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Rev. CEFAC. 2016 Maio-Jun; 18(3):626-634 doi: 10.

1590/1982-0216201618315415

Artigos originais

Perfil de extensão vocal em coristas após técnica


de vibração de língua associada a escalas
Vocal range profile of chorists after the tongue-trill technique
associated with scales
Amanda Thaís Lima(1)
Jonia Alves Lucena(2)
Ana Nery Barbosa de Araújo(2)
Zulina Souza de Lira(2)
Adriana de Oliveira Camargo Gomes(2)

(1)
Universidade Federal de Pernambuco. RESUMO
UFPE, Recife-PE, Brasil.
Objetivo: identificar o efeito imediato da técnica de vibração sonorizada de língua associada à variação
(2)
Departamento de Fonoaudiologia,
Universidade Federal de Pernambuco,
tonal sobre o perfil de extensão vocal de coristas, analisando o tempo de prática de canto, naipe e tempo
UFPE, Recife-PE, Brasil. de execução do exercício.
Métodos: estudo transversal quantitativo, com 13 cantores, sendo oito mulheres e cinco homens, com
Conflito de interesses: inexistente média de idade de 39±20,11 anos, pertencentes a diferentes naipes. O perfil de extensão vocal foi obtido
a partir da análise pelo software Vocalgrama da CTS Informática. As amostras foram coletadas em três
momentos: antes, após um minuto e após dois minutos de aplicação da técnica de vibração sonorizada
de língua associada à variação tonal.
Resultados: seis coristas (46,2%) aumentaram o valor do perfil de extensão vocal, após dois minutos de
execução da técnica. Os naipes sopranos e tenores apresentaram valores médios maiores do perfil de
extensão vocal após dois minutos de exercício. Em relação ao tempo de prática de canto, não houve dife-
rença entre os grupos no valor do perfil de extensão vocal em nenhum dos três momentos considerados.
Conclusão: a técnica de vibração sonorizada de língua associada à variação tonal não interferiu no perfil
de extensão vocal dos coristas estudados. Entretanto, o tempo de execução do exercício parece influen-
ciar nos resultados.
DECRITORES: Canto; Avaliação; Acústica; Treinamento da Voz; Resultado do Tratamento

ABSTRACT
Purpose: to identify the immediate effect of the sonorous tongue-trill technique associated with tonal
variation on the vocal range profile of chorists, analyzing time spent on choral singing, voice types and
exercises.
Methods: quantitative cross-sectional study, with 13 singers, eight women and five men, mean age of
39± 20.11 years, with different voice types. The vocal range profile was obtained using Vocalgrama
Recebido em: 24/09/2015
Aceito em: 04/05/2016 software (CTS Informática). Samples were collected at three different times: before, after one minute and
after two minutes of applying the sonorous tongue-trill technique associated with tonal variation.
Endereço para correspondência: Results: six chorists (46.2%) showed an increase in vocal range profile after two minutes of the techni-
Adriana de Oliveira Camargo Gomes
que. Sopranos and tenors obtained higher mean vocal range profile at any of the three times considered.
Rua Prof. Artur de Sá, s/n
Cidade Universitária Conclusion: the sonorous tongue-trill technique associated with tonal variation had no effect on the vocal
Departamento de Fonoaudiologia range profile of the chorists under study. However, time spent on exercises and voice types seemed to
Recife/PE have an influence on the results.
CEP: 50740-525
E-mail: [email protected] Keywords: Singing; Evaluation; Acoustics; Voice Training; Treatment Outcome
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INTRODUÇÃO essa variação na extensão fonatória. Por isso, uma voz


A voz dos cantores de corais é caracterizada pela com melhor qualidade e performance em relação ao
riqueza de detalhes nos parâmetros de ressonância, controle de frequência e intensidade vocais frequente-
amplificação sonora e extensão vocal, de modo que a mente está relacionada a um gráfico de ampla área14.
voz seja emitida de forma afinada e harmoniosa, já que Sabe-se que os exercícios de vibração de língua
esse estilo não permite a mudança do tom original da trazem benefícios à qualidade vocal3,8,9,15,16 e que o
música 1,2. treino com variações tonais é utilizado nos aqueci-
Além de possuir uma dinâmica heterogênea que mentos vocais de ensaios, com o intuito de se aumentar
reúne diferentes faixas etárias, cantores amadores a tessitura vocal para o canto. Nesse contexto, associar
e profissionais, os coristas agrupam-se em naipes as variações tonais dos vocalizes, que favorecem a
de acordo com suas qualidades específicas vocais e otimização da flexibilidade vocal, à técnica de vibração
realizam diferentes ajustes laríngeos e de trato vocal de língua, que melhora o equilíbrio na emissão da
para alcançar os objetivos determinados pela música voz, pode influenciar o resultado do perfil de extensão
e pelo regente, em termos de qualidade, expressão, vocal.
extensão vocal e extensão dinâmica1,3,4. Cabe aqui ressaltar que os conceitos de tessitura e
Contudo, antes de cantar é imprescindível o aqueci- extensão vocal diferem entre si, sendo que a primeira
mento da musculatura vocal, pois é o momento que abrange todos os tons do mais grave até o mais
ocorre a preparação e associação entre os sistemas agudo que uma pessoa consegue produzir, mantendo
respiratório, laríngeo e ressonantal, além de favorecer qualidade e conforto vocais2,17,18 enquanto a extensão
a longevidade e saúde vocal, melhora na qualidade e abrange o limite de sons emitidos além dos sons
aumento na frequência e intensidade da voz5-7. naturais da tessitura, ou seja, a totalidade de frequ-
Um dos exercícios realizados no aquecimento ências, desde a mais elevada até a mais baixa que
vocal é a Técnica de Vibração Sonorizada de Língua um indivíduo é capaz de produzir, não importando a
(TVSL) que implica na produção do /r/ vibrante de qualidade11,19.
forma prolongada associada ao som laríngeo. É uma A extensão vocal é influenciada por fatores
técnica comprovada na prática clínica e em estudos como idade, sexo, profissão e patologias e cirurgias
que evidenciaram resultados positivos na qualidade laríngeas19-21 e o treino vocal pode maximizar a tessitura
da emissão e ajuste da voz3,8-10. Pode ser associada da voz20,21.
à variação tonal em forma de vocalizes, por meio de
Portanto, considerando-se que uma das bases da
escalas musicais ascendentes que promovam maior
ciência é a verificação da evidência do efeito de um
flexibilidade da musculatura vocal e, consequente-
tratamento22 e que o uso de recursos instrumentais
mente, favoreçam a extensão vocal para o canto4,6.
deve ser criteriosamente usado como complemento
A extensão vocal pode ser avaliada por meio
útil de diagnóstico da avaliação clínica22-25 torna-se
de equipamentos instrumentais, como a fonetografia
relevante a comprovação do efeito desses exercícios
ou o vocalgrama, que permitem a mensuração e
associados, por meio de medidas instrumentais, em
análise do perfil de Extensão Vocal (PEV), por meio da
populações específicas, como no presente estudo.
frequência fundamental mínima e máxima, expressa
em Hertz (Hz) e em semitons (st) como também a A despeito de se saber que a extensão vocal
intensidade mínima e máxima, expressa em decibels representa os limites fisiológicos do sujeito e que é a
(dB). Portanto, o PEV é uma combinação de medidas tessitura vocal a mais passível de melhora, com treino
que permite a avaliação da extensão fonatória máxima vocal, vale ressaltar que a medida obtida no PEV não
em função da extensão dinâmica da voz, traduzidas se restringe à extensão vocal e sim, à associação de
em um gráfico (fonetograma ou vocalgrama) cuja área medidas de extensão e intensidade vocais26.
pode ser mensurada em cm2 ou em porcentagem11-14. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi identificar
Desse modo, é importante destacar que o o efeito imediato da técnica de vibração sonorizada de
valor da área do perfil de extensão vocal não repre- língua associada à variação tonal sobre a mudança de
senta apenas a variação em frequências e semitons porcentagem do perfil de extensão vocal de coristas,
que um indivíduo consegue emitir (extensão fonatória), após um e dois minutos de técnica, considerando-se o
mas também as intensidades máximas e mínimas que tempo de prática de canto, naipe e tempo de execução
ele é capaz de alcançar (extensão dinâmica) durante do exercício.

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MÉTODOS mesmo dia, com tempo de aproximadamente trinta


O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética minutos no total, para cada sujeito.
em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da 1) O sujeito foi solicitado a emitir a vogal /ε/ em
Universidade Federal de Pernambuco, sob o número glissando ascendente até a altura máxima e
CAAE: 02751412.0.0000.5208 parecer 76929. Todos descendente até a altura mínima que era capaz
os participantes assinaram o termo de consentimento de emitir, na intensidade mais fraca possível; em
livre e esclarecido, antes da coleta dos dados. seguida, a mesma emissão, na intensidade mais
Trata-se de um estudo transversal, de abordagem forte possível. Ambas foram registradas no gráfico
quantitativa, sendo mensuradas a frequência funda- do Perfil de Extensão Vocal (PEV) do software
mental (em Hz) e a intensidade (em dB), no mesmo Vocalgrama, na curva dos fracos e na curva dos
momento, em duas situações: antes (pré-técnica) e fortes, respectivamente, conforme instruções do
após (pós-técnica) a aplicação da técnica de vibração próprio programa13.
sonorizada de língua associada à variação tonal em 2) Aplicação da técnica vocal por meio do exercício
glissandos ascendentes e descendentes. de vibração de língua associada ao glissando
A amostra foi composta por 13 cantores coristas, descendente desde a altura média confortável
sem queixas vocais, com idade média de 39 (±20,11) ao sujeito até o tom mais baixo que conseguisse
anos, sendo cinco homens e oito mulheres, que fazem produzir, dentro de sua tessitura vocal, durante
parte do Coral Universitário da Instituição. trinta segundos. Em seguida, o mesmo exercício
Foram incluídos na amostra todos os indivíduos foi realizado pelo mesmo tempo, porém em
participantes do Coral Universitário do Centro de glissando ascendente, desde a altura média até o
Artes e Comunicação da Universidade onde o estudo tom mais agudo possível, totalizando o tempo de
foi desenvolvido que concordaram em participar do um minuto de técnica.
estudo de intervenção. 3) Registro de nova emissão da vogal /ε/ em
Como critérios de exclusão foram considerados: glissando ascendente e descendente conforme
apresentar qualquer queixa vocal durante o exame descrito na primeira etapa.
ou impossibilidade de realizar a técnica de vibração 4) Repouso vocal por cinco minutos para neutralizar
sonorizada de língua associada a escalas no momento os efeitos da técnica aplicada.
da gravação. 5) Reaplicação da técnica descrita na segunda
Por ser um estudo de análise pareada, ou seja, o etapa; porém com a duração de um minuto no
indivíduo seria controle dele mesmo, com o objetivo de exercício com glissando descendente e de um
se verificar o efeito do exercício independentemente da minuto com glissando ascendente, totalizando em
performance de cada indivíduo antes da execução da dois minutos de realização da técnica.
técnica, o fator idade não foi considerado como critério 6) Registro de nova emissão da vogal /ε/ em
de exclusão. glissando ascendente e descendente conforme
As gravações foram feitas em um computador HP descrito na primeira etapa.
Notebook PC, com microfone Auricular Karsect HT-2 e
o Adaptador Andrea PureAudio™ USB-AS, sendo esse Os cantores realizaram primeiramente a técnica
um equipamento de filtragem e redução de ruídos. Os de vibração em variação tonal descendentes como
registros vocais foram feitos em uma sala de atendi- forma de critério padrão por consenso de escolha
mento clínico e foram tomados todos os cuidados para dos pesquisadores. Todos os registros foram feitos no
que o ambiente se mantivesse livre de ruídos externos, próprio programa de análise.
durante as gravações. O microfone foi mantido a uma O valor do PEV, nos momentos pré e pós aplicação
distância de, aproximadamente, quatro centímetros da da técnica, calculado pela porcentagem da área
boca do sujeito, em um ângulo de aproximadamente ocupada no Vocalgrama, foi obtido pela análise feita
45º. pelo próprio software. O resultado considerado é o
Os sujeitos permaneciam sentados durante toda correspondente ao valor apresentado em “resumo
a coleta, em cadeira confortável, com as pernas total” (apresentado na tabela de valores obtidos
apoiadas no solo, formando um ângulo de 90º, em do próprio programa) que representa o cálculo da
sala com climatização ambiente. A coleta foi dividida extensão fonatória (correspondendo às frequências e
em seis momentos, descritos a seguir, realizados no semitons máximos e mínimos) pela extensão dinâmica

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(correspondendo às intensidades máxima e mínima) 1; pré e pós 2, respectivamente) foi aplicado o Teste
na curva dos fortes e curva dos fracos (conforme não paramétrico de Wilcoxon para amostras relacio-
método de utilização do equipamento para obtenção nadas; para a comparação entre os grupos (tempo de
das medidas do PEV). prática de canto e entre os naipes) foram aplicados os
Após o registro da vogal /ε/ em glissando ascen- testes não paramétricos de Mann-Whitney para duas
dente e descendente foi possível observar o preen- amostras independentes e o Teste Kruskal-Wallis para
chimento, no gráfico, dos pontos correspondentes à k amostras independentes, respectivamente. A signifi-
emissão, em relação à frequência (no eixo da abscissa) cância estatística foi considerada quando p<0,05.
e intensidade (no eixo da ordenada), em duas curvas:
das emissões em fraca intensidade e das emissões em
RESULTADOS
fortes intensidade.
Para verificar se os valores do PEV apresentavam A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra
distribuição normal, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, segundo os naipes do coro e o tempo de prática de
com nível de significância a p<0,05. canto dos coristas. Pode-se observar que a maior parte
Para a comparação dos valores antes e após dos participantes desta pesquisa pertencia ao naipe
aplicação da técnica, por um e dois minutos (pré e pós soprano

Tabela 1. Distribuição dos cantores segundo os naipes e tempo de prática de canto n=13

10 anos ou mais Menos de 10 anos Total


Naipe
n (%) n (%) n (%)
Soprano 5 38,4 1 7,7 6 46,1
Contralto - - 2 15,4 2 15,4
Tenor 1 7,7 1 7,7 2 15,4
Baixo 1 7,7 2 15,4 3 23,1
Total 7 53,8 6 46,2 13 100,0
n=número de sujeitos

Quanto à média de idade dos coristas, distribuídos A Tabela 3 apresenta os valores médios das áreas,
por naipe, os resultados foram: 44,67 (±20,72) anos, em porcentagem, do PEV dos cantores, nos momentos
39,5 (±24,75) anos, 23 (±4,24) e 39 (±20,11) respec- pré e pós-técnica por um e dois minutos, respecti-
tivamente para os sopranos, contraltos, tenores e vamente, distribuídos segundo os naipes do coro.
baixos. Observou-se que a menor faixa etária foi Pode-se observar que após um minuto de técnica, as
correspondente aos tenores. diferenças médias nos valores do PEV foram negativas,
indicando diminuição dos valores de área, em todos
A tabela 2 apresenta os valores individuais da área
os grupos. No entanto, após dois minutos, observa-se
do Perfil de Extensão Vocal (PEV) em porcentagem,
diferenças médias positivas nos naipes do soprano e
nos momentos pré e pós-aplicação da técnica por um tenor, indicando aumento dos valores de área nesses
e dois minutos de realização do exercício, bem como dois naipes.
a diferença entre os valores obtidos nos momentos
Devido ao número reduzido de sujeitos nos naipes
pré e pós-técnica. Observa-se que dos 13 coristas,
do contralto, tenor e baixo, não foi possível fazer a
apenas três (23,08%) apresentaram aumento do PEV comparação intra-grupos. Desse modo, optou-se pela
após um minuto de técnica e os demais apresentaram comparação entre os naipes, considerando-se os
diminuição do valor. valores de PEV nos três momentos: pré, pós 1 e pós 2.
Após dois minutos, seis coristas (46,16%) aumen- Os resultados não mostraram diferença significante no
taram o valor do PEV. Porém, na comparação PEV na comparação entre os naipes (p=0,433).
das médias, a diferença entre os resultados pré e Os valores médios do PEV, segundo o tempo de
pós-técnica não foi significante em nenhum momento. prática de canto, nos momentos pré e pós-técnica por

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Tabela 2. Distribuição dos valores individuais do Perfil de Extensão Vocal, nos momentos pré-técnica (pré) e após um (pós 1) e dois
minutos (pós 2) de execução da técnica de vibração sonorizada de língua

PEV pré PEV pós 1 Diferença PEV pós 2 Diferença


Naipe
(%) (%) pré X pós 1 (%) pré X pós 2
9,12 8,98 - 0,14 7,11 - 2,01
9,82 8,97 - 0,85 8,72 - 1,10
9,76 10,87 + 1,11 13,17 + 3,41
Soprano
10,65 8,57 - 2,08 11,16 + 0,51
9,26 10,49 + 1,23 9,10 - 0,16
8,92 6,62 - 2,30 13,17 + 4,25
12,53 12,28 - 0,25 11,43 - 1,10
Contralto
11,10 10,21 - 0,89 8,75 - 2,35
10,12 10,29 + 0,17 14,25 + 4,13
Tenor
11,42 6,89 - 4,53 7,87 - 3,55
8,92 7,41 - 1,51 9,04 + 0,12
Baixo 8,97 8,87 - 0,10 11,24 + 2,27
15,44 11,06 - 4.38 10,50 - 4,94
Média Total 10,46 9,35 - 1,11* 10,42 - 0,04**
dp 1,86 1,71 1,82 2,21 2,90
Teste Wilcoxon - nível de significância p<0,05
*p=0,055 **p=0,861
dp = desvio padrão
PEV = Perfil de extensão vocal

Tabela 3. Distribuição dos valores médios do Perfil de Extensão Vocal, após um (pós 1) e dois minutos (pós 2) de execução da técnica
de vibração sonorizada de língua, segundo os naipes.

PEV pré PEV pós 1 Diferença PEV pós 2 Diferença


Naipe
(%) (%) pré X pós 1 (%) pré X pós 2
Soprano 9,59 9,08 - 0,51 10,41 + 0,82
Contralto 11,82 11,25 - 0,57 10,09 - 1,73
Tenor 10,77 8,59 - 2,18 11,06 + 0,29
Baixo 11,11 9,11 - 2,00 10,26 - 0,85
PEV = Perfil de extensão vocal

um e dois minutos, foram, respectivamente, 9,91%; de aquecimento para o canto, tornam-se relevantes
9,44%; 10,39%, no grupo até 10 anos de prática e estudos que mensurem os efeitos das técnicas
10,90%, 9,08% e 10,82%, no grupo com mais de 10 associadas em coristas.
anos de prática. Não houve diferença no valor do PEV, Tal investigação visa um melhor embasamento
na comparação entre os grupos, em nenhum dos três na orientação a preparadores vocais, professores de
momentos (p=0,617; 0,688; 1,000, respectivamente). canto e regentes, sendo uma contribuição da fonoau-
diologia nessa área.
DISCUSSÃO Além disso, destaca-se a importância de se testar a
Estudos apontaram os benefícios dos exercícios de associação de técnicas, levando-se em consideração o
vibração de língua à qualidade vocal3,9,15,27 porém não efeito fisiológico e aplicabilidade de cada variação de
verificaram diretamente o efeito da técnica de vibração acordo com a necessidade específica da população
sonorizada de língua (TVSL) associada à variação alvo27.
tonal em escalas, como o presente estudo. Por ser Considerando-se que um dos propósitos dos
tal associação uma prática comum em exercícios exercícios de aquecimento vocal é preparar as pregas

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vocais para as tarefas a serem feitas a seguir e que se Quanto aos resultados obtidos, pode-se inferir que
deve levar em conta as características do indivíduo e o fator idade tenha interferido na performance dos
da tarefa a ser executada, para cada finalidade são cantores e que estudos futuros que considerem as
usados exercícios que favoreçam o condicionamento variáveis abordadas nesta pesquisa procurem homoge-
da musculatura a fim de que se previnam lesões e a neizar a amostra, nesse critério. Porém, foi intenção
fadiga vocal, promovendo, também, a flexibilidade da deste estudo não considerar a idade, a princípio, para
voz. Portanto, são incluídos nessa prática exercícios de que se evidenciasse o efeito da técnica vocal e não da
emissões melódicas ascendentes e descendentes com qualidade vocal prévia à aplicação do exercício.
variações de altura e intensidade28-30. Observando-se os resultados sobre o efeito da
Desse modo, no presente trabalho foram consi- técnica no PEV, a análise estatística evidencia que não
derados os exercícios ascendentes e descendentes, houve diferença em nenhum dos dois momentos de
visto que os sujeitos pertenciam aos naipes das vozes aplicação do exercício (Tabela 2). No entanto, algumas
graves (contralto e baixo) e agudas (soprano e tenor). considerações sobre tal resultado devem ser feitas nos
Além disso, no canto coral, é importante que se tenha seguintes aspectos: em relação à extensão vocal; em
uma boa resistência vocal a fim de se preservar a relação à intensidade e em relação à aplicação da
qualidade vocal durante a manutenção em uma deter- técnica.
minada faixa de frequência estabelecida para cada
Em relação à extensão vocal (que é relativa aos
naipe31.
limites máximo e mínimo de frequência da voz) sabe-se
Ainda quanto ao método, vale ressaltar que
que é determinada por fatores não susceptíveis ao
nenhum dos sujeitos fez aquecimento vocal antes da
treino vocal19-21,29. No entanto, a tessitura da voz é
primeira gravação para que o próprio aquecimento
passível de mudança20,29; desse modo, por ser o PEV
não influenciasse a performance do corista no registro
uma medida que associa intensidade e frequência,
pré-técnica. Tal opção considerou o efeito do aqueci-
esperava-se que a técnica pudesse provocar aumento
mento vocal sobre intensidade e frequência da voz5-7,
dos valores encontrados antes de sua aplicação.
tendo em vista que o estudo foi sobre efeito imediato
do exercício aplicado. Entretanto, na análise individual dos sujeitos, ao se
Em relação à amostra estudada, por se tratar de um verificar que em 53,8% dos sujeitos o PEV diminuiu,
primeiro estudo que visou mensurar de forma instru- pode-se inferir que a TVSL associada à variação
mental o efeito de uma associação de técnicas vocais tonal, ao favorecer a qualidade e conforto vocais7,21
sobre o perfil de extensão vocal, a idade dos coristas pode promover um ajuste fonatório que, a princípio,
não foi considerada como fator de exclusão, a despeito provoque a diminuição da intensidade vocal, ou que
de se saber da interferência da idade sobre frequência limite a extensão vocal para um nível de conforto
e intensidade vocais e que o período considerado (diminuição da frequência vocal). Vale ressaltar que o
de máxima eficiência vocal é dos 25 aos 45 anos de PEV, por ser analisado pela porcentagem de área do
idade2,19-21,32,33. gráfico, pode ter valores reduzidos de extensão e/ou
Assim sendo, este estudo apresentou alta variabi- intensidade, independentemente de seu deslocamento
lidade em relação às idades dos coristas, em todos em faixa de frequência. Há que se considerar também
os naipes, com exceção do tenor (tabela 1). Isso que, neste estudo, a TVSL foi associada aos glissandos
demonstra a característica do coro estudado que, por descendentes, o que pode ter contribuído para um
ser pertencente a uma Universidade pública acolhe ajuste menos agudo do potencial vocal do indivíduo, o
diferentes pessoas em variadas faixas etárias em seus que também pode ter contribuído para a diminuição da
projetos de extensão Universitária. porcentagem do gráfico.
Vale destacar, também, o uso de equipamentos Para testar essas hipóteses, sugere-se em estudos
computadorizados para análise acústica da voz, como futuros, a avaliação das medidas isoladas de frequ-
o utilizado para análise do PEV, por sua utilidade na ência e intensidade, em seus limites máximo e mínimo,
documentação e acompanhamento do progresso além da avaliação do PEV total. Além disso, a análise
de cantores e estudantes de canto20 além de serem perceptivo-auditiva da qualidade vocal nos três
úteis para mensurar resultados dos exercícios de momentos é fundamental para se perceber a influência
aquecimento vocal, comumente avaliados de forma do exercício comparativamente à tessitura e extensão
subjetiva34. vocais, principalmente porque os exercícios de

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vocalizes (variação tonal) e da TVSL visam à ampliação Na avaliação individual, por corista, em relação
da tessitura da voz20,29. ao tempo de execução da técnica, houve diminuição
Há que se considerar, ainda, o tamanho da amostra, do PEV na maioria dos coristas, após um minuto de
principalmente ao se dividir o grupo em naipes. execução. Tal resultado parece corroborar a hipótese
do ajuste fonatório promovido pelo exercício, em um
Em relação aos naipes, a despeito dos resultados
primeiro momento, que implica em maior controle da
não terem demonstrado diferenças significantes, o
intensidade e frequência vocais em emissão de maior
aumento observado no PEV dos sopranos e tenores
conforto9. Isso porque, com apenas um minuto de
(Tabela 3), após dois minutos de execução da técnica
exercício, provavelmente haja apenas um ajuste de
sugere que, por serem as vozes mais agudas do coro,
acomodação da emissão, de modo que a frequência
feminina e masculina, respectivamente, a forma de
e intensidade diminuam, em um primeiro momento,
aplicação da técnica pode ter influenciado, tendo em
relacionado a uma possível melhora na qualidade
vista que foram aplicadas primeiramente as variações
vocal35.
tonais em glissandos descendentes e depois em
ascendentes, o que pode ter favorecido a extensão Considerando-se que o momento pré-técnica foi
das vozes mais agudas. Isso reforça a ideia de que os realizado sem qualquer aquecimento vocal ou prepa-
exercícios de extensão vocal, para cantores de coral, ração corporal dos cantores, pode-se sugerir que
a despeito do PEV ter se apresentado maior nesse
devem respeitar a extensão vocal e qualidade de cada
momento, a emissão pode ter ocorrido de maneira
naipe, de maneira específica.
menos controlada e, após ajuste promovido pela
No entanto, vale ressaltar que, para se confirmar
técnica, o PEV se apresentou menor pelo possível
se o efeito da técnica favoreceu a região aguda da
controle vocal proporcionado aos cantores.
extensão, há que se comparar os valores da extensão
Isso pode corroborar a afirmação de que o
(em frequência e semitons) máxima e mínima, tendo
treino vocal propicia o difícil controle da intensidade
em vista que os valores do PEV são dados em porcen-
relacionada à frequência20,35,36.
tagem de preenchimento do gráfico.
Desse modo, além do estudo de uma população
O aparente aumento do PEV na maioria dos
específica de cantores de coral, este trabalho pôde
naipes após dois minutos da técnica comparados a
contribuir com a sugestão de se comparar o efeito da
um minuto de exercício sugere que o maior tempo de
TVSL em população sem alterações vocais e de se
exercício parece beneficiar os naipes, de forma geral.
testar o tempo de execução do exercício9.
O aumento do PEV após dois minutos de execução
Para estudos futuros, sugere-se atentar para o
do exercício comparado ao momento pré-técnica
controle das limitações apresentadas neste trabalho,
em quase metade da amostra parece reforçar essa
como aumentar o número de sujeitos por naipe, isolar
hipótese, corroborando achados de outro estudo15.
as formas de execução da técnica (em glissandos
Portanto, sugere-se que, para o aumento do PEV, a
ascendentes e descendente, executados separada-
TVSL associada a variações tonais deva ser aplicada
mente) e controlar a faixa etária dos indivíduos.
em um tempo mínimo de dois minutos.
A diminuição no contralto, nos dois momentos,
pode ser explicada pelo tamanho reduzido da amostra, CONCLUSÃO
nesse naipe (Tabela 1). Os resultados deste estudo demonstraram que
Quanto à comparação dos grupos por tempo de a TVSL associada à variação tonal promoveu o
prática de canto, pode-se observar que, a despeito aumento dos valores do PEV em 46,2% dos coristas
de não se encontrar significância na comparação das e a diminuição do valor, em 53,8% dos sujeitos, após
médias, no grupo com menos de dez anos de prática dois minutos de execução da técnica. Entretanto, a
de canto houve aumento do PEV, após dois minutos diferença entre os momentos pré e pós-exercício não
de execução da técnica. Sugere-se um estudo com foram significantes.
maior número de sujeitos para se testar a hipótese de Os valores do PEV não diferiram entre os grupos
que este exercício específico promova mais ganhos em segundo os naipes e o tempo de prática de canto.
iniciantes que em sujeitos com mais tempo de treina- Desse modo, sugere-se a realização de estudos
mento, considerando-se que a própria prática aumenta complementares a este, verificando-se o efeito da
a extensão vocal2,20. técnica sobre os valores isolados de extensão vocais,

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Perfil de Extensão vocal e técnica de vibração de língua | 633

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