O Mestre Dos Fantoches - Diario Shaithan PDF
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maneira como agi, no pleno conhecimento de que grandes forças se acumulavam em meu
Império com apenas um desejo — o de me destruir. Vocês que leem estas palavras podem
saber muito bem o que realmente aconteceu, mas eu duvido de que compreendam o porquê.
Há quem diga que eu não possuo consciência. Como são falsos, até consigo mesmos.
Eu sou a única consciência que jamais existiu. Assim como o vinho retém o perfume do
seu barril, assim eu mantenho a essência de minha gênese mais ancestral, e essa é a
semente da consciência. É isso que me faz sagrado. Eu sou Deus porque sou o único que
realmente conhece sua hereditariedade!
Vocês devem saber que eu possuo internamente, ao meu alcance, cada habilidade
e cada experiência conhecida em nossa história. Esse é o reservatório de energia no qual
me alimento quando abordo a mentalidade da guerra. Se vocês nunca ouviram os gritos e
os gemidos dos feridos e agonizantes, então não conhecem a guerra.
Estranho como possa parecer, as grandes lutas, como as que vocês percebem
emergir da leitura de meus diários, nem sempre parecem visíveis aos seus participantes.
Muito depende do que as pessoas sonham na privacidade de seus corações. Sempre me
preocupei em moldar os sonhos assim como as ações.
Essa é a maneira pela qual o hoje modifica a história. Nem todos os contemporâneos
habitam o mesmo tempo. O passado está sempre mudando, mas poucos o percebem.
Qual a mais profunda diferença entre nós, entre você e eu? Vocês já sabem. São
as memórias ancestrais. As minhas atingem-me num completo clarão de consciência. As
suas atuam pelo lado cego. Alguns chamam isso de instinto ou destino. Essas memórias
aplicam suas alavancas sobre cada um de nós: naquilo que pensamos e naquilo que
fazemos.
Que não reste dúvida de que eu sou uma reunião de meus ancestrais, uma arena
na qual eles exercitam meus impulsos. Eles são minha voz e eu sou o corpo deles através
do qual eu falo. Suas experiências são minhas. Seu conhecimento destilado é minha
herança. Esses milhares sou eu.
Eu conheço o mal em meus ancestrais porque sou cada uma daquelas pessoas. Esse
equilíbrio é delicado ao extremo. Sei que poucos entre aqueles que leem minhas palavras
chegaram a pensar em seus ancestrais desse modo.
Por acaso já lhes ocorreu que seus ancestrais foram sobreviventes, e que a própria
sobrevivência às vezes envolve decisões selvagens, uma espécie de brutalidade lasciva que
a civilização se esforça duramente para suprimir. Que preço vocês pagariam por tal
controle? Vocês aceitariam a sua própria extinção?
Eu crio um campo sem identidade nem centro, um campo onde até mesmo a morte
se torna mera analogia. Não desejo resultados. Apenas permito a existência desse campo
que não possui objetivos nem desejos, que não tem perfeições nem visões de realização
Aprendemos a dicotomia dia e noite razão e emoção criação e destruição .de uma
lado o criador o arquiteto de infindáveis planos para o nosso bem
Do outro lado a força destruidora o espírito caótico que é definido pela sua oposição
a ordem e ao bem
Percebam que diferente do deus criador que essencialmente criou o bem e a ordem
como estados inerentes das coisas o mal é consciente é uma escolha ativa. Isso demonstra
como somo marionetes nas mãos de deus, todas nossas escolhas são essencialmente más
e contrarias a vontade divina.
É contra essas cordas de marionetes que luto, todos fomos ludibriados pelas
divindades que de nos extraem a sua própria existência