1. Ação própria ou natural de um órgão,
aparelho ou máquina. 4. Utilidade, uso, serventia: Esta caixa não tem função.
"Novo Dicionário Aurélio - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - página
664.
O aluno deverá saber que o conceito, a natureza e a função devem aparecer de
modo objetivo, não devem ser opiniões mas refletir o fato, sem enfeites de lin-
guagem, sem palavreado sobrando.
Há uma lista de palavras, abaixo, que podem ser agrupadas seguindo vários
critérios (de semelhança ou diferença), desde que sejam coerentes — por exemplo:
palavras sólidas / líquidas - frutas (de maneira geral) / frutas ácidas / de maneira
particular por semelhança no número de sílabas, pela tonicidade, pelo número de
letras, pela classe de palavras e várias outras possibilidades de combinação. O traba-
lho será mais rico se apresentar maiores possibilidades.
É uma quase brincadeira, mas faz pensar, devolve sua capacidade de redigir.
Vamos agrupar, eis as palavras:
Chuva, maçã, verde, terra, água, pente, livro, ar, amor, notícia, laranja, mar,
azul, camisa, trabalho, homem, escova, ódio, gelo, amizade, macaco, pedra,
jornal, velho, pau, peixe, propaganda, mulher, bezerro, caderno, paletó, des-
canso, meia, adorno, ferro, caneta, coca-cola, guarda-roupa, produção, vento,
adolescente, sol criança, fogo, pitanga, revista, vaca, cachaça, limão.
MODULO 36
1ª fase: O professor lê, os alunos apenas ouvem, sem anotar nada. A leitura deve ser
pausada, nem ligeira, nem lenta, bem clara:
FESTA DE ANIVERSÁRIO
Fernando Sabino
CAUSA MORTIS
Stella Carr
Morreu o menino
que o cão mordeu.
Morreu o menino
(queria tanto)
um cão pequenino
— queria! A fome
polissílaba
(fomefomefome)
andava escrita
nos tabiques onde se amontoa o lixo. O
menino vagava um não sei que fazer mais
pelas ruas
cada um por seu lado
Menino e cão se pareciam o cão
na grafofagia das vagabundo
costelas. Quem disse um não ter
que a miséria razão de ser
aproxima os seres? O nesse mundo
menino morreu
deraivadefomedeção.
O jornal nem deu.
2a parte:Síntese (uma aula):
Leia e faça uma síntese do seguinte texto, apanhando as idéias principais e
transcrevendo-as com suas palavras:
O VALOR ESTILÍSTICO
SERENATA SINTÉTICA
Cassiano Ricardo
Lua
Morta
Rua
Torta
Tua
porta
n) Ação resultativa.
Assim, partir "a priori" da idéia de que a leitura é uma forma de divertimento,
ou de que o livro se destina apenas à função de ensinar matérias escolares, é
destender aos fatos, distorcer o verdadeiro valor do mesmo, pois quer se deseje ou
não, ele será SEMPRE O PORTADOR DE uma MENSAGEM.
Se o escritor, disso não se compenetrar, se não estiver convencido dessa ver-
dade, não deverá escrever, pois da leitura de seus escritos, o jovem nada poderá ti-
rar, que satisfaça o sentido abstrato de seus sentimentos.
É preciso ainda não deixar no esquecimento essa procura de heróis, por parte
dos jovens, heróis que possam admirar, aos quais possam se referir.
Num processo natural de identificação, processo conhecidíssimo em psicolo-
gia, ele capta o modelo, a ele se integra, passando a utilizá-lo.
Vive, passo a passo, suas emoções, seu modo de agir.
O escritor, mesmo quando a isto não se propõe explicitamente, oferece ao
leitor uma visão do mundo e, pelo tema escolhido, pelo desenvolvimento que dá ao
mesmo, leva-o a tirar desta ou daquela ação, desta ou daquela situação, determina-
das conclusões e escolhas. Por conseguinte, transmite ao jovem sua visão do mundo,
implantando um pouco de seu código de valores no pai, esposo, cidadão de ama-
nhã, hoje em formação.
Enorme responsabilidade, pois o adulto é, em grande parte, um produto de
estímulos, de situações vividas durante a infância.
O conjunto de suas experiências, estruturadas dentro dele, forma um núcleo
privilegiado, a propiciar-lhe um sentido de continuidade, de identidade ELE, é ELE
MESMO, agora, MAS CONTINUARÁ EM OUTROS, através dos anos.
Os meios de comunicação de massa, que podem ser aceleradores ou refreado-
res de mudança, têm atuado, não só, como refreadores, por apresentarem uma rea-
lidade deformada e ultrapassada, não oferecendo ao jovem todas as gamas, que essa
mesma realidade pode assumir.
Dentre os meios de comunicação valiosos, um dos mais capazes de preparar as
novas gerações para viverem em uma sociedade em mutação, está a leitura. Mas qua-
se nada de positivo se tem feito nesse campo.
Urgente é, pois, uma reestruturação da literatura juvenil, para que se possa atra-
vés dos livros, fornecer aos jovens o maior número possível de experiências; expe-
riências diversas das que ele é capaz de viver, para formar homens voltados para rea-
lidades futuras.
MODULO 41
A DISSERTAÇÃO
AULA DUPLA
Cada aluno fará a sua redação sobre "A comunicação Humana" (podendo consultar
livros também), seguindo o esquema: Título: Autor:
Parágrafo inicial com introdução: o assunto, a comunicação e a importância dela pa-
ra a vida humana, cabendo conceitos.
Desenvolvimento: argumentação variada, para cada tópico (conceitos, funções, tipos
de comunicação, elementos da comunicação, comunicação através dos tempos,
etc.) um parágrafo.
Conclusão: um parágrafo, concluindo que através da comunicação cresce a socieda-
de, a humanidade e o indivíduo.
MÒDULO 42
TEXTO 1:
Rubem Braga
TEXTO 2:
TEXTO 3.
Geniais mesmo são as geladeiras que duram toda a vida. Mas muito mais ge-
niais são os textos garantindo que cabe tudinho dentro delas, mas acho que não têm
tanta certeza, pois fazem questão de botar uma moça bem bonita para mostrar a
geladeira e a gente tem é vontade de comprar a moça, mesmo sem o "certificado de
garantia".
Existe anúncio de todo tipo: tecidos que não amarrotam, tecidos que dão
prêmios, tecidos que dão desconto, tecidos coloridos que são apresentados em preto-
branco, tecidos brancos que ficam cada vez mais brancos à medida que vai surgindo
um novo sabão em pó. Mas é o que eles pensam: o branco deles, lá em casa, todo
mundo tá vendo que é cinza.
O mais engraçado são os anúncios de inseticidas que matam todos os insetos,
menos as moscas do estúdio.
Anuncia-se também muita banha, muito pneu, muito perfume, muito sapato,
muito automóvel, muita calça, muita bebida e muita pílula pra dor de cabeça. Pa-
rece até que um anúncio depende do outro - é como se fosse uma novela, com a
vantagem de que a gente sempre sabe qual o final de cada anúncio. E não pensem
que sou o único a achar os anúncios mais interessantes que os programas: os donos
das emissoras também acham - senão não ocupavam a maior parte do tempo com
anúncios. Nos intervalos é que colocam alguns programas — por absoluta falta de
mais anúncios.
Reparem só: os programas de humor mostram o lado negativo das pessoas, os
personagens são quase todos fossilizados, gagos, surdos, cegos, velhos, boroco-chôs
ou sem sexo definido. As novelas exploram seres anormais dentro de um mundo de
misérias e lágrimas. Já os anúncios apresentam um mundo de otimismo, onde tudo é
bom e saudável, não quebra, dura toda a vida e qualquer um pode adquirir quase de
graça, pagando como puder, no endereço mais próximos da sua casa. O único
detalhe que nos deixa um pouco frustrados é que a moça que dá os endereços fala
tão preocupada em não errar que a gente não consegue decorar nenhum endereço.
Em compensação, sabe de cor a moça todinha.
4a fase:
Agora, os grupos discutirão, durante dez minutos, as posições que levarão ao
painel. Cada grupo elegerá seu debatedor para o painel.
5a fase:
Mudando a posição das cadeiras, alunos escolhidos pra o painel, frente à sala,
iniciarão os debates. Cada debatedor terá três minutos para expor as posições do
grupo. Terminadas as exposições, se houver tempo, serão permitidas perguntas aos
debatedores.
6a fase:
Professor fará uma conclusão dos trabalhos, com ajuda da sala, inclusive dis-
cutindo os tipos de visão dos assuntos que aparecem.
MÓDULO 45
Parte teórica:
1. Distinção entre propaganda e publicidade: a 1ª refere-se a transações co
merciais, tem a função de apelar, de convencer o consumidor; a 2a refere-se
a qualquer divulgação de idéias, mesmo comercial, tem função de partici
par, de esclarecer.
1.2. A propaganda é feita pelas agências especializadas, que possuem diversos
departamentos, como: a média (que cuida da divulgação nos veículos), a
pesquisa (que apura a expectativa e verifica os resultados), os contatos
(que colhem as informações junto as clientes) e a criação (onde nascem as
idéias, tanto as visuais, como verbais).
1.3. Nomenclatura especial importada: rough: rascunho; lay-out: o projeto; out-
door: cartazes; spots: na televisão, fala com imagem e fundo musical;
jingles: propaganda cantada.
1.4. Características fundamentais: linguagem sintética, usando poucas palavras
e muito impacto - criar um clima de familiaridade para o receptor, para que
confie no produto, como se já o conhecesse - destacar, com cores ou tipos
gráficos, as palavras mais importantes; mostrar vantagens do produto que
ultrapassem outros concorrentes; articular bem o visual ao verbal.
Parte analítica:
2. Leitura denotada (fazer uma descrição) dentro do registro visual e do ver
bal. Verbal: palavras, frases, períodos. Não verbal: imagens, gestos, dese
nhos, fotos.
2.1. Leitura conotada (procurar os possíveis símbolos para os personagens, o
espaço, a linguagem) para o registro visual e verbal.
2.2. Como se interligam os registros verbal e visual? E em que renova. O que é
redundante?
2.3. Levantamento de elementos de impacto no visual (fotografia, letras) e no
verbal. Comentário sobre elementos cromáticos (cores).
2.4. Como a propaganda se distribui no espaço?
2.5. Que espaço é retratado na propaganda?
2.6. Análise dos elementos da propaganda (personagens, objetos, elementos
naturais, etc.). Quais aparecem em destaque? Qual a razão do destaque?
Aspectos físicos das personagens são destacados? Quais? Qual a razão?
2.7. Que relação de tempo aparece no texto?
2.8. Que tipo de apelo aparece para provocar o consumidor: apelo à sensação
de poder? Possibilidades de amor? Segurança econômica? Segurança emo-
cional? Auto-valorização? Satisfação do ego? Oportunidades tentadoras?
Convite à vida mais livre? Convite à fantasia? - justifique a escolha.
29. Destaque os apelos afetivos que aparecem (você - seu carro - sua vida).
Destaque os adjetivos, as hipérboles, a linguagem enfática, a linguagem fi-
gurada, a pontuação, a disposição das palavras, elementos verbais estranhos,
a musicalidade do texto. Quais funções da linguagem aparecem?
2.10. comentar o texto em seus apelos aos sentidos: visão, audição, paladar, tato e
olfato.
2.11. Clima criado: de paz, de festa, de tranqüilidade, de agitação, etc.
2.12. Para que tipo de consumidor a propaganda é dirigida?
2.13. É apenas uma propaganda ou tem elementos da publicidade?
Roteiro de análise:
Cabeçalho: Nome da revista, número, editora, local e data da edição.
1º) Faça uma descrição geral da revista, observando: tamanho, capa, recursos
gráficos, assuntos em destaque na capa, ligação da capa com o todo da revista,
manchetes, importantes e superficiais, qualidade e quantidade de fotos, disposição
gráfica, qualidade e quantidade de assuntos e de propagandas.
2º) Manchete explora assuntos diversos, preferindo informar a formar. Faça
um gráfico dos assuntos culturais e formativos e dos apenas informativos para
confirmar ou negar a afirmativa.
3º) Manchete é feita para a massa, assim, procura destacar assuntos fúteis
(futebol, concurso de "miss", carnaval, praias), deixando em segundo plano coisas
mais sérias. Esse número confirma ou não a afirmativa? - prove sua posição com
exemplos tirados do material apresentado só nesse número.
4º) com relação à cultura brasileira, escolha o assunto de maior valor e faça
uma análise do texto e das fotos apresentadas.
5º) com relação às aulas, faça um levantamento do material, comentando:
qual arte é mais divulgada? predominam as nacionais? As entrevistas falam do traba-
lho artístico ou fazem "fofocas" íntimas sobre a vida dos artistas? Predominam os
textos ou as fotos?
6º) Em "Literatura Dinâmica", há um apanhado rápido sobre os fatos e
pessoas em destaque. Sintetize cada tópico.
7º) Faça o mesmo com as seções "O Mundo em Manchete", "O Brasil em
Manchete".
8º) Cronistas sociais e revistas de massa confundem sociedade com alta-
sociedade ("high-soçaite"), vida social com festas fúteis. As reportagens ou crônicas
sociais promovem pessoas que, muitas vezes, só têm o mérito de freqüentar festas
de granfinos e de vestir-se bem. Você observou esse tipo de trabalho jornalístico?
Quem focalizaram? como focalizaram?
9º) uma inauguração de uma escola ou de uma usina e/ou uma enchente em
determinada cidade são assuntos verdadeiramente de cunho social, atingem a
sociedade brasileira - comente reportagens que mostrem a sociedade brasileira.
10º) Semanalmente, Manchete traz uma das "Obras Primas que poucos le-
ram", falando de livros e autores famosos, porém mais comentados do que lidos.
comente o que há sobre o autor e a obra, com riquezas de detalhes, pois essa é
talvez a parte de maior importância para o estudante de literatura.
11º) Quase sempre, Manchete traz crônicas de bons autores - apareceu al-
guma nesse número? Qual o assunto dela?
12º) A última página de Manchete é dedicada ao humor, que é uma forma in-
teligente de satirizar a sociedade, os fatos, as pessoas e as coisas. como recurso, apa-
recem desenhos, fotografias, slogans, figuras em COMUNICAÇÃO mímica (de
gesto ou facial), palavras ou uma mistura de linguagens. Mostre que você é inteligente
e tem malícia: explique o assunto da sátira e comente os recursos usados pelo
humorista. 13º) O mundo de hoje está cheio de "slogans", muitas vezes bem
bolados, outras vezes de péssimo gosto. As grandes empresas produzem e precisam
vender mais. Para atingir o consumidor, as agências de publicidade "bolam" cartazes
com recursos variados (fotos, desenho, palavras, slogans) e apelando para coisas que
tocam o consumidor (apelo ou poder econômico, à vida divertida, ao bom gosto, à
inteligência, à conquista amorosa). Escolha dez propagandas, cinco bem boladas e
cinco infelizes e analise os recursos usados, faça uma descrição dos assuntos,
comente os apelos feitos, fale da força de sugestão usada.
MODULO 4º
O obrigatório e o optativo
O ponto-final
Os dois-pontos
O Travessão
Empregam-se para separar orações intercaladas: "Um dia (que linda manhã
fazia!) ela saiu a passear".
O ponto-de-interrogação
O ponto-de-exclamação
As reticências
As aspas
1. Antes e depois de citações alheias: Jesus disse: "Amai-vos uns aos outros".
2. Antes de palavra ou expressão ainda não aportuguesadas ou a que se quer
da realce: "Querer é poder" deve ser o nosso lema. Ele tem humor".
3. Para indicar monólogo interior: "Não sei porque penso assim..."
4. Em certos autores, no lugar do travessão, para indicar diálogo.
O ponto-e-vírgula
A vírgula
SAMBA NO AR
tão absorto estava em seu trabalho que nem reparou nos rostos emoldurados pela
janela estamos incomodando não podem continuar de repente o susto continuar o
que so então se deu conta de que na altura do 12º andar dois estranhos olhavam para
ele e esses estranhos não estavam em seu escritorio mas suspensos la fora como
aparições quer fazer o favor de fechar a vidraça ai compreendeu que se tratava dos
pintores encarregados de restaurar as paredes externas do edifício como e hoje
exigido na cidade tinham chegado ali pelo andaime e dispunham-se a pintar a face
externa das esquadrias pois não vou fechar levantou-se para atende-los mas antes de
fechar a vidrança deu uma espiada no estrado balouçante onde os dois se equili-
bravam meio perigoso não ambos sorriram e o de voz nordestina comentou a gente
pinta a gente morre na BR-3 o outro carioca de morro quem é do samba não estra-
nha essa ginga doutor voces aceitam um cafezinho aceitaram ate que chegasse o ca-
fezinho o trabalho naturalmente foi interrompido então não tem medo de cair de
ficar aleijado sim respondeu o carioca ai o cara não pode mais se virar mas se empa-
cotar tanto faz ne o cara tem de empacotar memsmo pois eu prefiro empactoar na
rede manifestou o outro estou nesta so ate arranjar serviço de pisar no chão ele quer
ser motorista doutor em vez de morrer o sentido dele e mandar os outros embora
cabra da peste o doutor não de confiança a esse careta o que ele fala e conversa de
tirar leite de bode os dois riram contentes de se xingarem atiravam-se mutuamente
as farpas que gostariam de desfechar em outros nos socios da firma de pintura ou
nos condominos do edificio todos no seu bem bom enquanto eles dependurados
naquela caranguejola se expunham a virar noticia para que a casa alheia ficasse bem
limpa por fora conjeturando isto o morador sentiu uma coisa parecida com remorso
que direito lhe assistia de arriscar assim a vida do proximo enfim era o governo que
dava ordem de pintar as casas e todos obedeciam salvando a boa aparência pelo me-
nos esta trabalhar nessas condições devia ser proibido ou senão cada um que apren-
desse a pintar e pintasse o seu pedaço de edificio e nos doutor sem serviço catando
minhoca no asfalto ora serviço não falta neste pais que ninguém segura a transama-
zonia o doutor não vai querer mandar a gente pra la não hem alarmou-se o nordestino
aqui mesmo a gente remedeia com a graça de deus e do santo da gente o carioca
desviou a conversa a doutor tem um bocado de livro estou apreciando e ferramenta
de trabalho vivo disto tem ai os livros de freud voce conhece o freud so umas tinturas
de noite a gente da uma lida e que mais voce gosta de 1er ah gosto de tdo mas
gostava mesmo e de escrever e etceteras o outro interrompeu-o ele e danado pra
fazer samba doutro aperta ele que ele canta se o senhor faz questão vou cantar um
que fiz na semana passada e simplesinho mas diz umas coisas que estavam me ca-
tucando para sair entende então pule a janela e venha cantar ca dentro precisa não
doutor aqui mesmo aprumou-se limpou a garganta a tábua oscilava ele deu um passo
inseguro olha que voce cai rapaz quem disse que caiu era pintor das alturas era sam-
bista era carioca e o samba saltou no ar como se nele vivesse e florisse todas as jane-
las do edifìcio se abriram dos edificios próximos também e uma salva de palmas
coroou a audição.
SAMBA NO AR
Tão absorto estava em seu trabalho que nem reparou nos rostos emoldurados
pela janela.
- Estamos incomodando?
- Não. Podem continuar.
De repente, o susto. Continuar o quê?! Só então se deu conta de que, na altura
do 12º andar, dois estranhos olhavam para ele, e esses estranhos não estavam em
seu escritório, mas suspensos lá fora, como aparições.
- Quer fazer o favor de fechar a vidrança?
Aí, compreendeu que se tratava dos pintores encarregados de restaurar as
paredes externas do edifício, como é hoje exigido na cidade. Tinham chegado ali
pelo andaime, e dispunham-se a pintar a face externa das esquadrias.
- Pois não. Vou fechar.
Levantou-se para atendê-los, mas antes de fechar a vidrança deu uma espiada
no estrado balouçante onde os dois se equilibravam.
- Meio perigoso, não?
Ambos somaram, e o de voz nordestina comentou:
- A gente pinta, a gente morre na BR—3. O
outro, carioca de morro:
- Quem é do samba não estranha essa ginga, doutor.
- Vocês aceitam um cafezinho?
Aceitaram. Até que chegasse o cafezinho, o trabalho, naturalmente, foi in-
terrompido.
- Então, não tem medo de...
- Cair? De ficar aleijado, sim — respondeu o carioca. — Aí o cara não pode
mais se virar. Mas se empacotar tanto faz, né? O cara tem de empacotar mesmo.
- Pois eu prefiro empacotar na rede — manifestou o outro. — Estou nesta só
até arranjar serviço de pisar no chão.
- Ele quer ser motorista, doutor. Em vez de morrer, o sentido dele é mandar
os outros embora. Cabra da peste.
- O doutor não dê confiança a esse careta. O que ele fala é conversa de tirar
leite de bode.
Os dois riram, contentes de se xingarem. Atiravam-se mutuamente as farpas
que gostariam de desfechar em outros: nos sócios da firma de pintura, ou nos con-
dôminos do edifício, todos no seu bem-bom, enquanto eles, dependurados naquela
caranguejola, se expunham a virar notícia, para que a casa alheia ficasse bem limpa
por fora.
Conjeturando isto, o morador sentiu uma coisa parecida com remorso. Que
direito lhe assistia de arriscar assim a vida do próximo? Enfim, era o Governo que
dava ordem de pintar as casas e todos obedeciam, salvando a boa aparência — pelo
menos esta.
— Trabalhar nessas condições devia ser proibido... Ou senão, cada um que
aprendesse a pintar, e pintasse o seu pedaço de edifício.
— E nós, doutor? Sem serviço, catando minhoca no asfalto?
— Ora, serviço não falta neste país que ninguém segura. A Transamazônica...
— O doutor não vai querer mandar a gente pra lá não, hem? — alarmou-se o
nordestino. — Aqui mesmo a gente remedeia, com a graça de Deus e do santo da
gente.
O carioca desviou a conversa.
— O doutor tem um bocado de livro. Estou apreciando.
— É ferramenta de trabalho. Vivo disto.
— Tem aí os livros de Freud?
— Você conhece o Freud?
— Só umas tinturas. De noite a gente dá uma lida.
— E que mais você gosta de 1er?
— Ah, gosto de tudo. Mas gostava mesmo é de escrever e etcéteras... O
outro interrompeu-o:
— Ele é danado pra fazer samba, doutor. Aperta ele que ele canta.
— Se o senhor faz questão, vou cantar um que fiz na semana passada, é sim-
plesinho, mas diz umas coisas que estavam me catucando para sair, entende?
— Então pule a janela e venha cantar cá dentro.
— Precisa não, doutor, aqui mesmo. — Aprumou-se, limpou a garganta. A
tábua oscilava, ele deu um passo inseguro...
— Olha que você cai, rapaz!
Quem disse que caiu? Era pintor das alturas, era sambista, era carioca. E o
samba saltou no ar, como se nele vivesse e florisse. Todas as janelas do edifício se
abriram. Dos edifícios próximos também. E uma salva de palmas coroou a audição.
MÓDULO 53
NA IGREJA
Pedro Bloch
Cristianinha de quatro anos foi à igreja com a tia de repente deu bicho carpin-
teiro na pirralhinha e ela começou a mudar de lugar ia pra banco depois outro outro
um nunca acabar Cristianinha você podia ficar rezando quietinha pra nossa senhora
que está ali em vez de fazer essa bagunça que fíca mal numa igreja não é Cris-
tianinha obedeceu passado certo tempo vendo a tia rezar fervorosamente e a imagem
impassível de nossa senhora observou não sei pra que você está rezando tanto nossa
senhora está ali parada e nem te liga.
OPERAÇÃO
Pedro Bloch
Leon Eliachar
garçon traz mais um café pois não já é o décimo quinto que tomo e esse ma-
caco não some da minha frente nem vai sumir esse aí é o gerente
você jura meu bem que não vai me esquecer depois que acabar este baile que
baile
embrulhada quatro velas das grandes bem depressa sua luz apagou não senhor
quem apagou foi meu marido
vamos dançar fui proibida pelo médico quem é o seu médico meu marido
este uísque está falsificado como é que o senhor sabe os morcegos que estou
vendo não conseguem nem levantar vôo
quando bebo sinto vontade de fazer mil e uma loucuras quais são as outras
mil
Se possível, tocar discos ou fitas ou tentar lembrar com a turma canções que
falem em carta de amor ("Quando o Carteiro Chegou / e o meu nome gritou / com
uma carta na mão" - "se você sentir saudades / pega no lápis, escreve" - por
exemplo).
Falar dos velhos e antes tão usados "Manual de Cartas de Amor e Suas
Respostas" e da impossibilidade de seguir um manual quando se pretende falar dos
sentimentos.
Cada aluno escreverá palavras gastas e hipérboles que aparecem nas cartas de
amor de pessoas menos cultas:
Clarice Lispector
Que acham os poetas das cartas de amor? Vamos ouvir Fernando Pessoa ou
Álvaro de Campos, heterônimo de Pessoa:
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Antes de escrever "Os Lusíadas!" — disse o poeta Mário Quintana — e você o que
pensa do ato de escrever uma carta?
A CARTA
Mario Quintana
l?fase:
As palavras não estão desligadas umas das outras, elas também têm família e
amigos íntimos, inseparáveis, por exemplo: existe uma família etimológica, palavras
derivadas, que são criadas a partir de uma primitiva e que levam as marcas familiares
no radical: fotografia, fotógrafo, fotografar, fotografado. Também há as palavras
que se ligam mais afetivamente, são parentes por escolha, pertencem a uma mesma
família semántica ou ideológica, como fotografia, tempo, cara, colorida...
Descrição da foto 1 :
Descrição da foto 2:
ENCOMENDA
Cecília Meireles
"RETRATO DE FAMÍLIA"
REDAÇÃO:
Agora, cada um apanhará uma das fotografias e criará uma estória para ela.
Ou se achar melhor, criará uma estória explorando a reação de alguém olhando um
álbum de família.
MODULO 56
E do trabalho de crianças?
MENINOS CARVOEIROS
Manuel Bandeira
(pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um
gemido).
1ª. fase:
Professor coloca no quadro situação hipotética ou suposições e os alunos,
imediatamente, escrevem a continuação do que ficou no ar, criando uma pequena
estória num período ou dois.
SUGESTÕES:
Você acabou de receber a notícia de que foi premiado pela loteca e começou a
planejar:...
2a. fase:
Cada aluno, num pedaço de papel, escreve uma sugestão e vai passando para
os outros e apanhando papéis dos outros. Anotada a sugestão, todos devem conti-
nuar o período, a narração, e passar o papel. Assim, aparecerão várias sínteses de
estórias, que poderão ser devolvidas em outras aulas. É preciso chamar atenção para
que criem situações originais e que escrevam bem rápido.
1ª fase: Escrever, bem rápido, durante cinco minutos, sem parar para pensar,
palavras ou expressões relacionadas com a palavra cotidiano.
4a fase: Fazer uma redação que tenha o cotidiano como motivo, seguindo ou não
uma das três sujestões:
1a) Seu cotidiano : um dia em sua vida.
2a) Cotidiano de Um Personagem Inventado.
3a) uma das mulheres de um dos textos, em foco narrativa na 1a pessoa,
dá sua versão sobre o cotidiano, uma vez que só ouvimos o ponto de
vista masculino.
Caetano Veloso
Eu me sento, eu como,
Eu fumo, eu não agüento
Você está tão curtida
Eu quero é boti foga neste apartamento
Você não acredita.
Traz o meu café com Suita eu tomo
Bota a sobremesa, eu como,
Eu como, eu como, eu como, eu como,
Você tem que saber que eu quero correr
Mundo... correr perigo.
Eu quero é ir embora, eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo..
COTIDIANO
2ª fase:
Urna música que fale em fotografía de fundo: "Retrato em Branco e Preto" de
Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque, ou "Iracema" de Adoniram Barbosa, por
exemplo.
Leitura do conto:
"A FOTO"
Jorge Medauar
"Olha, descobre este segredo: uma coisa são duas - ela mesma e sua imagem.
Repara mais ainda. uma coisa são inúmeras coisas. Sua imagem contém uma
infinidade de imagens em estado de sonho, germinando no espaço e na luz. E
as criaturas são também assim, múltiplas de si mesmas. A variedade de
imagens revela o mundo que nasce a cada instante em que o contemplo:
formas, ritmos, ângulos, expressões, fragmentos, síntese."
Agora, você já tem material suficiente para criar uma redação. Escolha você
mesmo o tema; Se preferir, pode escrever uma redação bem engraçada, tendo esse
título: "Essa casa não me é Estranha".
MÓDULO 60
meu diabo revi saí leve afinal coração menino ficava de o quem terra pequeni-
no Recife terra pôs diabo minha completamente arranha-céus bonita de mu-
dada tem é hoje passei hoje avenidas e trinta dele está de minha uma foto sua
bonita mudado uma está quando anos longe me completamente arranha-céus
bonita tem vez terra avenidas em cidade é diziam cidade.
MINHA TERRA
Manuel Bandeira
ANEDOTA BÚLGARA
Anedota.............................
Era uma vez um............................................................................................................
que ...............................................................................................................................
Quando lhe disseram que .............................................................................................
ficou muito,
e achou....
Clarice Lispector
Respondi que eu gostaria mesmo era de poder um dia afinal escrever uma his-
tória que começasse assim: "era uma vez...". Para crianças? Perguntaram. Não, para
adultos mesmo, respondi já distraída, ocupada em me lembrar de minhas primeiras
histórias aos sete anos, todas começando com "era uma vez"; eu as enviava para a
página infantil das quintas-feiras, do jornal de Recife, e nenhuma, mas nenhuma,
foi jamais publicada. E era fácil de ver por que. Nenhuma contava propriamente
uma história com os fatos necessários a uma história. Eu lia as que eles publicavam,
e todas relatavam um acontecimento. Mas se eles eram teimosos, eu também.
Mas desde então eu havia mudado tanto, quem sabe ou agora já estava pronta
para o verdadeiro "era uma vez". Perguntei-me em seguida: e por que não começo?
agora mesmo? Seria simples, senti eu.
E comecei. Ao ter escrito a primeira frase, vi imediatamente que ainda me era
impossível. Eu havia escrito:
"Era uma vez um pássaro, meu Deus."
Contudo, em 1º71, ela conseguiu escrever uma estória começando com o
"era uma vez" no livro "Felicidade Clandestina". A estória se chama "uma História
de Tanto Amor". Só que não vamos contá-la aqui. Vamos apenas iniciá-la, dar o
primeiro período dela e você continuará escrevendo-a, como se o começo fosse seu:
Era uma vez uma menina que observava tanto as galinhas que lhes conhecia a
alma e os anseios íntimos.
REDAÇÕES ATRAVÉS DE TESTES DE SONDAGEM
MÓDULO 62
Poderá ser redigida ou com respostas orais, em mais de uma aula, chamando os
alunos individualmente. Deverá ser no(s) primeiro(s) dia(s) de aula.
1º) Faça um currículo de sua vida escolar: onde e quando estudou — como
foram o pré-primário, o 1º grau, o 2º grau (se for aluno do 2º grau,
transferido ou novo para o professor).
2º) O que acha do ensino da língua portuguesa? Qual a função dele? como
deve ser feito? Qual a importância do ensino de regras gramaticais? As
regras valem mais como teoria ou como prática?
3º) Já foi reprovado em Português? Razões.
4º) Você gosta de 1er? Que tipo de livro? Quais livros leu? De quais gostou?
— Razões. Lê jornais e revistas? Quais? Por quê? Quais assuntos procura
com maior interesse? Há algum livro que gostaria de ter lido? Que im-
portância tem à leitura de jornais, revistas e livros de literatura para a
aprendizagem da língua?
5º) Você conversa com pessoas que lêem? Se a resposta for positiva — que
diferença nota entre elas e as que não lêem?
6º) Você conversa com pessoas que falam corretamente o Português? como
falam em seu meio ambiente? Em suas conversas, você procura falar
corretamente? Já combinou com sua turma de um corrigir o(s) ou-
tro(s)?
7º) Você tem hábito de redigir? Qual a importância da redação no ensino de
uma língua?
8º) Que tipo de aula você prefere?
ºº) Você participa da aula? 10º) Gosta de
trabalhar sozinho ou em grupo? 11º) Que tipo de
revisão prefere?
12º) Você vê ligação do Português com quais matérias do currículo escolar?
13º) como gostaria que fosse seu professor de Português? 14º) Faça sugestões
para o nosso trabalho no ensino da língua portuguesa. 15º) Muitos dizem que
os jovens não lêem, consequentemente, não escrevem; quando falam, usam
meia dúzia de gírias, que estão gastas e servem para tudo (curtir, legal, bacana,
é isso aí, fala). Você concorda com a afirmativa? Argumente bem sua posição.
MODULO 63
Aluno 1 — Você viu o filme "Os Sobreviventes dos Andes?" Você aprova ou
reprova os sobrevientas terem comido came humana?
Aluno 2 — Na sua opinião, qual a mais importante das descobertas
Aluno 3 humanas?
Aluno 4 — Dos livros que você leu, de qual gostou mais?
Aluno 5 — Qual sua opinião sobre o escritor Jorge Amado?
Aluno 6 — Para você, o que é canibalismo?
Aluno 7 — Qual a qualidade que mais admira no ser humano?
Aluno 8 — O que acha da Literatura Brasileira?
Aluno º — Qual o filme mais interessante que você assistiu? Por qué?
Aluno 10 — Em quais disciplinas tem mais dificuldade?
Aluno 11 — O que pensa dos acontecimentos políticos em Angola?
Aluno 12 — O que acha da música?
Aluno 13 — como vê a juventude de hoje?
Aluno 14 — O que acha do mundo atual?
Aluno 15 — As pesquisas sobre o câncer darão resultados?
Aluno 16 — Fale sobre sua posição diante do racionamento de gasolina.
Aluno 17 — Dê sua opinião sobre a exploração espacial.
Aluno 18 — Você acredita no fim do mundo?
Aluno 1º — Qual seu objetivo fazendo magistério?
Aluno 20 — Os crimes e os vícios derivam da fraqueza?
— Você aprova ou não as reportagens sensacionalistas em
Aluno 21 torno do crime de Doca Street?
Aluno 22 — O que o governo pode fazer pela juventude?
Aluno 23 — Que acha do cinema nacional?
Aluno 24 — Já leu Érico Veríssimo? O que achou?
Aluno 25 — como vê o preconceito racial?
Aluno 26 — Qual é a situação do escritor brasileiro?
Aluno 27 — Até onde a TV proporciona cultura?
Aluno 28 — Que tipo de leitura prefere?
Aluno 2º — Você acredita que a poluição terá fim?
Aluno 30 — Qual a sua reação diante de tantas enchentes?
Aluno 31 — O que mais valeu a pena pra você até hoje?
Aluno 32 — O que acha do limite de 80 Km por hora?
— como vê a Língua Portuguesa?
Aluno 33 — O que acha de liberdade?
Aluno 34 — Qual a importancia do dinheiro em sua vida?
Aluno 35—0 que é comunidade?
Aluno 36—0 que é mais importante para a humanidade?
Aluno 37—0 que pensa da vida?
MÓDULO 64
Trabalho que poderá ser feito escrito ou oralmente. 1º) Qual é mais difícil -
falar ou escrever? Razões. 2º) Você tem hábito de redigir ou só redige na
escola? 3º) Na escola, gosta de redação com tema dado pelo professor ou
com temas que você mesmo escolhe? Razões. 4º) Será melhor redigir sem
ter lido nada sobre o assunto ou um texto motivador ajuda a nascer idéias?
5º) Que tipo de assunto você prefere para redigir? Enumere alguns e dé as
razões da escolha. 6º) Você escreve carta regular ou esporadicamente? Que
tipo? Para que tipos de pessoas? 7º) Escreve diários íntimos? Tem o hábito
de anotar coisas que acontecem
com você? 8º) Você acha que redigir seja um dom? Ou redigir um texto
literário é
que exige um dom especial? 9º) O que é conteúdo? O que é forma? As duas
coisas andam juntas ou podem ser olhadas separadamente? 10º) Se o aluno
diz que tem muitas coisas pra escrever, mas não sabe como,
o que falta a ele? 11º) Se pelo contrário, ele diz que não tem o que
escrever embora saiba
escrever, o que lhe falta? 12º) Sempre que você está escrevendo está
redigindo? 13º) O vocabulário que você deve usar em suas redações deve ser
o ativo (que faz parte de sua vivência, que você usa normalmente) ou um
vocabulário passivo (superior, difícil, que está nos dicionários)? 14º) Os
temas melhores para redação são aqueles tirados do nosso dia-a-dia, de nossa
fantasia, ou aqueles extradotrinários, que dariam um romance? 15º) Pode-se
ensinar alguém a escrever?
16º) Leia as afirmativas relacionadas abaixo, com atenção, e pergunte ao
professor a que não ficou bem clara para você:
Eu nasci:
A minha mãe
O meu pai
Os meus parentes
Em minha casa
complete os espaços: O
brasileiro é:
- Dã o pé. Louro...
- O nome dele não é Louro, é Cícero. E
o próprio papagaio confirma:
- Cícero. Cícero.
Gente nova na pensão acha muita graça mas nem todos os hóspedes antigos
concordam. O papagaio tem inimigos. Culpa dele, que não sabe a hora de calar da
boca.
A Dona Leontina não tolera o papagaio. Toda vez que passa pela área de ser-
viço da pensão ouve o comentário do desbocado Cícero.
- Gorda!
E o Dr. Juvelino, que um dia caiu nas asneira de gritar, durante uma discus-
são na mesa, "Eu sou insuspeito!" e depois não podia chegar perto do desentendido
Cícero, sem ouvir o chamado:
- Suspeito! Suspeito!
Os defensores de Cícero, uma minoria dentro da pensão, argumentam que o
papagio não faz por mal. Ele simplesmente repete o que ouve. Mas Dona Dulce,
mulher do escrivão Morgadinho, que vive se queixando de dores e da vida — e por
isso Cícero sempre diz "Ai, ai" quando ela está perto - insiste que ele sabe muito
bem o que está fazendo.
— É um animal malvado.
Os outros concordam:
— Desrespeitoso:
— Debochado.
Dona Leontina completa, com ênfase:
— Um acinte!
Identificando a voz de Dona Leontina, Cícero grita da área de serviço:
— Gorda!
Mas a dona da pensão, claro, é quem tem a última palavra, e ela se recusa a
ouvir as queixas contra Cícero. Pobrezinho do Cícero.
É uma boa alma. Um pouco malcriado, mas no fundo é um anjo. Cícero acei-
ta esta análise do seu caráter e repete:
— É um anjo.
Todas as manhãs a pensão acorda com os insólitos diálogos da cozinheira
Celestina com Cícero. Os dois se adoram mas vivem se insultando.
— Cala a boca, diabo.
— Romão. Olha o Romão.
Romão é um antigo namorado que abandonou a Celestina, e que a velha co-
zinheira inclui em todas as suas pragas.
— Cala a boca senão hoje vai ter!
— Véia. Véia.
— Te passo na faca!.
E ninguém mais consegue dormir.
Um dia Cícero ficou doente.
Abatido, sem fome, passava o dia roncando baixinho. Parecia asma. A facção
pró-Cícero logo suspeitou do pior. Cícero fora envenenado pelos seus inimigos. Mas
todos protestavam inocência. Não se rebaixariam a tanto.
Durante uma semana não se ouviu a voz do papagaio dentro da pensão.
Dona Leontina, o Dr. Juvelino, dona Dulce, todos passavam e repassavam pe-
los domínios de Cícero sem arrancar um comentário.
A velha Celestina provocava o amigo — "Fala, diabo" — mas nada. O Cícero
paradão. Às vezes trocava de pé, c era só. Nem uma palavra.
Até seus inimigos tomaram dó do bicho. Chegavam na pensão e iam logo per-
guntando: melhorou? E iam espiar o pobrezinho do Cícero, uma boa alma, um anjo
no seu silêncio. Chamaram um veterinário.
O Dr. Alcebíades.
— Aquele com cara de bode?
Ele mesmo. O Dr. Alcebíades chegou e foi examinar o Cícero. E este, num es-
forço, baixinho, com a voz rouca:
— Cara de bode...
Foi uma festa. Todos se abraçavam em redor do poleiro. Menos o Dr. Alce-
bíades, que foi embora indignado.
1 - Marina, menina humilde, pés no chão, brinca com sua boneca de pano
e é feliz.
4 - .........................
- Respeitable público!
Todo apresentador de circo tem sotaque espanhol. Por isto o Genival também
tem, apesar de ser de Caruaru.
- Respeitable público! Hoy, aqui mismo, no Gran Circo American's Show,
apresentaremos a grande luta, até a morte, de una vaca e de una onça! Quem tiver
coraçon fraco é melhor ir embora. Criança se esconde, mulher fecha os olhos do
marido e marido fecha a boca da mujer!
O público dá risada. Durante dias foi anunciado na cidade: Não percam! uma
luta até a morte da onça com a vaca! A casa está cheia. O público está nervoso.
- Atención. Vamos começar nosso maravilhoso desfile de atrações interna
cionais com a equilibrista Valquíria!
O público não conhece Valquíria. com o rosto maquiado e o saiote de cetim,
ela não se parece com a moça que vendia entradas na bilheteria do circo.
Um acordeom e um pistão acompanham o número de Valquíria, que caminha
sobre o fio a dois metros do chão. O acordeonista é o próprio Genival. Valquíria
encerra o seu número sob aplausos.
- Não esqueçam, senhores e senhoras. No final do espetáculo, uma onça fe
roz e uma vaca lutarão até a morte. Quem estiver na primeira fila, cuidado que pue
de espirrar sangue.
O espetáculo continua. Três palhaços - dois filhos de Genival e o chofer do
circo - divertem o público. O número dos três termina com um dos palhaços sen-
tado no colo de uma velha na primeira fila. Mais risadas e aplausos.
- Atención. Eu quero saber. A vaca está pronta? E Genival coloca a mão em
concha atrás da orelha, para ouvir a resposta que vem dos bastidores.
- Está!
- E a onça está pronta?
A mão em concha na outra orelha.
— Está!
— Mas a luta vai ser no fim do espetáculo. Quem não quiser ver ainda pode
ir embora.
Quem não quiser sujar as calças com medo da onça, é melhor ir para casa.
Sujar as calças! O público ri de se dobrar, que circo melhor nunca apareceu
na cidade.
Há um número musical.
Acordeom, pistão e Rudiléia - mulher de Genival, que ele apresenta como
Índia Noara — cantando com seu violão pintado com uma paisagem tropical.
Depois, os palhaços outra vez. Depois, Valquíria e o chofer (agora eles são
Soraia e Sarão) cantam e dançam. E quando os filhos de Genival voltam para equi-
librar cadeiras no queixo, o público começa a ficar impaciente. Mas chega a hora da
luta.
— E agora, senhores e senhoras, chegou el grande momento que todos espera
vam. A grande luta da onça e da vaca!
Aplausos frenéticos.
— Apresentando... A Vaca Valente !
Palmas para Vaca Valente, que entra no picadeiro puxada pelo pistonista,
meio a contragosto.
— E, atenção: apresentando... a terrível onça assassina que...
Apagam-se todas as luzes. Há gritaria. Genival pede calma e silêncio. Ouvem-se
vozes vindas dos bastidores. "Segura!" "Cuidado!" "Não deixe fugir!" "Fugiu"!".
Grande confusão. Quando as luzes se acendem, só a Vaca Valente mantém sua tran-
qüilidade, sem se mexer do lugar. Um dos filhos de Genival corre até o apresentador
e sussurra alguma coisa, dramaticamente, no seu ouvido.
Genival faz gesto teatral de desespero.
— Respeitable público! uma notícia muito grave. A onça fugiu!
O público sai do circo em debandada, ouvindo atrás de si os conselhos do
apresentador.
— Não saiam de casa. Tranquem a porta. A onça já comeu cristão e gostou!
Genival manda prepararem tudo para o circo partir em seguida. No escuro
ninguém se lembrará de ir atrás deles para pedir o dinheiro de volta.
Ainda mais que ninguém pode ter certeza, mas certeza mesmo, que a onça
não existe. Afinal, a vaca existia.
Agora, releia suas pequenas estórias, as que escreveu sobre o povo brasileiro
e crie você também uma das "Estórias do Povo Brasileiro". Note que o humor é
nota marcante nos dois textos lidos. Ou você é daqueles que concordam que o brasi-
leiro é um homem triste?
MÓDULO 69
Através de entrevista escrita e, depois, leitura em sala. A redação poderá ser feita
também em aula dupla, com música ou/e textos sobre a cidade natal dos autores, bem
como com postais da própria cidade. Também poderá ser feita a entrevista em forma de
painel.
1º) Descreva sua cidade fisicamente e dentro do ponto de vista de urbanização.
2º) Quais são os produtos que se destacam na economia de sua cidade?
Eles são ligados ao meio rural ou industrial? 3º) como você vê o nível
cultural de sua cidade? 4º) Quais as entidades estudantis e de
COMUNICAÇÃO que contribuem para
nossa cultura? como contribuem? 5º) Quais as pessoas que se destacam no plano
cultural? Nas artes? Nas ciências? Nos meios de comunicações? 6º) como você
vé a administração da cidade?
7º) O que a cidade oferece para jovens de sua idade? (o aluno deverá observar
oportunidades de estudo, trabalho, desenvolvimento cultural, diversões e
integração social). 8º) como você vê a atitude dos mais velhos aqui?
9º) Fale dos usos, costumes, linguagem, tradições, festas populares, parti-
cularidades e outros dados interessantes da cidade. 10º) O que falta aqui,
principalmente? 11º) Explique o nome de sua cidade — e conte, se houver,
lendas ligadas a
ele. 12º) Quais são os tipos populares da cidade? Afinal você gosta de viver aqui?
Por quê?
MÓDULO 70
Introduzir a aula com músicas folclóricas, com gravação ou cantadas pela tur-
ma ("Meu Boi Morreu", "Ciranda, Cirandinha", "O Cravo Brigou com a Rosa",
"Peixe Vivo" e outras).
BOM CONSELHO
Chico Buarque
Eu semeio o vento Na
minha cidade Vou pra
rua E bebo a
tempestade
3 - Veio para-pôr-os-pingos-nos-is.
1 - _______________________________________________
2 - _____________________________________________________
3 - _____________________________________________________
4 - Jogou verde pra colher maduro.
1 - ____________________________________________________
2 - ____________________________________________________
3 - ____________________________________________________
1 - _________________________________________________________
2 - _________________________________________________________
3 ------------------------------------------------------------------------------------------
1 - ___________________________________________________
2 ____________________________________________________
3 ____________________________________________________
ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio
Editora, 1969.
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1º66.
BANDEIRA, Manual Antologia dos Poetas Brasileiros - Fase Simbolista. Rio de Janeiro,
Edições de Ouro, S.D.
BRAGA, Rubem. Crônica Ela tem Alma de Pomba, publicada na Revista Veja -São
Paulo - Abril Editora, n°. 447, 30/03/1º77.
CRUZ, Geraldo Dias da. Armas do Tempo. Cuiabá, Edições UFMT, 1975.
MANSUR, Gilberto e Marisa P. Lajolo. Contos Jovens nº 6. São Paulo, Editora Bra-
siliense, 1974.
MORAES, Vinícios. Obra Poética. Rio de Janeiro, José Aguilar Editora, 1968.
MORLEY.Helena. Minha Vida de Menina. José Olympio Editora, 12a edição, 1973.
STAFANI, Eçomira. Encantos Literários (Antologia). São Paulo, Editora Ática, sd.
— Texto "A Foto" de José Medauar.
Capas e folhetos que acompanham discos de João Bosco, Paulinho da Viola, Dorival
Caymmi, Taiguara, Caetano Veloso, Marisa.
Revistas: Veja, Cultura.
Jornais: Destaque Artes, Folha de São Paulo.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )