A Maconaria - Rizzardo Da Camino
A Maconaria - Rizzardo Da Camino
A Maconaria - Rizzardo Da Camino
Rizzardo Da Camino
@DACAMINO
www.dacamino.com.br
ÍNDICE
Apresentação
Os primeiros passos na Maçonaria
Salomão edifica a Casa do Senhor
O Profano
A Iniciação
A Câmara das Reflexões
O Ensaio
O Templo
O que é o Templo
Disposição e decoração do Templo
O Altar
O Livro Sagrado
O Esquadro
O Compasso
A Borda Festonada
A Estrela Flamígera
A Corda de 81 Nós
As Colunas
A Abóboda Azulada
A Luz
A Régua de 24 Polegadas
As Joias
O Painel da Loja
O Mar de Bronze
O Altar dos Perfumes
O Incenso
O Avental
As Espadas
Os Timbres
A Cadeia de União
A Teoria Atômica
O Balandrau
O Templo
O Rosário
O Compasso
A Saudação
A Comunhão com Deus
Vida e morte, o mistério maior
APRESENTAÇÃO
A Ordem Maçônica tende, sem afastar-se dos princípios
filosóficos e litúrgicos, a criar ”corpo nacionalista”, ou seja, caminhar
por si só, semeando e colhendo os próprios frutos através de uma
experiência que já tem quinhentos anos.
Sem a preocupação de proselitismo, a Ordem se mostra muito
acanhada no que diz respeito à divulgação, limitando-se à
publicação de revistas e jornais, porém de circulação interna.
Nesses periódicos são colhidos artigos, ensaios, estudos
apresentados espontaneamente pelos maçons, havendo portanto,
uma constante troca de pensamentos que de certo modo vêm definir
a existência de uma filosofia brasileira, complementação da filosofia
geral universal.
O outro aspecto da divulgação fixa-se nos livros; muitos
autores, brasileiros estão surgindo, deixando os mais antigos
marcando passo, pois estes repisam conceitos arcaicos e em
desuso.
No entanto, a divulgação literária apresenta-se promissora, pois
temos cerca de sessenta títulos, apresentados por um grupo que
oscila entre quarenta e cinquenta escritores.
Observa-se, em todo território nacional, que as Lojas,
mensalmente, programam iniciações, trazendo para os seus
quadros, sempre mais, novos elementos que vêm engrossando as
fileiras dos adeptos da Arte Real.
Quem tem a oportunidade, como nós, de percorrer o País e
frequentar as Lojas, observa a sede existente, tanto por novidades
quanto por obras já esgotadas.
A dificuldade econômica que atravessamos encarece o livro,
não tanto para o adquirente, mas para o Editor que necessita
empatar um expressivo capital, cujo retorno poderá ser certo porém
demorado.
A divulgação de uma obra, o seu marketing não beneficiou, até
agora, a literatura maçônica; isto porque nas feiras que se
organizam em todos os recantos, encontrar uma estante de livros
maçônicos é um verdadeiro milagre!
Sem o empenho dos Editores, as obras não estimulam a
aquisição simplesmente porque não atingem o maçom.
Existe, ainda, em muitos lugares, o hábito retrógrado de manter
a literatura maçônica dentro das Lojas, em cujos saguões há uma
modesta estante, invariavelmente desfalcada, que oferece certas
obras tradicionais sem a preocupação da atualização e, muito
menos, a presença do Editor.
O nosso primeiro livro, A Cadeia de União, publicado em 1972
pela Editora Aprendiz, dirigida pelo incansável maçom Alberto
Mansur, já teve em outra Editora, a Aurora, do competente editor
Francesco Molinaro, sucessivas reedições. Citamos este exemplo
para dizer que A Cadeia de União é obra no momento esgotada.
O maçom, em sua maioria, desconhece os meandros de uma
publicação e crê que o autor e o editor se confundem. São
raríssimos os autores que, às suas expensas, editam as próprias
obras, motivo porque, também, não cabe a eles a divulgação e a
venda.
Nos nossos contatos com os maçons do Brasil, sem exceção,
nos é solicitado, com grande empenho, o fornecimento dos nossos
livros. Pelas razões acima expostas, obviamente nâo os podemos
atender. Dessa experiência é que temos autoridade para informar
que o livro maçônico tem pouca divulgação.
Se os maçons têm tanto interesse em adquirir as obras
maçônicas, porque as Editoras não se empenham em estendê-las a
todos os recantos do País? Por esse motivo é que nos propusemos
a dar mais um passo, visando satisfazer o maçom brasileiro e atingi-
lo: propiciar a mais de uma editora a edição dos nossos livros.
Somos do Sul e residimos em Porto Alegre: justo e agradável o
encontro que tivemos com os Diretores da Tchê! Editora, novel
empreendimento, em franca expansão, que vem conquistando o seu
predestinado lugar ao Sol no País. Fomos acolhidos de forma
cavalheiresca; a finesse de seu Editor Executivo nos
conquistou. De imediato lhe entregamos um novo título, na
expectativa de que seja o primeiro passo para a construção de uma
estante. O primeiro passo, dado com firmeza, constrói o caminho
que poderá ser uma alameda, uma avenida, enfim, um mundo. Já
escrevemos dezoito livros e temos programados alguns mais, na
esperança de que o Grande Arquiteto do Universo permita uma
eficiente divulgação.
Nossa preocupação maçônica é atingir o novo maçom, as
novas gerações que denominamos aprendizes, para quem sentimos
o impulso de os orientar nos seus primeiros passos.
O presente livro não constitui novidade maior; são conceitos,
fruto de uma longa vivência maçônica e a experiência de que, se a
Maçonaria deseja manter-se ativa e íntegra, deverá instruir os seus
neófitos.
Muitos propalam que o maçom é um eterno aprendiz; não
somos dessa opinião; o maçom passa por várias fases; a primeira é
o do aprendizado, para depois alcançar o companheirismo, o
mestrado, os graus superiores e, assim, alcançar o ápice da
pirâmide.
Ao entregarmos ao público maçom, e também ao profano -
porque os conceitos expendidos são universais, cabem em qualquer
meio —, o nosso trabalho, uma vez que como semente alcance solo
fértil, teremos a esperança de estarmos sendo úteis e colaborando
no aperfeiçoamento do homem, este símbolo excelso que nos dias
atuais encontra sérios obstáculos na realização do seu ideal.
O Autor
OS PRIMEIROS PASSOS NA
MAÇONARIA
A natureza é sabia e nos dá lições constantes, ansiosa para
nos desvendar os seus mistérios. As coisas primárias e banais são
composições complexas de uma Vontade Superior, e o homem se
eterniza na busca da compreensão a respeito da imensidão do
Cosmos, do seu nascimento e do porque se aflige com as mínimas
contradições e obstáculos que encontra em seu caminho.
O recém-nascido, após aprender a chorar, a sorrir e balbuciar
as primeiras palavras carinhos, encera os primeiros passos,
amparado por mão maternas, cuidadosas e protetoras. A dificuldade
está, justamente, nesta satisfação inata de andar, porque traduz a
liberdade de movimentos.
Depois que a criança se afirma, já não quer apenas alguns
passos, mas que andar, correr, pular, enfrentar perigos e se
desprende da mão protetora.
Assim é o Maçom.
Os seus primeiros passos não os pode dar sozinho; alguém o
ampara e lhe indica o caminho. Todo caminho é construído de
passos e se alguém não se lança ao primeiro, jamais prosseguirá. O
Aprendiz Maçom, depois de sua iniciação, é auxiliado a percorrer o
caminho a cujo percurso anuiu através de promessas e juramentos
prestados perante a Comunidade Maçônica. Torna-se impossível ao
Aprendiz, por si só, assimilar tudo o que lhe é dito, mostrado e
exemplificado. Terá necessidade de se instruir.
Ser Maçom, hoje, difere muito da situação de alguns séculos
atrás, quando não havia literatura específica alguma para os
estudos preliminares. Os compêndios filosóficos ressentiam-se de
esclarecimento dirigido para que se convencionara designar por Arte
Real. As lições eram transmitidas oralmente, dentro dos Templos
com as cautelas rigorosas, para se evitarem a profanatização e a
perseguição, essa, dos poderosos e da Igreja. Hoje o homem sente-
se livre, até para errar e sucumbir.
Para ingressar na Maçonaria, basta demonstrar interesse e
encontrar numa roda de conhecidos algum maçom que,
prontamente, não só lhe esclarecerá sobre o que seja a Maçonaria
como o poderá propor a alguma Loja, mais comumente à sua
própria Loja.
Hoje torna-se fácil ingressar nas fileiras da Maçonaria,
obviamente sendo o aspirante um cidadão correto de
comportamento e apto para assimilar os conceitos sócio-filosóficos.
Há uma expressão lapidar que diz respeito ao ingresso na
Ordem Maçônica: “ser uma pessoa livre e de bons costumes”.
Toda frase pequena. Simples e aparentemente inofensiva, na
maioria das vezes, resulta em algo extremamente difícil. O “ser livre
e de bons costumes” envolve certas situações sociológicas e
morais. Hoje não existe mais a escravidão, o trabalho forçado, a
subjugação aos poderosos, o temor às coisas sobrenaturais, a
dependência de uma outra vontade. O conceito liberdade é amplo.
O homem atual é completamente livre; como dissemos no
início, até para sofrer. O homem pode matar, roubar, enfim, delinquir
à vontade. Obviamente, quem age contra a liberdade de outrem, ou
delinque, encontrará a sua compensação, a resistência da Lei e o
castigo. Maçonicamente, ser livre não significa ser libertino e abusar
de sua liberdade, pois esse ser livre vem condicionado a ser de
bons costumes. É preciso, pois, que o maçom saiba que para ele a
liberdade é condicionada.
Quem ingressa na Maçonaria deve estar preparado e instruído
para saber que encontrará preceitos, estatutos, regulamentos,
normas, tradição, superiores hierárquicos e, pela frente, muito e
muito trabalho que visa o aperfeiçoamento próprio e dos seus
irmãos.
Hoje, se é fácil ingressar na Ordem Maçônica, é muito difícil
permanecer nos seus Quadros. Assim, o conceito de liberdade sob
a ótica maçônica difere do conceito vulgar. O maçom não é livre
para lançar contra um seu irmão qualquer palavra que o possa
melindrar; já não é exigido que essa palavra possa ser ofensiva,
mas basta que cause ao atingido o mal estar e a posição incômoda.
Disso resulta que a liberdade, conceituada maçonicamente,
apresente rigorosos freios.
Não é fácil conviver um longo tempo com um grupo de pessoas
sem que surja qualquer, mesmo diminuta ação que possa ser
interpretada como agressão. O equilíbrio do comportamento deverá
ser tão preocupante que em nenhum momento possa cambalear.
Alguém poderá contrapor: mas que liberdade é essa? Mais
parece escravidão! Realmente, a essência maçônica é construída
com o Amor, e para que haja sempre a harmonia, o bem estar, a
felicidade e o progresso, deve existir à frente de tudo o Amor!
Curva-se ao culto da fraternidade não significa abdicar da liberdade,
pois a verdadeira liberdade é sustentada pela moral.
A Liberdade é forjada como se fosse um cristal; esse deve ser
límpido, transparente, sem mácula e com o seu peso específico
para que se vislumbre a pureza e a beleza. Por outro lado, o
complemento da Liberdade, que é o bom costume, importa num
comportamento compatível como existente dentro da Loja onde o
Aprendiz ingressou. Os bons costumes podem ser os bons hábitos,
as atitudes corretas, o comportamento honrado, a fidelidade, a
confiança, a moral no sexo, nos costumes familiares, no
desenvolvimento do trabalho, no trato com os superiores, com os
mais velhos, com os desvalidos, com os deveres profissionais, com
o empenho no estudo, com a constância para o crescimento
espiritual, enfim, uma gama de situações positivas.
Tudo isso reunido forma o homem livre e de bons costumes, de
modo que se um candidato que aspire o ingresso na Ordem
Maçônica não tiver a bagagem necessária, poderá ser acolhido,
mas certamente por pouco tempo, porque as suas falhas e defeitos
aflorarão logo com as consequências que se pode imaginar.
No entanto, centenas de aspirantes que lograram ingressar na
Ordem Maçônica não possuindo as condições exigidas, pelo
empenho, pelo amparo encontrado, pelo trilhar do caminho, um
passo após outro conseguiram a reabilitação e, de forma uníssona,
acompanhar os Mestres, tornando-se elementos úteis à Ordem
Maçônica, à sua Família e à Sociedade.
Os Mestres, a cada reunião, são repetitivos quanto à orientação
aos novos, e insistem para que os Aprendizes possam burilar-se na
busca incessante do aperfeiçoamento. Por este motivo os
Aprendizes recebem a recomendação de não faltarem. Às reuniões,
podendo até sofrer certas punições pelas faltas não justificadas.
Pareceria, à primeira vista, inapropriado sugerir aos Aprendizes
como devem comportar-se para honrar o nome de Maçom com que
foram investidos. No entanto, os maçons sabem como na
atualidade, seja por reflexo da situação incerta que vivemos,
enfrentando a violência, a corrupção, os vícios, o tráfico de drogas,
a enfermidade, a pobreza, seja pelas filosofias disseminadas que
são deletérias e tentam destruir conceitos seculares, a Maçonaria
encontra-se em crise, com as suas Lojas vazias enfrentando toda
espécie de dificuldades.
Para exemplificar: frequentemente são noticiadas expulsões
dos Quadros da Ordem Maçônica, tanto de membros novos como
antigos, o que reflete a errada atuação, seja dos que são expulsos,
seja dos que expulsam. Aqueles por comportamento incompatível,
estes pela falta de tolerância e desejo de reconstrução; não existe
mais o Pastor que, ao notar o extravio de uma ovelha, coloca o
rebanho em lugar seguro e vai enfrentando os perigos em busca da
ovelha perdida.
O Aprendiz maçom encontra-se na fase específica de ouvir e de
aprender. Ele é comparado à Pedra Bruta.
A Maçonaria apresenta nos seus diversos departamentos o
material adequado à construção de alvenaria; assim, a cada setor,
cada motivo, cada passo recebe um nome simbólico.
A pedra, alicerce de qualquer construção, quando usada para
que a obra seja sólida, não necessita de maior preparo, apenas,
com o esquadro, o malho e as cunhas é preparada toscamente para
o destino que o construtor previu.
Crescendo a obra, as pedras necessitam de melhor
preparação, e passam a ser buriladas, para que as suas arestas
sejam retiradas e de forma mais nobre passam a se ajustar,
complementando as partes que se tornam visíveis, que sobressaem
dos alicerces.
A mesma pedra serve para a ornamentação e por isto passa a
ser polida, adquirindo lustro de modo a espelhar e refletir.
O Aprendiz é como essa pedra: inicialmente bruta, cheia de
pontas que podem ferir as mãos daqueles que a manejam. Com a
instrumentação adequada, que é o esforço, o empenho, o auxílio
dos mais capazes e o manejo dos instrumentos, ele se burila e se
apresenta sem as arestas que ferem. Ao final, aprende a polir a
pedra que foi burilada e que antes era bruta e se apresenta
embelezada.
Interpretar essa linguagem simbólica não é difícil, mas o
Aprendiz deve estar ciente de que fatalmente deverá passar por
todas essas fases. Para uma compreensão um pouco mais
aprofundada, o Aprendiz deve, antes de mais nada, penetrar na
construção do Grande Templo de Salomão, que é o repositório de
todo conhecimento maçônico.
Ainda em Israel, mais especificamente em Jerusalém,
continuam os arqueólogos descobrindo novos resíduos daquela
monumental construção. Até hoje não foi encontrada a Arca da
Aliança, provavelmente oculta aos babilônios destruidores do
Templo; e possivelmente ainda poderá ser encontrada.
Como o Aprendiz constatará mais tarde ao evoluir nos seus
estudos, ele é considerado pelo Senhor o Grande Templo. Esta é a
parte espiritual da Maçonaria, que deve ser assimilada de forma
paralela com a parte histórica e litúrgica. Tudo no seu devido tempo.
Há uma canção popular onde está um verso, descrevendo a
simbiose entre a cidade do Rio de Janeiro e o cantor, que diz,
referindo-se à estátua do Cristo Redentor: “Quem abre os braços
sou eu”. O cantor se coloca no lugar das belezas do Rio de Janeiro
fundindo-se com elas, revelando uma filosofia muito profunda.
Realmente, se o homem é o Templo do Deus vivo, ele também será
todo o material usado para a sua construção.
Portanto, como ponto de partida para que o Aprendiz possa
assimilar a sua própria Iniciação, cumpre lhe seja apresentado o
plano que Deus arquitetou para a construção do seu imenso
símbolo. Não só a construção em si, mas o seu embelezamento
pelas mãos do artífice Hiram Abif, personalidade mitológica que, por
sua vez, reflete o que o Aprendiz possa vir a ser dentro da Ordem
Maçônica.
Num misto de história e de lenda, de filosofia e profunda
espiritualidade apreciemos estes aspectos.
A Maçonaria tem as suas profundas raízes nas lições do
passado e nos Livros Sagrados. Vejamos o que nos dizem as
Sagradas Escrituras a respeito de sua espinha dorsal.
SALOMÃO EDIFICA A CASA DO
SENHOR
“Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor em Jerusalém,
no monte de Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, lugar
que Davi tinha designado na eira de Ornã, jebuseu.
Começou a edificar no segundo mês, no dia segundo, no ano
quarto do seu reinado.
Foram estas as medidas dos alicerces que Salomão lançou
para edificar a casa de Deus: o comprimento em côvados, segundo
o primitivo padrão, sessenta côvados, e a largura vinte.
O pórtico diante da casa media vinte côvados no sentido da
largura do Lugar Santo, e a altura cento e vinte, o que cobriu de
ouro puro.
Também fez forrar de madeira de cipreste a casa grande, e a
cobriu de ouro puro, e gravou nela palmas e cadeias.
Também adornou a casa de pedras preciosas; e o ouro era de
Parvaim.
Cobriu também de ouro a casa; as traves, os umbrais, as
paredes e as portas; e lavrou querubins nas paredes.
Fez mais o Santo dos Santos, cujo comprimento, segundo a
largura da casa, era de vinte côvados; cobriu-a de ouro puro do
peso de seiscentos talentos.
O peso dos pregos era de cinquenta ciclos de ouro. Cobriu de
ouro os cenáculos.
No Santo dos Santos fez dois querubins de madeira e os cobriu
de ouro.
As asas estendidas, juntas, dos querubins mediam o
comprimento de vinte côvados; a asa de um deles, de cinco
côvados, tocava na parede da casa; e a outra asa de cinco côvados
tocava na asa do outro querubim.
Também a asa do outro querubim era de cinco côvados, e
tocava na outra parede; era também a outra asa igual mente de
cinco côvados, e estava unida à asa do outro querubim. As asas
destes querubins se estendiam por vinte côvados.
Eles estavam postos em pé, e os seus rostos virados para o
Santo Lugar.
Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho
fino; e fez bordar nele querubins.
Fez também diante da casa duas colunas de trinta e cinco
côvados de altura; e o capitel sobre cada uma de cinco côvados.
Também fez cadeias, como no Santo dos Santos, e as pôs
sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais
pôs nas cadeias.
Levantou as colunas diante do templo, uma à direita e outra à
esquerda; a da direita chamou-lhe Jaquim, a da esquerda Boaz.
Também fez um altar de bronze de vinte côvados de
comprimento, vinte de largura e dez de altura.
Fez também o mar de fundição, redondo, de dez côvados duma
borda até a outra borda, e de cinco de alto; e um fio de trinta
côvados era a medida de sua circunferência.
Por baixo da sua borda em redor havia figuras de colocíntidas,
dez em cada côvado; estavam em duas fileiras, fendidas quando se
fundiu o mar.
Assentava-se o mar sobre doze bois, três olhavam para o norte,
três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente; o mar
apoiava-se sobre eles, cujas partes posteriores convergiam para
dentro.
A grossura dele era de quatro dedos, a sua borda como borda
de copo, como flor de lírios; comportava três mil batos.
Também fez dez pias, e pôs cinco à direita e cinco à esquerda,
para lavarem nelas o que pertencia ao holocausto; o mar, porém,
era para que os sacerdotes se lavassem nele.
Faz também dez candeeiros de ouro, segundo fora ordenado,
pós no templo, cinco à direita e cinco à esquerda.
Também fez dez mesas, e as pôs no templo, cinco à direita e
cinco à esquerda; também fez cem bacias de ouro.
Fez mais o pátio dos sacerdotes e o pátio grande, como
também as portas deles as quais cobriu de bronze.
E o mar pôs ao lado direito da casa para a banda sueste.
Depois fez Hiram as panelas, e as pás, e as bacias. Assim
terminou ele de fazer a obra para o rei Salomão, para a casa de
Deus; as duas colunas, e os dois globos, e os dois capitéis que
estavam ao alto das duas colunas; as duas redes, para cobrir os
dois globos dos capitéis que estavam no alto das colunas.
As quatrocentas romãs para as duas redes, isto é, duas fileiras
de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis
que estavam no alto das colunas.
Fez também os suportes e as pias sobre eles, o mar com os
doze bois por baixo.
Também as panelas, as pás, os garfos e todos os utensílios fez
Hiram Abif para o rei Salomão, para a casa do Senhor, de bronze
purificado.
Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta,
entre Sucote e Zeredá.
Fez Salomão todos este objetos em grande abundância, não se
verificando o peso do seu bronze.
Também fez Salomão todos os utensi1ios do Santo Lugar de
Deus; o altar de ouro, e as mesas, sobre as quais estavam os pães
da proposição.
E os candeeiros com as suas lâmpadas de ouro puro, para as
acenderem segundo o costume, perante o Santo dos Santos.
As flores, as lâmpadas e as tenazes eram do mais fino ouro;
como também as espavitadeiras, as bacias, as taças e os
incensários, de ouro finíssimo; quanto à entrada da casa, as suas
portas de dentro do Santo dos Santos e as portas do Santo Lugar
do templo eram de ouro.
Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa
do Senhor, então trouxe Salomão as cousas que Daví, seu pai,
havia dedicado; a prata, o ouro e os utensílios, ele pôs entre os
tesouros da casa de Deus.”
O PROFANO
O profano, no conceito maçônico, é o estranho que demonstra
inclinação, interesse e curiosidade de tudo o que se relaciona com a
Maçonaria.
Destacam-se tipos variados, os que têm a Maçonaria como
religião totalmente desconhecida e misteriosa, chegando a temer o
contato com os maçons, seja por influência negativa da sua
educação no período da infância, seja por ignorância, pois o mínimo
que se pode exigir de alguém interessado e que busque nas
bibliotecas as informações desejadas.
Apenas com o intuito didático poderíamos apresentar uma
classificação a respeito; assim teríamos o comum, o normal, o
espiritualizado, o desprevenido, o preparado, o alfabetizado - no
sentido de ser portador de uma cultura primária - e o culto seja ou
não intelectualizado.
As origens, por sua vez, têm grande influência, assim o
europeu, o hebreu, o egípcio, o oriental, o americano e, por fim, o
brasileiro se apresentam com aspectos diferentes; um maçom de
origem hebraica difere em muito de um de origem europeia,
especialmente portuguesa, - espanhola ou italiana, povos que se
entrosaram com o africano e o índio para formar, a grosso modo, o
brasileiro.
O oriental, obviamente, com a sua formação na maioria das
vezes herdada de seus antepassados, altamente mística, verá na
Maçonaria uma grande aproximação de seu culto familiar e
compreenderá com extrema facilidade o misticismo maçônico.
O egípcio, especificamente, traz dentro de si os mistérios das
Pirâmides e da Esfinge; aparentemente encontraremos transitando
pelas avenidas do Cairo um povo rude, agressivo, desconfiado e
vazio de religiosidade; mas se nos determos a analisar o seu
comportamento espiritual íntimo, o veremos em suas mesquitas,
profundamente recolhido, entregue ao sabor místico muçulmano,
sendo que para ele essa religião foi importada do Islã.
Foi-nos dito, no Cairo, que há um grupo apreciável de egípcios
que mantêm o culto de seus antepassados; atuam com muita
discrição. A Maçonaria egípcia difere bastante da nossa; nota-se a
tendência mística com um interesse acentuado na busca de suas
origens.
O Governo planeja recolocar as múmias retiradas dos túmulos
pelos arqueólogos europeus, que profanaram impiedosamente a
morada dos antigos reis; as múmias existentes em todo mundo não
constituem um grupo anônimo; de forma geral, seus nomes são
conhecidos.
A crença do Governo Egípcio é de que o País somente
retornará ao progresso merecido, quando os seus mortos forem
venerados nos seus sacrários; difícil será, indiscutivelmente, reunir
essas múmias; somente um trabalho consciencioso, elaborado
pelas Nações Unidas, seria capaz de restabelecer esta harmonia
mística. A Humanidade tem para com o povo egípcio este
compromisso.
O hindu e o tibetano inclinam-se de forma muito acentuada a
reconhecer nos mistérios maçônicos filamentos com as suas
filosofias; assim, temos nesses povos cultos maçônicos tão
diferentes dos nossos, latino-americanos, que numa comparação
grosseira poderíamos apresentá-los como filosofia superior diante
da primariedade dos nossos trabalhos em Templo.
O homem comum constitui o maior celeiro, onde vamos buscar
os candidatos. Consideramos a Maçonaria brasileira formada de
homens comuns, pois é esta a Maçonaria que conhecemos; homem
comum não é depreciativo, mas constitui a normalidade e se explica
isto, porque é o candidato mais vulnerável ao convite.
De certo modo, o homem comum é pedra bruta que se adapta
melhor à evolução; é aquele que aprende com mais facilidade e
poderá, caso encontre o seu Mestre, vir a ser elitizado.
A Maçonaria busca aperfeiçoar o homem; se o encontrar na
condição de candidato, já evoluído, o caminho a ser percorrido será
ameno, porém se necessitar serem suas arestas removidas, o
trabalho deverá percorrer um longo caminho.
O risco é conhecido; assim, temos um volumoso grupo, uma
apreciável parcela formada de maçons comuns que envelhecem e
se mantêm teimosamente comuns.
Dentro da classificação comum encontramos o QI baixo, grande
suscetibilidade, pouca tolerância, escassa vontade de ilustração e
acentuado espírito crítico.
São os que afirmam “eu sou um eterno aprendiz”, pois não se
acham capazes de progredir, de evoluir, de crescer e voar em busca
de altitudes.
São os que não saem da horizontalidade.
São os que criticam a elitização; não lêem e nada produzem,
apenas contribuem - o que já é suficiente - para somar forças
espirituais.
Distinguimos o homem comum do homem normal. Comum será
aquele a quem não conhecemos e que nos é apresentado como
elemento apto a ingressar na Ordem. Normal, contudo, é o
candidato previamente comprovado, isto é, já analisado pelo Grupo
e que foi encontrado limpo e puro.
A seleção é tarefa maçônica das mais importantes, porque
estaremos trazendo para dentro dos Templos quem será nosso
irmão.
A norma a ser seguida, obedecendo a tradição, é encontrar no
candidato um homem livre e de bons costumes; livre no aspecto
amplo, liberdade de pensamento, limpo filosoficamente,
independente em todos os sentidos. Os bons costumes envolvem
não só a moral mas todo um comportamento, incluindo o espiritual,
os bons hábitos, a trajetória salutar, o conhecimento geral sobre a
vida e a morte, apenas desconhecendo os mistérios da Maçonaria.
O homem espiritualizado forma um grupo à parte na
Humanidade, porque mais compreensivo, conhecedor de uma vida
do além túmulo e apreciador do sobre-humano. Nao se confunda
espiritualizaçao com religião. A espiritualidade conduz à Grande
Libertação. A religião, frequentemente à estagnação, isto é, ao lado
de um fanatismo e de exclusividade de conceitos e crenças.
O maçom deve ser espiritualizado; poderá o candidato adquirir
esta espiritualidade no curso de seu aprendizado, companheirismo,
mestrado e caminhada filosófica, porém o risco será grande se este
candidato não estiver propenso a esta espiritualidade, eis que
tomará por norma o seu comportamento e os de seus irmãos no
terreno exclusivamente da moral.
Na maioria os homens comuns são desprevenidos, os que
jamais esperam encontrar dentro de uma Instituição ou Ordem a
parte mística e a realização de seus desejos inconscientes.
Desprevenido no sentido de ingressar vazio, por curiosidade, na
busca de um apoio. Estes poderão encontrar desilusões e
resultarem no peso morto existente em todas as Lojas.
O homem preparado, não no sentido da cultura e do
conhecimento, mas preparado para ser iniciado, demonstrará desde
o início a sua tendência, a sua inclinação, o seu destino, até para a
descoberta da possibilidade de uma auto realização, de um auto
aperfeiçoamento, mas num trabalho de dualismo; ao mesmo tempo,
colaborar para que o Grupo se auto realize e se auto aperfeiçoe.
O preparo comporta uma profunda incursão no campo
metafísico, pois o maçom aceita a parte mística na escolha; em
resumo, para simplificar o processo, que é sutil, quem seleciona não
é o membro de uma Loja Maçônica mas sim o Grande Arquiteto do
Universo, que, em última análise, é o forjador da nova
personalidade, pós-iniciação.
A personalidade não deve ser aceita como destino fatal e
imutável, eis que contamos com inúmeros meios para transformar o
homem. Apenas para citar exemplos comuns, temos o resultado do
trabalho científico exercido por psiquiatras e psicólogos, por
ministros de religiões e até por analistas de uma simples assinatura.
A assinatura revela não só o estado físico da pessoa mas a sua
personalidade. Os números correspondentes às letras do alfabeto
que usa e aprendeu a grafar desde os bancos escolares em sua
alfabetização, a alteração da grafia, a redução ou ampliação do
nome, a parte da grafologia, enfim, os aspectos já conhecidos
podem alterar, sempre para melhor, uma personalidade.
Que dizer, então, de um trabalho consecutivo, pertinaz,
amoroso, no sentido de uma nova fase educativa, como se o
iniciando retornasse aos bancos do curso primário, recebesse a
paciente orientação de como deve comportar-se o conhecimento de
sua vivência interior e o reflexo da espiritualidade que um novo
nascimento propicia para os restantes dias de sua vida neste
mundo.
O candidato à iniciação deve atingir uma idade posterior à sua
maioridade; esta idade os regulamentos fixam em 25 anos, quando
o indivíduo já é adulto. Plasmar uma nova personalidade em um
adulto é trabalho que exige conhecimento dos nossos mestres.
Assim, o homem preparado nos mínimos detalhes, antes ou durante
a fase iniciática, há de resultar um membro da Ordem, em
condições vantajosas com resultados tão positivos que seu ingresso
na Cadeia de União passará a ser um benefício geral.
O homem profano não significa homem vulgar; o homem
comum traz consigo todas as perspectivas de vir a ser um limpo e
puro elemento, pois nele foi feita a preparação para a rotulagem que
a Maçonaria exige: ser livre e de bons costumes. No que diz
respeito à instrução, temos o simplesmente alfabetizado, o de
cultura média e o culto. Nem sempre um simples alfabetizado
encontra obstáculo para a iniciação.
Num país como o nosso, onde a cultura se apresenta, ainda e
infelizmente, incipiente, onde há um grande número de analfabetos,
a ponto de ser permitido o seu voto político, a Maçonaria não pode
ser exigente como é a da Europa.
Analisando-se com cuidado a situação do alfabetismo - e
podemos nesse rol incluir os que possuem apenas o curso primário
- de certa forma podemos ver, nestes, elementos de grande valor.
A mente dos que não alcançaram, geralmente por falta de
maior oportunidade, estudos mais avançados, se apresenta virgem
e passa a aceitar com extrema facilidade a orientação que lhe é
dada, porque notam que o mestre está imbuído da melhor boa
vontade e amor fraterno para moldar uma nova personalidade.
Se, psicológica e misticamente, o iniciando perece para
renascer nova criatura, obviamente a sua mente deverá vir
esvaziada dos conceitos que possui a respeito da existência de uma
morte e de uma nova vida.
A nossas Lojas não são elitistas; aceitam a todos os que se
apresentarem livres e de bons costumes, pois o material de que o
homem é feito, além de sagrado, é o de melhor qualidade que possa
existir.
Quanto ao homem culto, o universitário, o excepcional que se
destaca no meio em que vive, pela oportunidade que teve em
vencer na vida, indubitavelmente apreenderá com maior facilidade
os mistérios que a Ordem lhe revelar.
No entanto, algumas ressalvas devem ser feitas; o homem culto
é analítico e usa a sua razão com propriedade; pouco empírico, vê
tudo com olhos experientes.
Caso ele satisfaça a sua ansiedade de transpor de forma
natural o limite entre a morte e a vida, então aceitará os princípios
maçônicos, sem reservas.
Na nossa experiência, no que diz respeito à alteração do nome
ou grafia da assinatura, temos encontrado homens cultos,
professores de universidade, religiosos instruídos, que aceitaram as
sugestões passando, de um momento para outro, a adotar nova
assinatura, simplificar seu nome, aceitar as adaptações e com
resultados altamente positivos.
Nem sempre a cultura se torna obstáculo para o ingresso no
difícil campo da espiritualidade e da mística. Portanto, o candidato é
retirado do celeiro comum; curiosamente, um candidato será
portador das mesmas qualidades e condições de seu proponente.
Cada maçom tem o direito, atingido o mestrado, de apresentar
um candidato; será o seu candidato, porque é ele quem faz a
seleção inicial. À congregação cabe aceitar ou não essa seleção.
Portanto, a Loja Maçônica não seleciona, apenas aprova ou
desaprova. Neste processo é desenvolvido um trabalho meticuloso,
iniciando pela apresentação do candidato.
O mestre apresenta à bolsa de propostas e informações, por
escrito, o nome, características e todas as informações sobre o seu
candidato. O faz de forma reservada, pois só o Presidente dos
trabalhos conhecerá o autor da proposta, mantendo-se sigilo.
Para melhor compreensão, façamos um paralelo, ainda que
grotesco, de como o Cristo agia quando formava o seu grupo.
Dirigia-se a uma determinada pessoa que encontrava por acaso e
lhe dizia: “tu, vem e segue-me“. Era a escolha direta; nem sempre
acertada, porque entre os doze houve um que não se ajustou ao
trabalho; um que não passou pela verdadeira iniciação. Na
Maçonaria é muito diferente, ninguém é chamado - o candidato é
apresentado.
Embora saibamos que o inspirador para a apresentação será
sempre o Grande Arquiteto do Universo, atua inicialmente uma
vontade humana, isolada e sem a percepção de que o impulso é
espiritual. O aspecto místico vem revelado, posteriormente, quando
o candidato é aceito e passa pela iniciação; esse elemento, contudo,
não se ajusta ao grupo e se afasta. O proponente, que trouxe o
novo elemento, num sentido geral passa a se preocupar com o
destino de seu candidato. Chega a esquecer que é o responsável e
até, por sua vez, também abandona a grei.
Porém, quando a escolha (seleção) obedece a verdadeiros
impulsos místicos, quando o proponente leva a sério o seu papel, a
sua participação, tudo fará para recuperar o seu candidato, o seu
afilhado e não o deixará perdido.
Numa segunda comparação com o Cristianismo, temos a
parábola do Bom Pastor que, colocando numa casa segura suas 99
ovelhas, sai em pleno temporal para buscar a última que se
desgarrara do rebanho. Infelizmente, na prática a Maçonaria não
segue a lição da parábola; o Presidente abandona a ovelha perdida
e diz: ela tinha por obrigação não se afastar do grupo.
Apresentado o candidato, é pronunciado o seu nome inúmeras
vezes até o término da sindicância e do escrutínio, sendo a sua
sorte lançada através da coleta total das esferas brancas.
O lançamento do nome do candidato por escrito, numa
proposta, numa sindicância, num boletim, não desperta maiores
efeitos esotéricos e místicos.
Porém, esse nome escrito é lido inúmeras vezes; a leitura em
voz alta produz sons; esses sons se expandem, como se fora uma
nuvem de gases radioativos; alcança a todos e são permanentes;
ecoam pelo Universo, de forma permanente, eterna, irreversível.
O fato em si é científico; sabemos que o som se propaga pela
atmosfera; ele é matéria e é indestrutível. O pensamento humano
pode transmudar-se em ondas sonoras; são ondas especiais, nem
hertzianas nem provindas de um raio laser. Há, ainda, muito mistério
em torno destes fatos; a realidade, porém, é que acontecem,
in.dependentemente de nossas certezas ou dúvidas.
A Maçonaria não é um clube, uma associação, um grupo seleto,
que repete os mesmos fenômenos encontrados entre os seres
humanos civilizados. Quando um estudante se inscreve num
vestibular para ingressar em uma faculdade, o seu nome passa por
setores vários, é escrito e pronunciado, mas esses sons, embora
permanentes, não trazem consigo o misticismo.
Quando foram criados aparelhos eletrônicos, impossíveis de ser
por agora, imaginados, a ponto de colherem esses sons perdidos na
atmosfera, teremos um estoque infinito de vozes que dificilmente
poderão ser identificadas e analisadas pelo grande volume, pelos
bilhões de seres vivos que emitem sons, inclusive os animais.
Porém, em se tratando de Maçonaria, e podemos ainda afirmar de
um agrupamento de indivíduos iniciados, que podem existir em
outras filosofias ou religiões, esses sons têm a finalidade de se
chocarem com os outros de igual identidade mística. Assim, o
pronunciamento do nome de um candidato à Arte Real produzirá
encontros e afinidades e completará uma determinada Cadeia de
União.
Nem todo maçom conhece este mistério, este fenômeno, esta
prática, mas é chegado o momento para que medite, examine e
chegue a uma conclusão. Após a descoberta conscientizará a
relevância destes conhecimentos, e o seu agir será muito diferente e
compreenderá o que significa “amar o próximo como a si mesmo”,
cultivando o amor fraternal de seu grupo.
Em nosso mundo visível são milhares as Lojas maçônicas; os
sons que formam o nome de um candidato, atingirão a todas as
Lojas Maçônicas, portanto, uma grande assembleia será atingida. O
processo de aceitação de um candidato não é mero ato
administrativo de uma Loja.
Se por acaso - e isto acontece seguidamente - um candidato é
rejeitado, haverá uma comoção geral, em todo mundo, porque a
influência mística deverá ser anulada. E como7 Se o som é eterno.
Que males poderão advir da interrupção do processo iniciático?
A iniciação começa no momento em que um mestre coloca
bolsa de propostas e informações o nome de seu candidato.
A rejeição, feita muitas vezes levianamente, importa em um ato
de enorme responsabilidade; quem coloca uma esfera negra de
rejeição, deve ter muito cuidado, porque, se agiu por motivos
levianos, toda carga desta rejeição é dirigida a ele, com
consequências imprevisíveis.
É o retorno fatal.
As vibrações decorrentes do pronunciamento do nome do
candidato e posteriormente a aclamação para a sua integração são
atos místicos. Desde os primeiros momentos que a pessoa inicia a
sua instrução lhe é dito que possuímos cinco sentidos de onde
partem as nossas atividades. Nem sempre é dito que paralelamente
(dualismo) a esses sentidos outros existem. Por exemplo, o sentido
da autodefesa e os sentidos denominados de espirituais, como a
terceira visão e o ouvido apurado que percebe a música das
esferas.
Como preparação para a iniciação, temos o despertar dos
sentidos, processo que se desenvolve dentro do Templo. Depois de
aprovado, limpo e puro, o candidato é despertado para a Grande
Libertação, obviamente, para a grande maioria, situada no
subconsciente.
Poucos e mesmo raros os candidatos que percebem, que
sentem a existência de um grupo que se preocupa consigo e o
prepara. Além desta preparação atingir páramos desconhecidos, há
uma grande preocupação do grupo para que o novo elemento possa
integrar-se, comungar com todos e, sobretudo, participar. Ninguém
desejará admitir no seio do grupo um estranho desafinado. Todos
desejam receber um iniciado que lhe seja irmão.
A INICIAÇÃO
Uma Iniciação sempre traduz uma expectativa porque é um
princípio, e todo começo importa em fato novo.
Em Maçonaria a Iniciação é a chave, o ponto de partida,
precedida, tão somente, pelos atos preparatórios já referidos no
capítulo anterior.
O vocábulo Iniciação não se apresenta isolado; deve-se
entender a palavra sob o aspecto filosófico, portanto ela é
compreendida como sendo entrar em iniciação, ou seja, ingressar
num início.
Uma iniciação não é um ato comum e tampouco exclusivo da
Maçonaria ou de outra Instituição paralela. A criança é iniciada na
escola quando ingressa no complexo (para ela) mundo das letras e
dos números, da escrita e da oralidade. A puberdade envolve uma
iniciação ao sexo; a maioridade, a iniciação à vista.
A evolução normal dos povos civilizados apresenta uma
tendência para a simplificação. A iniciação maçônica de hoje difere
muito da dos tempos iniciais, como acontece com os processos
iniciáticos religiosos. O homem atual desenvolveu o poder da
síntese, deixando de lado as evoluções desnecessárias. Questiona-
se muito a respeito da validade ou não deste comportamento que,
atingindo a Igreja, lhe causou certos transtornos.
O fator que mantém as tradições e que apresenta a iniciação
maçônica como tradição do que era em séculos passados, é o
símbolo. A supressão de certos atos, com a justificativa de
modernizá-los, de simplificá-los, de adaptá-los às circunstâncias da
atualidade, vem ferir a validade do símbolo. A Maçonaria atual,
modernizada, não abre mão de certos atos simbólicos porque eles
representam de modo compreensível todo um conjunto de mistérios.
A revelação não supre o valor do símbolo. O mistério
permanece e cada vez mais ele pode ser fortalecido e também
ampliado, renovado e recriado. A mística é a grande atração para os
maçons. Eles aceitam e mantêm a tradição.
Paralelamente à iniciação, o iniciado deixa ou adquire hábitos,
jura e promete novas atitudes, novos comportamentos, nova filosofia
de vida. Podemos exemplificar com a iniciação do sacerdote da
Igreja que faz voto de celibato. Os Templários faziam voto de
pobreza.
Se fôssemos verificar a respeito das variações iniciáticas entre
os povos, religiões, raças e posições geográficas, nos perderíamos
em um emaranhado de conceitos, válidos todos eles quando
questionados e quando recebida a justificativa.
A criação do homem, embora lendária, foi uma iniciação.
Juntado o pó com a água, feito o barro, concluída a modelagem,
veio o sopro divino e, ainda que surgindo adulto, o primeiro homem
símbolo teve um longo aprendizado. A sua posição era cômoda
porque nada tinha para deixar atrás ou de lado. Tudo era princípio.
Houve, sim, um voto. Apenas um: o de não comer dos frutos da
Árvore do Conhecimento.
Não temos qualquer preocupação em duvidar desse princípio
da criação. Mesmo que tenha sido uma tradição simbólica, início da
saga hebraica, ele representa um ponto de partida. Se, antes, já
existia o ser humano - os denominados “filhos da terra” — desses
não temos a história. Iremos nos defrontar com teorias, as mais
credenciadas, mas não poderemos sobre essas teorias construir
nossa filosofia. A Maçonaria acredita num princípio e aceita a tese
hebraica, porque obedece aos Landmarks, que são os 25 princípios
básicos de sua doutrina. A importância de estabelecer critérios
analíticos em torno desse princípio não é vital. O posicionamento
maçônico atual é o de crer e aceitar a existência de um Deus a
quem denomina de Grande Arquiteto do Universo e dá existência de
uma vida após a morte.
Portanto, iniciação implica em aceitarmos um novo princípio,
com todas as injunções que o compõem, inclusive com abrir mão de
tudo o que era antes da iniciação.
Esta secção, separando o passado do presente, não é possível
ocorrer no plano físico.
O iniciado, ao deixar o Templo, ao retornar ao “mundo”,
esquece a sua nova condição e readquire o comportamento que
tinha, isto paulatinamente, porque a “natureza não dá saltos”. O
mundo então o recebe como ser mais aperfeiçoado. Toda iniciação
se desenvolve no plano mental, espiritual e místico.
Muitos tendem a dar à Maçonaria um aspecto religioso e assim
dentro das Lojas, formam-se correntes as mais diversas. O religioso,
de forma geral, tende a adaptar a Maçonaria aos seus princípios;
assim, sob o ponto de vista espírita, o maçom espírita praticante
construirá em sua iniciação um panorama que não conflitue com sua
crença. Porém, sem afirmar que a Maçonaria é agnóstica, a religião,
embora extremamente necessária, não está incluída na filosofia
maçônica. Crer em Deus e numa vida futura não implica em
qualquer princípio religioso. A religião fundamenta-se, sempre, na
fé. A Maçonaria prescinde desta fé. O maçom religioso será,
sempre, um maçom compreensivo, embora os seus conhecimentos
religiosos possam frear a sua caminhada para o alto.
O religioso crê no dualismo: Deus e Diabo. A Maçonaria aceita
a Deus como um Princípio, sem a preocupação de perquirir sobre a
origem deste Princípio. O homem, é criatura; o Criador é Deus. O
homem é eterno; a Eternidade é Deus.
Temos, portanto, na iniciação um aspecto curioso: trata-se de
uma Iniciação Maçônica e não de uma iniciação religiosa. Uma
iniciação escolhida, aceita, experimental, e não uma iniciação
imposta. A religião pode ser seleção, mas genericamente é imposta.
Nossos pais, por exemplo, nos impõem um nome que devemos
suportar até a morte. Paralelamente, nossos pais nos dirigem para
uma religião: a religião deles. Na maturidade, o homem pode
escolher o seu próprio destino religioso, porém, a influência do lar
será a base de tudo. A Maçonaria tem a faculdade de reconduzir o
descrente para a sua crença inicial.
A Maçonaria aproxima o seu adepto a Deus. Ela o apresenta
como uma obra perfeitamente construída, adornada e acabada por
um Grande Arquiteto. O mistério se denomina, também, Deus. Para
a Maçonaria o Diabo nada é; ela aceita o dualismo como equilíbrio
de forças. O Diabo será apenas oposição, descrença, desamor.
O homem passa constantemente por iniciações. Nem sempre,
são iniciações conscientes.
A Iniciação Maçônica, como vimos, é formada por um conjunto
de fatores. Inicialmente individual, para posteriormente integrar-se a
um grupo.
As iniciações inconscientes resultam de uma evolução
espiritual; o que se processa no homem, dentro de seu universo,
ainda não está muito bem definido, mas existe. É a materialização
do “conhece-te a ti mesmo”, da revelação do grande mistério da
Criação. Homem, quem és7
A Maçonaria dá muitas respostas, mas se torna necessário que
o candidato passe, efetivamente, por uma Iniciação. A Maçonaria
precisa com muita urgência, para sobreviver, de iniciados, e não de
elementos que passam por uma iniciação sem que a morte se
efetive. Para uma comparação, com a finalidade de que haja
compreensão maior, foi necessário para Jesus que morresse para
cumprir a sua missão de redimir o homem. Sem uma morte, não
haverá iniciação.
É o objetivo do presente livro, como veremos, adiante.
Portanto, em resumo, a Iniciação nada mais é do que a
aceitação da morte. Assim, esta morte perde o seu aspecto trágico.
Quando o homem se convencer de que a morte é redenção e
não castigo, não a temerá; a receberá como Iniciação para uma
nova aventura. Todos aqueles que tiverem um amigo maçom e que
forem propostos como candidatos ao ingresso na Maçonaria, terão
uma oportunidade única e exclusiva. Sempre, contudo, que o
candidato busque entender a Iniciação.
Nos Estados Unidos, onde a Maçonaria é levada a sério, as
Lojas distribuem aos candidatos um manual que serve de
orientação. Nós, brasileiros ainda temos tabu quanto ao ingresso na
Ordem. O candidato, já adentrando a Câmara das Reflexões, ainda
ignora o que seja a iniciação. Esta falha é imperdoável.
Cabe ao apresentador, ao padrinho esclarecer seu afilhado
acerca do que seja a iniciação maçônica. Obviamente se esse
mestre souber realmente da importância deste conhecimento.
O homem em núpcias prepara <e para a iniciação do
casamento, tendo já passado por um período de noivado. O
casamento, indubitavelmente, é uma das fases mais importantes
tanto para o homem quanto para a mulher. Trata-se de uma
iniciação séria que cada vez menos é assim considerada, pois
assistimos a desfazimentos de casamento por motivos os mais
fúteis possíveis.
O importante da iniciação do casamento é que se apresenta
contínua. Cada dia que passa surgem problemas que devem ser
solucionados, e isto perdura até o fim; não o fim de um casamento,
mas o da vida.
Passado o período de “mel”, surgem os filhos e a grande
problemática do amadurecimento, o encaminhamento dos filhos
para a vida, as questões que eles geram, as preocupações. Depois,
vem os netos, as enfermidades, a velhice. Muitas vezes o
casamento se interrompe com a morte da companheira,
afastamento permanente que causa traumas. Mesmo havendo
separação, prematura ou não, as funções geradas pelo casamento
não cessam; em caso de separação judicial, subsiste a manutenção
do outro cônjuge, dos filhos menores e desamparados: uma
continuidade trágica, perturbadora, que traz, sempre, infelicidade.
Assim é o maçom. A sua iniciação não apresenta um ponto
estanque; é contínua e permanente, porque a cada dia que passa
novas experiências surgem. Até o fim, o fim da vida, o maçom
prossegue nos atos misteriosos e místicos da iniciação. O maçom é
para sempre, in eterno.
Temos a iniciação profissional. No início entusiasta, depois
rotineira. Conforme a profissão, ela se apresenta insossa, repetitiva,
um castigo, tudo sempre igual: um patrão, uma tarefa, sempre em
busca da aposentadoria. Há profissões, porém, que exigem
progresso, atividade constante, e que dão grande satisfação; como
acontece nas pesquisas científicas. A Maçonaria também possui
essa parte: a grande busca, a experiência, o próximo como
elemento de trabalho operativo. Essas iniciações são simultâneas:
religiosas, espiritualistas, científicas, operacionais, místicas, enfim,
um corolário de princípios que não cessa prossegue até o fim da
vida, desta vida.
Não podemos fixar uma norma a respeito da iniciação; a
Maçonaria dispõe de tradição para realizar iniciações formalmente
iguais, revestidas de simbolismo escolar. No entanto, nem a
Maçonaria, nem as religiões, nem a própria vida, iniciam alguém. A
iniciação é mística individual, pois ela se realiza dentro do indivíduo.
Se obedece os ritos rígidos, esses são externos, daí que a
cerimônia iniciática se reveste de características fixas, enquanto a
cerimônia mística envolve a personalidade do iniciando e difere de
indivíduo para indivíduo. Com isto, surge a incógnita da
possibilidade ou não de encararmos uma iniciação rotulada de
atualizada ou moderna.
A iniciação, seja qual for, será sempre paralela ao
desenvolvimento espiritual do indivíduo. Uma obra clássica não
significa antiga, de séculos passados. O clássico pode ser moderno
e atual; o que classifica é o lugar que encontra na sociedade. Assim,
podemos fixar uma iniciação clássica como a aceita por uma
maioria. Sempre, porém, ela será atual no conceito do iniciando e
não no conceito do iniciador.
A instrução era feita, há cinquenta anos atrás, de conformidade
com os métodos tradicionais; primeiramente, a alfabetização, para
depois, ano após ano, num trabalho de paciência beneditina, incutir
na mente do aluno o conhecimento previamente programado, numa
escala crescente para desenvolver o raciocínio até atingir a
universidade, onde a personalidade do mestre passava a plasmar a
cultura.
Hoje, a televisão se encarrega de tudo. Amanhã, quem sabe, a
telepática dará a orientação precisa e correta.
Portanto, quando se cogita de entender o que seja uma
iniciação, deve-se atentar a todas as suas nuances e facetas, para,
depois, colher os resultados. É por este motivo que sempre
alertamos: o iniciado não é o que passa por uma iniciação, mas o
que se inicia.
O segredo, o grande segredo maçônico é o comportamento do
iniciando na Câmara das Reflexões, tão conhecida pelos maçons e
de certo modo um assunto esotérico, ainda particular desvendado
de forma muito discreta numa linguagem apropriada à compreensão
dos maçons, daqueles verdadeiramente iniciados.
O candidato, concluída a sindicância e aprovado pelo plenário,
sem voto divergente, é chamado. Esta chamada contém muito
misticismo. Dissera Jesus ao discípulo: “vem e segue-me”. O
candidato, nesta altura já avisado de que a sua entrada para a
Maçonaria foi aceita, responde a chamada. É muito importante ser
chamado.
Na competição atual, o homem busca alcançar um espaço; ele
desbrava caminhos, luta e nem sempre vence.
Porém, na Maçonaria, quando menos espera, recebe o
chamado, transmitido pelo seu apresentador, seu padrinho. Esse
chamado deve ser atendido? O que passa pela mente do
candidato? O atender o chamado significa um ato de obediência. A
obe3diência, de modo geral, significa submissão, ou seja, uma
concordância tácita de que tem disposição para ingressar em uma
Instituição onde anuiu ingressar, ignora a filosofia do grupo, os
conceitos, a parte esotérica. Porém, aceita e acompanha o padrinho
até o Templo.
Atender o chamamento é o resultado do trabalho de preparação
que aludimos acima. Toda Loja, toda jurisdição maçônica trabalhou
com muito interesse para atrair o novo irmão que irá beneficiar com
a sua personalidade e presença a fraternidade universal. É o
retorno, o eco das vibrações enviadas através da mente, da voz,
das práticas, do misticismo, do mistério. Se o chamamento for bem
equacionado, se as vibrações emanadas tiverem sido bem
distribuídas, indubitavelmente atingiram em cheio o candidato e ele
não poderá, de modo algum, negar o chamamento.
Não será ele quem decide. A congregação é que decidiu
recebê-lo. É a fatalidade da preparação a que ninguém escapa, a
atração irresistível em busca, inconsciente, da perfeição. Assim, o
candidato se entrega totalmente à iniciação. Aqui cessa a
participação individual para dar lugar à participação do grupo.
A CÂMARA DAS REFLEXÕES
Pouco se tem escrito a respeito da Câmara das Reflexões. Os
maçons a tem como assunto reservado, obviamente sem razão. Isto
porque ela não passa de um símbolo. Ela simboliza a parte interior
do homem. Um dos seus aspectos apenas, porque o homem tem
dentro de si todo um universo a que se denomina de microcosmo.
O homem é um ser curiosamente construído. Diante da
eternidade é considerado feito em partes distintas: passageiras,
permanentes, eternas, cósmicas, universais, podendo serem
acrescentadas muitas outras.
Há algo no homem que se convencionou denominar de
consciente. O termo nada tem a ver com a consciência. Temos a
considerar algumas fases: o homem desperto, ou seja, consciente
— aquele que pensa e age; o homem adormecido, quando repousa,
sonhando ou não (o sonho está sendo, pela ciência, definido, mas
desperta pouco interesse filosófico e nenhum, maçônico.); o homem
em estado de coma (esta situação decorre de muitas
consequências: o coma resultante de um traumatismo, quando há
vítima de um acidente, portanto por fatores externos, ou do próprio
organismo — como resultado de uma embolia cerebral ou de
qualquer outra enfermidade, incluindo coma alcoólico ou
proveniente do abuso de drogas estupefacientes. Obviamente há
uma gradação no coma: mais leve ou mais profundo; instantâneo,
passageiro ou permanente. Inclusive temos casos em que uma
pessoa permanece no estado de coma durante longos anos e sua
sobrevivência decorre do funcionamento de aparelhos apropriados).
Para o nosso estudo, como veremos mais à frente, o comado
se encontra em um estado mórbido, aproximado ao sono, mas se
desconhece se sonha. Não se chegou ainda e uma conclusão
satisfatória, no sentido científico. Contudo, o comado declarado pela
medicina como morto e que ’ressuscita’, voltando à vida, narra a sua
aventura. Estará descrevendo um sonho ou uma realidade?
A meditação é a condução do homem consciente para o estado
de subconsciência, ou seja, a caminhada para dentro de si, onde irá
encontrar o seu mundo, o seu universo, o que equivale ao
conhecimento do homem de dentro. Nesse mundo tão estranho é
que o homem passa a reflexionar, a ver-se como através de um
espelho de enigma.
É a segunda parte de que o homem é constituído.
O contato com o mundo espiritual é denominado de transporte,
as viagens telepáticas, o uso dos seus sentidos espirituais, a
satisfação consciente do conhecimento. Este fenômeno,
denominado assim porque não é usual, tem muita ligação com o
estado comatoso. Atingir a capacidade do exercício das funções
espirituais pode decorrer, ou da meditação ou do coma.
Este mundo espiritual faz parte do homem. É perfeitamente
viável. Entra ou não no terreno da religião. Pela fé conhecem-se
muitos casos. A ciência espiritista nos fornece exemplos
impressionantes. Os transportes, embora considerados casos raros,
acontecem. Como exemplo temos o caso de Santo Antônio de
Pádua.
A capacidade do homem é tão grande, que certas atitudes
passam a ser consideradas milagres, pela falta de esclarecimento e
compreensão. O homem foi assim constituído: com poderes
materiais e espirituais.
Na terceira parte de sua constituição temos a vida após a
morte. Essa vida indubitavelmente faz parte da constituição
humana.
As religiões têm criado fantasias que se arraigaram na história
da humanidade, como a classificação: Paraíso, Purgatório e Inferno.
Muitos literatos tentaram descrever essas situações; temos como
grande exemplo a Divina Comédia, de Dante Allighieri. Não nos
deteremos a respeito, a Maçonaria não se preocupa com essa
classificação.
A primeira parte, ou seja, o homem exterior, quase totalmente
conhecido através da moral, medicina, psicologia e parapsicologia,
foi e continuará sendo a grande preocupação de todos. Não cessam
os estudos a respeito do “grande conhecido”, e a Maçonaria, por
sua vez, busca aperfeiçoar esse homem exterior.
A parte interior do homem, com as suas emoções, reflexões,
descobertas e satisfações, também nela os estudiosos se
encontram em permanente vigília; não descansam um momento
sequer, e milhares de livros são lançados no mercado na tentativa
de anunciar “descobertas sobre descobertas”, na busca incessante
de revelações.
A Maçonaria também está nesta busca, pois observa os
resultados em Templos, dos fluidos e vibrações, do calor,
eletricidade, benefícios, transportes (na Cadeia de União), e
desperta todas estas capacidades em benefício do grupo.
Porém, o terceiro homem, aquele que ingressa no princípio de
sua real vida - após morte - ainda não está sendo considerado com
a importância e valor merecido. É a tentativa que estamos fazendo,
neste livro - buscando o interesse coletivo - para que o maçom se
convença de que é um ser realmente constituído de materiais
preciosos.
Se consideramos a parte interior do homem como uma Câmara
de Reflexões, teremos, em sua parte exterior, uma antecâmara.
Assim é na Iniciação Maçônica.
Quando o candidato é entregue ao experto, que se apresenta
trajado de modo convencional, portanto um capuz para ocultar o seu
rosto, é colocado em uma antecâmara, onde nada há que possa
chamar a atenção do candidato.
Lhe é ordenado que retire parte de sua roupa, descalce os pés,
e lhe é colocada uma venda. Abandonado naquele recinto isolado e
silencioso, o candidato fica em expectativa. Nada sabe. Nada ouve.
Nada vê. Ignora o que lhe sucederá, qual o próximo passo, quanto
tempo deverá aguardar.
Talvez jamais tenha passado por um cerimonial semelhante.
Sente-se de certo modo humilhado, porque obedeceu sem contestar
as ordens do encapuçado, mostrando-se submisso, obediente,
humilde. Não importa sua posição social. Foi despojado de seus
documentos, haveres, joias. Enfim, tornou-se um anônimo, um
símbolo. Talvez naqueles momentos silenciosos pense o significado
de retornar a ser um homem comum. Ele não sabe que, no
momento oportuno, lhe será perguntado se deseja prosseguir ou se
quer desistir.
O que se passa pela mente do candidato? Somente os que já
passaram por isso é que podem avaliar. Infelizmente, raras vezes o
maçom retorna àquele momento que tem um significado muito
importante. É a gestação: está como um embrião. Saberá se virá à
luz, se nascerá, se retornará ao convívio da família?
Um embrião não sabe quem é e como é a sua futura família.
O candidato desconhece a sua futura família maçônica!
Despoja-se de sua própria opinião porque aguarda uma
informação. Sabemos que a informação tem duas origens: a que
vem de dentro do homem e a que lhe chega de fora. Não temos a
intuição do que nos acontecerá, embora a soma dos gens,
acumulados através de múltiplas gerações, nos trazem uma notícia
segura do que possa ser uma iniciação. Nossos pais, avós, bisavós,
enfim, nossos antepassados, certamente, pelo menos alguns, foram
em seu tempo maçons. O conhecimento que eles tiveram, nos
transmitiram através dos gens de que somos formados. Embora
esses filamentos possam ser muito sutis, não deixam de ser uma
realidade.
Porém, o candidato se despoja desses elementos partidos de
sua intuição para permanecer na expectativa. Para reforçar isto há o
despojamento material, ou seja, é retirado do candidato tudo o que
possa representar posse. Ele é despojado de tudo, e isto se
denomina em linguagem maçônica de despojamento, como é óbvio.
O candidato está no mundo. Tem consciência disto e passa a
encarar a sua experiência como uma aventura, uma excursão a
alguma parte que não conhece. O Universo abarca tudo. O
candidato é parte deste universo e isto lhe dá uma certa segurança,
porque ele não teme qualquer ato que lhe possa causar dano.
Surgem, porém, pensamentos negativos. Se o candidato tiver
em sua consciência algum peso e temer que seu segredo seja
descoberto, justamente na antecâmara surgirá a preocupação.
O homem teme, apenas, que seu íntimo possa ser desvendado,
que alguém, especialmente um estranho, possa ler os seus
pensamentos, penetrar e sua alma, descobrir os seus sentimentos.
O despojamento causa este desconforto, e a finalidade daquele
lapso de tempo despendido na antecâmara conduz, de forma
planejada, ao estado de consciência nervoso do candidato.
A retirada do candidato de parte de sua vestimenta,
obedecendo a um costume tradicional, implica na demonstração de
que o dualismo sempre presente também é aplicado na parte
exterior. Assim ele ingressará na Câmara das Reflexões, nem nu,
nem vestido, ou seja: parte convencional, segundo os costumes da
civilização, e parte natural, como o homem veio ao mundo.
Esse dualismo está sempre presente na Maçonaria. O homem
deve se convencer que não é um indivíduo isolado e independente;
sempre fará parte de um todo, e ao ingressar na Maçonaria passará
a fazer parte do Grupo, de Fraternidade, da Cadeia de União. Isto
não significa que o maçom perca a sua personalidade e a sua
liberdade; apenas ele deve saber que é parte da Natureza, parte do
Universo.
Alguns expertos, ou seja, os credenciados para prepararem o
candidato, cometem falhas; a principal que temos observado, e que
pode passar desapercebida de muitos, é a de colocação da venda
nos olhos do candidato. Esta venda deve ser colocada de imediato,
e não depois do início do despojamento. O candidato não deve se
ver, não deve sentir-se estranho, semi-vestido. Ele apenas terá
conhecimento do que lhe estão fazendo pelo tato, sentido que, se
não enxergar o que acontece, ficará mais apurado.
O despertar dos sentidos é uma passagem muito importante
porque, durante a preparação na antecâmara, e depois, no
ingressar ao Templo para as provas, os sentidos do tato, audição e
olfato serão aguçados; lição que o candidato aprende de como usar
os seus sentidos e o quanto são importantes!
O curioso é que esta passagem se apresenta como novidade,
pois o candidato jamais passou por fase semelhante. Quando à
noite acordamos com um certo sobressalto — desconfiados de que
possa haver alguém dentro de casa, nestes tempos de tão grandes
incertezas, assaltos e violações do lar —, nos vemos no escuro e
aguçamos o sentido de audição.
Os cinco sentidos materiais atuam como um conjunto e o
homem não percebe o papel que cada um desempenha.
Precisamos nos exercitar para aperfeiçoarmos estes nossos
sentidos, para conhecer as reações. Os cegos têm o sentido do tato
muito desenvolvido, mais que o da audição, porque sentem as
vibrações, resultado da reação do tato frente a qualquer obstáculo.
Um cego experimentado sabe se está indo ao encontro de uma
árvore, de um poste ou de uma pessoa.
A Maçonaria é escola, das mais úteis e minuciosas: sempre e
em tudo estamos aprendendo.
O candidato com os olhos vendados não se encontra
propriamente em escuridão. Inexiste a escuridão total. A percepção
da visão é muito acurada, pois embora com os olhos vendados, as
vibrações alcançam o fundo do olho e a retina passa a perceber
certas luzes, certos lampejos até então desconhecidos.
Estas vibrações formam quadros coloridos. Cada cor tem o seu
significado e se o candidato tiver percepção acurada, saberá fazer
distinções. A escuridão límpida difere da escuridão confusa e opaca.
O órgão da visão reage à escuridão. Ele passa a funcionar com
maior intensidade, com a vantagem de que não gasta a mesma
energia se os seus olhos estivessem abertos. O candidato de olhos
vendados coloca na visão a sua maior preocupação. Ele busca
encontrar uma definição, dentro do seu casulo.
Passado um determinado momento, o Mestre de Cerimônias
toma a mão direita do candidato e diz: "acompanhe-me". Não há
resistência. Obediente, submisso, com muita dificuldade porque o
candidato está sentado e não experimentou caminhar às cegas,
acompanha o estranho e, após percorrer determinado trecho, ouve
o seu guia bater a uma porta.
Ninguém responde. A Câmara das Reflexões está situada
numa parte muito restrita, oculta, na maioria das vezes, em um
porão e cerrada por uma porta robusta, maciça. O candidato ouve
os sons das batidas e sabe que a porta é de madeira maciça. Já
pressente que adentrará em alguma parte oculta, segura, quiçá
perigosa.
Passados instantes, a porta é aberta. O candidato não sabe se
alguém a abriu de dentro. O guia e o candidato entram. A porta se
fecha com certo estrépito: um ferrolho é manejado, o ruído é
característico. O candidato sabe que seu guia ou alguém cerrou a
porta e sente, pelo olfato, que se encontra em um recinto fechado,
com pouco ar. Cheiro de mofo, de coisas velhas.
Sem esperar, o guia retira a venda dos olhos do candidato. A
luz é escassa, uma lanterna ou uma vela, colocada sobre uma
mesa, um tanto tosca. Pouco a pouco o candidato percebe que está
em uma masmorra, ou caverna, em suma, em um local tenebroso.
Não vê o guia porque está encapuçado.
Por que este guia é o Mestre de Cerimônias e não o Experto?
Quem pode passar por uma porta, batendo ou não, só pode ser um
Mestre de Cerimônias. Ninguém mais tem a faculdade de bater à
porta, senão um Mestre de Cerimônias. Ele será o guia do candidato
até posterior ingresso no Templo, quando o entregará a um dos
Expertos.
O candidato é abandonado ao seu destino. É deixado sozinho e
nada lhe é explicado; apenas lhe é dito que deve meditar, ler o que
está sobre a mesa, preencher o questionário e fazer seu
testamento. O silêncio se faz tumba.
Ele nota que há uma cadeira, na verdade um banco tosco, e
senta. Perscruta tudo. Paulatinamente, seus olhos descobrem os
objetos, os símbolos, e que se encontram em um lugar um tanto
tenebroso. A curiosidade, o exame acurado e a observação o
afastam abruptamente do misticismo.
Não se dá conta sobre o que lhe foi dito (deve meditar) porque
os escritos colocados nas paredes são curiosos: todos despertando
o seu interesse para o além da vida.
Vê o questionário e o lê.
Vê a fórmula do testamento e então iniciam as suas
conjecturas: para que deve ele deixar um testamento?
Nem sempre um candidato possui bens, e não entende que
esse testamento é apenas mais um símbolo — para que materialize
a possibilidade de vir a sucumbir, deixando para sua família uma
última mensagem.
Não se poderá, aqui, proceder a uma análise a respeito da
instituição do testamento. Obviamente não é assim que um testador
dispõe de seus bens. No entanto, trata-se de um alerta, de que a
vida é fugaz e que, de certa forma, sempre é conveniente estar
prevenido e deixar aos seus queridos, aos amigos, aos vivos uma
última vontade sua.
Temos assistido — e muitas vezes testemunhado — a
testamentos.
Nossa lei prevê duas modalidades de testamento: o público e o
fechado. Este último, escrito do próprio punho do testador e
ninguém tendo acesso às disposições que contém. É entregue ao
tabelião na presença de cinco testemunhas, aquele o dobra, o
autentica, o costura com linha grossa e forte e apõe selos, lacrando-
o e o colocando num envelope que, fechado, é assinado pelas cinco
testemunhas. O testador leva consigo o seu testamento, o guarda
ou o entrega à guarda; mas não há registro dessa sua última
vontade.
O testamento público, também é escrito, é elaborado pelo
tabelião e ditado pelo testador na presença das cinco testemunhas
que tomam conhecimento de seu conteúdo. É feito um termo,
registrado e permanece uma cópia em cartório.
Se da primeira modalidade ninguém toma conhecimento do
conteúdo, da segunda, de certa forma pública, no entanto, sem que
haja exigência a respeito, as testemunhas, escrivão e tabelião
guardam um sigilo espontâneo.
O respeito a uma última vontade é ato de boa educação, de
sensibilidade e de consideração. Quando alguém faz um testamento
cerrado, trazendo-o já pronto, os momentos de emoção por que
passa o testador são de foro íntimo, e ele os supera quando
comparece na presença do tabelião.
Porém, o testador, ao tomar parte no ato que reflete os seus
últimos desejos, dispondo do que lhe pertence, aquinhoando mais a
quem mais preza, propicia momentos de grande emoção para
todos. Temos assistido a quadros pungentes, com lágrimas vertidas,
porque o testador se crê próximo dos seus últimos momentos. São
emoções muito naturais, normais.
No entanto, vendo-se o candidato nas circunstâncias já
descritas — cercado de símbolos que lhe dão certeza absoluta da
existência de um momento que, fatalmente, há de vir —, a emoção
toma conta de todo seu ser e ele passa então, como início de uma
meditação, ao exame de consciência. Momentaneamente se vê às
portas da morte.
Pouco a pouco, porém, reage e nota que está passando por
uma prova, e descobre que por mais lúgubre que possa ser o
recinto onde se encontra enclausurado, jamais será como a
realidade. A meditação se aprofunda e o candidato, descobrindo sua
situação física, nem nu nem vestido, só e abandonado, aspirando
um ar mofado, enxergando pouco, ouvindo apenas o bater do
coração, percebe o que possa ser a passagem da vida para a
morte.
O questionário contém perguntas que nas atuais circunstâncias
lhe parecem bastante adequadas.
Como define Deus?
Percebe então que sua situação tem várias dependências.
Deve se preocupar com a permanente questão sobre a existência
ou não de um Deus. A cada questão, maior é a sua ânsia, o seu
desconforto. Um turbilhão de ideias, definições apressadas, enfim,
propósitos que deseja cultivar, contrastando com a serenidade da
caverna, com a tranquilidade da tumba, com a realidade de seu
íntimo, transformam a curiosidade inicial em um torvelinho de
confusões, que cessa somente quando ouve batidas à porta.
Nem sempre a luz da lanterna ou da vela permanece por muito
tempo acesa. O candidato, ao se ver em total escuridão, passa a
outro estado de consciência: o temor. Nota que a antecâmara da
morte é a falta da luz.
As batidas na porta têm o dom de estancar os pensamentos
que afligem o candidato. Há, no entanto, candidatos de certa forma
já com um conhecimento a respeito do que possa ser a morte.
Esses não se afligem. Sua meditação será serena e apreciará a
oportunidade de um contato tão real com o seu Eu interno. A morte,
ao final, não é a chegada do terror e da desgraça, mas o primeiro
passo para a eternidade.
Analisamos, porém, com mais cuidado, o comportamento do
homem comum, que se situa na faixa mais numerosa. As batidas na
porta não significam que o candidato deva abrí-la, pois sabe
perfeitamente, e não esqueceu, que quando o seu guia saiu, fechou
a porta e aferrolhou-a por fora. Se alguém bateu é porque o
candidato já não está só. Então fica na expectativa.
A porta se abre, surge o guia que entra e recoloca no candidato
a venda, conduzindo-o pela mão até a algum lugar, onde para.
Novamente uma porta é batida. Alguém de dentro pergunta: "quem
bate"? Recebida a resposta adequada, a porta se abre.
O ENSAIO
A iniciação maçônica é um ensaio, uma preparação, um ato que
envolve todo o ser. Todos nós passaremos pela Grande Iniciação.
Está na dependência da crença e fé de cada um, para aceitar ou
não, a existência de mais de uma Iniciação. Não mera iniciação
litúrgica decorrente da aceitação de uma determinada doutrina, mas
a Grande Iniciação, que é o ensaio para o primeiro passo de real
importância em nossa vida.
Poucas são as doutrinas que se dirigem à especulação séria a
respeito da morte. Trata-se de uma palavra assustadora.
Como se fora um grande espetáculo, uma maratona, uma prova
definitiva, o homem precisa ensaiar a sua decisão. Não basta a
expectativa e a certeza de que um dia chegará a sua vez, esta
fatalidade que a todos aflige. A Maçonaria é sábia neste ponto, onde
já não busca aperfeiçoar o ser, mas sim esclarecer qual o destino
final deste ser que aperfeiçoou. Já foi dito que a Maçonaria peca
pelo excesso de símbolos mortuários que emprega. Mas muitos
esquecem que a morte é o primeiro e fatal destino. Ou será que há
quem aceite o arrebatamento das religiões, hindus, judaicas, cristãs
ou islâmicas?
Temos exemplos por demais conhecidos, como Buda, Elias,
Cristo e Maomé, que foram arrebatados, ou subiram em
arrebatação, sem passar pela morte. Quanto a Jesus, realmente
havia morrido, mas com ele surgiu a perspectiva de uma
ressurreição.
Se nos dedicássemos à pesquisa, constataríamos que dezenas
e dezenas de casos ocorreram no mundo, em todos os lugares e
dentro das mais diversas concepções religiosas. Porém, de nada
nos valeria este conhecimento, uma vez que a experiência que nos
serve deverá ser a nossa experiência.
Ensaiar a morte constitui um ato deveras surpreendente, e
sabemos de centenas de casos, tanto ocorridos dentro da família
quanto resultantes das notícias que nos chegam, das leituras que
fazemos, da troca de ideias que mantemos com nossos amigos. A
morte aparente não passa de um ensaio à margem de qualquer
iniciação. Trata-se de uma experiência involuntária, que
simplesmente ocorre, sem que a tivéssemos desejado ou buscado.
A parada cardíaca, o afogamento, o coma ou o traumatismo, se
socorridos em tempo e adequadamente, não são fatais. Os
pacientes podem retornar à vida. Num sentido geral, face à
ignorância e desinteresse generalizados, as pessoas acometidas
desses fenômenos retornam à vida e apenas alegam ter ocorrido
um milagre.
Nem sempre a parada cardíaca — quando o coração cessa
seus impulsos — significa morte aparente. Se observarmos uma
intervenção cirúrgica, um implante cardíaco, constataremos que a
pessoa fica alguns minutos sem o órgão a quem atribuímos toda
vitalidade do organismo. Colocado novo órgão, ligados os vasos e
artérias, normalizando o fluxo sanguíneo, o coração não bate por si
só; torna-se necessário proceder a uma vigorosa massagem ou
aplicar-lhe uma determinada descarga elétrica. No entanto, o
cérebro desse paciente não morre porque, através de uma
sofisticada aparelhagem, continua incessantemente a receber a
irrigação sanguínea. Logo, outros órgãos podem ser afetados para
apresentar-se o quadro de uma morte aparente.
Este aspecto puramente científico não altera a tese de que essa
morte aparente não passa de um ensaio para a morte definitiva. Do
por que algumas pessoas passam por esta experiência ainda não
sabemos esclarecer. Contudo, deve haver uma razão para que
houvesse uma escolha, para que determinadas pessoas, pinçadas
em toda parte do mundo, passem por esses ensaios. A preparação
constitui um grande privilégio, e ninguém deveria menosprezá-la.
No entanto, uma pequena percentagem é que nos transmite
notícias de sua experiência. Do que sentiu, constatou, e que lições
recebeu de tão misterioso fenômeno. Fenômeno, porque inusitado.
A Maçonaria tem em sua lenda maior — a de Hiram Abif — o
ponto central da passagem desta vida para a outra. A cerimônia da
iniciação maçônica reveste-se de todas as gamas necessárias para
uma exata compreensão de sua liturgia. Porém, da mesma forma
como um paciente que passou pela morte aparente e dela não tirou
a lição que lhe fora destinada, assim, a grande maioria dos iniciados
maçônicos não tira da experiência a grande e única lição: a
oportunidade do ensaio para a fatal passagem do aqui para o além.
Na medicina ninguém prepara um ensaio, determinando dia e
hora para o acontecimento. Trata-se de um acidente. A Iniciação
maçônica, por sua vez, não tem data prevista para o homem.
Ninguém destina seu próprio filho recém-nascido para uma
determinada data a fim de ser iniciado na mesma Loja Maçônica do
pai. Existem muitos maçons, de certo modo fanatizados, que
passam grande parte de sua existência preocupados
exclusivamente com a Maçonaria e pretendem, fazendo
proselitismo, que os filhos varões devam seguir o seu exemplo.
Alguns anos atrás isto seria possível. Hoje a mocidade, com a
independência que conquistou, aceita ou não, com extrema
facilidade, ser participante da Maçonaria.
Portanto, não se poderá programar o ensaio, mesmo que tudo
conduza a ser uma experiência produtiva com alcance muito maior
do que a quase totalidade suspeita atingir. A iniciação presta-se a
muitas confusões, especialmente a de que ela servirá para uma vida
terrena melhor, na sociedade e na família. Puro engano. A iniciação
destina-se à preparação para a morte, na maçonaria ou em
qualquer outro agrupamento religioso, místico ou sectário.
O ensaio não é para auferir maiores vantagens nesta filosofia
de vida que a Maçonaria orienta. Mas será sempre para que a fatal
passagem para o além possa ser consciente e tranquila, sem o
temor de que chegou o fim dos tempos, o próprio Apocalipse, a
grande tribulação. Fazer da morte um castigo, pinçando de forma
isolada a frase evangélica de que a morte "é o fruto do pecado".
Para conseguirmos este ensaio necessitamos, por sua vez,
ensaiá-lo também, ou seja, ensaiar o ensaio.
Quem passa pela iniciação maçônica pode não compreender a
sua finalidade. Pode entregar-se a um exame de introspecção, de
consciência, de arrependimento, meditar profundamente sobre se o
seu viver condiz com a sua crença, e quais as consequências que
possam advir de suas leviandades, maldades, traições, enfim,
genericamente, de seus pecados.
Tudo isso será muito salutar se da Câmara das Reflexões
saírem candidatos limpos e puros; teremos grandes vantagens: a
melhora do ser humano. Mas dentro de uma iniciação, o espaço
maior a ser ocupado não será o bom propósito ou o início de uma
nova filosofia de vida.
Será o ensaio para que o candidato possa aquilatar o valor de
vida, no sentido de que é um estágio para atingir uma boa morte.
Temos na religião uma Nossa Senhora da Boa Morte; temos os
amuletos, os escapulários, que nos preservariam em momentos de
distração, ou quando desprevenidos, dessa introspecção, deste
ensaio. Há séculos que os homens se preocupam com a passagem
da vida para a morte.
Na Maçonaria Filosófica temos lendas apropriadas, como
sucede no grau do Grande Pontífice, que faz dessa passagem uma
ponte. Ponte que já encontramos construída ou que devemos
construir.
Quando fechados na Câmara das Reflexões, se previamente
orientados dirigirmos nossos pensamentos para o grande e fatal
pas-so, estaremos passando pelo túnel em busca de sua parte final.
Nenhum túnel deixa de ter um final, nenhum princípio deixa de ter
um fim. O que desejamos encontrar ao final do túnel? Obviamente a
Luz que contém em si a Verdade.
Se, porém, chegando ao fim do túnel, nos depararmos com
mais escuridão, então nos desesperaremos e, por ser um ensaio,
teremos a oportunidade, que nos foi concedida como uma graça, de
nos preparar para o encontro da Luz e da Verdade, já que, para
encontrar mais escuridão nos encontramos infelizmente sempre
preparados.
O médico busca encontrar numa morte aparente as causas, o
processo e as consequências. As causas e as consequências, por
serem parcelas do conhecimento da medicina, são relativamente
fáceis de constatar e definir. Porém, o processo, no aspecto médico,
jamais será definido. Surgem as mais desencontradas teorias
porque não se trata de uma questão científica e filosófica, mas sim
de um ato espiritual.
A morte aparente cessa na maioria dos casos através de atos
mecânicos, como as massagens, a respiração boca a boca, a
aplicação de oxigênio em aparelhamento específico, os choques
elétricos, enfim, os recursos científicos. Porém, a morte aparente,
que tem a mesma duração que as acima referidas, também poderá
cessar espontaneamente, retornando a criatura à vida sem qualquer
interferência de outra pessoa ou aparelho. Há iogues que em
concentração paralisam as batidas de seu coração e deixam de
viver para ressurgir no momento programado.
Para o ensaio, entre uma e outra morte obviamente há muita
diferença, porque o iogue se entrega à preparação adequada,
passando a ensaiar tantas vezes quantas queira.
O conceito morte, no sentido vulgar, é a cessação da vida. No
entanto, ela apenas se apresenta como uma das esferas da vida. Se
a encararmos assim, verificaremos que a vida é una e infinita e que
a morte é apenas um dos seus aspectos.
Nós nos habituamos a ver na morte um fato negro, lutuoso,
dolorido, porque assistimos e participamos do quadro nem sempre
atraente, do qual geralmente fugimos. Não podemos encarar a
morte como um combatente que vê cair ao seu lado o companheiro
de luta, que assiste a trucidações, a múltiplos atos sangrentos, os
quais lentamente nos fazem indiferentes. O médico encara a morte
com naturalidade: está habituado a presenciá-la.
Assistimos, certa feita, em uma academia de ioga, à morte
súbita de um participante. Já no vestíbulo, pronto para retirar-se,
perdeu os sentidos e caiu com a testa sobre uma quina de um
móvel, recebendo fundo corte. Sem qualquer hesitação foi chamada
a autoridade policial, porque aparentemente se tratava de um
acidente, com ferimento e sangue. Compareceu o médico e,
constatando a morte, os policiais que o acompanhavam seguraram
o morto por um braço e o arrastaram pelo chão até o elevador. No
andar térreo seria transportado até o camburão sem qualquer
cerimônia. O quadro foi tremendamente chocante, não pela morte
em si, mas pelo tratamento dado pelos policiais, indiferentes àquele
ser humano que morrera.
A trágica consequência da ausência de uma solidariedade
humana, não tanto para o morto, mas para os circunstantes, foi
duramente criticada, despertando em todos o pensamento de que
aquele morto poderia ser qualquer um de nós.
A família recebe a morte com profunda dor, com sentimentos
mortificantes, com desespero, perdurando a tristeza por muito
tempo. O quadro que uma longa enfermidade apresenta, a agonia
nem sempre rápida as situações imprevistas nos dão um panorama
terrífico. É esta sugestão que cada um de nós tem da morte. O
cerimonial dos funerais, a constante visita dos mais atingidos ao
túmulo, as recordações das passagens mais sentimentais; tudo isto
nos prepara para encararmos a morte, quando nos chegar, com
pessimismo.
A realidade é que poucos de nós se encontram preparados
quando a morte chega.
As viagens que nos afastam da família, o sono, que por
algumas horas nos alheia de tudo, as mudanças de locais,
prolongando nossa ausência são ausências passageiras, mais ou
menos demoradas. A morte também é uma ausência; definitiva para
alguns, temporária para outros. A nossa vida, como o homem a
concebe, não seria realmente uma ausência à verdadeira vida? Ao
todo universal? Por que então invertemos as posições?
Escreveu Divaldo Pereira Franco: "A morte de forma alguma é a
coisa pior, desencarnação, antes é uma abençoada libertação numa
antemanhã de luz total e de felicidade real. Logo chegue o instante
do restabelecimento da convivência, momentaneamente
interrompida. E isto, por mais que pareça demorar, logo mais
sucederá, facultando que numa consideração retrospectiva parecerá
ter sido esse grande e largo período da ausência nada mais do que
um minuto, um lapso de tempo, ora fartamente recompensado pela
perfeita comunhão em inefável clima de ventura integral".
Há sempre quem se aproveite do mistério da morte para incluir
em sua essência a religiosidade. Nós morremos, dizem, para nos
unificar a Deus numa harmonização total. Embora na Vida
Verdadeira ela possa ocorrer, e devemos crer que ocorra — assim
orienta a Maçonaria --, a compreensão de Deus passa a ser clara e
inteligível: não é a morte o meio para atingir essa harmonização,
antes disto nos cabe ingressarmos luminosamente na Vida. A
vivência para atingirmos a finalidade suprema da Vida (estamos
escrevendo Vida com a inicial maiúscula) deve transcorrer no outro
piano, na outra esfera, na outra magnitude.
"Mortos não tornarão a viver, sombras não ressuscitam; por isto
os castigaste e destruíste e lhes fizeste perecer toda memória"
(Isaías 26-14).
Isaias[1] que viveu muito depois de Davi, aceitou a sua filosofia
e a repete, quando à "desmemorização" dos mortos e à
impossibilidade de uma ressurreição.
Notamos o conceito que Isaías fazia dos mortos; os reduz à
sombras, ou seja, sem qualquer corpo, e os considera destruídos
por Jeová.
O valor do profeta Isaías reside na anunciação da vinda do
Cristo e na redenção do homem.
Prossegue Davi:
O que é o Templo
***
O Altar
O Livro Sagrado
1º Período:
2º Período:
O Esquadro
Até para traçar uma linha reta não pode ser dispensado o uso
do compasso; os triângulos, polígonos, elípses, parábolas,
hipérboles, as curvas de erro, etc.
Portanto, dentro e fora da Loja havemos de encontrar alguma
figura geométrica, e esta, forçosamente, para ter existido, não
prescindiu do uso do compasso.
O compasso é a causa e origem de todas as coisas, e seu uso
na Loja diz mais partes do grau de Mestre que dos demais.
Simboliza a virtude porque é a verdadeira medida dos nossos
desejos.
O homem dentro do círculo é o ponto. Mas este ponto onde
descansará uma das hastes do compasso para traçar suas figuras
não é algo que tenha origem espontânea.
Jesus, o Cristo (note-se como escrevemos: Jesus — o Cristo, e
não Jesus Cristo; em castelhano escreve-se Jesucristo) definiu o
ponto de forma sublime ao dizer: Eu e o Pai somos um.
No ponto nós estamos em Deus e Deus está em nós; não
somos deuses em igual potência, mas limitados pelo círculo. Não
podemos nos afastar em direção ao Infinito pelas linhas horizontal e
vertical que partem do ponto. O homem somente poderá romper as
linhas do círculo em harmonia com Deus. Somente em companhia
do Criador poderemos sair pelo infinito, somente com o Grande
Arquiteto do Universo poderemos percorrer o Universo (um em
diversos).
É por isto que o compasso limita as nossas paixões e equilibra
os nossos anseios.
O ponto confirma o nosso Eu. O círculo é o campo experimental
do Eu a circunferência recebe o Ego. O Eu é o que realmente
somos; o Ego é o que aparentamos ser. O Eu é real; o Ego é fictício.
O compasso é a porta que nos introduz à filosofia maçônica. O Livro
Sagrado, o Esquadro e o Compasso constituem as grandes joias e
as grandes luzes da Maçonaria, devendo ser considerados juntos
para que exerçam com plenitude o total domínio na Loja.
A Bíblia, enquanto a Loja está fechada, permanece também
cerrada; ao abrir-se a Loja, abre-se o livro e sobre as suas páginas
coloca-se o Esquadro com o ângulo para o Ocidente, e sobre o
Esquadro coloca-se o Compasso com a abertura de 45° com as
pontas voltadas para o Ocidente.
No grau de Aprendiz a Bíblia será aberta na página que contém
o Salmo 133:
***
A Borda Festonada
A Estrela Flamígera
A Corda de 81 Nós
As Colunas
***
A Abóboda Azulada
A Luz
***
Dizem os cientistas:
As Joias
O Painel da Loja
O Mar de Bronze
O Incenso
O Avental
As Espadas
Em Juízes 7:20:
I Crônicas 21:12:
Isaías 34:6:
Jeremias 121:2:
Jeremias 47:6:
"Não pensais que vim trazer a paz à Terra, não vim trazer a
paz, mas a Espada."
Efésios 6:17:
Apocalipse 2:16:
"Do contrário, não tardarei a ir ter contigo para lutar contra eles
com a espada da minha boca."
Apocalipse 6:3-4:
Provérbios 30:14:
Os Timbres
"O nome de seu irmão era Jubal, que foi o pai de todos os que
tocam harpa e flauta."
De Jubal vem o termo latino jubilare, que quer dizer alegrar-se,
júbilo, alegria.
Os chineses atribuem ao rei Fou-Ti (2.436 anos antes de Cristo)
o descobrimento da música.
Os gregos atribuem a música aos seus deuses Júpiter,
Mercúrio, Pan, Apoio e outros. Os fenícios a atribuem a Hermione,
de onde proveio o termo Harmonia.
Foi Pitágoras que fixou as primeiras regras para a música.
Os sons terapêuticos modernos, ou a terapia pela música, têm
suas raízes em épocas muito remotas. O rei Saul foi curado de sua
tristeza pelas vibrantes modulações da harpa de David (I Samuel,
16:23).
Os egípcios foram os primeiros a cultivar a arte e a transmitirem
a Moisés e mais tarde a Pitágoras. Osiris é considerado inventor da
flauta e Hermes da harpa. O tambor foi criação egípcia. Ateneu
descreve com riqueza de detalhes a festa que Ptolomeu Filadelfo
deu em Alexandria, onde atuaram seiscentos músicos tocando
cítaras, flautas, harpas e tambores intercalados pelos coros.
Cada povo contribuiu com uma parcela de seu espírito
inventivo, assim os sírios nos legaram o triângulo e a pândora
(bandolim com 18 cordas).
A lira foi invenção de Mercúrio e Apoio era o deus da música.
A arte emigrou de povo a povo até conquistá-los todos, e as
Sagradas Escrituras nos noticiam dos coros celestiais das trombetas
que os anjos e arcanjos tocam.
Os instrumentos de sopro foram inspirados pelo rumor que o
vento produz entre as folhagens. Com o passar dos anos, toda uma
série de instrumentos foram sendo inventados e aperfeiçoados, e
hoje podemos assistir a concertos em que até disparos de canhões,
granadas e rajadas de metralhadoras são intercaladas na
orquestração.
A música eletrônica, composta pelos cérebros eletrônicos, sem
a inspiração humana está abrindo uma nova perspectiva na arte
musical.
A música pôde ser escrita através de sinais convencionais que
se denominaram de notas e cujas formas se denominaram de
semibreve, mínima, semínima, colcheia, fusa e semifusa; quanto ao
seu valor ou sons, também são sete, a saber: dó, ré, mi, fá, sol, lá,
si. Esses nomes foram retirados de uma estrofe do hino a São João
Batista feito pelo monje beneditino Gui de Arezzo, no século XII, que
foi buscar a primeira sílaba de cada verso.
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve poliuti
Labii reatum
Sancte Joannes
A Teoria Atômica
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Como formar a cadeia? Simplesmente unindo-se os irmãos em
torno da ara, dando-se as mãos?
A posição por ordem hierárquica tem a sua influência esotérica.
O Venerável, com as costas voltadas para o trono de onde desceu.
Os Vigilantes, cada um ao lado de sua coluna, formando um
triângulo. O Guarda do Templo, de costas à porta de entrada,
ladeado pelos diáconos. Ao lado do Venerável, o orador e o
secretário.
A posição hierárquica tem sua razão de ser, pois selecionados
são eleitos para exercer os cargos de responsabilidade, os mais
capazes; são as "luzes" da Loja. A capacidade não deixa de ser um
dom divino, um privilégio, portanto, alguém portador de maior força
espiritual.
Assim, distribuídos com equilíbrio na Cadeia, as forças também
manter-se-ão equilibradas.
Este equilíbrio convém, porque se evitará que um determinado
irmão de desgaste mais que outro, dando de si em maior
quantidade.
O Balandrau
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O Rosário
O Compasso
A Saudação
[1] O nome Isaías poderia ser traduzido por Salvação do Senhor. Fixa-se a data de sua
atuação entre os anos 740 a 680 A. C., portanto apenas 60 anos, já que sua idade pode
ser considerada pouca para a época. Participou do reinado de quatro reis de Israel.
[2] Dos 150 Salmos, 73 foram escritos por Davi, doze por Asafe, dois por Salomão, um
por Moisés, um por Etã e doze pelos filhos de Coré. Salmo deriva do grego psalmos,
significando um poema cantado com acompanhamento de instrumentos musicais.