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Agente comunitário de saúde

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Agente comunitário de saúde

Sumário

EVOLUÇÃO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE .................................................................4


Território e promoção da saúde ................................................................................ 14
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS .................................................................... 19
Legislação ................................................................................................................. 19
Lei nº 8080/90 (Lei orgânica de saúde) ..................................................................... 19
Lei n.º 8.142/1990 ..................................................................................................... 20
Normas Operacionais Básicas – NOB/SUS .............................................................. 21
Norma Operacional Básica 01/93.............................................................................. 22
Norma Operacional Básica 01/96.............................................................................. 22
A Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA/SUS 01/2001 ........................... 23
Norma Operacional da Assistência - NOAS/SUS 01/2002 ........................................ 23
Surgimento do SUS ................................................................................................... 24
Atenção Primária à Saúde ........................................................................................ 27
Programa Saúde da Família...................................................................................... 29
Composição das Equipes de Saúde da Família ........................................................ 33
A origem da função de agente comunitário de saúde ............................................... 38
Perfil de Competências Profissionais do Agente Comunitário de Saúde .................. 40
A visita domiciliar....................................................................................................... 44
Cadastramento das famílias ...................................................................................... 46
Mapeamento do território .......................................................................................... 48
Reuniões Comunitárias ............................................................................................. 50
Participação da comunidade ..................................................................................... 53
Planejamento ............................................................................................................ 54
Etapas do planejamento ............................................................................................ 54
O papel do Agente Comunitário de Saúde na equipe de saúde................................ 56
Ficha A ...................................................................................................................... 57
Cadastramento e acompanhamento da Ficha B ....................................................... 61
A família .................................................................................................................... 69
Ciclos de vida ............................................................................................................ 71
Principais cuidados com a criança ............................................................................ 71
Teste do pezinho ....................................................................................................... 72
Teste da Orelhinha .................................................................................................... 73
Teste do olhinho ........................................................................................................ 74

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Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança .................................. 74


Caderneta de Saúde da Criança ............................................................................... 75
Saúde do Adolescente .............................................................................................. 77
Saúde do adulto ........................................................................................................ 78
Saúde do homem ...................................................................................................... 79
Saúde da mulher ....................................................................................................... 80
Saúde do idoso ......................................................................................................... 82
Algumas doenças de acompanhamento prioritário ................................................... 83
Hanseníase ............................................................................................................... 83
Tuberculose............................................................................................................... 84
Diabetes mellitus ....................................................................................................... 85
Hipertensão arterial ................................................................................................... 86
Referências ............................................................................................................... 88

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EVOLUÇÃO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Antes de iniciarmos a exposição das atividades do Agente Comunitário de


saúde - ACS é preciso que você entenda de que forma e a partir de quando a
promoção da saúde passou a fazer parte do debate das questões relacionadas à
saúde, afinal de contas o ACS não é um agente de prevenção das doenças e
promoção da saúde? Assim, é necessário que você saiba definir promoção da saúde
e compreenda os caminhos percorridos até chegar ao modelo de saúde vigente no
Brasil.
Desde 1920 há uma preocupação com a promoção da saúde da população.
De acordo com Mendes (2012) a moderna visão de Atenção Primária à Saúde - APS
teve surgimento em 1920 no Reino Unido, quando Dawson sugeriu que o sistema de
atenção à saúde fosse organizado em diversos níveis:

O relatório elaborado por Dawson descreveu as funções de cada nível de


atenção e as relações que deveriam existir entre eles, influenciando diversos países
do mundo. Esse documento resultou no texto alicerce para a regionalização dos
sistemas de atenção à saúde organizado em bases populacionais. Sigerist em 1946
dá continuidade à discussão, ou seja, se propõe a aprofundar a abordagem
(BRASIL, 2007b). Nestes estudos são definidas quatro tarefas essenciais à
medicina:

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Leavell e Clark também contribuíram com os avanços no entendimento da


promoção da saúde quando em 1965 descrevem o padrão da história natural das
doenças e apresentam os níveis de prevenção primária, secundária e terciária. A
promoção da saúde incluída no nível de prevenção primária mostra que a
preocupação não é apenas com a doença, mas também com as formas de aumentar
a saúde e o bem-estar geral. Diversos fatores são essenciais para a melhoria das
condições de vida e consequentemente da saúde da população, especialmente o
acompanhamento sistemático das famílias, orientando quanto a melhor forma de
higiene, alimentação e cuidados com o próprio corpo, função que na atualidade é
realizada pelos Agentes Comunitários de Saúde.
Becker (2001) apresenta algumas atividades que possibilitariam a promoção
da saúde na visão de Leavell e Clark:
→ Boa nutrição;
→ Atendimento às necessidades afetivas;
→ Educação sexual;
→ Orientação pré-nupcial e parental;
→ Boas condições de moradia;
→ Trabalho e lazer;
→ Exames periódicos e;
→ Educação para a saúde.

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O conceito de promoção da saúde que aparece no modelo da história natural


da doença, proposto por Leavell e Clark é centralizado no indivíduo, dentro do
modelo biomédico (considera apenas os fatores biológicos como causas das
doenças), por isso não consegue alcançar a resolutividade sobre doenças que
necessitam focalizar a atenção nos ambientes, nas condições sociais e nos estilos
de vida. Assim, é necessário ampliar as discussões e definir de forma mais
abrangente o conceito de promoção da saúde (BRASIL, 2007b).
Porém, o melhor esclarecimento sobre a promoção da saúde está no relatório
elaborado por Marc Lalonde (Ministro da Saúde e bem-estar do Canadá) que em
1974, lança um documento com o nome “Uma nova perspectiva da saúde de
canadenses”. Esse relatório informa que a boa saúde é o alicerce sobre o qual o
progresso social é construído, e que uma nação com pessoas saudáveis pode ser a
resposta para o desenvolvimento (LALONDE, 1974).
Esse documento apresenta um estudo sobre a avaliação das causas das
doenças e das mortes no Canadá e dos fatores que afetavam o nível de saúde no
país, dividindo os fatores que afetam a saúde das pessoas e das populações em
quatro grupos:
→ Biologia humana;
→ Meio ambiente;
→ Estilo de vida e;
→ Organização dos serviços de saúde.

As propostas decorrentes desse documento contribuíram universalmente com


o conceito de promoção da saúde ao sugerirem ações necessárias à resolução de
problemas, propondo a unificação dos diversos segmentos da sociedade:
I) Profissionais de saúde;
II) Instituições de saúde;
III) Comunidade científica;
IV) Sistema Educacional;
V) Governos municipais, estaduais e federais;

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VI) Setor empresarial e sindicatos;


VII) Associações voluntárias e;
VIII) Sociedade em geral.

Fonte: Ciência e Saúde –


XXI

Figura – União de todos os setores


Fonte: Ciência e saúde XXI

O moderno sistema de saúde que se encontra em vigor no Brasil teve como


base os estudos realizados em diversas regiões do mundo e, principalmente,
seguindo a proposta do documento Lalonde (1974), que deu origem, também, às
conferências de Alma-Ata e Ottawa, as quais foram determinantes na elaboração de
importantes documentos, como a Declaração de Alma-Ata e a Carta de Ottawa, que
são a base da saúde pública em quase todos os países do mundo.
A partir das conclusões do relatório Lalonde e das cartas das conferências
internacionais de saúde que se seguiram, o conceito de promoção da saúde foi
sendo consolidado e colocado como referência fundamental para a maioria dos
sistemas de saúde no mundo. Becker (2001, p. 42) afirma que “[...] a partir destas
conferências, a promoção da saúde passou a ser cada vez mais considerada nas
políticas de saúde de diversos países”.
Quadro - Principais conferências internacionais da OMS desde 1970
Ano Documento Tema Local
1977 30ª Assembleia Mundial da Saúde Saúde Para Todos no Ano ...
2000

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Declaração de Alma-Ata (Conferência Saúde Para Todos no Ano ex-URSS


1978 Internacional sobre Cuidados 2000
de Saúde Primários)

Carta de Ottawa (1ª Conferência Promoção da Saúde nos


Canadá
Países Industrializado
1986 Internacional sobre Promoção da Saúde)

Declaração de Adelaide (2ª Promoção da Saúde e Políticas Austrália


1988 Conferência Internacional sobre Públicas Saudáveis
Promoção da Saúde)
Declaração de Sundsvall (3ª Promoção da Saúde Suécia
e Ambientes Favoráveis
1991 Conferência Internacional sobre
Promoção da Saúde)
Declaração de Jacarta (4ª Conferência Promoção da Saúde no Século Indonésia
1997 Internacional sobre Promoção XXI
da Saúde)

Declaração do México (5ª Conferência Promoção da Saúde: Rumo a México


2000 Internacional sobre Promoção Maior
da Saúde)
Equidade

Carta de Banguecoque Promoção


(6ª Conferência
da Saúde
Internacional
num Tailândia
sobre
2005 Promoção da Saúde) Mundo Globalizado

Fonte: Meireles, 2008. Org.: Magalhães, 2012

Na Conferência de Alma-Ata é preconizado que a saúde é: [...] o estado de


completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de
doença ou enfermidade - é um direito humano fundamental, e que a consecução do
mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja
realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do
setor saúde. (DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA, 1978)
Chama a atenção, ainda, para diversas lacunas existentes no setor de saúde,
e que impedem o desenvolvimento econômico e social das nações. Um ponto
destacado foi a desigualdade no estado de saúde entre os povos, ou seja, entre
países desenvolvidos e em desenvolvimento e mesmo dentro dos próprios países.
Também se destacou que os povos têm o direito e o dever de participar do
planejamento e execução do cuidado com a sua saúde.

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Na Declaração de Alma-Ata é ressaltado que os cuidados primários com a


saúde são essenciais, com base em metodologias e tecnologias práticas,
cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, para que todos os
sujeitos tenham acesso a ela. Dessa forma, a participação de todos os cidadãos, de
maneira ininterrupta, constituirá em alicerce para o desenvolvimento econômico,
social, político e cultural. Enfim, os cuidados primários com a saúde refletem
positivamente em todos os setores da sociedade, repercutindo no desenvolvimento
de todas as nações. Na Declaração é destacada ainda elementos essenciais para
uma boa qualidade de vida, como:

I) Educação;
II) Métodos de prevenção e controle;
III) Promoção da distribuição de alimentos e da nutrição;
V) Cuidados de saúde materno-infantil, incluindo o planejamento familiar;
VI) Imunização contra as principais doenças infecciosas;
VII) Prevenção e controle de doenças localmente endêmicas;
VIII) Tratamento apropriado de doenças e lesões comuns e;
IX) Fornecimento de medicamentos essenciais.

Na Declaração de Alma-Ata, todos, sejam governos, Organização Mundial de


Saúde - OMS, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), outras
organizações internacionais, entidades multilaterais e bilaterais, organizações
governamentais, agências financeiras, todos que direta ou indiretamente se
envolvam no campo da saúde, bem como toda a comunidade mundial, são
convocados a apoiar o compromisso com os cuidados primários de saúde para que
fosse atingida a meta de “saúde para todos os povos do mundo até o ano 2000”.
Destaca também, que o direcionamento dos recursos mundiais gastos em
armamento e conflitos militares poderá ser canalizado e mais bem utilizado nos
“Cuidados primários de saúde”.
Após mais de trinta anos da Conferência e treze anos após a data prevista
para o alcance dessa meta, sabemos que apesar dos avanços ocorridos, ainda há

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muito a ser feito em termos de cuidados primários com a saúde, principalmente nos
países em desenvolvimento. A Conferência de Alma-Ata, juntamente com a 1ª
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (OTTAWA, 1986),
apresentaram os fundamentos para o moderno conceito de promoção da saúde.
A Carta de Ottawa incorporou as ideias de que os sistemas de atenção à
saúde deveriam dar início aos cuidados primários em saúde, indicados no relatório
Lalonde e na carta de Alma-Ata. De acordo com a Carta de Ottawa (1986):
Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade
para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior
participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-
estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar
aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A
saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver.
Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é
responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida
saudável, na direção de um bem-estar global.
Consta na Carta de Ottawa que a saúde engloba alguns pré-requisitos, como:

Um dos focos da promoção da saúde é o alcance da equidade, ou seja, da


diminuição das diferenças no estado de saúde das populações, assegurando
oportunidades e recursos igualitários para que se tenha acesso à saúde através de

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bases sólidas, como:

Oportunidades que permitam


fazer escolhas por uma vida mais
sadia

Ambientes favoráveis

Acesso à informação, a
experiências e habilidades na
vida

Na Carta de Ottawa fica claro que, para que ocorra a promoção da saúde, é
necessária uma atuação intersetorial, envolvendo todos os setores da sociedade
para além do setor saúde:

Enfim todos têm o dever de se envolver em busca de um bem comum,


levando em consideração as características de cada local. Os programas para a
promoção da saúde devem levar em consideração as diferenças regionais tanto
socioeconômicas, quanto culturais.
As sugestões descritas nessa Carta, na direção da construção de ambientes
favoráveis à saúde são:

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I) A conservação dos recursos naturais deveria ser de responsabilidade


de todas as nações;
II) Mudanças nos modos de vida, de lazer e de trabalho;
III) Reforçar a ação comunitária;
IV) Desenvolver habilidades pessoais e reorientar os serviços de saúde.

Por fim, na Carta de Ottawa (1986) é destacado que “Cuidado, holismo e


ecologia são temas essenciais no desenvolvimento de estratégias para a promoção
da saúde”.
Enfim, a definição de promoção da saúde foi sendo modificada ao longo do
tempo, agrupando novas variáveis e ganhando maior abrangência. Na atualidade,
entendemos promoção da saúde integrada a diversos fatores como:
I) Vida;
II) Saúde;
III) Solidariedade;
IV) Equidade;
V) Democracia;
VI) Cidadania;
VII) Desenvolvimento;
VIII) Participação e;
IX) Parceria.

Sendo assim, devem ser levadas em consideração não só as ações do


Estado, mas também, cada indivíduo deve ser responsável pelo desenvolvimento de
habilidades pessoais, além da reorientação do sistema de saúde e de parcerias
intersetoriais (BUSS, 2003).
A realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, no Brasil, cujo
slogan era “Saúde como direito de todos e dever do Estado”, representou avanços
na discussão da saúde no país. Pela primeira vez na história brasileira, a sociedade
civil organizada participou dos debates que envolvem a saúde. O resultado da
mobilização social foi muito importante, pois a partir dessa mobilização, foi

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elaborado um documento apresentando as principais deficiências da saúde


brasileira naquele período. Os apontamentos contidos nele serviram de base para a
implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) e a
elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (BRASIL,
2007a).
No Relatório final da 8ᵃ Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986 em
conformidade com a Organização Mundial de Saúde, é descrito que a saúde é
resultado de diversos fatores como:
→ Condições de alimentação
→ Habitação
→ Educação
→ Renda
→ Meio ambiente
→ Trabalho
→ Transporte
→ Emprego
→ Lazer
→ Liberdade
→ Acesso e poder da terra
→ Acesso a serviços

Assim, a Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988) confirma essas


ideias, passando a ser um marco na história da saúde no que se refere aos direitos
dos cidadãos brasileiros. No Artigo 196, é destacado que a saúde é um direito de
todos e por isso, é dever do Estado garanti-lo “[...] mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação” (BRASIL, 1988).
Na organização da saúde que vigora na atualidade é possível prever danos e
riscos à saúde a partir do diagnóstico sobre a situação e as condições de vida da

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população em áreas delimitadas, assim o território passou a ter múltiplas divisões e


funcionalidades, porém com um mesmo objetivo, o de oferecer assistência,
proporcionando melhorias na qualidade de vida e saúde da população.
Para melhor compreensão de como a vida acontece no território que ficará
sob sua área de atuação, a seguir será realizada uma abordagem sobre essa
categoria que atualmente é bastante utilizada nas ações de saúde.

Território e promoção da saúde

No campo da saúde, os espaços são representados por conjuntos de


territórios e lugares onde os acontecimentos ocorrem ao mesmo tempo, e suas
repercussões são sentidas em sua totalidade de maneira diferente. Assim, é
essencial que o ACS reconheça o território em uma visão de saúde que leve em
consideração não apenas o corpo, mas que compreenda o processo saúde doença
no contexto da vida (LIMA, 2013, S/P).
Deste modo, o território deve ser construído socialmente da relação entre os
sujeitos sociais e o lugar, e dependendo da forma como é construído, esse território
será propício a saúde ou a doença. Portanto, é necessário que as ações de saúde
sejam direcionadas levando em consideração a realidade de cada território e a vida
cotidiana, pois, ela expressa cultura, valores, projetos e desejos de sujeitos
individuais e coletivos (LIMA, 2013).
O conhecimento do território é essencial para uma boa gestão dos serviços
de saúde, pois, somente através de informações precisas, os gestores poderão
direcionar as ações adequadas para a resolução de problemas em áreas
específicas. Para o conhecimento da real situação de saúde da população de um
território é necessário delimitar uma base territorial, pois, a partir dessa base é
possível caracterizar a população, e seus problemas de saúde, além de possibilitar a
criação de uma relação de responsabilidade entre os serviços de saúde e sua
população adscrita (MONKEN, 2003, p.16).
Na saúde pública, mais especificamente na atenção primária à saúde, são
utilizadas diversas estratégias para promover a saúde em territórios previamente

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delimitados. A partir da territorialização, os profissionais da saúde poderão


compreender melhor os territórios adscritos, as fragilidades dos lugares e das
pessoas contidos nele. E se as políticas públicas estiverem voltadas para a
efetivação de programas e projetos para a melhoria da saúde da população baseado
nesse território usado, poderá haver resultados melhores se comparado a essa
mesma análise sobre outro território sem essa configuração.
Uma das principais ferramentas para o reconhecimento socioambiental de um
território está no Planejamento Estratégico Situacional - PES pois, a partir da
realização do diagnostico situacional das condições de vida e saúde de uma
população em um espaço delimitado, ou seja, quando há o reconhecimento e
mapeamento do território pelos Agentes Comunitários de Saúde, “o planejamento é
processado e materializado por meio de informações territorializadas acerca da
situação de saúde e condições de vida da população” (GONDIM ET AL, 2007, p.15).
Esse processo de territorialização permitirá a compreensão das relações
estabelecidas, além de qualificar o grau de vulnerabilidade da população adscrita.
Em outros países do mundo como Finlândia, Inglaterra, Suécia, Costa Rica e
Cuba, também é utilizada a dimensão territorial como base da estruturação dos
sistemas de saúde. Essa estruturação tem dado bons resultados, melhorando à
eficiência e resolutividade dos serviços prestados à população desses países.
O território como processo, ou seja, um espaço em constante construção, que
é resultado da dinâmica social, nunca está acabado, estará sempre sendo
construído e reconstruído. Por isso a aplicação dos sistemas de serviços de saúde
nesse território é importante, já que, os distritos sanitários são estruturados em uma
base conflituosa e complexa devido a diversidade dos territórios que podem ser
encontrados em um determinado espaço. Temos como exemplo disso, os territórios
indígenas, que possuem características próprias (cultura, valores, modo devida).
Essa diversidade deve ser levada em consideração na realização do planejamento
de ações nesse território.

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Figura - Distrito Sanitário Especial Indígena

Fonte: Portal da Saúde, 2013

Vejam a forma de territorialização do Distrito Sanitário Especial Indígena –


DSEI que é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena – SasiSUS. É um modelo de organização de serviços que considera o
modo de vida da população indígena. Cada território pode apresentar características
física, política, econômica, social, ambiental e cultural bastante diferenciada, o que
exige tratamento diferente para cada um. A Figura 3, por exemplo, é um registro
geográfico do bairro Bom Jesus e Nossa Senhora Aparecida em Pirapora-MG.
Observem que essa figura tem algumas das informações necessárias para
compreender melhor esses dois bairros. No canto inferior à direita aparece o nome
da localidade, da instituição a data da elaboração e outros dados. No canto inferior
esquerdo aparece um quadro que apresenta essa localidade em relação a outras e a
distância entre elas. No centro da figura estão à área detalhada da localidade com
ruas, canais, rios, além de outros detalhes importantes para o reconhecimento do
território.

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Figura – Croqui do bairro Nossa Senhora Aparecida

Fonte: Costa, 2014

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O conhecimento do território de atuação do ACS é essencial para o


cumprimento das diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS, quanto à
universalidade, integralidade, equidade e descentralização da saúde. De acordo com
Souza (2003, p. 69), é imprescindível ter conhecimento da localização dos
equipamentos de saúde, onde e como vivem os pacientes. “Em que condições? Se
ele vive mal, o que adianta cuidá-lo em um centro de saúde modelo e exemplar? É
preciso cuidar do lugar onde o cidadão vive, não apenas lá onde ele procura o
serviço médico-hospitalar”.
Não basta ter um setor de saúde que funcione bem para que o município seja
saudável, é necessário a informação para a análise territorial, tais como “Os centros
de saúde, por exemplo, que informação detém? Onde são armazenadas? Apenas
na Secretaria da Saúde? E os demais aspectos da vida que implicam na qualidade
da saúde e da vida das pessoas, como integrá-los”? Dessa forma, sem o
conhecimento do território não poderá existir vínculo, acolhimento, hierarquização ou
responsabilização (SOUZA, 2003, p. 70).
Os diversos territórios, seja na escala nacional, estadual, regional ou
municipal, possuem características próprias a cada um e, apesar de serem
considerados territórios sanitários, necessitam ser fragmentados em outros
territórios para a construção de redes de atenção à saúde mais eficazes e de
qualidade.
As mesorregiões, por exemplo, são constituídas por microrregiões sanitárias
compostas por municípios próximos, que prestam a sua população os serviços de
atenção primária e secundária (média complexidade). O arranjo das redes de
atenção à saúde é organizado assim por que 97% do total de ações de um sistema
de serviços de saúde são demandados pela atenção primária e secundária, sendo
de responsabilidade de cada município oferecer no mínimo a atenção primária à
população, funcionando de acordo com o critério de divisão territorial definida em
cada município. Nesse arranjo de atenção à saúde, os serviços de atenção terciária,
ou seja, os serviços de alta complexidade são ofertados no território macrorregional
sanitário (MINAS GERAIS, 2004). Observem o exemplo da mesorregião do Norte de
Minas Gerais. Alguns municípios ofertam os serviços de alta complexidade

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hospitalar ou ambulatorial, enquanto outros oferecem serviços de média


complexidade, e todos são obrigados a oferecer pelo menos a atenção primária.
Nessa nova organização é possível prever danos e riscos à saúde a partir do
diagnóstico sobre a situação e as condições de vida da população em áreas
delimitadas, assim o território passou a ter múltiplas divisões e funcionalidades,
porém com um mesmo objetivo, o de oferecer assistência, proporcionando melhorias
na qualidade de vida e saúde da população.

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

O SUS - Sistema Único de Saúde é o conjunto de ações e serviços de saúde,


prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, pelo
setor privado e por organizações não-governamentais por meio de contratos e
convênios. Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas com direção
única em cada esfera do governo.

Legislação

Constituição Federal de 1988


O Artigo 196, da Constituição Federal de 1988 assegura que todo cidadão
brasileiro tem direito à saúde, ou seja: [...] a saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantida através de políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos, assim como, ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CF, 1988).

Lei nº 8080/90 (Lei orgânica de saúde)

O SUS é regulamentado pela Lei 8080/90, que dispõe sobre as condições


para a promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o
funcionamento dos serviços de saúde. Vigora em todo o território nacional.
De acordo com essa lei, são fatores determinantes da saúde:

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• a alimentação;
• a moradia;
• o saneamento básico;
• o meio ambiente;
• o trabalho;
• a renda;
• a educação;
• o transporte;
• o lazer e;
• o acesso aos bens e serviços essenciais;

A Lei nº 8080/90 dispõe ainda sobre a organização dos serviços de saúde,


que devem ser de forma regionalizada e hierarquizada sendo exercida pelo
Ministério da Saúde no âmbito da União e na esfera dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, pela Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Os Municípios
podem instituir consórcios para o desenvolvimento dos serviços de saúde.

Lei n.º 8.142/1990


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde.
Todos os estados e municípios necessitam ter conselhos de saúde
compostos por representantes do governo, dos usuários do SUS, dos prestadores
de serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde. Esses conselhos são
responsáveis pela fiscalização dos recursos públicos aplicados na saúde. Outra
forma de participação social na gestão da saúde é através das Conferências de
Saúde que devem ocorrer a cada quatro anos, tendo a representação de diversos
segmentos da sociedade com o intuito de avaliar a situação de saúde e sugerir
diretrizes para a formulação da política de saúde.

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Normas Operacionais Básicas – NOB/SUS

As Leis 8080/90 e 8142/90 são reguladoras do Sistema único de Saúde,


entretanto outros instrumentos legais como as normas foram indispensáveis para a
reorientação e reorganização da gestão do sistema de saúde e no gerenciamento
dos recursos financeiros no âmbito estadual e municipal.
De acordo com documento “Para entender a gestão do SUS” (2003, p. 27-28)
a Norma Operacional Básica 01/91 - NOB/91 teve como principais pontos:
A equiparação dos prestadores públicos e privados, no que se refere à
modalidade de financiamento que passa a ser, em ambos os casos, por pagamento
pela produção de serviços;
A centralização da gestão do SUS no nível federal (INAMPS);
O estabelecimento do instrumento de convênios como forma de transferência
de recursos do INAMPS para os Estados, Distrito Federal e Municípios.
São considerado “municipalizados” dentro do SUS, os municípios que
atenderem alguns pré-requisitos básicos, quais sejam:
(a) A criação dos Conselhos Municipais de Saúde;
(b) A criação do Fundo Municipal de Saúde;
(c) O Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;
(d) A Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como
detalhamento do Plano de Saúde;
(e) A contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento;29
(f) Constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos
e Salários (PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.
• Instituição da Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a
reajustar os valores a serem repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios.
A cobertura ambulatorial anual é obtida da multiplicação do valor da UCA pela
população de cada unidade da federação;
• Modificação do sistema de pagamento aos prestadores de serviços
(entidades filantrópicas, hospitais universitários, entidades contratadas e

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conveniadas) com a implementação do Sistema de Informações Ambulatoriais do


SUS (SIA/SUS).

Norma Operacional Básica 01/93

Essa norma foi editada pela Portaria GM/MS nº 545, de 20 de maio de 1993.
Representou um avanço maior na descentralização em decorrência da Conferência
Nacional de Saúde realizada em 1992 e que teve como tema central “A
Municipalização é o Caminho”. Principais pontos da norma:
→ Criação da transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global
da assistência para municípios em gestão semiplena;
→ Habilitação dos municípios como gestores;
→ Definição do papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim,
passam a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde;
Constituição das Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e
Tripartite (nacional) como importantes espaços de negociação, pactuação,
articulação, integração entre gestores (BRASIL, 2003).

Norma Operacional Básica 01/96

A NOB/96 foi instituída com o fim de promover e consolidar o exercício pleno


do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à
saúde dos seus munícipes, redefinindo as responsabilidades dos Estados, do
Distrito Federal e da União.

O aperfeiçoamento da gestão do SUS implica também em uma reordenação


do modelo de atenção à saúde, redefinindo:
→ os papéis de cada esfera governamental com direção única;
→ os instrumentos gerenciais para que municípios e estados passem a ser
gestores do SUS;
→ os mecanismos e fluxos de financiamento, redução progressiva e continua

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da remuneração por produção de serviços e ampliação das transferências


de caráter global, fundo a fundo, com base em programações ascendentes,
pactuadas e integradas;
→ a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superação
dos mecanismos tradicionais, centrados no faturamento de serviços
produzidos, e valorização dos resultados provenientes de programações
com critérios epidemiológicos e desempenho com qualidade;
→ os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos
familiares e comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva
participação e controle social (BRASIL, 2003).

A Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA/SUS 01/2001


Institucionalizada pela portaria nº 95, de 26 de janeiro de 2001, a Norma
Operacional de Assistência à saúde no Art. 1° indica:

→ a ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;


→ a definição do processo de regionalização da assistência;
→ a criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade de
gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos
critérios de habilitação de estados e municípios.

Norma Operacional da Assistência - NOAS/SUS 01/2002

Essa norma foi instituída pela portaria GM/MS nº 373, de 27 de fevereiro de


2002 e consta as principais alterações em relação a NOAS/SUS 01/2001. Foram
mantidas as modalidades das NOBS anteriores, porém:

→ Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;


→ Estabelece o processo de regionalização como estratégia de
hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade;
→ Cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do

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Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de


habilitação de estados e municípios e;
→ Transforma a Gestão Plena da Atenção Básica - GPAB em Gestão
Plena da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A).

No que se refere ao financiamento do SUS, é de responsabilidade dos três


níveis governamentais. Os recursos federais são repassados a Estados e municípios
através de transferências diretas do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais
e municipais, conforme determina o decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994 que
dispõe sobre as condições e a forma de repasse regular e automático de recursos
do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde estaduais, municipais e do
Distrito Federal. Além das transferências do Fundo Nacional de Saúde, os fundos
estaduais e municipais recebem contribuições de seus próprios orçamentos, sendo
ainda de acordo com regras definidas na esfera estadual, promovidos repasses de
recursos próprios aos fundos municipais de saúde.

Surgimento do SUS
O SUS surgiu como conquista da luta da população por direito à saúde. O
movimento sanitário, formado por médicos, enfermeiros, trabalhadores de
sindicatos, donas de casa, entre outros, ocorrido na década de 1970 e 1980,
objetivava criar um novo sistema público de saúde que garantisse o atendimento da
população.

Princípios e Diretrizes do SUS?

UNIVERSALIDADE: significa que o atendimento do SUS deve ser universal,


ou seja, todos têm direito a serem atendidos sem distinções ou restrições. As ações e os
serviços de saúde para a promoção, proteção e recuperação deve ser oferecida sem
nenhum custo.
INTEGRALIDADE: o SUS tem o compromisso público de oferecer a atenção
necessária à saúde das pessoas e das coletividades de modo completo, em todos os níveis
de complexidade.

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Agente comunitário de saúde

EQUIDADE: O SUS deve disponibilizar a todos os cidadãos brasileiros,


independente de sexo, etnia, religião, idade ou situação de emprego, o direito a
mesma assistência à saúde de acordo com as necessidades de cada um.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL: a sociedade tem o direito e o dever de participar
das gestões públicas em geral e da saúde pública em particular, sendo que o poder público
tem o dever de garantir as condições para a participação da comunidade.
DESCENTRALIZAÇÃO: é o processo de transferência de responsabilidades de
gestão para os municípios. As três esferas de governo (federal, estadual e municipal), terão
atribuições comuns e competências específicas na formulação das políticas de saúde, no
planejamento, operacionalização e controle social.
Os princípios e diretrizes do SUS revelam-se como uma proposta bem
estabelecida, pois garantem o acesso de todos os brasileiros à promoção, proteção
e recuperação da saúde, de forma integral, sem distinção de classes sociais, sexo,
etnia, religião, idade ou poder aquisitivo. Dessa forma é considerado um dos
melhores sistemas de saúde do mundo, sendo referência para diversos países. No
organograma é apresentado o modelo institucional do SUS.

Figura - Modelo institucional do SUS

Nos procedimentos estratégicos do SUS, o município representa o local onde

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é tomada grande parte das decisões no âmbito das políticas de saúde, na


perspectiva da descentralização. Essas decisões são tomadas em consenso com a
Secretaria Municipal de Saúde, Colegiado regional e Conselho Municipal de Saúde.
O princípio da organização hierárquica de atuação do SUS seguiria a lógica
do reconhecimento das necessidades e da dinâmica socioeconômica da população,
que, por sua vez, participa da construção e reconstrução do
território, possibilitando o conhecimento deste. Dessa forma, Barcellos e Monken
(2007, p. 234) colocam que:As práticas de saúde avançam para a integração das
ações curativas, promocionais e preventivas, de forma que as intervenções sobre os
problemas sejam também sobre as condições de vida das populações, e a
regionalização e hierarquização dos serviços contemplam a organização dos
estabelecimentos, delimitando uma base territorial, ou seja, uma área de atuação –
da unidade de saúde, da equipe do médico da família, do agente de controle de
endemias [...].
O Ministério da Saúde esclarece que os gestores municipais e estaduais é
que devem realizar o levantamento dos instrumentos de atendimento que possuem
e determinar o tipo de serviço que será oferecido por cada um. Além disso, Após a
análise da potencialidade, traçam um plano regional de serviços. O acerto ou
pactuação irá garantir que o cidadão tenha acesso a todos os tipos de
procedimentos de saúde. Na prática, uma pessoa que precisa passar por uma
cirurgia, mas o seu município não possui atendimento hospitalar, será encaminhada
para um hospital de referência em uma cidade vizinha (BRASIL, 2011c, p.14).
As formas de repasse de recursos aos municípios através do Piso da Atenção
Básica (PAB), calculado com base no total da população da cidade, além de outras
maneiras de angariar recursos para a saúde, como a adesão a programas federais,
são formas de assegurar aos moradores de cada município o atendimento
necessário, como consta na proposta do SUS.

PRINCIPAL PORTA DE ENTRADA NO SISTEMA DE SERVIÇOS DE


SAÚDE

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Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde, também conhecida como Atenção Básica é o


primeiro nível de atenção em saúde. É composta por um conjunto de ações, de
caráter individual e coletivo, que engloba a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de
danos e a manutenção da saúde. O seu objetivo é impactar positivamente a saúde
das coletividades através de uma atenção integral à saúde (MS, 2009).
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do cidadão ao sistema de
saúde. É através dela nas Unidades Básicas de Saúde - UBS, nas Unidades
Básicas de Saúde Fluviais, nas Unidades Odontológicas Móveis (UOM) e nas
Academias de Saúde que a população passa a ter acesso à rede integrada de
saúde.
De acordo com as diretrizes do SUS, todos os municípios do estado devem
oferecer a sua população a Atenção Primária à Saúde - APS, preferencialmente
próxima às residências dos usuários. As APS têm importante papel na rede de
atenção à saúde, pois através da Atenção Primária é possível:

Fonte: Adaptado de Marques et al., 2009.

Conforme já foi dito, as Unidades Básicas de Saúde são a “porta de entrada”

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da população para o atendimento da população. A figura a seguir mostra que o


primeiro atendimento deve ser na UBS, lá o paciente é avaliado por um profissional
de saúde, a seguir é feito o diagnóstico do procedimento a ser realizado, e só depois
o paciente é encaminhado para o atendimento no local adequado, ou seja,
dependendo do caso, o indivíduo é direcionado para os hospitais, para o centro de
enfermagem, para a atenção domiciliar, para o laboratório especializado, ou para
outro setor de saúde que seja adequado as necessidades do paciente.

Fonte: MS, 2009

A Atenção Primária à Saúde deve ocorrer de forma abrangente, para que se


torne realmente a melhor maneira de acesso da população a esse sistema. O
Programa Saúde da Família em funcionamento desde 1994 é uma das formas de
organização da APS. O programa tem modificado o modo de vida de muitas
comunidades e originado diversos benefícios não só para a população como
também para o sistema de saúde que tem diminuído os gastos com atendimentos.

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Programa Saúde da Família

O Programa Saúde da Família - PSF teve início com a criação do Programa


dos Agentes Comunitários de Saúde - PACS em 1991, criada para tentar reduzir a
mortalidade materna – infantil. Sua expansão se deu principalmente a partir de 1995,
atingindo 2,5 milhões de pessoas coberta pelo programa, sendo
acompanhada por 724 equipes de profissionais com dedicação exclusiva aos
pacientes dos territórios adscritos (GOULART, 2007).
Nesse contexto, o Ministério da Saúde define alguns requisitos primordiais
que devem ser seguido pela Estratégia Saúde da Família - ESF como prioridades
para o bom desempenho e funcionamento dos serviços realizados a população nas
áreas adscritas. Isto é, os profissionais do programa devem intervir sobre os fatores
de risco a saúde da comunidade; as práticas de saúde devem ser humanizadas
através de vínculos estabelecidos entre os profissionais de saúde e a população,
dentre outros (BRASIL, 2007).
O PSF desde a sua implementação tinha o intuito de fortalecer o processo de
descentralização do SUS através da compreensão de oferta da atenção básica na
comunidade, criando, sobretudo, um elo entre os profissionais e os usuários.
Esta relação se fortalece por este programa estar presente em localidades onde não
existiam os serviços disponibilizados por ele. A diferença desse programa dos
demais é que anteriormente os serviços eram realizados na comunidade e
atualmente os serviços são realizados com a comunidade (SOUZA, 1999).
O PSF incorpora os princípios da universalidade e equidade, sendo a
principal alternativa para o modelo assistencial. Assim sendo, o mercado não seria o
principal critério para organizar e distribuir os serviços, mas, sobretudo, o
planejamento será realizado de acordo com as necessidades apresentadas pela
população.
O PSF passou por varias etapas nos processos de implementação até se
constituir como um programa capaz de modificar a realidade da saúde pública
brasileira. No ponto de vista institucional, alguns marcos foram importantes para a
sua trajetória, como por exemplo, a articulação entre as universidades e as

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secretarias de saúde para a criação dos polos de capacitação em saúde da família;


a parceria com a comunidade solidaria; a abertura de linhas de financiamento junto
ao Reforço à Reorganização do SUS - REFORSUS e o estabelecimento do Pacto da
Atenção Básica entre o MS, gestores estaduais e municipais.
Do ponto de vista normativo e financeiro, o PSF foi influenciado por algumas
portarias e outros instrumentos do MS que foram importantes para o
desenvolvimento do programa, tais como a Norma Operacional Básica do SUS de
1996. Goulart (2007) informa que a NOB 96 apresentou perspectivas de mudanças
no modelo assistencial, principalmente quanto aos incentivos e organização do
programa. Tais mudanças estão orientadas para:

→ A busca da integralidade;
→ A incorporação do modelo dominante ao modelo epidemiológico;
→ A associação dos processos individualizados para um modelo de
atenção centrado na qualidade de vida das pessoas e no ambiente de
vivencia e;
→ A incorporação de projeto de ações, das pessoas, do meio ambiente e
dos compartimentos interpessoais

Outro fator importante foi à implantação do Piso da Atenção Básica – PAB


que acarretou a transferência de recursos federais dentro de uma modalidade
automática (fundo a fundo), além de exigirem que as equipes estivessem integradas
a rede municipal, ou que se desenvolvessem estratégias similares de garantia de
integralidade da assistência. Na NOB 96 resguarda também que além desses
requisitos colocados pelo PAB, ainda era necessário manter atualizada todas as
informações referente a produção de serviços do PSF, caso contrário, resultaria na
suspensão dos créditos respectivos (LIMA, MACHADO, 2000). Sobre este viés,
Goulart (2007, p.109) coloca também que:
Nesse momento, a atenção básica ganhou destaque e centralidade na
política de saúde. Foram realizadas importantes ações, tais como, a assinatura do
Pacto da Atenção Básica, a edição do respectivo manual, a incorporação do DAB a

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SPS, e a própria formulação da NOAS. Ocorreu também a elaboração e a


divulgação das linhas estratégicas para o quadriênio 1999 – 2002, mostrando o
delineamento cada vez maior de um rumo estratégico para o PSF.
Também foi proporcionada pela NOB 96 a definição de um valor per capta
mínimo, definido de acordo com a quantidade de procedimentos realizados no ano
anterior, resultando também um acréscimo nas transferências dos recursos cedidos
a assistência da atenção básica, mesmo nos municípios que tinham dificuldades de
apresentar produção suficiente de procedimentos. Foi estipulado ainda segundo
Goulart (2007, p.94 - 95), “um valor de 10,00 por habitantes por ano, possibilitando
homogeneização das transferências para o conjunto de municípios”.
Esses recursos concedidos ao PSF foram também acrescentados pela
portaria 1.329 de novembro de 1999 (Brasil, 1999), que por meio da cobertura
populacional oferecida pelas Equipes Saúde da Família, passam a ser critério de
definição para o incentivo a ser pago por equipe. De acordo com a população
coberta o incentivo chega a ser de até 7% (GOULART, 2007).
Quanto aos processos de avaliação dos resultados da implantação e
desenvolvimento do PSF segundo a pesquisa denominada “Avaliação da 2
Implantação e funcionamento do PSF ” realizada pelo MS, Goulart (2007),
coloca que os resultados formalmente só foram divulgados no ano 2000, ou seja,
foram avaliados os seis primeiros anos de funcionamento do PSF. A avaliação
ocorreu mediante consultas por correio a um conjunto de 1219 municípios e 3119
equipes de saúde da família em 24 estados. Os resultados encontrados no ponto de
vista da gestão do programa balizaram em; pouca participação dos gestores
estaduais; carência quanto aos incentivos financeiros, materiais e técnicos por parte
da SES.
No ponto de vista das políticas de recursos humanos, a maioria dos médicos
e enfermeiros contratados não tinham vínculos com o lugar, ou seja, a maioria deles
não residiam no município e nem mesmo no próprio estado. Também havia falha
nas contratações de profissionais de saúde, sendo que a maioria dos processos
seletivos eram realizados com alto grau de informalidade, além de existir muitos
contratos temporários e de prestação de serviços para os profissionais médicos e

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Agente comunitário de saúde

enfermeiros (GOULART, 2007).


Quanto aos processos de trabalho dos profissionais do PSF, a noção de
território como categoria de análise estava presente em cerca de 80% dos casos; Os
prontuários de famílias implantadas registravam aproximadamente 70%, sendo que
43% dos profissionais atuavam a menos de um ano no programa, constatando alta
rotatividade dos profissionais.
Embora, a pesquisa tenha constatado um desgaste com as atividades do PSF
devido aos vínculos empregatícios precários, carência de suporte e materiais para
as atividades cotidianas, dificuldades de acesso ao local de trabalho entre outros.
Ainda assim, foi bastante expressivo o aumento da oferta na maioria dos
procedimentos característicos da atenção básica com a implantação do programa
(GOULART, 2007).
Goulart (2007, p.108) coloca que; A expansão do PSF e a adesão numérica
progressiva do programa aos municípios esta relacionado também pelo
aprofundamento de aspectos mais qualitativos. Dados, por exemplo, pelo fato de
que o arcabouço normativo e doutrinário disponível havia se adensado bastante e
também pela inquestionável adesão ao SUS, revelada por uma verdadeira
“explosão” de habilitações de municípios as condições de gestão da NOB 96.
Embora, os números de adesão ao PSF por municípios brasileiros tenham
revelado aumento significativo, ainda há preocupação quanto à efetividade desses
programas, principalmente quanto às ações desenvolvidas por este. Goulart (2007,
p.102) coloca ainda que “a questão do PSF, mesmo diante de avanços
incontestáveis, ainda carece de experimentar apreciáveis saltos de qualidade”, tais
como, flexibilizar o programa, intensificar a assessoria e orientação aos gestores,
principalmente quanto às orientações aos profissionais para o desenvolvimento de
um trabalho mais humanizado, e com mais participação da sociedade nas decisões
a serem tomada.
A principal estratégia para o bom funcionamento da APS é a saúde da família,
assim é primordial que a família tenha um atendimento completo, ou seja, equipes
multidisciplinares trabalhando de forma integrada devem oferecer todos os tipos de
atendimento pautadas pelos princípios da atenção primária que é a integralidade, a

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qualidade, a eqüidade e a participação social. O vínculo estabelecido pelas equipes


de saúde da família com a população possibilita que estes se comprometam e se
responsabilizem por melhorar o seu ambiente e consequentemente a saúde da
comunidade.
Composição das Equipes de Saúde da Família
• um médico;
• um enfermeiro;
• um auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e;
• Agentes Comunitários de Saúde – ACS (no máximo 12 por equipe)

Outros serviços disponibilizados a população pelo SUS, diz respeito aos


serviços da medicina alternativa. Em 2006 foi criada pela Portaria GM nº 971/2006 a
Política Nacional de práticas Integrativas e Complementares no SUS, essa política
compreende atendimento gratuito em serviços de fitoterapia, acupuntura, plantas
medicinais e homeopatia. É preciso que o ACS se informe se esses serviços estão
disponíveis no território sob sua responsabilidade para que ofereça aos moradores
como alternativa de prevenção e tratamento de doenças que possam afetar a
população. Alguns desses profissionais prestam seus serviços nos Núcleos de Apoio
à Saúde da Família – NASF.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF foram criados em 2008
para contribuir com a melhoria dos problemas de saúde. Esses núcleos são
constituídos por profissionais de diversas áreas como nutricionista, psicólogo,
farmacêutico, assistente social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo,
médico acupunturista, médico ginecologista, médico homeopata, médico pediatra e
médico psiquiatra. Esses profissionais trabalham em parceria com as equipes da
estratégia Saúde da Família – eSF. Os ACS devem se informar se há vinculação da
sua equipe a algum NASF e de que forma se dá a articulação entre eles. Esse
conhecimento é necessário para que os pacientes sob sua responsabilidade sejam
direcionados para o NASF, caso necessite do atendimento de algum profissional
desse núcleo (BRASIL, 2009).
O organograma a seguir detalha o funcionamento dos serviços de saúde em

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Agente comunitário de saúde

uma Unidade Básica de Saúde e a organização das equipes de atenção primária no


atendimento da demanda espontânea.
Figura: Fluxograma para a organização do processo de trabalho das equipes
de atenção primária para o atendimento da demanda espontânea

Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica, 2011- Adaptação: MAGALHÃES, 2014

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Agente comunitário de saúde

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

O Agente comunitário de saúde é o elo de ligação entre a população que


necessita dos serviços de saúde e o sistema de saúde. De acordo com Marques e
Padilha (2004, p. 348): O profissional agente comunitário de saúde atua no apoio
aos indivíduos e coletivos sociais, realizando atividades de promoção da saúde e
prevenção de agravos, por meio de ações educativas e de acompanhamento a
indivíduos, famílias e grupos, mobilizando práticas de promoção da vida em
coletividade e de desenvolvimento de interações sociais. Estas características
apontam para uma singularidade e especificidade profissional, que o situa na
interface intersetorial da saúde, ação social, educação e meio ambiente. Para o
setor saúde, a formação do agente comunitário requer, então, a identificação
técnica, ética e humanística das competências que ele deve desenvolver para a
realização de seu trabalho.
O trabalho do agente comunitário de saúde é extremamente importante tanto
para assegurar o direito à saúde às populações, principalmente as mais carentes
que não conhecem os seus direitos e não tem acesso aos serviços de saúde, como
para fazer cumprir as metas do governo federal como, por exemplo, em relação à
redução da mortalidade materna e neonatal.
A profissão do Agente Comunitário de Saúde é regulamentada pela Lei Nº
11.350, de 5 de outubro de 2006, que transforma a Medida Provisória n° 297 de
2006 em lei. O ACS é um profissional da área de saúde integrante da equipe de
saúde da família, que exerce serviços exclusivamente no âmbito do SUS. Realiza
atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde sob a supervisão do
gestor federal, estadual ou municipal. Suas ações se restringem a atendimentos
domiciliares ou comunitários, individuais ou coletivos, desenvolvidos em
conformidade com as diretrizes do SUS.
No parágrafo único do Artigo 3° consta que são atividades desenvolvidas pelo
ACS:
I - a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sócio-
cultural da comunidade;

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Agente comunitário de saúde

II - a promoção de ações de educação para a saúde individual e coletiva;


III - o registro, para fins exclusivos de controle e planejamento das ações
de saúde, de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde;
IV - o estímulo à participação da comunidade nas políticas públicas
voltadas para a área da saúde;
V - a realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de
situações de risco à família; e
VI - a participação em ações que fortaleçam os elos entre o setor saúde e
outras políticas que promovam a qualidade de vida.

Podemos observar que é papel do ACS fazer o levantamento demográfico e


sociocultural da população, ou seja, quantos são, quantos do sexo masculino e
quantos do sexo feminino. Qual a faixa etária dos moradores, renda, escolaridade,
etnia. É também papel do ACS promover ações de educação para a saúde do
indivíduo e da coletividade. Registrar a ocorrência de nascimentos, de óbitos, das
doenças e de outros agravos que ocorrem na comunidade sob sua
responsabilidade.
Faz parte ainda das atividades do ACS, estimular a população da sua área de
atuação à participar das políticas públicas voltadas para a área da saúde. Realizar
visitas periódicas nos domicílios para monitorar a situação das famílias quanto a
situação de riscos. E por fim, participar de ações para fortalecimento do elo entre o
setor de saúde e outras políticas para promoção da qualidade de vida.
Figura - Academia ao ar livre no bairro Ibituruna

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Agente comunitário de saúde

Autor: MAGALHÃES, 2013

A Lei Nº 11.350, destaca no Art. 6o alguns requisitos a serem preenchidos


pelo ACS para a sua contratação:
Ser morador da área onde exercerá suas atividades desde a data da
publicação do edital do processo seletivo público; haver concluído, com
aproveitamento, curso introdutório de formação inicial e continuada; e haver
concluído o ensino fundamental (Esse requisito só é válido para iniciante, ou seja, se
não estiverem exercendo atividades de ACS).
O fato de ser morador da área onde exercerá suas atividades, e, portanto
conhecido da maioria dos moradores da comunidade, facilitará o trabalho do ACS,
pois a sua proximidade se traduzirá em relação de confiança. Outro ponto positivo é
que por ser residente da comunidade conhece praticamente todos os problemas que
a envolvem. Isso irá favorecer o diagnóstico ambiental e possibilitar a ação do poder
público local. De acordo com documento do Ministério da Saúde (2009, p. 24):
Sua ação favorece a transformação de situações-problema que afetam a
qualidade de vida das famílias, como aquelas associadas ao saneamento básico,
destinação do lixo, condições precárias de moradia, situações de exclusão social,
desemprego, violência intrafamiliar, drogas lícitas e ilícitas, acidentes etc.

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Agente comunitário de saúde

O conhecimento profundo da área de atuação dos ACS é fundamental na


organização das ações dos serviços de saúde, contribuindo com os gestores
públicos e atuando como vigilantes da saúde da comunidade.
Se você pretende realizar um bom trabalho, deve:

Fonte: Ministério da Saúde, 2005.

O conhecimento do território onde irá atuar é essencial para enxergar além


dos problemas e para conhecer também as potencialidades sociais e econômicas,
pois a partir delas você poderá contribuir para modificar a realidade local, intervindo
e incentivando o crescimento dos indivíduos e consequentemente da comunidade.
Lima (2013, S/P) pontua que “Em uma abordagem de saúde que vá além da visão
do corpo e busca compreender o processo saúde-doença no contexto da vida, o
reconhecimento do território é fundamental”. Porém, para que isso ocorra é
necessário que o ACS seja ativo e tenha iniciativa, goste de aprender coisas novas.
É preciso também que seja observador, para que perceba como vivem as pessoas e
se o ambiente que as cerca é propício à saúde ou a doença. Mas principalmente, é
preciso que você seja ético, tenha respeito pelas pessoas e por seus colegas de
trabalho, já que estará sempre em convívio com outros profissionais da área da
saúde.

A origem da função de agente comunitário de saúde

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Agente comunitário de saúde

A função de Agente Comunitário de Saúde não é nova, sendo bastante


utilizada em outros países como Canadá que em 1920 utiliza de Organizações Não
Governamentais - ONGs e grupos religiosos para treinar indivíduos no auxilio aos
movimentos de organização comunitária nas Américas. Na América Latina foi
impulsionado pelo apoio financeiro de agências internacionais aos Ministérios da
Saúde da América do Sul para a capacitação dos trabalhadores com vista a
exercerem atividades de cuidados básicos com a saúde da população. Outro fator
que deu impulso a criação da função de ACS, foi o fato de que médicos e
enfermeiros eram profissionais que oneravam o setor de saúde, além do fato de não
se disponibilizarem a realizar trabalhos na área rural e na periferia, assim, o trabalho
do ACS poderia sanar esses problemas (NASCIMENTO, 2008).
No Brasil, a origem do profissional Agente Comunitário de Saúde ocorreu a
partir de 1987, como estratégia de melhoria das condições de saúde da população
nordestina. O trabalho foi iniciado com 6.000 mulheres do sertão do Ceará,
selecionadas entre as mulheres pobres, que já fossem conhecidas e respeitadas
pela comunidade, independente de escolaridade. A capacitação dessas mulheres
para as ações era realizada em três dias sob a supervisão de um profissional de
saúde (ÁVILA, 2011). As ações se constituíam basicamente de:

→ Busca ativa das gestantes para fazer o pré-natal e encaminhar a


maternidade;
→ Incentivo ao aleitamento materno;
→ Levar as crianças para vacinarem;
→ Orientar sobre a higiene da criança e do domicílio.

O programa que era emergencial, devendo findar com o período da seca,


passa a ser contínuo, perdendo a característica de emergencial devido a melhoria
dos indicadores de saúde, principalmente no que se refere aos indicadores de saúde
infantil. Ávila (2011, p. 163) afirma que: A melhoria observada nos indicadores de
saúde infantil, tais como a queda da mortalidade, consequência da redução do
número de óbitos por pneumonia, sarampo e desidratação, as três principais causas

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Agente comunitário de saúde

de óbito infantil no Ceará, e a maior cobertura vacinal, mostrou que o caminho


estava certo. [...] O programa perdeu a característica emergencial e passou a ser
usado como estratégia de disseminação das ações básicas de saúde materno-
infantil, caracterizadas, então, como ações simplificadas e de baixo custo [...].
O sucesso do programa repercutiu tão positivamente nas ações de saúde,
que logo após o cessar do programa de emergência foi institucionalizado o
Programa Agentes de Saúde, criado pelo Decreto no 19.945, de janeiro de 1989, e
regulamentado, posteriormente, pela Portaria n° 232/92 e Decreto no 23.079, de
fevereiro de 1994. A institucionalização do programa no Ceará foi pioneira no Brasil,
pois apesar de já existir em outros países ou estados brasileiros faltava- lhes a
institucionalização e a universalização (ÁVILA, 2011).
O trabalho de Agentes Comunitários de Saúde já adotado em outros países e
alguns estados brasileiros como Ceará, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Mato
Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro foi posteriormente disseminado para outros
estados, funcionando inicialmente como programa institucionalizado em alguns
estados da região norte e nordeste, sendo difundido posteriormente para outras
regiões brasileiras (ÁVILA, 2011).

Perfil de Competências Profissionais do Agente Comunitário de Saúde

A formação permanente dos trabalhadores em saúde, como também das


demais áreas e da população é de responsabilidade do Departamento de Gestão da
Educação em Saúde – DEGES e da Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação em Saúde –SGTES do Ministério da Saúde - MS. São esses órgãos que
propõem e formulam as políticas que se refere a educação profissional desses
trabalhadores com vistas a articulação intersetorial, levando em consideração as
diretrizes do SUS.
Assim, é de incumbência do DEGES expor a todos os segmentos que
discutem as políticas de saúde notadamente os envolvidos com os Programas
Saúde da Família - PSF e Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS, o
Perfil de Competências Profissionais do Agente Comunitário de Saúde.

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Agente comunitário de saúde

Conceituando competência profissional, o Ministério da Saúde apud Zarifian (1999),


a descreve como: [...] capacidade de enfrentar situações e acontecimentos próprios
de um campo profissional, com iniciativa e responsabilidade, segundo uma
inteligência prática sobre o que está ocorrendo e com capacidade para coordenar-se
com outros atores na mobilização de suas capacidades.
Esse documento foi elaborado com a finalidade de apresentar o perfil
profissional do ACS as instituições que formam profissionais utilizando programas
político- pedagógico de formação e desenvolvimento com base “[...] em
conhecimentos, atitudes e habilidades que gerem crítica, reflexão, compromisso e
sensibilidade, segundo as competências esperadas deste trabalhador da equipe de
saúde” (BRASIL, 2013).
Para elaboração do referido documento foram levados em consideração
diversos aspectos como as normas do SUS, aspectos relacionados a diversidade de
atividades do ACS, a Lei que criou a profissão de ACS (10.507/2002) e o decreto
que fixou as diretrizes de trabalho para esses profissionais (3189/1999), a
valorização da singularidade profissional do ACS e a necessidade de promover a
qualificação profissional com certificado de validade nacional.
Através da Portaria GM/MS nº 1.886/97, é estabelecida as atribuições do
Agente Comunitário de Saúde, e o exercício de suas atividades são fixadas pelo
Decreto Federal nº 3.189/99, dando possibilidade a proposição qualitativa de suas
ações. Esse fato demonstra um perfil profissional que reúne diversas atividades de
promoção da saúde, de prevenção de doenças, de mobilização de recursos e
práticas sociais de promoção da vida e cidadania, além de orientar indivíduos,
grupos e comunidades, por meio da educação popular em saúde e
acompanhamento de famílias (BRASIL, 2013).
As competências que compõem o perfil profissional do ACS foram
estabelecidas levando em consideração as singularidades e especificidades do seu
trabalho. É necessário aptidão para a realização de determinadas atividades em um
contexto técnico-profissional e sociocultural determinado. Dessa forma, as
competências indicadas para o ACS expressam uma dimensão da realidade de seu
trabalho e representam eixos estruturantes de sua prática em cada uma delas. A

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Agente comunitário de saúde

competência profissional incorporou ainda três dimensões, quais sejam: o saber-


conhecer, o saber-ser e o saber-fazer, expressas nas habilidades (saber-fazer), nos
conhecimentos (saber-conhecer) e nas atitudes (saber-ser) (BRASIL, 2013).
Em documento do Ministério da Saúde (2013, S/P), é destacado que a
dimensão saber-ser (produção de si) atende a todas as competências, sendo
considerada transversal, é expressa por habilidade crítica, reflexiva e mudança ativa
em si mesmo e nas suas práticas. Além disso, incorpora:
a. interagir com os indivíduos e seu grupo social, com coletividades e a
população;
b. respeitar valores, culturas e individualidades ao pensar e propor as práticas
de saúde;
c. buscar alternativas frente a situações adversas, com postura ativa;
d. recorrer à equipe de trabalho para a solução ou encaminhamento de
problemas identificados;
e. e) levar em conta pertinência, oportunidade e precisão das ações e
procedimentos que realiza, medindo-se pelos indivíduos, grupos e
populações a que refere sua prática profissional;
f. colocar-se em equipe de trabalho em prol da organização e eficácia das
práticas de saúde;
g. pensar criticamente seus compromissos e responsabilidades como cidadão
e trabalhador.

E por fim, a dimensão saber-fazer (domínio prático) e a dimensão saber-


conhecer (domínio cognitivo) referentes a cada competência dimensionam a atuação
desta categoria profissional.
Quadro- Descrição das competências profissionais do Agente Comunitário de
Saúde nas dimensões saber-fazer e saber-conhecer
Competência Atuação

Integração da equipe de saúde com a população local. Desenvolver ações que busquem a integração entre as
equipes de saúde e a população adscrita à unidade básica de
saúde, considerando as características e as finalidades do
Trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou

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Agente comunitário de saúde

coletividades.
Planejamento e avaliação Realizar, em conjunto com a equipe,
atividades de planejamento e avaliação das ações de saúde no
âmbito de adscrição da unidade básica de saúde.
Promoção da saúde Desenvolver, em equipe, ações de
promoção da saúde visando à melhoria da qualidade de vida
da população, à gestãosocial das políticas públicas de saúde e
ao exercício do controle da sociedade sobre o setor da saúde.
Prevenção e monitoramento de risco ambiental e Desenvolver ações de prevenção e monitoramento dirigidas
sanitário às situações de risco ambiental e sanitário para a
população, conforme plano de ação da equipe de saúde.

Prevenção e monitoramento a grupos específicos e Desenvolver ações de prevenção e Monitoramento dirigidas


morbidades a grupos específicos e a doenças prevalentes,
conforme definido no plano de ação da equipe de saúde e nos
protocolos de saúde pública.

Fonte: Ministério da Saúde, 2013

As atribuições do agente comunitário de saúde

O homem não nasce, vive, sofre e morre de maneira idêntica nas várias
partes do mundo. (BUDIN,1843).
O trabalho do Agente Comunitário de Saúde é antes de tudo, um trabalho de
construção. Para construir juntamente com a comunidade um lugar melhor para se
viver, ou seja, um ambiente saudável, o ACS necessita conhecer a comunidade,
seus problemas, como também as potencialidades locais. E principalmente conhecer
as pessoas da comunidade, seu modo de vida, suas condições socioeconômica,
seus anseios, seus problemas e suas prioridades. Lima (2013, S/P) afirma que “A
maioria dos problemas de saúde não estão relacionados à biologia do corpo; de
modo geral, estão relacionados as más condições de vida (desemprego, à violência
familiar, habitação inadequada, falta de acesso aos serviços de saúde)”. Assim, é
necessário que o ACS conheça com profundidade os problemas das comunidades
para subsidiar a gestão da saúde nesse local.
Para realizar esse trabalho o ACS vai necessitar de alguns instrumentos
básicos. A seguir são apresentados os instrumentos de trabalho do ACS.

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Agente comunitário de saúde

A visita domiciliar

A visita domiciliar é a primeira atividade realizada pelo ACS para desenvolver


o seu trabalho junto à comunidade. Todas as tarefas desenvolvidas por eles são de
grande importância para modificar positivamente a área sob sua responsabilidade.
Entretanto a visita domiciliar é fundamental para o desenvolvimento desse trabalho,
pois é através dela que conhecerá as famílias, fará o cadastramento, o
acompanhamento e o trabalho de orientação educacional, para ensinar as famílias
formas de prevenção de doenças e riscos e promoção da saúde. De acordo com o
Ministério da Saúde (2009, p. 46):
A visita domiciliar é a atividade mais importante do processo de trabalho do
agente comunitário de saúde. Ao entrar na casa de uma família, você entra não
somente no espaço físico, mas em tudo o que esse espaço representa. Nessa casa
vive uma família, com seus códigos de sobrevivência, suas crenças, sua cultura e
sua própria história.
É fundamental que na primeira visita domiciliar o ACS saiba a forma de se
aproximar e o tipo de abordagem que deve ser feita. É importante que tenha
discernimento o bastante para conhecer as pessoas e saber lidar com as diferenças.
O ACS deve agir sempre corretamente, sua interação com a comunidade deve
ocorrer independente da cultura, crenças religiosas, situação socioeconômica, etnia,
orientação sexual ou deficiência física. A habilidade é uma qualidade imprescindível
a esse profissional, pois deverá saber quando e de que forma deverá abordar cada
pessoa da comunidade sob sua área de atuação.
A relação de confiança entre o ACS e as famílias visitadas não podem ser
confundidas, o profissional deve saber distinguir o lado profissional do pessoal,
ainda que por vezes se envolva com as questões familiares. “Recomenda-se que o
ACS estabeleça um bom vínculo com a família, mas saiba dissociar a sua relação
pessoal do seu papel como agente comunitário de saúde” (BRASIL, 2009, p. 47).
Na primeira visita é importante perguntar se você pode ser recebido naquele
horário. Além disso, é imprescindível que você se apresente adequadamente
dizendo:

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Agente comunitário de saúde

→ Seu nome;
→ Onde trabalha e a importância do seu trabalho e;
→ O motivo da sua visita.

Quanto à periodicidade das visitas, toda família deve receber a visita do ACS
uma vez por mês, porém há casos em que essa regra não se aplica. Pois vai
depender da necessidade de cada grupo familiar, ou seja, alguns necessitam mais
de orientação, outros menos. Em alguns casos as visitas devem ser de acordo com
as prioridades, que são definidas juntamente com o instrutor/supervisor, como por
exemplo, pacientes em situação de risco:

→ Recém-nascido com peso menor que dois quilos e meio;


→ Criança com desnutrição;
→ Recém-nascido que não amamenta no peito;
→ Criança com doenças graves;
→ Gestantes com algum problema de saúde, por exemplo, hipertensa,
diabética, cardíaca, entre outros;
→ Pessoas com outras enfermidades que inspiram mais cuidados,
exemplificando tuberculose, hanseníase, hipertensão;
→ Famílias isoladas por barreiras geográficas e ou culturais;

De acordo com o Ministério da Saúde (2009), a visita domiciliar nos fornece


diversas informações sobre a comunidade e os moradores, pois possibilita:

→ Identificar os moradores por sexo, faixa etária, por raça;


→ Diagnosticar os casos de gravidez, de desnutrição, pessoas com deficiência;
→ Conhecer as condições de moradia, de saneamento básico, de trabalho, os
hábitos dos moradores, as crenças, os costumes, as principais doenças;
→ Os principais problemas da comunidade;

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Agente comunitário de saúde

É possível ainda:
→ Orientar os moradores sobre hábitos saudáveis, serviços de saúde
disponíveis e a forma de acesso;
→ Identificar as famílias com necessidades especiais como puérperas, recém-
nascidos, idosos, acamados e pessoas portadoras de deficiências;
→ Desenvolver ações para a integração entre a equipe de saúde e a população
da sua área de ocupação;
→ Instruir sobre medidas de prevenção das doenças e promoção da saúde;
→ Ensinar à população a forma correta de uso de medicamentos e;
→ Realizar os registros das atividades realizadas para subsidiar os sistemas de
saúde.

Ao terminar a visita domiciliar o Agente Comunitário de Saúde deve fazer uma


análise geral do seu trabalho para detectar possíveis falhas, momento em que
verificará se adquiriu todas as informações necessárias. Essa análise é fundamental
para o planejamento das próximas visitas, os erros e falhas que aconteceram nessa
visita servirão de exemplo para que não ocorra nas próximas e os acertos devem ser
seguidos como exemplo.

Cadastramento das famílias


O cadastramento das famílias da microárea sob responsabilidade de cada
Agente Comunitário de Saúde é a etapa inicial das suas atividades. É a partir do
cadastramento que o ACS conhecerá a população por sexo e faixa etária,
característica muito importante para a detecção de algumas doenças que acometem
mais crianças do que adultos, ou mais mulheres que homens. Essas informações
são muito importantes para o planejamento da saúde. Cada território de atuação do
ACS deve ter no máximo 750 pessoas e o cadastramento é realizado através de
fichas que serão apresentadas em tópico específico (BRASIL, 2009).
Após o cadastramento das famílias, será possível ter uma visão geral do
território sob sua responsabilidade. Informações essenciais para o desenvolvimento
das atividades são levantadas nesse momento. Veja a seguir a lista de algumas

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Agente comunitário de saúde

delas:

A Composição familiar;
→ A presença de população indígena ou quilombola residindo nesse território;
→ A escolaridade dos moradores;

O acesso ao saneamento básico: água tratada, coleta de resíduos sólidos,


rede de esgoto, drenagem pluvial e controle de vetores;

O número de pessoas por sexo e idade;


→ As condições de moradia;
→ O número de pessoas desempregadas;
→ As doenças relatadas pelas famílias.

No cadastramento é possível ainda obter informações gerais sobre a área de


atuação do ACS, tais como as instituições públicas e privadas e estabelecimentos
comerciais, escolar, hospitalar, postos de saúde, praças, igrejas, cemitério, barreiras
geográficas, entre outros. Esse conhecimento é fundamental para o mapeamento do
território.
Outras informações são relevantes para que o ACS desenvolva um bom
trabalho. Conforme destacado anteriormente, é seu papel conhecer as
especificidades de cada família e estar atento à forma de tratar cada sujeito, pois há
uma diversidade de pessoas com modos de vida, crenças, valores, culturas
distintas, todos devem ser tratados com respeito, não devendo ser feita críticas ou
comentários de qualquer espécie sobre esse fato. Por exemplo, o indígena que
possui modo de vida bastante diferente da maioria das pessoas, ainda que não
esteja habitando suas aldeias, na maioria das vezes continuam a exercer o modo de
vida a que estavam acostumados, é preciso que seja tratado também de forma
diferenciada dos demais. De acordo com o Ministério da Saúde (2009, p. 41):
É necessário considerar que o indígena nem sempre tem domínio da língua
portuguesa, podendo entender algumas palavras em português, sem compreender a

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Agente comunitário de saúde

informação, a explicação dada ou mesmo a pergunta realizada. É importante


observar e tentar perceber se estão entendendo e o que estão entendendo,
cuidando para não constrangê- los. O esforço de comunicação deve ser mútuo de
modo a promover o diálogo.
Ao finalizar o cadastramento você terá a real situação da comunidade, seus
problemas de saúde, anseios da população, potencialidades local e os problemas da
comunidade em geral, enfim, um retrato do território cadastrado, o que certamente é
extremamente importante para o planejamento e organização das ações, como
também importante subsídio na gestão dos serviços de saúde da comunidade.

Mapeamento do território
O mapeamento é uma estratégia fundamental para aumentar o conhecimento
do território e diminuir a margem de erros nas atividades propostas. A
espacialização dos componentes que fazem parte da comunidade, as ruas, casas,
escolas, serviços de saúde, pontes, córregos e todos os obstáculos que poderão
dificultar a circulação das pessoas facilita a orientação das atividades a serem
realizadas nele. “O mapa deve ser uma ferramenta indispensável para seu trabalho.
É o desenho de toda sua área/território de atuação” (BRASIL, 2009, p.43).
Não é necessário que você seja um desenhista especializado, basta que
coloque no papel símbolos que representem as localidades mais expressivas, como
a escola, a igreja, o cemitério, barreiras geográficas, como rios que atravessam os
bairros e praças. O ACS em todo o desenvolvimento de suas atividades contará
sempre com a ajuda dos colegas da Unidade Básica de Saúde, portanto não
precisará se preocupar com a confecção do mapa. Outra importante contribuição
poderá vir dos moradores da comunidade que conhecem bem o local e auxiliará na
demarcação dos principais pontos.
Para a confecção do mapa, é necessário que você tenha conhecimento de
algumas regras, para que o seu mapa seja bastante útil ao seu trabalho. No box 1
constam algumas informações essenciais nesse processo.
Para demonstrar os pontos de referência do território sob sua
responsabilidade, você vai necessitar de alguns símbolos para identifica-los, na

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Agente comunitário de saúde

Figura constam algumas figuras que podem ser utilizados para a identificação no
mapa.
Figura – Símbolos de identificação no mapa
Fonte: Matos, 2006

Os mapas elaborados pelo Agente Comunitário de Saúde, não precisa ser um


belo desenho, porém é necessário que seja compreensível, que todos os
apontamentos esteja claro para que ao utilizá-lo consiga realmente enxergar os
pontos que deseja intervir naquele momento, veja a seguir o desenho de um
território no município de Bocaiúva, onde o ACS elaborou o mapa de acordo com as
suas necessidades, nele aparece as micro áreas delimitadas por cores diferentes
para situá-lo.

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Figura – Exemplo de Mapa de Território de ACS


Fonte: Souto, 2010

O mapeamento facilita as atividades do ACS, pois a partir dele é possível


detectar os pontos a serem trabalhados com maior rapidez e eficiência. São diversos
pontos a serem analisados:
→ Identificação dos caminhos que levará ao destino com mais facilidade;
→ Identificação das barreiras geográficas que impedem o acesso dos
moradores aos serviços de saúde (rios, morros, mata cerrada etc.);
→ O conhecimento da realidade local contribuirá para o planejamento
com vistas à resolução dos problemas de saúde com eficiência;
→ Possibilitará agilizar as visitas diárias;
→ É possível distinguir e identificar os locais de risco (morros, áreas sem
saneamento básico, lixões);

Marcar com símbolos os locais de moradia de grupos prioritários: gestantes,


idosos, hipertensos, diabéticos, pessoas acamadas, crianças menores de cinco
anos, pessoas com deficiência, usuário de drogas, pessoas com hanseníase ou
tuberculose etc.
Reuniões Comunitárias

Outro importante papel do Agente Comunitário de Saúde é o de educador. É


através da ação educativa que o ACS partilha o seu saber e aprende com a
comunidade o saber local. Essas ações se iniciam nas visitas domiciliares, podendo
se estender posteriormente nas reuniões comunitárias realizadas tanto nas
Unidades Básicas de Saúde, como nas escolas, nas igrejas, nos espaços das
associações de bairros, ou outro local onde a comunidade costuma se reunir.
Essas reuniões são fundamentais, pois é nesse momento que ocorrem as
trocas de experiências e decisões relevantes, construídas ente a equipe de saúde
da família e os moradores da sua área de atuação. Essas ações são organizadas e
realizadas não só pelo ACS, mas por toda a equipe. É preciso que vocês saibam

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Agente comunitário de saúde

qual a metodologia mais apropriada para trabalhar com cada grupo, qual a
linguagem será mais viável para dialogar com os moradores.
As atividades pensadas juntamente com os moradores serão recebidas com
mais facilidade pela comunidade, pois se sentem parte do processo. Isso aumentará
a autoestima, por participarem das decisões que dizem respeito à saúde da
comunidade, além do que a sua participação é essencial para delinear melhor as
prioridades do território sob sua responsabilidade, afinal de contas ninguém melhor
que os habitantes de uma área para conhecer suas necessidades e prioridades.
De acordo com o Ministério da Saúde (2009) as atividades educativas fazem
parte do processo de trabalho de todos os membros da equipe e para o seu
desenvolvimento é aconselhável diversos procedimentos, tais como:

Divulgar é uma etapa importantíssima nesse processo. A notícia deve ser
espalhada para o máximo de pessoas que for possível através de cartazes,
e nas reuniões de Associação de bairros, nas escolas, igrejas, ou seja, nos
lugares mais frequentados pela comunidade;

Realizar reuniões com atividades lúdicas que possibilite aos participantes
se apresentarem e se integrarem ao grupo naturalmente;

Exposição do tema que será discutido de forma que fique claro as
necessidades e expectativas de todos;

Adaptação da pauta da discussão dependendo das necessidades do
momento;

A participação de todos deve ser sempre estimulada, pois se sentir parte
do trabalho, aumentará o interesse para que dê certo.

Os conhecimentos, crenças e valores do grupo, como também os mitos,
tabus e preconceitos, devem ser identificados e os moradores devem ser
estimulados a refletirem sobre os mesmos. Entretanto, é preciso o devido
cuidado para não agir com preconceitos quanto à cultura ou religião;

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Agente comunitário de saúde


Deve ser estimulado o autoconhecimento e autocuidado, fato que
contribuirá para uma melhor qualidade de vida;

Proporcionar um ambiente favorável à relatos e experiências que expresse
sentimentos e dúvidas com naturalidade;

Conduzir a reunião de forma que todos se expressem, e que não seja uma
reunião que sirva apenas para discussão de problemas pessoais de
determinados sujeitos;

Fazer uso dos recursos didáticos disponíveis como cartazes, recursos
audiovisuais, bonecos, balões, entre outros;

Sintetizar os assuntos discutidos e apresentar para o esclarecimento das
dúvidas que surgirem;

A seguir são apresentadas algumas das habilidades indispensáveis ao


profissional de saúde segundo o Ministério da Saúde: O profissional de saúde deve
ser habilidoso o bastante para lidar com os diversos grupos de pessoas com quem
conviverá cotidianamente, entre essas habilidades estão à capacidade para se
comunicar, utilizando uma linguagem acessível a todos, ou seja, clara e objetiva. A
gentileza também deve ser imprescindível à essa profissão, pois sendo simples e
amável, conquistará a confiança e dificilmente receberá um não. O acolhimento às

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Agente comunitário de saúde

pessoas faz parte do novo modelo de atenção à saúde, saber ouvir, colocar-se no
lugar do outro. Certamente encontrará indivíduos com crenças e valores diferentes
dos seus, é fundamental que seja tolerante com essas pessoas. O conhecimento
profundo sobre o assunto que discutirá lhe dará tranquilidade para debatê-lo,
portanto, estude bastante antes de discutir determinados assuntos. É necessário
ainda ter conhecimentos técnicos e se tiver dificuldades, tenha humildade para
solicitar ajuda e se orientar caso não saiba sanar alguma dúvida.
Faz-se necessária sempre que possível à oferta de materiais impressos,
acompanhados da explicitação da importância do acompanhamento ininterrupto na
Unidade Básica de Saúde.

Participação da comunidade

O Agente Comunitário de Saúde tem o dever de garantir a participação da


comunidade no planejamento das ações de saúde. O ACS deve participar e
contribuir na organização dos conselhos locais de saúde, além de estimular os
moradores a participarem desses conselhos. Os representantes da comunidade
como os presidentes das associações de bairro podem contribuir fornecendo aos
conselheiros de saúde informações, dados e ações que já são desenvolvidas na
comunidade e que vem trazendo resultados positivos (MS, 2009).
Conforme já apontado anteriormente, os moradores, principalmente os mais
antigos conhecem bem as deficiências e a maioria dos problemas da comunidade
podendo ser de grande valia as informações oferecidas, além do que se sentirão
importantes participando do planejamento das ações para melhoria do seu território,
fato que será fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de
saúde.
Cada pessoa da comunidade sabe alguma coisa, sabe fazer alguma coisa e
sabe dizer alguma coisa diferente. São os saberes, os fazeres e os dizeres da
comunidade. A comunidade funciona quando existe troca de conhecimentos entre
todos. Cada um tem um jeito de contribuir, e toda contribuição deve ser considerada
e valorizada. Você tem de estar muito atento a tudo isso (MS, 2009, p. 56).

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Agente comunitário de saúde

Para que as necessidades de saúde de uma população sejam supridas


adequadamente é preciso que haja a intersetoriedade, ou seja, a integração dos
serviços de saúde a outros órgãos públicos, pois a articulação de políticas,
programas e ações contribuem para a melhoria da saúde. Somente o setor de saúde
não consegue garantir a saúde de uma população ou de um território, é preciso que
todos se envolvam.
O ACS juntamente com a equipe do programa de saúde, os moradores da
comunidade e o envolvimento de outros setores poderão modificar as condições de
vida de uma população ou mesmo de uma determinada área. Determinar
conjuntamente as prioridades da comunidade e criar estratégias para a efetivação
dessas prioridades. Dar exemplos

Planejamento

O planejamento é fundamental para o desenvolvimento de qualquer tarefa, no


caso da atenção à saúde, ele é vital para o bom andamento das atividades em prol
da melhoria das condições ambientais do território sob sua responsabilidade e
consequentemente da saúde da população.
As atividades e ações para a sua área de atuação devem ser planejadas por
você juntamente com a equipe de profissionais de saúde, porém deve ter o
envolvimento da comunidade. Conforme discutido anteriormente, quem bem
conhece a comunidade com todos os seus problemas e potencialidades são os
moradores, é essencial a participação deles em todo o processo.
Saiba que esse planejamento deve ser contínuo, ou seja, em todas as etapas.
É preciso ainda que a sua execução seja devidamente acompanhada, sempre que
necessário as ações devem ser retomadas e se necessário reformuladas, sendo
imprescindível que seja avaliado os seus resultados para verificar se todas as metas
foram cumpridas e se os objetivos foram alcançados.

Etapas do planejamento
Para realizar o planejamento são necessárias diversas etapas: o diagnóstico,

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o plano de ação, a meta, a estratégia, os recursos, o cronograma, a execução, o


acompanhamento e a avaliação.
O diagnóstico é a etapa inicial do planejamento, pois é preciso conhecer
todas as características da comunidade como ponto de partida. Para realizar essa
etapa, você pode utilizar diversas formas de abordagem, as entrevistas são um bom
caminho, quando poderão instigar o sujeito entrevistado a falar. A entrevista pode
ser individual ou com grupo focal, quando será reunida uma quantidade maior de
pessoas para responderem questões sobre a comunidade. Outra ferramenta
bastante utilizada é o questionário, que possibilitará levantar os dados da população.
Outros mecanismos podem também ser usados, como a observação. De acordo
com o Ministério da Saúde (2009, p. 64), “O diagnóstico da comunidade nada mais é
do que uma leitura da realidade local”.
Após conhecer todas as características da comunidade, é chegada a hora de
partir para a ação. A equipe de saúde juntamente com a comunidade irá definir qual
o melhor plano de ação para a resolução dos problemas que foram identificados e
que são passíveis de intervenção, uma vez sanados esses problemas, é possível
que a saúde da população tenha ganhos consideráveis. A partir do plano de ação as
atividades da equipe de saúde e dos moradores da comunidade irá ter um
direcionamento único, pois todos trabalharão em prol do alcance dessa meta.
Definido o plano de ação a etapa seguinte é estabelecer as estratégias
disponíveis para o alcance da meta. Qual o melhor método a ser utilizado? Qual a
técnica mais adequada para essa etapa? Qual é o papel de cada um? São questões
que devem ficar muito claras, e cada um deve entender qual a sua responsabilidade
e também o melhor método e a melhor técnica para desenvolver a atividade que lhe
coube nesse processo.
É preciso ainda levantar os recursos necessários para a realização das
atividades, recursos físicos, humanos, materiais e financeiros. A etapa seguinte será
estipular um cronograma. É preciso organizar a estratégia dentro do tempo
disponível.
E por fim, executa-se o plano de ação, que nada mais é do que colocar em
prática o que foi panejado. De agora em diante basta monitorar e avaliar todas as

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etapas do plano. Após o término da execução, deve-se analisar os resultados e


auxiliar a reprogramação das ações e se necessário realizar novo diagnóstico ou
reformular o já existente (Brasil, 2009).
Conforme já discutido você deve ter o maior número possível de informações
sobre a comunidade na qual vai realizar o seu trabalho, para isso, por vezes
necessitará fazer registros em 04 (quatro) fichas: Ficha A – cadastramento das
famílias; Ficha B – acompanhamento de gestantes; Ficha C – Cartão da Criança; e
Ficha D – registro das atividades diárias do ACS. A seguir você terá orientação de
como preencher essas fichas.

O papel do Agente Comunitário de Saúde na equipe de saúde

Para que haja uma organização da saúde da população de um determinado


território, é necessário que cada trabalhador saiba o que se deve fazer, dividindo
assim suas responsabilidades e funções.
No quadro a seguir estão algumas das tarefas específicas e outras comuns
entre seus colegas, profissionais de outras áreas, da equipe da unidade de saúde.
Afinal, todos atuam com o mesmo propósito perante a comunidade e no mesmo
campo da saúde.
Analise o quadro seguinte e conheça as atividades sob sua responsabilidade
na sua unidade de saúde.
Quadro - Ações da Equipe de Saúde

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Legenda:
* Enfermeiro – pode prescrever observando a legislação vigente.
**Cirurgião-dentista – pode prescrever observando a legislação vigente.
*** Realizar cadastramento das famílias é uma atribuição do ACS, mas pode
ser desenvolvida pelos demais membros da equipe de saúde
Fonte: Ministério da Saúde, 2009.

Orientações gerais para preenchimento das fichas de cadastramento.

Ficha A
As informações registradas na Ficha A irão para a Secretaria de Saúde do
município, posteriormente para a Secretaria de Saúde do Estado e por último para o

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Agente comunitário de saúde

Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. Através desta, o governo


federal passa a ter uma noção básica de como anda a realidade da saúde das
pessoas nos municípios brasileiros e com isso realiza um estudo mais aprofundado
para fins de criação de projetos para fortalecer a Política Nacional de Atenção
Básica.

1 – Identificação da Ficha – Ficha A


2- Faz referência à Secretaria Municipal de Saúde e ao Sistema de
Informação de Atenção Básica - SIAB
3- Deve-se escrever o endereço da família
4- Escreve-se o número da casa
5- Os dois quadrinhos no espaço com as letras UF (Unidade da
Federação) devem ser preenchidos com as letras referentes à sigla do Estado.
Exemplo: MG.
6- Deve ser escrito o nome do bairro.
7- Escreve-se o CEP, que é a sigla de Código de Endereço Postal.
8- Deve ser escrito o código do município. Esse número consta no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

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9- Código do segmento. Fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde


Secretaria.
10- Código da área. Fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde.
11- Código da microárea. Fornecido pela Secretaria Municipal de
Saúde.
12- Nesse espaço deve ser escrito o número da família. Exemplo: 001,
002, 003.....010....013...020 até 099, depois 100...110 ........... até a última família.
13- Coloque a data. O dia, o mês e o ano.

Os campos do verso da Ficha A tem como característica analisar a situação


de moradia, saneamento e outras informações importantes acerca da família.

1- A seta aponta o campo referente ao tipo de casa, logo a seguir


são discriminados os tipos que podem ser de tijolo/adobe, de taipa revestida, de
taipa não revestida, de madeira, de material aproveitado ou outro tipo de material,
nesse caso deve ser especificado o tipo de casa. Na frente de cada informação tem

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um quadrinho, onde você deve fazer um X de acordo com o tipo de casa


encontrado.
2- O número 2 diz respeito ao tipo de tratamento da água utilizada no
domicílio, se é fervida, filtrada, clorada ou sem nenhum tratamento. Da mesma
forma você deve assinalar com um X o quadrinho na frente da opção informada
pelos moradores.
3- O número 3 se refere à forma de abastecimento de água no
domicílio, se é pela rede geral, de poço ou nascente, ou se é de outra forma.
Assinale na frente a forma de abastecimento.
4- Aqui você deve assinalar a forma de destinação das fezes e urina do
domicílio, se é pelo sistema de esgoto, se é por fossa ou se é lançada a céu aberto.
5- No número 5 você deve assinalar o quadrinho destinado a forma de
destinação do lixo no domicílio, se é coletado, queimado/enterrado ou jogado a céu
aberto.
O quadro a seguir apresenta outras informações sobre a família visitada,
esses dados complementarão o cadastro familiar.

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1- É para que seja informado se alguém da família possui plano de


saúde, coloque sim ou não.
2- Se sim, coloque o número de pessoas que são cobertas pelo plano.
3- Caso positivo informe o nome do plano de saúde.
4- Informe se a família participa de algum grupo comunitário, colocando
um X no quadradinho na frente do ítem, cooperativa, grupo religioso, associações ou
se participam de outros grupos, especificar qual.
5- Assinalar com um X os meios de transportes que eles mais usam,
ônibus, caminhão, carro, carroça, se utilizarem outros, especificar quais.
6- Assinalar com X o quadrinho correspondente aos meios de
comunicação mais utilizados pela família, rádio, televisão, ou outros meios de
comunicação.
7- Há também de informar quais tipos de socorro àquela família está
acostumada a procurar ao necessitar de atendimento no caso de doenças, hospital,
unidade de saúde, benzedeira, farmácia, se utilizar outros meios, especificar quais.
8- E por fim, vem o espaço para que seja descrita observações que
considerem importantes a respeito da saúde daquela família.

Cadastramento e acompanhamento da Ficha B


No quadro abaixo, está a Ficha B-GES onde o Agente Comunitário de Saúde
deverá cadastrar as gestantes com o objetivo de acompanhar mensalmente seu
estado de saúde. A cada visita, seus dados são atualizados nessa ficha, que fica em
posse do Agente Comunitário de Saúde, sendo discutida mensalmente com o
enfermeiro instrutor/supervisor.

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Agente comunitário de saúde

3
2 4 5
6

1- Aquí é necessário colocar o identificador do município, coloque um número


em cada quadrinho. Obs.: esse número poderá ser fornecido a você pelos
enfermeiros ou pela própria instituição.
2 Nesse espaço coloque o número da unidade.
3 Coloque nesse quadro o número da área.
4 Aqui coloque o número da microárea.
5 Coloque aqui o ano em que você está fazendo o cadastro.
6 Esse espaço é para ser colocado o nome do Agente Comunitário de
Saúde.
7 A área apontada pela seta ligada ao número 7 se destina a
identificação da gestante, nome, endereço, data da última regra, data provável do
parto, data da vacina, estado nutricional, data da consulta de pré-natal, fatores de
risco, resultado da gestação e data da consulta de puerpério. Estão descritos os
meses de gestação para que você coloque as informações ou assinale com o X,
veja o modelo. Se tiver dificuldade peça ajuda a um colega que já tenha experiência.

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A seguir contêm a Ficha B-HA, que é usada para o cadastramento dos


hipertensos, para que haja seu acompanhamento mensal.
Só serão cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido. Os
casos de suspeita devem ser encaminhados imediatamente à Unidade Básica de
Saúde para que seja realizada uma consulta médica. Após tal procedimento, o
Agente Comunitário de Saúde cadastra e faz o acompanhamento do hipertenso.
A seguir contêm a Ficha B-DIA, que é usada para o cadastramento dos
diabéticos, para que haja seu acompanhamento mensal.
Só serão cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido. Os
casos de suspeita devem ser encaminhados imediatamente à Unidade Básica de
Saúde para que seja realizada uma consulta médica. Após tal procedimento que o
Agente Comunitário de Saúde cadastra e faz o acompanhamento do diabético.

Os casos de diabetes gestacional não devem ser cadastrados nessa


ficha.

3 5 6
2 4

1- Aqui é necessário colocar o identificador do município, coloque um número


em cada quadrinho. Obs.: esse número poderá ser fornecido a você pelos
enfermeiros ou pela própria instituição.

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2 Nesse espaço coloque o número da unidade.


3 Coloque nesse quadro o número da área.
4 Aqui coloque o número da microárea.
5 Coloque aqui o ano em que você está fazendo o cadastro.
6 Esse espaço é para ser colocado o nome do Agente Comunitário de
Saúde.
7 A área apontada pela seta ligada ao número 7 se destina a
identificação do hipertenso, nome, endereço, sexo, idade, se faz dieta, se usa
insulina, se faz exercícios físicos, se toma hipoglicemiante oral e a data da última
consulta, todos esses itens estão descritos com o quadrinho na frente, uns para que
você assinale com um X e outros para que você preencha com as informações
corretas, veja o modelo.

A Ficha B-TB e a ficha B-HAN servem respectivamente para o


acompanhamento mensal de pessoas com tuberculose e hanseníase. Sendo
atualizadas as fichas a cada visita dos Agentes Comunitários de Saúde, que
também terão a posse das fichas para que sejam revisadas periodicamente pelo
enfermeiro instrutor/supervisor.
É válido ressaltar que sempre que se cadastrar um novo caso, seja de
gestante, hipertenso, diabético, seja de pacientes com tuberculose ou hanseníase, o
Agente Comunitário de Saúde deve levar o caso para que seja discutido com o
enfermeiro instrutor/supervisor, sempre solicitando auxílio para o preenchimento e
acompanhamento dos casos.

Orientações para preenchimento da Ficha C – cópia das informações


pertinentes da Caderneta da Criança

Nesta parte iremos explicar a Ficha C, que é o instrumento utilizado para o


acompanhamento da criança. Trata-se de uma coleta de informações pertinentes da
Caderneta da Criança, uma cópia padronizada pelo Ministério da Saúde e utilizada
pelos diversos serviços de saúde. Toda família que tenha uma criança menor de

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cinco anos deve possuir essa caderneta, que servirá como fonte de dados que serão
coletados pelos Agentes Comunitários de Saúde. As Cadernetas se distinguem em
dois modelos distintos, sendo uma para criança de sexo masculino e outra para a
criança de sexo feminino. O ACS deve transcrever para o seu cartão sombra/cartão
espelho, os dados registrados na Caderneta da Criança.
Se a família não possuir a Caderneta, o Agente Comunitário de Saúde deverá
preencher o cartão sombra baseando-se nas informações referidas, e
posteriormente orientar a família a procurar a unidade de saúde em que realizou as
vacinas para providenciar a 2ª via.

Orientações para preenchimento da Ficha D – registro de atividades,


procedimentos e notificações

No quadro a seguir está a Ficha D, que é utilizada por todos os profissionais


da equipe de saúde. Cada profissional tem obrigação de entregar uma Ficha D
preenchida ao final do mês. O preenchimento desse instrumento deve ser diário,
onde é levado em conta os dias efetivos de trabalho em cada mês.
O primeiro quadro da ficha será preenchido pelo Agente Comunitário de
Saúde com a ajuda do enfermeiro de sua unidade de saúde, uma vez que, é o
responsável pelo seu trabalho e que realizará a orientação e a supervisão.

4 5 6 7 8
2

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1- Aqui é necessário colocar o identificador do município, coloque um número


em cada quadrinho. Obs.: esse número poderá ser fornecido a você pelos
enfermeiros ou pela própria instituição.
2 Coloque o número do segmento
3 Nesse espaço coloque o número da unidade.
4 Aqui coloque o número da área.
5 Coloque aqui o número da microárea.
6 Esse espaço é para ser colocado o nome do profissional de Saúde.
7 A área apontada pela seta ligada ao número 7 se destina a
identificação do ano.
8 Coloque nesse espaço o mês.

A ficha é única para todos os profissionais, portanto, no verso da ficha o


Agente Comunitário de Saúde irá anotar apenas o que for especifico do seu
trabalho.

1-No quadro acima, onde está destinado a informar sobre os


“Procedimentos”, o ACS irá registrar apenas nas duas últimas linhas quantas
reuniões e quantas visitas domiciliares foram realizadas.

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As reuniões quer dizer que você irá registrar o número de reuniões realizadas
por você, que contaram com a participação de 10 ou mais pessoas, com uma
duração mínima de 30 minutos. Tendo o objetivo de obter informações, discutir
estratégias de superação de problemas de saúde ou com a finalidade de contribuir
para a organização comunitária.
Onde se encontra Visita domiciliar quer dizer que o ACS irá registrar todas as
visitas domiciliares que foram realizadas, por qualquer que seja a finalidade.
Ao iniciar o quadro “Notificações”, há três linhas onde o ACS deve anotar as
notificações feitas sobre as crianças menores de dois anos que tiveram diarreia e
infecções respiratórias agudas.

< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia – registrar o número de


crianças com idade até 23 meses e 29 dias que tiveram um ou mais episódios de
diarreia, nos 15 dias anteriores à visita domiciliar.
< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia e usaram terapia de
reidratação oral (TRO) – registrar o número de crianças com idade de até 23 meses
e 29 dias que tiveram diarreia nos 15 dias anteriores à visita domiciliar e usaram
solução de reidratação oral (soro caseiro ou soro de reidratação oral – SRO –
distribuído pela Unidade de Saúde ou comprados na farmácia). Não anotar as
crianças que utilizaram somente chás, sucos ou outros líquidos.

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< 2a – Menores de dois anos que tiveram infecção respiratória aguda –


registrar o número de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que tiveram
infecção respiratória aguda nos 15 dias anteriores à visita domiciliar.
No quadro a seguir, o ACS deve anotar as Hospitalizações, deverá preencher
esse quadro toda vez que tomar conhecimento de qualquer caso de hospitalização
de pessoas da comunidade onde atua, no mês de referência ou no mês anterior.

Nesta ficha deve-se registrar:

1- A data da hospitalização.
2- O nome do paciente.
3- O endereço completo da pessoa que foi hospitalizada.
4- O sexo do paciente.
5- A idade em anos completos, se a pessoa for menor de um ano,
registrar a idade em meses.
6- Registrar a causa da hospitalização informada pela família ou
obtida por meio de laudos médicos.
7- O nome do hospital onde a pessoa foi internada.

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Seguindo como base a ficha anterior, o quadro a seguir refere-se à ficha de


Óbitos, onde o ACS deve anotar todo óbito ocorrido no mês de referência e no
anterior em sua área de atuação.

Nesta ficha deve-se registrar:


1- A data do óbito.
2- O nome completo da pessoa falecida.
3- O endereço completo da pessoa falecida.
4- O sexo do paciente.
5- A idade em anos completos, se a pessoa for menor de um ano,
registrar a idade em meses.
6- Registrar a causa do óbito informada pela família ou obtida por
meio de laudos médicos.

ACOMPANHANDO OS CICLOS DE VIDA DAS FAMÍLIAS

A família
A família influencia de forma significativa a vida das pessoas. É na família que
adquirimos os primeiros ensinamentos, é através dela que absorvemos valores,
usos e costumes que formarão a nossa personalidade e a bagagem emocional para
a vida. Dessa forma, a família é o principal foco do Agente Comunitário de Saúde.
É necessário que o ACS identifique e compreenda a formação e o
funcionamento de cada grupo, é preciso estar atento à diversidade familiar que
existe na atualidade e intervir sempre que necessário levando em consideração as

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especificidades de cada um. Para a identificação é necessário o levantamento de


alguns elementos:
• Grau de parentesco entre os membros da família;
• Os membros agregados;
• A função de cada membro na família;
• Os valores, preconceitos, costumes e religiosidade, principalmente os que
podem interferir no cuidado com a saúde;
• Presença de conflitos entre os membros da família e como são resolvidos
esses conflitos;
• Os tipos de trabalho de seus membros;
• O papel do homem e da mulher na família;
• Quem exerce o papel de liderança na família;

Se todos os membros da família possuem documentos: Certidão de


Nascimento, CPF, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, ou outros que
favoreçam a consolidação de sua cidadania.
A Estratégia Saúde da Família tem a incumbência de cuidar dos indivíduos e
das famílias ao longo do tempo, ou seja, saúde para toda a vida. Para efetivar as
ações de promoção da saúde foi definido que em todo o território nacional deveria
ser dada atenção especial a:
• Eliminação da hanseníase
• Controle da tuberculose
• Controle da hipertensão arterial
• Controle do diabetes mellitus
• Eliminação da desnutrição infantil
• Saúde da criança, da mulher e do idoso
• Saúde bucal
• Promoção da saúde

Posteriormente foram definidas outras áreas de acordo com prioridades e

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pactuações.

Ciclos de vida
A Atenção Primária a Saúde deve abranger toda a família, assim é comum a
divisão em ciclos de vida, levando em consideração o princípio da integralidade, ou
seja, quase sempre existem crianças, adultos e idosos no ciclo familiar e todos
devem receber atendimento de forma integral. A seguir os principais ciclos de vida:

Principais cuidados com a criança

É prioritário no trabalho do ACS a atenção à criança, pois com cuidados


básicos poderá diminuir a mortalidade e o adoecimento. Algumas ações como
vaciná-las nas datas previstas, buscar ativamente aqueles que faltam às consultas e
as vacinas, ensinar a prevenir os acidentes na infância, incentivar ao aleitamento
materno, podem prevenir as doenças e promover à saúde.

Triagem neonatal

Em 2001, o Ministério da Saúde implementa o Programa de Triagem


Neonatal – PTN que é uma política pública de saúde que possui a função de realizar
a triagem neonatal, consistindo na detecção dos casos suspeitos, confirmação
diagnóstica, acompanhamento e tratamento dos casos identificados de algumas
doenças congênitas estando entre estas a doença falciforme.
No PTN diversas doenças podem ser detectadas através do teste do pezinho,
da orelhinha e do olhinho. Algumas enfermidades se descobertas precocemente
podem dar respostas bastante positivas em relação ao retardo mental, cegueira e
surdez.
Para eficácia do PTN é necessário que a cada ano seja aumentado o número
de triagens realizadas para que se possa identificar os indivíduos afetados. O teste
do pezinho, por exemplo, é de responsabilidade da família e deve ser realizado pelo
recém-nascido – RN até o 5º dia de vida, desta forma é necessário a

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conscientização social para que ocorra a eficácia da política, cabe ao ACS


sensibilizar a população da importância desses testes para a melhor qualidade de
vida das crianças/futuros adultos.

Teste do pezinho
Diversas doenças podem ser detectadas através do teste do pezinho, entre
elas, Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme
e outras Hemoglobinopatias, e a Deficiência da Biotinidase. Estas são doenças
congênitas, de herança genética, que, se diagnosticadas e tratadas precocemente,
possibilitam o desenvolvimento normal das crianças afetadas. É um teste gratuito e
obrigatório que deve ser realizado no momento da alta hospitalar. Sendo um direito
garantido através da Portaria 822/2001, todo recém- nascido tem o direito ao exame
e os casos com diagnóstico positivo tem o direito ao tratamento. Com essa ação de
fácil acesso, é possível desonerar o estado através da redução dos gastos, que
podem ocorrer por toda a vida, pois o teste previne a deficiência intelectual e a
evolução de outras doenças graves no bebê, o que evita também problemas sociais,
econômicos e emocionais para a família e, para a comunidade
Biotinidase: Deficiência de uma enzima que reaproveita uma vitamina
chamada biotina e que resulta na falta desta vitamina. As crianças com esta
deficiência podem ter convulsões, fraqueza muscular, erupções na pele, queda de
cabelo, acidez no sangue e deficiência imunológica.

https://www.hospitalsantalucinda.com.br/maternidade/exames_e_procediment
os/teste_do_pezinho.html

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Teste da Orelhinha
Um dos sentidos importantíssimos para o desenvolvimento do bebê é a
audição, assim, o teste da orelhinha é fundamental para detectar problemas dessa
ordem logo ao nascer evitando que o problema se intensifique e traga maiores
prejuízos futuros, como prejuízos no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e
de linguagem. O teste da orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal é realizado já no
segundo ou terceiro dia de vida do bebê.
O exame é realizado colocando uma sonda acoplada a um computador na
orelha do bebê que emite e recebe sons e recolhe as respostas que a orelha interna
do bebê produz.

Fonte: https://www.conasems.org.br/teste-do-olhinho-sera-feito-em-areal-
gratuitamente/

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https://brasilescola.uol.com.br/fonoaudiologia/a-importancia-teste-orelhinha-
nos-bebes-recemnascidos.htm

Teste do olhinho
O teste do olhinho ou do reflexo vermelho consiste em um teste para detectar
e prevenir doenças oculares. É feito através de uma caneta oftalmológica colocada
pelo médico no olho do bebê para observação do reflexo que vem das pupilas. O
teste é importantíssimo para detectar e tratar precocemente doenças, evitando
assim omplicações futuras.
Você ACS precisa ter todas essas informações para orientar as futuras mães
a importância de realizar todos os exames necessários para prevenir as doenças e
promover a saúde dos seus filhos.

Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança


Conforme já apontado anteriormente, uma das prioridades da equipe de
saúde da família é acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança
(puericultura), assim deve ser acompanhado pelo ACS durante a visita domiciliar. A
criança deve ser acompanhada pela equipe desde o seu nascimento até os 10 anos
de idade. Existe na rede de atenção primária um cronograma de acompanhamento
periódico de uma equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, nutricionista), onde

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cada um tem o seu papel na avaliação do crescimento (crescimento do corpo, peso


e altura) e desenvolvimento (amadurecimento das funções do corpo) da criança
nessa etapa de sua vida.

Caderneta de Saúde da Criança


Uma equipe de trabalho do Ministério da Saúde elaborou uma Caderneta de
Saúde da Criança, nela consta todas as informações necessárias para que você
ACS saiba como acompanhar a saúde, crescimento e desenvolvimento da criança,
assim, é importante que você tenha uma cópia dessa caderneta. Na caderneta
consta um espaço com todas as informações da criança, nome, endereço, data de
nascimento, nome dos pais.
Consta ainda na caderneta informações sobre o registro de nascimento da
criança, a lei que determina a gratuidade de registro a pessoas carentes, todos os
documentos necessários para o registro, os direitos da criança e dos pais. Dados
sobre a gravidez, o parto, o puerpério. A importância e dificuldades da
amamentação, dicas de alimentação saudável, saúde bucal, ocular e auditiva,
calendário de vacina, enfim, todas as informações necessárias para o
acompanhamento da criança.

Atenção: acesse a caderneta no site:


http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/caderneta_saude_da_crianca.pdf

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É importante que você ACS tenha conhecimento do calendário básico de


vacinação da criança para que possa orientar as mães. A seguir é apresentado esse
calendário.

http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1295967296524CALENDARIOS_BASICO
S_DE_VACINACAO.pdf

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(1) Hepatite B: a 1ª dose deve ser administrada na maternidade nas


primeiras 12 horas de vida do recém-nascido, ou no primeiro contato com a unidade
de saúde. São 3 doses, com intervalos de 30 dias da 1ª dose para a 2ª dose e 6
meses da 1ª dose para a 3ª dose.
(2) Vacina tetravalente: 3 doses - aos 2, 4 e 6 meses de idade - e dois
reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). Primeiro reforço aos 15 meses e o
segundo entre 4 e 6 anos de idade.
(3) VORH: em situações especiais, pode ser dada a partir de 1 mês e 15
dias e até 6 semanas de vida. Em geral, a 1ª dose é recomendada aos 2 meses
para uso simultâneo com as demais vacinas da idade e reduzir a ida aos postos de
vacinação.
(4) VORH: a 2ª dose pode ser administrada a partir de 3 meses e 7 dias e
até 24 semanas de vida, mas recomenda-se faze-lo aos 4 meses para uso
simultâneo com outras vacinas da idade e reduzir a ida aos postos de vacinação. O
intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose deve ser de 4 semanas.
(5) Febre amarela: indicada a partir dos 09 meses de idade, para pessoas
que residem ou que irão viajar para as áreas de risco (estados: AC, AM, AP, PA,
RO, RR, TO, MT, MS, GO, DF, MA, MG e alguns municípios dos estados: PI, BA,
SP, PR, SC e RS). Recomenda-se vacinar 10 dias antes da viagem e reforço a cada
10 anos. O ES, deixou de ser área de risco potencial de acordo com as novas
recomendações do MS/2008/2009 por não apresentar evidência de circulação do
vírus por 5 anos.

Saúde do Adolescente

Para os serviços de saúde, a faixa etária que compreende a adolescência é


de 10 a 19 anos, apesar de que para a lei brasileira é de 12 a 18 anos. Os direitos
da criança e do adolescente são assegurados pela Lei nº 8.069, de 13/7/1990
(BRASIL, 1990).

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A LEI Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, mais conhecida como Estatuto da


Criança e do Adolescentes dispõe sobre a proteção integral da Criança e do
Adolescente. Nos Art. 3° e 4° consta que:
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Para direcionar o desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens
foi criado o Programa Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde e do
Ministério da Educação instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial nº 6.286.
Esse programa envolve ações compartilhadas e corresponsáveis que
funcionam por meio de Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI) abrangendo práticas
de promoção de saúde e de prevenção de agravos e de doenças, o que contribui
significativamente para o fortalecimento do desenvolvimento integral, possibilitando
o enfrentamento das vulnerabilidades e propiciando à comunidade escolar o
enfrentamento das vulnerabilidades que afetam o desenvolvimento pleno de
crianças, adolescentes e jovens brasileiros (MS, 2007).

Saúde do adulto

Com os avanços científicos e tecnológicos e consequentemente melhorias


nas condições de vida, aumenta-se a expectativa de vida da população. Nesse
contexto é necessária a prevenção das doenças e promoção da saúde, para que
essa população viva com boa qualidade de vida e envelheça de forma saudável.
Como estratégia para a melhoria das condições de vida e reflexo na saúde, o

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governo brasileiro tem investido em programas que abrangem a saúde do adulto, ou


seja, do homem, da mulher e doenças como hanseníase, tuberculose, diabetes
mellitus, hipertensão arterial que são as que mais atingem essa faixa etária (20 a 59
anos).

Saúde do homem

No que se refere à saúde do homem, verificamos que estes ao contrário das


mulheres, não tem o devido cuidado com a sua saúde, além de serem mais
expostos aos riscos de adoecimento. Diversos fatores contribuem para que os
homens estejam mais propícios a adoecer que as mulheres, os hábitos não
saudáveis como o sedentarismo, o excesso de gordura na alimentação, a obesidade
e a violência por causas externas (brigas, acidentes no trânsito, assassinatos,
homicídios etc.). Diante disso é fundamental que esse quadro seja revertido e para
isso, é preciso que seja sensibilizado para a importância da prevenção e tratamento
das doenças. E isso é papel do ACS, direcionar os homens as Unidades Básicas de
Saúde da comunidade.
Os principais problemas que atingem os homens nessa faixa etária são:
disfunção erétil, mais conhecida como impotência sexual, que por vezes pode estar
relacionada a problemas psicológicos como ansiedade, depressão e culpa ou pode
ser de origem orgânica, como hipertensão, diabetes, alterações hormonais ou uso
de drogas (álcool, fumo, antidepressivos, maconha, heroína, cocaína, entre outros).
Outra doença comum no homem é o câncer de próstata, mais comum entre
os homens com idade superior a 50 anos ou proveniente de história familiar, se o pai
ou irmão tiver sido acometido pela doença a probabilidade de adoecer é maior.
Dessa forma é importante que o homem faça consultas periódicas para que no caso
de vir a adoecer seja descoberta precocemente.
O câncer de pênis é outra doença que pode atingir o homem, porém é uma
doença rara, podendo atingi-los a partir dos 50 anos, o que não quer dizer que não
possa ocorre em indivíduos mais jovens. Está mais ligada às condições de higiene
intima e as condições socioeconômicas e instrucionais.

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Saúde da mulher
No que se refere à saúde da mulher, estão à sua disposição atendimento
integral nas diversas etapas de sua vida, através de programas disponibilizados no
sistema de saúde nacional. Os serviços de saúde disponibilizados vão desde o
exame clínico ginecológico, à reprodução (planejamento familiar, pré-natal, parto e
puerpério). O alcance vai além disso, pois é prioridade da Atenção Primária à Saúde
também o atendimento a pacientes com câncer de colo de útero e mama.
Desde 1996 o planejamento familiar é regulamentado através da Lei
9.263/1996, que regula o & 7° do art. 226 da Constituição Federal, que trata do
planejamento familiar onde reza no Art. 1º que “O planejamento familiar é direito de
todo cidadão”.
Consta ainda nessa Lei no Art. 3° que o planejamento familiar faz parte do
conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, oferecendo
atendimento global e integral à saúde, sendo de responsabilidade do Sistema Único
de Saúde a garantia desse serviço em toda a rede de serviços através de programa
de atenção integral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, como
atividades básicas:
I - a assistência à concepção e contracepção; II - o atendimento pré-natal;
III - a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV - o controle das
doenças sexualmente transmissíveis;
V -o controle e prevenção do câncer cérvico-uterino, do câncer de mama e do
câncer de pênis.

As principais causas de mortes nas mulheres são doenças cardiovasculares,


com destaque para o infarto do miocárdio; Acidente Vascular Cerebral – AVC; As
neoplasias (câncer) principalmente o de mama, de pulmão e de colo de útero;
Doenças do aparelho respiratório, sobretudo as pneumonias; Doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas, destacando-se o diabetes. As causas externas também
fazem parte dessas causas.

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Agente comunitário de saúde

Para reduzir as doenças que atingem o sexo feminino diversos livros e


cartilhas são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde para informar as mulheres e
profissionais da saúde sobre a melhor forma de prevenir as doenças e promover a
saúde, entre eles:

I) Cartilha Direitos Sexuais, Direitos Reprodutivos e Métodos


II) II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2008)
III) Manual dos Comitês de Mortalidade Materna (2007)
IV) Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de
AIDS e outras DST (2007)
V) Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (versão compacta - 2006)
VI) Pré-Natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada (2006)
VII) Assistência em Planejamento Familiar: manual técnico (2002 - 1ª parte)
VIII) Assistência em Planejamento Familiar: manual técnico (2002 - 2ª
parte)
IX) Cadernos de Atenção Básica – Controle dos Cânceres do Colo do Útero e
da Mama.

O Agente Comunitário de Saúde deve orientar a mulher a realizar o


autoexame das mamas, pois câncer se detectado precocemente terá maior chance
de cura. O autoexame deve ser realizado uma vez por mês (uma semana após a
menstruação). As mulheres que se encontram na menopausa ou que fazem uso de
anticoncepcionais sem interrupção devem realizar o autoexame em um mesmo dia
de cada mês, escolhido aleatoriamente. Deve ainda incentivar as mulheres a realizar
o exame preventivo do câncer cérvico uterino (PCCU) conhecido também como
exame citopatológico de colo uterino ou Papanicolau.
Todas as mulheres que tem ou já teve atividade sexual deve fazer o exame
de prevenção, principalmente encontrando-se na faixa etária dos 25 a 64 anos. O
exame deve ser feito uma vez por ano, se em dois exames consecutivos o resultado
for normal pode ser realizado de três em três anos daí por diante. As mulheres
grávidas também devem realizar o exame, sem prejuízo algum.

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Agente comunitário de saúde

A orientação para a realização do exame é de que a mulher 48 horas antes


do exame não deve ter relações sexuais de forma alguma, assim como não deve
utilizar nenhum medicamento vaginal e anticoncepcionais locais ou duchas 48 horas
antes do exame. O exame não pode ser realizado quando estiver menstruada, para
não alterar o resultado do exame.

Saúde do idoso

Com os avanços da medicina, assim como a melhoria das condições de vida


da população, percebemos um aumento na expectativa de vida nas últimas
décadas, assim é necessária a criação de estratégias para que as pessoas
envelheçam com saúde. Para que isso ocorra, é preciso que essa faixa etária da
população receba atenção especial, pensando nisso o Ministério da Saúde tem
investido em programas de atenção integral ao idoso. O NAISI - Núcleo de Atenção
Integral à Saúde do Idoso, foi implementado em 1992 dando ênfase à promoção da
saúde, reabilitação, prevenção e tratamento de agravos à saúde desta faixa
populacional. O objetivo do Programa é:

• Desenvolvimento de ações de promoção de saúde para a população


idosa;
▪ Promover campanha de vacinação direcionada
aos idosos;
▪ Incentivar a integração com as demais faixas
etárias;
• Inserir os idosos nos diversos programas: PAISA (programa do adulto),
PECD (programa de diabetes), hipertensão arterial, NAISM ( Mulher),
automassagem e terapias corporais e o Programa de Prevenção de Osteoporose.
O ACS deve atentar para algumas ações que poderão promover a saúde do
idoso, portanto, observe a sua caderneta, veja se as vacinas estão em dia, promova
hábitos saudáveis, oriente-os quanto ao ambiente seguro e a prevenção de quedas,

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ensine-os a usar corretamente os medicamentos e a cuidar da saúde bucal e,


procure meios de inseri-los na política de Assistência Social.

Algumas doenças de acompanhamento prioritário


Hanseníase
Tuberculose
Diabetes Mellitus
Hipertensão arterial

Hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, de evolução lenta,


causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen). O bacilo tem a capacidade
de infectar grande número de pessoas, porém é baixa a quantidade de pessoas que
adoecem, pois necessitam ter baixa imunidade para desenvolverem a doença. O
contato direto e prolongado com o doente em ambiente fechado, com pouca
ventilação e pouca luz solar, aumenta as chances de a pessoa se infectar com o
bacilo da hanseníase, que é transmitida através do ar, por meio de gotículas
contendo os bacilos expelidos pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. Ao inalar
essas gotículas, o indivíduo sadio pode ser infectado e vir a desenvolver a doença,
ou seja, nem todos os infectados desenvolvem a hanseníase, que está condicionada
à baixa imunidade da pessoa. É uma doença de notificação compulsória e
investigação obrigatória. A doença afeta predominantemente a pele, com a
revelação de manchas que alteram a sensibilidade do doente, atinge ainda os
nervos periféricos e membranas mucosas (BRASIL, 2010).
É uma doença, que quando diagnosticada e tratada adequadamente tem
cura. Entretanto pode trazer grandes danos à saúde se diagnosticada e tratada
tardiamente, pois pode deixar lesões nos olhos, nas mãos e nos pés. As lesões mais
graves podem incapacitar fisicamente os doentes. Ao iniciar o tratamento, em
poucas semanas o paciente deixa de ser transmissor da hanseníase. Assim, é
importante que o ACS esteja atento nas visitas domiciliares tentando detectar tal

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enfermidade nas famílias visitadas e encaminhá-las para exames e tratamento se


necessário.

Tuberculose

A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por um micro-


organismo denominado Mycobacterium tuberculosis, popularmente conhecido como
Bacilo de Koch (BK). As espécies que constituem o complexo da Mycobacterium
tuberculosis são diversas: a) M. tuberculosis; b) M. bovis; c) M. africanum;e d) M.
microti. O principal reservatório é o homem, podendo ser também, em regiões
específicas, o gado bovino e raramente primatas, aves e outros mamíferos. Uma
pessoa com baciloscopia positiva tem a capacidade de infectar em média de 10 a 15
pessoas no decorrer de um ano (BRASIL, 2002).
A transmissão da doença é por via aérea, na maioria dos casos. Ocorre
através da inalação de gotículas contendo os bacilos expelidos pelo doente com
tuberculose ativa de vias respiratórias (pulmonar ou laríngea) ao tossir, espirrar ou
falar. Os doentes bacilíferos são a principal fonte de transmissão da doença. Já os
doentes de tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa, mesmo apresentando
positividade na cultura, podem também ser transmissores da enfermidade,
entretanto não é tão arriscada a transmissão quanto no primeiro caso. Já as formas
de tuberculose exclusivamente extrapulmonar não transmitem a doença. Como a
tuberculose é transmitida enquanto o doente estiver eliminando bacilos, a partir do
momento que der início ao tratamento, gradativamente vai perdendo a capacidade
de transmissão, o que pode ocorrer em poucos dias. Na verdade, nem todos os
infectados desenvolvem a moléstia, que está condicionada à baixa imunidade da
pessoa. Sendo assim, indivíduos infectados com o vírus da imunodeficiência
humana - HIV, ou acometidos por outras doenças imunodepressoras, desnutrição,
diabetes, silicose, usuários de drogas, entre outros, são mais suscetíveis à doença.
Os principais sintomas de tuberculose pulmonar são: tosse persistente, febre
vespertina, suores noturnos, falta de apetite, perda de peso, fraqueza, dor no tórax e
escarro com sangue (BRASIL, 2010).

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O diagnóstico é realizado após a suspeita de tuberculose através dos


seguintes exames: Baciloscopia do escarro, também conhecido como BAAR
(Bacilos Álcool- Ácido Resistentes), cultura de escarro, raio X de tórax, teste
tuberculínico com Derivado Purificado da Proteína - PPD e outros exames como
biópsia de gânglio, punção-biópsia pleural, exame do líquo, dependendo do caso e
da localização da doença.
A detecção dos casos de tuberculose pulmonar é considerada a etapa mais
importante das medidas de controle da doença, pois, quanto mais precoce for
diagnosticada e tratada adequadamente, mais fácil será a quebra da cadeia de
transmissão da enfermidade. É válido lembrar que é fundamental a busca efetiva
dos Sintomáticos Respiratórios - SR para evitar a disseminação da doença, sendo
papel da saúde pública a investigação e identificação de indivíduos com tosse igual
ou superior a três semanas. Ressalta-se que estudos apontam que a definição de
três semanas pode ser considerada ideal dependendo do país e até mesmo da
população a ser investigada. Por exemplo, quanto à chamada população de risco,
ou seja, prisioneiros, moradores de rua, imunodeprimidos, entre outros, deve ser
reduzido o tempo de três para duas semanas de tosse para serem considerados
Sintomáticos Respiratórios - SR.. Essa busca é extremamente importante e deve ser
priorizada, pois são altas as porcentagens dos casos de tuberculose da forma
pulmonar que chegam a 90% dos casos detectados e, destes, 60% são bacilíferos
(BRASIL, 2010, p. 17). É importante que o ACS faça a busca do sintomático
Respiratório – SR permanentemente.
O ACS deve ainda ficar atento também no que se refere a vacina BCG pois
atribui poder protetor às formas graves da doença. No Brasil, a vacina BCG é
indicada prioritariamente para as crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo obrigatória
para menores de um ano.

Diabetes mellitus

São dois os tipos de diabetes mais frequentes, o tipo 1 que atinge cerca de
10% dos casos e o tipo 2 que atinge 90% dos casos.

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O tipo 1 é mais complexo, pois necessita do uso diário de insulina para


controlar o nível de glicemia no organismo. Pode ocorrer de forma progressiva
rápida ou lenta, a primeira acomete principalmente crianças e adolescentes e a
segunda, geralmente adultos. Já o tipo 2 ocorre na maioria das vezes após os 40
anos, sendo controlada quase sempre com dietas, atividades físicas e ou
medicamento oral.
O ACS deve sensibilizar os moradores do território sob sua atuação a
importância da prevenção para a redução dos casos novos de diabetes na
comunidade. Diversos fatores podem contribuir para essa redução, como por
exemplo, manter o peso ideal, alimentação adequada, fazer atividade física
regularmente, realizar exames de laboratório periodicamente quando fizer parte de
família com histórico de casos da doença.

Hipertensão arterial

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma enfermidade que ataca os vasos


sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Quando a
medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg pode
ocorrer acometimento desses órgãos. A pressão considerada normal é aquela que,
na média, é igual ou inferior a 12 por 8, ou seja, máxima em 120 milímetros e
mínima em 80 milímetros de mercúrio (mmHg). Valores entre 12 por 8 e 14 por 9
são considerados limítrofes, ou pré-hipertensão, e podem merecer tratamento em
alguns casos, conforme recomendação médica.

Atenção: O Ministério da Saúde informa que após os 55 anos, mesmo as


pessoas com pressão arterial normal têm 50% de chance de desenvolver a
hipertensão. Para confirmar se uma pessoa está com hipertensão arterial, é
necessária a verificação por diversas vezes, de forma correta, com aparelhos
calibrados e profissionais capacitados. Portanto, o ACS deve observar com mais
atenção essa faixa etária e encaminhá-los para consulta e posterior

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acompanhamento contínuo.
Diversos fatores influenciam os níveis da pressão arterial, apesar de que em
90% dos casos, a doença é herdada dos pais. O uso do fumo, consumo de bebidas
alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol,
falta de atividade física, sedentarismo, menor acesso aos cuidados de saúde e nível
educacional são possíveis fatores associados. Alguns estudos mostram que a
incidência é maior na raça negra, que aumenta com a idade, é maior entre homens e
mulheres com até 50 anos, é maior em diabéticos e em quem tem histórico familiar
de hipertensão. A prevenção é feita com o controlando-se o peso, adotando hábitos
alimentares saudáveis, reduzindo o consumo de bebidas alcoólicas, abandonando o
tabagismo e praticando atividade física regularmente (BRASIL, 2013).

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