Relatório Final de Estágio - João Abreu (2019 - 2020)
Relatório Final de Estágio - João Abreu (2019 - 2020)
Relatório Final de Estágio - João Abreu (2019 - 2020)
Estudos: Sistema de
observação de identificação de talentos & Caracterização de um torneio de futebol de formação
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Agradecimentos
O primeiro agradecimento vai diferenciado e enderessado à Escola Superior de
Desporto de Rio Maior, pois foi onde criei grandes amizades e obtive uma formação de
excelência que me permite ser o profissional que sou hoje.
Ao Professor Doutor Nuno Loureiro, o meu especial agradecimento, por ter sido
meu orientador já por duas vezes, por todo o apoio, disponibilidade e motivação
demonstrada. Pelas oportunidades que me deu.
Aos meus Amigos, que caminham lado a lado comigo nesta aventura, sem me
deixarem cair.
Um obrigado, é pouco.
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Índice Geral
Resumo ..................................................................................................................... 11
Abstract ..................................................................................................................... 12
Enquadramento de Estágio...................................................................................... 13
1.6.3 Competição................................................................................................. 48
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A.2.4.2. Variáveis................................................................................................. 69
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B.2.4.2. Variáveis................................................................................................. 89
Anexos..................................................................................................................... 105
Anexo III – Regulamento do Torneio Inter-Associações Lopes da Silva 2019 ....... 109
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Índice de Figuras
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Figura 25- Potenciais preditores de talento no futebol, por área científica desportiva (A.
Mark Williams , Paul R. Ford & Barry Drust 2020). ..................................................... 65
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Índice de Tabelas
Tabela 19 - Total e Média dos Esquemas Táticos do Torneio Lopes da Silva ............ 93
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Lista de Abreviaturas
• VO – Videobserver
• EA – Entidade Acolhedora
• UT – Unidade de Treino
• AF – Associação de Futebol
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Resumo
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Abstract
This document refers to the internship, in football, carried out over a sports
season, which was divided in two areas, the internship area itself and the studies area.
The Internship area was developed in Sporting Clube de Portugal, where the tasks of an
assistant coach/trainee were developed and presented in this context. In the Studies,
two were developed, both in football. The first study presented had the goal of creating
and applying a talent identification observation system, centered in the technical
component for the striker position (SOITCTA). The study allowed us to realize that the
system could be an important indicator in the decision and prediction of talent, since it is
possible to quantify the performance of a player in the actions considered. The second
study aimed to the analysis and characterization of the Lopes da Silva Inter-Associations
Tournament, that happened in 2019. Through the considered variables it was possible
to obtain a characterization of the Tournament at the quantitative and qualitative level,
highlighting the values of the average useful time by game, goals, shots and crosses. All
the process was a very enriching experience, which achieved the objectives proposed.
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Enquadramento de Estágio
É difícil de explicar este gosto e esta paixão pelo futebol, algo que vem desde as
minhas primeiras memórias. É com naturalidade que sempre que olho para o meu
percurso até hoje, observar que o futebol sempre fez parte da minha vida. Creio que o
primeiro sonho que surgiu, foi o sonho de muitas crianças que amam este desporto, o
“sonho de ser jogador de futebol” e foi assim o pontapé de saída para esta jornada.
Comecei por praticar futebol como jogador federado na minha área de residência
sempre com a ambição de atingir algo mais, mas sempre com os estudos bastante
presentes na minha formação. À medida que o tempo avançou bem como o meu
processo de formação, quer como desportista quer como estudante, que fui entendendo
que as minhas possibilidades de poder continuar a praticar futebol e de atingir outros
patamares eram cada vez mais difíceis e inalcançáveis devido a vários fatores. Acredito
que foi nesse momento, nessa reflexão que outro sonho começou a despertar dentro de
mim, isto porque as dúvidas e as incertezas eram tantas e sentia cada vez mais a
necessidade de entendê-las. Na minha opinião estas dúvidas e incertezas foram o mote
para iniciar a atividade de treinador por várias razões, para poder entender o que
aconteceu e para que no futuro consiga perceber, entender e ajudar em casos
semelhantes.
A atividade de treinador começa numa idade tenra e imatura para a área, tinha
dezassete anos apenas quando tive a primeira experiência como treinador e desde aí
tem sido a minha atividade, trabalho e profissão. É então com naturalidade que me
candidato a um curso superior na área para poder continuar a desenvolver e a fomentar
esta paixão, acabando por ser admitido na Escola Superior de Desporto de Rio Maior
(ESDRM) na Licenciatura em Treino Desportivo, modalidade Futebol.
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processo, a outra razão foi a necessidade de querer mais, a ambição, pois já estava
num clube com uma dimensão bastante apelativa para a área, mas ambicionava mais
e sentia que, se queria profissionalizar-me nesta área tinha de estar num contexto de
elite.
Após o terceiro ano de licenciatura, ano do estágio, é para mim muito difícil
explicar o sentimento de felicidade e de orgulho que tive, em poder nesse ano terminar
a licenciatura e poder ingressar no Sporting Clube de Portugal, objetivos pelos quais
lutei bastante. Mas quem me conhece entende perfeitamente que embora tenha atingido
esses grandes objetivos, continuei e continuo à procura de mais, quer a nível
profissional como a nível académico, isto porque sei que necessito de mais
conhecimento e experiência para poder continuar a lutar pelo sonho.
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1.1. Introdução
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Quanto aos objetivos formativos, enquanto treinador do Sporting CP, clube que
é reconhecido por todo o mundo, não só pelo seu ecletismo, mas também pela
qualidade da formação, procuramos “absorver” o máximo de aprendizagens possíveis
das mais variadas áreas relacionadas com o futebol, neste caso particular, de formação.
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Página 20 de 114
• Cinco campos de futebol com relva natural e dimensões de 110x70 metros, três
campo de relva sintética com 90x70 metros e um recinto coberto equipado com
piso sintético de 60x40 metros. O campo principal tem o apoio de bancadas com
capacidade para mil espectadores, parcialmente cobertas e balneários de apoio
para visitante, visitado e equipas de arbitragem;
• O Centro de Futebol do Sporting está servido por dois amplos ginásios dotados
com a mais moderna aparelhagem para manutenção e desenvolvimento da
forma física, tanques de hidromassagem, banho turco, bem apetrechado centro
médico e balneários para técnicos e jogadores dos diversos escalões. Um
tanque de hidroterapia, também utilizado como piscina de lazer e um campo
polidesportivo ao ar livre;
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2. Balneários
3. Rouparia
4. Campo Nº4
5. Campo Nº5
6. Campo Nº6
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POSIÇÃO PÉ CARACTERÍSTICAS
Guarda- Jogador com perfil muito bom para a sua posição que apresenta um bom
1 Direito
Redes rendimento e tem potencial para a sua posição especifica.
Guarda- Primeiro ano no clube e pouco tempo de aprendizagem na sua posição o que lhe
2 Direito
Redes dá uma grande margem de progressão. Muito comunicativo.
Guarda- Jogador com alguns anos já no clube. Para a sua posição tem uma boa relação
3 Esquerdo
Redes com a bola (bom jogo com os pés). Reflexos muito bons.
Guarda- Jogador ainda com algumas lacunas, nomeadamente nas ações especificas da
4 Direito
Redes sua posição, mas que demonstra boa capacidade de trabalho e evolução.
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Boa relação com bola, mas com níveis de intensidade baixíssimos. Pouca atitude
11 Defesa Esquerdo
competitiva.
Jogador muito certo em todos os momentos com e sem bola. Do ponto visto físico
13 Médio Direito
e técnico apresenta um nível normal.
Jogador com características muito interessantes que tanto pode jogar no corredor
17 Médio Direito
central como no corredor lateral. Corajoso nos duelos ofensivos e defensivos.
Mostra boa relação individual com a bola, mas com pouca variabilidade de
18 Médio Direito soluções. Não é muito rápido, mas usa bem o corpo nos duelos individuais. Pouca
intensidade sem bola.
Fisicamente fortíssimo, usa bem a sua estrutura física e a sua velocidade para seu
21 Médio Direito proveito, aliado á sua forte condição física é bastante evoluído tecnicamente. É
fortíssimo defensivamente nas ações de desarme e de recuperação de bola.
Mostra alguma relação com bola, mas tem muitas dificuldades de deslocamento e
24 Médio Esquerdo
aceleração. Pouco espírito competitivo e agressividade positiva.
Muito assertivo nas suas ações, é um jogador que não compromete. Algumas
26 Médio Direito dificuldades de comunicação e também físicas ao nível da agilidade e
coordenação, talvez por ter crescido muito nos últimos tempos.
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1º ano do clube demonstra ainda pouco conhecimento do jogo. A sua relação com
Médio Direito o golo permite-lhe jogar tanto a médio como a avançado. É bastante explosivo e
28
tem uma passada larga o que lhe dá muita vantagem.
Nível técnico médio. Nível de entendimento de jogo muito grande, mas depois tem
31 Médio Esquerdo dificuldades ainda na execução. Necessita também de maiores índices de
agressividade e “enérgicos”.
Jogador com uma relação com o golo fora do normal. Tem características de
avançado muito boas, consegue jogar de costas para a baliza, em roturas e “livre”
32 Avançado Direito
como falso avançado, é muito completo. Capacidades condicionais também muito
desenvolvidas.
Jogador também com relação com golo, mas com algumas dificuldades técnicas
33 Avançado Direito de rotação. Por não ser tão rápido e ágil a avançado tem dificuldades se não mais
“fixo” na posição de avançado centro.
Tem características atléticas muito acima da média, muito explosivo, rápido, ágil,
34 Avançado Direito coordenado e com muita flexibilidade, no entanto tem uma relação com bola normal
e um nível de entendimento do jogo muito fraco.
É rápido sem bola, mas com bola acaba por ser lento dada a tomada decisão ser
35 Avançado Direito
sempre bastante demorada. Má relação com a bola. Pouco espírito competitivo.
1º ano no clube e a jogar futebol como federado, apresenta potencial pois encontra-
37 Avançado Direito se zero estimulado e já apresenta uma boa relação com bola e de entender o jogo.
Tem prazer em jogar com os colegas.
Relação com o golo boa e bom nível técnico em espaços reduzidos. Alguma
38 Avançado Direito dificuldade no novo formato de jogo pois os seus índices físicos estão a ainda
também por desenvolver.
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• Promover um trabalho desportivo que lhes incuta uma base de valor e princípios
que no futuro os ajude no seu desenvolvimento pessoal como jogadores e seres
humanos;
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• A vitória numa etapa de formação não é prioritária, mas desta forma é criado um
melhor clima desenvolvimento coletivo e individual dos jogadores (objetivo
principal do clube) e também da sua fidelização quer ao clube quer à
modalidade;
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O estágio teve a sua maior intervenção na vertente do treino, esta foi idealizada
com base no modelo de formação da entidade acolhedora que visa proporcionar aos
jogadores um desenvolvimento individual sustentado em objetivos a curto, médio e
longo prazo. Todo este processo é realizado numa simbiose entre a equipa técnica e a
coordenação técnica/estrutura que parte de um processo bastante delicado e rigoroso
para se trabalhar em patamares de excelência para se atingir os objetivos propostos
anteriormente. Este capítulo explicará tudo aquilo que foi um processo de organização
e planeamento de uma época desportiva com destaque para aquelas que foram as
principais intervenções e reflexões quer em contexto de treino quer em contexto de
competição, com a particularidade da pandemia que afetou todo o mundo.
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29 de junho de 2020, sendo que após a interrupção nunca mais foram retomadas as
atividades em regime presencial.
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MESOCICLO
Repetição ou
Introdução ao Repetição do Repetição do Avaliação do
Evolução do
conteúdo conteúdo conteúdo conteúdo
conteúdo
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Página 36 de 114
Página 37 de 114
MESOCICLOS
MESOCILO
1 2 3 4 5 6 7
TIPO
- - - - - - -
A elaboração destes mesociclos nem sempre ocorreu da melhor forma por vezes
houve dificuldades dadas algumas condicionantes quer espaciais, de número, de
alteração face aquela que foi a evolução ou a estagnação dos conteúdos e por vezes
tínhamos de nos readaptar dentro do processo, no entanto acho que as chaves para o
bom desenvolvimento, mesmo enfrentando algumas adversidades, foi a frontalidade, as
inúmeras reflexões individuais e conjuntas e a capacidade de saber ouvir e aceitar
criticas, que fizeram com que este processo conseguisse atingir os objetivos propostos
de forma aos jogadores poderem evoluir ao máximo.
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A tabela 4 espelha a forma como era construído o microciclo tipo e foi construída
com base nas condicionantes do treino. Por exemplo, quanto às questões espaciais, o
treino nunca era realizado no mesmo campo (consultar campos na caracterização da
EA), à segunda-feira era no campo nº4 e onde havia um espaço maior que o meio
campo, ou seja um espaço intermédio (sem referência do formato de jogo disputado)
comparado com a terça-feira que era onde tínhamos um campo de futebol 11 disponível
(com referências do formato de futebol 9 – campo nº5) e com a quinta-feira onde apenas
tínhamos meio campo de futebol 11 disponível, no campo nº6. Outra condicionante
considerável era também o número de jogadores presentes em treino que era variável,
conforme aqueles que subiam ao escalão superior ou as necessidades de trabalho
complementar realizada pelos departamentos de apoio ao treino (que será explicado
mais á frente). Dadas estas principais condicionantes e em função dos objetivos a
atingir, o microciclo padrão foi adaptado de forma a dar a melhor resposta possível,
sofrendo por vezes alterações, mas foram questões pontuais e de adaptação simples.
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Organizações
MOMENTOS Organizações Transições Ciclo
Esq. Táticos
REGIME
Aeróbio Aeróbio Anaeróbio
FISIOLÓGICO
Lúdicos; MPB:
Setoriais; Modelo MPB; Técnica Individual;
EXERCÍCIOS Organização Espacial;
Jogo; Formal Vagas; Finalização
Modelo Jogo
Passe/Receção;
Condução; Mudança Passe/Receção;
AÇÕES TÉCNICO-
Direção; Orientação Todas Interceção; Remate:
TÁTICAS
Corporal; Drible/Finta; Desmarcação
Desarme
Progressão; Contenção;
PRINCÍPIOS Mobilidade: Equilíbrio: Cobertura Ofensiva;
Todos
ESPECÍFICOS Espaço; Concentração Cobertura Defensiva;
Mobilidade
Intra e Inter-
TIPO LIGAÇÃO Inter-Sectorial Intra-Sectorial
Sectorial
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Microciclos Desenvolvidos
17% 21%
12% 8%
42%
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1º ano no clube de ambos algumas Quando trabalhados estes objetivos Um dos jogadores
necessidades de noções do jogo. em exercício ter especial atenção com apresentou uma grande
Questões como os princípios de estes jogadores e supervisionar se evolução quando comparado
jogo (1º e 2º principalmente) e eles entenderão. Avaliá-los em com o outro, embora tenham
noções de largura e profundidade contexto de treino e jogo e perceber se ambos evoluído. Creio que
para conseguirem terem maior conseguem transportar os conteúdos foi em competição onde
sucesso a médio e longo prazo. de treino para o jogo, se não o ambos conseguiram evoluir
conseguirem tentar entender o porquê e consolidar mais estas
de não o conseguirem e trabalhar essa lacunas.
lacuna.
Conseguir ligar-se mais com os Explicar que nenhum jogador sozinho Tornou-se muito mais
JOGADOR 29
colegas e ter mais prazer em jogar consegue ganhar jogos e que o futebol coletivo com o decorrer da
com os mesmos. Mais prazer é um jogo de equipa. Valorizar os seus época e muito mais motivado
coletivo. Conseguir aumentar a sua momentos de coletividade. Incutir para o processo defensivo. O
intervenção nos momentos sem feedbacks positivos quando é método utilizado teve
bola. realizada uma ação defensiva e bastante eficácia e
aumentar gradualmente a qualidade e determinou-se relevante
objetividade dos feedbacks. para a evolução deste
jogador.
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ou mais exercícios em simultâneo era feita uma distribuição da equipa técnica pelos
exercícios de forma igual, quando apenas havia um exercício, era costume ficar o
treinador adjunto a gerir o exercício, o treinador principal a supervisionar e os
treinadores estagiários a suportar ou a gerir estações complementares. Quanto à
intervenção, conforme os objetivos definidos, esta era variável entre equipa técnica, mas
era sempre acertada antes do treino para cada um poder ir a pontos específicos e não
haver repetição sem necessidade.
UNIDADE DE TREINO
14H
Ajustes à UT; Definição de Grupos e Tarefas; Articulação das Transições, Rotações e Intervenções
17H:30
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com a escala (já o tinham sido no ano anterior também) e havia um treinador
responsável por retirar a PSE dos jogadores no fim do treino (esta era retirada a seguir
à parte final do treino, pois não era possível retirar no tempo considerado aconselhável)
assim como o tempo útil de treino.
Com noção que os valores que resultam desta avaliação poderiam não ser tão
fidedignos, a equipa técnica considerou relevante avaliar a carga dos jogadores, através
da fórmula anterior, mais a monotonia ( monotonia = média semanal da carga de treino
a dividir pelo desvio padrão da carga de treino diária durante uma semana) e o strain
(strain = carga de treino semanal a multiplicar pela monotonia), realizados pelos
treinadores estagiários e supervisionado pela equipa técnica (Foster et al., 2001).
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600
Carga de Treino (UA)
500
400
300
200
100
0
Dias da Semana
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1.6.3 Competição
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Visto existirem duas séries, o treinador principal assumia um jogo de uma das
séries e o treinador adjunto o outro jogo da outra série, sendo que a convocatória e o
plano de jogo eram realizados em conjunto, ou seja, embora cada um fosse disputar um
jogo diferente, a forma como eram abordados era conhecida por cada um de modo a
poder haver uma maior ajuda, discussão e reflexão. Para cada jogo era elaborada uma
convocatória e um plano de jogo. O plano de jogo continha as informações relativas ao
jogo, o aquecimento e o seu countdowm até ao início da partida, objetivos, momentos
de jogos, plano tático-estratégico, missões específicas e o tipo de intervenção.
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Quanto aos momentos de jogo, o plano inicial foi ensinar todos os momentos e
sub momentos do jogo, uns mais aprofundados que outros, mas para que no final os
jogadores tivessem tido um abordagem a todos no contexto de futebol 9, visto no ano
seguinte o formato ser diferente, claro que com a interrupção alguns destes momentos
ficaram por desenvolver/consolidar, no entanto todos foram iniciados. Houve também
intenção que os jogadores passassem por diversas posições de forma a conhecerem o
jogo de outra forma, para que compreendessem melhor os colegas de equipa de outras
posições e para que comecem também a perceber quais as posições onde se sentem
mais e menos confortáveis.
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planeamento do treino e no entendimento daquela que tem sido a parte fisiológica dos
jogadores em competição.
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Como é sabido e já foi referido várias vezes, infelizmente todo o mundo sofreu
uma alteração face à pandemia que apareceu na sociedade, o Corona Vírus (Covid-19).
Quando este se instaurou e foram tomadas medidas, as atividades em regime
presencial tiveram de ser interrompidas, tal aconteceu a 10 de março de 2020.
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Como já foi referido no enquadramento do estágio este não era o primeiro ano
na EA, como tal, já havia sido apresentado à coordenação técnica uma proposta para a
criação de um gabinete de observação e análise para o Polo EUL ou a extensão do
GOA – Gabinete de Observação e Análise já existente na academia. Esta proposta
apresentada foi um documento elaborado no final do estágio da Licenciatura, onde
foram identificadas as necessidades e a forma como este poderia ser organizado (anexo
I).
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No final do mês de janeiro de 2020 foi o primeiro passo para o avanço deste
departamento, foi proposto, ainda que de maneira não oficial, que o coordenasse e
iniciasse o mesmo. Com a proposta chegaram também recursos, duas câmaras (com
cartões de memória e baterias) e tripés, que já dava para dar início ao projeto.
CÂMARA A CÂMARA B
INFANTIS A x
INFANTIS B x
BENJAMINS A x
BENJAMINS B x
A distribuição era realizada desta forma pois estes escalões conseguiam partilhar a
câmara, dado que os benjamins disputavam os jogos da parte da manhã e os infantis
da parte da tarde. As câmaras poderiam também ser utilizadas pelos outros escalões
mediante a disponibilidade, sendo os infantis e benjamins, escalões prioritários.
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da da Filmagem da Filmagem da da
- -
TARDE
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Outro aspeto diferenciador e que não era habitual ser realizado, foi a avaliação
e controlo do treino. A introdução da PSE, da avaliação da carga interna, monotonia e
strain levou o seu tempo a ser aceite, adaptada e ajustada, pois era vista como
descontextualizada para o escalão de aplicação, no entanto, após a sua aplicação e a
demonstração dos seus resultados esta começou a ter outro tipo de impacto e
visualização perante toda a equipa técnica. Ou seja, esta vertente mais fisiológica,
aplicada de uma forma mais experiencial e de observação, pois o único objetivo definido
era a aplicação da PSE de forma aos jogadores irem-se adaptando a realidades futuras,
permitiu um aumento da exploração e do conhecimento desta área e promoveu bastante
discussão e partilha da mesma.
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Em suma, um dos grandes objetivos deste estágio era poder evoluir nas mais
diferentes áreas que existem na definição e caracterização de um treinador, assim este
será muito mais completo e estará muito mais preparado a dar resposta a qualquer tipo
de situações nas diferentes áreas envolvidas.
Considero assim que este estágio foi determinante na evolução das diferentes
áreas, cumprindo assim com o seu objetivo nesta parte.
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Um dos estudos foi realizado para procurar respostas e soluções a uma temática
bastante presente principalmente nos treinadores de futebol de formação, a
identificação de talentos. Este estudo procurou desenvolver um sistema de observação
que conseguisse avaliar e identificar talentos no futebol, nomeadamente em escalões
de formação e numa posição específica. A realização deste estudo procurou
desenvolver e melhorar uma competência que deve ser tida em conta para os
treinadores e também dar uma resposta a nível pessoal e de curiosidade.
O outro estudo realizado, foi um desafio proposto pela Escola Superior Desporto
de Rio Maior, que visa a análise e caracterização de um torneio de futebol de formação.
Este desafio proposto foi também bem aceite e encarado, pois deu a oportunidade de
desenvolver competências na área da liderança de equipas de trabalho, da observação
e análise de jogo, da análise de dados e caracterização de uma prova competitiva.
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A.2.1. Introdução
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necessários para poderem desenvolver o seu potencial. Por último, a seleção de talento
envolve o processo de escolha de jogadores de diferentes níveis, que demonstrem
níveis de performance que lhes permitam ser escolhidos para integrarem uma equipa
ou um clube (A. M. Williams & Reilly, 2000).
Figura 24 - Estágios chave na identificação e desenvolvimento de talento (Williams & Reilly, 2000).
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Figura 25- Potenciais preditores de talento no futebol, por área científica desportiva (A. Mark
Williams , Paul R. Ford & Barry Drust 2020).
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sentimento pela deteção de talento é baseada e influenciada por aquilo que é o futebol
de nível de topo contemporâneo (Christensen, 2009).
Numa linha mais recente de investigação, jovens atletas com 15 anos foram
avaliados através das variáveis, técnica, físicas, táticas e psicológicas, e tentou-se
perceber quais contribuem para o sucesso da performance dos atletas aos 19 anos.
Conclui-se então que aos 19 anos o desempenho da performance estava claramente
associado ás habilidades técnicas bem como aos níveis de agilidade e motivação
registados aos 15 anos (Forsman et al., 2016).
Sendo as habilidades técnicas um parâmetro que possa ser preditor esta estão
associadas as ações técnicas individuais. As ações técnicas individuais
(comportamento ou procedimento) de um jogador não devem ser apreciadas apenas
quanto á sua forma, mas também, quanto ao momento, orientação e velocidade de
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observação mas neste caso referente ao futebol, mais especificamente á sua fase
ofensiva.
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A.2.4. Metodologia
A.2.4.2. Variáveis
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A.2.4.3. Instrumentos
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RCEE –
CBEE - PBEE - DFEE - PEE – CEE -
Receção REE -
Conduçã Proteção Drible- Cabecea
Extrema Remate
o B. B. Finta Passe mento
5 mente Extrema
Extrema Extrema Extrema Extrema Extrema
Eficaz mente
mente mente mente mente mente
Eficaz
Eficaz Eficaz Eficaz Eficaz Eficaz
CBE - DFE - CE -
RCE - PBE - PE – RE -
Conduçã Drible- Cabecea
4 Receção Proteção Passe Remate
o B. Finta mento
Eficaz B. Eficaz Eficaz Eficaz
Eficaz Eficaz Eficaz
CBF - DFF - CF -
RCF - PBF - PF – RF -
Conduçã Drible- Cabecea
2 Receção Proteção Passe Remate
o B. Finta mento
Fraco B. Fraco Fraco Fraco
Fraco Fraco Fraco
DFMF - CMF -
RCMF - CBMF - PBMF - PMF - RMF -
Drible- Cabecea
Receção Conduçã Proteção Passe Remate
1 Finta mento
Muito o B. Muito B. Muito Muito Muito
Muito Muito
Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Fraco Fraco
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1) Deslocar-se em direção á trajetória da bola: a superfície corporal de receção e controlo da bola deve
deslocar-se em direção à trajetória da bola fazendo com que haja uma interceção da sua trajetória.
BOLA
2) Controlo/domínio da bola deve ser orientado por forma a estabelecer uma ligação mais sequencial com
as outras ações.
3) Decidir antecipadamente com que superfície corporal se irá rececionar e controlar a bola.
1) A condução da bola com a parte externa do pé, é rápida e eficiente, por ser grande a superfície de
contacto na bola e fácil a sua adaptação.
2) Domínio de várias formas de condução (parte interna, externa e peito do pé) na perfeição para
CONDUÇÃO DA BOLA
adaptação á circunstância.
3) Quando atacante é pressionado pelo adversário deverá durante a condução da bola, mantê-la sempre
perto dos pés (evitar ser desarmado), contactando-a permanentemente por forma a protegê-la e, poder
mudar de direção em função da situação de jogo;
4) A condução de bola deve ser executada com o pé condutor do lado oposto, ao que se encontra o
adversário a fim de evitar que este possa desarmar (proteção da bola);
5) Durante a condução da bola o jogador deverá levantar a cabeça por forma a inteirar-se corretamente
da situação de jogo à sua volta que determinará que opção técnico-tática irá tomar;"
6) Durante o deslocamento com bola o jogador deverá constantemente antes de cada contacto decidir
sobre a continuidade, ou não, da ação.
1) Comportamento do atacante na sua posse (quer em movimento ou não), por forma a resguardá-la
(proteção máxima) de qualquer intervenção do(s) adversário(s) direto(s).
PROTEÇÃO DA BOLA
3) Temporizar o processo ofensivo por forma que os companheiros (atacantes) forneçam melhores opções
táticas de resolução da situação de jogo;
5) Interpor o seu corpo entre a bola e o(s) adversário(s), na qual um dos membros inferiores suporta o seu
peso e funciona como "pivot" (no caso na variação do ângulo em relação ao defesa), enquanto o outro
contacta a bola com pequenos toques mantendo-a longe do(s) adversário(s);
6) Reagir constantemente às diferentes ações do(s) adversário(s) direto(s), variando ângulos e posições
em relação a este(s).
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4) Controlo da bola: o drible envolve a ultrapassagem do adversário direto, logo, a receção e o controlo
da bola devem objetivar dois aspetos:
5) Enganar e desequilibrar o adversário direto. Quanto mais rápida for a aproximação mais longe do defesa
se deverá executar o engano. O defesa ao reagir erradamente às intenções do atacante desequilibrar-se-
á sendo mais fácil a execução do drible. Idealmente, a habilidade de enganar deveria por o defesa fora da
linha de progressão do atacante;
6) mudança de direção: normalmente os defesas eficientes só reagem aos movimentos da bola, daí a
importância da mudança de direção para desequilibrar o adversário
7) mudança de velocidade: o tempo necessário para que o defesa retome o equilíbrio da sua posição,
deve ser usado para que o atacante ultrapasse rapidamente o defesa".
1) Entendesse por passe, a ação técnico-tática de relação de comunicação material estabelecida entre
dois jogadores da mesma equipa.
2) simular: o atacante deverá simular a sua verdadeira intenção tática produzindo um conjunto de "falsos
sinais" contribuindo assim para que os defesas adotem posicionamentos inadequados à situação de jogo;
tipo de passe a executar: o tipo de passe depende largamente da intenção tática pré-estabelecida pelo
atacante, assim este poderá ter uma amplitude longa ou curta, uma trajetória alta ou rasa, ser executada
com ou sem efeito;
PASSE
3) o tempo de passe: um passe executado no tempo correto põe o companheiro (recetor) numa posição
de máxima vantagem e, naturalmente torna o trabalho defensivo mais difícil e complexo;
4) a potência do passe: um passe eficaz atinge o alvo a uma velocidade que não cria problemas acrescidos
ao companheiro (recetor) na receção da bola, pois isto irá ter consequências marcantes não só na relação
de comunicação entre os dois jogadores como diminui a fluidez e ritmo do processo ofensivo; e,
5) a precisão: este fator irá determinar que o companheiro (recetor) não tenha que modificar a
direccionalidade e o objetivo do seu comportamento para rececionar a bola. "A precisão não é tudo no
passe, mas tudo o resto não tem qualquer significado se o passe for impreciso".
2) precisão do contacto: as superfícies preferenciais de contacto com a bola são: a testa (é uma superfície
anatomicamente mais adaptada à bola e permite uma maior visão de jogo); e, os parietais (não permite
tanta precisão como a testa sendo usada como recurso em função da situação de jogo);
CABECEAMENTO
3) manter o contacto visual com a bola: é normal os olhos fecharem-se no momento do contacto com a
bola, todavia, é importante que estes se mantenham abertos até esse momento;
4) gerar potência: todo o corpo (pernas, tronco e pescoço) devem ajudar a suportar, estabilizar e a gerar
potência para a ação de cabeceamento. Neste sentido, é importante a ligeira inclinação do corpo para trás
para depois, ao ser impulsionado para a frente em direção à bola, gerar uma maior potência no
cabeceamento. Por último, as formas de cabeceamento podem ser: com ou sem impulsão, com ou sem
mergulho lateral ou frontal e com ou sem oposição; e,
5) atacar a bola: saltar ou mergulhar para atacar a bola durante o seu trajeto evidencia dois aspetos
fundamentais: i) o chegar primeiro à bola, e, ii) o aumento da potência do cabeceamento.
6) Objetividade
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1) toda a ação técnico-tática exercida pelo jogador sobre a bola, com o objetivo de a introduzir na baliza
adversária.
3) utilizar a técnica mais ajustada à situação de jogo: o tipo de execução técnico-tática de remate depende:
4) rematar a partir de ângulos eficientes: os remates executados sob ângulos reduzidos necessitam de
procedimentos técnicos mais apurados e precisos. Com efeito, a eficácia do remate modifica-se consoante
o ângulo sobre o qual este é executado;
5) rematar fora do alcance do guarda-redes: as ações técnico-táticas de remate mais eficazes são
normalmente direcionadas para o poste mais distante da posição do guarda-redes
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(K) JA DM DB
JA -
DM 0.9266 -
DB 0.8800 0.9533 -
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Após a análise dos jogos, os critérios foram exportados para Excel e foram feitos
os cálculos da pontuação de cada dimensão (de 0 a 5) e no final foi realizada uma média
e um overall do jogador. Foram avaliadas um total de 108 ações, sendo o Jogador A
avaliado em 48 ações e o Jogador B em 60 ações, o tempo total de avaliação foi igual
para os dois jogadores. De seguida serão apresentadas as avaliações dos dois
jogadores.
Como podemos observar na figura seguinte, foi obtida uma avaliação de cada
uma das ações técnicas individuais ofensivas do Jogador A. Em relação ao Jogador A
podemos perceber que a ação técnica individual ofensiva com menos pontuação é o
passe, com 3,19 pontos e ação técnica individual ofensiva com a pontuação mais alta é
a condução de bola com 5,00 pontos. A sua pontuação total foi de 27,81 pontos em 35
pontos possíveis, o que dá um overall 79,46.
AVALIAÇÃO DO JOGADOR A
JOGADOR Jogador A
ÉPOCA 18/19
IDADE 11
ESCALÃO U-12
POSIÇÃO Avançado
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AVALIAÇÃO DO JOGADOR B
JOGADOR Jogador B
ÉPOCA 17/18
IDADE 11
ESCALÃO U-12
POSIÇÃO Avançado
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Este poderá ser uma grande ajuda numa das fases embrionárias da identificação
de talentos, pois por vezes cria-se bastantes duvidas entre jogadores e os parâmetros
de decisão são muitas vezes a opinião e pessoal e/ou empírica, assim, estes valores
poderão reforçar as decisões a tomar. Este sistema de observação permite também
após a sua realização identificar quais as ações técnicas individuais ofensivas a
melhorar no jogador assim como aquelas que devem ser mantidas. Permite também
obter valores que servirão para a comparação entre jogadores para poder ajustar melhor
estratégias em vários parâmetros.
Com os valores obtidos é também possível criar uma base de dados, específica
à população alvo do estudo, que possibilite observar e comparar as pontuações dos
jogadores, ao longo das épocas desportivas e perceber se haverá algum tipo de relação
entre os valores mais altos obtidos e o sucesso desportivo desses mesmos jogadores,
tentando identificar padrões ou correlações relativamente a esse âmbito.
De um modo geral, a realização deste estudo permitiu perceber que este poderá
ser um indicador importante na decisão e predição de talentos, visto ser possível
comparar quantitativamente jogadores e também qualitativamente através da opinião
dos treinadores baseada, nos dados obtidos e outros.
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A.2.7. Limitações
Com uma base de dados construída como referido nas conclusões, seria curioso
estudar e aplicar a possibilidade de cruzar modelos de identificação de talentos assim
como parâmetros, e conjugá-los numa pontuação onde se obteria uma overall baseada
em vários parâmetros, como por exemplo físicos, técnicos, psicológicos, entre outros.
Perceber se haveria também correlação entre os jogadores mais pontuados e
identificados como talentos e os patamares atingidos.
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3.1. Introdução
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Analisando aquilo que tem sido a evolução do futebol, nos dias de hoje cada vez
mais se dá importância aos pormenores e detalhes, de tal forma que atualmente cada
vez mais os assuntos/temas são mais estudados e em mais detalhe. Dada esta
evolução natural dos acontecimentos surge com naturalidade o estudo mais
pormenorizado das competições. Neste caso em especial surgiu a necessidade de
estudar mais detalhadamente um torneio, o Torneio Inter-Associações “Lopes da Silva”.
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Além dos princípios mencionados anteriormente este torneio tem como objetivos
gerais os seguintes tópicos:
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B.2.4. Metodologia
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LEIRIA 2 VISEU 4
GUARDA 4 LISBOA 6
BRAGA 6 BRAGANÇA 3
COIMBRA 4 BEJA 2
HORTA 3 ALGARVE 4
SETÚBAL 3 PORTALEGRE 4
AVEIRO 5 MADEIRA 3
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Nº JOGO Nº JOGO
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B.2.4.2. Variáveis
Existiu assim um momento inicial onde foram feitas as recolhas das filmagens
para posterior análise. Para este momento a Escola Superior de Desporto de Rio Maior
delegou a um conjunto de alunos, a tarefa de gravar o máximo de jogos possíveis dentro
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Analisados todos os jogos, foram recolhidos todos os dados obtidos. Estes dados
foram transportados da plataforma do Videobserver para o Excel para poderem ser
tratados e analisados. Foi realizada uma análise descritiva onde foi tido em conta os
totais, médias e percentagens dos dados obtidos.
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V E D GM GS DG
1º AF LISBOA 6 0 0 35 2 33
2º AF BRAGA 5 0 1 15 2 13
3º AF LEIRIA 4 1 0 11 0 11
4º AF COIMBRA 4 1 0 8 1 7
5º AF PORTO 4 1 0 19 4 15
6º AF AVEIRO 4 0 1 12 2 10
7º AF BEJA 3 0 2 14 10 4
8º AF MADEIRA 3 0 2 4 3 1
9º AF ALGARVE 3 0 2 4 6 -2
10º AF SETÚBAL 2 2 1 4 3 1
11º AF ÉVORA 2 1 2 8 4 4
13º AF BRAGANÇA 2 1 2 5 10 -5
14º AF SANTARÉM 2 0 3 8 7 1
19º AF VISEU 0 1 4 0 9 -9
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TOTAL 163 206 250 93 174 132 325 1486 623 2551 919 2109 698 74 665
MÉDIA 2,9 4,9 6,0 2,2 4,1 3,1 7,7 35,4 14,8 60,7 21,9 50,2 16,6 1,8 15,8
G – Golo; RD – Remate Defendido; RF – Remate Falhado; RI – Remate Intercetado; CRS – Cruzamento Sucesso; CRF
– Cruzamento Falhado; CRI – Cruzamento Intercetado; RB – Recuperação da Bola; DS – Desarme; I – Interceção; DA
– Duelos Aéreos; PB – Perda da Bola; F – Falta; OFF – Fora de Jogo; DR – Dribles.
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Remates por jogo, ou seja, todos os tipos de remate realizados e uma média de 15
Cruzamentos por jogo (todos os tipos de cruzamento realizados).
RD RF RI R
CRS – Cruzamento Sucesso; CRF – Cruzamento Falhado; CRI – Cruzamento Intercetado; C – Cruzamento.
PDB LD C
Existe também outros dados a serem considerados, conforme o anexo VI, pode-
se constatar que a equipa vencedora do Torneio, a AF Lisboa, foi aquela que num só
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jogo teve mais dribles ganhos (40), a que realizou mais cruzamentos com sucesso num
só jogo (10 juntamente com a AF Porto que realizou também 10) e a que marcou mais
golos num só jogo (17).
Podemos observar que a média de tempo útil foi superior na primeira parte (18
minutos e 22 segundos) em comparação com a segunda parte (17 minutos e 13
segundos). O tempo útil médio por jogo disputado no Torneio Lopes da Silva foi de 35
minutos e 35 segundos. Os jogos tinham a duração de 50 minutos, se for considerado
este valor como o valor total de tempo jogado em cada partida, significa que em média
em cada jogo foi utilizado 71% do seu tempo total e 29% do tempo não foi utilizado. De
destacar que no escalão de Sub-14 o tempo de jogo total é de 70 minutos, como tal esta
diferença entre o tempo de jogo disputado no torneio e o tempo de jogo disputado no
campeonato poderá ter tido influência.
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ORGANIZAÇÃO TRANSIÇÃO
% 75% 25%
Na tabela 22 podemos visualizar a posse de bola das equipas ao longo dos jogos
assim como a média de percentagem de posse de bola de cada equipa no Torneio.
JOGOS MÉDIA
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Em suma, o principal objetivo foi atingido, foram obtidos valores que permitem a
caracterização do Torneio assim como fornecer dados à Federação Portuguesa de
Futebol que permitam a adoção de novas estratégias para o desenvolvimento do
Futebol de Formação.
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B.2.7. Limitações
Dada a realidade e aplicação deste estudo, este está limitado ao Torneio Inter-
Associações “Lopes da Silva”, logo poderá não estar ajustado para outros Torneios,
visto ser aplicado ao escalão de sub 14 masculino estará também limitado a estes
parâmetros. Ao ser aplicado a um torneio de nível nacional, neste caso português, está
também limitado a essa condição. O tempo de jogo realizado no Torneio foi diferente do
tempo de jogo realizado ao longo do campeonato pelos jogadores, este dado poderá
também criar uma limitação quanto à variável avaliada do tempo de jogo. O sistema de
observação foi criado de forma a dar respostas aos objetivos propostos para este
Torneio, logo para aplicação deste a outros contextos necessitará de revisão, para
adição ou remoção de categorias e critérios, estas poderão variar conforme o contexto
de aplicação, escalão, tipo de competição, género e objetivos propostos.
Para o estudo realizado não foi tido em conta quem foi o jogador que realizou a
ação, foi sempre codificado como incógnito, como tal, seria interessante codificar qual
o jogador que realizou a ação e elaborar também uma análise e caracterização do
jogador e do seu perfil. Esta poderá ser uma forma de fornecer ainda mais dados a
Federação Portuguesa de Futebol e aos Treinadores e Selecionadores.
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Quanto à realização dos estudos, a opção de elaborar dois, foi ambiciosa, mas
esta ambição acabou por ser bastante recompensadora a vários níveis. A construção
de um sistema de observação de identificação de talentos permitiu aprofundar e adquirir
um conhecimento maior sobre a área contribuindo assim para um desenvolvimento
multidisciplinar de um treinador. Embora esteja numa fase embrionária, a oportunidade
de ter sido elaborado um instrumento único e de aplicação prática a uma temática que
tinha essa lacuna foi também gratificante. A análise e caracterização do Torneio,
inesperadamente permitiu também um desenvolvimento na área da liderança de grupos
de trabalho assim como um desenvolvimento na área da análise de jogo e dados,
embora este já seria esperado.
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Todo o percurso realizado até agora permitiu que hoje pudesse estar
enquadrado num dos melhores clubes do mundo ao nível da formação, desempenhar
tarefas de observação e análise nas diferentes áreas, gerir grupos de trabalho e
departamentos e desafiar-me nas diferentes áreas do treino.
A nível profissional o grande objetivo passa numa primeira fase por tornar-me o
mais completo possível a desempenhar a função de treinador adjunto, especializado na
área de observação e análise, mas sempre em evolução em áreas como a fisiologia,
preparação física, avaliação e controlo do treino e psicologia para assim atingir esse
objetivo. Embora já tenha tido experiências em todos os escalões de futebol, a curto e
médio prazo o objetivo é estar em contextos que promovam a aprendizagem e
desenvolvimento das áreas referidas anteriormente, independentemente do escalão,
desde que este os promova.
Numa segunda fase só o tempo dirá o que reserva, no entanto, passa pelas
conquistas internas, externas e a luta pelo sonho como tem sido referência ao longo
deste Relatório Final de Estágio.
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Anexos
Análise Quantitativa:
Análise Qualitativa: