TCC Mariana Carla de Melo Pravato

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O USO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL1
THE USE OF MANIPULABLE MATERIALS IN THE TEACHING
PROCESSAND
MATHEMATICS LEARNING IN THE FINAL YEARS OF ELEMENTARY
SCHOOL

Mariana Carla de Melo Pravato2


Elda Alvarenga 3

RESUMO

Analisa o uso dos materiais manipuláveis na disciplina de matemática e a aprendizagem


significativa nos anos finais do ensino fundamental. Descreve o que são materiais manipuláveis
e as vantagens da sua utilização. Mapeia as discussões em torno da aplicação de materiais
manipuláveis no ensino de matemática nos anos finais do ensino e relaciona a aplicação de
materiais manipuláveis e a interação e o interesse pela matemática. A questão
problematizadora que movimentou a pesquisa foi: como o uso de materiais manipuláveis no
processo de ensino aprendizagem da matemática interfere na aprendizagem significativa de
estudantes nos anos finais do ensino fundamental? Baseia-se em uma abordagem qualitativa,
exploratória, do tipo estudo de caso. Conclui-se que os materiais manipuláveis podem
contribuir para tornar a disciplina mais atrativa e motivadora, reduzindo distorções que ainda a
caracterizam como um empecilho à assimilação de suas temáticas.

Palavras-chaves: Materiais manipuláveis; Aprendizagem significativa;. Matemática.

ABSTRACT
It analyzes the use of manipulative materials in the discipline of mathematics and meaningful
learning in the final years of elementary school. It describes what are manipulable materials and
the advantages of using them. It maps the discussions around the application of manipulative
materials in the teaching of mathematics in the final years of education and relates the application
of manipulative materials and the interaction and interest in mathematics. The problematizing
question that moved the research was: how does the use of manipulative materials in the

1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Licenciatura em


Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Cachoeiro de Itapemirim. Aprovado em 08
de março de 2022. Membros da banca examinadora: Elemilson Barbosa Caçandre, Centro Universitário
São Camilo - ES, http://lattes.cnpq.br/7865728027420820, https://orcid.org/0000-0002-0122-6306.
João Lucas de Oliveira. Orcid 0000-0001-6148-4115. Lattes http://lattes.cnpq.br/3744729654641503.
Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes. [email protected]
2 Graduanda em Licenciatura em Matemática pelo IFES, Campus Cachoeiro de Itapemirim. E-mail:

[email protected].
3 Elda Alvarenga – Doutora. Universidade Federal do Espírito Santo.
http://lattes.cnpq.br/2983263601602471/http://orcid.org/0000-0002-6426-9952,
[email protected].
1
teaching-learning process of mathematics interfere in the meaningful learning of students in the
final years of elementary school? It is based on a qualitative, exploratory, case study approach.
It is concluded that manipulative materials can contribute to making the discipline more attractive
and motivating, reducing distortions that still characterize it as an obstacle to the assimilation of
its themes

.Keywords: Manipulable materials. Meaningful learning. Math

1 INTRODUÇÃO

É de fundamental importância trabalhar com a questão da realidade do aluno,


com aquilo que ele traz de casa, com o seu conhecimento prévio. Ausubel (1976, apud
PAULA e BIDA, 2008) afirma que a aprendizagem acontece quando uma nova
informação apoia - se em conceitos que já existem nas experiências de aprendizados
anteriores, isso ele chama de aprendizagem significativa. Segundo os autores Freitas
(2018, p. 368) "O conhecimento necessita ser construído a partir do contexto e,
sobretudo, com o propósito de nele efetivar modificações que venham a qualificar os
seres humanos oprimidos."
A escolha desse tema se deu devido as experiências vivenciadas no ensino
fundamental e nos estágios remunerados e obrigatórios realizados no curso de
licenciatura em matemática, nos anos de 2017 a 2020. No ensino fundamental o
aprendizado por meio de um material manipulável ajudava muito no entendimento da
matemática. Na faculdade nas realizações de estágio remunerados e não obrigatórios
em salas de aula quando o professor utilizava um material dourado, jujuba e palito para
trabalhar a questão de vértices, por exemplo, eu percebia que os alunos aprendiam
com mais facilidade o conteúdo.
O assunto da pesquisa foi escolhido a fim de ressaltar a importância de se
trabalhar com materiais manipuláveis como alternativa de aprendizagem e, também,
com a realidade do aluno de forma a aproximar o discente com os conteúdos
matemáticos trabalhados em sala.
A importância da realização dessa pesquisa é que ela poderá contribuir para que
os professores que ensinam matemática, ao ler esse trabalho, despertem o interesse
pelo uso de materiais manipuláveis em sala de aula.
De modo geral, o ensino atualmente, vem sendo criticado. A preocupação maior
de algumas escolas é somente cumprir o que está no currículo, só a exibição de
conteúdo, não se preocupando assim com a aprendizagem desses alunos, nem suas
2
questões individuais. Diante disso o professor torna-se apenas transmissor de
conteúdo. Em relação a isso, Freire (1996, p.25) enfatiza que:

Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as


possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a
indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições;
um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de
ensinar e não a de transferir conhecimento.
Em relação ao ensino de matemática, na grande maioria das escolas, essa
disciplina vem sedo cenário de grandes reprovações. Segundo Silveira (2002, p.1):

[...] a Matemática ocupa o lugar das disciplinas que mais reprova o


aluno na escola. A justificativa que a comunidade escolar dá a esta
‘incapacidade’ do aluno com esta área do conhecimento é que
‘matemática é difícil’ e o senso comum confere-lhe o aval.

Desde o início, a visão sobre a matemática vem repercutindo no senso comum,


passando de geração para geração como algo que provoca arrepios, terror, medo, que
é algo que nunca vai ser aprendido. De acordo com Silveira (2002, p.14) o “professor,
por sua vez, também se vê impossibilitado de seduzir o aluno, já que este, muitas
vezes, comprova na escola que já conhecia antes de nela entrar, o mito da dificuldade
da disciplina”. A fim de tentar amenizar um pouco essa visão, alguns professores se
utilizam de diferentes recursos na tentativa de facilitar o entendimento e a
aprendizagem desses alunos. Os materiais manipuláveis é um exemplo desses
recursos. A matemática, desde o ensino fundamental, é considerada, por muitos, como
uma disciplina muito complexa, com uma linguagem de difícil acesso. Ela é vista como
um “bicho papão” e que útil em sua vida depois que terminar a educação básica. Diante
de tudo isso, questionamos: como o uso de materiais manipuláveis no processo de
ensino aprendizagem da matemática interfere na aprendizagem significativa de
estudantes nos anos finais do ensino fundamental?
Para responder ao problema proposto, o presente trabalho tem como objetivo
geral analisar como o uso de materiais manipuláveis no processo ensino aprendizagem
da matemática interfere na aprendizagem significativa de estudantes nos anos finais
do ensino fundamental. De maneira mais específica procuramos descrever o que são
materiais manipuláveis e as vantagens da sua utilização em sala de aula; mapear as
discussões em torno da aplicação de materiais manipuláveis no ensino de matemática
nos anos finais do ensino; relacionar a aplicação de materiais manipuláveis, na prática

3
docente voltada a realidade social dos discentes e a construção de maior interação e
interesse pela matemática.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: APONTAMENTOS HISTÓRICOS


A matemática é essencial em nossos dias, por isso é de fundamental importância
sabemos a sua origem e de onde vem a palavra que deu originou esse nome. Segundo
Silva (2018, p.11) “A palavra "Matemática" tem origem na palavra grega máthema que
significa Ciência, conhecimento ou aprendizagem, derivando daí mathematikós, que
significa o prazer de aprender”. Para Rosseto (2013, p.11) “A matemática teve sua
origem baseada na necessidade de cada povo, e é utilizada pelo homem, desde a
antiguidade, para facilitar a vida e organizar a sociedade”. Ainda no que diz respeito a
origem da matemática de acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
A História da Matemática mostra que ela foi construída como resposta
a perguntas provenientes de diferentes origens e contextos, motivadas
por problemas de ordem prática (divisão de terras, cálculo de créditos),
por problemas vinculados a outras ciências (Física, Astronomia), bem
como por problemas relacionados a investigações internas à própria
Matemática (BRASIL,1997, p. 32).
Segundo a interpretação de Camacho (2012), desde o início da história da
humanidade o sistema de contagem não é igual ao atual, passou por diversas
transformações e mudanças. A mais de 30 mil anos o ser humano viu a necessidade
de começar a contar. Para isso ele usava diversos objetos para a organização no seu
dia a dia. Relatos indicam que para contar o número de ovelhas, por exemplo, os
homens começaram a escavar marcas em ossos, nas paredes e em pedaços de
madeira. Tempos depois, eles começaram a utilizar pedras e, posteriormente, cordas.
De acordo com Afonso (2002):
Os egípcios contribuíram com o primeiro sistema de numeração e a
representação de quantidades de objetos por meio de símbolos, pois
houve avanço do comércio, das indústrias e construções de pirâmides
e templos, tornando cada vez mais difícil efetuar cálculos com pedras,
nós ou riscos em ossos (p. 3).
Com passar do tempo o sistema foi se modificando, se aperfeiçoando,
principalmente através dos povos árabes, que elaboraram o sistema de numeração
decimal posicional e surgiram então diversos materiais e objetos para se trabalhar
diversos conceitos da aritmética. Segundo Camacho (2012, p. 24):

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[...] foi através da contagem e da manipulação de objetos, que se
começou a criar regras, padrões e teorias, ampliando o conceito dos
números e surgindo diversos materiais que auxiliam todo o estudo
subjacente à Matemática.
No entanto, quando falamos em conhecimento matemático referimo-nos a algo
muito além de só fazer contas. Por trás das contas, das fórmulas, dos métodos, sempre
tem uma história. O conhecimento matemático não surgiu do nada. Ele é o esforço de
muitas pessoas para conhecermos a matemática tal como se apresenta para nós
atualmente. Com o conhecimento da origem, a investigação de onde veio, a história de
determinado fenômeno, o aprendizado torna-se algo muito mais prazeroso,
significativo, atraindo assim muito mais a atenção dos discentes. Em muitos casos os
mesmos observam nos conteúdos elementos que estão presentes em seu dia a dia
fazendo muito mais sentido assim os seus estudos em sala de aula. Conforme Santos
(2010):
O passado da matemática ajudaria o aluno a compreender a
matemática atual, pois o aluno entenderia o momento da criação de
determinados conceitos, assim como o porquê de sua criação. Através
do conhecimento da sequência histórica da evolução da matemática,
desde os tempos primitivos, o aluno compreenderia melhor o
desenvolvimento, do processo da própria matemática. (p. 23).

O ensino da matemática é fundamental em todos os lugares e em todos os


tempos. Baseados nos estudos de Rossetto (2013) podemos começar falando a
respeito do surgimento da matemática e de alguns fatos históricos, neste primeiro
momento no Egito. No campo da matemática podemos dizer que as maiores
realizações desses povos foram: a construção das pirâmides, a invenção de um
calendário solar e a criação de um sistema de numeração próprio. Na Babilônia nos
séculos VIII e IX a.C. a matemática começava a surgir. Ela se desenvolveu muito neste
local, pois era localizada numa rota do comércio de grandes caravanas. E foi através
da escrita cuneiforme nas tabuas de argila cozida que é possível nós conhecermos a
matemática dos babilônicos.
O autor afirma ainda que os gregos foram os primeiros a apreciar e estabelecer
a geometria como ciência dedutiva. Na matemática grega a Geometria era foco central.
Na Arábia os algarismos arábicos modificaram a matemática e é uma forma impecável
de representação numérica. Na China não se sabe muito da história da matemática,
mas um dos textos mais importante que se tem notícias é o Os Nove Capítulos sobre
a Arte Matemática, do autor Liu Hui, nesse texto possui traços da matemática antiga

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da China. Na índia o desenvolvimento da matemática surgiu de acordo com a
necessidade do dia a dia e uma delas foram o sistema de numeração.
A história da matemática aqui no Brasil sempre existiu, os índios possuíam sua
própria maneira de saber matemática. Com a chegada dos portugueses, conforme a
pesquisa de Andrade e Souza (2019) ao encontrar um novo povo houve uma certa
troca de conhecimentos culturais entres eles. A ideia de matemática que esse povo
indígena possuía logo de início foi deixada de lado e ignorada pelo povo dominante.
De início a preocupação dos portugueses era o ensino da aritmética, o catecismo e a
língua portuguesa. Esse ensino era desenvolvido pelos padres jesuítas na Companhia
de Jesus por volta de 1546.Em relação a educação aqui no Brasil os padres jesuítas
foram os primeiros a trazerem os conhecimentos, que já existiam em Portugal. Assim
quando o Brasil era ainda colônia esses Jesuítas foram os principais na educação e os
principais em relação ao conhecimento matemático. Isso durou até mais ou menos
1759, porque depois disso o Marquês de Pombal expulsou os eles daqui e começou o
período pombalino.
Os autores também dizem que entre 1756 e 1808 ocorreu o período pombalino.
Com a chegada do Marquês de Pombal aqui no Brasil a educação passou para o
controle português e tinha por objetivo preparar os povos que estavam para uma
revolução industrial e introduzir ideias do pensamento Iluminista. Durante esse período
teve a reforma da Universidade de Coimbra, o estado começou a controlar as matérias
que eram ensinadas. A partir da reforma pombalina foi fundada em 1772 a faculdade
de matemática na universidade de Coimbra. Mesmo com essa criação nada além disso
foi feito em no que diz respeito à pesquisa matemática, tratava-se apenas do ensino e
estudo do conhecimento matemático que já existia, com esse atraso nas pesquisas
isso acabou que atrasando o Brasil em determinados pontos, pois todos os
profissionais que eram formados eles vinham dessa universidade.
Com a chegada da família real aqui no Brasil ocorreram diversas mudanças ouve
um crescimento econômico muito grande, também ocorreu a criação do ensino
superior, motivado especialmente pelo fato de algumas pessoas não terem condições
de irem até Coimbra para estudar. Com a criação do curso superior passaram a ter
oportunidade de cursar o ensino superior aqui mesmo no Brasil. Dom João fundou a
Academia Real militar, nessa academia tinha seus próprios objetivos, com isso não
tinha espaço para pesquisa da matemática como educação, o foco dela era outro,

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formar engenheiros civis. Com decreto nº 140 houve muitas mudanças na academia,
algumas delas foram a criação do curso de engenharia civil e o grau de Doutor em
ciência matemática. (ANDRADE; SOUZA,2019)
Continuam afirmando ainda que de 1810 a 1896 Academia Real e depois a
Escola Politécnica foram os únicos locais em que se ensinava matemática de nível
superior. Já em 1896 ocorreu a reforma da Escola Politécnica que passa a ser chamada
Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Nesse período ocorreu a extinção dos cursos
científicos e do curso de matemática. Esse processo provocou uma queda nas
pesquisas, no ensino e na educação em geral. A matemática passou a ser ensinada
somente como uma disciplina de outros cursos.
Ocorreram várias tentativas de criações de universidades, no período imperial,
mas foi só em 1911 que se tornou concreto a criação, e então deu início a atual
pesquisa matemática. Ainda em 1911 foi promulgada a Lei Orgânica do ensino
superior, Ensino Fundamental, instituir a livre-docência e o incentivo para iniciar
atividade privada no ensino superior. O governo federal criou uma universidade para
seguir como padrão que foi a universidade do Estado de São Paulo. Depois foram
criadas as primeiras instituições de ensino superior. Na USP ela se destaca como a
faculdade mais relevante para pesquisa matemática no Brasil. Com a criação do curso
de matemática na USP, tanto no estudo quanto na pesquisa ela voltava a ter um lugar
entre os interesses políticos e econômicos da sociedade. (ANDRADE; SOUZA,2019)
Conforme Andrade e Souza (2019) no período a partir de 1930 ocorreram a
criação de importantes instituições ícones matemática como por exemplo o Instituto de
matemática pura e aplicada (IMPA), o Conselho Nacional de pesquisa (CNPq) e o
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Ocorreram também um grande crescimento
na divulgação da pesquisa através de revistas matemáticas, colóquios nacionais e
internacionais e a criação também de programas de pós-graduação mestrado e
doutorado. Desde o período de 1960 houve um grande aumento na publicação de
artigos aqui no Brasil.

2.2 ENSINO APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

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Nos anos finais do ensino fundamental os alunos demonstram uma maior
dificuldade em relação aos conteúdos matemáticos apresentados. É necessário que o
professor de matemática saiba além do conteúdo. Ele precisa saber trabalhar em
grupo, ser criativo. Esse é o tipo de professor que possui a criatividade de relacionar
um conteúdo difícil, em à realidade do seu aluno e dá sentido à aprendizagem o que
pode tornar o aluno mais participativo e mais autônomo. Como dizem os autores
Santos, França e Santos (2007, p. 16):

Com isso, o educador deve estimular a criatividade, mostrando que a


Matemática é um campo que está em constante movimento, como um
edifício em construção e necessita de modificações e adaptações.
Desde então, ao desenvolver a criatividade convém ao professor
propor atividades desafiadoras, não somente levar em conta a
resolução de problemas, mas, o que é mais significativo, propor
problemas para que os alunos resolvam matematicamente situações
reais que têm por objetivo transformar o próprio aluno confiante diante
dos conhecimentos que manipula no decorrer dos estudos.

Quando se ensina matemática sem um contexto, os alunos não aprendem,


consideram uma matéria chata, não tem interesse pela aula, mas quando o conteúdo
é ensinado de maneira contextualizada, usando as situações problemas em seu dia a
dia, a matemática se torna muito mais interessante, pois trata-se de uma matéria muito
pertinente para se trabalhar o contexto da vida do aluno. É muito simples o professor
associar problemas do dia a dia como uma situação de compra em algum
supermercado, em uma loja na busca de ajudar o aluno a ver o sentido do que
aprende, para além de usar fórmulas difíceis ou algo fora do seu alcance.

Indiscutivelmente é notório que essa forma de associar problemas


matemáticos com situações ocorridas no cotidiano torna-se mais fácil
o entendimento do aluno, já que se trabalha com questões envolvendo
o que ele conhece e convivi assim desperta um maior interesse
quando esta é aplicada de maneira fácil, sem muitas apresentações
artificiais ou técnicas, ou seja, o que não esteja no alcance do universo
de compreensão do aluno (SILVA, 2015, p. 16).

É notório que atualmente há grande dificuldade dos alunos na disciplina de


matemática principalmente os anos finais do ensino fundamental. Muitos questionam:
onde vou usar isso na minha vida? Por que estudar matemática na escola? Essas e
muitas outras perguntas são feitas para o professor de matemática principalmente.
Por vezes esses alunos não entendem que a matemática faz parte de seu cotidiano,
uma simples bala que ele compra, a conferência do troco que ele recebeu já é uma
forma de estar exercitando a matemática.
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Desde os anos iniciais do ensino fundamental, os alunos já vêm com essa
concepção em relação a matemática. Eles a vêm como uma disciplina difícil,
complicada de se aprender, que não vai se usar para nada na vida. Com esse
pensamento, muitas vezes, acabam criando um bloqueio com a matéria e com isso
passam a ter grande dificuldade no processo ensino aprendizagem. Dessa forma o
professor tem que buscar meios de desconstruir esse pensamento do aluno, muitas
vezes não é fácil. Esses professores têm que buscar estratégias para tentar despertar
o interesse para o estudo da matemática, com aulas diferenciadas, porém mesmo com
todos esses artifícios muitos alunos têm um grande desinteresse e possui muita
dificuldade em pensar e interpretar, dessa maneira muitos professores com essa
situação sentem-se desanimados por não conseguirem o que tanto almejam, o
aprendizado desses alunos
Aprendizagem tem que se tomar de forma significativa e não de maneira
mecânica. Como esse mundo tecnológico ao se trabalhar matemática com os alunos
dos anos finais do ensino fundamental é interessante sair um pouco do tradicional, da
mesmice, o conteúdo deve ser apresentado de uma forma mais dinâmica usando os
jogos, usando materiais manipuláveis, usando tecnologia de acordo com a realidade
de cada escola e também de cada conteúdo. Nesse sentido, vale lembrar que:

Faz parte da vida de todas as pessoas nas experiências mais simples


como contar, comparar e operar sobre quantidades. Nos cálculos relativos a salários,
pagamentos e consumo, na organização de atividades como agricultura e pesca, a
Matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade (BRASIL,1997,
p.24-25). Para o ensino de matemática nos anos finais do ensino fundamental podemos
citar algumas tendências que são de fundamental importância. Começaremos pelo
etnomatemática. Essa tendência teve seu surgimento no início da década de 70.
Segundo Rozal, Braga, Ledoux e Santo (2013, p.5) podemos dizer que:

Para compor a palavra ’etnomatemática’, utilizam-se “as raízes tica,


matema e etno para significar que há várias maneiras, técnicas,
habilidades (ticas) de explicar, de entender, de lidar e de conviver com
(matema) distintos contextos naturais e socioeconômicos da realidade
(etnos).

A respeito da tecnologia e a educação matemática, atualmente podemos


perceber que a informática está fortemente presente no ambiente escolar, tudo hoje
em dia é tecnologia, por isso é de fundamental importância que esses alunos saibam
usar a tecnologia de forma a aprender a ler essa nova mídia. Quando falo de

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informática não me refiro somente a computadores, mas também o celular que está
na palma das mãos da grande maioria dos estudantes. Para ajudar no ensino da
matemática há muitos softwares a fim de facilitar o aprendizado. Dentre eles podemos
citar excel, geogebra, kahoot, alguns jogos, entre outros.
Em sala de aula os softwares devem ser utilizados para facilitar e melhor ainda
mais a aprendizagem, por isso não deve ser usado de maneira mecânica, nem de
qualquer jeito. Segundo Silva, Ribeiro e Araújo (2018 p.2):
Nos dias atuais o uso de alguns softwares deve ser analisado e
estudados sua utilização deve ser educacional de modo a explorar de
forma inteligente todos os recursos que o software oferece no ensino
e aprendizagem, e não utilizá-lo de forma mecânica e isso nos leva ao
modismo, utilizar por que todos utilizam, sem nenhuma preocupação
como o resultado na aprendizagem.

Infelizmente não são todas as escolas que contam com uma sala de informática
toda equipada, sabemos que em algumas situações as escolas possuem apenas
alguns computadores e que geralmente a quantidade é insuficiente para a turma toda,
mas isso não impede a utilização de tecnologia, o celular também nessas horas podem
ser um forte aliado.
A modelagem matemática é outra tendência muito importante na educação. Ela
é usada para resolver alguns problemas do dia a dia. Em algumas situações o
professor, ao utilizar a modelagem matemática, divide os alunos em grupos. Nesses
grupos os alunos pesquisam sobre uma determinada situação e acabam tendo
curiosidade sobre os temas e gostando do assunto. Essa tendência possibilita a
construção do conhecimento pelo próprio aluno, porque quando ele pesquisa ele, vai
adquirindo conhecimento e se tornando mais pensante, ativo e se tornando
protagonista na construção de seu próprio conhecimento. A modelagem matemática
pode ser trabalhada com temas simples do dia a dia dos alunos, como por exemplo o
aumento do preço do arroz, da gasolina, do gás, do imposto de renda, temas do
cotidiano que podem ser trabalhados com conteúdos matemáticos e que podem ser
sugeridas pelos próprios alunos. A modelagem também possibilita ao professor
trabalhar com outras áreas do conhecimento, como por exemplo a física, educação
física, ciências, ocorrendo dessa forma a interdisciplinaridade. Por isso Silva, Madruga
e Silva (2019, p.103) reforçam que:
Nas atividades de Modelagem, os alunos são convidados a investigar
situações reais de outras áreas do conhecimento, por meio do
ferramental matemático, e lhes é oportunizado o papel de agentes
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ativos na construção do saber, tendendo, portanto, a provocar e
potencializar a reflexão e a discussão sobre conceitos da Matemática,
com a finalidade de construir o conhecimento.

Da mesma forma, a resolução de problema é muito importante no ensino da


matemática, pois sabemos que a ela é basicamente resolver problemas. Com essa
metodologia os alunos constroem conhecimentos e entendem a aplicação da
matemática em sua vida. Conforme Brasil (1997, p.32):

O problema certamente não é um exercício em que o aluno aplica, de


forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só
há problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da questão
que lhe é posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada.
Para a resolução de um problema é necessário passar por etapas, no PCN de
matemática bem nos diz quais são elas:

-elabore um ou vários procedimentos de resolução (como, por


exemplo, realizar simulações, fazer tentativas, formular hipóteses); -
compare seus resultados com os de outros alunos; - valide seus
procedimentos (BRASIL,1997, p. 33).

Outra tendência é o uso de jogos e materiais manipuláveis. Esses recursos


facilitam muito o aprendizado do aluno. Ele ao mesmo tempo que está ali se divertindo
também está aprendendo acima de tudo. Podemos citar alguns desses recursos:
Domino de operações, tangran, bingo matemático, etc.

É importante que o professor explore os jogos matemáticos aliando os


conhecimentos adquiridos pelos alunos à resolução de problemas. Isto
significa que as tendências também podem ser trabalhadas juntas
(ROZAL; BRAGA; LEDOUX e SANTO, 2013, p. 9).
Ao se trabalhar a história da matemática em sala de aula possibilita que os
alunos vejam como tudo começou, de onde veio uma fórmula, por exemplo, é uma
forma de resgatar a própria identidade cultural do sujeito. Com esses recursos em sala
de aula os alunos veem o porquê das coisas, fazendo muito mais sentido no seu
aprendizado.

2.3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: DESVELANDO CONCEITOS


Uma visão geral de aprendizagem significativa conforme as ideias de Moreira
(2010, p.2) é que:
Aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas
simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária
com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal,
não ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com
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qualquer idéia prévia, mas sim com algum conhecimento
especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito
que aprende.

Quando um aluno vai para a escola não chega desprovido de conhecimentos,


ele traz consigo algum aprendizado do seu cotidiano. Conforme Paula e Bida (2008),
Ausubel diz que a aprendizagem acontece quando uma informação nova apoia-se em
concepções que já estão presentes em suas experiências anteriores. O fator
influenciador na aprendizagem é o que o aluno já sabe, ou seja, é preciso valorizar o
seu conhecimento prévio. Só aí é possível aprender novos conceitos. Nesse sentido,
o conteúdo a ser aprendido deve ser significativo, conectado com o cotidiano e o aluno
tem que estar disposto e interessado em aprender.
Segundo Klausen (2017, p.6404) a aprendizagem significativa pode acontecer
através de processos, desta forma, quando os alunos estão
[...] explorando, fracassando, tentando, corrigindo, obtendo dados,
elaborando conjecturas, testando-as, construindo explicações, que
são resultados de inferências, comparando, fazendo analogias,
refletindo, uma nova experiência é comparada com outras hipóteses
são criadas verificadas, confrontadas, explicadas, outras expectativas
são criadas e assim por diante.

Segundo Moreira (2010) a aprendizagem significativa possui três formas: a


subordinada, a superordenada e a combinatória. Na subordinada o novo
conhecimento se subordina a um conhecimento que já existe na estrutura cognitiva
com uma clareza maior e uma estabilidade. Também o conhecimento novo vai possuir
mais significado e o conhecimento que o aluno já trouxe fica mais explícito,
diferenciado.
Na forma superordenada a aprendizagem vai acontecer uma reorganização
cognitiva quando um conhecimento passa a ser classificado como superior a outros.
Já na combinatória o significado é captado, é construído, com uma ampla combinação
dos conhecimentos prévios. Assim, se a aprendizagem significativa não acontecer de
forma concreta o aluno acaba aprendendo de forma mecânica: decora os conteúdos,
tendo assim um conhecimento apenas superficial, de momento que logo é esquecido
(AUSUBEL, 1976, apud por PAULA; BIDA, 2008). Muitos estudantes passam para o
ano/serie seguindo sem saber diversos conteúdos, e por que isso acontece? É
justamente porque “aprendeu” de maneira mecânica, na verdade só ocorreu uma
memorização momentânea.
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Deixando de lado também a realidade do aluno e trabalhando de maneira
separada com as experiências, a aprendizagem acaba ficando sem significado, muitas
vezes com isso o aluno fica desanimado, sem motivação e acaba por vezes deixando
a escola e abandonando os estudos. Diante de tudo isso, segundo Paula e Bida (2008,
p.5) há desafios para os professores, dentre eles podemos citar:
[...] despertar motivos para a aprendizagem, tornar as aulas
interessantes para os adolescentes, trabalhar com conteúdos
relevantes para que possam ser compartilhados em outras
experiências (além da escola) e tornar a sala de aula um ambiente
altamente estimulante para a aprendizagem.
Quando o aluno chega na escola, a própria instituição separa os conteúdos
aprendidos como se fossem em caixinhas, fracionando o que aprende naquele
ambiente com o que aprende em seu cotidiano, ao invés de fazer a junção do mesmo,
dessa forma Paula e Bida (2008, p. 6) dizem que:
Sendo assim, fica evidente que as condições para que a aprendizagem
significativa se efetive, desafia o professor a adotar a postura de
mediador entre o aluno e o conhecimento. Para tanto, a atuação do
professor deve levar em conta que o aluno é o sujeito do conhecimento
e não mero receptor de informações. Por isso, é válido todo o esforço
no sentido de envolver os alunos, tornando as aulas momentos de
interação e aprendizagem.
No decorrer do processo escolar, as habilidades não devem ser ensinadas
como forma de adestrar o aluno. O verdadeiro aprendizagem só acontece quando o
educando participa do processo de aprendizado, quando o mesmo é ativo e constrói
seu próprio conhecimento. Segundo klausen (2017, p. 6406) “a escola tem uma tarefa
muito clara que é a transmissão e construção de cultura, da ciência, da arte, preparar
os alunos para o trabalho, para a cidadania, para a vida cultural, para a vida moral”.
Essas práticas docentes desenvolvidas na escola segundo Klausen (2017)
podem ser caracterizadas como tradicional, tecnicista, escola novista e sociocultural.
Na tradicional o professor é o detentor de todo o conhecimento, é autoritário e o aluno
é apenas um memorizador de conteúdo que reproduz as informações. Nessa prática
acontece a transmissão de conteúdo.
A tendência tecnicista é mais voltada para desenvolvimento de competências,
atitudes, a fim de formar profissionais para o mercado de trabalho. Essa tendência
possui uma ação instrumental que exige que o professor tenha domínio dos conteúdos
que ele vai ensinar e que conheça as técnicas que serão utilizados.
Na tendência escolanovista, diferente da tradicional, o professor é concebido
como um mediador da aprendizagem, um facilitado da aprendizagem. Nessa
13
tendência o aluno passa a ser o centro do processo ensino aprendizagem, com isso o
próprio professor também vai aprender com os alunos. Já a tendência sociocultural o
enfoque está na reflexão para construção ou transformação social. O objetivo é a
contribuição para uma mudança na sociedade. Essa abordagem valoriza também a
questão dos valores.
Quando um professor vai para uma sala de aula é preciso entender que sua
função não é transmitir aquele conteúdo do livro. É preciso levar em conta que o aluno
traz consigo experiências vividas e que devem ser consideradas no momento de sua
aprendizagem. Quando falamos em ensinar não é apenas uma transmissão de
conteúdos em sala, aprender vai muito além disso. É preciso levar os alunos a
aprenderem e a produzir seu próprio conhecimento, a sua própria aprendizagem
significativa. O ensino segundo Klausen (2017, p. 6408) “É um processo de caráter
sistemático, intencional e flexível, visando à obtenção de determinados resultados
(conhecimentos, habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes, etc.)”.

2.4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA


A matemática é uma área muito importante na sociedade, pois ela é um dos
meios pelos quais as pessoas desenvolvem o raciocínio que podem auxiliá-lo no seu
dia a dia e em disciplinas na escola. Segundo o PCNs o ensino da matemática no
ensino fundamental tem por finalidade:
• identificar os conhecimentos matemáticos como meios para
compreender e transformar o mundo à sua volta;
• resolver situações-problema;
• comunicar-se matematicamente;
• estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes
campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas
curriculares (BRASIL, 1997, p. 37).

Diante de sua finalidade observa-se que a matemática vai muito além de


somente decorar fórmulas, resolver cálculos com expressões. Seu aprendizado é
importante para coisas simples do dia a dia. Aprendendo matemática que faça sentido
para o aluno, uma matemática contextualizada, esse aprendizado deixa de ser algo
cansativo, algo desmotivador, pois ele será capaz de resolver questões associando a
coisas do seu cotidiano. Conforme as ideias de Giehl (2018, p.101)
Muitos são os elementos que podem ser trazidos para a sala de aula,
conteúdos como matemática financeira, estatística e geometria. São
conteúdos que possuem íntima e total relação com o dia a dia dos
14
alunos, dessa forma, o professor precisa em sua prática repensar
atividades e reflexões que envolvam esse cenário.

Quando o discente vai estudar matemática na escola, ele já vem com uma ideia
que foi criada desde a pré-escola, que a matemática é a disciplina mais difícil, com
isso acaba criando um bloqueio com a matéria. Como Nunes e Costa (2019, p.8) dizem
que “Por isso pode-se considerar este um fator histórico, podendo até ser cultural. O
mesmo é considerando relevante, pois o cérebro da criança cria essa concepção e
estagna o cognitivo a isso, impedindo muitas vezes, o desenvolvimento psicológico
natural de aprender”. Ao se falar no processo de ensino e aprendizagem da
matemática é importante que o professor conheça várias teorias e que busque tornar
aquilo que ele está ensinando significativo. Uma maneira disso ocorrer é usar a
aprendizagem significativa de Ausubel:
Isso porque a matemática, mesmo que para muitos seja considerada
uma disciplina pronta e acabada, conjugada por fórmulas e regras
abstratas, é uma disciplina que permite o aluno descobrir seus próprios
caminhos para a resolução de determinado problema, desde que o
processo de aprendizagem seja bem direcionado pelo mediador e leve
em consideração os conceitos prévios, subsídios, para a construção
do conhecimento (NUNES; COSTA, 2019, p. 9).

Nas aulas, quando é apresentado para os alunos apenas exercícios de


aplicações de técnicas, de conceitos, não estamos desenvolvendo nos alunos a
capacidade de pensar em assuntos diversos, pois muitas vezes ele vai buscar em
exercícios semelhantes para tentar resolver aqueles e não buscam pensar como
poderiam resolver, com isso quem garante que esse aluno realmente aprendeu ou se
ele apenas está reproduzido algo que já foi visto? Por isso segundo Giehl (2018, p.101)
afirma que: “É importante que o professor considere os conhecimentos prévios dos
educandos para que eles possam elaborar questões referentes ao que não
compreendem plenamente, bem como comentar sobre os assuntos propostos, tendo
assim um aprendizado mais significativo”.
Na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, um ponto importante é a
valorização do conhecimento prévio do aluno. Para que essa aprendizagem realmente
aconteça de maneira significativa Gieh (2018, p.102) afirma que “esta aprendizagem
além de não ser arbitrária precisa ser substantiva. Isso implica dizer que no momento
em que o aluno aprender determinado conceito este conseguirá explicá-lo com suas
próprias palavras”.
15
É notório que cada aluno irá aprender de uma determinada forma. A
aprendizagem é muito individual, cada pessoa irá fazer a relação de uma nova
informação com conhecimentos já presentes em sua estrutura cognitiva. Algumas
vezes o ensino está organizado de forma que valoriza mais as linguagens
extremamente formais, por vezes essas estão distantes da realidade do aluno
inicialmente. Por essa razão impossibilita no entendimento de certas linguagens
matemáticas. Rabelo e Lorenzato (1994, p.38,39) trazem um exemplo disto:
[...] seria um aluno empregar corretamente a expressão (base X altura)
dividido por 2" e, em seguida, observar um retângulo contendo uma
diagonal, mas não conseguir estabelecer a correspondência de
significados existente entre a aritmética (expressão) e a geometria
(figura).
Numa prova de matemática, por exemplo, se o professor dá exatamente as
atividades que ele dá em sala de aula, os alunos conseguem fazer sem nenhuma
dificuldade, mas se as questões mudam, se o professor troca uma palavra de lugar,
os alunos dizem que aquele conteúdo não foi passado em sala. Dessa forma podemos
dizer que esta aprendizagem está ocorrendo de forma mecânica, apenas um decorar
o que foi visto em sala e não de maneira significativa.
Porém nem tudo está perdido, ainda é possível que uma aprendizagem
mecânica passe a ser uma aprendizagem significativa através dos subsunçores
adequados. Sobre o significado de subsunçor Moreira (2010, p.4) diz que “subsunçor
(algum conhecimento prévio capaz de dar significados a novos conhecimentos em um
processo interativo)”. Ainda falando sobre os subsunçores Moreira (2010, p.43) afirma
que:
Os subsunçores de Ausubel são conhecimentos significativos que,
progressivamente, vão ficando mais claros, com mais significados,
mais diferenciados, mais estáveis e mais capazes de servir de
ancoradouro cognitivo para novos conhecimentos em um processo
cognitivo interativo.
Muitas vezes o ensino da matemática se dá de maneira fragmentada, para
confirmar essa ideia Nunes e Costa (2019, p.6) dizem que:
Não obstante, sabe-se que o ensino atual se dá fragmentado,
especificamente o da Matemática, onde os alunos não conseguem dar
significado ao que aprendem e, na maioria das vezes pelo fato da
estrutura conceitual de conteúdos não seguir uma linha de raciocínio
onde caiba uma ponte de relação entre o assunto anterior ao posterior.
É preciso buscar formas de valorizar os conceitos prévios presentes nas
estruturas cognitivas. Na apresentação de um determinado conteúdo é preciso que os
professores investiguem, questionem busquem o que aluno já sabe, não apresentando
16
o conteúdo assim diretamente. O ensino da matemática deve ser de forma planejada
não podendo assim pular etapas como bem dizem Nunes e Costa (2019, p. 9):
Dessa forma, percebe-se que o processo de ensinar matemática não
pode pular etapas e, o planejamento do professor e o currículo escolar
devem ser elaborados de uma forma potencialmente significativa,
onde um determinado assunto, com seus conceitos, possa ser base
para a formação de novos conhecimentos, que serão apresentados
posteriormente.

Em sala de aula quando relacionamos o conteúdo com o cotidiano do aluno,


isso chamará mais a sua atenção, atraindo o seu interesse, porque o mesmo vai
observar que aquele conteúdo estudado ali é significativo na sua vida fora daquele
ambiente. Numa aula de matemática quando professor trabalha questões de juros, por
exemplo, relacionando com o dia a dia dele esse estudante ficará ainda mais atraído
pelo conteúdo. Quando o discente passa a ficar mais interessado em aula, passa a
investigar, a pesquisar, ele acaba se tornando um estudante muito ativo e participante,
com isso construindo seu próprio conhecimento.

2.5 MATERIAIS MANIPULÁVEIS E EDUCAÇÃO ESCOLAR


No decorrer dos tempos, observa-se muitos alunos questionando onde a
matemática entraria em sua vida cotidiana, para o que seria usada. Uma das maneiras
de mudar um pouco essa visão é a utilização de recursos que facilitem a
aprendizagem. Os materiais manipuláveis são uns desses recursos que muito pode
contribuir para esse processo. Mas afinal o que são os materiais manipuláveis?
Podemos defini-los como objetos ou coisas que vocês são capazes de se sentir, tocar,
manipular. Geralmente são simples e usados no dia a dia. Como bem afirma Caldeira
(2009, p. 226):
Poderemos dizer que o material é qualquer objecto manipulável,
utilizado na sala de aula, para auxiliar o ensino (e os professores), a
aprendizagem (dos alunos), tendo o papel de auxiliar na
construção/reconstrução de conceitos, servindo de mediador, por meio
da manipulação e análise, as teorias e as práticas sociais.

Conceição, Neto, Viana, Rodrigues, Coelho (2019, p.3) trazem mais uma
definição a respeito do que são materiais, para eles trata-se de “[...]qualquer recurso
que tenha a capacidade de transformar a maneira de ver e entender determinado
assunto, e que também auxilie e impulsione o processo de ensino e aprendizagem [...].

17
O trabalho de Lorenzato (2006, p.18-19 apud JANUARIO, 2008, p.29-30) vem
definindo que os materiais manipuláveis são uma variação dos materiais didáticos e
que recebem dois tipos de classificação: Os materiais estáticos, são aqueles que não
modificam a sua forma, ex: sólidos geométricos. Dentro desses materiais tem alguns
que permitem a participação ativa do aluno como por exemplo o ábaco. Já os materiais
dinâmicos são aqueles que permite transformação, que o aluno é capaz de manipular
e modificar suas formas, dando uma nova estrutura ao determinado objeto.
Segundo Gomes (2016, p. 6), a utilização de materiais manipuláveis pode ter
três tipos de ações, a primeira é a ação motivadora, a segunda é a ação auxiliadora e
a terceira é a ação fixadora:
[...] ação motivadora – pois podem despertar o desejo no aluno
de gostar de matemática através do manuseio dos objetos; ii)
ação auxiliadora– na busca de facilitar o entendimento sobre
os conteúdos abordado, o uso pode fazer com que as
explicações se tornem mais fácil; iii) ação fixadora – no
momento em que os alunos estão em constante contato com
os Objetos, podem através da prática, fixar o estudo de
conteúdos já trabalhados ou que estão sendo propostos no
momento (jogos de reflexão).

Muitos são os materiais que podem ser utilizados em salas de aula. Alguns são
comprados, super sofisticados, mas podem ser também objetos simples,
confeccionados pelos próprios estudantes, como por exemplo. palito de picolé, feijão,
tampinha de garrafa e uma infinidade de objeto. Abaixo estão alguns exemplos de
materiais manipuláveis a serem usados em sala nas aulas de matemática.

- Palito de dente (ou de churrasco) e jujuba (ou massinha de modelar)


Uma maneira muito interessante para trabalhar com sólidos geométricos,
ensinar as questões de vértices, faces e arestas são as utilizações de palitos de dente
e/ou de churrascos e jujubas (pode ser usadas também massinhas de modelar), além
4
de facilitar a aprendizagem os alunos aprendem de uma maneira divertida.
Figura 1- Sólidos geométricos com jujuba e palito

4 ALEIXO, F. Sólidos geométricos: vértices, faces e arestas. Youtube, 07/07/2020. Disponível em:
https://youtu.be/Ef1fX3mR66M.
18
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Ef1fX3mR66M

- O ábaco
Ele é utilizado para ajudar na realização de cálculos. Possui bastões na
horizontal que representam as posições das casas decimais (unidade, dezena,
centena, milhar, unidades de milhar, dezenas de milhar, centenas de milhar, unidades
de milhão), por sua vez cada bastão é composto por dez bolinhas. Podendo ajudar
aos alunos a entender melhor o sistema de numeração e operações.5
Figura 2- Ábaco

Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/abaco.htm

5 SILVA, Marcos Noé Pedro da. "Ábaco"; Brasil Escola. Disponível em:
ttps://brasilescola.uol.com.br/historiag/abaco.htm. Acesso em 15 set. 2021.

19
- Material dourado
Antes de ser propriamente esse nome, o material dourado era chamado de
material de contas dourada. Ele é utilizado para a melhor representação numérica dos
números. É divido em peças que representam as unidades, dezenas e centenas.6
Figura 3- Material dourado

Fonte:http://aprendendocomamatematicaeseusnumeros.blogspot.c
om /2015/09/material-dourado-o-material-dourado-e.html

- Geoplano
Ele é usado para trabalhar geometria, área, perímetro, redução de figura,
simetria. Para sua confecção é utilizada uma placa de madeira, pinos ou pregos e
elásticos7.
Figura 4- Geoplano

6 Material dourado.6 set. 2015.Aprendendo com a matemática e seus números. Disponível em:
http://aprendendocomamatematicaeseusnumeros.blogspot.com/2015/09/material-dourado-o-
materialdourado-e.htl>. Acesso em: 15 set. 2021.
7 Geoplano. Secretaria de educação do Paraná. Disponível em:
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=228&evento=3. Acesso em:
15 set. 2021.
20
Fonte:http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detal
he.php?foto=228&evento=3

- Materiais de contagem

Como o próprio nome já diz é usada para auxiliar na contagem. 8

Figura 5- Materiais de contagem

Fonte:http://alfabetizacaocefaproponteselacerda.blogspot.com
/2014/06/caixmatematica.ht ml

Tabela de Pitágoras

8 Caixa Matemática. Alfabetização CEFAPRO - Pontes e Lacerda/MT. s/d. Disponível em:


http://alfabetizacaocefaproponteselacerda.blogspot.com/2014/06/caixmatematica.ht%20ml. Acesso em:
15 set. 2021
21
Auxilia no aprendizado da tabuada. Constrói uma tabela, nesta tabela possui
dois eixos, horizontal e vertical, com números de 1 a 10. Nas outras casas restantes
são realizadas as multiplicações entre esses eixos.9
Figura 6- Tabela Pitagórica

Fonte:https://conceitos.com/tabela-pitagorica/

Torre de Hanói
Ajuda na questão das estratégias, contagem dos números e do raciocínio
lógico. Consiste em poder movimentar apenas um disco por vez e nunca um disco
maior pode ficar por cima de um menor.10

Figura 7- Torre de Hanói

9
CONCEITOS, Editorial. Conceitos. 23 dez. 2017. Tabela pitagórica. Disponível em:
https://conceitos.com/tabela-pitagorica/. Acesso em: 15 set. 2021.
10
NUNES, Vitor. As torres de Hanoi. 2021. Matematica.pt. Disponivel em:
https://www.matematica.pt/fun/torre-hanoi.php. Acesso em: 15 set. 2021.
SILVA, Marcos Noé Pedro da. Torre de Hanoi.Brasil escola. Disponiel em:
https://edcador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/torre-hanoi.htm. Acesso em: 15 set. 2021.

22
Fonte:https://www.matematica.pt/fun/torre-hanoi.php

Esses foram alguns exemplos de recursos a serem utilizados nas aulas, mas
que existem muitos outros e que nessas horas a criatividade também pode entrar em
cena e criar o seu próprio material manipulável.

2.6 MATERIAIS MANIPULÁVEIS, APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E EDUCAÇÃO


MATEMÁTICA: INTERCESSÕES POSSÍVEIS

Até o século XVI considerava-se que o aluno aprendia de forma passiva, que tudo
ocorria através da transmissão de conhecimento.

Para o professor desta escola – cujo o papel era o de transmissor e


expositor de um conteúdo pronto e acabado – o uso de materiais ou
objetos era considerado pura perda de tempo, uma atividade que
perturbava o silêncio ou a disciplina da classe (FIORENTINI; MIORIN,
1990, p. 2).

Mas com a utilização dos materiais manipuláveis o aluno deixa de ser uma pessoa
passiva em sala de aula e torna um ser ativo, ele desenvolve o raciocínio lógico.
Sendo assim, é importante destacar que a utilização destes materiais
permitirá um maior envolvimento do aluno na sua própria
aprendizagem, fomentando o desenvolvimento de diversas
capacidades e atitudes, bem como a compreensão dos conceitos e das
ideias matemáticas (CAMACHO, 2012, p. 26).

O ensino da matemática pode deixar de ser apenas uma prática de repetição,


memorização e se tornar um ensino mais significativo e dar mais sentido para a vida

23
dos alunos, umas dessas maneiras é o uso de material manipulável em sala. Muitos
alunos aprendem mais manipulando, produzindo, vendo algum tipo material, com isso
construindo seu próprio conhecimento.
Com o material manipulável substituímos o fazer pelo ver e também
substitui as atividades mecânicas e repetitivas, neste contexto de
reconstrução o aluno torna-se sujeito de sua própria aprendizagem e
o professor mediador desta e consequentemente as aulas vão se
esquivando da monotonia na medida em que os alunos vão se
interando e se apropriando do conhecimento trabalhado (SCOL ARO,
2008, p.7)
Para que isso realmente ocorra é necessário planejar e isso requer tempo e
disponibilidade. O uso desses materiais em sala vai ajudar muito no desenvolvimento
desses alunos, pois,
[...]quando há um planejamento eficaz, caracterizam-se como uma
indispensável estratégia para o desenvolvimento de habilidades como
observação, análise, levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de
decisão, argumentação e organização (SANTOS; GUALANDI, 2016,
p.4).

Com o uso de materiais manipuláveis em sala de aula é possível também que


os professores trabalhem questões associadas ao cotidiano dos estudantes, fazendo
assim uma aprendizagem mais significativa, com mais sentido. De acordo com o
Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências Essenciais, (BRASIL, 2001) a
utilização desse recurso é de grande ajuda e importância em uma sala de aula:
Materiais manipuláveis de diversos tipos são, ao longo de toda a
escolaridade, um recurso privilegiado como ponto de partida ou suporte
de muitas tarefas escolares, em particular das que visam promover
actividades de investigação e a comunicação matemática entre os
alunos (p. 71).

Segundo Silva (2015), nas aulas de matemáticas os professores devem ter o


conhecimento que essas aulas são momentos importantes para preparar os alunos
para agir em sociedade. Além disso, afirma o autor: “O professor é um dos
responsáveis por dar respostas às exigências, inovando as aulas. Essa alteração na
prática pode ser feita através do uso variadíssimo de materiais manipuláveis” (p. 24).
Os materiais manipuláveis também podem ser chamados de objetos de
aprendizagem (OA) que tem a capacidade de ser utilizados na apresentação de algum
conceito ou conteúdo, com isso podendo tornar a aprendizagem mais significativa
como dizem Aguiar e Flores (2014, p. 25):

24
Devido ao seu potencial de reusabilidade, durabilidade e
adaptabilidade, os OAs são materiais educacionais com os quais o
aluno pode interagir, sendo coautor de sua aprendizagem. Os OAs
podem ser associados à aprendizagem significativa quando novas
ideias são “ancoradas”, por um processo de interação, a um conceito,
uma ideia já existente na estrutura cognitiva do aluno.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta em seus pressupostos que


os materiais manipuláveis possuem capacidades para a criação de contextos de
aprendizagem, buscando a compreensão e tornando a aprendizagem significativa.
Como bem vem dizendo abaixo.

Os significados desses objetos resultam das conexões que os alunos


estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu
cotidiano e entre os diferentes temas matemáticos. Desse modo,
recursos didáticos como malhas quadriculadas, ábacos, jogos, livros,
vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria
dinâmica têm um papel essencial para a compreensão e utilização das
noções matemáticas. Entretanto, esses materiais precisam estar
integrados a situações que levem à reflexão e à sistematização, para
que se inicie um processo de formalização (BRASIL, 2018, p.276).

Sobre a importância de utilizar materiais manipuláveis no ambiente de sala de


aula, Mansutti (1993) afirma que esta questão pode ser respondida da seguinte forma:
“tornam as aulas interessantes”, “os alunos gostam”, “quebram a rotina da sala de aula”
(p. 22). Há muitas visões a respeito do uso de materiais manipuláveis em sala de aula.
Muitas pessoas usam e gostam desses recursos, outros nem tanto. Uma visão
favorável do uso desses recursos nos diz que:

a) propicia um ambiente favorável à aprendizagem, pois desperta a


curiosidade das crianças e aproveita seu potencial lúdico; b)
possibilita o desenvolvimento da percepção dos alunos por meio
das interações realizadas com os colegas e com o professor; c)
contribui com a descoberta (redescoberta) das relações
matemáticas subjacente em cada material; d) é motivador, pois
dar um sentido para o e ensino da Matemática. O conteúdo passa
a ter um significado especial; e) facilita a internalização das
relações percebidas (SARMENTO, 2012 apud DIAS; MEIRA;
SILVA, 2016, p. 2).

Diante de tudo que foi abordado a respeito da intercessão do ensino de


matemática com materiais manipuláveis tornando uma aprendizagem mais
significativa, é importante se ter em mente que apenas o uso desses materiais não

25
garante a aprendizagem, é preciso associar essa utilização com o saber aplicar,
relacionar com os conteúdos e também o saber avaliar.

3 METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido através de uma abordagem qualitativa.. Segundo


Prodanov e Freitas (2013, p.70), “os dados coletados nessas pesquisas são
descritivos, retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade
estudada. Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto”. Quanto
aos objetivos, a pesquisa classifica-se como pesquisa exploratória. De acordo com Gil
(2002) podemos dizer que o objetivo principal dessa pesquisa é o aprimoramento de
ideias ou a descoberta de intuições.
Quanto aos instrumentos de pesquisa, a investigação foi de campo, do tipo
estudo de caso. Esse tipo de investigação “[...] consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados” (GIL, 2002, p. 54).
O campo em que foi realizada a pesquisa é uma escola pública estadual de
tempo integral, localizada no município de Venda Nova do Imigrante/ES. A instituição
atende a estudantes dos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano), com cerca
de 262 alunos. A escola possui 18 professores, sendo 4 professores que ensinam
matemática. Vale ressaltar que destes, um é professor de reforço, conforme a nova
proposta da Secretaria de Estado da Educação (SEDU) 11. A escola é localizada na
zona urbana, atendendo tanto alunos do interior quanto os da cidade.
As pessoas envolvidas na pesquisa foram professores que ensinam
matemática e alunos do 6° ao 9° ano da escola pesquisada.
A coleta de dados, foi realizada através de questionários com os alunos e
entrevistas com os professores. A coleta foi realizada de maneira presencial, com

11Com resultados negativos nas avaliações diagnostica do ano de 2020 a Sedu decidiu reformular um
programa de reforço escolar para tentar superar o atraso, contemplando as disciplinas de português
e matemática, com isso foi necessário a contratação de professores especificamente para essas
aulas. A reportagem que fala um pouco sobre pode ser acessada pelo link:
https://www.agazeta.com.br/es/cotidiano/estudantes-do-es-terao-reforco-em-matematica-
eportugues-para-superar-atraso-0721

26
pouco contato com as pessoas envolvidas, devido ao momento do novo COVID-19,
pandemia, que estamos vivenciando.

4 RESULTADOS: O QUE DIZEM OS DADOS DA PESQUISA?

A escola em que a pesquisa foi realizada pertence a rede pública estadual e é


de tempo integral. Localiza-se no município de Venda Nova do Imigrante/ES. A
instituição atende a estudantes dos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano),
com cerca de 262 alunos. A escola possui 18 professores, sendo que 4 destes,
ensinam matemática. A escola é localizada na zona urbana, atendendo tanto alunos
do interior quanto da zona urbana. Quanto ao sexo, os professores são dois homens
e duas mulheres. Todos possuem idade acima de 35 anos. Notamos que os quatro
docentes têm mais de 10 anos de experiência na docência no ensino de matemática.
A professora A leciona para três turmas, a B faz parte do Programa de
Fortalecimento da Aprendizagem, com aulas de reforço da disciplina de Matemática
em todas as turmas da escola (9 turmas). O professor C também leciona para três
turmas e o professor D que leciona também para três turmas e também acumula a
função de Professor Coordenador de Área (PCA).
Quanto aos alunos, 118 (54,63% dos matriculados) foram autorizados pelas
famílias a participarem da pesquisa. Quanto ao sexo, 55,94% são do sexo feminino e
44,06% do masculino. Quanto a idade, vimos que 41(34,75%) tem de 10 a 12 anos;
67 (56,78%) de 13 a 15 anos, dois (1,69%) são maiores que 15 anos, e oito (6,78%)
não responderam esta questão. A escola possui nove turmas: duas de 6° ano, duas
de 7° ano, três de 8° ano e duas de 9° ano. A tabela A ilustra o quantitativo de
respondentes por turma:

27
Tabela 1- Quantitativo de alunos respondentes por turma

Ano N %

6° ANO 35 29,66%

7° ANO 28 23,73%

8° ANO 35 29,66%

9° ANO 20 16,95%

Total 118 100


Fonte: Dados coletados via questionário pela autora

Vimos que no 9° ano o número de respostas foi menor pois as turmas são bem
pequenas. Buscamos identificar a concepção que dos professores sobre a
aprendizagem significativa. Nesta tarefa, tivemos como parâmetro para análise a
definição de Moreira (2010), segundo a qual,
Aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas
simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária
com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal,
não ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com
qualquer ideia prévia, mas sim com algum conhecimento
especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito
que aprende (p.2).

Os dados apontam que das respostas dadas pelos professores que três (75%)
estão relacionadas com a definição dada por Moreira (2010). Porém, a professora B
disse: “O aluno aprende de uma forma difícil que ele seja capaz de adquirir
conhecimento”. Ao que parece a professora não domina o assunto uma vez não
respondeu ao que foi perguntado.
No que se refere ao entendimento do que seria os chamados materiais
manipuláveis Caldeira (2009, p. 226) afirma:
Poderemos dizer que o material é qualquer objecto manipulável,
utilizado na sala de aula, para auxiliar o ensino (e os professores), a
aprendizagem (dos alunos), tendo o papel de auxiliar na
construção/reconstrução de conceitos, servindo de mediador, por meio
da manipulação e análise, as teorias e as práticas sociais.

28
De acordo com as respostas dadas pelos professores, verificamos que todos
foram bastante objetivos, mas eles conseguiram responder o que foi perguntado. As
principais respostas são identificadas no quadro 1:

Quadro 1- Respostas dos professores

Professores Respostas

Professora A Tudo o que você pode apalpar.

Professora B Tudo que está aí redor do aluno. [...]

Professor C [...] a matemática seria o sentido de você pegar


algo prático e tentar passar essas informações do
conteúdo através desse material. [...]

Professor D Bom, manipulados e tudo o que é físico, né, mas


para nós, nós temos os sólidos geométricos,
fazer origami e manipulável.
Fonte: Informações coletados via entrevista pela autora
Quando perguntado aos professores se eles utilizam materiais manipuláveis em
sala de aula, todos responderam com muita certeza que sim, porém quando
observemos as respostas dos alunos vemos que não é bem assim uma vez que 40
(33,90%) dizem que os professores não fazem a utilização desses materiais. Mais uma
vez é notória que a professora B não sabe o que são esses materiais manipuláveis,
pois a mesma cita: livro, quadro, data show.
Os professores citaram alguns materiais que eles utilizam em sala:
Quadro 2: Respostas dos professores

Professores Respostas

Professora A Eu uso tangram, jogos em si, tangram,


Material Dourado, penta menores, ábaco e
mais, que são os manipuláveis, o geoplano,
são os materiais que eu utilizo normalmente.

Professor C A gente também agora está na eletiva, né. A


gente usou o estaleiro dos polígonos.

29
Professor D Por exemplo, eu já trabalhei em turmas que a
gente consegue fazer tipo teatro em sala
de aula.
Mas assim, os materiais clássicos na minha
área são sólidos geométricos, fazer uma
planificação de um objeto e depois construir
em 3D, essas coisas.
Fonte: Informações coletados via entrevista pela autora
Quando comparemos essas informações com as advindas dos alunos, vimos
que alguns materiais que não foram citadas por esses alunos, talvez no momento da
pesquisa eles não lembravam ou não entenderam o que são materiais manipuláveis,
ou seus professores não usam.
Quando questionamos sobre a influência dos materiais manipuláveis na
aprendizagem significativa dos alunos, todos os quatro professores responderam que
esses materiais influenciam na aprendizagem. Salientaram que quando o aluno vê o
que está fazendo, manuseando um objeto, ele observa algo mais próximo da sua
realidade e também a relação da teoria com a prática, como ilustrado nas falas abaixo:
- Influência porque a partir do momento que o aluno tem contato
com algo concreto ele visualiza mais de forma mais próxima da
realidade dele do que simplesmente uma situação problema que é
passada lá. Ele lê e às vezes nem interpreta essa situação
problema, porque a gente também tem o problema da alfabetização
matemática, né. Às vezes o aluno vem para cá ele sabe juntar as
vogais, mas ele não sabe interpretar o que significa aquilo ali.
Então, quando se trabalha o manipulável ele se aproxima de certa
forma essa compreensão, mesmo ele não sabendo interpretar o
que ele está fazendo, mas ele interpreta aquilo que ele está usando
para poder chegar a um valor e um objetivo pré-estabelecido.
(Professora A)
- Sim. Ensino diferente que leva o aluno a ter curiosidade do
novo. (Professora B)
- Com certeza, tudo o que eles possam pegar, manusear e
utilizar é bem mais prático do que você compreender talvez só da
teoria né. Então é muito válido. (Professor C)
- Sim, mas na minha concepção, depende. Quando o professor
fica sobrecarregado com a questão de disciplina, você perde um
pouco esse foco. Mas quando você consegue trabalhar o material
concreto, o aluno consegue perceber a correlação teórica e prática.
(Professor D).

30
Sobre essa questão vale salientar que na BNCC orienta em seus pressupostos
que os materiais manipuláveis possuem capacidades para a criação de contextos de
aprendizagem, buscando a compreensão e tornando a aprendizagem significativa:

Os significados desses objetos resultam das conexões que os alunos


estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu
cotidiano e entre os diferentes temas matemáticos. Desse modo,
recursos didáticos como malhas quadriculadas, ábacos, jogos, livros,
vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria
dinâmica têm um papel essencial para a compreensão e utilização das
noções matemáticas. Entretanto, esses materiais precisam estar
integrados a situações que levem à reflexão e à sistematização, para
que se inicie um processo de formalização (BRASIL, 2018, p.276).
Em contrapartida foi perguntado para os alunos se a utilização dos materiais ajuda
eles a aprenderem. Obtivemos várias respostas, como as vezes, talvez, um pouco, muito,
mais ou menos, mas a maioria das respostas foram sim com 92 (77,97%). Ao observar
as respostas dadas eles disseram que o uso desses materiais manipuláveis facilita muita
mais a aprendizagem com 30 (23,25%) alunos, pois fazendo e manipulando eles
entendem melhor um determinado conteúdo com 60(46,51%) alunos e também é uma
forma divertida de aprender com seis (4,65%) alunos. Ao que parece, a maioria aprende
melhor manipulando, conforme é salientado por Scolaro (2008, p.7):
Com o material manipulável substituímos o fazer pelo ver e também
substitui as atividades mecânicas e repetitivas, neste contexto de
reconstrução o aluno torna-se sujeito de sua própria aprendizagem e
o professor mediador desta e consequentemente as aulas vão se
esquivando da monotonia na medida em que os alunos vão se
inteirando e se apropriando do conhecimento trabalhado

Ao contrário das respostas anteriores, 5 (4,24%) disseram que os materiais


manipuláveis não ajudam a aprender. Para estes, o que realmente ajuda é na prática,
realizando os exercícios e também uma boa explicação do professor. Ao serem
questionados sobre possíveis imitações para o uso de materiais manipuláveis na escola,
os docentes, em sua maioria, disseram que não existe tal limitação, salvo no período da
pandemia que impede um pouco o compartilhamento de objetos. A professora A diz que
não tem limitações, mas diz algo muito importante sobre a falta de um laboratório de
matemática na escola.
Não, não existe isso, existe a pandemia que nos priva disso que a
gente não pode ficar compartilhando material. Mas a gente tenta fazer
o possível. Tem alguns materiais, mas nós precisamos de um
laboratório de matemática para aí sim, a gente falar assim: “estamos

31
equipados de material concreto para gente trabalhar mesmo,
juntamente com eles (PROFESSORA A).

Já o professor D diz que não tem limitações, pois mesmo com a questão da
pandemia ele tem que manusear e mostrar para os alunos, para não ocorrer o
compartilhamento. Com isso também não ocorre a dificuldade em não ter materiais
para todos. Ele nos remete a uma questão muito importante: a indisciplina. O professor
ressalta que em algumas salas o que realmente limita o trabalho com os materiais
manipuláveis é a indisciplina dos alunos. Observa que na sala de aula, tem que ter um
certo controle, não pode dar muita liberdade para os alunos. E ele também fala da
questão do perfil do aluno, que tem muitos discentes que gostam mais de trabalhar
com livros, praticando atividades:
Na verdade, o problema é o seguinte: quando você tem uma turma
onde você precisa garantir a disciplina de alunos muito indisciplinados
[...] quando você tem que evitar certas situações numa sala cheia de
alunos no espaço você não pode permitir. Então você acaba aplicando
táticas que permitem um aprendizado mesmo daqueles que são
fracos. Quando você tem uma turma que o desempenho deles a
disciplina deles permite, aí você cria junto com eles. É porque assim
quando eu falo em indisciplina é aquele negócio de levar para o lado
errado, de falar de drogas, de ficar falando coisas obscenas, isso ou
aquilo outro. Então quando a gente tem que controlar essas coisas, é
difícil dar liberdade para eles. Que ao mesmo tempo que você está
chamando a atenção você está pedindo para serem criativos. Então
isso é complicado. Mas é aquilo, se eu estivesse num ambiente onde
a indisciplina deles não fosse um problema para a escola, não seria
um problema para fazer. Mas quando você tem que controlar o
ambiente por causa de outros, aí fica difícil. Mas assim tem a questão
do perfil, se o aluno não tem aquele perfil fica difícil você instigar ele.
Porque tem alunos que já são mais focados em material, assim livro
caderno, tem alunos que não. Em 2011, eu cheguei numa escola onde
os alunos não tinham esse costume. Então, em vez de eu pegar
material concreto, a gente trabalhava com teatro. Só que aí já era o
ensino médio. Assim, também tem um perfil dos alunos. A gente tem
que tentar respeitar e ir puxando aos poucos (PROFESSOR D).

O professor D também diz que os materiais manipuláveis são trabalhados mais


no 6° ano e 7° ano e, como ele trabalha no 8° ano e 9° ano, não trabalha muito com
esses materiais, o que certamente não é uma boa justificativa para a não utilização de
tais materiais didáticos, uma vez que, segundo a o Currículo Nacional do Ensino
Básico (2001), estes podem ser trabalhados em qualquer turma, desde uma turma do
1 ano do ensino fundamental até uma turma de ensino médio da EJA. Desta forma,

32
Os materiais manipuláveis de diversos tipos são, ao longo de toda a
escolaridade, um recurso privilegiado como ponto de partida ou suporte
de muitas tarefas escolares, em particular das que visam promover
atividades de investigação e a comunicação matemática entre os
alunos (BRASIL, 2001, p.71).
Nesse sentido, é preciso que o professor planeje suas aulas e pesquise sobre
diferentes estratégias que ampliem as possibilidades de aprendizagem dos
estudantes. Se bem planejado, os materiais manipuláveis podem ajudar muito na
aprendizagem desses alunos.
[...] quando há um planejamento eficaz, caracterizam-se como uma
indispensável estratégia para o desenvolvimento de habilidades como
observação, análise, levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de
decisão, argumentação e organização (SANTOS; GUALANDI, 2016,
p.4).

Quando perguntamos aos professores se eles costumavam abordar questões


que fazem parte do cotidiano dos alunos, eles responderem que sempre que possível
abordam o dia a dia dos discentes em sala. Porém, ao analisar as respostas dadas
pelos alunos, observa-se que a maioria 69 (58,47%) ficou em dúvida e responderam
“talvez” à questão. O que levou a esses alunos a darem esse tipo de respostas? Será
que seus professores realmente trabalham essas questões? Será que eles
entenderam o que foi perguntado ou ficaram em dúvida sobre o uso dos materiais
manipuláveis pelos professores?
A abordagem de assuntos associados ao dia a dia desses alunos é de
fundamental importância para a aprendizagem e facilita muito mais o entendimento,
como diz Silva (2015, p. 16):
Indiscutivelmente é notório que essa forma de associar problemas
matemáticos com situações ocorridas no cotidiano torna-se mais fácil
o entendimento do aluno, já que se trabalha com questões envolvendo
o que ele conhece e convivi assim desperta um maior interesse
quando esta é aplicada de maneira fácil, sem muitas apresentações
artificiais ou técnicas, ou seja, o que não esteja no alcance do universo
de compreensão do aluno.

Também perguntamos para os discentes se eles possuem dificuldade na


disciplina de matemática. Desta questão obtivemos uma resposta que em partes já
era esperada: cerca de 97 (82,20%) responderam que possui dificuldades. Muitos
deles possuem dificuldades em coisas que foi aprendido lá no ensino fundamental I,
conforme demonstra o quadro 3:

33
Quadro 3 - Comparativo das respostas dos discentes

Comparativos Respostas

Comparativo 1 Quando ele diz que possui dificuldade


em multiplicação consequentemente ele
também vai ter uma certa dificuldade em
tabuada, em uma raiz quadrada
também.

Comparativo 2 E quando ele fala que tem dificuldade


em divisão acaba que ele também vai
possuir uma certa dificuldade em fração,
pois são conteúdos muitos relacionados,
interligados, um depende do outro.

Comparativo 3 Muitos deles disseram também que


possuem dificuldades em se concentrar,
prestar atenção, no entendimento e na
interpretação das atividades e dos
conteúdos.

Fonte: Informações coletados via questionário pela autora

Deve-se registrar ainda que 21 (17,80%) disseram que não possui nenhuma
dificuldade. Quando o aluno chega na escola muitas vezes esses conteúdos são
ensinados separadamente, como se fossem em caixinhas, por exemplo, dentro da
própria matéria mesmo, quando é ensinado a divisão, falam que ela é uma coisa,
fração é outra, ou entre disciplinas, como por exemplo o conteúdo de matemática é só
matemática, só números, conteúdo de ciências é só de ciências e assuntos do dia a
dia é só do dia a dia, mas não é bem assim. Para fazer com que as aulas fiquem mais
interessantes e que os alunos aprendam com mais facilidade, uma alternativa para
trabalhar essa questão é a modelagem matemática, que além de acontecer a
interdisciplinaridade entre as disciplinas, o professor também aborda questões do
cotidiano. Por isso Silva, Madruga e Silva (2019, p.103) reforçam que:
Nas atividades de Modelagem, os alunos são convidados a investigar
situações reais de outras áreas do conhecimento, por meio do
ferramental matemático, e lhes é oportunizado o papel de agentes
34
ativos na construção do saber, tendendo, portanto, a provocar e
potencializar a reflexão e a discussão sobre conceitos da Matemática,
com a finalidade de construir o conhecimento

Em contrapartida, quando questionados se a disciplina de matemática é


importante em seu dia a dia, os alunos responderam muito positivamente, cerca de
104(88,13%), afirmaram que consideram a matemática importante. O Quadro 3,
apresenta algumas das respostas dadas:

Tabela 2 - Quantitativo de alunos respondentes por turma


Respostas N %

Usa muito no cotidiano, a matemática 55,90%


está em tudo. 71

Ela é muito usada no trabalho 9 7,09%

Muito usada também no futuro, na 12 9,45%


profissão que você escolhe

Total 92 72,44%
Fonte: Dados coletados via questionário pela autora

Os dados analisados nos permitem afirmar que qualquer exposição de ideias


que se realize não tem por objetivo ser definitiva ou encerrar o debate sobre a
utilização de materiais manipuláveis e sua contribuição na aprendizagem dos
estudantes.
Em relação aos professores, observa-se que, de modo geral, todos entenderam
o contexto das perguntas da entrevista, demonstram conhecimento prévio sobre o
conceito de materiais manipuláveis e conseguem relacioná-lo à uma influência no
processo de aprendizagem dos estudantes. Nem todos, porém, os utilizam de modo
constante por inúmeros motivos.
Sobre os estudantes, vimos que eles entendem que os materiais manipuláveis
auxiliam no processo de aprendizagem, sendo importante a sua utilização em sala.
De modo geral, enxergam a importância da disciplina de matemática em seu cotidiano,
mesmo que apresentem algum nível de dificuldade. Sobre as práticas dos professores,
uma parcela significativa dos estudantes contradiz a fala dos professores, não
relatando a utilização cotidiana dos materiais manipuláveis em sala.
35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do problema da pesquisa: como o uso de materiais manipuláveis no


processo de ensino aprendizagem de matemática interfere na aprendizagem
significativa de estudantes nos anos finais do ensino fundamental? E considerando a
análise realizada, podemos afirmar que a utilização dos materiais manipuláveis
interfere muito na aprendizagem de alguns alunos, pois além de facilitar a
aprendizagem possibilita que esta ocorra de uma forma muito mais fácil e divertida.
Sendo assim todas as hipóteses inicialmente apresentadas foram confirmadas, visto
que à medida que cada aluno e professor vão dando suas respostas é notório que o
uso de materiais manipuláveis contribui na aprendizagem, pois os alunos têm contato
com os objetos e também são materiais simples de fácil acesso que podem ser
fabricados por eles mesmos, sem grandes custos.
No que se refere aos objetivos, podemos dizer que eles foram atingidos, uma
vez que foram descritos o que eram materiais manipuláveis, as vantagens da sua
utilização em sala de aula. Também mapeamos algumas discussões sobre as
aplicações desses materiais nos anos finais do ensino fundamental. Observamos que
a maioria dos alunos da escola pesquisada possui muita dificuldade na disciplina de
matemática. Vimos que as dificuldades não se limitam à aprendizagem do conteúdo
da matemática. Alguns estudantes têm limites em algo muito mais complexo, como
por exemplo: concentração, compreensão e interpretação de atividades propostas.
Algumas dessas dificuldades são recorrentes desde a educação infantil.
Os dados apontam que, no geral, os alunos consideram a matemática como um
importante componente curricular no seu dia a dia pois ela está presentes nas diversas
esferas da vida cotidiana. Nesse sentido ressaltamos que um equívoco cometido por
alguns professores é o fato de não utilizarem de metodologia que aproximem os
conteúdos matemáticos ao dia a dia do discente em sala de aula.
Observa-se que quando essa relação é estabelecida, os alunos conseguem ver que a
matemática não está presente somente nas quatros paredes da sala de aula, mas vai
muito além. Essa compreensão é fundamental para a aprendizagem do estudante.
Podemos destacar também que na pesquisa foi respondido pelos alunos que
seus professores não fazem o uso de materiais manipuláveis. Podemos associar essa
não utilização com a maioria de pessoas que responderam positivamente para a

36
dificuldade na disciplina de matemática, pois a utilização facilita a aprendizagem e
possibilita a visualização do que está fazendo através do objeto.
Como a pesquisa foi realizada em um momento atípico vivido em todo mundo
devido ao Coronavírus desde o início de 2020, a coleta de dados, via questionário e
entrevista, foi realizada na escola, porém sem muito contato com as pessoas
envolvidas. Tivemos dificuldades de aproximação com os estudantes uma vez que
muitos estavam voltando aos poucos sem revezamento. Mesmo assim, foi possível
levantar informações sobre a temática que poderão ser aprofundadas em estudos
futuros como, por exemplo, a maior utilização e fabricação de materiais manipuláveis
em sala de aula.
Podemos concluir que se utilizado de forma planejada e adequada, os materiais
manipuláveis são um grande aliado aos professores de matemática. Esses materiais
facilitam muito a aprendizagem pois motivam os/as estudantes e despertam os
interessados pelas aulas. Nota-se ainda que não é preciso algo sofisticado para se ter
um material manipulável, pode ser utilizado coisas simples, recicláveis como caixa de
papelão, crivo de ovo, o que for ao alcance de todos. Nestes momentos é interessante
deixar a criatividade aflorar e criar várias coisas.

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SILVA, M. A importância da história da matemática no processo de ensino
aprendizagem. 2018. Monografia (Especialização). 41f. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Medianeira (PR), 2018. Disponível em:
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/20773/1/importanciahistoriamatematica
processo.pdf . Acesso em: 12 jul. 2021.

SILVEIRA, Marisa Rosâni Abreu da. Matemática é difícil": um sentido pré-construído


evidenciado na fala dos alunos. Revista da Ensenhanza de Matematica, v. 3, n. 12,

41
p. 67-84, 2002. Disponível em:
http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_25/matematica.pdf.
Acesso em 27 fev. 2021.

42
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
Rodovia BR-482 (Cachoeiro-Alegre) – Fazenda Morro Grande – Caixa Postal 527, 29300-970 – Cachoeiro de Itapemirim – ES, 28 3526-9000

FOLHA DE APROVAÇÃO

MARIANA CARLA DE MELO PRAVATO

O USO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO PROCESSO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenadoria de Licenciatura em Matemática do
Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial
para obtenção do título em Licenciado em Matemática.

Aprovado em 08 de março de 2022.

COMISSÃO EXAMINADORA

Professora Doutora Elda Alvarenga


Instituto Federal do Espírito Santo
Orientadora

Professor Mestre João Lucas de Oliveira


Instituto Federal do Espírito Santo

Professor Especialista Elemilson Barbosa Caçandre


Prefeitura Municipal de Atílio Vivácqua
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E
FOLHA DE ASSINATURAS
CONTRATOS

Emitido em 08/03/2022

FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC Nº 9/2022 - CAI-CCLM (11.02.18.01.08.02.03)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 28/03/2022 16:03 )


(Assinado digitalmente em 29/03/2022 20:29 )
JOAO LUCAS DE OLIVEIRA
ELDA ALVARENGA
PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
ASSINANTE EXTERNO
CAI-CCLM (11.02.18.01.08.02.03)
CPF: ***.916.367-**
Matrícula: 3889392

(Assinado digitalmente em 28/03/2022 15:30 )


ELEMILSON BARBOSA CACANDRE
ASSINANTE EXTERNO
CPF: ***.367.467-**

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu


número: 9, ano: 2022, tipo: FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC, data de emissão: 28/03/2022 e o código de
verificação: 69409a2e3e

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