PBA Transnordestina CE Final 29-06 - Impressão
PBA Transnordestina CE Final 29-06 - Impressão
PBA Transnordestina CE Final 29-06 - Impressão
São Paulo / SP
Junho de 2009
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan i
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Índice
ARCADIS Tetraplan i
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Lista de Anexos
Anexo I. Política de Segurança e Saúde Ocupacional
ARCADIS Tetraplan ii
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Glossário
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestre
ADA Área Diretamente Afetada
AID Área de Interferência Direta
AII Área de Influência Indireta
APP Área de Proteção Permanente
Transnordestina Companhia Ferroviária do Nordeste, atualmente
Transnordestina Logística
DIR Depósito Intermediário de Resíduos
DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
EIA Estudo de Impacto Ambiental
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IDS Índice de Desenvolvimento Social
IQA Índice de Qualidade das Águas
PE Estado de Pernambuco
PIB Produto Interno Bruto
RIMA Relatório de Impacto Ambiental
SAO Separador de água e óleo
SUS Sistema Único de Saúde
UC Unidade de Conservação
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
ARCADIS Tetraplan iv
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Identificação do Empreendedor
CNPJ: 02.281.836/0001-37
E-mail: [email protected]
ARCADIS Tetraplan v
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Identificação da Empresa
Responsável
www.tetraplan.com.br
E-mail: [email protected]
ARCADIS Tetraplan vi
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Apresentação
O Plano Básico Ambiental do Trecho 3 da Nova Transnordestina: Missão Velha (CE) a Pecém
(CE) vem consistir num único documento as ações necessárias para a gestão ambiental do
empreendimento, nas suas fases de instalação e operação. Este documento deverá orientar a
equipe de gestão responsável pela implementação destas ações e permitir o acompanhamento
e fiscalização por parte das diversas instituições envolvidas, notadamente o IBAMA, órgão
responsável pelo licenciamento ambiental da Ferrovia Nova Transnordestina. Este documento
é também subsídio à análise do IBAMA, como parte do processo de solicitação Licença de
Instalação (LI).
O presente PBA foi elaborado a partir dos seguintes estudos e documentos, que conduziram à
formatação do documento final:
A partir da análise deste conjunto de documentos, procedeu-se a elaboração deste PBA que,
por sua vez, apresenta programas e ações diferenciados dos demais, quer pelas
características específicas do empreendimento e das suas áreas de influência, como também
pela busca de seu aperfeiçoamento e otimização. Esta revisão, basicamente, possibilita a
busca dos objetivos indicados com mais dirigismo ou efetividade, com base nas práticas do
sub-trecho Missão Velha/CE – Salgueiro/PE já implementadas e planejadas pela ARCADIS
Tetraplan.
Algumas atividades e/ou ações indicadas no Parecer Técnico são detalhadas, assim como, à
luz deste documento, os Programas de Monitoramento da Qualidade do Ar – PMQAR e
Programa de Monitoramento de Ruídos – PMR voltados à fase de obras deixaram de ser
propostos, substituindo-se por ações de controle, incorporadas no âmbito do Programa
Ambiental da Construção – PAC.
ARCADIS Tetraplan 1
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Com base nestes preceitos apresenta-se o PBA com proposição das atividades com caráter
mais executivo, indicando, por exemplo, alguns pontos de monitoramento, bem como
detalhando algumas ações e/ou apresentando informações que subsidiaram sua proposição.
ARCADIS Tetraplan 2
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan 3
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
A ligação no sentido Norte-Sul vem substituir uma ligação existente (parte da concessão da
Malha Nordeste), com baixa capacidade de transporte devido às condições precárias da via
permanente entre Missão Velha e Fortaleza.
O traçado será implantado em bitola larga na linha principal e mista no ramal portuário, sendo
526 km de linha tronco e 150 km em pátios de cruzamento e manobra, totalizando
676 km vias férreas.
Essas premissas de projeto irão conferir condições operacionais muito diferentes daquelas
atualmente presentes na malha em operação, tanto do ponto de vista da produtividade como
da segurança.
ARCADIS Tetraplan 4
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Mangabeira, Cedro, Icó, Iguatu e Acopiara; 4 municípios do Sertão Central - Piquet Carneiro,
Senador Pompeu, Quixeramobim e Quixadá; 8 municípios da região do Baturité - Itapiúna,
Capistrano, Baturité, Aracoiaba, Redenção, Barreira, Acarapé e Palmácia; e, 4 municípios da
macrorregião Metropolitana de Fortaleza - Guaiúba, Maranguape, Caucaia e São Gonçalo do
Amarante.
O traçado, em cada uma das macrorregiões que cortará, atravessará 9 municípios em que o
peso da indústria é superior ao da agropecuária: 3 municípios na região do Cariri/Centro Sul –
Cedro, Icó e Iguatu; 1 do Sertão Central – Quixeramobim; 2 de Baturité – Redenção e Acarape;
e, 3 da Região Metropolitana de Fortaleza – Maranguape, Caucaia e São Gonçalo do
Amarante. Desses 9 municípios, em 3 a preponderância do setor industrial sobre a
agroindústria é maior do que a do Ceará como um todo: Redenção, Maranguape e Caucaia.
Em termos da divisão de projeto, esse trecho compreende 4 Lotes: Lote 1, com 150km (Missão
Velha a Catolé); Lote 2, com 151 km (Catolé a Quixeramobim); Lote 3, com 149 km (Palmácia
a Quixeramobim); e Lote 4, com 76,6 km (Pecém a Palmácia).
ARCADIS Tetraplan 5
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Subtrechos Extensão
Lotes Início Final
de Projeto (km)
01 km 0,00 km 50,0
Lote01
02
Missão Velha a km 50,0 km 100,0 150,0
Catolé
03
km 100,0 km 150,0
04 km 150,0 km 200,0
Lote02
Catolé a 05 150,0
km 200,0 km 250,0
Quixeramobim
06
km 250,0 km 300,0
09 km 300,0 km 350,0
Lote 03
08
Palmácia a km 350,0 km 400,0 150,0
Quixeramobim
07
km 400,0 km 450,0
11 km 450,0 km 500,0
Lote04
77,00
Pecém a Palmácia 10 km 500,0 km 527,0
TOTAL GERAL 527,0
ARCADIS Tetraplan 6
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
2. Programas Socioambientais
O presente Plano Básico Ambiental – PBA tem como objetivo detalhar as ações a serem
desenvolvidas pela equipe de Gestão Ambiental para a implementação dos Programas
Ambientais e Sociais para as fases de implantação e operação da Ferrovia Nova
Transnordestina – Trecho 3: Missão Velhao/PE – Porto de Pecém, com 526 km de extensão.
Este PBA contempla os seguintes Programas:
ARCADIS Tetraplan 7
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan 8
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
2.1.1. Justificativa
Este programa deve ser abordado considerando dois grupos de atividades principais:
Supervisão de obras com enfoque ambiental (acompanhamento, controle e avaliações
funcionais, qualitativas e quantitativas), estruturadas como Atividades de Supervisão
Ambiental.
Gerenciamento da realização dos programas do PBA, viabilizando suas implementações,
as quais envolvem o desenvolvimento de processos da interação, articulação e informação
junto às comunidades e grupos de interesse – processos estes necessários à garantia de
qualidade ambiental da execução do empreendimento.
2.1.2. Objetivos
• Garantir que todos os programas ambientais sejam desenvolvidos com estrita
observância à legislação aplicável às obras da Ferrovia Transnordestina, bem como garantir a
realização das condições estabelecidas para a obtenção das licenças subseqüentes junto aos
órgãos de fiscalização e controle ambiental.
• Gerar banco de dados e registros sobre o andamento dos diversos programas
socioambientais;
• Certificar que as ações ambientais e sociais sejam implementadas durante a construção,
inclusive no que se refere aos programas compensatórios tais como, recuperação das áreas
degradadas, construção de aterros, e outras infra-estruturas, especialmente aquelas acordadas
com as comunidades e proprietários que serão atingidos pelas obras ferroviárias.
• Garantir o repasse das informações à Transnordestina e ao IBAMA sobre o andamento
da implementação dos referidos programas socioambientais, bem como o cumprimento dos
compromissos ambientais assumidos no processo de licenciamento da ferrovia (condicionantes
definidos nos documentos que concedem as licenças ambientais);
• Encaminhar os relatórios técnicos e de andamento das atividades nas datas previstas;
ARCADIS Tetraplan 9
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Análise de relatórios sobre o andamento das ações definidas para a implementação dos
programas socioambientais. Relatórios periódicos (semestrais) serão elaborados, contendo
informações básicas sobre o andamento dos programas, apresentando gráficos demonstrativos
de percentuais de execução das etapas ou ações previstas, detectando não-conformidades e
propondo ações corretivas.
ARCADIS Tetraplan 10
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Importante ressaltar que a Transnordestina tem como premissa as "Diretrizes básicas para
Saúde e Segurança do Trabalho" elaboradas pela Transnordestina (Anexo I). O
acompanhamento e a fiscalização dessas atividades fazem parte da rotina de trabalho do
Programa de Gestão Ambiental e dos programas que envolvem os temas relacionados à
saúde, prevenção, educação e conscientização e desenvolvimento ambiental.
ARCADIS Tetraplan 11
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ambientais, atendendo ainda a novas demandas que apareçam durante este período, como
ajustes ou reforço de ações previstas.
Cabe ressaltar que a Transnordestina conta com equipe de gestão sediada no município de
Brejo Santo em local denominado Posto de Informação, para atender as questões ambientais
relacionadas à implantação dos programas ambientais integrantes do subtrecho Missão
Velha/CE a Salgueiro/PE conforme LI n.º 367/2006. A interface entre estas equipes será
importante para a aperfeiçoamento dos instrumentos em utilização.
Essa equipe em campo que fará a gestão e o gerenciamento das atividades de Implementação
dos Programas terá o apoio de uma equipe de especialistas específicos para participação nos
programas. A equipe de Gestão ambiental será responsável pela capacitação das equipes
locais de apoio, a partir de palestras, oficinas, campanhas, etc.. Em outras palavras,
responderá pelo apoio ao planejamento integrado, pelo acompanhamento das atividades, pela
utilização otimizada dos recursos humanos e orçamentos, potencializando os efeitos positivos
das diversas ações previstas.
Essa equipe liderada pelo Gerente Geral será também responsável pela implementação das
ações do Programa de Comunicação Social e do Programa de Educação Ambiental. Apoiada
por equipe local (professoras, preferencialmente) por ele capacitada. Deverá também
esclarecer a população direta e indiretamente afetada, divulgar os resultados obtidos com a
implementação dos Programas, além de promover o envolvimento e a participação dos mais
diferentes atores na própria implementação das ações dos outros Programas Socioambientais.
Por fim, essa mesma equipe de campo será responsável pelo registro dos acontecimentos e
pela compilação de relatórios semestrais a serem encaminhados ao IBAMA e pelos relatórios
de andamento dos programas do PBA para a Transnordestina, apoiada e supervisionada por
profissionais especialistas.
Equipe
Núcleo de Decisão
ARCADIS Tetraplan 12
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Equipe Transnordestina
PROGRAMAS AMBIENTAIS
Supervisor
Consultores
Especialistas
ARCADIS Tetraplan 13
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Essa ferramenta será, ainda, importante para a Otimização dos Programas Socioambientais,
garantindo um sinergismo maior entre eles. As instituições listadas nessa matriz poderão ser
parceiras na execução da maioria das atividades a serem realizadas.
ARCADIS Tetraplan 14
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan 15
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
− Gerar banco de dados e registros das ocorrências no campo do controle e das ações
ambientais.
Gerenciamento Ambiental
− Participação das negociações, em conjunto com os órgãos ambientais e as entidades
envolvidas;
− Acompanhamento da evolução da implantação dos programas em seus aspectos
quantitativos e qualitativos, com a adoção das providências pertinentes com vistas à
adequada implementação dos Programas, em todas as suas etapas;
− Registros das atividades realizadas no período, inclusive dos contatos, comunicações e
reuniões efetuadas, reformulações nos programas etc.
− Elaborar procedimentos e instrumentos para acompanhamento da implantação e
implementação dos programas socioambientais (controle e avaliações funcionais,
qualitativas e quantitativas).
− Definir e Contratar - Equipes relativas aos Programas Ambientais.
− Acompanhar o andamento dos programas socioambientais, segundo procedimentos e
instrumentos recomendados.
− Avaliar e revisar toda a documentação técnica - ambiental referente aos programas
socioambientais, com o objetivo de se ter sempre em dia licenças e autorizações
ambientais para a realização das atividades necessárias a implementação dos
programas.
− Preparar relatórios de andamento das atividades de gestão ambiental e de
implementação dos Programas Socioambientais com destaque para os avanços na
recuperação de áreas degradadas;
− Promover a articulação entre as equipes técnicas responsáveis pela obra e pelos
programas socioambientais.
− Elaborar Relatórios Semestrais de Andamento e/ou de Atividades – IBAMA.
− Realizar ações de interface e reunião com Órgão(s) Ambiental(s) quando necessário.
− Desenvolver e implementar os Instrumentos - Manuais e Procedimentos para avaliação
específicas dos Programas Ambientais.
− Revisar e complementar a Matriz Institucional (instituições, comunidades, associações
envolvidas).
− Realizar Ações de Interface com todos os programas do PBA.
− Reunião de Condução dos Programas (equipe contratadas)
Este programa deverá trabalhar inclusive com a otimização das ações dos demais programas
socioambientais, permanentemente, durante a implantação e início da operação do
empreendimento. Ressalte-se que o emprego de sistemas e softwares é importante e deve
possibilitar otimizações constantes das atividades definidas para serem realizadas no âmbito
de cada um dos programas socioambientais.
Este programa deverá, em conjunto com o Programa Ambiental para Construção – PAC, ser o
“carro chefe”, para a elaboração dos relatórios de acompanhamento tanto internos, como para
o IBAMA e demais órgãos ambientais, se necessário.
ARCADIS Tetraplan 16
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Neste sentido, com vista a otimizar recursos humanos e financeiros, o Gerente Geral, com o
apoio da Equipe de Gestão, será o responsável por executar diversas atividades dos demais
Programas Socioambientais, tendo em vista, potencializar os efeitos positivos das diversas
ações previstas, até mesmo em função de uma das suas principais características – integrar as
ações a serem realizadas.
ARCADIS Tetraplan 17
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ATIVIDADES/AÇÕES METAS
Supervisão Ambiental
verificação do cumprimento das medidas de
Inspeção diária das atividades construtivas controle
Adoção de procedimentos em que as atividades
construtivas ocorram somente dentro das áreas de
trabalho autorizadas evitar ocorrências além das áreas autorizadas
Identificação das áreas que exigem estabilização evitar aumento de ocorrências ambientais
Confecção e manutenção de um adequado arquivo
foto-documentado arquivo/inventário das ocorrências
Adotar providências para que a atividade contemple a evitar que ocorrências se acumulem e registro
elaboração de registros diários detalhados do início
Confecção de registros por parte do Supervisor
Ambiental orientar e acompanhar providências
Verificar se o cumprimento dos prazos contratuais e os evitar atrasos e/ou não realização de obras ou
recursos alocados medidas mitigadoras e de controle
atualização dos objetivos com todos
Reuniões de Planejamento de Obra integrantes da equipe de gestão
Gerar banco de dados e registros das ocorrências no acompanhamento estatístico e inventário das
campo ocorrências
Gerenciamento Ambiental
acompanhamento do cumprimento da
totalidade das condicionantes, de acordo com
Participação das negociações as providências necessárias
Acompanhamento da evolução da implantação dos acompanhamento do cronograma e
programas cumprimento das obras previstas
Registros das atividades realizadas no período para verificação das obras previstas
Elaborar procedimentos e instrumentos para
acompanhamento da implantação e implementação dos atingir controle e avaliações funcionais,
programas socioambientais qualitativas e quantitativas
Definir e Contratar - Equipes relativas aos Programas garantia de orientação técnica adequada para
Ambientais cada obra ou medida a ser adotada
Acompanhar o andamento dos programas garantia de cumprimento de procedimentos e
socioambientais instrumentos recomendados
ter sempre em dia licenças e autorizações
Avaliar e revisar toda a documentação técnica - ambientais para a realização das atividades
ambiental necessárias a implementação dos programas.
ARCADIS Tetraplan 18
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ATIVIDADES/AÇÕES METAS
ARCADIS Tetraplan 19
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Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan 21
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ARCADIS Tetraplan 22
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
- Reuniões diárias entre equipes de supervisão das obras com os gestores ambientais
de cada empresa/obra/setor;
- Relatórios semanais dos gestores ambientais dos Lotes para o gerente geral;
- Relatórios mensais com o andamento dos trabalhos, resultados e avanço das medidas
previstas no período;
CREA-SP: 5061894533
Rodrigo Kato Arquiteto
IBAMA: 756696
Eng. Agronômo
Gestão Ambiental/Educação CREA 25.008
Renato Assis Carvalho
Ambiental/Implantação de IBAMA 2194474
Programas Ambientais
CREA-SP: 0601882560
Milton Akira Ishisaki Engenheiro de Minas
IBAMA: 1696932
CREA-SP: 5060481211
Maria Claudia Paley Braga Engenheira Civil
IBAMA 620349
ARCADIS Tetraplan 23
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
2.2.1. Justificativa
Por fim, este programa irá gerar importantes dados e registros das mais variadas ocorrências no
campo do controle e das ações ambientais, as quais serão devidamente registradas e
cadastradas, constituindo relatórios sobre a implementação do programa, abrangendo os
avanços na recuperação de áreas degradadas decorrentes das obras da construção ferroviária,
ARCADIS Tetraplan 24
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Como mencionado anteriormente, serão adotadas medidas de caráter preventivo, desde o início
das obras, orientando as atividades de construção para a obtenção de um padrão elevado de
qualidade ambiental, em todas as etapas de construção. Incluindo-se diretrizes e orientações
sobre a melhor prática ambiental para: controle de processos erosivos, desmatamento, controle
da poluição nos locais das obras, controle da poluição dos recursos hídricos, entre outros.
Para tanto, é imprescindível realizar planejamento adequado junto a Construtora para se definir
os principais cuidados a serem tomados, durante todo o andamento dos trabalhos,
fundamentados pelo atendimento aos condicionantes ambientais e legislação aplicável.
O controle ambiental permitirá que ações de cunho corretivo possam ser adotadas no caso da
identificação de não-conformidades.
A equipe ambiental será responsável pelo acompanhamento (direto e indireto) das atividades de
construção nas frentes de obra, canteiros e demais infra-estruturas de apoio (áreas de
empréstimo e bota-fora).
Além disso, o gerenciamento ambiental da construção deverá estar integrado aos programas de
Monitoramento da Qualidade da Água – PMQAG e de Recuperação de Áreas Degradadas –
PRAD.
− Acompanhamento Direto:
Presença constante nas frentes de obras ou vistorias diárias nessas frentes. Serão realizadas
visitas sistemáticas a campo no período anterior as obras e em momentos estratégicos,
condicionados por eventos importantes relacionados às etapas das obras, como listados
ARCADIS Tetraplan 25
Plano Básico Ambiental
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O Planejamento das Obras prevê a execução de quatro lotes de obras (frentes de serviço),
conforme quadro a seguir.
ARCADIS Tetraplan 26
Plano Básico Ambiental
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ARCADIS Tetraplan 27
Plano Básico Ambiental
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− Realizar vistorias nos canteiros de obras, nas frentes de serviços, nos acampamentos e
demais instalações de apoio, para verificação das conformidades e não conformidades
ambientais, promover complementações e ajustes, se necessários, para as questões
ambientais;
− Gerar banco de dados e registros das ocorrências no campo relacionados ao controle
das atividades de construção causadores de impactos ambientais (desmatamento,
trabalhos de terraplanagem, construção de estruturas de apoio às obras – drenagem
provisória, acessos provisórios, áreas de canteiro, áreas frentes de trabalho -,
implantação de bueiros e galerias, estruturas de contenção, obras de arte especiais,
entre outras);
− Identificar os efeitos ambientais das obras nas áreas de entorno e implementar ações
para prevenir e reduzir os impactos decorrentes;
− Desenvolver medidas integradas para a conservação do meio ambiente e controle dos
processos de degradação;
− Verificar o cumprimento dos procedimentos ou de adequações ambientais;
− Avaliar e revisar toda a documentação técnica - ambiental referente ao empreendimento
constantemente, com o objetivo de ter sempre em dia as licenças e autorizações
ambientais para a instalação do empreendimento;
− Efetuar reuniões com os órgãos ambientais envolvidos;
− Acompanhar e supervisionar os trabalhos de desmatamento, destocamento, limpeza de
área conforme ASV emitidas pelo órgão ambiental.
− Vistoriar Jazidas, Bota-Foras, atividades de movimentação de Terra - Cortes e Aterros.
− Vistoriar Vias de Acesso e Caminhos de Serviços.
− Vistoriar Obras de Drenagem.
− Vistoriar e acompanhar atividades nos canteiros de obras, instalações de apoio e frentes
de trabalho.
− Adequações de Higiene e Saúde nos canteiros de obras e instalações de apoio.
− Supervisionar os trabalhos de Movimentação de Veículos, Máquinas e Equipamentos.
− Efetuar controle de emissão de material particulado pelos motores das máquinas e pelo
tráfego nas vias de acesso.
− Efetuar controle dos níveis de pressão sonora da operação de máquinas, explosão de
rochas, escavações, construções, etc.
− Supervisionar as atividades de desmobilização de obras e instalações de apoio.
ARCADIS Tetraplan 28
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
ATIVIDADES/AÇÕES METAS
Supervisão Ambiental das ações de controle, orientando
as atividades de construção obtenção de um padrão elevado de qualidade ambiental
Estabelecer procedimentos e instrumentos para controle
e gerenciamento da construção do empreendimento,
para suas diversas fases e atividades ordenamento das atividades e orientação da equipe
para que sejam agentes de controle das atividades
Capacitar equipe local e trabalhadores inerentes às obras
Acompanhar o andamento dos programas ambientais
que são complementares para o gerenciamento
ambiental das obras cumprimento pleno dos objetivos de controle ambiental
Realizar vistorias nos canteiros de obras, nas frentes de para verificação das conformidades e não conformidades
serviços, nos acampamentos e demais instalações de ambientais, promover complementações e ajustes, se
apoio necessários, para as questões ambientais;
Gerar banco de dados e registros das ocorrências no
campo acompanhamento estatístico e inventário das ocorrências
Identificar os efeitos ambientais das obras nas áreas de implementar ações para prevenir e reduzir os impactos
entorno decorrentes;
Desenvolver medidas integradas para a conservação do Atingir objetivos globais de controle e minimização de
meio ambiente e controle dos processos de degradação aspectos e impactos ambientais
Verificar o cumprimento dos procedimentos ou de Atendimento às condicionantes ambientais e estabilização
adequações ambientais de processos de degradação ambiental
Avaliar e revisar toda a documentação técnica - Ter sempre em dia as licenças e autorizações ambientais
ambiental referente ao empreendimento constantemente para a instalação do empreendimento
Efetuar reuniões com os órgãos ambientais envolvidos Atendimento das condicionantes, e avanço das medidas
Acompanhar e supervisionar os trabalhos de
Cumprimento às ASV emitidas pelo órgão ambiental
desmatamento, destocamento, limpeza de área
Vistoriar Jazidas, Bota-Foras, atividades de
movimentação de Terra - Cortes e AterrosVias de
Acompanhar ocorrências de poluição e degradação
Acesso e Caminhos de Serviços, Obras de drenagem e
ambiental
atividades nos canteiros de obras, instalações de apoio e
frentes de trabalho.
Adequações de Higiene e Saúde nos canteiros de obras
Controle de doenças e vetores de transmissão
e instalações de apoio
Supervisionar os trabalhos de Movimentação de
Evitar ocorrências de acidentes
Veículos, Máquinas e Equipamentos
Efetuar controle de emissão de material particulado pelos
Controle de poluição do ar
motores das máquinas e pelo tráfego nas vias de acesso
Efetuar controle dos níveis de pressão sonora da
Controle de poluição sonora e conforto acústico da
operação de máquinas, explosão de rochas, escavações,
comunidade e trabalhadores
construções, etc
ARCADIS Tetraplan 29
Plano Básico Ambiental
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ATIVIDADES/AÇÕES METAS
Supervisionar as atividades de desmobilização de obras
Garantia de promover a adequada recuperação das áreas
e instalações de apoio
ARCADIS Tetraplan 30
Plano Básico Ambiental
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ARCADIS Tetraplan 31
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
− Nas obras de recuperação de taludes em cortes e aterros, deverá ser removido todo o
material resultante de ecorregamentos de taludes ou de eventuais quedas de barreiras,
que tenham atingido as proximidades do corpo estradal da ferrovia, devendo ser
destinado às caixas de empréstimo laterais à via férrea. Para sua efetiva recuperação,
deverá ser procedida a reconformação do talude, com posterior reconstrução do sistema
de drenagem, seguida da necessária revegetação, não só de modo a estabilizar o
talude, como de se promover a adequada recuperação paisagística do local. Em taludes
de maior inclinação, pode-se utilizar na revegetação a biomanta. Em situações de severa
instabilidade do terreno é recomendada a utilização de construção de muros de arrimo, e
até mesmo a utilização de cortinas atirantadas.
Corpo de aterros
O talude dos aterros é de 1,5(H) : 1(V); aterros com altura superior a 8,00 m serão executados
com banquetas (bermas) paralelas ao greide, a cada 8,00 m de altura, com 3,00 m de largura e
inclinação de 3% na direção do talude.
Nos segmentos onde o terreno natural apresentar declividade transversal acima de 25%, deve-
se executar escalonamento das encostas para fundações de aterro, objetivando a solidarização
do maciço.
Escavação
As camadas finais constituem o último metro de aterro para atingir o greide de terraplenagem e
devem apresentar expansão máxima de 2% e Índice de Suporte Califórnia (ISC) maior que 6%;
se este for menor que 8% o sub-lastro terá espessura de 30,0 cm e, se maior que 8%, o sub-
lastro deverá ter espessura de 20,0 cm.
Quando os cortes apresentarem materiais que não preencham os requisitos exigidos para apoio
do lastro, o greide deverá ser rebaixado para a retirada do material inservível e substituído por
ARCADIS Tetraplan 32
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Nos cortes em rocha sã, o material removido deverá ser substituído por solo arenoso
selecionado das jazidas estudadas para o sub lastro.
Ressalte-se que caso as características geotécnicas do solo sejam favoráveis, serão adotadas
alternativas de projeto visando diminuir a largura e os volumes de corte nos serviços de
terraplenagem.
A) Compensação de volumes
Os materiais escavados que não atendam às condições exigidas para execução de aterros
(“bota-fora geotécnico”) ou que estiverem muito distante deles (“bota-fora geométrico”) serão
destinados a ADMEs – Áreas de Disposição de Material Excedente; estas serão constituídas
como alargamento de aterros nas proximidades da escavação, de forma a não afetar a
geomorfologia do entorno.
ARCADIS Tetraplan 33
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Muitas vezes em projetos dessa natureza, a abertura dessas vias pode se tornar significativa
fonte de poluição e degradação ambiental, dependendo das características físicas do solo da
região e sua susceptibilidade à erosão. De modo a minimizar ou eventualmente evitar os
significativos impactos potenciais que poderão advir dessas ações, além de se adotar os
mesmos procedimentos e cuidados observados posteriormente à realização de cortes e
aterros, deverá se planejar previamente a abertura dessas vias e acessos auxiliares. Nesse
planejamento deverão ser consideradas as características do solo, os caminhos mais
favoráveis em função da conformação do terreno, descartando-se as alternativas que se
mostrem menos favoráveis, para a realização de cortes e aterros, em função da instabilidade
de solos.
Com relação ao corpo das vias de acesso auxiliares, além de serem projetadas e executadas
para movimentação de veículos pesados, deverão ser mantidas em adequadas condições para
o tráfego, de modo a evitar a ocorrência de focos de processos erosivos. É recomendado,
sempre que possível, acompanhar as curvas de nível. Em locais de rampas mais acentuadas é
indicada a providência de revestimento primário, com utilização de cascalho, de modo a facilitar
o tráfego e de evitar ocorrência de erosões. Por fim, deverão ser projetadas, de modo a causar
a menor interferência com o meio ambiente, acarretando minimamente desmatamentos e
ARCADIS Tetraplan 34
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Especial atenção deverá ser dada pela Supervisão Ambiental a esse respeito, notadamente,
nas proximidades de áreas urbanas, inclusive com controle de tráfego nas intersecções
urbanas, exigindo da empresa construtora contratada a rigorosa observância desses
procedimentos. Tais cuidados serão, obrigatoriamente, incorporados na componente de
educação ambiental, dentro do Programa de Gestão Ambiental, a ser desenvolvida junto aos
operários, bem como junto à comunidade local
Obras de drenagem
A implantação do sistema de drenagem das águas pluviais visa evitar carreamento dos solos
expostos durante o período de obras e intervenções, sendo de extrema importância também
após a desmobilização das obras. Os pontos de descarga das valetas e das sarjetas no terreno
natural deverão, obrigatoriamente, receber mecanismo de proteção, como colocação de britas
ou caixas de dissipação de energia. Em terrenos mais acidentados, apresentando grande
declividade, serão realizadas canaletas com escadas, para amortecimento do fluxo das águas
e caixas de dissipação de energia.
Estes projetos são de grande importância, não só para a integridade física do empreendimento,
como para o efetivo controle ambiental. Deverão ser criteriosamente projetados, mantidos e
conservados, de modo a permitir o livre escoamento das águas pluviais, evitando-se diversos
processos erosivos, carreamento de materiais e conseqüente assoreamento de corpos
hídricos.
A Supervisão Ambiental deverá estar atenta para que todos os pontos de descarga do sistema
de drenagem, seja das sarjetas e de canaletas, verificados diretamente no terreno natural,
recebam a necessária proteção através de caixas de britas ou de dissipação de energia, de
modo a evitar erosão dos solos expostos, desprovidos de vegetação. Considerando a situação
local de riscos de carreamento de materiais, face às características dos solos, é recomendada
ARCADIS Tetraplan 35
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Em terrenos de acentuado declive, bem como em locais próximos a pontes e passagens por
corpos hídricos, as canaletas do sistema de drenagem deverão ser projetadas e construídas
em forma de escadas (degraus) com a finalidade de promover o necessário amortecimento do
fluxo das águas pluviais. Em terrenos que oferecerem uma maior severidade em termos de
aclives é indicada a instalação de caixas intermediárias dissipadoras de energia.
Nas áreas alagadas ou em terrenos em que o lençol freático estiver em nível próximo ao solo,
é recomendada a drenagem subterrânea, drenando-se o solo saturado ou úmido, recebendo
tratamento adequado por enrocamento, revestimento ou compactação, eliminando-se a
instabilidade do terreno e a possibilidade de processos erosivos.
As obras de arte correntes foram dimensionadas com base nos estudos hidrológicos que
caracterizaram clima, em particular o regime pluviométrico, e as características de escoamento
superficial do solo da região, entre outros parâmetros.
B) Drenagem Superficial
Sarjetas de Corte: canais revestidos de concreto, em formato trapezoidal que coletam a água
do talude e da plataforma e a conduzem longitudinalmente até a saída; podem terminar, no
final dos cortes, em Caixas Coletoras de Sarjeta (CCS) ou em Caixas de Amortecimento (CA)
caso a velocidade do fluxo seja alta e exija a dispersão do fluxo e conseqüente redução da
velocidade.
Valetas de Proteção de Corte: coletam a água superficial que escoa em terreno adjacente ao
corte em direção a este, e a conduz longitudinalmente, a cerca de 3m do “offset” até o final do
corte; o solo escavado para sua execução é depositado e compactado ao lado de jusante, de
modo a formar uma berma, com as dimensões especificadas nos projetos de execução.
ARCADIS Tetraplan 36
Plano Básico Ambiental
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energia; em pontos baixos ou onde a capacidade de vazão da calha for alcançada, prevê-se o
deságüe das mesmas através de descidas em degraus.
Descidas em Degraus: captam as águas dos pontos baixos das valetas de proteção do corte,
do aterro, das calhas de banquetas e das saídas de bueiro que estiverem acima do talvegue
natural, conduzindo-as até as sarjetas, caixas coletoras ou locais que não venham a afetar o
corpo da ferrovia; em aterros, são dotadas de um dissipador de energia no final.
Caixas Coletoras de Talvegue: têm a finalidade de rebaixar a entrada das galerias a montante,
conseguindo-se dessa forma o deságüe da boca do bueiro do talvegue natural, não sendo
necessário o emprego de descidas em degraus ou rápidos nos aterros, as quais são obras
instáveis, sujeitas à destruição provocada pela acomodação desses dispositivos na saia do
aterro.
Dissipadores de Energia: previstos nas saídas dos dispositivos de drenagem superficial e nas
saídas de bueiros com possibilidade de erosão proveniente de velocidades erodíveis.
C) Drenagem Subterrânea
- Apressar o escoamento das águas pluviais ou pluviais de infiltração, conduzindo-as para fora
do corpo da ferrovia.
Em cortes altos e/ou terreno com declividades muito acentuadas deverão ser projetados dois
tipos de drenos, a saber:
Drenos Rasos Transversais: previstos nos pontos de passagem do corte para aterro, no
sentido do escoamento do fluxo, com a mesma declividade da plataforma; para o seu melhor
funcionamento, o solo argiloso deve ser substituído por brita de modo a unir-se ao lastro; as
saídas dos drenos deverão estar unidas aos drenos profundos longitudinais nos cortes em que
os mesmos foram previstos.
Bueiros
ARCADIS Tetraplan 37
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- A altura mínima de recobrimento acima da geratriz superior dos bueiros tubulares foi de
0,80m;
- O limite máximo da declividade longitudinal do berço sobre o qual estará assente a geratriz
inferior do bueiro deverá ser de 8%, e a declividade mínima de 0,5%;
- Sempre que possível, prevê-se a utilização de um bueiro único, face ao seu desempenho
hidráulico, frente aos bueiros múltiplos de mesma capacidade de vazão;
- O comprimento da obra, à montante e à jusante, deverá ser obtido pela interseção da saia do
aterro, da plataforma normal ou esconsa, conforme a seção transversal de levantamento do
bueiro, com a testa da boca de montante ou jusante;
- O diâmetro mínimo, para os bueiros tubulares de concreto, foi fixado em 0,80m, condicionado
a motivos ligados à manutenção.
Os canteiros de obras deverão ser objeto de licenciamento ordinário, a ser conduzido pelo
IBAMA (LI 310/2009). Cuidados especiais e procedimentos adequados devem ser adotados em
instalações dessa natureza, notadamente nas obras de implantação da ferrovia, onde se
executam pesadas obras de terraplenagem e de conformação do corpo estradal. Em projetos
dessa envergadura, os acampamentos são constituídos de edificações para serviços
administrativos, cozinha e refeitório, alojamentos, oficinas, almoxarifado de peças e materiais,
acampamento, posto médico, dentre outras instalações.
ARCADIS Tetraplan 38
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Assim sendo, para cada subtrecho de aproximadamente 50,0 km de extensão, deverão ser
instaladas as seguintes edificações:
- Escritório, com área mínima de 150 m2
- Fábrica de tubos, com capacidade para 250 metros de tubos para bueiros e 3.500
metros de tubos de drenas por mês
- Oficina, com área mínima de 140 m2
- Almoxarifado, com área mínima de 100 m2
- Alojamento e serviços (cantina, cozinha, etc.), com área mínima de 200 m2
- Laboratório, com área mínima de 80 m2
- Escritório para fiscalização, com área mínima de 100 m2
- Depósito para cimento e outros materiais, área mínima de 60 m2.
Os serviços de terraplenagem em cada frente de obra deverão principiar por pontos onde a
ferrovia cruza estradas existentes, minimizando-se a necessidade de implantação de estradas
de serviço.
ARCADIS Tetraplan 39
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Os efluentes gerados nessas instalações deverão possuir distintas redes de coleta, a saber:
uma rede de coleta para os efluentes líquidos originados das instalações sanitárias existentes
nos escritórios, alojamentos e acampamento, assim como os efluentes domésticos
provenientes da cozinha e refeitórios; outra rede de coleta para os efluentes considerados
industriais, observando-se os seguintes tratamentos e destinação final:
− Os efluentes domésticos dos refeitórios sofrerão um tratamento prévio, por intermédio
de caixas de gordura, antes de serem encaminhados juntamente com os efluentes
sanitários;
− Os efluentes sanitários serão destinados a fossas sépticas e/ou a filtros anaeróbios, em
conformidade com a recomendação da Norma Técnica da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT NBR-7229), não sendo permitida, em nenhuma hipótese, a
utilização de valas ou dispositivos a céu aberto, nem de caixas desprovidas de tampas
ou dispositivos de proteção e de coberturas. Nas frentes de trabalho, onde comumente
não se instalam tais dispositivos de tratamento de esgotamento sanitário, serão
utilizados “banheiros químicos”, com o adequado recolhimento, para posterior
transporte para o sistema de tratamento do acampamento. Outro importante aspecto a
ser rigorosamente observado é o de não se permitir, em nenhuma hipótese, a
interligação do sistema de esgotamento sanitário com o sistema de drenagem de águas
pluviais, devendo a Supervisão Ambiental fiscalizar essa questão;
− Os efluentes industriais, originados normalmente nos pátios de lavagem de veículos e
peças, assim como nas áreas de estocagem de produtos derivados de petróleo, serão
recolhidos por sistema de coleta e direcionados para sistemas de caixas separadoras e
coletoras de óleo (SAO), passando por filtros apropriados (caixas de areia e britas),
para a remoção de óleos e graxas, antes do descarte dos efluentes. O material
recolhido nas caixas separadoras e coletoras (óleos, graxas, demais derivados de
petróleo) será acondicionado, em tanques apropriados a esse fim, e destinado a
indústrias de reciclagem desse produto;
− A supervisão ambiental deverá estar atenta para esses procedimentos, não permitindo,
a lavagem de peças e veículos em corpos hídricos ou fora dos locais adequados a esse
fim. Esses aspectos, também, deverão ser objetos do Programa de Educação
Ambiental, a ser desenvolvido junto ao pessoal das frentes de obras e das demais
instalações de apoio, juntamente com a fiscalização de serviços por parte da empresa
contratada;
− Resíduos sólidos: de maneira a se promover a necessária adequação ambiental desses
poluentes, os diferenciados tipos de resíduos sólidos gerados nos canteiros de obras,
acampamentos e demais instalações de apoio, deverão, obrigatoriamente, ser
recolhidos, tratados e destinados a local apropriado. O transporte de lixo e entulhos em
geral, deverá ser realizado de maneira adequada, não sendo permitido o excesso de
carregamento do material a ser transportado, e com a devida cobertura das caçambas e
caminhões, protegidos por lonas, de modo a evitar a perda do material transportado.
Esta importante questão será objeto da componente de educação ambiental, a ser
empreendida junto ao pessoal das obras, sendo rotineiramente fiscalizado pela
Supervisão Ambiental.
− Todo o lixo gerado nessas instalações deve preliminarmente passar por um processo
de separação, segregando-se o lixo orgânico, do inorgânico. O lixo orgânico produzido
nos acampamentos e nas frentes de trabalho deve ser freqüentemente recolhido,
ARCADIS Tetraplan 40
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Os locais destinados ao preparo de alimentos deverão ser limpos e arejados, com instalações
apropriadas e especialmente projetadas para esse fim. Os alimentos devem ser devidamente
acondicionados em recipientes higienizados e protegidos contra insetos e roedores em geral.
Os gêneros perecíveis devem ser mantidos em locais sob refrigeração. A norma
regulamentadora NR-18, do Ministério do Trabalho, disciplina os procedimentos a serem
observados.
Os refeitórios também devem ser projetados com adequadas instalações de modo a permitir
condições satisfatórias de higiene e limpeza, para que os trabalhadores possam fazer suas
refeições em ambientes limpos, arejados e protegidos contra insetos e riscos de contaminação,
a partir da utilização de telas ou outro dispositivo de proteção.
ARCADIS Tetraplan 41
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Todo o lixo produzido deverá ser recolhido de forma seletiva e destinado ao adequado
tratamento e destinação final. Em nenhuma hipótese será permitida a utilização de fogo nos
acampamentos, canteiros de obras e demais instalações de apoio, seja para incineração de
embalagens ou outros resíduos produzidos, seja para o aquecimento de refeições em fogões
improvisados.
A supervisão deverá fiscalizar o fiel cumprimento desses procedimentos, que inclusive, são
objetos da componente de educação ambiental a ser aplicada junto à classe trabalhadora.
Toda a mão-de-obra contratada para o trabalho a ser desenvolvido nas diferentes frentes
deverá passar, previamente, pelo necessário exame médico, sendo inclusive indicada a
vacinação contra tétano e outras doenças consideradas endêmicas da região dentre outros
procedimentos médicos indicados, em observância a NR-7, do Ministério do Trabalho.
É importante registrar que qualquer inobservância dos procedimentos relativos aos aspectos de
higiene e de saúde, ou deficiência das instalações obrigatórias, poderá ensejar da Supervisão
Ambiental a determinação de imediata paralisação das obras e do funcionamento do
acampamento e demais instalações de apoio.
ARCADIS Tetraplan 42
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ARCADIS Tetraplan 43
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Materiais, Insumos
Prevê-se a obtenção de água de redes urbanas de distribuição de água (a ser negociada com
as concessionárias) e de açudes e cursos de água após a devida outorga de captação.
A maior parte do aço (ferro de construção) e todos perfis estruturais deverão ser adquiridos
junto a usinas siderúrgicas e outros fonecedores nacionais ou estrangeiros e trazidos por via
maritima até Pecém ou Recife e depois pela via ferrovária existente.
Nos canteiros de obras principais e auxiliares e nas frentes de serviços, quando possível, será
utilizada energia elétrica a ser fornecida pela empresa concessionária. Quando isso não for
possível, serão utilizados geradores movidos a óleo diesel e outros combustíveis.
ARCADIS Tetraplan 44
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Desta forma propõe-se efetuar medições específicas e periódicas nos veículos e equipamentos
a diesel:
− Executar manutenção periodica nos motores dos veículos e equipamentos, para que se
minimize a emissão de gases poluentes;
− Realização de inspeções visuais nas máquinas e equipamentos utilizadas na obra,
utilizando-se a Tabela Ringelmann;
− Inspeção mensal, do grau de opacidade emitido pelo escapamento de cada veículo.
ARCADIS Tetraplan 45
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Ruídos e Vibrações
Para mitigação do aumento do nível de ruídos, serão implementadas ações em pontos onde
haja permanência de receptores, ou seja, nos locais próximos a áreas residenciais e
alojamentos:
− Restringir o horário das obras ao horário diurno (7:00 às 20:00 horas). No caso de
necessidade de realização das obras no período noturno, o número de máquinas e
equipamentos utilizados deverá ser reduzido, de maneira a adequar as emissões de
ruídos aos padrões preconizados pela legislação vigente, principalmente no caso dos
locais de obras situados próximos a áreas residenciais;
− Prover os funcionários de equipamentos de proteção individual (E.P.I.) para minimizar
os efeitos nocivos dos ruídos;
− Sinalização para limitação de acesso às proximidades dos equipamentos;
− Realizar as detonações entre às 09:00 e 16:00 horas;
− Orientar ações de comunicação ou de minimização, quando de eventos como
detonações de rocha;
− Estabelecer canais de comunicação com a comunidade para ouvir reclamações e
comentários sobre eventuais incômodos causados por ruído;
− Utilizar maquinário devidamente equipado com redutores de ruídos;
− Manter regulagem sistemática de motores e equipamentos de forma a reduzir a
emissão de ruídos;
− Orientação na adequada localização dos canteiros de obra e outras estruturas de apoio;
− Elaborar os relatórios semestrais ao órgão ambiental competente.
Como procedimento de adequação ambiental, a questão afeta à poluição sonora verificada nas
instalações de apoio deverá ser controlada, em observância aos limites e procedimentos
previstos na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente de nº 001/90. Eventuais
atividades nas proximidades de áreas urbanas devem ter sua jornada de trabalho adequada ao
expediente das 07:00 hs às 20:00 hs. De acordo com as normas reguladoras do Ministério do
Trabalho, deverá ser observada a utilização de equipamentos de proteção individual, os EPI,
previstos na NR-6, assim como o necessário Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional, nos termos da NR-7. A supervisão ambiental deverá exigir da empresa
ARCADIS Tetraplan 46
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Desmobilização de Obras
Embora não prevista pela Transnordestina, a paralisação da execução das obras poderá ser
necessária, devendo implicar a adoção dos procedimentos previstos, consideradas três
hipóteses, a saber:
− Paralisação de obras de pequena duração, com previsão de até 60 (sessenta) dias:
será exigida da empresa construtora a necessária recomposição do terreno trabalhado;
recolhimento e estocagem de materiais utilizados na frente de trabalho; verificação de
pontos que possam gerar processos erosivos, com respectiva proteção, reforço de
taludes, dentre outras providências; desobstrução e limpeza do sistema de drenagem;
e, adoção de dispositivos de segurança, como isolamento da área trabalhada e
colocação de placas de avisos. A empresa construtora é responsável por essas
providências, sendo fiscalizada pela Supervisão Ambiental.
− Paralisação de obras com previsão de duração de até 180 (cento e oitenta) dias: serão
exigidas da empresa construtora, além das medidas adotadas na paralisação de obras
de pequena duração, providências quanto à conclusão dos dispositivos de drenagem,
com respectiva desobstrução e limpeza de todo o sistema, plena recomposição do
terreno, recolhimento total de materiais, entulhos e resíduos, para destinação a local
adequado, não sendo, no entanto, recomendada a revegetação das áreas trabalhadas.
− Paralisação de obras com previsão de duração superior a 180 (cento e oitenta) dias:
serão adotados procedimentos mais complexos, de caráter duradouro, observados os
ARCADIS Tetraplan 47
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ARCADIS Tetraplan 48
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PAC -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ...
Acompanhar e supervisionar os
trabalhos de desmatamento,
destocamento, limpeza de área
conforme ASV emitidas pelo órgão
ambiental
Efetuar controle de emissão de
material particulado pelos motores
das máquinas e pelo tráfego nas
vias de acesso
Efetuar controle dos níveis de
pressão sonora das atividades
com utilização de máquinas,
explosão de rochas, escavações,
construções, etc
Supervisionar as atividades de
desmobilização de obras e
instalações de apoio
Gerenciamento de Resíduos
ARCADIS Tetraplan 50
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Eng. Agronômo
Gestão
CREA 25.008
Renato Assis Carvalho Ambiental/Educação
IBAMA 2194474
Ambiental/Implantação de
Programas Ambientais
Milton Akira Ishisaki Engenheiro de Minas CREA-SP: 0601882560
IBAMA: 1696932
CREA-SP: 5060481211
Maria Claudia Paley Braga Engenheira Civil
IBAMA 620349
ARCADIS Tetraplan 51
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Em linhas gerais, as ações aplicáveis para o controle dos níveis de ruído nos pontos
onde há receptores envolvem restrições de horários ou de uso de equipamentos, uso
de equipamentos de proteção individual pelos funcionários, sinalização, ações de
comunicação para informar detonações e ouvir reclamações da população,
manutenção de equipamentos e/ou utilização de redutores de ruídos.
ARCADIS Tetraplan 52
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ARCADIS Tetraplan 53
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2.4.1. Justificativa
O processo construtivo e demais atividades envolvidas nas obras são geradores de
resíduos, por isso, torna-se imprescindível o controle e gerenciamento dos resíduos do
empreendimento, a fim de evitar impactos ambientais e atender às exigências legais.
2.4.2. Objetivos
- Estruturar uma sistemática para controle e gerenciamento dos resíduos e efluentes,
seguindo requisitos legais, normativos e procedimentos operacionais.
Baseado na Norma ISO 14001/04, regulamentada pela ABNT/NBR ISO 14001, este
programa apresenta diretrizes e medidas de controle visando a melhoria contínua da
gestão de resíduos durante a implantação do empreendimento.
ARCADIS Tetraplan 54
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A) Planejamento
O planejamento é a etapa para identificação de forma ordenada, das necessidades e
prioridades do programa, visando estabelecer as medidas que irão determinar a
sistemática de operação. Neste caso devem ser considerados as fontes de geração,
os volumes, os tipos de resíduos e efluentes e as estruturas locais.
ARCADIS Tetraplan 55
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ARCADIS Tetraplan 56
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Papel
kg Z13 R13
(diversos/escritório)
Solo orgânico
(movimentação de t Z32 R13
solo)
Entulho
(argamassa,
t Z13 R13 e B02
concreto, blocos,
tubos, plástico)
Restos de alimento Kg Z05 T16
Embalagem
Kg Z05 B02
“marmitex”
Lodo de Tanque Z08 ( caminhão
t T15
Séptico coletor )
Cartuchos de
Unidades Z05 R13
Impressoras
Resíduos de
Kg Z05 T01 ou B02
serviço de saúde
Lâmpadas
Unidades Z05 R13
Fluorescente
Pilhas e baterias Unidades ou Kg Z02 B02
Equipamentos de
Proteção Individual Unidades Z02 R13
usados
Pneus usados Unidades Z05 R03 ou R13
Material
impregnado com
óleo (panos, Kg ou t Z05 R11
estopas, filtros,
embalagens )
Óleo e graxas Litros Z05 R13
ARCADIS Tetraplan 57
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ARCADIS Tetraplan 58
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- Estrutura e responsabilidade
- Treinamentos e capacitação
- Documentos e registros
ARCADIS Tetraplan 59
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- Transporte
- Destinação Final
Visando subsidiar esta etapa, foi realizado um levantamento das estruturas existentes
declaradas pelos municípios ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
através de pesquisa de informações básicas municipais. São apresentados no quadro
abaixo, somente os municípios envolvidos no empreendimento.
Este indicativo de ações voltadas ao meio ambiente pode facilitar a interação dos
municípios com o empreendimento, na busca de alternativas e soluções adequadas
para o gerenciamento de resíduos.
ARCADIS Tetraplan 60
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Quadro 2.4-1 Instrumentos de gestão ambiental – Existência de aterro industrial no Município - IBGE -2002.
ARCADIS Tetraplan 61
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Senador Pompeu Não Não Não Não Não Sim Não Não
Fonte: Dados extraídos de Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente – IBGE - Meio Ambiente 2002.
ARCADIS Tetraplan 62
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Papel,
Município Empresa Plástico Metal Vidro Borracha Madeira Outros
papelão
e pneus
Fundição do
Nazaro
Rua José
x Sim Sim x x x x
Pinheiro, 2090
Caucaia Fone: (85)
3285-3966
Centro de
Triagem Sim Sim Sim x x x Sim
Ultrambiental
Evando F
Matias
Rua Jose
Juazeiro Tomaz de Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Menezes
Fone:(88)
99590203
ONG Fonte de
vida Pajuçara
Maraca-nau Rua. 15 nº 79 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Fone:( 85 )
32972776
J.X. GAUGER
Quixeramobim R antonio Pinto Sim Sim Sim Sim Sim x Sim
740
ARCADIS Tetraplan 63
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Papel,
Município Empresa Plástico Metal Vidro Borracha Madeira Outros
papelão
e pneus
Fone: (88)
34410661
Instituto Karius
de defesa e
promoção da
Santana do vida
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Cariri Rua Duque de
Caxias
Fone: (88)
9650-1137
A destinação final dos resíduos classe I será realizada para empresa habilitada pelo
órgão ambiental, para tratamento e disposição destes resíduos.
A geração de resíduos sépticos está associada aos atendimentos a serem feitos nos
canteiros de obras. Neste caso, o resíduo séptico utilizado em atendimento primário
será devidamente segregado como resíduo perigoso e destinado para empresa
especializada em lixo séptico.
Tabela 2.4-2 - Número de distritos com tratamento de esgoto sanitário por existência e
tipo de tratamento complementar, no ano de 2000
Caucaia - CE Total 2
ARCADIS Tetraplan 64
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Icó - CE Total 1
Iguatu - CE Total 1
Quixadá - CE Total 1
Quixeramobim - CE Total 1
ARCADIS Tetraplan 65
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• Estruturas e equipamentos
ARCADIS Tetraplan 66
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ARCADIS Tetraplan 67
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Tambores, coletores para coleta seletiva e coletores para lixo orgânico. A definir
Kit mitigação – pá, material absorvente (Ex: serragem, turfa absorvente, A definir
manta absorvente, etc), sacos plásticos resistentes, tambores
metálicos ou bombonas com tampa, etiqueta de identificação e EPIs.
Material gráfico de divulgação do subprograma de destinação A definir
adequada de resíduos e efluentes.
ARCADIS Tetraplan 68
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Ações de conscientização,
Reduzir a geração de
coleta seletiva e
resíduos, reutilizar e
reaproveitamento de materiais. Redução de resíduos a serem
reciclar de acordo com dispostos, provendo a rastreabilidade
as tecnologias e consequentes benefícios
disponíveis. ambientais e sociais decorrentes de
Estruturas e equipamentos boas práticas adotadas.
Adotar ações apropriados para
preventivas para armazenamento e transporte
minimizar impactos dos resíduos; treinamento para
Prevenção de acidentes ocupacionais
ambientais decorrentes atendimento a emergências,
auditorias e vistorias periódicas, e ambientais; com acompanhamento
da disposição
plano de ação corretivo. do programa visando à melhoria
inadequada dos
contínua e consequente redução das
resíduos, atuando de
não conformidades.
forma ambientalmente
segura.
ARCADIS Tetraplan 69
Plano Básico Ambiental
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ARCADIS Tetraplan 70
Plano Básico Ambiental
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Serão realizadas pela equipe ambiental inspeções e auditorias nas áreas de armazenamento
de resíduos e frentes de trabalho, verificando as conformidades com os procedimentos
estabelecidos, normas e exigências legais.
A partir destas avaliações e da análise crítica serão adotadas ações preventivas e corretivas;
programas de treinamento, adequação de procedimentos entre outras medidas que
comporão o plano de ação. As tomadas de decisões decorrentes desta etapa são importantes
para o sucesso do programa e a busca pela melhoria contínua.
ARCADIS Tetraplan 71
Plano Básico Ambiental
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2.5.1. Justificativa
As obras de terraplenagem para a construção da estrada da ferrovia vão interferir com a
topografia dos terrenos e, consequentemente, com os sistemas de drenagem natural
existentes, modificando-os e podendo provocar concentração de vazões superficiais cujo
poder erosivo será potencializado. Os cortes executados nos terrenos naturais removem os
solos superficiais mais argilosos, expondo solos de alteração de rochas granito-gnáissicas, de
textura silto-arenosa a areno-siltosa, muito mais suscetíveis à erosão. Adicionalmente, no que
se refere à estabilidade de taludes, os processos erosivos podem também provocar
instabilidades nos terrenos, colocando em risco de ruptura encostas naturais e trechos da
plataforma. Por este motivo, torna-se necessária a adoção de procedimentos preventivos e
corretivos na fase de implantação das obras, minimizando o desenvolvimento de processos
erosivos e o conseqüente assoreamento de drenagens e açudes.
2.5.2. Objetivos
Os objetivos deste programa são de prevenir, controlar e conter:
ARCADIS Tetraplan 72
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ARCADIS Tetraplan 73
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Cortes e aterros
Durante a construção, os cortes e aterros executados em locais cuja susceptibilidade à
erosão favoreça a ocorrência de processos erosivos ou de assoreamento de cursos d'água
deverão contar com estruturas provisórias que orientem o escoamento das águas superficiais
(drenagens de serviço) e retenham os sólidos carreados.
A construção de aterros em planícies aluviais, junto a cursos d'água, deve ser precedida pela
construção de estruturas de contenção/confinamento de sólidos que impeçam o
deslocamento de material inconsolidado além dos “off-sets” projetados, evitando assim o
assoreamento dos cursos d'água.
Estas estruturas podem ser constituídas por diques iniciais de contorno, construídos com:
solos devidamente compactados, com drenagem adequada e proteção contra erosão; blocos
de rocha e/ou "rachão", formando um enrocamento; caixas de gabião; solo-cimento
ensacado; ou qualquer outra estrutura que propicie a retenção de sólidos. Devem ser
construídas preferencialmente por materiais francamente drenantes, de forma a permitir a
saída de água e a retenção dos sólidos. Após a construção do maciço de aterro, esta
estrutura exercerá ainda a função de proteção de sua base à erosão e solapamentos
decorrentes de eventuais episódios de inundação.
ARCADIS Tetraplan 74
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Deverão contar ainda com dispositivos de afastamento das águas e com estruturas de
dissipação de energia, que poderão estar associadas a caixas de decantação/ sedimentação,
para evitar o aporte de sólidos aos cursos d'água. As paredes e taludes laterais da restituição
das saídas d'água ao curso d'água natural deverão estar devidamente protegidos com
enrocamentos, gabiões em caixa, solo-cimento ensacado etc., e com cobertura vegetal, em
suas áreas adjacentes.
Estas estruturas podem ser de caráter provisório, ou definitivo, integrando-se neste caso às
medidas de proteção contra a erosão das margens dos cursos d'água.
As contenções podem ser constituídas por diques iniciais de contorno, construídos com: solos
devidamente compactados, com drenagem adequada e proteção contra erosão; blocos de
rocha e/ou "rachão", formando um enrocamento; caixas de gabião; solo-cimento ensacado;
ou qualquer outra estrutura que seja efetiva na retenção de sólidos. Quando não forem
ARCADIS Tetraplan 75
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Ainda como efeito mitigador de impactos nas travessias previstas recomenda-se, quando
técnicamente possível, a utilização de sacos de areia empilhados ao invés de um maciço de
solos nas obras de barramento e desvio bem como a utilização de tubos de PVC para
captação e encaminhamento das águas desviadas ao invés de um canal de desvio.
ARCADIS Tetraplan 76
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Ferrovia Transnordestina
kms 0+500 a 2+00 e entre os km 7+250m a 8+500m, bem como um grande corte entre os
kms 6+250 a 6+750m, os quais demandam procedimentos e cuidados especiais.
O trecho seguinte considerado como suscetível à erosão está compreendido entre os kms 84
e 97, sendo constituído por gnaisses migmatizados com intercalações de anfibolitos,
quartzitos e rochas calcissilicáticas pertencentes ao Complexo Jaguaretama. Neste trecho
foram observadas maiores espessuras de solos superficias, de textura predominantemente
areno-siltosa pouco argilosa, os quais estão associados a colinas do Planalto Sertanejo.
Destacam-se neste trecho grandes aterros como os existentes entre os kms. 84+000m a
86+700m e entre os kms. 95+600m e 96+600m e grandes cortes, como os verificados entre
os kms. 88+500m a 89+250m e entre os kms. 90+600m e 91+300m, os quais requerem
atenção.
Não obstante, entre os kms. 364 e 408, ocorrem manchas esparsas de depósitos arenosos
quaternários, bem como arenitos argilosos variegados do Grupo Barreiras entre os kms. 405
e 415 e entre os kms. 517 e 519, ocorrências estas que demandam atenção quando da
execução das obras de terraplenagem, principalmente cortes. No domínio de ocorrência do
Grupo Barreiras, destacam-se os seguintes cortes: km 403+00m a 405+750m, km 408+50m a
409+300m, km 409+800m a 410+650m, 410+850m a 411+200m e 412+500m a 413+00m.
Entre os kms. 517+00m e 519+00m não são previstos cortes, somente um aterro com altura
por volta de 5,0m.
No domínio da Planície Costeira, entre os kms 519 e 525, têm lugar dunas de grande altura,
ora estabilizadas, que podem ser mobilizadas por efeito de intervenções das obras de
construção da ferrovia. Neste domínio são previstos principalmente aterros de pequena altura
(1,0 a 5,0m), como entre os kms. 519+00m e 521+750m e entre os kms. 522+500m e
523+500m. Os cortes previstos, também de pequena altura, ocorrem entre os kms.
521+250m e 522+500m e entre os kms. 522+500m e 525+00m.
ARCADIS Tetraplan 77
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Medidas Corretivas:
Como medida emergencial, para se evitar que os materiais inconsolidados sejam removidos
e transportados para os cursos d'água, os locais afetados devem ser isolados através de
estruturas de retenção de sólidos com características francamente drenantes, ou que
permitam o seu transbordamento, funcionando como bacias de decantação de sólidos ou de
sedimentação.
A seguir, são apresentadas as demais obras (juntamente com as obras das medidas
preventivas) que se constituem nas principais medidas corretivas para as diversas
intervenções civis da Obra:
ARCADIS Tetraplan 78
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Nestas obras de proteção podem ser utilizados materiais como mantas têxteis, sacos de solo
cimento, gabiões caixa e lençol, brita e blocos de rocha, etc. Há ainda os drenos cegos,
drenos com brita, drenos de material impermeável selante à brita, drenos de bambu etc.
ARCADIS Tetraplan 80
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ARCADIS Tetraplan 81
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ARCADIS Tetraplan 82
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2.6.1. Justificativa
O empreendimento irá realizar alterações em vias públicas decorrentes de sua
utilização para transporte de pessoal, materiais e equipamentos, bem como pela
alteração de configuração de vias públicas relacionadas à implantação de passagens
em nível e em desnível para travessia da linha ferroviária. Este subprograma se
justifica na medida em que tais alterações envolvem a atuação conjunta de diferentes
agentes, em particular dos órgãos públicos que exercem jurisdição sobre as vias a
serem afetadas, bem como usuários das vias em geral.
2.6.2. Objetivos
Objetivo Geral
Este subprograma tem por objetivo geral evitar ou atenuar eventuais interferências das
alterações de infra-estrutura e de operação do sistema viário decorrentes do
empreendimento. Entre as principais interferências que podem ser causadas têm-se:
danos a vias existentes, redução de segurança do tráfego e de atividades exercidas
junto às vias, e redução da fluidez do tráfego das vias.
Objetivos Específicos
ARCADIS Tetraplan 83
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ARCADIS Tetraplan 84
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1 57+700 BR 230
2 73+900 CE 153
3 79+940 CE 284
4 105+520 CE 282 / BR 404
5 127+770 BR 375 / CE 122
6 130+520 CE 060
7 232+850 BR 226
8 312+210 CE 226
9 330+950 BR 122 / CE 359
10 421+370 CE 354
11 430+190 CE 060 Esconso/ext.
ARCADIS Tetraplan 85
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12 448+800 CE 065
13 460+140 CE 455
14 478+770 BR 020
15 500+670 BR 222 Existente
ARCADIS Tetraplan 86
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ARCADIS Tetraplan 87
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ARCADIS Tetraplan 88
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2.7.1. Justiticativa
A implantação da ferrovia Transnordestina no trecho entre o município de Missão
Velha/CE e o Porto Pecém, no estado do Ceará, irá gerar cerca de 7.600 postos de
trabalho diretamente envolvidos nas obras.
2.7.2. Objetivos
− Ampliar a oferta de postos de trabalho formais no mercado de trabalho local e
potencializar a dinamização das economias municipais com a priorização dada
à contratação de pessoal local;
− Implementar um conjunto de ações destinadas a capacitar a mão-de-obra
vinculada às obras da Nova Transnordestina e assim contribuir com
capacitação e formação da mão de obra local;
− Possibilitar aos trabalhadores maior preparo técnico para execução das
atividades relacionadas à construção civil;
− Incentivar que os trabalhadores adotem condutas seguras para prevenir a
ocorrência de acidentes, por meio da disseminação dos procedimentos de
segurança a todos os envolvidos.
ARCADIS Tetraplan 89
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A) Ações Principais
− Planejamento de programas de capacitação, considerando as necessidades da
empresa construtora e a avaliação do nível de formação atual da mão de obra
disponível nos municípios que serão interceptados pela ferrovia.
− Seleção e contratação de serviços de capacitação, uma vez definidas as
necessidades de capacitação e formatados as atividades a serem
implementadas, identificando-se as instituições, entidades, empresas,
programas oficiais do setor público ou profissionais mais indicados.
− Estabelecimento de parcerias com instituições locais de ensino, para o
desenvolvimento ou realização dos cursos e treinamentos.
− Avaliação e monitoramento dos resultados do programa.
A avaliação da formação atual da mão de obra disponível nos municípios da AID, face
às necessidades do empreendimento é um primeiro passo que oferecerá subsídios ao
planejamento da capacitação a ser oferecida.
ARCADIS Tetraplan 90
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Antevê-se que poderá ser estabelecida parceira com a SINE-CE - Sistema Nacional
de Emprego, programa do Ministério do Trabalho, criado pelo Decreto Estadual nº
12.368/1977, que atendam às seguintes demandas:
ARCADIS Tetraplan 91
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ARCADIS Tetraplan 92
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Ampliar a oferta de postos de Priorizar a contratação de mão Contratar a maior parte da mão
trabalho formais no mercado de de obra local de obra nos municípios da AID
trabalho local e potencializar a
dinamização das economias
municipais com a priorização
dada à contratação de pessoal
local
ARCADIS Tetraplan 93
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1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ...
Planejamento de
programas de
capacitação
Seleção e
contratação de
serviços de
capacitação
Estabelecimento de
parcerias com
instituições locais de
ensino
Capacitação de
trabalhadores
Monitoramento
ARCADIS Tetraplan 94
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ARCADIS Tetraplan 95
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2.8.1. Justificativa
As obras de implantação de empreendimentos lineares ocorrem, em geral, em muitas frentes
de serviços simultâneas. Assim, a partir do início dos serviços preliminares até a conclusão
da terraplenagem e revegetação de taludes, os solos (naturais ou provenientes de aterros)
permanecem temporariamente expostos e potencialmente sujeitos aos processos erosivos.
2.8.2. Objetivos
Conforme informações constantes no EIA (2008, op.citado), a maior parte das drenagens a
serem atravessadas pelo eixo da Ferrovia Transnordestina no trecho Missão Velha (CE) –
Porto de Pecém (CE) já sinaliza alterações ecológicas e sanitárias que poderão
eventualmente ser potencializadas com a implantação do futuro empreendimento.
− Monitorar a qualidade das águas das principais drenagens a serem cruzadas pela
TRANSNORDESTINA no trecho Missão Velha (CE) – Porto de Pecém (CE) a partir de
análises físicas, químicas e biológicas.
ARCADIS Tetraplan 96
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ARCADIS Tetraplan 98
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O Trecho 3 da CFN, a qual irá atravessar praticamente todo o Estado de Ceará, na direção
aproximada sul-norte, cruzará cerca de 100 km na bacia hidrográfica do rio Salgado, partindo
próximo da sede do município de Missão Velha. Os municípios inseridos na bacia e
atravessados pelo traçado da ferrovia são: Cedro, Lavras de Mangabeira, Aurora e Missão
Velha.
O primeiro curso d’ água atravessado será o rio Salgado, um dos principais tributários do rio
Jaguaribe, próximo ao km 5 da ferrovia. Seguindo o trecho verifica-se que a ferrovia
interceptará, entre os km 15 e 45, o riacho Batateira e riacho Goiabeira, ambos tributários da
margem esquerda do rio Salgado.
Ainda na bacia do rio Salgado, outros cursos d’água intermitentes serão afetados pelo
empreendimento, tais como o riacho do Meio (próximo ao km 60) e riacho do Machado
(próximo ao km 70), ambos localizados no município de Lavras de Mangabeira e contribuintes
da margem esquerda do rio Salgado.
Além dos cursos d’água atravessados pela ferrovia, existem também os pequenos açudes,
que podem ser diretamente afetados ou estarem inseridos na faixa de 2,5 km da AID, como é
o caso do açude localizado próximo ao km 85 no município de Cedro.
- Inspeção a Campo
Sete pontos devem integrar a rede de monitoramento, pois serão diretamente influenciados
pela implantação da ferrovia. Esses locais estão destacados em vermelhos no Anexo III e
resumidos no Quadro 2.3-1.
A bacia hidrográfica do Alto Jaguaribe localiza-se a montante do açude Orós e drena uma
área de 24.636 km². O rio Jaguaribe, nesta região, possui uma extensão aproximada de 325
km, e têm declividades que variam de 0,03% a 2,50%, sendo a declividade média de 0,06%.
ARCADIS Tetraplan 99
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O trecho do rio Jaguaribe situado nesta bacia apresenta suas margens em situação razoável
de conservação, sendo sua área mais crítica localizada entre a cidade de Jucás e o açude
Orós, onde não existe mata ciliar, ocorrendo predomínio de áreas agrícolas e antropizadas
nas margens.
O açude Orós terá um dos braços de seu reservatório inserido na faixa de delimitação da AID
próximo ao km 110 da ferrovia. Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos –
PLANERH, o açude Orós é o segundo maior açude do Estado do Ceará, ficando atrás,
apenas, do açude Castanhão. Este açude beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza -
RMF através da transposição de águas entre as bacias, desde 1994.
- Inspeção a Campo
O rio Banabuiú, com extensão de 314 km e área de drenagem de 19.316 km², é o principal
tributário do rio Jaguaribe. Desenvolve-se no sentido oeste-leste, tendo sua foz localizada
próximo à sede municipal de Limoeiro do Norte. Seu alto curso é encachoeirado, onde são
Apesar do forte controle de suas águas pelo alto nível de açudagem, o rio Banabuiú lança
seus excedentes de escoamento sobre o Baixo Vale do Jaguaribe, esporadicamente,
contribuindo para a inundação de sua planície aluvial.
Dentre os cursos d’água atravessados nesta bacia, inicialmente entre os km 180 e km 210,
três drenagens serão diretamente afetadas pela implantação da ferrovia, sendo estas
afluentes da margem direita do rio Banabuiú, ambas situadas no município de Piquet
Carneiro. Verificou-se também, próximo à sede do município (km 205), a existência de um
açude que será atravessado pelo traçado e encontra-se inserido na delimitação da AID.
Na sequência, próximo ao km 230 o traçado da ferrovia cruzará mais duas drenagens, sendo
estas afluentes da margem direita do rio Banabuiú. Verifica-se também que a linha férrea
passará próximo ao açude formado pela barragem de um destes afluentes mencionados
acima. Logo nas proximidades do km 235, o eixo da ferrovia cruzará o leito do rio Banabuiú,
próximo à sede municipal de Senador Pompeu. Estes cursos d’água abastecerão o açude
Banabuiú, pertencente aos municípios de Quixeramobim e Banabuiú. Nos próximos 25 km
serão atravessadas 7 drenagens, sendo todas afluentes pela margem esquerda do rio
Banabuiú.
O eixo ferroviário continuará a atravessar a bacia do rio Banabuiú, até o km 350, sendo que
dois afluentes pela margem esquerda do riacho Caconde serão cruzados entre o km 260 e
km 280. Entre o km 270 e o km 290, o traçado atravessará 5 drenagens, sendo uma delas a
do rio Quixeramobim e as demais constituintes da margem esquerda e direita do mesmo. O
rio Quixeramobim contribui com a reservação da água do açude Banabuiú.
O açude Banabuiú barra o rio Banabuiú, pertencente ao sistema do rio Jaguaribe, tendo
como finalidades: irrigação das terras do Baixo Jaguaribe, controle das cheias do rio
Banabuiú; piscicultura e aproveitamento das áreas de montante.
Seguindo em direção norte do Estado, entre os quilômetros 290 e 315, outras quatro
drenagens serão atravessadas pela ferrovia, sendo estas, afluentes do açude Pedras
Brancas. O açude está inserido na delimitação da AID e atua como manancial de
abastecimento para o município de Quixadá, além de subsidiar as atividades de irrigação das
terras a montante e a piscicultura.
Ao longo do trajeto na bacia do rio Banabuiú, os últimos cursos d’água atravessados pela
ferrovia serão: riacho do Sitiá, próximo ao km 330, e riacho do Camará, próximo ao km 340,
ambos situados no município de Quixadá. O riacho do Sitiá é o corpo d’água responsável
pela reservação das águas do açude Pedras Brancas. É através do seu barramento que se
constitui o açude.
Tais reservatórios, além de vários outros, são responsáveis pelo abastecimento da população
residente na bacia do rio Jaguaribe como também pelas atividades de agricultura irrigada,
que se desenvolvem ao longo do vale.
- Inspeção a Campo
Desses pontos, cinco drenagens deverão integrar a rede de monitoramento, pois serão
diretamente influenciadas pela implantação da ferrovia. Esses locais estão destacados em
vermelho no Anexo III e resumidos no Quadro 2.3-1.
A região hidrográfica Metropolitana abrange uma área de 15.085 km², com larga influência da
faixa litorânea e das zonas altas das Serras de Guaramiranga e Baturité, englobando total ou
parcialmente o território de 41 municípios, com destaque para a Região Metropolitana de
Fortaleza, a qual abriga cerca de 40% da população estadual.
Nesta bacia, a ferrovia percorrerá um trecho de, aproximadamente, 175 km, a maior extensão
dentre as bacias interceptadas, desde o km 350 até o final do trecho 3. Os municípios
inseridos na bacia e atravessados pelo traçado da ferrovia são: Caucaia, Maranguape,
Guaiúba, Redenção, Acarapé, Barreira, Aracoiaba, Baturité, Capistrano, Itapiúna e Choró.
O rio Cangati, localizado no município de Choró e próximo ao km 370 da ferrovia, terá seu
leito atravessado pelo traçado, bem como o riacho da Palmatória (km 380), contribuinte da
margem esquerda do rio Choró. Entre o km 390 e km 420, sete drenagens serão
interceptadas pela ferrovia, dentre estas merecem destaque o riacho do Padre, afluente pela
margem esquerda do rio Choró.
Um dos afluentes pela margem esquerda do rio Choró será cruzado diversas vezes pela linha
férrea entre o km 420 e 435. Ressalta-se que o rio Choró barrado é o principal curso d’ água
responsável pela reservação de água do açude Pacajus, tendo este, participação no
abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.
Sete corpos d’água serão afetados diretamente pelo empreendimento entre os km 430 e km
465 do traçado da ferrovia. Esses corpos hídricos contribuem com a reservação da água do
açude Pacoti Riachão, responsável por grande parte do abastecimento de água da Região
Metropolitana de Fortaleza.
A última drenagem diretamente afetada será atravessada pela ferrovia duas vezes e localiza-
se entre os km 495 e km 510. Esta drenagem formará o Lagamar Gereraú, localizado no
município de Caucaia, próximo ao litoral.
- Inspeção a Campo
Desses pontos, dez drenagens deverão integrar a rede de monitoramento, os quais estão
destacadas em vermelho no Anexo III e resumidos no Quadro 2.3-1. Esses locais serão
diretamente influenciados pela implantação da ferrovia.
No total, a rede de amostragem contará com 39 pontos distribuídos entre as diferentes UP’s,
conforme Quadro 2.3-1 e o Mapa 2.3-1.
Importante ressaltar que esses pontos amostrais servem como referência para avaliação do
corpo d’água antes da implantação do empreendimento, sendo que as coordenadas
geográficas dos pontos de monitoramento se referem ao ponto exato de interceptação da
ferrovia nos respectivos corpos d’água. Durante as obras, o monitoramento deverá abranger,
em cada local proposto um ponto a montante e um ponto a jusante das obras, totalizando
assim 78 pontos. Na fase operacional do empreendimento, essa malha amostral poderá
sofrer ajustes, desde que devidamente justificados.
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Um dos principais
cursos d’água
Salgado Riacho dos
1 km 0-10 Missão Velha 491210 9206945 atravessados nessa
Salgados
UP / Trecho inicial
das obras
Um dos principais
cursos d’água
Riacho dos atravessados nessa
2 km 10-20 Ingazeira 495593 9211476
Salgados UP / Trecho inicial
das obras / Área de
recreação
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Riacho do
Localizado em área
Frade
4 km 40-50 Aurora 502500 9232097 preservada; afluente
(afluente do
do rio Salgado
rio Salgado)
Açude Afonso,
afluente do Açude utilizado para
6 km 70-80 Cedro 495821 9262548
riacho São múltiplos usos
Miguel
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Riacho do
Mosquito, Riacho contribuinte do
8 km 110-120 Iguatu 485950 9285839
formador do açude Orós
açude Orós
Jaguaribe
Rio relativamente
Rio Truçu preservado;
10 km 130-140 Iguatu 468623 9301588
(monitorado) monitorado pelo órgão
ambiental a montante
Drenagem localizada
na área do
Banabuiú Senador Riacho do
12 km 220-230 452633 9364297 Assentamento do
Pompeu Meio
riacho do Meio. Área
de proteção.
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Usos múltiplos;
Senador localizado próximo a
13 km 230-240 Rio Banabuiu 453494 9371198
Pompeu BR; perene; grande
porte
Riacho Sem
Riacho localizado
Denominação,
14 km 260-270 Quixeramobim 460262 9397187 próximo à açude; fácil
a jusante do
acesso
açude
Rio
Múltiplos usos;
15 km 280-290 Quixeramobim Quixeramobim 465586 9408914
perene; grande porte
(monitorado)
Múltiplos usos; no
local foi implantado
um programa de
Metropolitana reflorestamento da
16 km 330-340 Quixadá Rio Sitiá 481517 9431091
micro-bacia do rio Sitiá
- Projeto Água e
Cidadania no Semi-
Árido
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Localizado próximo ao
Rio Castro, a açude Castro
jusante do (monitorado pelo
18 km 380-390 Itapiúna 501734 9461659
açude Castro órgão ambiental);
(monitorado) grande porte; múltiplos
usos
Açude do
19 km 380-390 Capistrano riacho do 503984 9473890 Usos múltiplos
Tronco
Riacho
Localizado próximo ao
Aracoiaba, a
açude da Volta;
20 km 400-410 Aracoiaba montante do 507676 9488977
próximo a ferrovia
açude da
existente
Volta
Coordenadas UTM
(Fuso 24)
Unidade de
Ponto de Trecho da
Planejamento Município Curso d'água Justificativa
Monitoramento CFN (km)
- UP
Leste Norte
Riacho Sem
Denominação, Localizado a montante
23 km 460-470 Maranguape 533331 9523452
a montante de de vários açudes
açudes
Grande porte;
25 km 500-510 Caucaia Rio Cauhipe 526454 9549692 localizado em área
preservada
Açude, a
Usos múltiplos;
montante do
localizado a montante
26 km 510-520 Caucaia sistema 524602 9568751
do sistema lagamar
lagunar
Gereraú
Gereraú
Folha 1 frente
Folha 1 verso
Folha 2 frente
Folha 2 verso
Folha 3 frente
Folha 3 verso
- Parâmetros Analisados
a- parâmetros analisados: temperatura, cor, pH, OD, DQO, DBO, turbidez, Sólidos
Dissolvidos Totais, Fósforo total, Nitrato, Nitrito, Amônia, óleos e graxas, coliformes
termotolerantes, clorofila-a e estudos de sedimentometria.
Clorofila-a 30 µg/L
Coliformes Termotolerante (fecais) 1000 NMP/100 ml -
Condutividade* - µS/cm -
Cor verdadeira Até 75 mg Pt/l -
Demanda Bioquímica de Oxigênio –
5 mg/L O2
DBO
Demanda Química de Oxigênio – DQO - mg/L O2
Ferro Dissolvido 0,3 mg/L Fé
Fósforo Total 0,1 mg/L P
Índice de Fenóis 0,003 mg/L em C6H5OH
Manganês Total 0,1 mg/L Mn
* 3,7 para pH < 7,5
* 2,0 para 7,5 < pH < 8,0
Nitrogênio Amoniacal Total * 1,0 para 8,0 < pH < 8,5 mg/L N
* 0,5 para pH > 8,5
mg/L, em N
Nitrogênio Kjeldahl Total
- mg/L N
Nitrato 10 mg/L N
Nitrito 1 mg/L N
Óleos e Graxas Virtualmente ausentes mg/L
Oxigênio Dissolvido- OD* ≥5,0 mg/L O2
pH* 6,0 – 9,0 UpH -
Salinidade* mg/L
Sólidos Dissolvidos Totais 500 mg/L -
Sólidos Suspensos Totais - mg/L -
Temperatura da água* - ºC -
Transparência* - M -
Turbidez 100 FTU -
*Variáveis a serem determinadas em campo
Condutividade R
Cor verdadeira R
pH em campo -
Salinidade em campo -
Turbidez R
R: Refrigeração a 4°C.
1
APHA et al. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 21ª ed., APHA,
2005.
(iii) Limnologia
Fitoplâncton
Perifíton
Zooplâncton
Macroinvertebrados Bentônicos
3. Análises de Laboratório
Cor mgPt/L 1. SM 56
Salinidade ‰ 1 SM
SM - Standard Methods
(ii) Limnologia
Fitoplâncton
Zooplâncton
Macroinvertebrados Bentônicos
refrigeração. Importante prever logística para envio ao laboratório de amostras que requerem
um tempo máximo de 24 horas para o início das análises (coliformes termotolerantes).
Nas campanhas de limnologia, os equipamentos/materiais incluem: rede de fitoplâncton (20
µm), rede de zooplâncton (68 µm)
e) Conclusões e Recomendações
f) Referências Bibliográficas
g) Equipe Técnica
Em todos os relatórios técnicos, caso sejam observadas alterações significativas nos corpos
d’água em estudo, deverão ser indicadas medidas preventivas e corretivas, visando à
preservação do ecossistema aquático monitorado.
2.9.1. Justificativa
Devido ao transporte de cargas em vagões abertos, passíveis de emissões de particulado,
considera-se necessária a realização de medições das emissões atmosféricas para avaliação
das alterações, principalmente em áreas urbanas.
Com relação à emissão de material particulado lançado dos vagões transportando granéis, a
situação depende diretamente do tipo e estado da carga transportada, forma de
acondicionamento, vagão utilizado, além de condições climáticas. Trata-se, portanto, de
impacto de difícil estimativa quantitativa teórica.
Portanto, será necessário realizar levantamentos primários para avaliar com precisão sua
relevância e magnitude. Assim, deverá ser implantada ação de verificação dentro de um
Programa de Medição das Emissões de Material Particulado. Este programa prevê
campanhas de monitoramento em locais nos limites da faixa de domínio da ferrovia, com
amostragem de material particulado.
2.9.2. Objetivos
Verificar a relevância das emissões de particulados provenientes de produtos transportados
em vagões abertos, devendo ser medidas as Partículas Totais em Suspensão – PTS e
Partículas Inaláveis - PI.
Esta campanha de medição deverá ser realizada duas vezes em cada ponto, englobando
períodos de seca e chuva.
O material particulado coletado deverá ser submetido à análise química, para identificação da
sua composição e dos tipos de carga de origem. Considerando as cargas previstas a serem
2.10.1. Justificativa
A passagem de composições, além da operação de pátios de manobra e cruzamento, gera
ruído de forma cíclica, podendo constituir significativa fonte de impacto em receptores
localizados próximos à linha férrea.
O programa prevê medições dos níveis de ruído e verificação da relevância dos impactos
relacionados propriamente à passagem das composições, paradas e partidas em pátios de
cruzamento e manobras em pátios de formação de composições.
2.10.2. Objetivos
Avaliar o nível de ruído nos povoados situados próximos à ferrovia, onde existam bairros
moradias e edificações próximas da linha férrea, determinando os pontos mais críticos e os
níveis de ruído correspondentes, avaliando-se então a relevância do impacto ambiental
nestes receptores.
Em cada localidade com receptores de interesse, deverá ser avaliado um ponto, considerado
o mais crítico em relação ao ruído ferroviário, em função do seu posicionamento relativo à
linha, o qual será representativo de toda a sua localidade e, eventualmente, outras em
condições similares.
Os pontos de medição deverão ser localizados sempre junto a pontos receptores sensíveis:
residências, escolas, hospitais, etc. Na inexistência de receptores sensíveis em alguma área,
o monitoramento pode ser cancelado na região ou transferido para a área residencial mais
próxima, caso ainda sob influência acústica da ferrovia.
Considerando a ocupação atual da área do traçado definido para a ferrovia, deve ser
verificada a existência de receptores críticos a menos de 1 km da ferrovia, nos seguintes
locais, selecionando-se no mínimo um ponto de medição, mais crítico e representativo, em
cada localidade:
1. km 36,5 – Aurora
2. km 48 – Iborepi
7. km 168 – Acopiara
Além destes, outros dois ou três pontos serão selecionados como representativos das
propriedades rurais vizinhas à ferrovia, junto a sedes de fazendas, em locais convenientes,
desde que localizados a uma distância de até 300 m da ferrovia.
Para as medições de ruído deve ser utilizado medidor de nível sonoro de tipo I, com análise
estatística de dados e integrador, e com respectivo certificado de calibração em laboratório
credenciado pelo INMETRO.
Deverá ser anotado o instante exato de passagem dos trens (considerando como tal o
momento em que o ruído deste se torna audível, até que seja novamente inaudível, após a
passagem da composição), sendo levantados assim os 3 parâmetros de medição: ruído
ambiente (sem passagem de trem) diurno; ruído ambiente noturno; e ruído de passagem de
composição. Com estes dados, em função do fluxo ferroviário no trecho e tempo médio de
passagem de cada composição, pode-se calcular o nível equivalente Leq para o período
diurno e noturno.
Avaliar eventuais Avaliar de nível de ruído ambiente Determinar e quantificar o efeito do ruído
interferências do e de passagem de composições de passagem nas composições nos
empreendimento sobre o em locais representativos das pontos receptores, verificando a
nível de ruído nos pontos áreas com ocupação residencial e eventual necessidade de implantação de
receptores. outros receptores sensíveis na medidas mitigadoras.
área de influência.
Caso os resultados indiquem níveis acima dos recomendáveis, deverão ser adotadas
medidas de controle e, então, realizada nova campanha de medição.
No caso de níveis de ruído adequados, somente quando o fluxo de trens atingir o nível de
potencial impacto sonoro – calculado conforme metodologia descrita, com base nas
medições – é que deverá ser repetida a campanha de monitoramento.
A análise dos dados deverá ser feita calculando-se o nível equivalente (Leq) diurno e noturno,
com base nos níveis de ruído ambiente e de passagem dos trens em cada ponto, ponderado
conforme o fluxo de composições naquele trecho.
Nos trechos onde o Leq, considerando-se o fluxo de trens existente na ocasião, estiver em
níveis adequados, deverá ser calculado o máximo fluxo ferroviário que manterá o
atendimento aos níveis sonoros recomendáveis à área. Este dado permitirá a dispensa de
novas campanhas de monitoramento, bem como a preocupação com o controle acústico,
enquanto estes volumes de fluxo de trens não forem atingidos.
Para a análise dos resultados pode ser considerado o critério exposto na NBR 10.151,
revisão de 1987 (item 3.4.2): “Diferenças de 5 dB(A) são insignificantes; queixas devem ser
certamente esperadas se a diferença ultrapassar 10 dB(A).”
2.11.1. Justificativa
O desenvolvimento de focos de erosão/instabilidades pode representar risco à operação e/ou
potencial de causar impactos, como o assoreamento de drenagens e cursos d’água.
Este programa deverá ser detalhado a partir da finalização das obras, utilizando-se como
subsídios os pontos identificados como críticos no Programa de Controle e Monitoramento de
Processos Erosivos da fase de obras. Tais informações deverão subsidiar o planejamento
das ações de inspeção, atividade fundamental deste programa. Os demais itens previstos
para o programa, como o estabelecimento de metas e medidas de acompanhamento serão
incorporados ao programa detalhado.
2.11.2. Objetivos
Assegurar o controle no desenvolvimento de processos erosivos e a realização de obras
emergenciais e de manutenção na fase de operação do empreendimento.
2.11.7. Cronograma
As ações de inspeção e verificação são permanentes.
2.12.1. Justificativa
Para a implantação da ferrovia, faz-se necessária a intervenção na faixa de domínio e em
áreas para apoio às obras (acampamentos, áreas industriais, áreas de extração de materiais
de construção), o que deverá promover alterações significativas no uso original das terras
pela cumulatividade e pelo sinergismo dos seguintes fatores impactantes: (a) Execução da
limpeza do terreno (com eliminação da vegetação porventura existente e do nível de solo
orgânico e fértil); (b) Cortes e aterros, implicando na modificação do sistema de drenagem
natural (superficial e/ou subterrânea).
Desta forma, o PRAD tem por finalidade a recuperação ambiental das áreas de intervenção,
devolvendo às mesmas sua a função ambiental e reintegrando-as à paisagem regional. Para
tanto, prevê ações de revegetação ou reflorestamento em áreas degradadas ou que sofreram
intervenção significativa; e a proteção dos taludes, contra a instalação de processos erosivos
que podem colocar em risco as estruturas da ferrovia.
A cobertura vegetal tem papel importante na estabilidade do solo, pois amortece o impacto da
chuva e contém a energia (dissipa parcialmente a energia) do escoamento superficial ("run-
off"). Em conseqüência, aumenta o tempo disponível para absorção da água pelos solos e
subsolos, ao mesmo tempo em que minimiza a instalação de processos erosivos e as
instabilidades dos maciços de terra daí decorrentes. A revegetação das áreas sujeitas aos
fenômenos antes descritos, logo ao encerrar o uso provisório, evitará o surgimento ou, ao
menos, minimizará as conseqüências dos processos de degradação.
13.09.95 e no Decreto Estadual n°24.221, de 12.09.96, bem como, pelo Decreto Federal n°
2.661, de 08.07.98.
Áreas Alvo
As áreas que serão reabilitadas ambientalmente são: (a) os taludes de corte e aterro; (b) as
faixas compreendidas entre o off set e a cerca da faixa de domínio que não tiver nenhuma
estrutura definitiva da ferrovia; (c) as áreas de apoio às obras da Ferrovia Transnordestina,
tais como os canteiros de obra; (d) jazidas e caixas de empréstimo, para a obtenção de
materiais de construção; e (d) os bota-foras que deverão ter suas condições originais
alteradas na fase de obras da ferrovia.
São designadas como áreas de bota-fora as áreas utilizadas para a deposição de material
inservível, considerado inerte, proveniente de cortes de terraplenagem, de solos moles em
fundação de aterros, de entulhos resultantes de demolição de construções e de obras de arte
especiais.
As áreas de APP atravessadas pela ferrovia poderão também ser recompostas a título de
compensação ambiental nas proximidades das áreas atingidas e dentro da faixa de domínio.
D) Atividades de Revegetação;
F) Produção de Mudas;
H) Atividades de Enriquecimento.
Para reduzir impactos e facilitar a reabilitação das áreas a serem utilizadas durante a
construção da Transnordestina, algumas medidas se fazem necessárias na fase de
implantação e desativação, com recomendações detalhadas a seguir.
Nesta etapa todos os vestígios da obra, tais como restos de material da construção
(ferragens, fios, parafusos, madeiras, tapumes, isolantes, estacas, etc.) entulhos, restos de
estruturas provisórias, embalagens, ferramentas e equipamentos, material excedente ou
inútil, pisos das instalações etc. deverão ser removidos.
Os resíduos e entulhos deverão ser transportados até o local devidamente licenciado para
sua disposição final; as ferragens, fios, equipamentos e demais materiais passíveis de
reutilização deverão ser encaminhados para locais de reciclagem.
Após a sua utilização, a área de empréstimo deverá receber tratamento, por meio de
reafeiçoamento do terreno, o que implica atenuação dos taludes e reordenação das linhas de
drenagem, harmonizando a área com o relevo circundante e evitando o desenvolvimento de
focos erosivos.
O avanço longitudinal das obras ao longo da ferrovia deverá coincidir, em todas as etapas,
com o avanço longitudinal dos serviços de recuperação de áreas degradadas, de forma que,
para cada segmento, a conclusão das obras corresponda, igualmente, à conclusão dos
serviços de recuperação de áreas degradadas identificados.
O monitoramento das áreas que comporão a faixa de domínio deverá se estender durante a
fase de operação, quando a manutenção das condições de operação dos sistemas de
drenagem, estabilidade de taludes e áreas revegetadas tem caráter permanente, ficando a
cargo do operador do sistema. Neste sentido, a documentação do encerramento do PRAD é
também necessária para finalização das atividades pela Supervisão Ambiental das obras.
Esta operação visa preservar características biológicas do solo, como o banco de sementes,
matéria orgânica, micro e mesofauna, bem como as características físicas e químicas de sua
camada superficial, para posterior aproveitamento na reabilitação de áreas degradadas que
se encontrem sem cobertura vegetal e com baixa capacidade de auto regeneração, ou seja
baixa resiliência.
Este procedimento poderá ser adotado sobretudo ao longo do Bioma Caatinga e em terrenos
mais planos. Em caso de não aproveitamento da pilha no mesmo ano de sua deposição será
feita uma revegetação sobre a mesma.
Não deverão ser realizadas estocagens e/ou os descartes de materiais oriundos da limpeza
considerados inservíveis, estéreis ou pedregosos em áreas de interesse ecológico, ou em
áreas de preservação permanente, bem como também é proibida a supressão da vegetação
com uso do fogo (Resolução CONAMA 020/86 e Decreto 2661/98).
No caso dos depósitos de bota-foras, que serão em forma de bancadas com berma ou em
calotas, conforme a natureza do material, deverão ser instaladas no pé dos taludes canaletas
dimensionadas de acordo com a superfície de drenagem e com as chuvas. As canaletas têm
a finalidade de coletar águas pluviais e de escoamento superficial, de modo a direcioná-las
para um sistema composto por descidas d’água e bacias de sedimentação adequadamente
posicionadas.
J) Reconformação da área
Esta operação tem por objetivo reafeiçoar o terreno, buscando adequar a forma para melhor
inserção da área na paisagem e implantar uma rede de drenagem, se for necessário, para se
evitar erosões e o conseqüente arraste do solo para os cursos d’água, evitando processos de
assoreamento dos mesmos.
Uma vez lançado, esse material será distribuído uniformemente através de tratores de
esteira, motoniveladoras ou manualmente, em camadas de 20 cm de espessura e
incorporados ao solo através de gradagem, quando a área permitir. Atenção especial deverá
ser dada a esse procedimento, uma vez que a utilização de camadas muito espessas pode
soterrar os propágulos em profundidades inadequadas à sua germinação/estabelecimento.
b) Amostragem de Solo
c) Correção do Solo
Este processo visa enriquecer o solo com nutrientes de longo e múltiplo efeito. A correção do
solo, descrita a seguir, tem como finalidade o preparo do mesmo para a revegetação em
áreas do Bioma Caatinga, onde será utilizado calcário dolomítico e corretivo fosfatado de
média solubilidade e efeito prolongado, de acordo com o resultado da análise do solo. Estes
insumos ao mesmo tempo corrigem o pH do solo e estabelecem um ambiente propício para
Tendo em vista que os taludes de cortes e aterros normalmente são compostos pelas
camadas inferiores dos solos, sempre de baixa fertilidade, são indicadas soluções que, em
curto prazo, venham a compor uma cobertura vegetal eficiente e duradoura.
Em taludes com maior potencial para instabilidades, deverão ser utilizadas espécies com
sistemas radiculares profundos. A hidrossemeadura tem as vantagens da rapidez e da
facilidade de execução, notadamente em taludes muito inclinados e/ou altos, permitindo uma
composição de espécies diferenciadas de gramíneas e leguminosas.
A gramagem em placas, com fixação por estacas ou por telas (metálicas ou vegetais),
propicia imediata proteção superficial do solo, desde que seja superada a descontinuidade
física entre o talude e a placa. A grama em placas será obrigatoriamente adquirida em
produtores credenciados, evitando a extração e a exploração de jazidas vegetais a esmo, o
que proporcionaria a degradação de novas áreas para obtenção de matéria prima.
Deverá ser previsto o melhoramento do solo sempre que forem detectadas deficiências na
fertilidade, estabelecendo os critérios para correção da acidez, para a adubação primária, e
para o manejo; sendo obrigatório o acompanhamento sistemático da evolução da cobertura
vegetal desde a implantação até a total consolidação.
D) Atividades de Revegetação:
Para recobrimento inicial das áreas degradadas, localizadas em faixa de domínio e entorno
imediato, bem como em áreas de intervenção, será feita uma cobertura inicial do solo por
espécies de rápido crescimento e, posteriormente, outros plantios definitivos serão aplicados
após esta medida sobre a mesma área. O método de plantio pressupõe a recolocação
anterior do material de decapeamento orgânico (“topsoil”) e correção do solo, quando
indicadas. Também pressupõe outros preparos do solo, que serão descritos em itens
subseqüentes.
A revegetação manual será feita em curvas de nível. Para semeadura, será utilizado um
coquetel de sementes de gramíneas e leguminosas, exclusivamente nativas e,
preferencialmente regionais. Para adubação, serão utilizados adubos do tipo NPK de
formulação 10:20:10 + micronutrientes do tipo FTE BR 12, sob uma dosagem de 30 g e 10 g,
respectivamente, por metro linear de sulco. Esta formulação pode sofrer correção, com base
em amostras de solo colhidas e analisadas antes de cada trecho plantado.
Algumas das espécies sugeridas, para esse tipo de recobrimento, são: Crotalaria T.
(crotalária), Canavalia brasiliensis (feijão-bravo-do-Ceará), Canavalia ensiformies (feijão-de-
porco) e Calopogonium mucunoides (calopogônio). Outra alternativa de vegetação rasteira
que pode ser utilizada é o Capim-agreste (Cyperus diffusus), dependendo das condições
ambientais observadas.
Ressalta-se que ajustes na composição das espécies a serem utilizadas deverão ser
realizados, em função da fitofisionomia e região de ocorrência da mesma, sugerindo-se, a
princípio, orientação de órgãos oficiais como a EMBRAPA Semi Árido, ou mesmo a criação
de convênio com essa instituição para refinamento das atividades aqui propostas.
Para o plantio serão utilizadas covas de 50 X 50 X 50 cm. Estas dimensões são de grande
importância para o bom desenvolvimento radicular das plantas. A adubação na cova
consistirá em se misturar perfeitamente à terra da cova: 150 g de termofosfato ou fosfato
reativo, 100 g de NPK 10:20:10.
Ressalta-se que ajustes na composição das espécies a serem utilizadas deverão ser
realizados, em função da fitofisionomia e região de ocorrência da mesma, sugerindo-se, a
princípio, orientação de órgãos oficiais como a EMBRAPA Semi Árido ou mesmo a criação de
convênio com essa instituição para refinamento das atividades aqui propostas. Também os
levantamentos florístico e fitossociológico, previstos como subsídio às Autorizações de
Supressão de Vegetação (ASVs), serão fonte importante de informação para seleção de
espécies indicadas.
F) Produção de Mudas:
Esta produção é determinante para execução dos projetos de recomposição das áreas
degradadas no cronograma desejável. A produção será feita em viveiros ou em hortos
existentes ou a serem implantados na região, devendo, ainda, ser considerada a necessidade
de encaminhamento do material proveniente do resgate de flora proposto no PCSV, para
aclimatação de plântulas e epífitas, além de produção de mudas a partir das sementes
coletadas.
A obtenção de mudas em viveiros existentes na região da obra deverá ser priorizada, uma
vez verificada a capacidade de atendimento à demanda, bem como a compatibilização das
distâncias destas às áreas a reabilitar e a produção das espécies requeridas.
Associação Caatinga – Rua Cláudio Manuel Dias Leite, 50, Forteleza – Ceará – CEP:
60810-130, fone/fax: (85) 3241-0759 – contato com Cristine Negrão – Gerente de Programas
ou Rodrigo Castro – Secretário Executivo – Viveiros ficam dentro da Reserva Natural Serra
das Almas em Crateús/CE.
Potenciais parceiros: Rede de Sementes da Caatinga. Associação sem fins lucrativos que
visa o fomento do comércio e a melhoria da qualidade das sementes e mudas de espécies
nativas da Caatinga. Essa Rede incentiva e promove: (1) a conservação e recuperação da
Caatinga; (2) a prestação de serviços referentes à conservação, promoção e exploração
sustentada de plantas da Caatinga; (3) estudos e pesquisas referentes às plantas nativas
desse Bioma (4) a divulgação de informações técnicas e científicas; e (5) a execução direta e
indireta de projetos, programas e planos de ação pertinentes.
Contatos:
TTP://www.plantasdonordeste.org/sementeshttp://www.plantasdonordeste.org/sementes
Os plantios manuais da fase inicial serão vistoriados 30 dias após sua aplicação, para
verificação do índice de pegamento. Nos sulcos ou superfícies sem boa “pega” ou
germinação, o plantio será refeito nos mesmos moldes do descrito para o local. Também
serão feitos replantios com mudas. Nesse caso as mudas mortas serão substituídas por
outras da mesma espécie e qualidade.
Após o primeiro ano de plantio, será feita uma adubação de cobertura utilizando 60g de
sulfato de amônio e 15g de cloreto de potássio por muda plantada, com incorporação
superficial.
c) Controle de formigas
d) Irrigação
A integridade das áreas de revegetação e/ou manejo deverá ser ampliada através da adoção
de medidas de manutenção, que envolvam a observação e o controle de: (a) Perturbações
Naturais e/ou Antrópicas, aqui caracterizadas como ocorrência de fogo, pisoteio e/ou retirada
de mudas, e; (b) Processos Erosivos (assoreamento, sulcos, ravinas e voçorocas).
H) Atividades de Enriquecimento:
As áreas alvo de revegetação, quando necessário, deverão ser alvo de atividades de
enriquecimento, que estão voltadas para a ampliação da diversidade biológica, da
capacidade de auto-sustentação e da oferta de recursos para a fauna. O enriquecimento
representa a introdução de espécies dos estádios finais de sucessão que não foram
encontradas entre os indivíduos remanescentes ou germinados do banco de sementes.
As áreas prioritárias para as atividades citadas serão as áreas revegetadas, incluindo APP e
os fragmentos alvo de Monitoramento da Flora (PMFL), caso as amostragens previstas
indiquem a necessidade de reintrodução de espécies locais de estágios sucessionais mais
avançados. Destacando-se que a reintrodução das espécies deverá ser feita no mesmo tipo
de fitofisionomia e na região de origem desse material.
No que se refere à escolha de espécies, na borda dos fragmentos deve-se priorizar espécies
de crescimento vigoroso e que possuam sombra frondosa, capazes de competir com
espécies em desequilíbrio e espécies invasoras (capim, lianas, etc.).
Máquinas e Equipamentos:
− Viveiros de espera – a função do viveiro de espera é apenas o de regular o fluxo de
mudas enviadas para o local de plantio;
O avanço longitudinal das obras ao longo da ferrovia deverá coincidir, em todas as etapas,
com o avanço longitudinal dos serviços de recuperação de áreas degradadas, de forma que,
para cada segmento, a conclusão das obras corresponda, igualmente, à conclusão dos
serviços de recuperação de áreas degradadas identificadas.
Para o monitoramento das áreas onde for efetuado o plantio de espécies nativas (plantio de
revegetação, adensamento e enriquecimento), serão realizadas amostragens semestrais,
durante três anos. Será feita contagem e identificação de todos os indivíduos do plantio, para a
determinação da porcentagem de mortalidade das mudas, sendo também registrado o estado
fitossanitário das mesmas. No caso da morte de indivíduos, deverá ocorrer reposição em
época do ano adequada ao plantio das espécies selecionadas.
2.13.1. Justificativa
A implementação da Transnordestina implicará a supressão da vegetação natural ao longo de
sua faixa de domínio, bem como intervenções em drenagens naturais. O presente
Subprograma está voltado para a mitigação e compensação dos impactos gerados pelas
atividades relacionadas com esse processo, apresentando diretrizes básicas para a adequada
realização dos trabalhos que envolvem coleta de propágulos e espécimes vegetais,
correspondentes a epífitas e indivíduos jovens de espécies endêmicas, ameaçadas e/ou raras.
As diretrizes também se referem à destinação do material, a qual inclui atividades de
enriquecimento e de pesquisa.
Todo o trabalho de resgate da flora será composto por quatro etapas, a saber:
Todas as operações executadas em área de cobertura vegetal nativa serão feitas sob
supervisão de profissional habilitado (biólogo, engenheiro florestal ou agrônomo) da equipe
ambiental, seguindo recomendações do detalhamento das atividades específicas
A definição das espécies a serem priorizadas para o resgate ocorrerá mediante a apresentação
de listagem florística completa, correspondente ao Inventário Florestal da Vegetação a ser
suprimida.
B) Resgate da Flora
As operações de resgate deverão abranger: (a) coleta de frutos e sementes de espécies
significativas da flora (secundárias tardias, clímaces, raras, ameaçadas); (b) coleta de epífitas;
e (c) coleta de plântulas de espécies significativas da flora local, as quais deverão ser
aclimatadas em viveiro para posterior replantio em áreas a serem recuperadas e/ou
enriquecidas, sob o mesmo domínio das formações vegetais originais.
Sempre que possível, a coleta de sementes deverá envolver pelo menos 30 indivíduos em
frutificação, de cada população, objetivando resgatar a maior variabilidade genética possível.
Diversas técnicas serão adotadas para a coleta de sementes de exemplares arbóreos e
arbustivos, variando em função das síndromes de dispersão destas (dispersão por vento, por
gravidade, por animais) e considerando o porte dos indivíduos.
A coleta de plantas vivas e inteiras será utilizada para indivíduos jovens de espécies
endêmicas, ameaçadas de extinção e/ou raras, bem como para as epífitas. Estas deverão ser
coletadas preferencialmente com o seu suporte, ou pelo menos parte dele, de modo a reduzir o
trauma sobre o sistema radicular da planta, melhorando assim as chances de sobrevivência
das mesmas.
Para espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção, para indivíduos não epifíticos,
deverá ocorrer o resgate de plântulas e ou indivíduos jovens.
A execução desta atividade deverá seguir algumas recomendações básicas, a fim de garantir
uma maior porcentagem de pegamento da muda transplantada:
a) Retirada do local de origem: retirada da muda com bastante cuidado, evitando a quebra de
raízes. Isso pode ser feito com o auxílio de uma pá de jardinagem ou faca. Em seguida é
realizado o destorroamento até a planta ficar com a raiz nua.
b) Poda das folhas: devido ao desequilíbrio hídrico da planta causado pelo trauma na retirada
da raiz do solo, é recomendado que se corte 50% de cada folha. Esse valor pode ser alterado
de acordo com o conhecimento das características de cada espécie e estágio de
desenvolvimento do indivíduo. O corte das folhas também é muito útil para acompanhar o
desenvolvimento das mudas no viveiro, ficando fácil a visualização das novas folhas emitidas
pela planta.
c) Transporte para o viveiro: assim que retiradas do solo, as mudas devem ser acondicionadas
em recipientes com água ou com grande umidade, que pode ser obtido através de sacos
plásticos fechados com um pouco de água. As mudas devem ser levadas sem muita demora
ao viveiro, onde serão separadas por espécie e em seguida repicadas em recipientes
definitivos.
Cada lote de coleta será então numerado e, em função de suas características, será
encaminhado para limpeza e depois para armazenagem, propagação, manutenção ou
despacho.
Também nesta fase, deverão ser adotadas as medidas profiláticas visando o combate de
doenças e pragas através da aplicação de fungicidas e inseticidas, principalmente no material a
ser armazenado para plantio posterior.
As sementes limpas e prontas para plantio de cada espécie deverão formar um lote que poderá
ser, então, semeado imediatamente em viveiro para produção de mudas, sendo consideradas
as características de cada espécie, como a necessidade de tratamento para quebra de
dormência.
O mesmo é realizado para raízes muito compridas. Na acomodação da raiz no saquinho deve
ser tomado cuidado para que a raiz não fique dobrada ou forme bolsas de ar entre ela e o
substrato usado.
ser levada para o campo em menos de um mês, mas geralmente leva-se de dois a três meses
para estarem prontas. A rustificação é etapa necessária para aumentar a porcentagem de
pegamento na área de plantio e é realizada apenas com a retirada do sombrite e diminuição
gradativa das regas e adubação nitrogenada.
As epífitas coletadas serão dispostas na posição semelhante à sua condição natural, em local
coberto por sombrite, sobre bancadas recobertas por fibras de coco e regadas. Quando
necessária sua permanência por período superior a 15 dias, serão plantadas em vasos de fibra
de coco.
Todo o material proveniente de resgate deverá ser imediatamente encaminhado para viveiros
credenciados, a serem selecionados posteriormente. Sugere-se, ainda, a busca por convênios
com instituições como a EMBRAPA Semi-Árido, bem como Universidades, para a adequada
condução das diferentes etapas das atividades aqui propostas.
Também é essencial que se proceda à escolha adequada da região para a realização dos
transplantes da família Orchidaceae, evitando-se a vegetação arbórea na borda dos
fragmentos, onde os espécimes ficarão totalmente expostos à luz solar direta, que é
responsável pela lenta adaptação das espécies ao novo ambiente e até mesmo pelo
perecimento de indivíduos pertencentes a espécies mais sensíveis.
A avaliação de trabalhos realizados para reintrodução de epífitas têm indicado que entre as
principais causas do perecimento de espécimes da família Orchidaceae estão: (a) o transplante
de touceiras amplas e pesadas, ocasionando o rompimento do barbante de fixação e a
conseqüente queda do espécime transplantado; (b) a fixação inadequada, mantendo raízes
distantes do caule do novo substrato; e (c) a interferência de fatores externos, como vento,
queda de árvores e invasão de animais de grande porte.
Quanto às Bromeliaceae, cabe ressaltar que, de maneira geral, as espécies do gênero Vriesea
devem ser transplantadas utilizando-se material que resista a exposição às intempéries típicas
de um ambiente florestal por um período superior a dez meses, para que não ocorra a queda
do exemplar.
Pode-se considerar ainda que, de forma geral, o transplante das espécies da família
Bromeliaceae apresenta índices de sobrevivência superiores quando a atividade for executada
com indivíduos jovens, porém, o transplante de indivíduos adultos não pode ser descartado; ao
contrário, tendo em vista que freqüentemente entram em floração nos primeiros meses de
transplante, tornando-se valiosas fontes de propagação através de sementes, fato de grande
importância para a perpetuação das espécies em processo de resgate.
Para as espécies da família Cactaceae, pode-se dizer que é importante que os indivíduos do
gênero Rhipsalis e do gênero Lepismium, recebam uma poda antes do seu transplante. Essa
poda consiste na retirada dos ramos mais compridos que ficam pendentes na planta. Outra
constatação é que os indivíduos jovens e/ou pequenos das espécies epífitas da família
Cactaceae resistem melhor ao transplante e apresentam um índice próximo de 100% de
sobrevivência.
É o caso, por exemplo, dos espécimes de hábito epifítico que constituem grandes touceiras;
estas devem ser subdivididas em pequenos tufos e posteriormente fixadas nas árvores
mantendo suas raízes voltadas para o tronco da árvore, e o exemplar totalmente aderido ao
tronco.
Na família Bromeliaceae, diversas espécies apresentam hábito facultativo, ou seja, tanto como
epífita, como rupícola e eventualmente até como terrícola. Deste modo, o transplante de alguns
exemplares, originalmente epífitos ou rupícolas para substrato terrícola, desde que sejam
garantidas a drenagem do solo e pouca matéria sólida borrifada ou aspergida sobre as folhas,
têm demonstrado bons resultados, indicando ser esta uma saída viável em comparação com a
dificuldade de fixação de algumas espécies a rochas ou árvores. Esta forma de relocação de
espécies deve ser avaliada caso a caso, pois com freqüência são escassas as alternativas de
locais adequados na vegetação de modo que a introdução de Bromeliaceae em hábitos
diferenciados dos seus originais pode ser considerada viável.
Destaca-se, que as etapas descritas se referem a cuidados genéricos, os quais deverão ser
refinados, de acordo com o conhecimento específico de campo e das espécies a serem
coletadas, conforme os resultados obtidos após a execução do Inventário Florestal e dos
levantamentos fitossociológicos previstos.
Veículo do tipo caminhonete com tração integral (4x4). A caçamba da caminhonete deverá
estar coberta por uma capota para proteger o material coletado da incidência de sol direto,
que pode comprometer a sobrevivência do mesmo;
Máquina fotográfica,
Equipamento de escalagem de árvores, tais como: esporão, cinturão, talabarte, corda de
segurança e podão;
Tesoura de poda alta para coleta de sementes de espécies arbóreas;
Aparelho do tipo GPS para determinação dos locais de coleta;
Materiais de uso geral, como lonas, peneiras, facão, luvas, e outros.
- Supervisionar e orientar as
atividades de resgate;
- Promover a adequada triagem
e redestinação do material
coletado.
A avaliação das ações de resgate será obtida mediante o cálculo de índices de germinação e
de sobrevivência dos indivíduos, nas casas de vegetação.
A avaliação deverá ser efetuada em três momentos distintos: logo após a realização dos
transplantes, 06 meses e 12 meses após os mesmos, envolvendo a descrição da parcela, o
levantamento das espécies naturalmente instaladas na área da parcela e das espécies
introduzidas, com a respectiva quantificação dos espécimes.
Com os dados obtidos nas avaliações subseqüentes aos transplantes, serão realizadas: uma
análise comparativa dos resultados obtidos e a determinação do índice de sobrevivência de
cada espécie, estabelecendo-se assim dados sobre a eficiência dos transplantes executados e
subsídios para garantir o sucesso em atividades futuras semelhantes.
2.15.1. Justificativa
O Programa de Recomposição de Áreas de Proteção Permanente (APPs) e de Plantio
Compensatório atua de forma complementar ao Programa de Recuperação de Áreas
Degradadas, e ao Sub-Programa de Resgate de Germoplasma, Epífitas e Espécies
Ameaçadas, visando a mitigação e compensação dos impactos gerados a partir da supressão
de vegetação em APPs.
2.15.3. Metodologia
A recomposição das áreas impactadas seguirá exigências estipuladas pelo órgão ambiental
associadas às diretrizes fornecidas pelo empreendedor, que terá elementos diferenciados,
como o grau de proteção requerido em cada local, potencial cênico a ser valorizado,
características naturais a serem recuperadas, conservadas ou ressaltadas e paisagem local.
Para o planejamento da recuperação, devem ainda ser considerados os usos pré-existentes e
os usos previstos, em acordo com os proprietários.
As ações previstas para recompor ou recuperar de forma eficaz as áreas diretamente alteradas
pelo empreendimento, são listadas a seguir:
D) Amostragem do Solo;
E) Correção do Solo;
H) Plantio e Replantio;
Áreas Alvo
Após esta etapa, todos os vestígios da obra, tais como restos de material da construção
(ferragens, fios, parafusos, madeiras, tapumes, isolantes, estacas, etc.) entulhos, ferramentas e
equipamentos deverão ser removidos.
Os resíduos e entulhos deverão ser transportados até o local devidamente licenciado para sua
disposição final; as ferragens, fios, equipamentos e demais materiais passíveis de reutilização
deverão ser encaminhados para locais de reciclagem.
F) Reconformação da área:
Esta operação tem por objetivo recuperar as margens do curso d’água, de maneira que estas
retornem, o mais próximo possível, às condições naturais. Deve-se buscar reafeiçoar o terreno,
e adequar sua forma para melhor inserção da área na paisagem e, se for necessário, implantar
uma rede de drenagem para se evitar erosões e o conseqüente arraste do solo para os cursos
d’água, evitando processos de assoreamento dos mesmos.
Uma vez lançado, esse material será distribuído uniformemente através de tratores de esteira
ou motoniveladoras ou manualmente, em camadas de 20 cm de espessura e incorporados ao
solo através de gradagem, quando a área permitir. Atenção especial deverá ser dada a esse
procedimento, uma vez que a utilização de camadas muito espessas pode soterrar os
propágulos em profundidades inadequadas à sua germinação/estabelecimento.
H) Amostragem de Solo:
Serão colhidas amostras de solo nas áreas a serem revegetadas, buscando-se posteriormente
a correção e adequação da adubação do solo de forma específica. Dependendo do resultado
das análises, as fórmulas a serem aplicadas durante os plantios poderão ser readequadas.
I) Correção do Solo:
Este processo tem como finalidade o preparo do mesmo para a revegetação em áreas do
Bioma Caatinga, onde será utilizado calcário dolomítico e corretivo fosfatado de média
solubilidade e efeito prolongado, de acordo com o resultado da análise do solo. Estes insumos
ao mesmo tempo corrigem o pH do solo e estabelecem um ambiente propício para um bom
enraizamento inicial da vegetação implantada. A aplicação será manual, a lanço. Todas as
superfícies a revegetar receberão este tratamento genericamente. Esta medida não isenta a
área de adubações posteriores.
A Implantação de plantio total em APPs deverá ser realizada em áreas com baixa capacidade
ou sem potencial de regeneração, onde ocorra ausência de banco de sementes e/ou que se
situem distantes de fragmentos, estando representadas por vegetação pioneira rala, pastagem
e áreas de cultivo.
O plantio será feito em módulos ou grupos de plantio, visando à implantação das espécies dos
estádios finais de sucessão (secundárias tardias e clímax) conjuntamente com espécies dos
estádios iniciais de sucessão (pioneiras e secundárias iniciais), compondo unidades
sucessionais, resultando numa gradual substituição de espécies dos diferentes grupos
ecológicos no tempo, caracterizando o processo de sucessão.
No grupo de diversidade incluem-se todas as demais espécies da região, que podem ou não
possuir as características do grupo de preenchimento, mas sempre diversificado, ou seja,
poucos indivíduos de um grande número de espécies, que é uma característica indispensável
para a restauração da dinâmica florestal. Assim, nesta categoria incluem-se espécies iniciais e
finais da sucessão (Secundárias Iniciais, Secundárias Tardias e/ou Climácicas) que irão
constituir a “floresta madura” e que geralmente tem grande interação com a fauna.
Estes grupos de plantio representam blocos de linhas alternadas, sendo uma linha de
preenchimento e outra de diversidade. As linhas deverão apresentar espaçamento de 3 m
entre linhas e 2 m entre plantas. Em caso de declive, as linhas deverão seguir orientação
perpendicular ao declive, cortando o sentido de escoamento da água.
Para o plantio serão utilizadas covas de 50 X 50 X 50 cm. Estas dimensões são de grande
importância para o bom desenvolvimento radicular das plantas. As mudas deverão possuir
alturas entre 60 e 90 cm no ato do plantio. Para o plantio, as mudas serão retiradas da
embalagem e o substrato de enchimento da cova reposto cuidadosamente em torno da muda,
não permitindo o afogamento do colo na terra ou exposição de raízes a luz. Em torno da muda
recém plantada será feita ligeira compactação com os pés.
Entre as espécies de destaque ocorrentes nas matas ciliares da Caatinga, com potencial de
uso em plantio de APP, estão: o trapiá (Crataeva tapia); o juazeiro (Ziziphus joazeiro); o
Em relação ao número de espécies a ser utilizado nas situações de plantio: (a) devem ser
utilizadas, no mínimo, 20% de espécies zoocóricas nativas da vegetação regional; (b) devem
ser utilizadas, no mínimo, 5% de espécies nativas da vegetação regional, enquadradas em
alguma das categorias de ameaça (vulnerável, em perigo, criticamente em perigo ou
presumivelmente extinta); (c) nos plantios em área total, as espécies escolhidas deverão
contemplar os dois grupos ecológicos: pioneiras (pioneiras e secundárias iniciais) e não
pioneiras (secundárias tardias e climácicas), considerando-se o limite mínimo de 40% para
qualquer dos grupos.
Em relação ao número de indivíduos a ser utilizado nas situações de plantio: (a) O total dos
indivíduos pertencentes a um mesmo grupo ecológico (pioneiro e não pioneiro) não pode
exceder 60% do total dos indivíduos do plantio; (b) Nenhuma espécie pioneira pode ultrapassar
o limite máximo de 20% de indivíduos do total do plantio; (c) Nenhuma espécie não pioneira
pode ultrapassar o limite máximo de 10% de indivíduos do total do plantio; (d) Dez por cento
(10%) das espécies implantadas, no máximo, podem ter menos de doze (12) indivíduos por
projeto.
Ressalta-se que ajustes destas medidas deverão ser realizados, em função da fitofisionomia,
estágio sucessional e região de ocorrência da mesma, sugerindo-se, a princípio, embasamento
a partir dos dados obtidos durante o Inventário Florestal, a ser realizado em toda faixa de
domínio da ferrovia, bem como a busca por orientação de órgãos oficiais ou de projetos que já
executem atividades semelhantes, a exemplo do CEPAN - Centro de Pesquisas Ambientais do
Nordeste; e com a criação de convênios com Instituições de Pesquisa e Universidades, para
refinamento das atividades aqui propostas.
b) Preparo do terreno: Antes de dar início às atividades de plantio deverá ser realizada a
limpeza de todo o terreno, de forma manual, com eliminação de espécies invasoras, a fim de
evitar mato-competição.
e) Plantio: Para a realização do plantio, a retirada das mudas do recipiente deverá ser feita
com cuidado, para que não ocorram danos ao sistema radicular, ocorrendo a colocação sobre
porção de solo preparado e preenchimento da cova com solo moderadamente compactado,
com disposição do excesso de solo em coroa ao redor da muda.
f) Coroamento: Será realizado através da limpeza total da área ao redor da muda (raio mínimo
de 0,6 m).
h) Proteção contra pisoteio: Deverá ocorrer mediante o cercamento das áreas sujeitas à
pisoteio por animais (gado, cavalos...).
j) Replantio: Os plantios manuais da fase inicial serão vistoriados 30 dias após sua aplicação,
para verificação do índice de pegamento. Nos sulcos ou superfícies sem boa “pega” ou
germinação, o plantio será refeito nos mesmos moldes do descrito para o local. Também serão
feitos replantios com mudas. Nesse caso as mudas mortas serão substituídas por outras da
mesma espécie e qualidade.
k) Aplicação posterior de insumos: Após o primeiro ano de plantio, será feita uma adubação
de cobertura utilizando 60g de sulfato de amônio e 15g de cloreto de potássio por muda
plantada, com incorporação superficial.
A condução dessas atividades deverá ser semestral, durante, no mínimo 3 anos, devendo
cessar quando houver maior crescimento dos indivíduos do plantio e conseqüente aumento do
sombreamento, o que reduz a ocorrência de gramíneas.
A duração desses procedimentos deverá ser controlada por técnico responsável da área.
Uniforme - normalmente de manga comprida de algodão para absorver o suor e com cores
que facilitam a visualização do trabalhador no interior da área florestal;
Máquinas e Equipamentos:
2.17.1. Justificativa
O Programa Monitoramento da Flora visa à mitigação e compensação dos impactos gerados
pela implantação da ferrovia, estando voltado para a detecção de possíveis alterações nas
comunidades vegetais existentes nos fragmentos remanescentes, decorrentes de: processos
desencadeados pelo efeito de borda, formação de barreira ecológica, entre outros.
Dada a associação direta entre fauna e flora, o presente Programa pretende, ainda, reunir
informações básicas sobre a estrutura da vegetação nos ambientes de monitoramento da
fauna, antes e durante a fase de implantação do empreendimento, assim como durante
operação do mesmo, para posterior correlação de dados e identificação de possíveis
alterações na dinâmica dessas comunidades.
Para tanto, está prevista a realização de campanhas de campo nos locais selecionados, que
são representativos dos diferentes habitats naturais existentes na região de inserção do
empreendimento, mediante o uso de procedimentos de amostragem da estrutura da
vegetação, além do acompanhamento de possíveis alterações na cobertura vegetal, utilizando-
se imagens satélite, atualizadas anualmente.
Áreas Alvo
As áreas alvo de ações deste Programa são os fragmentos de vegetação interceptados pelo
traçado da ferrovia, identificados pelo Estudo de Impacto Ambiental - (EIA) como pontos
relevantes ao meio biótico, destacadas no quadro abaixo.
Destaca-se, no entanto, que a realização das atividades propostas deverá contar com a
anuência dos proprietários de terras.
Por meio dessas tecnologias, é possível verificar a remoção da cobertura vegetal original de
ecossistemas, além de outras modificações ambientais, com a quantificação de possíveis
distúrbios decorrentes dos desflorestamentos, como a perda de habitat e a fragmentação.
O monitoramento deverá ser feito anualmente, por um período de 5 anos, de forma a permitir a
detecção de alterações significativas, em termos de cobertura vegetal, ao longo do período de
avaliação.
A pesquisa será desenvolvida seguindo os seguintes passos: (a) aquisição dos produtos e
processamento das imagens; (b) geração dos Índices de Vegetação NDVI (Normalized
Difference Vegetation Index) e/ou SAVI (Soil Ajusted Vegetation Index); (c) elaboração dos
mapas de uso do solo e cobertura vegetal e, (e) aplicação do método de detecção de
mudanças Imagem Diferença.
Devido à ocorrência de nuvens durante o período chuvoso, as imagens deverão ser obtidas
para o período de seca. Destaca-se, com isso, que apesar da existência de uma variedade de
índices de vegetação, para o monitoramento proposto, os índices NDVI e SAVI foram
selecionados em virtude das características ambientais da região ambiental a ser avaliada,
com presença de perda de folhas nos períodos de seca.
Este é o IV mais comumente empregado, que detém a habilidade para minimizar efeitos
topográficos ao produzir uma escala linear de medida. Tem se mostrado bastante útil na
estimativa de parâmetros biofísicos da vegetação e o seu ponto forte é o conceito de razão que
reduz várias formas de ruídos multiplicativos como diferenças de iluminação, sombra de
nuvens, atenuação atmosférica, certas variações topográficas.
1) Pontos Amostrais
No Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foram pré-selecionados áreas críticas para a biota, nas
quais está prevista supressão de vegetação e/ou instalação de taludes, com conseqüente
aumento da fragmentação e efeito de borda.
A partir destes pontos e análise do mapa da vegetação nativa, foram selecionadas áreas para
monitoramento da estrutura da vegetação e da fauna, conforme quadro a seguir. Essa seleção
foi validada pela equipe do IBAMA/DILIC em reunião técnica realizada em 19/06/2009. O
monitoramento da vegetação deverá ocorrer, preferencialmente, em pontos amostrais fixos, ao
longo de todas as campanhas, a fim de se minimizar erros amostrais e viabilizar a comparação
de dados entre os diferentes períodos.
Quadro 2.17-2 Áreas do traçado para monitoramento de fauna terrestre na Ferrovia Nova
Transnordestina.
Referência
geográfica Estágio de
Ponto km Descrição
regeneração
UTM 23-S /SAD69
2) Campanhas de Campo
Sugere-se que os pontos sejam demarcados com estacas e numerados, anotando-se, ainda, a
coordenada geográfica e o sentido de amostragem. Devem ser localizados próximos às linhas
de armadilhas de queda (herpetofauna e pequenos mamíferos) e de armadilhas para
mamíferos, tipo Sherman, a aproximadamente 20 m.
Para a amostragem da estrutura vertical da folhagem, será utilizada uma vara graduada, que
será fincada no chão.
Como exemplo, caso o estrato herbáceo esteja presente e atinja 30 cm da coluna, este valor
será anotado. Havendo sub-bosque, e sua folhagem ocupar o intervalo entre 1 e 2 metros da
coluna, este valor será anotado. Assim, para cada ponto, utilizando-se a proporção entre as
medidas registradas através da vara graduada e da altura da copa da vegetação, será
calculada a metragem preenchida por folhagem nos diferentes estratos da vegetação (0-1 m, 1-
5 m, 5-10 m, 10- 15 m). Posteriormente, esses dados serão agrupados por transecção e depois
por área, a fim de obter uma medida da heterogeneidade da vegetação de cada área estudada.
Para fins comparativos, o sentido da amostragem, deverá ser o mesmo em todos os períodos
de avaliação da estrutura vertical da folhagem, estabelecendo-se, preferencialmente, a
amostragem voltada para o Norte, que deverá ser checado através do uso de bússola.
Esse método deve ser realizado, preferencialmente, sempre pelo mesmo observador para que
erros inerentes ao método sejam padronizados.
Cobertura do solo
Tanto a cobertura relativa do solo, quanto à quantidade de galhadas, serão medidas em três
parcelas fixas, de 10 x 10 metros, alocadas junto aos pontos de amostragem da estrutura
vertical da folhagem.
Em cada uma dessas parcelas deve ser estimada a porcentagem relativa de solo coberto por
qualquer tipo de cobertura, obtendo-se assim a porcentagem de cobertura do solo.
Deverá ser ainda contada nessas parcelas a quantidade de galhadas no solo (galhos caídos).
Todas as galhadas presentes nessas parcelas deverão ser contadas em três diferentes classes
de perímetro (5-10 cm, 10-15 cm e >15 cm).
Tanto a cobertura relativa do solo, quanto a quantidade de galhadas, são variáveis importantes
para a fauna, principalmente para a fauna terrestre e semifossorial que necessita dessas
estruturas para abrigo e esconderijo.
Após cada campanha, haverá trabalhos de escritório, que incluem o registro, tratamento e
análise dos dados obtidos em campo, visando à elaboração dos relatórios parciais e final.
Atividade
Relatório
As Matas ciliares encontram-se muito alteradas em muitos trechos do traçado, sendo formadas
por indivíduos de juá (Ziziphus joazeiro), tamboril (Enterolobium contortisiliquum), carnaúba
(Copernicia prunifera), espinheiro (Acacia polyphylla), pereiro-vermelho (Aspidosperma sp.),
favela (Cnidosculus phylacanthus), peito de pomba (Tapirira guianensis), além da exótica
algaroba (Prosopis juliflora) que, em situações extremas, impede o desenvolvimento da mata
ciliar, tem pouca eficiência de uso da água (seca a fonte de água) e não combate a erosão.
Causa barreiras para circulação da fauna, aumenta o risco de incêndios, supressão da
vegetação nativa, alteração do regime hídrico, competindo e impedindo o estabelecimento das
espécies nativas.
Esses impactos são decorrentes da supressão da vegetação para abertura da faixa de domínio
e de acessos, instalação de taludes de corte e aterro, pelo aumento movimentação de veículos,
pelo aumento na pressão sobre a biota e pelo aumento nos níveis de ruídos e vibração (na
instalação e operação).
2.18.2. Objetivos
Este Programa tem por objetivo geral implantar ações necessárias para o monitoramento dos
efeitos gerados pela implantação da Ferrovia Nova Transnordestina sobre grupos selecionados
da fauna nativa, além de gerar informações que permitam referendar ou orientar medidas
mitigadoras que venham ao encontro das recomendações expressas nas licenças ambientais.
B) Campanhas de monitoramento
C) Amostragem de fauna
D) Análise de resultados
Abrangência
Quadro 2.18-1 Áreas do traçado para monitoramento de fauna terrestre na Ferrovia Nova
Transnordestina.
Referência
geográfica Estágio de
Ponto Km Descrição
regeneração
UTM 23-S /SAD69
Quadro 2.18-2 Pontos de monitoramento de ictiofauna para o trecho III da Ferrovia Nova
Transnordestina.
Referência geográfica
(UTM)
Ponto Descrição
UTM 24-S/ SAD69
Referência geográfica
(UTM)
Ponto Descrição
UTM 24-S/ SAD69
Vegetação afastada. Cor verde oliva devido a algas. Leito: lodo e
algas.
Rio Aracoiaba – poças – O fundo da poça amostrada arenoso. A
I09 521142 9515873 profundidade máxima foi de 1m e a temperatura 28,3º C. Vegetação
gramíneas ou afastada. Cor verde claro.
Riacho Água Verde – poças – O fundo da poça amostrada é
tomado por areia e pedras. A profundidade máxima foi de 0,7m e a
I10 532843 9542964
temperatura 31º C. Vegetação afastada. Cor verde oliva devido a
algas.
Afluente do riacho Baú – poças – Este ponto está pouco acima
de uma pequena barragem. O fundo da poça amostrada é tomado
I11 532024 9546450 por pedras grandes e folhiço e a vegetação marginal pendente é
abundante. A profundidade máxima foi de 0,7m e a temperatura
28,5ºC.
Riacho Baú – poças – O ponto de coleta está situado em um
trecho barrado, o trecho represado tem mais de 200m de
comprimento. Nas proximidades do ponto de coleta a profundidade
I12 527860 9548050
máxima varia de 0,7-2,0m. A vegetação marginal e de macrófitas
aquáticas é abundante e diversificada. A visibilidade é de 50 cm e a
temperatura 28ºC.
Rio Ceará – poças – Largura da calha de 20 metros, reduzido a
poças com comprimento médio de 50 metros e profundidade
máxima inferior a 80 centímetros. A temperatura 32ºC. A cor escura
I13 522339 9574256
da água se deve a algas e matéria orgânica em suspensão. A
vegetação fica afastada da água e o leito do rio se torna uma via de
pedestres e animais.
Riacho Salgadinho – seco – Apresenta largura máxima de 200m,
profundidade máxima inferior a um metro e o leito totalmente
I14 516506 9584898
tomado por algas filamentosas e restos da vegetação nativa (folhas
de carnaúba e ramos da vegetação da caatinga).
Fonte: Fundação Roge, 2009
B) Periodicidade do monitoramento
Devem ser realizadas duas campanhas de monitoramento antes do início das obras, para se
conhecer o ambiente sem as interferências do empreendimento (situação-controle), sendo uma
na estação seca e outra na chuvosa. Esse procedimento é necessário para possibilitar
comparações entre os resultados das campanhas a se realizarem durante e após a conclusão
das obras, permitindo assim verificar a ocorrência dos possíveis impactos do empreendimento
sobre a fauna local.
Caso necessário, a continuidade do monitoramento será prorrogada após avaliação das seis
campanhas realizadas após início da operação da ferrovia. O monitoramento deve seguir o
cronograma conforme detalhado a seguir.
FASE 1. Propõe-se que sejam realizadas no mínimo duas campanhas no ano 1, sendo, uma
na estação chuvosa e uma na estação seca. A campanha realizada em dezembro de 2008
deve ser considerada como a primeira campanha do período.
FASE 3. Durante os primeiros dois anos de operação da ferrovia o monitoramento deve ser
realizado quatro vezes por ano, nos mesmos meses em que foram monitorados na instalação
(FASE 2).
FASE 2.
Antes da primeira campanha de monitoramento, uma avaliação prévia dos pontos, acessos,
infra-estrutura local das áreas selecionadas para o monitoramento deve ser realizada, visando
a organização da logística, equipes, e garantindo assim, o perfeito andamento das demais
campanhas.
C) Amostragem de fauna
Para os vertebrados de pequeno porte (mamíferos, anfíbios e répteis), que são grupos de
animais que em geral têm de pouca mobilidade (ex. Pires et al. 2002), ciclos de vida curto, são
sazonais (principalmente no caso dos anfíbios), o desenho experimental para o monitoramento
foi elaborado considerando uma escala geográfica compatível com as características citadas
acima. Sugere-se nesse caso que a amostragem seja realizada em ambos os lados da ferrovia
em 3 parcelas de 100 m, uma bem próxima ao limite da ADA com a AID (A), a segunda parcela
deve ser instalada cerca de 200 m da primeira parcela (B), e a terceira parcela distante 800 m
(C) da segunda parcela, conforme figura a seguir. Somando a extensão do traçado, a
transecção central teria aproximadamente 2 km. No caso da avifauna entende-se que espécies
capazes de vôos longos e altos são pouco sensíveis às alterações decorrentes da instalação e
operação do empreendimento, por isso foram também consideradas nessa escala mais
próxima, que deve conter as espécies que tem menor capacidade de locomoção/dispersão.
No caso dos grandes mamíferos a amostragem deve ser realizada em uma escala maior, pois
esses animais apresentam grande mobilidade e área de vida. Nesse caso sugere-se utilizar
uma transecção de 4 km, conforme indicado na Figura 2.12-6.
Para o monitoramento de peixes os trechos devem ser percorridos e os principais rios perenes
e/ou açudes próximos que apresentarem condições para a captura de peixes devem ser
amostrados.
100 m
C1
50 m
m
0
0
8
20m
m
k
1 B1
m
0
0
A1 2
A2
m
0
0
2
B2
m
k
1 m
0
0
8
C2
Grandes mamíferos A
1 km
m
k 1 km
2
1 km
m
k E
2
1 km
D) Análise de resultados
O monitoramento da avifauna será realizado pelo método de Censo por Ponto de Escuta, de
forma a obterem-se a riqueza e a freqüência de ocorrência das espécies. Para cada área e
monitoramento foram selecionadas seis parcelas para realização dos pontos de escuta (A1,
A2, B1, B2, C1, C2). Em área, dois pontos de escuta serão amostrados durante 10 minutos,
duas vezes ao dia (nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde).
Para fins de análise, os registros individuais obtidos para cada espécie em cada localidade
serão convertidos em um índice (nº de indivíduos/100 horas de observação, OLMOS et al.,
2005), permitindo comparações diretas da abundância relativa das espécies, e da mesma
espécie, em diferentes localidades. Serão consideradas como dominantes pelo menos as 10
espécies com os maiores índices.
Em cada parcela será instalada uma linha de armadilha contendo onze baldes plásticos (de 40
L) conectados por 10 m de cerca-guia, (com 0,5 m de altura), resultando em séries de 100 m
de extensão (Figura 1.6-1). O número e a disposição das armadilhas deverão ser padronizados
para todos os locais de amostragem, de forma a permitir comparações (MAGURRAN, 1988).
Sugere-se que uma linha deve ser instalada próxima a ADA do empreendimento, a segunda
distante (~200 m) e a terceira a carca de 800 m da ADA, conforme apresentado anteriormente.
As armadilhas serão vistoriadas diariamente, e cada localidade será amostrada por sete dias.
A 100 m
B C
10 m
Deverão ser registradas ainda, a fase etária, o sexo, estágio reprodutivo, além de outras
características individuais potencialmente úteis ao reconhecimento dos indivíduos, bem como
anotadas as recapturas. As medidas de comprimento deverão ser tomadas com paquímetro e
a massa aferida com a utilização de dinamômetros tipo Pesola de diversas capacidades (10,
60, 100, 300 g e outros). A condição reprodutiva dos espécimes será verificada através da
análise do tamanho e palpação dos testículos, do abdome e das mamas.
50 m
20
Figura 2.18-8 Esquema ilustrando a distribuição das armadilhas de contenção viva (Sherman) ao
longo da linha de baldes. Em verde as armadilhas que devem ficar no chão, em vermelho as
armadilhas que devem ficar no alto (ca. 1-2 metros).
Redes de mão – são estruturas retangulares compostas por uma armação de alumínio com
cerca 60 x 40 cm, com rede de malha 1 mm entrenós. Estas redes são extremamente eficazes
em ambientes marginais, com vegetação, onde as redes convencionais não conseguem
amostrar. Útil principalmente para pequenos caracídeos que se refugiam perto da margem,
pequenos bagres que ficam entocados em pedras e pequenos cascudos que ficam na
vegetação marginal.
Como complemento, entrevistas informais podem ser realizadas com pescadores da região, de
modo a se compor um panorama mais geral da diversidade de peixes.
O destino final dos espécimes e materiais biológicos coletados prioriza a disponibilidade dos
mesmos à comunidade científica, através do depósito em coleções de referência, que reúnam
condições para manutenção e empréstimos reconhecidas.
A riqueza (S) será definida como o número total de espécies registradas para uma determinada
área. Estimadores de riqueza (e.g. Jackknife de 1º e 2º ordem, Bootstrap) e curvas de
rarefação para comparar a suficiência das amostragens deverão ser realizadas com o auxílio
do programa Estimates. As amostragens das comunidades ao longo das campanhas serão
comparadas por meio de parâmetros de abundância de indivíduos e riqueza, diversidade e
similaridade de espécies, por meio de análises estatísticas adequadas.
Essas espécies devem ser alvo de medidas específicas de conservação, caso seja verificada
alguma alteração no seu estado ao longo do monitoramento.
Abaixo segue a lista e quantidade dos materiais permanentes que serão necessários para a
realização do monitoramento.
Registrar a ocorrência de Aumentar o esforço amostral em Propor medidas para conservação das
espécies ameaçadas dos para fins de identificação da espécies ameaçadas encontradas nas
grupos estudados nas presença e freqüência de adjacências das áreas de instalação,
proximidades das áreas espécies ameaçadas ao longo manutenção e operação da Ferrovia
de instalação, das áreas amostrais, para se
manutenção e operação verificar as interferências nestas
da Ferrovia espécies.
Riqueza
Composição
Abundância
Frequência
Estruturação da comunidade
Conforme mencionado, devem ser destacadas nas análises as espécies raras, endêmicas,
ameaçadas de extinção (determinando uma preocupação maior em termos de conservação) e
exóticas registradas ao longo das diferentes fases do Programa.
Devem ser incluídos nos indicadores para avaliação do programa, informações sobre o
andamento das obras, observando-se os resultados das campanhas frente à execução das
diversas fases de obras próximas aos pontos amostrais, principalmente a supressão de
vegetação, terraplenagem e construção de obras de arte.
Sempre que necessário devem ser propostas ações pertinentes para evitar ou mitigar
alterações percebidas que possam comprometer o equilíbrio das comunidades monitoradas.
2.19.1. Justificativa
Durante a operação da ferrovia, a passagem das composições pode ocasionar o atropelamento
de indivíduos da fauna nativa local, ocasionando a perda desses.
Além disso, a instalação de aterros pode provocar algum grau de isolamento entre as
populações de fauna de cada lado da plataforma, ou intensificar processos de isolamento que
já ocorram na área, derivados da fragmentação dos habitats naturais.
2.19.2. Objetivos
A instalação de passagens de fauna visa reduzir o risco de atropelamento dos animais pelas
composições, permitindo que os animais a cruzem de maneira segura, além de evitar que a
plataforma atue como uma barreira física à dispersão de animais.
Diretrizes gerais
Com base no detalhamento do projeto geométrico final – greide e largura do offset -, serão
verificados os pontos mais propícios à instalação das passagens de fauna, considerando-se:
O número de passagens em cada um destes pontos pré selecionados pode variar segundo o
tamanho da mancha de vegetação nativa e conectividade das manchas ao longo do traçado.
Entretanto, sugere-se que seja instalada uma passagem de fauna a cada 2 km nos trechos
apresentados no quadro anterior, sempre que houver contínuos de vegetação densa cortados
pela ferrovia, restando manchas de vegetação nativa em ambos os lados do traçado.
A viabilidade da execução das passagens será verificada caso a caso, através do estudo do
projeto geométrico final e vistorias em campo com equipe do IBAMA e técnicos da engenharia.
Após a checagem da viabilidade de cada passagem será elaborado o projeto detalhado para
todas as passagens do trecho.
Atestada a viabilidade, dos pontos, será efetuada então a instalação das passagens. Os locais
selecionados para a instalação das passagens deverão ser demarcados (seus limites serão
piqueteados/sinalizados, antes da supressão da vegetação), visando a manutenção o quanto
possível da vegetação na faixa de domínio.
O próximo passo será a instalação das cercas direcionais que têm como objetivo conduzir os
animais às passagens. As cercas devem ser implementadas em ambas as aberturas da
passagem (exemplo ilustrativo na figura a seguir). Essa cerca deverá ter uma extensão de 100
metros para cada lado da passagem de fauna. As dimensões recomendadas são de 2,0 metros
de altura acima da superfície, sendo os 60 centímetros inferiores dotados de tela com de malha
de 0,4 cm e os 140 cm restantes com malha de 4 cm. Além disso, para evitar que fendas se
abram entre a cerca e o solo, a tela deverá ser enterrada em pelo menos 20 cm.
O substrato das passagens deverá ser coberto com terra ou areia, não sáo para mimetizar o
ambiente natural, mas também para permitir o registro dos animais que utilizarem a passagem
especialmente através de pegadas e outros vestígios (monitoramento-subprograma
específico). Como grande parte do traçado é caracterizada por vegetação aberta não florestal
(savana estépica e cerrado), a necessidade das cercas direcionais deverá ser estudada caso a
caso.
passagens não deve ultrapassar 40 metros, para potencializar o uso da fauna, que pode evitar
passagens mais longas e mais escuras.
Devem ser consideradas as travessias de vias vicinais, obras de arte, bueiros a serem
instalados em cursos d’água intermitentes (permanecem secos a maior parte do ano) e
passagens de gado a serem implantadas como possibilidades também para travessia de
animais silvestres.
Trecho Missão Velha – Porto Pecém (CE) Pré Implantação Implantação Operação
2.20.1. Justificativa
A eficácia das passagens de fauna na proteção dos animais é amplamente conhecida para
rodovias, principalmente no exterior. No Brasil, entretanto, este tipo de informação é escasso
para rodovias, e inexistente para ferrovias. Assim, no presente programa pretende-se
inicialmente monitorar a implantação e o funcionamento destas estruturas visando demonstrar
sua relevância e viabilidade e, se for o caso, sugerir seu aprimoramento. Além disso, este
programa também buscará elucidar os tipos de animais que utilizam as passagens e os
prováveis impactos decorrentes de sua instalação.
O monitoramento das passagens de fauna deverá medir o fluxo de fauna terrestre entre os dois
lados da ferrovia e permitirá avaliar a eficiência das passagens implantadas. O monitoramento
focará na utilização das passagens por mamíferos de médio e grande porte.
2.20.2. Objetivos
Os objetivos específicos deste programa são:
Esse levantamento piloto será realizado por consultores especialistas e permitirá a elaboração
de um guia de animais atropelados e um protocolo de amostragem para utilização futura pelos
próprios funcionários da Nova Transnordestina, que serão treinados e darão continuidade ao
programa.
Deverão ainda ser registrados aspectos relativos à cobertura vegetal adjacente a estrada (i.e.,
áreas antropizadas vs. vegetação secundária arbórea), a forma da ferrovia (i.e., curva vs.
retilíneo) e ainda a existência de grãos ou outros alimentos que possam configurar atrativos
para a fauna.
2
Emmons, L. H. 1997. Neotropical Rainforest Mammals - a Field Guide, 2ª Ed. The University of Chicago Press, Chicago, 307 pp.
3
Dunning, J.S. 1982. South American Land Birds. A Photographic Aid to Identification. Harrowood Books, Newtown Square,
Pennsylvania.
Monitoramento continuado:
Após o término do primeiro ano de monitoramento, os especialistas deverão elaborar um guia
de identificação dos animais atropelados e um protocolo de monitoramento que será
implementado pelos técnicos locais. De forma a dar continuidade ao programa, será realizado
ainda, um treinamento dos funcionários onde estes aprenderão a localizar os animais
atropelados, a forma correta de coleta, catalogação e armazenamento do material para
posterior identificação por especialistas.
- cercas guia de arame galvanizado, de 100 metros de comprimento e 2 metros de altura, que
serão instaladas uma de cada lado da abertura da passagem, de forma a conduzir os animais
para estas. Nos 50 cm inferiores, a tela será reforçada, de forma a impedir a passagem de
pequenos animais. Segue figura esquemática de uma passagem de fauna.
Faixa de Domínio
Figura 2.20-1 - Figura esquemática de passagem de fauna sob aterro e cerca de direcionamento.
O monitoramento das passagens de fauna deverá durar três anos, com campanhas trimestrais,
de sete dias de amostragem cada. Serão monitoradas as passagens de fauna, bem como os
trechos em pontes ou viadutos considerados importantes para a travessia de animais (Quadro
2.14-1).
O registro do uso das passagens se dará por meio de identificação de rastros, pegadas e
vestígios deixados nas passagens.
Para o monitoramento, as passagens devem ser preenchidas com areia fina (2-4 cm de altura,
e devem ser limpas e molhadas no início de cada monitoramento. A amostragem das pegadas
deve ser diária, por sete dias. Adicionalmente podem ser utilizadas armadilhas fotográficas
instaladas em ambos os lados das passagens de fauna com registros mais freqüentes de
espécies nativas, ou inseridas em áreas com baixa ou nenhuma presença de gado.
A proporção de pegadas de cada espécie nas passagens será utilizada como indicativo de sua
abundância relativa ou freqüência de uso do ambiente.
4
BECKER, M.; DALPONTE, J. C. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: guia de campo. Brasília: Ibama, 1999. 180p.
GPS 01
Máquina fotográfica 01
Rádios de comunicação 03
Conjunto de pinças 01
O monitoramento das passagens de fauna deverá durar três anos, com campanhas trimestrais,
de sete dias de amostragem.
Monitoramento atropelamento
- piloto
Relatórios atropelamento
Monitoramento passagens de
fauna
Relatórios passagens de
fauna
Atividade
Relatório
2.21.1. Justificativa
Ações de manejo da fauna em concomitância à implantação e operação de empreendimentos
surgiram da necessidade de “salvar” organismos vivos de injúrias conseqüentes da alteração
e/ou destruição de habitats naturais, decorrentes, direta ou indiretamente, de ações antrópicas.
Tal como retrata a Eletrobrás (1999) a implantação de procedimentos desta natureza teve
início na tentativa de mitigar impactos decorrentes da instalação de hidrelétricas no Brasil.
Para este programa o salvamento de fauna será definido como o afugentamento e/ou captura e
identificação de animais presentes na área diretamente afetada de um empreendimento, com
soltura imediata destes animais em áreas adjacentes e de mesma tipologia vegetal [daquela],
desde que essas áreas não venham a sofrer interferências em curto prazo. Resgate, por sua
vez, compreenderá captura, contenção e identificação de animais presentes em área onde
haverá impacto direto sobre a fauna, com posterior translocação (remoção) e soltura em área
apta a receber estes animais, sendo que a principal diferença entre ambos é que o resgate é
utilizado geralmente em áreas que terão habitats completamente suprimidos e que não
apresentem local próximo que permita soltura imediata dos animais capturados.
2.21.2. Objetivos
De acordo com o exposto acima, este programa objetiva estabelecer procedimentos e
metodologias de manejo de fauna a serem aplicadas durante atividades de supressão da
vegetação necessárias para a implantação da Ferrovia Nova Transnordestina, visando
minimizar os impactos diretos sobre a fauna.
Abrangência
O manejo da fauna per se será realizado na Área Diretamente Afetada (ADA), ou seja, nos
locais onde será efetivamente realizada a supressão de vegetação. Porém, em muitos casos
serão necessárias ações na Área de Influência Direta (AID), Área de Influência Indireta (AII) e
até mesmo fora dos limites desta, de modo a concretizar as ações de manejo, especialmente
no que se refere às áreas de soltura e à instalação dos centros de triagem.
Caso seja necessária a execução de ações de resgate e em que as áreas de soltura forem
áreas de particulares, será providenciada também a anuência dos proprietários das terras.
- áreas em que não houver entorno vegetado ou que este entorno não seja apto a abrigar os
animais oriundos da área interferida, será realizado o procedimento de resgate e, neste caso, é
necessária também a definição das áreas de soltura.
Para ambos os casos, o responsável técnico irá também planejar o melhor local para os
centros de triagem, bem como sua estruturação, segundo as orientações do órgão ambiental e
conforme detalhado abaixo.
Tão logo seja possível, o responsável técnico fará, juntamente com os engenheiros
responsáveis, a adequação do plano de manejo de fauna, ao planejamento da supressão
vegetal.
Para qualquer um dos procedimentos de manejo de fauna serão instalados centros de triagem
simplificados que dão apoio às equipes em campo. Estes centros de triagem serão feitos de
lona e galhos (provenientes da supressão) ou por containeres. Estes centros são móveis e
podem acompanhar a equipe de supressão sendo uma excelente base de apoio para a equipe
e para procedimentos básicos como fotografia, biometria e anotações de aspectos gerais dos
animais capturados. Neste local poderão ser armazenados os materiais básicos para manejo
de fauna como ganchos, puçás, caixas de contenção, armadilhas e materiais para fixação de
animais que vierem a óbito.
Para o caso de resgate, onde for necessária a instalação de centros de triagem avançados,
para tratamento e manutenção de animais, serão priorizadas parcerias com Centros de
Triagem ou outras instituições já existentes. Caso não existam, ou não atendam às
particularidades deste empreendimento, em termos de logística e dos animais que necessitem
de atendimento, serão instalados centros de triagem avançados em containeres organizados
para ser local adequado para guarda e preparação da alimentação dos espécimes que
permanecerem no CT, sala para atendimento médico-veterinário e para guarda de
equipamentos/materiais necessários para esta atividade (mesa de atendimento, material
cirúrgico, medicamentos, algodão, bandagens, etc.).
Os animais só serão capturados quando estiverem, por condições físicas ou por características
do local, impossibilitados de se deslocarem para estas áreas adjacentes. Inclui-se neste grupo,
especialmente animais de locomoção lenta.
A captura se dará em campo aberto para os animais de difícil locomoção e também em árvores
derrubadas, utilizando-se de materiais apropriados para cada grupo taxonômico (luvas, puçás,
laços e/ou ganchos).
Os animais capturados serão encaminhados para o centro de triagem onde serão contidos,
quando necessário, e identificados (determinação em nível específico) ou, caso não seja
possível, deverá ser feito registro fotográfico e determinação como morfótipo. Assim que o
animal for identificado, será solto em área de mesma tipologia vegetal e adjacente à da
supressão onde foi coletado.
Resgate de Fauna
O resgate de fauna será realizado para os casos em que houver supressão completa de um
habitat e não existir outro remanescente no entorno imediato a este que possa receber os
animais advindos da área interferida, ou ainda, que não seja possível interligar habitats de
forma a conduzir a fuga dos animais de maneira segura para área próxima e que esteja apta a
recebê-los.
Serão definidos os destinos pertinentes para cada espécie, de acordo com o acordado entre as
equipes e o órgão ambiental, podendo ser soltura, encaminhamento à Zoológicos ou
criadouros (apenas no caso de o animal não apresentar condições de soltura), ou ainda
destinação para coleções cientificas.
Para o caso de soltura serão escolhidas inicialmente as áreas aptas para soltura dos animais
considerando, entre outros: a tipologia vegetal, o tamanho e forma da área, a distância de
áreas urbanizadas, a distância do local de origem, a conectividade destas áreas com outras
áreas vegetadas, o conhecimento prévio sobre a biota local, a inclusão destas áreas em
projetos de recuperação e/ou conservação. Mais de uma área poderá ser selecionada, de
forma a atender às necessidades de cada espécie.
RESPONSÁVEL TÉCNICO
um (01) profissional
Profissional de Nível Superior
ENCARREGADO DE CAMPO
um (01) para cada frente de supressão
Profissional de Nível Médio
Obtenção de licença
específica
Atividades preliminares à
supressão de vegetação
Atividades concomitantes
à supressão de
vegetação
Relatórios
Atividade
Relatório
Registros e Relatórios
Os relatórios serão apresentados semestralmente. O relatório final do projeto será emitido até
60 dias após o final da supressão.
O empreendimento ferroviário Missão Velha – Porto Pecém/CE, que liga o sertão cearense
ao litoral, tem por objetivo aumentar a capacidade e eficiência do transporte ferroviário no
Estado do Ceará, utilizando alguns trechos de ferrovia já existentes e incorporando outros
novos. Neste sentido, não se trata de um projeto no qual a população nunca conviveu com
uma ferrovia, mas um projeto de reforma e extensão de um empreendimento já existente. O
novo projeto afetará uma área de baixa densidade populacional e com deficiência na
cobertura dos principais serviços públicos, como escolas, infraestrutura de saúde e
saneamento básico.
Quadro 2.23-1 -Localidades identificadas na Área Diretamente Afetada - ADA, dezembro de 2008
Localidade Município
Localidade Município
Gameleira Iguatu
Sítio Cantinho Iguatu
Suassurana Iguatu
Sítio Canto Iguatu
Sítio Belo Monte Iguatu
Sítio Pereira Iguatu
Sítio Lagoinha Acopiara
Sítio Boa União Piquet Carneiro
Sítio Caiçara Senador Pompeu
Assentamento Riacho do Meio Senador Pompeu
Assentamento Nova Canaã Quixeramobim
Assentamento Muxuré Quixeramobim
Assentamento Muxuré Velho Quixeramobim
Assentamento Nova Canaã Quixeramobim
Assentamento Muxuré Quixeramobim
Fazenda Junco Quixadá
Assentamento Floresta I Quixadá
Fazenda Riachão - Cajazeiras Capistrano
Fazenda Vila Isabel Capistrano
Sítio Serrote Preto Itapiuna
Sítio Barra Nova Caio Prado (Itapiuna)
Sítio São Cristovão Aracoiaba
Vila João Paulo II Aracoiaba
Fazenda Marupiara Baturité
Sítio Catarina I Barreira
Assentamento Piá - Boqueirão Ararape
Sítio Caboré Maranguape
Sítio Jatobá Guaiuba
Assentamento Coassu Guaiuba
Assentamento Capim Grosso Caucaia
Fonte: Pesquisa de Campo. Arcadis Tetraplan, novembro 2008.
A atuação prevista para esse programa inclui o público interno da obra, a população da faixa
de domínio e dos aglomerados urbanos e rurais atravessados pela ferrovia, a sociedade civil
organizada, além da população que vem em busca de novas oportunidades.
Ressalta-se, ainda, que devido à abrangência desse Programa e a sua função perante aos
demais se torna imprescindível a montagem da Matriz Institucional, com a inclusão dos
principais atores sociais envolvidos com o empreendimento, tanto os da esfera pública
quanto privada.
2.23.1. Justificativa
De maneira geral a implantação de empreendimentos gera na população e nos demais
envolvidos expectativas e inseguranças (reais ou não) em relação ao mesmo, que precisão
ser compreendidas durante toda execução do programa. Além disso, considera-se que o
programa de comunicação social é peça chave para que a Nova Transnordestina no trecho
entre o município de Missão Velha e São Gonçalo do Amarante seja realizada com
responsabilidade social e ambiental.
Cabe ressaltar que as maiores inseguranças identificadas com a população da ADA, durante
a pesquisa de campo, realizada em dezembro de 2008, se referem à desapropriação e a
morte de gado.
As ações deste programa se estrutura com base metodológica participativa, onde os diversos
segmentos sociais - representados pelas instituições sociais não governamentais e órgãos
governamentais devem estar incluídos durante o processo de andamento deste programa.
Adicionalmente, ele prevê a incorporação das demandas locais ao planejamento e a
superação dos possíveis conflitos existentes, apresentando instrumentos bem definidos e
acordados/legitimados pelos atores sociais envolvidos.
Suas ações básicas estão centradas na definição do público e dos meios para que o espaço
de comunicação entre empreendedor e os segmentos envolvidos se estabeleça. É através do
presente programa que as informações sobre a natureza, importância estratégica,
implantação, andamento das obras, funcionamento da Nova Transnordestina e suas
implicações ambientais serão compartilhadas.
De modo geral, essas ações permitem o equacionamento dos possíveis conflitos gerados
pela obra e o exercício da cidadania, uma vez que a divulgação de informações permite uma
análise coerente sobre os impactos positivos e negativos e quais as atitudes a serem
tomadas pela população e pelo empreendedor.
2.23.2. Objetivos
Este programa tem por objetivo geral o estabelecimento de canais de comunicação entre o
empreendedor e os diversos segmentos envolvidos no projeto, informando o público alvo
sobre o projeto, seus impactos e as medidas de mitigação. Significa o estabelecimento de
espaços para apresentação e troca de informações referentes, principalmente, ao andamento
das obras e a interferência destas em relação à população das áreas de influência do
empreendimento, incentivando a participação dos diversos segmentos da sociedade.
Assim, todas as ações previstas neste programa serão planejadas e executadas a partir de
um processo participativo. Além disso, a abordagem aqui proposta está centrada no
reconhecimento da diversidade e pluralidade cultural, buscando contextualizar todas as
ações e atividades previstas. É importante destacar que o reconhecimento da pluralidade e
da diversidade cultural são condições para o exercício da cidadania e para a participação
social, pois, na medida em que os grupos sociais constroem e atualizam no cotidiano suas
referências e suas condições de sobrevivência, delimitam suas identidades ou conjunto de
referências.
Público Alvo
b) Mapeamento e ações junto aos atores sociais e grupos de interesse: (i) comunidades
atravessadas pelo empreendimento, (ii) população em geral, (iii) poder público, (iv) sociedade
civil organizada, (v) público interno e (vi) população atraída pela oferta de empregos gerados
pela construção da ferrovia.
O Programa de Comunicação Social deverá ser composto por uma equipe de especialistas
na área, mas amparada por integrantes da equipe técnica do projeto. Juntos serão
responsáveis por preparar material e divulgar a população dos municípios da ADA e AID
(áreas de influência direta e indireta) todos os aspectos da Ferrovia. A equipe do programa
de comunicação social deverá manter alinhamento com a mídia para divulgação de questões
sobre o empreendimento pertinentes à opinião pública, através de coletivas, releases e
atendimento às demandas de jornalistas.
2) Reuniões de planejamento
Inicialmente, deverá ser realizada uma reunião de planejamento e de ajustes técnicos que
resultará na revisão e consolidação do Programa. Posteriormente, propõem-se reuniões e
palestras permanentes para ajustes das ações de comunicação com as ações dos programas
do PBA e com o andamento das obras. Esta estratégia visa alinhar e integrar a equipe da
Transnordestina, da construtora e do Programa de Gestão Ambiental para que as ações
deste Programa sejam realizadas em consonância com o que estabelece a política ambiental
da CFN, assim como da(s) construtora(s) responsável pela sua construção.
4) Montagem de cronograma
Nessa etapa, com o conhecimento da temática inicial, público alvo, formas e meios de
comunicação disponíveis, é possível se estabelecer um cronograma com diversas reuniões
por público-alvo.
Mapear os principais atores sociais que apresentam relação com o projeto (grupos de
interesse) para compor um banco de dados, a ser atualizado permanentemente, incluindo
atores de organizações públicas e privadas de interesse, visando facilitar as interlocuções do
empreendedor.
No Estudo de Impacto Ambiental – EIA, foram levantadas as instituições públicas que tem
interface com o projeto nas instâncias federal, estadual, municipal ou regional (Anexo VII).
Para complementar tal levantamento, foi identificado em campo, no mês de dezembro, as
organizações sociais não governamental de atuação municipal ou local, conforme apresenta
a matriz institucional a seguir.
Pública, Privada,
Federal, Estadual,
(ONG,
Nome Completo/ Sigla Municipal ou Breve Descrição
Movimento
Regional.
Social)
Sindicatos dos Trabalhadores
Rurais
Municípios: Iguatu, Cedro, Organização dos
Lavras da Mangabeira; trabalhadores em prol
Caucaia; Maranguape; Sindicato Municipal
da luta por seus direitos
Palmácia; Guaiuba; Acarape; e a reforma agrária.
Baturité; Aracoiaba;
Capistrano; Itapiuna; Quixadá
e Quixeramobim.
Organizar os produtores
do assentamento.
Associação – Assentamento
Associação Local São 20 famílias.
do Incra - Acarape
Tem projeto de apoio a
Psicultura.
Melhorar a vida da
população local.
Associação Comunitária - Tem convênio com a
Associação Local Pronaf para construir
Iguatu
casas.
Também possui um
projeto junto ao
sindicato dos
trabalhadores rurais
para ligação de água e
instalação de banheiro
nas residências.
Organização de
Colônia de Pescadores Z-27 Associação Municipal (Icó)
pescadores
Organização de
Colônia de Pescadores Z-29 Associação Municipal (Cedro)
pescadores
Associação de Pescadores
Artesanais e Marisqueiros(as)
das Comunidades Iparana, Organização de
Ribeirinhos do Rio Ceará e Associação Regional pescadores artesanais
Adjacências do Litoral Leste e marisqueiros
Oeste de Caucaia-
APACURALLC.
Obs: as entidades acima foram identificadas por pesquisadores de campo, como parte do
planejamento realizado pela Arcadis Tetraplan nas localidades atravessadas pela ferrovia.
Estabelecer contato direto e sistemático com todos os moradores da ADA para divulgação da
obra, seus impactos, medidas de mitigação e seu cronograma de implantação, sempre
visando uma informação mais clara possível, respeitando o linguajar regional. Em parceria
com sindicatos, lideranças dos assentamentos e ONGs, disseminar informações básicas
sobre o início das obras e o projeto.
Deve ser criado um cronograma de reuniões que deverão ser realizadas nas localidades
(escola ou igreja, com atenção para não discriminar nenhum grupo, ou outro local de
preferência e hábito da comunidade) e usar de metodologia adequada às características
desta população, utilizando-se de instrumentos didáticos adequados. Após a reunião, deverá
ser criado um canal de diálogo continuado entre a comunidade e o empreendedor. Nova
reunião deve ser agendada após o início das obras para discutir o andamento destas e suprir
expectativas.
Integrantes dessa comunidade deverá receber (visitas direcionadas). Estas visitas devem ser
realizadas em parceria com o responsável da FUNAI pelo grupo, e em consonância com o
referido estudo/programa especifico para essa comunidade.
População em geral
A seguir apresenta-se fotos de evento similar ao sugerido acima. Batizado de “Ação Social”,
as atividades aconteceram no município de Penaforte e no município de Missão Velha
(Trecho Missão Velha – Salgueiro).
Poder público
Ações de apoio a população atraída pela oferta de empregos gerados pelo empreendimento,
considerando que a implantação de grandes empreendimentos pode alterar a dinâmica
A implantação do SINE no Ceará se deu em 07.06.77 , por meio do Decreto n.º 12.368.
Atualmente é vinculado administrativamente à Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo -
SETE, cuja instância deliberativa sobre sua atuação no Ceará é o Conselho Estadual do
Trabalho - CET, com representação tripartite e paritária de trabalhadores, empregadores e
governo.
A preferência por textos curtos e pontuais ou mesmo por meio de desenhos, de fácil
compreensão e memorização;
A utilização de imagens e linguagem regional conhecidas do público que se deseja
atingir;
O cuidado em responder claramente as expectativas e questionamentos existentes,
esclarecendo dúvidas de modo a evitar a propagação de boatos;
A definição de uma identidade gráfica que permita a associação imediata ente os temas a
serem tratados e o público alvo;
A diversificação de materiais de modo a garantir a atenção permanente da população
para as ações previstas ou regionais;
Campanha por rádio difusão, meio de comunicação largamente usado na região.
Para a implementação do Programa de Comunicação Social da Ferrovia Nova
Transnordestina, entre os municípios Missão Velha e São Gonçalo do Amarante no Ceará se
recomenda como ferramentas de comunicação:
Essa utilização deve ocorrer de forma diferenciada, segundo momentos identificados como
de grande sensibilidade: antes da obra e durante sua implantação, para informar sobre a
necessidade de contratação de mão de obra; na fase de negociação das propriedades, para
noticiar ou informar eventos importantes; na finalização da obra e no início da operação.
Mídia impressa
Este recurso deverá ser utilizado com o objetivo de apresentar o empreendedor e criar uma
rotina de informação que viabilize, quando necessário, a publicação imediata de informações
que ajudem a reduzir boatos e distorções que por ventura ocorram, além do Boletim
Informativo, que deverá manter uma periodicidade a ser estudada conforme a demanda de
informação do gerada.
Sugere-se elaboração de folders sobre: segurança nas áreas de obras, informações visando
mitigar possíveis boatos, andamento da obra, conservação da água; reserva legal e APP;
queimadas, manejo florestal da caatinga/cerrado e associativismo.
Sistema Comunicacional
Veiculação trimestral
Mídia em rádios locais Inserções mensais
Encarte para veiculação em jornal de grande 2 veiculações
circulação
Criação da Equipe de
Comunicação Social
Reuniões de
planejamento
Compilação e
organização dos
estudos e informações
Montagem de
cronograma
Articulação e integração
com o PBA
Mapeamento
Disseminação de
informações via
agentes locais
Oficina de convivência
com a ferrovia
População em geral
Ações de
Comunicação
Ferrovia Social
Posto de informação
Assessoria de Imprensa
do projeto
Reuniões iniciais
Informes/diálogo sobre
o andamento do projeto
Público interno
Reuniões de
capacitação
Campanhas com
funcionários e/ou
familiares
População atraída pela oferta de empregos gerados pela construção da ferrovia
Discussão com
representantes SINE
Planejamento
Negociação com
empreiteiras
População atraída pela oferta de empregos gerados pela construção da ferrovia
Acompanhar
implementação das
atividades
Produzir relatórios
semestrais
ARCADIS Tetraplan 258
Plano Básico Ambiental
Ferrovia Transnordestina
Tão logo as primeiras atividades estejam em campo, deve-se iniciar o acompanhamento dos
resultados do programa de comunicação social. Para este propósito devem ser medidos
regularmente, com uma metodologia a ser desenvolvida para este propósito, uma série de
indicadores que mensurem se o programa vem atingindo seus objetivos e reoriente suas
falhas e limitações. Abaixo sugestões de indicadores chave para avaliação destes resultados:
De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental- EIA, de agosto de 2008, o território da Área
Diretamente Afetada vai do sertão cearense até o seu litoral. Esse território é dividido em três
compartimentos com as seguintes características geomorfológicas – o Planalto Sertajeno,
Depressão Sertajena e Planície Litorânea, há de se tratar cada região de acordo com suas
especificidades ambientais, mas sempre que possível focando o tema da água e recursos
hídricos no contexto da convivência com a seca, fenômeno que afeta grande parte do
território. Há ainda na região duas Unidades de Conservação, o Monumento Natural
Monólitos de Quixadá e a Estação Ecológica de Pecém, além da comunidade Vale mencionar
a existência na Área Diretamente Afetada da comunidade indígena Anacé, no limite dos
municípios São Gonçalo do Amarante e Caucaia. O processo de demarcação da Terra
Índigena está tramitando na FUNAI. Em relação a esta comunidade a FUNAI solicitou
estudos socioambientais complementares com o objetivo de compor os estudos
anteriormente solicitado pelo Instituto Brasileiro do Meio ambiente e Recursos Renováveis -
IBAMA.
O programa de educação ambiental, então, para ser efetivo, deve promover simultaneamente
o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação
e melhoria da qualidade ambiental e a aprendizagem será ainda mais efetiva se as atividades
estiverem adaptadas às situações da vida real das localidades. Nessa perspectiva ainda
devem ser destacado os seguintes pontos:
O meio ambiente deve ser considerado em sua totalidade, isto é, em seus aspectos
político, social, econômico, científico-tecnológico, histórico-cultural, moral e estético;
2.24.1. Justificativa
2.24.2. Objetivos
Informar, sensibilizar e desenvolver o espírito crítico do público alvo em geral a respeito da
sua relação com o meio ambiente, buscando a compreensão da interdependência entre os
seus diversos componentes e da possibilidade de uso sustentável dos recursos naturais.
No item detalhamento das ações específicas, segue a descrição das ações e a metodologia
envolvida em cada uma, por público alvo.
A) Público Alvo
O público-alvo deste programa são as pessoas diretamente envolvidas na implantação da
Ferrovia Transnordestina, no trecho Missão Velha – Pecém como os trabalhadores e a
população lindeira ao empreendimento. Em relação à população afetada destacam-se as
localidades cortadas pelo empreendimento, a saber: Assentamento Capim Grosso, Sítio
Caboré, Sítio Jatobá, Assentamento Coassu, Assentamento Piá-Boqueirão, Fazenda Croatá,
Sítio Catarina I, Sítio São Cristovão, Vila João Paulo II, Fazenda Tiachão Cajazeiras,
Fazenda Vila Isabel, Fazenda Marupiara, Sítio Serrote Preto, Sítio Barra Nova, Fazenda
Junco, Assentamento Floresta I, Assentamento Nova Canaã, Assentamento Muxuré,
Assentamento Muxuré Velho, Sítio Logradouro, Sítio Córrego, Gameleira, Sítio Cantinho,
Suassurana, Sítio Canto, Sítio Malhada Branca, Sítio Unha de Gato, Sítio Mulungu, Sítio
Calumbi, Olho Dágua, Carnabaul, Belo Monte, Pereira, Lagoinha, Boa União, Caiçara, Riacho
do Meio, Assentamento Amanaju, Iracema e Boqueirão/Capim Grosso, bem como aquelas a
serem levantadas pelo cadastro socioeconômico atividade do Programa de Negociação de
Indenização.
A equipe do programa de educação ambiental deverá ser composta por especialistas da área
de educação ambiental e amparada por integrantes da equipe técnica do projeto atuantes
nos programas de controle e monitoramento de impactos ambientais (resíduos sólidos,
efluentes, qualidade do ar, supressão vegetal, monitoramento da fauna e flora etc). Juntos
serão responsáveis por preparar material para ser trabalhado junto ao público alvo.
2) Reuniões de planejamento
Ações de educação
Comunidades :
De modo geral, pouco mais da metade das comunidades da ADA, não possuem escolas,
fazendo com que os estudantes se locomovam até as localidades mais próximas, onde há
escolas ou outros graus oferecidos. Sendo que em poucas localidades da ADA é oferecido o
ensino médio. Vale salientar a razoável quantidade de projetos de EJA – Educação e
Alfabetização de Jovens e Adultos apoiado por prefeituras ou pelos próprios sindicatos.
Há escola na localidade/comunidade/bairro/sítio?
( ) Na casa da professora
____________________________________________________________________________________
Identificar e estabelecer parcerias com entidades da sociedade civil que já atuam em prol do
meio ambiente, para o desenvolvimento de atividades específicas durante o decorrer do
programa, na medida em que houver necessidade.
Público interno
E quanto aos trabalhadores das obras, a reflexão quanto aos impactos da presença
temporária de um contingente de fora e seus hábitos urbanos diferentes dos vividos pela
população local.
Estabelecimento de estratégias de ação para desenvolvimento do programa em conjunto
com os representantes das empresas construtoras;
Elaboração de material educativo;
Realização do Minuto do Meio Ambiente, que são palestras e/ou reuniões que abordam
temas como legislação ambiental, o código florestal, lei de crimes ambientais, fauna,
flora, conservação de água, Áreas de Preservação Permanente (APPs), reserva legal,
cuidados com armazenamento e destinação de resíduos, higiene e algo específico
voltado para a discussão crítica dos efeitos da presença do empreendimento e dos
trabalhadores das obras nas áreas afetadas. Também deverão estar previstas de
palestras com estes mesmos temas, de acordo com o fluxo de entrada de novos
trabalhadores.
Atividades de conservação e
melhoria ambiental
Ações de saúde
Espaço Ferrovia e Natureza
Sociedade civil organizada
Reuniões iniciais
Parcerias
Ações junto ao público interno
Elaboração e distribuição do
material educativo
Minuto do meio ambiente
Palestras
Acompanhamento e avaliação
Acompanhar implementação
das atividades
Realização de relatórios
2.25.1. Justificativa
A implantação de empreendimentos que demandam a desapropriação de famílias interferem
de forma significativa no cotidiano das populações atingidas. Essa situação exige tratamento
especial, obrigando a elaboração e implementação de programas que, simultaneamente,
atendam aos condicionantes legais e à imposição de reparação dos danos materiais e
imateriais causados.
Todavia, note-se que, principalmente no trecho mais ao norte do estado, foram identificadas,
por meio de pesquisa de campo – a primeira, no mês de abril de 2008 e outra, no mês de
dezembro desse ano –, médias e grandes propriedades, algumas improdutivas ou de baixa
produtividade, servindo principalmente como pastagem para gado, habitadas por meeiros ou
moradores de “favor; outras com produção empresarial de algodão, e ainda algumas poucas
fazendas modernizadas, cultivando arroz em vales irrigados com água dos açudes da região.
Localidade Município
Localidade Município
2.25.2. Objetivos
Caracterizar as propriedades, benfeitorias e atividades produtivas, bem como potenciais
outorgas de lavra para subsidiar o plano de negociação e valoração adequadas;
Reduzir os impactos decorrentes da implantação do empreendimento sobre as
populações diretamente atingida, através do reconhecimento detalhado da população
afetada a ser realizado no cadastro socioeconômico; ;
Garantir o acesso aos meios de produção de que já dispunham anteriormente, bem como
a manutenção dos vínculos de trabalho (permanentes, temporários, registrados,
acordados, etc.) e outras condições, buscando, todavia, otimizar a capacidade potencial
do perfil produtivo, cultural e ecológico dessa população;
Cuidar para que a população atingida passe a dispor de condições de moradia e acesso
aos serviços essenciais iguais às atuais, ou melhores, garantindo a recomposição das
condições de vida da população atingida.
A perspectiva metodológica adotada para a elaboração deste programa tem suas balizas no
imperativo constitucional de se buscar formas de indenização que garantam aos atingidos
condições de vida iguais ou superiores às que dispunham antes da implantação do
empreendimento.
Etapa 2 – Monitoramento
A) Especificidades
Verificação e Ressarcimento, pelo valor de mercado, ao proprietário cuja sustentabilidade
econômica da propriedade seja afetada, ou seja tenha sido total ou parcialmente
comprometida.
Não serão prejudicados os atingidos que não possuam o título da posse e documentação de
suas terras legalizada, sendo incluídos neste programa, com a indenização de suas
benfeitorias, reassentamento, em casos excepcionais, quando a conjugação da indenização
e o apoio às famílias for considerado insuficiente, para a garantir às comunidades condições
de moradia similares ou melhores do que as atuais, mantendo-se as relações sociais e
culturais, necessárias a estrutura social e cultural das mesmas. Estes casos serão
identificadas no cadastro socioeconômico
Adoção de critérios para além do valor da terra em si, como a avaliação de seus usos. Por
exemplo, o solo de plantio irrigado tem valor diferente do sequeiro, também a presença ou
não de água na propriedade, ou nas proximidades, é um dos fatores a serem considerados,
da mesma forma, as benfeitorias afetadas devem ser indenizadas pelo valor justo de
mercado, de tal maneira que possibilite sua reconstrução nas mesmas condições anteriores
ou em condições melhores.
Quando da indenização das culturas permanentes, será considerada sua capacidade e vida
produtiva (produção renunciada).
Prática do valor de uso quando da avaliação das benfeitorias, para o que será considerada a
importância da benfeitoria no contexto de uso na propriedade e não seu valor material, o que
significa que não será observado o seu estado de conservação.
Orientação sobre formação das reservas legais nas propriedades objeto de desapropriação,
auxiliando na escolha e averbação da mesma. Adicionalmente, deverão ser previstas
reuniões de orientação sobre as Áreas de Preservação Permanente – APP.
Política de Negociação
A legislação que regula as desapropriações por utilidade pública é disciplinada pelo Decreto-
Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941. Segundo a legislação, a desapropriação poderá ser
efetivada por acordo ou intentada judicialmente. É importante destacar que o sucesso do
processo indenizatório depende da adoção de mecanismos transparentes de avaliação do
patrimônio, com critérios negociados com a população atingida e que visem atender o inciso
XXIV do art. 5º da Constituição Federal que prevê uma justa e prévia indenização em dinheiro
para as propriedades.
o
Art. 4 – A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a
que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em conseqüência da realização do
serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se
quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.
5
Publicado no Diário Oficial da União, de 18 de julho de 1941.
“Considera-se justa a indenização que reflita o preço atual do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as
terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis”.
As ressalvas, indicadas no inciso acima, são explicitadas nos termos do artigo 243 da
Constituição Federal e reconhecem que, no Direito Pátrio, não é admitido o Confisco, a não
ser nos casos em que estejam envolvidas atividades ilegais, como psicotrópicos.
Constituição Federal, Inciso II, Art. 22, expressa que: “compete privativamente à União Federal
legislar sobre desapropriação”.
Art. 159 do Código Civil Brasileiro – garante o direito à reparação para os atingidos: “aquele
que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a
6
outrem, fica obrigado a reparar o dano” .
6
- Novo Código Civil Brasileiro. 2002.
7
- SILVA, Sonia Maria Teixeira da. “Breve estudo sobre Dano Moral”. Artigos. Universidade da Amazônia. 2002.
8
- Idem, ibidem.
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade
da vida humana, atendidos os seguintes princípios”.
9
III - a dignidade da pessoa humana ;
Desse modo, pode-se constatar que os direitos dos atingidos vão além dos direitos à
propriedade. O artigo 6º, por exemplo, trata de Direitos Sociais, passíveis, portanto, de
indenização: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.” (Art. 6º), e o seu Artigo 7º destaca os direitos dos trabalhadores rurais e
urbanos, além de outros, que objetivem a melhoria de suas condições sociais.
Complementando, o art. 5º também expressa essa realidade, quando garante, além do direito
à propriedade, o direito à igualdade, à liberdade, consagrando o direito de indenização por
danos materiais e morais e o respeito ao direito adquirido e assim se expressa:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.( Art. 5º)
Como se pode observar, a Constituição Federal (1988) trouxe em seu título II os direitos e
garantias fundamentais, subdividindo-os em cinco capítulos: direitos individuais e coletivos,
direitos sociais, dentre outros. Resumidamente, tem-se:
9
- são Direitos Humanos, “o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano, que tem por
finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o
estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana, pode ser definido
como direitos humanos fundamentais” (Constituição do Brasil Interpretada” de Alexandre de Moraes, 4ª Edição,
Ed. Atlas) .
Avaliação das terras e benfeitorias – avaliação dos imóveis atingidos tendo por base
pesquisa mercadológica, consulta a órgãos públicos (cartórios, tabelionatos e prefeituras) e
análise das características particulares de cada um desses bens. Essa avaliação será
elaborada à luz da NBR 14.653 – Norma Brasileira para avaliação de bens (imóveis urbanos,
rurais, recursos naturais e ambientais, bens industriais) e por profissional capacitado. O valor
deverá resultar de um cruzamento desses critérios, balizado por uma análise técnica dos
dados referentes aos valores de mercado e do levantamento físico da propriedade.
Lote 1- Missão Velha – Acopiara – 188 km: Em processo de finalização 65 laudos que
corresponde a uma extensão de 25 km; Lote 2- Acopiara – Quixadá – 177 km: processo de
finalização para entrega de 120 laudos que corresponde a uma extensão de 50 km; e Lote 3
- Quixadá – Pecém – 162 km: processo de finalização para entrega de 30 laudos o que
corresponde uma extensão de 15 km do total.
Etapa II – Monitoramento
Os resultados da discussão dos resultados com a equipe técnica responsável pelo programa,
para ajuste das atividades, caso necessário.
Reduzir os impactos
decorrentes da
implantação do
empreendimento
Trecho Missão
Velha - Pecém 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ...
Cadastro Físico
e Territorial
Avaliação das
terras e
benfeitorias
Consolidação
do Plano de
Desapropriação
Cadastro
socioeconômico
das famílias
atingidas
Cadastro dos
direitos
minerários
conferidos
Monitoramento
O PAFA tem como premissa a execução de ações planejadas junto às famílias de produtores
rurais atingidos pela implantação da ferrovia. A natureza das ações incorpora aspectos
técnicos, sociais e ambientais na área diretamente afetada (ADA) e busca atingir condições
satisfatórias de sustentabilidade socioeconômica e conscientização de preservação
ambiental, passando pela melhoria das práticas de uso e ocupação do solo, pela
diversificação da produção e pela otimização dos recursos inerentes aos biomas percorridos.
Estimativa
Número de
População de
Habitantes / proprie- Edificações
Município domicílio dades a remover
população
(hab.) afetada
atingidas
(hab.)
Estimativa
Número de
População de
Habitantes / proprie- Edificações
Município domicílio dades a remover
população
(hab.) afetada
atingidas
(hab.)
Fontes: Censo 2000 - IBGE (http://www.ibge.gov.br - link: Canais > Banco de Dados > Cidades@).
Esse trabalho reiterou aspectos já apontados em entrevistas qualitativas feitas para o EIA-
RIMA, como o de que os pequenos agricultores são maioria na ADA, em geral proprietários
de suas terras, embora não tenham sido examinados documentos; possuem até 20 ha – bem
poucos chegam a 50 ha -; residem no local há mais de 11 anos e os que não nasceram ali,
no próprio sítio, são do mesmo município. As atividades agrícolas nessas propriedades são
evidentemente de pequeno porte, algumas muito reduzidas, em que, sem exceção, são
plantados milho e feijão. Além disso, alguns declararam plantar também mandioca ou ainda
algodão ou arroz. O perfil dos rebanhos é traçado, principalmente, pela criação do gado
caprino e ovino nas pequenas propriedades.
Nesse trecho do traçado da Nova Transnordestina foi encontrada, todavia, uma certa
diversificação no tamanho e das atividades produtivas. Embora se mantenha a
preponderância da pequena propriedade e produção de subsistência, há algumas grandes
propriedades com criação extensiva de gado bovino, com pasto plantado; algumas
apresentam baixa produtividade e são habitadas por meeiros ou moradores de “favor” e,
nessa medida, também com pequenos produtores. Foram visitadas ainda outras grandes
fazendas com produção empresarial de algodão, estas última próximas à bacia do rio
Jaguaribe, em Quixeramobim, e fazendas modernizadas, cultivando arroz em vales irrigados
com água dos açudes da região.
O diagnóstico do EIA-RIMA revelou que os problemas sociais mais recorrentes nas famílias
da ADA são o alto desemprego, que traz uma enorme ausência de perspectivas de
crescimento social, a violência e a falta de segurança na área urbana dos municípios e
também a insuficiência dos principais serviços públicos.
Por fim, de modo geral, cabe mencionar o quadro de fragilidade social existente no bioma
Caatinga, caracterizado historicamente por profundas desigualdades socioeconômicas.
2.26.1. Justificativa
Nesses termos, o PAFA que se apresenta foi concebido para reduzir os impactos decorrentes
do empreendimento e garantir que as mudanças que recairão sobre as famílias retornem em
benefícios. Todas as proposições aqui apresentadas estão orientadas no sentido de garantir
à população atingida condições de vida iguais, embora preferencialmente melhores, do que
as atuais, por isso privilegiam o reconhecimento e legitimação de direitos, bem como a
definição de meios de reparação dos danos e perdas sofridos por aqueles identificados como
atingidos.
Quadro 2.26-2 Localidades identificadas na Área Diretamente Afetada - ADA, dezembro de 2008
Localidade Município
Localidade Município
A baixa produtividade agrícola da região e a irregularidade das chuvas fazem com que boa
parte da população fique sem trabalho grande parte do tempo, e o complemento da renda da
população acaba sendo os benefícios do Governo Federal, como o Programa Bolsa-Família e
o regime da Previdência Pública no país (aposentadorias).
A pesquisa realizada na área de influência direta (ADA) da ferrovia indicou que a população
ali residente possui, em grande parte, uma situação socioeconômica de acentuada
vulnerabilidade, o que as torna bastante sensíveis a mudanças, embora já tenham sido
2.26.2. Objetivos
− Reduzir os impactos decorrentes da implantação do empreendimento sobre as
populações diretamente atingidas.
3) Monitoramento.
Algumas das ações dessa fase serão executadas em conjunto com as ações do Programa de
Educação Ambiental.
Sugere-se reuniões mensais com as famílias atingidas reunidas por localidade, onde serão
apresentados abordados tais temas.
Primeiramente, com base nos dados do cadastro socioeconômico a definição das famílias
atingidas que participarão desta ação. As ações de fomento ao desenvolvimento das famílias
devem ser feitos em grupo, considerando as localidades mais atingidas com maior número de
situações de hipossuficiência, termo detalhado no Programa de Negociação e
Desapropriação.
Nessa mesma fase também deverá ser realizada , bem como a identificação e contato com
os produtores e órgãos de assistência técnica e extensão rural a serem trabalhados no
Programa.
No trecho Missão Velha – Salgueiro, em parceria com a Associação Cristã de Base - ACB,
uma entidade sem fins lucrativos que atua com ações para o desenvolvimento do semi-árido
nordestino, participante das principais redes e fóruns organizativos sobre essa questão, como
Araripense de Prevenção e Combate a Desertificação, Fórum Cearense pela Vida no Semi-
Árido, Articulação do Semi-árido Brasileiro – Asa, Rede Abelha, entre outros, foi contratada
para realizar este diagnóstico.
Fotos do Evento
Ações de Monitoramento
Monitoramento
Engenheiro Agrônomo ou
Tecnólogo em agronomia ou 01 Supervisor do trabalho em campo
sociólogo
Profissional com nível técnico e/ou
grau superior completo ou em
andamento 04
(mínimo)
Pesquisadores e disseminadores das ações em campo
Preferencialmente com experiência
em programas e ações similares ao
proposto
02
Motorista Promover a mobilidade dos profissionais em campo
(mínimo)
Recursos
Lap-top
2.26.9. Cronograma
Trecho Missão Planejamento Implantação Operação
Velha – Pecém
(CE) 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ...
Ações de
conscientização
ambiental e
fortalecimento
comunitário
Contribuição ao
desenvolvimento
das famílias/
Implementação
de tecnologias
sociais
apropriadas
Monitoramento
Além disto, esse programa visa contemplar as demandas de levantamentos que não
puderam ser atendidas durante o Estudo de Impacto Ambiental – EIA (por conta da falta de
informações em fontes secundárias e da necessidade de complementação de levantamentos
primários), com detalhamento sobre os modos de vida das comunidades de remanescentes
de antigos quilombos e de pescadores artesanais na Área Diretamente Afetada – ADA.
A seguir segue uma breve caracterização das colônias de pescadores presentes nos
municípios da AID, contudo, conforme já ressaltado não há comunidades presentes nessa
faixa.
As espécies de peixe capturadas são, dentre outros, o cavala, o serra, o cioba, o pargo, o
carapitanga, o dourado, o galo do alto, a garoupa, o piquara e o ariacó. Pescam também
camarão branco e rosa e lagosta, esta ultima espécie encontra-se sem licença do IBAMA
para sua captura. As maricultoras capturam nos açudes e rios da localidade o suri e o
carangueijo, além de espécies de peixe como o cará, tilápia e tucunaré
Para os períodos de defeso, o curumatã e o piau ficam restritos à captura entre os meses de
fevereiro, março e abril, período de chuva na região. Nesta época, os pescadores recebem o
valor de um salário mínimo para que restrinjam suas atividades.
As embarcações têm cerca de cinco metros – com capacidade de 80kg - e não possuem
motor, apenas deslocamento “a remo”. Nas saídas para a pesca cada pescador captura cerca
de 10kg de peixe, dependendo da época do ano.
As mulheres realizam atividades artesanais tecendo redes e tarrafas para a pesca. Esta
atividade não propicia geração de renda significativa para as mesmas. No que tange ao
acesso a políticas públicas, alguns pescadores já acessaram a linha de crédito do Pronaf B –
(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, realizado pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário. Este empréstimo se deu em função da necessidade de aquisição
de materiais e equipamentos para a pesca.
Nos meses de fevereiro, março e abril a traíra, o curimatã e a sardinha atravessam o período
de defeso, onde fica restrita sua captura.
A comunidade possui Posto de Saúde da Família – PSF e uma escola municipal que funciona
até a 8ª série, onde a maioria dos estudantes realiza o ensino fundamental completo.
criação de camarão da África, mas de acordo com seu representante (Sr. Lauro), em função
da avaliação dos impactos ambientais deste tipo de criação, foi interrompido.
Tem buscado articulação junto a outros órgãos para implantar atividades de lazer e cultura
para os pescadores que não tem muitas alternativas junto a suas comunidades.
2.28.1. Justificativa
A Nova Transnordestina no trecho Missão Velha – Porto Pecém/CE, que liga o sertão
cearense ao litoral, tem por objetivo aumentar a capacidade e eficiência do transporte
ferroviário no Estado do Ceará, utilizando alguns trechos de ferrovia já existentes e
incorporando outros novos, atinge principalmente as áreas inseridas na faixa de domínio da
ferrovia, correspondendo á porções dos municípios da região do Cariri/Centro Sul - Missão
Velha, Aurora, Lavras da Mangabeira, Cedro, Icó, Iguatu e Acopiara; municípios do Sertão
Central - Piquet Carneiro, Senador Pompeu, Quixeramobim e Quixadá; municípios da região
do Baturité - Itapiúna, Capistrano, Baturité, Aracoiaba, Redenção, Barreira, Acarapé e
Palmácia; e municípios da macrorregião Metropolitana de Fortaleza - Guaiúba, Maranguape,
Caucaia e São Gonçalo do Amarante. Além destes, o município de Milagres também será
afetado por se localizar a menos de 2,5km do traçado da ferrovia.
De acordo com a Lei nº. 10.257/01 (Estatuto da Cidade), que obriga a elaboração de Plano
Diretor para os municípios com população igual ou maior que 20 mil habitantes, e,
considerando a contagem populacional do Censo IBGE 2000, os municípios de Missão
Velha, Aurora, Lavras da Mangabeira, Cedro, Icó, Acopiara, Senador Pompeu, Quixadá,
Baturité, Aracoiaba, Redenção e Caucaia têem a obrigação de elaborá-lo.
Em adição, pelo fato da ferrovia Transnordestina ser um projeto de caráter regional, esta
mesma lei condiciona os municípios inseridos na sua área de influência, dependentemente
do tamanho de sua população, à realização de Planos Diretores, inclusive indicando que os
recursos técnicos para a elaboração dos mesmos devem estar inseridos entre as medidas de
compensação adotadas.
Apesar de apenas 0,64% da Área de Influência Direta - AID estar inserida em áreas
urbanizadas o traçado da ferrovia tem potencial interferência com assentamentos urbanos
nos municípios de Cedro, Acopiara, Senador Pompeu e Quixeramobim, pois terão suas áreas
urbanas contornadas pelo traçado. Além destas áreas, alguns núcleos urbanos ficarão
lindeiros ao traçado, como Lavras de Mangabeira e Piquet Carneiro.
Identificou-se no EIA algumas áreas que deverão receber especial atenção: (i) o distrito de
Barreiros, pertencente ao município de Aurora, a Transnordestina estará a 0,1 quilômetro de
distância, havendo a possibilidade de expansão urbana nessa direção, devido à presença de
algumas vias; (ii) a sede do município de Aurora, que se localiza bem próxima ao
Com isso, o uso do solo, especialmente no entorno da faixa de domínio, deverá ser planejado
para que sejam desenvolvidos projetos adequados de ocupação, visando à minimização de
conflitos com o uso proposto e garantindo a funcionalidade da ferrovia.
Também foram identificados 15 pontos de interseção da ferrovia com o sistema viário cujos
cruzamentos deverão receber tratamento especial por meio de passagens inferiores ou,
preferencialmente, superiores (viadutos rodoviários). Além desses cruzamentos também
foram previstos: (i) passagens inferiores/superiores ou em nível de vias atravessadas em
áreas urbanas e rurais; (ii) vias laterais em áreas urbanas; (iii) passagens para gado; (iv)
desvios rodoviários em áreas rurais; (v) além de outras medidas que representam maior
segurança e ganhos operacionais significativos, quando avaliados à realidade operacional do
trecho existente.
Com isso, objetiva-se evitar acidentes com pedestres, veículos e ciclistas, especialmente nos
locais onde se verifica proximidade com áreas ocupadas, com intensificação de tráfego,
aumentando potencialmente o risco de conflitos nos cruzamentos.
2.28.2. Objetivos
Esse programa destina-se a orientar e especificar ações que devem ser planejadas e
executadas com o intuito de:
Além dos conteúdos mínimos exigidos por lei do Plano Diretor, espera-se que o Programa
também possibilite que:
Público Alvo
− Prefeituras dos municípios da AID;
− População dos municípios da AID; e
− Concessionárias responsáveis por redes de infra-estrutura atravessadas pela
ferrovia.
07 - Levantar material existente (cartilhas do Ministério das Cidades, por exemplo), avaliar a
necessidade de complentação e, caso necessário, produzir material complementar.
09 - Oferecer apoio técnico por um período de 5 anos para garantir a continuidade dos
trabalhos e sua conclusão
Escritório 01
Computadores 05
Scanner 01
Impressora A2 01
Passagens aéreas
Hospedagem
Custos de Viagem (transporte e alimentação)
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 ...
Trecho Missão Velha
– Pecém (CE)
01 – Orientação
técnica as Prefeituras
dos municípios
envolvidos;
02 - Atualização das
informações.
03 - Análisar o
material
disponiblizado,
04 - Elaborar um
quadro de ações
segundo cada conflito
identificado
05 - Elaborar um
quadro que defina um
cronograma de
atendimento à cada
município
06 - Contactar as
municipalidades
07 - Levantar material
existente (cartilhas do
Ministério das
Cidades, por
exemplo), avaliar a
necessidade de
complentação e, caso
necessário, produzir
material
complementar.
08 - Realizar oficinas
de capacitação
09 - Oferecer apoio
técnico para garantir a
continuidade dos ...
trabalhos e sua
conclusão
2.30.1. Justificativa
A ferrovia ligará a região do sertão ao litoral do Ceará, o traçado do trecho da Nova Ferrovia
Transnordestina se inicia em Missão Velha/CE e termina em São Gonçalo do Amarante –
Porto de Pecém/CE, interseccionando 23 Municípios: Missão Velha, Aurora, Lavras de
Mangabeira, Cedro, Icó, Iguatu, Acopiara, Piquet Carneiro, Senador Pompeu, Quixeramobim,
Quixadá, Itapiúna, Capistrano, Baturité, Aracoiaba, Redenção, Barreira, Acarapé, Guaiúba,
Palmácia, Maranguape, Caucaia e São Gonçalo do Amarante; o Município de Milagres não é
atravessado pelo traçado, no entanto, foi considerado parte da AID (Área de Influência Direta)
que é então composta de 24 Municípios.
Quadro 2.30-1 - Unidades Básicas de Saúde e Atenção Básica da Saúde, localidades da ADA
Lavras da x x
Sítio Unha de Gato
Mangabeira
Lavras da x x
Sítio Mulungu
Mangabeira
Lavras da x x
Carnaubal
Mangabeira
Sitio Malhada Grande Cedro x x
Gameleiro Iguatu x x
Suassurana Iguatu x x
Lagoinha Acopiara x x
Junco Quixadá X x
2.30.2. Objetivos
Desenvolver estratégias de prevenção e controle das doenças prevalentes entre os
trabalhadores, com ênfase nas doenças sexualmente transmissíveis, alcoolismo e
drogas;
Desenvolver estratégias para o monitoramento e controle de endemias que possuam
risco de introdução e/ou disseminação, na área de influência direta do empreendimento.
A) Requisitos Legais
Para a execução do presente programa serão seguidas as Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho (NR) e demais orientações e exigências das autoridades de saúde
(Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde) e de meio ambiente.
Destacam-se nesta modalidade de atividades e ações aquelas que deverão estar contidas no
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR - 7), Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (NR - 9) e Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de
Construção (NR - 18).
Este tópico trata das atividades que estarão sob a responsabilidade direta das empreiteiras,
através dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMET) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), sob a supervisão da
TRANSNORDESTINA, visando à proteção específica da saúde da população trabalhadora e
o manejo dos riscos do meio ambiente que as afetem.
Faz parte do PCSP a realização obrigatória dos exames médicos: admissional, periódico, de
retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional, compreendendo avaliação clínica
e exames complementares. A avaliação clínica, além da anamnese ocupacional detalhada,
deve preocupar-se com a detecção de doenças com risco de disseminação, principalmente
quando em trabalhadores provenientes de regiões endêmicas. Recomenda-se agregar os
seguintes exames complementares, quando se fizerem presentes as condições
predisponentes: i) Parasitológico de fezes, pelo método Kato Katz, para diagnóstico de
esquistossomose; ii) Sorologia para lues , hepatite B, Chagas.
O PCSP também deverá planejar os exames periódicos, conforme avaliação inicial dos
riscos.
As ações gerais propostas referem-se a: i) compilação e organização dos dados; ii) aplicação
de questionário; iii) Promoção de ações educativas relacionadas à saúde aos trabalhadores e
a comunidade diretamente afetada e lindeira ao empreendimento; iv) elaboração e
distribuição de material didático; v) imunização dos trabalhadores da obra; vi) instalação de
ambulatório médico; e estabelecimento de ações integradas.
C) Público Alvo
Aplicação de questionário
Trabalhadores
Contato direto e sistemático realizado por meio do minuto do meio ambiente, descrito no
Programa de Educação Ambiental, onde também serão abordados temas relacionados à
saúde, como i) orientação sobre medidas de promoção, prevenção e recuperação da saúde
dos trabalhadores; ii) orientação aos trabalhadores em relação à estrutura de saúde
disponível na região, visando à prevenção, controle e assistência de agravos em parceria
com os municípios.
Articulação com instituições publica da área da saúde. Contato com gestores locais/regionais
do SUS para estender aos trabalhadores os programas de vacinação existentes. Desenvolver
parceria junto aos serviços de saúde locais (tanto de esfera pública, quanto privada) a fim de
fornecer atendimento de nível secundário, terciário e emergências aos trabalhadores
vinculados a obra. Manter articulação permanente com os órgãos de vigilância do SUS para
notificação de agravos relevantes e adoção de medidas conjuntas.
Campanhas educativas
Deverão ser realizadas campanhas educativas que podem se estender as famílias afetadas
diretamente e a população lindeira ao empreendimento, integradas com as secretarias
municipais de saúde, de acordo com a programação estabelecida pelo Ministério da Saúde,
visando à prevenção e diagnóstico precoce das doenças prevalentes entre os trabalhadores,
como exemplo, a prevenção do câncer de pele, tabagismo, DST / AIDS e Diabetes.
Além disto, deverá ter ações desse porte para orientação em relação ao surgimento de casos
de doenças de notificação compulsória e doenças transmissíveis com quadro de persistência
nas áreas em estudo (Tuberculose, Malária, Meningites, Leishmaniose Viceral, Febre
Amarela Silvestre, Hepatites Virais, Esquistossomose, Leptospirose, Acidentes por Animais
Peçonhentos), Doenças Transmissíveis Emergentes e Reemergentes (AIDS, Cólera, Dengue,
Hantaviroses).
− Materiais Impressos: prospectos e/ou folhetos com cada um dos temas desenvolvidos;
− Cartazes: os cartazes deverão ser distribuídos nas sedes dos canteiros de obras e os
conteúdos previstos serão referentes aos temas desenvolvidos.
Ambulatório Médico
Recursos