Lá Estava Eu Olhando Pela Janela Novamente

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

JACK'S POV

Lá estava eu olhando pela janela novamente. Num ponto específico, não para a vista
bonita do meu apartamento. Para ser mais exato, para a minha vizinha. Dessa vez,
estiquei mais o pescoço para poder ver sua janela melhor. Só de pensar que já fazia
duas semanas que eu fico a observando me sinto patético. E só de imaginar o que ela
pensaria se soubesse que eu fazia isso me sentia mais patético ainda. Ela apareceu
novamente na cozinha e eu senti uma palpitação em meu peito. Bufei, tanto pelo fato
de estar sentindo todas essas coisas que não gosto de explicar quanto pelo fato dela
estar vestida para sair. Isso porque ela sempre saia sozinha e sempre voltava
acompanhada. Ela estava linda, como sempre. Seus cabelos castanhos iluminados
caiam pelos seus ombros, ondulados. Usava uma blusa de ombros caídos preta, que
mostrava as alças do seu sutiã rosa. Sorri ao ver que havia bolinhas pretas nele. Sua
calça jeans clara estava agarrada em suas pernas e ela usava um salto preto que
ressaltava mais seu corpo espetacular.
Fiquei mais alguns segundos babando por suas curvas, até ela desaparecer de vista e
eu fechar as cortinas da minha janela, já me amaldiçoando. Levantei do puff em que
eu estava sentado, já tirando minha camiseta e caminhando em direção ao banheiro.
Tirei o resto das minhas roupas e só me senti mais leve quando a água quente bateu
em meu corpo. Fiquei um tempo só absorvendo aquela aversão a sair que eu havia
criado na ultima semana, talvez por pensar que eu a encontraria acompanhada, ou
simplesmente por que... Bom, não havia outro motivo.
Ah, qual é?! Eu já estive apaixonado, mas... Será que estivesse mesmo? Porque isso
parece mais uma obsessão desnecessária do que paixão. Mas nada a fazia sair da
minha cabeça.

- Jack? Jack acorda.


Resmunguei palavras incompreensíveis antes de abrir meus olhos e ser atingido por
uma claridade tão forte que fui forçado a fechá-los de novo. Senti Alice se mexer
desconfortavelmente do meu lado e se levantar para caçar suas roupas, que foram
espalhadas pela casa na noite passada. Comecei a observá-la melhor: pernas
torneadas, uma bunda razoável, peitos de bom tamanho (não são naturais, mas eu
com certeza não tenho o que reclamar), enfim, ótimas curvas e uma boa transa.
Mas, não. Ela não era a minha vizinha.
Sabe aquela amiga que você não é nem tão próximo e nem tão distante? Bom, foi com
uma tremenda sorte que quando eu liguei para Alice, ela também estava um pouco -
ou talvez mais - carente. Mas é aquele tipo de coisa que você toma cuidado para não
repetir.
- Jack, pelo amor de Deus, você sabe onde esta minha blusa? - Alice reapareceu agora
quase completamente vestida, a não ser pela blusa, que estava jogada na porta do
meu banheiro.
-Ali. - apontei para a bendita blusa, já sem muita paciência e querendo que ela
sumisse do meu apartamento. A garota, não a blusa.
Com muita força de vontade me levantei. Espreguicei-me durante vários minutos, até
sentir uma mão percorrer minhas costas agilmente. Virei-me para a loira e a beijei,
aproveitando o momento para guiá-la até a porta sem parecer rude. Ela, um
pouquinho mais burra do que imaginei, foi descendo sua mão até encontrar meu
membro. Soltei nossos lábios instantaneamente, mas ela já havia aberto a porta e
estava quase a fechando quando eu a ouvi:
- Tchau, Jack. - num tom meio sensual e misterioso. Com certeza o seu objetivo era
me deixar intrigado, mas apenas me deu a certeza de que eu nunca mais queria essa
mulher em meu apartamento.
Eu estava quase fechando a porta quando a vi. Usando um vestido nude, com um
cinto preto na cintura e um salto também preto, seus cabelos hoje um pouco mais
lisos, mas ainda caindo sobre os ombros daquela maneira que tanto me afetava. Minha
vizinha.
Ela falava no telefone e provavelmente nem havia notado a minha presença. Sua voz
era suave, mas ela a usava num tom firme, como se estivesse dando ordens. A
morena parou em frente a sua porta, 23, já guardando o celular e procurando sua
chave.
Eu não pude resistir.
- Oi! - ela levantou a cabeça lentamente e foi quando ela sorriu meio marota que eu
lembrei que estava apenas de boxer.
- Oi. - ela ainda sorria e seu olhar deixava a mostra certa diversão e curiosidade.
- Eu sou Jack! - soltei, naquele mesmo tom estridente que eu já havia me
envergonhado quando disse 'oi'.
- Oi, Jack - ela abriu a porta de seu apartamento e me olhou de baixo a cima antes de
dizer: - Eu sou Meg.
E desapareceu, batendo a porta logo atrás de si.
Eu estava estático e me sentia com doze anos.
Mas eu tinha de lembrar. Não podia tirar da minha mente que isso era apenas um
trabalho. Apenas mais um trabalho.

Depois do incidente (estridente) do 'oi!', eu não a vi mais. Meg, eu simplesmente... É,


pra falar a verdade, minha pequena obsessão foi embora, eu nao pensava nela o
tempo todo, já tinha voltado a sair novamente, estava tudo normal, tudo como deveria
ser.
Mas eu precisava vê-la. Digo, por causa do trabalho, não porque eu sou um maníaco
que não vive direito só por causa de uma garota. Mas que garota, hein?!
Eu já havia tomado café e estava saindo para trabalhar. Não que meu trabalho seja
tão importante assim, nao esse pelo menos, eu nao sou o tipo de cara que ganha a
vida tirando fotos.
Mas sim o cara que observa sua vizinha e tem sonhos eróticos com ela... Erm, ENFIM!
Minha câmera já estava no estúdio, então apenas peguei minha chave e minha
jaqueta, que estavam em cima do balcão. Abri a porta e me deparei com Meg olhando
suas correspondências. Ela estava concentrada, mantendo uma expressão séria no
rosto, seu cabelo estava preso em um coque mas algumas mechas caíam em seu olho
juntamente com sua franja. Ela estava de pijama, um short cinza - bem curto, se me
permite dizer e apreciar -, uma blusa lilás e pantufas de estrelas.
- Bom dia, Jack - ela disse sem tirar os olhos da carta que segurava em suas mãos.
Será que ela percebeu que eu estava babando em suas pernas?
- Ahn, oi Meg - sorri para ela, que agora dobrava a correspondência e me olhava com
um sorriso - Tudo bem?
- Sim, e com você? - ela se aproximou e cruzou os braços, olhando-me com interesse -
Aonde vai tão cedo?
- B-bem também - tentei, em vão, manter a voz firme, mas sua boca era tão
convidativa que eu não conseguia me concentrar - Eu estou indo trabalhar. Sou
fotógrafo... - e esse foi o meu comentário aleatório do dia. Parabéns Jack!
- Um fotógrafo sem uma câmera? - ela riu da cara que eu fiz e caminhou até seu
apartamento - Tchau, Jack.
Agora, isso sim foi misterioso e sensual. E com certeza me deixou intrigado.
Eram seis e meia quando cheguei em casa, e fui direto para o banho. Estava com um
humor para sair hoje, então eu tinha de aproveitar. Coloquei um jeans velho, uma
blusa V preta, minha jaqueta de couro e um tênis qualquer. Passei um perfume, que
era um presente de uma ex e todas as garotas gostavam, e passei um pouco de gel no
cabelo, bagunçando-o. E, só pra variar, encontrei Meg no corredor.
Eu quase tive um colapso quando a vi. Vestido tomara que caia e agarrado no corpo
vermelho, um sapato preto com o salto em dourado, uma bolsa de mão preta e um
brinco dourado. Seus cabelos estavam soltos e seu perfume era doce.
- Uau, oi! - Meg disse ao me ver e eu me achei pouco, porque o olhar dela era de
luxúria.
- Hey... - senti alguém trombando em mim e quando me dei conta do que havia
acontecido estava desejando que um buraco se abrisse no lugar onde eu estava.
Observei a morena abraçar o loiro alto que havia esbarrado em mim com um desgosto
enorme. Então quer dizer que o 'Uau!' não tinha sido para mim? Injusto!
- Tchau, Jack - ela sorriu abertamente, já indo embora, mas virou um segundo depois
de ter desaparecido na escada - Ei, você não quer vir conosco?
- Ahh...
- The Cave, é a duas quadras daqui e eu tenho certeza de que você vai gostar - ela
mordeu o lábio inferior e suplicou com o olhar - Vamos!
Foi só quando ouvi o loiro soltar um muxoxo de impaciência que concordei.

A música estava alta demais para poder ouvir qualquer pessoa falando, mas eu
preferia assim.

Você também pode gostar