Apostila Banco Do Brasil - Escrituário (2018) - Nova Concursos-139-289 PDF
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
As Entidades Supervisoras do SFN Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
mas realizava as emissões em função das necessidades do
O Banco Central do Brasil Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas não
A Superintendência da Moeda e do Crédito, através detinha com exclusividade os depósitos das instituições
da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois fora
federal, tendo sede e fôro na Capital da República, sob encarregado de administrar a dívida pública federal, mas
a denominaçäo de Banco Central do Brasil. Além da sua não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que
sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representações esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Também
regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, era o órgão formulador e executor da política de crédito,
Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen pode ser mas não tinha o pleno controle do crédito, porque outros
considerado como: organismos governamentais tinham idêntico poder.
banco dos bancos; Operacionalmente, os recursos do Banco Central
depósitos compulsórios; eram acessados automaticamente pelo Banco do Brasil,
redescontos de liquidez; através da “Conta Movimento”, para expansão do crédito
gestor do Sistema Financeiro Nacional; e para o custeio do Governo. Até 1988, as funções de
normas, autorizações, fiscalização, intervenção; autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil
executor da política monetária; foram progressivamente transferidas ao Banco Central, e
determinação da taxa Selic; as atividades de administração da dívida pública federal,
controle dos meios de pagamento (liquidez do que vinham sendo exercidas pelo Banco Central, foram
mercado); transferidas ao Tesouro Nacional.
orçamento monetário, instrumentos de política
monetária; A Comissão de Valores Mobiliários
banco emissor de moeda; A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada
emissão do meio circulante; pela Lei 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como
saneamento do meio circulante; a Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade
banqueiro do governo; que absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado de
financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e capitais, especialmente no que se referia às sociedades de
venda de títulos públicos); capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um órgão
administração da dívida pública interna e externa; normativo do sistema financeiro, especificamente voltado
gestor e fiel depositário das reservas internacionais do para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do
país; mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema
representante, junto às intituições financeiras financeiro e pelo Tesouro Nacional - basicamente, o
internacionais, do Sistema Financeiro Nacional; mercado de ações e debêntures, cupões desses títulos e
centralizador do fluxo cambial; bônus de subscrição. É uma entidade auxiliar, autônoma
normas, autorizações, registros, fiscalização, e descentralizada, mas vinculada, como autarquia, ao
intervenção. Governo Federal.
Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a
diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e
economia. alterou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei
Para poder atuar como autoridade monetária plena, o das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das pequenas
Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento. modificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela
As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as Lei 9.457, de 15/05/1997.
funções de banco central estarem sendo exercidas pela Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM
Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do foram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e
Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e
de exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos as entidades de compensação e liquidação de operações
comerciais e a orientação da política cambial. O Banco com valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa
do Brasil era o executor das normas estabelecidas pela de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão
Sumoc e exercia as funções de Banco do Governo Federal, de Valores Mobiliários.
controlador das operações de comércio exterior, recebedor Elas operam com autonomia administrativa, financeira
dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta de
comerciais e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial seus respectivos membros e das operações com valores
e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão emissor de mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a
papel-moeda. supervisão da CVM.
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
RESPOSTA: “A”.
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
c) A comunidade internacional trata os direitos hu- Devido à igualdade textual, a indicação da alternativa
manos de forma global, justa e equitativa, em pé de correta aponta as inadequações nas demais.
igualdade e com a mesma ênfase.
d) A maior parte dos países compreende que o di- RESPOSTA: “A”.
reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
volvimento de povos e nações. 10-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, a constituir um deslocamento da atenção intelectual de
como o direito ao desenvolvimento. Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a forma verbal resultante é:
concordância verbal: a) se constituiu.
a) Para promover os direitos humanos, a consolidação b) chegou a ser constituído.
da democracia em todos os países é extremamente neces- c) teria chegado a constituir.
sária. d) chega a se constituir.
b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma- e) chegaria a ser constituído.
nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
pela manutenção dos Direitos Humanos. O engajamento moral e político não chegou a consti-
c) A comunidade internacional trata os direitos huma- tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um
e com a mesma ênfase. deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in-
d) A maior parte dos países compreende (ou “com- finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará
preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par- no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de
te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vital Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
importância para o desenvolvimento de povos e nações.
RESPOSTA: “B”.
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
11-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
o direito ao desenvolvimento.
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de
concordância verbal e nominal em:
RESPOSTA: “D”.
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais
como entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais
09-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – sofisticadas às mais humildes, são cada vez mais co-
FCC/2012) Está inteiramente adequada a pontuação da muns nos dias de hoje.
frase: b) A importância de intelectuais como Edward Said
a) Como já se disse, poeta é aquele que, ao aplicar- e Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre ques-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa tões polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos li-
a ver o mundo com olhar infantil, despido das camadas vros que escreveram.
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e
b) Como, já se disse, poeta é aquele que ao aplicar- tanto sofrimento, estejam próximos de serem resolvi-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa dos ou pelo menos de terem alguma trégua.
a ver o mundo, com olhar infantil, despido das camadas d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
de preconceitos e prejuízos, que quase sempre à nossa verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. ponto relativa, costumam encontrar muito mais detra-
c) Como já se disse poeta é aquele, que ao aplicar-se tores que admiradores.
conscientemente à difícil arte do desaprender, passa a e) No final do século XX já não se via muitos inte-
ver o mundo com olhar infantil despido das camadas lectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa era notícia pelos livros que publicavam como pelas po-
revelia acumulamos, ao longo da vida adulta. sições que corajosamente assumiam.
d) Como já se disse poeta, é aquele que ao aplicar-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa Fiz as correções entre parênteses:
a ver o mundo com olhar infantil despido das camadas a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
de preconceitos, e prejuízos, que quase sempre à nossa entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
revelia acumulamos ao longo da vida adulta. das às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (co-
e) Como já se disse, poeta é aquele que ao apli- mum) nos dias de hoje.
car-se, conscientemente, à difícil arte do desaprender b) A importância de intelectuais como Edward Said e
passa a ver, o mundo, com olhar infantil despido das Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
camadas de preconceitos e prejuízos que quase sempre, polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
à nossa revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. que escreveram.
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- 12-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto FCC/2012) Wagner submerge ante os cordões de Bota-
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem fogo.
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) A afirmativa que exprime corretamente, com ou-
alguma trégua. tras palavras, o sentido original da frase acima é:
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a (A) Os cordões de Botafogo superam Wagner.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo (B) Wagner supera o que se faz nos cordões de Bo-
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores tafogo.
que admiradores. (C) Botafogo, com seus cordões, retoma a superio-
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos ridade de Wagner.
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas (D) Diante dos cordões de Botafogo, Wagner será
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas a superação.
posições que corajosamente assumiam. (E) Para os cordões de Botafogo, Wagner é superior.
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = Fiz a correção entre parênteses:
“há” permaneceria no singular (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
neta) = “sabe” permaneceria no singular geiros nos aeroportos.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane- espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
ceria no singular sua reputação de pessoa cortês.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
flete” passaria para “refletem-se” (frondosa) árvore do pátio.
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe-
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular cilho) na superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção
RESPOSTA: “D”. dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni-
vente na concessão de privilégios ilegítimos.
15-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2011) “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth RESPOSTA: “A”.
ao poeta Robert Lowell...
No segmento acima, o verbo “gostar” está empre- 17-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
gado exatamente com a mesma regência com que está FCC/2010) A substituição do elemento grifado pelo
empregado o verbo da seguinte frase: pronome correspondente, com os necessários ajustes
(A) Os manifestantes de todas as idades desfilaram no segmento, está INCORRETA em:
pelas ruas da cidade. a) continua a provocar irritação = continua a pro-
(B) Não junte este líquido verde com aquele abra- vocá-la.
sivo. b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir.
(C) A casa pertence aos Nemer desde 1982. c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra
(D) Patrocinou o evento do último sábado.
ela.
(E) Encontraram com um comerciante essas anota-
d) que treinavam a elite = que a treinavam.
ções.
e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.
Regência do verbo “gostar”: transitivo indireto.
a) continua a provocar irritação = continua a provocá-
A – desfilaram – intransitivo
-la.
B – junte – transitivo direto
b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir. =
C – pertence – transitivo indireto
constituí-lo
D – patrocinou – transitivo direto
E – transitivo direto preposicionado c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra ela.
d) que treinavam a elite = que a treinavam.
RESPOSTA: “C”. e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
24-) (BANCO DO BRASIL – MÉDICO DO TRABALHO (D) ... que várias espécies de peixes precisam = presen-
– FCC/2012) Ficava difícil se apoiar em algum chavão. te do Indicativo
O período acima passa de composto a simples caso (E) ... uma equipe da Universidade Federal de Pernam-
se substitua o elemento sublinhado por buco verificou = pretérito perfeito do Indicativo
(A) para algum chavão apoiá-lo.
(B) que algum chavão o apoiasse. RESPOSTA: “B”.
(C) apoiá-lo em algum chavão.
(D) algum chavão vir a apoiá-lo. 27-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substi-
(E) o apoio em algum chavão. tuição do elemento grifado pelo pronome correspon-
dente foi realizada de modo INCORRETO em:
Para que tenhamos um período simples é necessária a (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
presença de um único verbo. Fazendo a alteração e man- (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
tendo o sentido da frase inicial, a alternativa “o apoio em (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
algum chavão” é a que está escrita de maneira correta. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
RESPOSTA: “E”.
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
25-) (SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II reta
E PROFESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
...permite que os criadores tomem atitudes quando a (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
proliferação de algas tóxicas ameaça os peixes. (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
A transposição para a voz passiva da oração grifada desviava
acima teria, de acordo com a norma culta, como forma (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
verbal resultante:
RESPOSTA: “D”.
(A) ameaçavam.
(B) foram ameaçadas.
(C) ameaçarem.
(D) estiver sendo ameaçada.
(E) forem ameaçados.
RESPOSTA: “E”.
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Arranjo Simples
ANÁLISE COMBINATÓRIA; NOÇÕES DE
PROBABILIDADE; TEOREMA DE BAYES; Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a
p, toda sequência de p elementos distintos de E.
PROBABILIDADE CONDICIONAL; NOÇÕES
DE ESTATÍSTICA; POPULAÇÃO E AMOSTRA; Exemplo
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números
E GRÁFICOS; REGRESSÃO, TENDÊNCIAS, de 2 algarismos distintos podemos formar?
EXTRAPOLAÇÕES E INTERPOLAÇÕES;
TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO EMPÍRICA DE
VARIÁVEIS E HISTOGRAMAS; ESTATÍSTICA
DESCRITIVA (MÉDIA, MEDIANA, VARIÂNCIA,
DESVIO PADRÃO, PERCENTIS, QUARTIS,
OUTLIERS, COVARIÂNCIA).
Análise Combinatória
Indica-se
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal- E.
ças). 3(blusas)=6 maneiras O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
Fatorial
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
Exemplo forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos nômios:
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Relação de Stifel
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Respostas
02. Resposta: C. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
__ ___ __ __ terão que fazer parte da comissão.
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 30-2=28
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
Experimento Aleatório
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u Espaço Amostral
Números ímpares: 1,3,5,7,9 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
tada para cima:
E={Ca,Co}
06. Resposta: D.
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Como para os três dias têm que ser diferentes: Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
__ __ __ Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
210⋅209⋅208=9129120
Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces
07. Resposta: A. voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral.
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- Exemplo
C,R,R),(R,R,R)} No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
Probabilidade Solução
Considere um experimento aleatório de espaço amos- E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento Sejam os eventos
com n(A) amostras. A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4
Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
ocorreu o evento B, definido por:
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
Note que
Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
sido retirada uma bola que não seja vermelha.
Solução
são complementares.
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
6
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
09. Resposta: D.
Temos duas possibilidades
As bolas serem par/par ou ímpar/par
Ser par/par:
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14
colher uma mulher é de 7/12
12x=336 Ímpar/par:
X=28
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6 A probabilida de é par/par OU ímpar/par
5+5
5+6
6+4
6+5
6+6
10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara
04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70 Cara, coroa, coroa
P=70/200=7/20
05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40} Cara, cara, coroa
P=8/40=1/5=0.2
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3 Coroa, cara, cara
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
P=4/36
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
ESTATÍSTICA Referências
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Distribuição de frequência com intervalos de classe: 2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional efe- pela média aritmética entre os termos e , tais que o
tuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de classe. número de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
Classes Frequências mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
Exemplo 1:
41 |------- 45 7 Determinar a mediana do conjunto de dados:
45 |------- 49 3 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
49 |------- 53 4
Solução:
53 |------- 57 1
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
57 |------- 61 5 (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
Total 20 rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
Média aritmética
Média aritmética de um conjunto de números é o valor Exemplo 2:
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme- Determinar a mediana do conjunto de dados:
ro de elementos do conjunto. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- Solução:
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
média aritmética para variáveis quantitativas. -se:
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit-
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará mética entre os dois termos centrais do rol.
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências. Logo:
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é: Resposta: Md=15
Moda (Mo)
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
res, obteremos a média aritmética das alturas: Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni-
ca.
Exemplo 1:
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.
Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico A relati- Exemplo 2:
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
peso” é chamada média aritmética ponderada.
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
Mediana (Md) informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
Sejam os valores escritos em rol: em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão.
Variância
1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
que o número de termos da sequência que precedem Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é um conjunto de números em relação à sua média aritmética,
termo médio da sequência ( ) em rol. e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido:
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e
indica-se por , o número:
Isto é:
E para amostra
Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
Solução:
a) A média de pontos por jogo é:
b) A variância é:
Desvio médio
Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma sequência. Esta medida representa a média das distâncias
entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:
Isto é:
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:
Questões
01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.
02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24
11
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.
04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.
Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.
05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5
12
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por 10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
mês. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
II. A mediana da série de valores é igual a 26. feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
III. A moda da série de valores é igual a 15. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
verifica-se que está(ão) correta(s)
(A) II, apenas. 50 55 55 55 55 60
(B) III, apenas. 62 63 65 90 90 100
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(E) I, II e III. média é:
(A) 3;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (B) 4;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (C) 5;
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro (D) 6;
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai- (E) 7.
xo.
Laboratório Respostas
Replicatas 1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 01. Resposta: E.
2 30,4 30,8 30,7 30,4
3 30,0 30,6 30,4 30,7 S=cursam superior
Média 30,20 30,77 30,47 30,53 M=não tem curso superior
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão.
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o S+M=600000
de número
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3. S=420000
(D) 4. M=600000-420000=180000
331546248
02. Resposta:B.
Então, a variância dessa amostra é igual a
(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
13
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
M=300
V=250
09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010
05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.
GRÁFICOS E TABELAS
06. Resposta: D.
14
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
15
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Questões
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.
16
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 50-55 6
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- TOTAL 40
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.
(A)
17
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.
04. Resposta: A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
18
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores 2. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENI-
ou pizza e de linha TENCIÁRIA – VUNESP/2013) Uma pessoa comprou quatro
cadeiras iguais para sua cozinha, pagando R$ 120,00 por
cada uma delas, três cadeiras de praia por R$ 90,00 cada
07. Resposta: D. uma delas e dois banquinhos iguais, de madeira. Conside-
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa- rando-se o total de peças compradas, na média, o preço de
lários uma peça saiu por R$ 94,00. O preço de cada banquinho
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem era de
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) A) R$ 44,00.
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários B) R$ 56,00.
E apenas 1 pessoa ganha C) R$ 52,00.
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 D) R$ 48,00.
20% de 30=0,2x30=6 E) R$ 40,00.
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Total de objetos: 4+3+2=9
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Cadeiras de cozinha: 120 ⋅ 4=480
Cadeiras de praia: 90 ⋅ 3=270
Banquinhos : 2x
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,
480 + 270 + 2!
= 94
9
09. Resposta: CERTA. !
2x+750=846
555----100%
x----55% 2x=96
x=305,25 x=48
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. Cada banquinhos custa R$48,00.
RESPOSTA: “D”.
10. Resposta: ERRADO.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no
eixo x e não simplesmente um dado.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
19
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
! = 2520!!"
!"!!"!!"!!"!!"!!"!!!!!"
!é!"# = = 25 2520-560=1960kg
!
!
A mediana é a média entre o 4º e 5º termo: 1960
= 9,8
25 + 25 240 − !
!!!!!"#$%&% = = 25
2 9,8 240 − ! = 1960
!
Moda é o número que mais aparece: 25
2352 − 9,8! = 1960
RESPOSTA: “D”. −9,8! = −392
! = 40
!RESPOSTA: “B”.
20
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
50 ∙ 2! + 160 ∙ !
= 26
210
100! + 160! = 5460
260! = 5460
! = 21 9. A mediana desses valores vale:
! A) 6
Ele recebe R$ 21,00 de segunda a sexta por hora, por- B) 6,5
tanto recebe R$ 42,00 por hora aos sábados. C) 7
D) 7,5
RESPOSTA: “C”. E) 8
RESPOSTA: “C”.
21
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
11. (UEM/PR – AGENTE UNIVERSITÁRIO – MOTORISTA 13. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
– UEM/2013) A média aritmética simples de três números NESP/2012) Em uma instituição, a nota final de cada dis-
é 10 e a média aritmética simples de dois desses números ciplina é composta pela média aritmética ponderada de 3
é 5. avaliações: A1, A2 e A3.
Nessas condições, o terceiro número é igual a A avaliação A1 tem peso um e as demais avaliações
A) 10. têm peso dois, cada uma delas. Um aluno que tirou, em
B) 14. determinada disciplina, notas 3, 7 e 5 na A1, A2 e A3, res-
C) 15. pectivamente, teve, como nota final, nessa disciplina,
D) 18. A) 5.
E) 20. B) 5,4.
C) 5,5.
Números: x, y e z D) 6.
(x+y+z)/3 =10 E) 6,4.
!!!
=5 3 + 7 ∙ 2 + 5 ∙ 2 27
!
!= = = 5,4
! X+y=10 5 5
!
!"!!
= 10 RESPOSTA: “B”.
!
! Z=30-10=20 14. (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2012) A tabela a seguir apresenta o número de usuá-
RESPOSTA: “E”. rios internos atendidos por um departamento de uma de-
terminada fundação, de segunda a sexta-feira, da semana
12. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR anterior.
– VUNESP/2012) A média aritmética entre três números
inteiros positivos é igual a , e a média aritmética entre o
maior e o menor desses números é igual a . Sendo assim, o
número intermediário entre os três números mencionados
é, necessariamente, igual a
A) !"!
B) ! + !"!
C) !!
D) !" − !"!
E) !+!
!
!
Com base nas informações da tabela, é possível afir-
mar que o número médio de atendimentos diário, daque-
les dias, foi
!! + !! + !! A) 120
=! B) 117,5.
3 C) 110.
!! + !! D) 54,5.
=! E) 47.
2
!! + !! = 2!
2! + !! 52 + 47 + 38 + 45 + 53
=! = 47
3 5
!! = 3! − 2! !
!
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM –Comitê de Política Monetária. Banco
Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários.................................................................................................................................... 01
Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de
poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros. Noções de Mercado de capitais. Noções de Mercado
Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas............................................................................................................ 16
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancá-
rias.................................................................................................................................................................................................................................. 28
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº
9.613/98 e suas alterações,................................................................................................................................................................................... 36
Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações e............................................................................................................................................. 45
Carta-Circular Bacen 3.542/12. ........................................................................................................................................................................... 53
Autorregulação Bancária....................................................................................................................................................................................... 58
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PROF. SILVANA GUIMARÃES FERREIRA essas transações, permite que um agente econômico (um
Bacharel em Direito Especialização em Gestão Empresarial indivíduo ou uma empresa, por exemplo), sem perspectivas
e Gestão de Projetos; Consultora Empresarial e Coordenado- de aplicação em algum empreendimento próprio, da pou-
ra de Projetos Empresária; Palestrante (área Desenvolvimento pança que é capaz de gerar (denominado agente econô-
Pessoal / Atendimento e Vendas / Relações Comportamentais) mico superavitário), seja colocado em contato com outro,
cujas perspectivas de investimento superem as respectivas
disponibilidades de poupança (denominado agente econô-
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO mico deficitário).
Para que possamos entender por que sistemas financei-
NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO ros são organizados de forma tão diferenciada nos diversos
NACIONAL; COPOM – países, as qualidades e limitações de cada tipo de sistema
COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA. BANCO financeiro, e sua evolução, é preciso conhecer as razões ma-
CENTRAL DO BRASIL; COMISSÃO DE VALORES teriais que levaram à criação de cada tipo de sistema, mas
MOBILIÁRIOS. também, e principalmente, sua história e a da sociedade em
que se insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a
formação do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução re-
Depois de uma breve síntese, faremos uma abordagem cente e a sua estrutura atual.
mais detalhada sobre o sistema financeiro nacional.
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser A Evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN) até
um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa 1964/65
as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito Do Império aos Primeiros Anos da República
na economia. É composto por diversas instituições. Se o divi- O surgimento da intermediação financeira no Brasil
dirmos, teremos dois subsistemas. O primeiro é o normativo, coincide com o término do período colonial, no decurso do
formado por instituições que estabelecem as regras e diretri- qual prevaleceram ideias e procedimentos de política eco-
zes de funcionamento, além de definir os parâmetros para a nômica mercantilista, que bloqueavam quaisquer iniciativas
intermediação financeira e fiscalizar a atuação das instituições que promovessem o desenvolvimento da colônia, conforme
operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário os interesses da Coroa portuguesa. As grandes companhias
Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comis- de comércio dominavam o cenário econômico do Brasil co-
são de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais lonial, exercendo grande influência, não só na distribuição
(Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal). como no próprio financiamento da produção interna.
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição Com a transferência da família real para o Brasil, em
estão as instituições que atuam na intermediação financeira e 1808, criaram-se as pré-condições necessárias para o sur-
tem como função operacionalizar a transferência de recursos en- gimento da intermediação financeira no país, mediante a
tre fornecedores de fundos e os tomadores de recursos, a partir constituição de bancos comerciais. Com a abertura dos
das regras, diretrizes e parâmetros definidos pelo subsistema nor- portos, com a celebração de novos acordos comerciais e
mativo. Estão nessa categoria as instituições financeiras bancárias com a articulação de relações econômicas e financeiras
e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo com a Europa, as colônias africanas e asiáticas e diversos
(SBPE), além das instituições não financeiras e auxiliares. países sul-americanos, tornou-se necessária a implantação
A atuação das instituições que integram o subsistema de um mercado financeiro capaz de dar assistência às ativi-
operativo é caracterizada pela sua relação de subordinação dades de importação e exportação.
à regulamentação estabelecida pelo CMN e pelo Bacen. As Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, em
instituições podem sofrer penalidades caso não cumpram as outubro de 1808, a primeira instituição financeira do país,
normas editadas pelo CMN. As multas vão desde as pecuniá- o Banco do Brasil, cujas operações seriam iniciadas só um
rias até a própria suspensão da autorização de funcionamento ano depois, em 1809, devido, principalmente, às dificuldades
dessas instituições e seus dirigentes.1 de subscrição do capital mínimo requerido para o início de
suas atividades. As operações permitidas abrangiam, privile-
O Sistema Financeiro Nacional giadamente, o desconto de letras de câmbio, o depósito de
Conjunto de instituições financeiras e instrumentos finan- metais preciosos, papel-moeda e diamantes, a emissão de
ceiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos notas bancárias, a captação de depósitos a prazo, o mono-
(pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. pólio da venda de diamantes, pau-brasil e marfim e o direito
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mer- exclusivo das operações financeiras do governo.
cados financeiros existentes numa dada economia, pelas Devido ao fraco desempenho da economia de exporta-
instituições financeiras participantes e suas inter-relações e ção no início do Império e ainda ao fato do Banco do Bra-
pelas regras de participação e intervenção do poder público sil converter-se em fornecedor de recursos não lastreados
nesta atividade. Uma conceituação mais abrangente de sis- para o governo, a continuidade de suas operações tornou-
tema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições -se insustentável com a volta de Dom João VI a Portugal
dedicado ao trabalho de propiciar condições satisfatórias em 1821. Esse monarca teria recambiado para Portugal boa
para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupado- parte do lastro metálico depositado no banco, com o que
res e investidores. O mercado financeiro, onde se processam se enfraqueceu a já abalada confiança nessa primeira insti-
1 Fonte: https://www.febraban.org.br tuição financeira no país. Oito anos depois, em 1829, após
1
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
insustentável período crítico, seria autorizada a liquidação Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos primei-
do primeiro Banco do Brasil, cujas operações se encerraram ros anos do governo republicano. Embora a criação de meios
definitivamente em 1835, a despeito das muitas tentativas de pagamento tenha sido redisciplinada, a expansão imode-
empreendidas para evitar sua extinção. rada de crédito não foi interrompida. No entanto, em segui-
Em vez de cumprir funções básicas de intermediação para da a um curto período de crescimento acelerado, não tarda-
o crescimento das atividades produtivas internas, este banco ram a aparecer focos de especulação. Houve o encilhamento
converteu-se em fornecedor de recursos para pagar as des- (1889/91), período caracterizado pela galopante expansão
pesas governamentais, basicamente decorrentes das com- dos meios de pagamento, pela excitação das atividades de
pensações devidas a Portugal em função do reconhecimen- intermediação financeira e por decorrente surto inflacionário.
to da independência do Brasil, das despesas militares com a
Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma fase
guerra no sul do país (anexação da Província Cisplatina) e dos
gastos com a criação de um exército e de uma marinha de de contra-reforma (1892-1906), caracterizada, nos três pri-
guerra (Lopes & Rossetti, p.308). meiros anos, por um esforço de estabilização e, nos dois
Em 1833, foi aprovada a criação de um segundo Banco do anos subsequentes, por breve relaxamento da austeridade
Brasil. Mas, em virtude dos traumas decorrentes do insucesso implantada e, finalmente, já então na virada do século, por
da experiência pioneira, não se conseguiu a subscrição do ca- generalizada recessão.
pital mínimo exigido para sua instalação. Os esforços de estabilização pós-encilhamento leva-
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial pri- ram o sistema bancário do país, inclusive o Banco do Brasil,
vado do país, o Banco do Ceará, que, entretanto, encerrou a enfrentar dificuldades operacionais. Resultaram daí novas
suas atividades em 1839, basicamente em função da conces- fusões bancárias, envolvendo o próprio Banco do Brasil,
são de créditos a longo prazo, sem que houvesse captações que em 1892 se incorporou ao Banco da República dos Es-
de recursos também resgatáveis a longo prazo. tados Unidos do Brasil, resultando no Banco da Repúbli-
Havia, entretanto, condições para que se implantassem ca do Brasil. Verificaram-se outras fusões e incorporações,
no país atividades de intermediação financeira, sobretudo se notadamente nos cinco primeiros anos do século, quando,
ligadas ao setor cafeeiro e aos projetos financeiramente viá- então, não resistindo à recessão econômica do período,
veis no setor de infra-estrutura econômica. Assim, em 1838, muitas casas bancárias foram liquidadas. O próprio Banco
um grupo privado criou e estabeleceu o Banco Comercial do da República do Brasil (o quarto a funcionar) foi também
Rio de Janeiro. A solidez e o crescimento dessa instituição en-
liquidado em 1905.
sejaram o surgimento, em outras praças, de outras institui-
ções congêneres, como o Banco da Bahia (1845), o Banco do A partir de 1906, ao final da crise financeira do início
Maranhão (1847) e o Banco de Pernambuco (1851). do século, a intermediação financeira no país voltou gra-
Também em 1851 foi constituído o terceiro Banco do Bra- dativamente à normalidade. Nesse ano foram reativadas as
sil (o segundo a funcionar com este nome), por iniciativa do operações do Banco do Brasil, o quinto a funcionar sob
Barão de Mauá. Dois anos depois, em 1853, verificar-se-ia no esta denominação (Lopes & Rossetti, p.310).
país a primeira experiência de fusão bancária: os Bancos Co- O Período das Guerras e da Depressão
mercial do Rio de Janeiro e do Brasil fundiam-se com o obje- O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou
tivo de criar um novo estabelecimento, sob a denominação considerável importância no quadro da intermediação finan-
de Banco do Brasil (o quarto estabelecimento sob esta de- ceira no Brasil. Entre os principais, são destacados os seguintes:
nominação e o terceiro a funcionar efetivamente). Surgiram, • expansão do sistema de intermediação financeira de
na mesma época, novas casas bancárias, também com au- curto e médio prazos no país;
torização para emissão de notas bancárias, como o Banco • disciplinamento, integração e ampliação do nível de
Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário (ambos segurança da intermediação financeira no país, mediante a
no Rio de Janeiro), o Banco da Província do Rio Grande do criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), posteriormente
Sul e o Banco Comercial do Pará. substituída pela Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária
A partir do início da década de 1860, as atividades de in- (1942), a instalação da Câmara de Compensação (1921) e a im-
termediação financeira no país seriam ampliadas, com a che- plantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921);
gada dos primeiros bancos estrangeiros. Os dois primeiros • elaboração de projetos com vista à criação de insti-
(ambos em 1863) foram o London & Brazilian Bank e o The tuições especializadas no financiamento de longo prazo. Mas
Brazilian and Portuguese Bank. À mesma época (1866), ca- a vigência da Lei da Usura, de 1933, que estabelecia um teto
pitalistas alemães fundaram o Deutsche Brasilianische Bank, máximo de 12% ao ano para a taxa nominal de juros, teria
cujas atividades foram encerradas em 1875, após acirrada retardado o surgimento espontâneo de intermediários finan-
concorrência com os bancos ingleses que operavam no país. ceiros bancários ou não bancários dispostos a operar a longos
No final do Império, a libertação dos escravos (1888) prazos em um contexto de inflação crescente (a criação do
alterou substancialmente a ordem econômica e financeira Banespa, em São Paulo, e do Banrisul (então BERGS), no Rio
do país. A liberdade concedida a 800.000 escravos aniquilou Grande do Sul, ocorreu nessa época);
fortunas rurais, motivou perdas de 40% a 50% das colhei- • início de estudos e esforços convergentes para a
tas, provocou a escassez e a inflação, e motivou um primeiro criação de um Banco Central no país.
surto de industrialização. Ainda no Império, para atender às A captação de recursos e os empréstimos concedidos
pressões por maior volume de crédito, em virtude da expan- pelos bancos comerciais elevaram-se de forma consistente
são da massa salarial e das necessidades de financiamento durante todo o período, não obstante a interrupção (não
dos novos empreendimentos, o poder emissor, que se en- muito acentuada) nos anos da Grande Depressão.
contrava a cargo do Tesouro, foi estendido aos bancos.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ressava a evolução dos níveis de poupança internos e o seu O elenco de normas e a disciplina operacional são impos-
direcionamento para investimentos produtivos. tos ao sistema por meio de resoluções, circulares, instruções e
A partir desses institutos legais, o sistema financei- atos declaratórios, direta ou indiretamente decorrentes de de-
ro brasileiro passou a contar com maior e mais diversifi- cisões do CMN. O conjunto destes atos normativos compõe
cado número de intermediários financeiros não bancários, o MNI - Manual de Normas e Instruções do Banco Central do
com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao Brasil.
mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi
ativos financeiros, abrindo-se novo leque de opções para a seguinte:
captação e aplicação de poupanças e criando-se, assim, Sistema Financeiro Nacional:
condições mais efetivas para a ativação do processo de in- Autoridades Monetárias
termediação. Autoridades de Apoio
As reformas bancária e do mercado de capitais foram Instituições Financeiras
inspiradas no sistema norte-americano de organização do
sistema financeiro, voltando-se para a especialização das Autoridades Monetárias:
instituições. Apesar desta opção, em virtude de condicio- Conselho Monetário Nacional: Comissões Consulti-
namentos econômicos e, em especial, da necessidade de vas
buscar economia de escala e melhor racionalização do sis- Banco Central do Brasil
tema, os bancos comerciais passaram a assumir o papel de
líderes de grandes conglomerados, no âmbito do qual atua- Autoridades de Apoio:
vam coordenadamente diversas instituições especializadas Comissão de Valores Mobiliários
nas diferentes modalidades financeiras que, embora com Banco do Brasil S/A
grande número de pequenos bancos regionais, passaram a Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
deter o maior volume de negócios de intermediação finan- Social
ceira e prestação de serviços.
Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis im- Instituições Financeiras:
portantes para o reordenamento institucional do Sistema Bancos Comerciais Públicos e Privados
Financeiro Nacional, quais sejam: Bancos Estaduais de Desenvolvimento
Bancos Regionais de Desenvolvimento
• Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Co-
Banco Nacional da Habitação (BNH)
missão de Valores Mobiliários-CVM, transferindo do Banco
Caixa Econômica Federal (CEF)
Central a responsabilidade pela regulamentação e fiscaliza-
Caixas Econômicas Estaduais
ção das atividades relacionadas ao mercado de valores mo-
Sociedades de Crédito Imobiliário
biliários (ações, debêntures etc.). Esta lei deu solução à falta
Associações de Poupança e Empréstimo
de uma entidade que absorvesse a regulação e fiscalização
Cooperativas Habitacionais
do mercado de capitais, especialmente no que se referia às Soc. de Créd. Financ. e Investimento
sociedades de capital aberto. Bancos de Investimento
• Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anôni- Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)
mas), que estabeleceu regras quanto às características, Cooperativas de Crédito
forma de constituição, composição acionária, estrutura de Bolsas de Valores
demonstrações financeiras, obrigações societárias, direitos Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
e obrigações de acionistas e órgãos estatutários e legais. Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Esta lei veio ao encontro da necessidade de atualização da Seguradoras
legislação sobre as sociedades anônimas brasileiras, espe- Outras Instituições
cialmente quanto aos aspectos de composição acionária,
negociação de valores mobiliários (ações, debêntures etc.) e Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde
modernização do fluxo de informação. então, o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encontram-se
• Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
3.995 e MP 8 (estes de 2002), que consolidam os dispositi- (criada pela Lei n. 6.385, de 07.12.76). Esses órgãos normativos
vos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melhorando a proteção regulam, controlam e fiscalizam as instituições de intermedia-
aos minoritários e dando força à ação da CVM como órgão ção, disciplinando todas as modalidades de operações de cré-
regulador e fiscalizador do mercado de capitais, incluindo dito, ativas e passivas, assim como a emissão e distribuição de
os fundos de investimento e os mercados de derivativos. A valores mobiliários.
quesão associada a esta legislação é que o mercado de ca- Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relações es-
pitais cada vez mais perdia espaço para o exterior pela au- treitas entre o subsistema normativo e os agentes especiais
sência de proteção ao acionista minoritário e insegurança do subsistema de intermediação, porque a regulação e o con-
quanto às aplicações financeiras. trole do subsistema de intermediação não se realizam ape-
nas por meio das normas legais expedidas pelas autoridades
monetárias, mas também “pela oferta seletiva de crédito, le-
vada a efeito pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social” (Barbosa, op.cit. Lopes
e Rossetti).
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pitais, especialmente no que se referia às sociedades de • quando ofertados publicamente, quaisquer outros
capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um órgão títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem
normativo do sistema financeiro, especificamente voltado direito de participação, de parceria ou de remuneração,
para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendi-
mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema mentos advêm do esforço do empreendedor ou de tercei-
financeiro e pelo Tesouro Nacional - basicamente, o mer- ros.
cado de ações e debêntures, cupões desses títulos e bônus
de subscrição. É uma entidade auxiliar, autônoma e des- Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
centralizada, mas vinculada, como autarquia, ao Governo • os títulos da dívida pública federal, estadual ou
Federal. municipal;
A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a • os títulos cambiais de responsabilidade de institui-
Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e al- ção financeira, exceto as debêntures.
terou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei das
Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das pequenas mo- Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So-
dificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela Lei ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem
9.457, de 15/05/1997.
por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de
Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM foram
poupança no mercado acionário; b) assegurar o funciona-
ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros,
mento eficiente e regular das bolsas de valores e de outras
as entidades do mercado de balcão organizado e as en-
instituições auxiliares que operam nesse mercado; c) pro-
tidades de compensação e liquidação de operações com
valores mobiliários que, da mesma forma que a Bolsa de teger os titulares de valores mobiliários (notadamente os
Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão de pequenos e minoritários) contra emissões irregulares e ou-
Valores Mobiliários. tros tipos de atos ilegais, que manipulem preços de valores
Elas operam com autonomia administrativa, financei- mobiliários nos mercados primário e secundário de ações;
ra e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta d) fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da
de seus respectivos membros e das operações com valores negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas
mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a super- de capital aberto.
visão da CVM.
Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram consoli- Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacio-
dadas as seguintes atividades: nal
• emissão e distribuição de valores mobiliários no
mercado; O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacio-
• negociação e intermediação no mercado de valo- nal (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e última
res mobiliários; instância administrativa os recursos interpostos contra Ba-
• negociação e intermediação no mercado de deri- Cen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do Ministério
vativos; de Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
• organização, funcionamento e operações das Bol- O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de
sas de Valores; 15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional -
• organização, funcionamento e operações das Bol- CMN para o CRSFN a competência para julgar, em segunda
sas de Mercadorias e Futuros; e última instância administrativa, os recursos interpostos
• auditoria das companhias abertas; das decisões relativas à aplicação das penalidades adminis-
• serviços de consultor e analista de valores mobi- trativas referidas nos itens I a IV do art. 1° do referido De-
liários. creto. Permanece com o CMN a competência residual para
julgar os demais casos ali previstos, por força do disposto
Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regi-
no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64.
me da nova Lei, como sendo:
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais espe-
• ações, debêntures e bônus de subscrição;
cificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único,
• cupons, direitos, recibos de subscrição e certifica-
ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igual-
dos de desdobramento de valores mobiliários;
mente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos
• certificados de depósito de valores mobiliários;
• cédulas de debêntures; interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil
• cotas de fundos de investimento em valores mo- relativas a aplicação de penalidades por infração à legis-
biliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; lação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e
• notas comerciais; industrial. O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprova-
• contratos futuros, de opções e outros derivativos, do pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com a nova redação
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, dispondo sobre as
• outros contratos derivativos, independentemente competências, prazos e demais atos processuais vinculados
dos ativos subjacentes; e, às suas atividades.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos • como principal executor dos serviços bancários
do sistema de intermediação financeira, mediante as seguin- de interesse do Governo Federal, inclusive suas autarquias,
tes carteiras especiais, sem vinculação entre as fontes de re- receber em depósito, com exclusividade, as disponibilida-
cursos captados e as suas aplicações: des de quaisquer entidades federais, compreendendo as
• carteira comercial; repartições de todos os ministérios civis e militares, institui-
• carteira de desenvolvimento (no caso de bancos ções de previdência e outras autarquias, comissões, depar-
múltiplos públicos); tamentos, entidades em regime especial de administração
• carteira de investimentos (no caso de bancos múlti- e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por
plos privados); adiantamentos.
• carteira de crédito imobiliário;
• carteira de crédito, financiamento e investimento; Os Bancos Comerciais
• carteira de arrendamento mercantil. Os bancos comerciais se dedicam à captação e aplica-
ção de recursos financeiros em operações de curto e médio
O Banco do Brasil prazos, normalmente de até um ano, bem como prestam
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de autori- serviços de pagamentos e recebimentos ao público em ge-
dade monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão do ral, a partir de uma estrutura descentralizada que é propor-
CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o BB na cionada por sua capacidade de abrir agências bancárias.
posição privilegiada de banco co-responsável pela emissão No Brasil, atualmente, os bancos comerciais geralmente
de moeda, via ajustamento das contas das autoridades mo- estão integrados em uma estrutura de banco múltiplo, a
netárias e do Tesouro Nacional. partir da qual exercem, total ou parcialmente, uma diversi-
No período do pós-guerra até as reformas de 1964-65, ficada gama de operações monetárias e financeiras.
a despeito da criação da SUMOC, o Banco do Brasil conti- Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais
nuou exercendo funções executivas de autoridade monetária, podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de aber-
atuando como banco dos bancos, agente financeiro do go- tura de crédito simples ou em conta corrente (contas ga-
verno, depositário e administrador das reservas internacionais rantidas); c) realizar operações especiais, inclusive de cré-
do país e emprestador de última instância do sistema finan- dito rural, de câmbio e comércio internacional; d) captar
ceiro. depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições ofi-
Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu a ciais, para repasse aos clientes; e) obter recursos externos
maior parte das atribuições típicas de um banco central, como para repasse; e f) efetuar a prestação de serviços, inclusive
a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mobilização Bancária, a mediante convênio com outras instituições.
concessão de créditos ao Tesouro Nacional. Com a reforma de É importante frisar que a captação de depósitos à vista,
1986, e as consequentes redefinições de papéis do Bacen e do que nada mais são do que as contas correntes livremente
Banco do Brasil, este passou a operar sob padrões bem pró- movimentáveis, é a atividade básica dos bancos comerciais,
ximos de um banco comercial qualquer. Hoje, o BB é um con- configurando-os como instituições financeiras monetárias. Tal
glomerado financeiro de ponta, que, aos poucos, se ajustou captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB,
à estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora ainda cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públi-
opere, em muitos casos, como agente financeiro do Gover- cas, permite aos bancos repassar tais recursos aos seus clien-
no Federal. É o principal executor da política oficial de crédito tes, em especial às empresas, sob a forma de empréstimos
rural. Conserva, ainda, funções que não são próprias de um que vão girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.).
banco comercial comum, mas típicas do parceiro principal do
governo federal na prestação de serviços bancários, como: A Caixa Econômica Federal
As caixas econômicas são instituições de cunho eminen-
• administrar a Câmara de Compensação de cheques temente social, concedendo empréstimos e financiamentos
e outros papéis; a programas e projetos de assistência social, saúde, edu-
• efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à cação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu
execução do Orçamento Geral da União; único representante, hoje, a Caixa Econômica Federal, re-
• a aquisição e o financiamento dos estoques de pro- sultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969,
dução exportável; das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes.
• agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora Suas origens confundem-se com as dos primeiros ban-
do país; cos comerciais. Estes, pela falta de interesse em captar pe-
• a execução da política de preços mínimos dos pro- quenos valores e pelos altos riscos dos empreendimentos
dutos agropastoris; em que se envolviam, afastavam os pequenos depositantes.
• a execução do serviço da dívida pública consolidada; Assim, surgida da iniciativa particular, a primeira caixa eco-
• a realização, por conta própria, de operações de nômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) remonta
compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do BC, a 1831, que não obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial
nas condições estabelecidas pelo CMN; criou outra instituição do gênero, que começou a operar
• o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das em 1861 (que corresponde hoje à Caixa Econômica Federal
importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou do Rio de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou projeto
rendas federais; e, de lei para autorizar a caixa a conceder financiamentos para
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Em síntese, são as seguintes as operações ativas que As agências de fomento somente podem praticar ope-
podem ser praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo rações de repasse de recursos captados no país e no exte-
mínimo de um ano, para financiamento de capital fixo; b) rior, orginários de: a) fundos constitucionais; b) orçamentos
empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financia- federal, estaduais e municipais; c) organismos e instituições
mento de capital de giro; c) aquisição de ações, obrigações financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento.
e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para in- Às agências de fomento são facultadas: a) a reali-
vestimento ou revenda no mercado de capitais (operações zação de operações de financiamento de capitais fixo e de
de underwriting); d) repasses de empréstimos obtidos no giro associados a projetos na unidade da federação onde
exterior; e) prestação de garantia em empréstimos no país tenham sede; b) a prestação de garantias, na forma da re-
ou provenientes do exterior; f) gestão de fundos de inves-
gulamentação em vigor; c) a prestação de serviços de con-
timentos.
Para atender a esse conjunto de operações, os bancos sultoria e de agente financeiro; d) a prestação de adminis-
de investimentos podem captar recursos no país e no exte- trador de fundos de desenvolvimento, observado o dispos-
rior. A captação interna é feita mediante depósitos a prazo to no artigo 35 da Lei Complementar 101, de 04/05/2000.
fixo. Além disso, esses bancos repassam recursos de institui- Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a li-
ções oficiais do país, notadamente do BNDES. Contam ain- nhas de assistência financeira e de redesconto do Banco
da com recursos decorrentes da colocação, no mercado de Central; b) o acesso à conta Reservas Bancárias no Banco
capitais, de títulos e debêntures, assim como de venda de
quotas de fundos de investimento por eles administrados. Central; c) a captação de recursos junto ao público, inclu-
sive o de recursos externos; d) a contratação de depósi-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e tos interfinanceiros – DI – na qualidade de depositante ou
Social depositária; e) a participação societária, direta ou indireta,
O BNDES é a instituição responsável pela política de no país ou no exterior, em outras instituições financeiras
investimentos de longo prazo do Governo Federal. É a prin- e em outras empresas coligadas ou controladas, direta ou
cipal instituição financeira de fomento do país e tem como
indiretamente, pela unidade da federação que detenha seu
objetivos: a) impulsionar o desenvolvimento econômico e
social do país; b) fortalecer o setor empresarial nacional; c) controle.
atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de As agência de fomento devem observar limites míni-
produção; d) promover o desenvolvimento integrado das mos de capital realizado e patrimônio de referência – PR
atividades agrícolas, industriais e de serviços; e) promover – de R$4 milhões e o seu patrimônio líquido exigido – PLE
o crescimento e a diversificação das exportações. – deve seguir as regras do Acordo de Basileia com um fator
Para a consecução desses objetivos, conta com um de alavancagem de recursos equivalente a 3,3 vezes o PLE.
conjunto de fundos e programas especiais de fomento. Foi
também da responsabilidade do BNDES, durante os gover-
nos Collor, Itamar e FHC, o encargo de gerir todo o proces- Sociedades de arrendamento mercantil.
so de privatização das empresas estatais. São sociedades constituídas sob a forma de sociedade
anônima cuja atividade principal é o leasing.
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi- Leasing ou locação financeira ou arrendamento mer-
mento cantil, é um contrato através do qual a arrendadora ou lo-
As sociedades de crédito, financiamento e investimen-
to surgiram espontaneamente no país, nos primeiros anos cadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing)
do pós-guerra, para atender à demanda de crédito a pra- adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário,
zos médio e longo, gerada pela implantação de novos se- ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por
tores industriais, produtores de bens de capital e de bens um prazo determinado.
duráveis de consumo. Atualmente, as sociedades de cré- Características:
dito, financiamento e investimento estão, em sua maioria,
integradas em bancos múltiplos.
- O lucro da atividade está associado ao uso do equi-
Bancos de Desenvolvimento pamento e não a atividade;
Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda exis- - Operações semelhantes à locação, tendo o cliente ao
tentes, são instituições financeiras controladas pelos go- final do contrato renovar, devolver ou adquirir o bem;
vernos estaduais e destinadas ao fornecimento de crédi- - Constituída sob a forma de sociedade anônima;
to de médio e longo prazo às empresas localizadas nos - Denominação social: “Arrendamento Mercantil”;
respectivos estados. Normalmente operam como órgãos - São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Re-
financeiros repassadores de recursos do BNDES.
solução CMN 2.309, de 1996).
Agências de Fomento
A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco Operações passivas:
Central, estabeleceu as regras atuais que dispõem sobre a Emissão de debêntures,
constituição e o funcionamento das agências de fomento. Dívida externa,
A expressão “Agência de Fomento”, acrescida da indicação Empréstimos e
da unidade da federação que a controla, deve constar, obri- Financiamentos de instituições financeiras.
gatoriamente, da denominação social dessas sociedades.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Por fim, a terceira e última fase refletiu uma profunda modificação no modelo operacional seguido pelos bancos antes
do Plano Real. A receita inflacionária foi substituída pelo crescimento da receita proveniente da intermediação e pela receita
de serviços, via cobrança de tarifas.
Assim, desde o início do Plano Real, os bancos perderam uma importante fonte de receita, representada pelas trans-
ferências inflacionárias: o float, que era propiciado: (i) pela perda de valor dos depósitos a vista e/ou (ii) pela correção dos
depósitos bancários em valores abaixo da inflação.
Receita Inflacionária /
Ano Receita Inflacionária / PIB
Valor da Produção das Instituições Bancárias
1990 4,0 35,7
1991 3,9 41,3
1992 4,0 41,9
1993 4,2 35,3
1994 2,0 20,4
Fonte: Barros e Almeida Jr., p.5.
Uma das formas encontradas pelo sistema bancário para compensar a perda da receita inflacionária, antes de fechar
agências e efetuar os ajustes que se faziam necessários no modelo operacional, foi expandir as operações de crédito, las-
treadas pelo crescimento abrupto dos depósitos bancários trazidos com o Plano Real. Os depósitos à vista, por exemplo,
cresceram 165,4% nos seis primeiros meses do Plano Real, e os depósitos a prazo cresceram quase 40% no mesmo período.
Antecipando-se ao possível crescimento das operações de créditos que decorreria do quadro de estabilidade ma-
croeconômica, o Banco Central elevou, no início do Plano Real, as alíquotas de recolhimento compulsório dos depósitos
bancários. O recolhimento compulsório sobre depósitos à vista passou de 48% para 100%, sobre os depósitos de poupança
passou de 10% para 30%, e foi instituído um recolhimento de 30% sobre o saldo de depósitos a prazo. Apesar disso, os
empréstimos totais do sistema financeiro para o setor privado, segundo dados do Banco Central, mostraram crescimento
de 58,7% durante o primeiro ano de vigência do Plano.
Apesar do crescimento das operações de crédito compensarem, em parte, a perda do float, esse crescimento ocorreu
sem os devidos cuidados quanto à capacidade de pagamento dos novos e antigos devedores. Assim, a “solução” de ex-
pandir rapidamente o crédito como forma de compensar a perda do float ocasionou novos problemas. O resultado desse
processo foi um crescimento dos empréstimos de liquidação duvidosa. A diminuição no ritmo de crescimento da economia
brasileira, no segundo trimestre de 1995, e o aumento da taxa de juros doméstica confirmaram o aumento substancial nos
créditos em atraso e em liquidação no sistema financeiro. O passo seguinte foi a necessidade do Proer e do Proes, antes já
referidos.
Bancos Nacionais
Nas primeiras décadas deste século (período da Primeira República), constata-se a quase inexistência de atividade de
bancos nacionais no mercado do Rio Grande do Sul, na medida que neste operaram apenas o Banco do Brasil, banco oficial,
com sede no Distrito Federal, e o banco privado paulista, Banco Popular italiano, este por pouco tempo.
Bancos Estrangeiros
No período da Primeira República (1889-1930), os bancos estrangeiros nunca representaram um peso significativo
dentro do setor financeiro estadual. A economia gaúcha estava mais ligada e voltada ao mercado nacional, não atraindo,
dessa forma, a presença do capital internacional de maneira tão intensa como o fazia, por exemplo, a economia cafeeira
paulista. A presença inicial do “London & Brazilian Bank” e do “Brasilianische Bank fur Deutschland” entende-se, o primeiro,
pelo predomínio mundial do capitalismo inglês no fim do século dezenove, enquanto o segundo evidencia a expansão da
economia alemã, unificada a partir de 1871, buscando a aproximação comercial com regiões de colonização teuta. No final
da primeira guerra, ocorre o afluxo de novos bancos estrangeiros, sendo dois de origem inglesa - “British Bank of South
America” e o “Bank of London & South America” - e um de capital americano - “National City Bank of New York”. Sua insta-
lação relaciona-se à penetração do capital internacional na frigorificação da carne e aponta, regionalmente, para a reversão
do predomínio inglês para o americano, na economia mundial.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
bancárias”, instaladas, principalmente, no interior, bem como as Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
“caixas rurais”, inspiradas na ideia cooperativista, principalmen- O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
te nas regiões de imigração europeia. do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que
Também o Tesouro do Estado, por algum tempo, man- se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Te-
tinha a captação de depósitos populares. O Presidente do souro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de ope-
Estado, Borges de Medeiros, institui, pelo Decreto no. 2.096, rações com esses títulos.
de 16 de julho de 1914, as caixas oficiais de depósitos po- As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do
pulares, cujos depósitos e retiradas obedeciam ao mesmo mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus
processo seguido nas caixas econômicas federais e nas caixas Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação Bruta
de depósitos populares dos bancos. As atividades iniciaram em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a
no arquivo do Tesouro. Porém, através do preparo e instrução uma por seus valores brutos em tempo real.
dos coletores estaduais (depois exatores, depois auditores de O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo
finanças públicas e hoje agentes fiscais do tesouro do estado), Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa
foi possibilitada a rápida multiplicação de seções no interior. condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão,
Parte desses recursos era transferida para a rede bancária pri- o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O sistema
vada gaúcha, mormente ao “banco financeiro” do governo. processa também a liquidação das operações definitivas e
Esse papel foi protagonizado, até 1921, pelo Banco da Provín- compromissadas registradas em seu ambiente, observando
cia. A partir de então, pelo Banco Pelotense, que é substituído, o modelo 1 de entrega contrapagamento. Todos os títulos
em 1928, pelo Banco do Estado. são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma ele-
trônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVES- Reservas (STR), ao qual o SELIC é interligado.
PA) foi criada em maio de 2008 com a integração da Bolsa de O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil
Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa Holding. Jun- e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus
tas, essas companhias originaram uma das maiores bolsas do centros operacionais (centro principal e centro de contingên-
mundo em valor de mercado. cia) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Para comandar
operações, os participantes liquidantes e os participantes
responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação
Negociações
encaminham mensagens por intermédio da Rede do Sistema
• Compra e venda de ações (empresas de sociedade
Financeiro Nacional (RSFN), observando padrões e procedi-
aberta: Petrobrás);
mentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais
• Ouro; participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos
• Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); previstos no regulamento do sistema.
• Ativos (títulos públicos federais); Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de
• Fundos (imobiliários); custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Bra-
• Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo sil, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimen-
de Desenvolvimento Limpo); to, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e
• Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps valores mobiliários, entidades operadoras de serviços de com-
(mercadoria ou ativo financeiro); pensação e de liquidação, fundos de investimento e diversas
• Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, mi- outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
lho); São considerados liquidantes, respondendo diretamente
pela liquidação financeira de operações, além do Banco Central
Clearings e Central Depositária do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancá-
É a responsável pela compensação e liquidação das ope- rias, incluindo-se nessa situação, obrigatoriamente, os bancos
rações realizadas nos mercados a vista e de liquidação futura, comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e as cai-
bem como pelo registro e pelo controle das operações de xas econômicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento.
empréstimo de títulos (BTC). Os não liquidantes pagam suas operações por intermé-
dio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as
Central Depositária partes, e operam dentro de limites fixados por eles. Cada par-
Local onde ficam guardadas as ações, em contas de cus- ticipante não liquidante pode utilizar os serviços de mais de
tódia (semelhantes a contas correntes). um participante liquidante, exceto no caso de operações es-
pecíficas, previstas no regulamento do sistema, tais como pa-
Agentes de compensação gamento de juros e resgate de títulos, que são obrigatoria-
São instituições responsáveis por receber ações e di- mente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão
nheiro, das corretoras que intermediaram as operações, e previamente indicado pelo participante não liquidante.
repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem ser Os participantes não liquidantes são classificados
as corretoras). como autônomos ou como subordinados, conforme regis-
Agente de custódia trem suas operações diretamente ou o façam por intermédio
É responsável pela manutenção da conta de custódia do de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento são nor-
investidor (podem ser as corretoras). malmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, nor-
malmente autônomas.
14
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As entidades responsáveis por sistemas de compensação O módulo Negociação consiste em uma plataforma
e de liquidação são obrigatoriamente participantes autôno- eletrônica de negociação de títulos públicos federais aces-
mos. Também, obrigatoriamente, são participantes subordina- sível aos participantes do Selic. O módulo dispõe de duas
dos as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, funções: Negociação, para o cadastramento de ordens de
as entidades abertas de previdência, as entidades fechadas de compra e de venda e o fechamento dos negócios; e Espe-
previdência e as resseguradoras locais. cificação, para a definição das contas e dos percentuais de
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, distribuição, entre essas contas, da quantidade negociada
a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibi- em cada ordem. As duas funções são exclusivas dos dealers.
lidade do título negociado na conta de custódia do vendedor Os demais participantes têm acesso apenas para fins de
e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a consulta de ordens e taxas. É permitido, contudo, que os
conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficien- dealers especifiquem ordens para terceiros, por meio da
te de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo utilização de sua conta de corretagem (intermediação). O
máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro funcionamento do módulo Negociação encontra-se disci-
(não se enquadram nessa restrição as operações de venda de plinado na Carta-Circular 3.568, de 19/10/2012.
títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia). A administração do Selic e de seus módulos comple-
A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da mentares é de competência exclusiva do Demab e o siste-
ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sen- ma é operado em parceria com a Associação Brasileira das
do que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
rejeição pelo STR e, em seguida, pelo SELIC. Na forma do re-
gulamento do sistema, são admitidas algumas associações de BASE REGULAMENTAR
operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação seja feita A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a
operação por operação, são considerados, na verificação da dis- égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do
ponibilidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de
líquidos relacionados com o conjunto de operações associadas. Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro Nacional.
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da Cir-
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se cular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em vigor,
destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro aprovou algumas alterações; dentre elas, as principais fo-
Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações ram: implantação das operações compromissadas longas,
com esses títulos. permitindo três novos tipos de compromisso (de revenda
As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do conjugado com o de recompra para liquidação a qualquer
mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus tempo, durante determinado prazo, a critério de qualquer
Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação Bruta das partes; de recompra liquidável, a critério exclusivo do
em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a comprador, em data determinada ou dentro de prazo es-
uma por seus valores brutos em tempo real. tabelecido; e de revenda liquidável, a critério exclusivo do
vendedor, em data determinada ou dentro de prazo esta-
Além do sistema de custódia de títulos e de registro e li-
belecido); módulo de negociação eletrônica e registro de
quidação de operações, integram o Selic os seguintes módu-
promessa de compra ou de venda, que permite o registro
los complementares:
antecipado de negócios com investidores estrangeiros com
a) Oferta Pública (Ofpub); a liquidação ocorrendo dois ou três dias depois.
b) Oferta a Dealers (Ofdealers); A Circular 3.610, de 26/9/2012 trouxe alterações à Cir-
c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e cular 3587, como, por exemplo, a inclusão da hipótese de
d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação). transmissão automática de comandos no Selic oriundos do
Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas eletrônicos módulo Negociação.
que têm por finalidade acolher propostas e apurar resultados A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da
de ofertas públicas (leilões) de venda ou de compra definitiva ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do
de títulos; de venda de títulos com compromisso de recom- Banco Central do Brasil.
pra ou de compra de títulos com compromisso de revenda;
e de outras operações, a critério do Administrador do Selic. DOCUMENTAÇÃO
Podem participar do Ofpub todas as instituições financeiras O Manual do Usuário do Selic (MUS) descreve os prin-
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco cipais recursos e os diferentes controles e comandos utili-
Central do Brasil, desde que participantes do Selic. Já do zados no sistema. Foi elaborado com o intuito de auxiliar
Ofdealers participam apenas as instituições credenciadas o usuário do Selic a entender as suas funcionalidades bási-
a operar com o Departamento de Operações do Mercado cas, explicando os procedimentos necessários ao perfeito e
Aberto (Demab) do Banco Central do Brasil e com a Coor- adequado uso do sistema.
denação-Geral de Operações da Dívida Pública (Codip) da
Secretaria do Tesouro Nacional. Cetip
O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar a especi- Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma
ficação dos títulos objeto das operações compromissadas companhia de capital aberto que oferece produtos e servi-
ços de registro, custódia, negociação e liquidação de ativos
(venda ou compra de títulos com o compromisso de re-
e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e infraestru-
compra ou revenda).
15
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tura, proporciona liquidez, segurança e transparência para Associações de poupança e empréstimo (APE)
as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvi- As associações de poupança e empréstimo são consti-
mento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A tuídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade
empresa é, também, a maior depositária de títulos privados comum de seus associados.
de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos
privados do país. Características:
Sem finalidade de lucro;
Participantes Sociedade civil (os poupadores são proprietários da
Fundos de investimento; bancos comerciais, múltiplos associação);
e de investimento; corretoras e distribuidoras; financeiras, A remuneração da poupança funciona com dividen-
consórcios, empresas de leasing e crédito imobiliário; coo- dos;
perativas de crédito e investidores estrangeiros; e empresas
não financeiras, como fundações, concessionárias de veícu- Operações ativas
los e seguradoras. Financiamento imobiliário (Sistema Financeiro da Ha-
bitação);
Organização
A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos Operações passivas
é uma sociedade anônima de capital aberto, cuja instância Emissão de letras e cédulas hipotecárias,
máxima de decisões é a Assembleia de Acionistas. Depósitos de cadernetas de poupança,
Depósitos interfinanceiros e
Custódia Empréstimos externos.
A custódia de todos os ativos registrados na Cetip é feita
de forma escritural, desmaterializada e segregada, por meio Exemplo: POUPEX, poupança do exército administrada
de registro eletrônico, em conta aberta em nome do titular. pelo BB.
Liquidação Financeira
Compensação multilateral entre todas as instituições
participantes;
Compensação bilateral (entre dois participantes); PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE
Valor bruto de cada operação realizada, lançada direta- CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO
mente nas contas dos bancos no STR; DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
Book transfer, transferência entre contas, quando estive-
CADERNETA DE POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO,
rem sob um mesmo banco liquidante.
PREVIDÊNCIA,
Sociedades de crédito imobiliário (SCI) INVESTIMENTOS E SEGUROS. NOÇÕES
As sociedades de crédito imobiliário são instituições fi- DE MERCADO DE CAPITAIS. NOÇÕES
nanceiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, DE MERCADO CÂMBIO: INSTITUIÇÕES
para atuar no financiamento habitacional. AUTORIZADAS A OPERAR E
OPERAÇÕES BÁSICAS.
Características:
Entidade com fins lucrativos;
Constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.);
Denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”; Preliminarmente cabe-nos fazer uma fundamental distinção
entre uma instituição financeira e uma empresa de factoring.
Operações passivas Factoring não é banco, nem instituição financeira. Banco
Depósitos de poupança, capta recursos, empresta dinheiro e necessita de autorização
Emissão de letras e cédulas hipotecárias do Banco Central para funcionar. Factoring presta serviços e
Depósitos interfinanceiros. compra créditos. Empresa que capta recursos no mercado,
empresta dinheiro com juros, faz crédito direto ao consumi-
Operações ativas dor ou crédito pessoal ou, ainda, administra consórcios, em-
bora se rotule de factoring, é uma empresa conhecida como
Financiamento para construção de habitações, marginal de mercado, porque está à margem da lei. Quem
Abertura de crédito para compra ou construção de não estiver autorizado a funcionar pelo BACEN, exercendo as
casa própria, atividades acima mencionadas, está sujeito às penalidades
Financiamento de capital de giro a empresas incor- previstas no art. 44, § 7º, da Lei nº 4.595/64, e no art. 16 da Lei
poradoras, produtoras e distribuidoras de material nº 7.492/86. Neste caso, o BACEN tem competência legal para
de construção. punir todos quantos praticam operações com características
daquelas privativas das instituições financeiras.
16
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Deve-se ressaltar que, ocorrendo descaracterização da Enfim, é considerado agiota aquele que emprestar di-
essência e finalidade do Factoring, há a possibilidade de se nheiro, estipulando ou cobrando juros, comissões ou cor-
responder por processo admnistrativo e criminal. reção monetária acima do índice oficial (IGP, IPC são índices
O Factoring não desconta títulos e não faz financiamen- aceitáveis para correção monetária e 0,5% e 1,0% são juros
tos. Portanto, factoring não é banco. Assim, operações onde legais permitidos). Portanto, não há que se falar em agiota-
o contratante não seja pessoa jurídica, empréstimo via cartão gem na prática de factoring, pela singela razão que factoring
de crédito, alienação de bens móveis e imóveis e operações não faz empréstimo, apenas presta serviços, compra créditos
privativas de instituições financeiras não constituem factoring. e antecipa recursos não-financeiros (estoque, insumo e ma-
O fomento mercantil deve ser encarado como mecanis- téria-prima).
mo de suporte ao segmento da pequena e média empresa Também deve ser ressaltado que a empresa de factoring
e não como alternativa para mascarar negócios legalmente não capta recursos populares, não faz empréstimos, interme-
privativos de instituição financeira ou para justificar sofisti- diação ou aplicação de recursos financeiros, apenas presta
cados planejamentos tributários ou outros tipos de negó- serviços, compra créditos (cheques ou duplicatas) vencíveis
cios pouco lícitos acobertados com a “placa” de factoring. de empresas oriundos de operações mercantis desta (ven-
Agiotagem é caso de polícia. Factoring é um instituto lega- da e compra de produto e prestação de serviços, com pa-
lizado em nosso país. gamento a prazo, que poderá estar representado por che-
Dessa forma, empresas que não têm rigorosamente ques pré-datados ou duplicatas), com recursos próprios,
nada a ver com o factoring, e que praticam um “negócio” ile- mediante preço certo e ajustado com o faturizado. Poderá,
gal (agiotagem), têm se apresentado como sendo “escritórios ainda, antecipar recursos não-financeiros, adquirindo, para o
de factoring”, manchando o nome da atividade de fomento cliente faturizado, matéria-prima, insumos e estoques.
mercantil, que fica no imaginário das pessoas, como se fosse O fato de o factoring não possuir legislação específica
algo “suspeito”. não quer dizer que essa atividade – amplamente praticada
É preciso acabar de vez com esta confusão. A atividade no mercado nacional – possa ser considerada ilegal. Entre-
de fomento mercantil desempenha um papel fundamental tanto, o ideal seria a plena regularização da situação do fac-
no fortalecimento da economia nacional, especialmente no toring em nosso ordenamento jurídico. Assim, poderiam ser
apoio à pequena e média empresa, que são as que mais em- criados instrumentos mais eficazes de controle, fiscalização e
pregos geram neste país e que, muitas vezes, como mais aci- punição para aquelas empresas que deturpam o menciona-
ma do Globo, não conseguem apoio das instituições financei- do instituto.
ras, sobretudo em épocas de aperto como as atuais. Portanto, pode-se afirmar que o factoring é uma tênue
O fomento mercantil se desenvolve pela compra (pela linha reta traçada. Ao seu lado esquerdo temos o mercado
empresa de factoring) de direitos creditórios resultantes de marginal e ao seu lado direito, temos contravenções penais.
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços, con- Assim, essa atividade, já consagrada no Brasil, mas ainda ca-
jugado com assessoria creditícia, de seleção de riscos e de rente de uma legislação específica, deve estar sob atenta vi-
administração de contas a pagar, prestando às pequenas e gilância, caso contrário, cairá no veneno ilegal da agiotagem.
médias empresas serviço fundamental para que possam se
dedicar à sua finalidade. A legislação que regula as empresas de Factoring
Trata-se de atividade absolutamente legal (muito bem tri- O Brasil ainda não possui uma legislação específica so-
butada), fonte de orgulho para aqueles que a praticam e de bre as operações de factoring. Em razão isso, entende-se que
satisfação para os clientes. Existe inclusive, projeto de lei no essas empresas utilizam as regras da cessão de crédito do
Senado Federal para que sua regulação passe a ser feita em Código Civil, utilizando o artigo 286 e seguintes.
lei específica (como ocorreu em 1994 com a Lei de franquia). No entanto, a legislação apresenta uma lei, a Lei Com-
Ocorre que, como em todas as áreas, existem os bons e plementar n° 123/06, que estabelece um conceito para as
os maus profissionais, os bem e os mal-intencionados, tam- operações de factoring em seu artigo 17:
bém temos esse quadro com o factoring. Existem empresas • Não poderão recolher os impostos e contribuições
sérias e compromissadas, que agem dentro da lei e existem na forma do Simples Nacional a microempresa ou empre-
aquelas que praticam, na verdade, uma agiotagem disfarçada. sa de pequeno porte que explorem atividades de prestação
Portanto, deve-se ter cuidado. cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
Agiotagem é a especulação fundada nos empréstimos gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
de dinheiro a juros extorsivos. Seu principal objetivo é obter pagar e a receber, gerenciamento de ativos (assets manage-
lucros excessivos. Emprestar dinheiro, mediante cobrança de ment), compras de direitos creditórios resultantes de vendas
juros, sem o aval do Banco Central, é prática criminosa previs- mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
ta na legislação pátria. Agiotagem é crime e deve ser denun- Através desse artigo, é estabelecida uma base para as
ciada. O agiota profissional é perigoso. É um lobo em pele de empresas de factoring, entendendo que um contrato dessa
cordeiro. Pode ser pessoa jurídica, sob fachada de factoring, natureza é perfeitamente legal e que está dentro do que es-
mas não se confunde com este instituto, que visa ao fomento tabelece a legislação para seu funcionamento.
mercantil, ajudando às pequenas e médias empresas.
Não se pode esquecer também que as factorings não po- A história do factoring no Brasil
dem cobrar juros superiores ao limite da Lei da Usura (12% ao É fácil perceber porque não existe ainda uma legislação
de factoring no Brasil. A atividade surgiu apenas em 1982,
ano) enquanto não se considerarem instituições financeiras.
quando houve a fundação da Associação Nacional de Facto-
Já os agiotas, frequentemente incorrem em crime de usura,
ring, a Anfac.
extorquindo a tudo e a todos.
18
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Nessa época, logo no início, as empresas de factoring A legislação brasileira, portanto, embora não tenha ain-
encontraram grande resistência das instituições financeiras e da uma lei específica para tratar das regras de factoring, ofe-
dos órgãos públicos fiscalizadores, principalmente do Banco rece total respaldo para as empresas que trabalham com fo-
Central do Brasil. mento comercial, principalmente por atuarem num mercado
O Banco Central, por não conhecer a fundo as preten- em que se facilitam as operações mercantis feitas a prazo.
sões da Anfac, entendeu que o fomento mercantil era uma
operação que iria invadir a área privativa das instituições fi- As Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito
nanceiras, chegando mesmo a proibir indiretamente as ope- São empresas prestadoras de serviços, que fazem a in-
rações de factoring através da Circular n° 703, de 1982, colo- termediação entre os portadores de cartões, os estabeleci-
cando essa atividade como crime. mentos afiliados, as bandeiras (Visa, MasterCard etc.) e as
Depois de muitas discussões administrativas e judiciais, o instituições financeiras.
Banco Central eliminou os obstáculos que impediam as ope-
rações de factoring por empresas que não fossem institui- Características
ções financeiras, como os bancos, embora isso só tenha • São empresas NÃO financeiras;
ocorrido em 1988. • Constituídas sobre a forma de uma S.A;
Alguns anos depois, o factoring se tornou regulamen- Receitas das Administradoras de Cartão de Crédito
tado pelo Código Civil, nos artigos 1065 a 1078, e no Códi- • Anuidade: cobrada ao portador para se associar a sis-
go Comercial, nos artigos 191 a 220, com respaldo das leis tema de cartão de crédito.
8891/1995 e 9065/1995, além da Resolução 2144/1995 do • Algumas administradoras já estão deixando de co-
Banco Central. brar essa tarifa;
• Comissão: percentual pago pelo estabelecimento a
O crescimento das operações de factoring administradora pela utilização por parte do usuário;
As operações de factoring tiveram grande crescimento • Remuneração de Garantia e Taxa de Administração: cobra-
a partir de 1988, quando a cifra de negociações chegou das ao portador quando este efetua compra parceladas pelo cartão.
ao patamar de US$ 2,5 milhões. Em 1996, os valores ne-
gociados pelas empresas de factoring chegaram a US$ 11 Administradoras de cartões de crédito em sentido
bilhões. estrito: conceito e fiscalização pelos entes reguladores do
Com base na legislação existente até então, as opera- Sistema Financeiro Nacional
ções de factoring tornaram-se legalizadas, muito embora Quando não há o pagamento integral da fatura, as admi-
diversas empresas e pessoas continuassem julgando que nistradoras de cartão de crédito em sentido estrito que atuam
a atividade era mais ligada à agiotagem, ou seja, um crime como emissoras representam o portador do cartão perante
perante a legislação federal. uma instituição financeira, que assume a posição de credora
A Anfac, em 1995, encaminhou um projeto de lei atra- na relação jurídica do contrato de mútuo.
vés de deputados ao Congresso Nacional, buscando criar O art. 17 da Lei nº 4.595/64 determina que só podem ser
uma legislação específica para as empresas de factoring. O consideradas instituições financeiras as pessoas que tenham
Projeto de Lei n° 230/95, de autoria do então senador José como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação
Fogaça, ainda se encontra em tramitação no Congresso, in- ou aplicação de recursos financeiros.
clusive com diversas alterações e retificações. Em outras palavras, para os efeitos da legislação em vigor, só
Como o projeto de lei ainda não está aprovado, as é instituição financeira a entidade que pratica reiteradamente um
empresas de factoring continuam tomando como base o conjunto de atos tendentes à finalidade de intermediação econô-
que estabelece a legislação, com destaque para a Lei n° mica, consistente na aproximação entre poupadores e tomadores
9.613/98 e a Medida Provisória n° 1820/99, que tratam do de recurso. Confira-se o ensinamento da doutrina a esse respeito:
assunto em alguns de seus artigos. Outra forma tão ou mais importante de intermediação
financeira consiste na transferência de fundos dos agentes
A importância dos Códigos Civil e Comercial para econômicos superavitários para os deficitários. Indivíduos e
o factoring empresas trabalham e produzem, gerando renda, ao mesmo
As operações de factoring praticadas pelas empresas tempo em que consomem e investem. Tipicamente, ao longo
voltadas para essa atividade, mesmo não possuindo uma da vida há fases em que se gera mais renda do que é necessário
legislação específica, encontram respaldo, portanto, nos para financiar os gastos, e outras em que se observa o opos-
Códigos Civil e Comercial, sendo uma atividade perfeita- to. No primeiro caso, há um excedente líquido, que pode ser
mente legal, uma vez que trabalham no sentido de oferecer poupado para financiar gastos acima da renda em outras fases.
capital de giro para as empresas que oferecem produtos e Um dos principais papeis do sistema financeiro é in-
serviços a prazo. termediar recursos entre as unidades econômicas que, em
De acordo com o Professor Luiz Lemos Leite, o enqua- determinado momento, estão superavitárias e as que, na
dramento legal do factoring está respaldado no Direito mesma época, estão deficitárias.
brasileiro através do Código Civil, em sua parte que esta- (..)
belece regras para a prestação de serviços, e no Código De um lado, as instituições financeiras tipicamente aceitam
Comercial, na parte que se refere à compra de direitos co- pequenas aplicações financeiras, como muitas realizadas com o
merciais regidos pela compra e venda mercantil. uso da popular caderneta de poupança, juntando-as depois em
19
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
empréstimos de elevado valor, como costuma ser o caso de cré- Tal representação decorre do mandato conferido pelo
ditos imobiliários ou às empresas. Ao fazerem essa transmutação titular do cartão e não se confunde, de forma alguma, com o
de tamanho, as instituições financeiras permitem que os pequenos conceito técnico de intermediação financeira.
poupadores invistam, indiretamente, em grandes operações, sem Como mencionado alhures, o art. 17 da Lei nº 4.595/64
que seja necessário as partes incorrerem nos elevados custos de evidencia que a atividade de intermediação financeira só
transação que seriam inevitáveis no caso de uma operação direta. pode estar caracterizada quando presentes alguns pressu-
No bojo do plexo de operações envolvidas no sistema de postos indispensáveis, consistentes na demonstração de
cartões de crédito, as administradoras são tidas como emissoras, que determinado ente atua de forma profissional no sentido
ou seja, como entidades que emitem e gerenciam os cartões de de captar recursos junto aos agentes superavitários da eco-
crédito, mantendo relacionamento com o portador para qual- nomia (poupadores), por meio de um plexo de operações
quer questão decorrente da posse e do uso de seus cartões. passivas, para transmiti-los aos agentes deficitários (toma-
dores), por intermédio de um conjunto de operações ativas.
Assim, cabe a tais administradoras a relação com o
De forma bastante simplificada, essa é a tarefa principal
portador do cartão de pagamento quanto à: (a) habilitação,
desempenhada por instituições financeiras. E é o descasa-
(b) identificação, (c) autorização, (d) liberação de limite de
mento entre os prazos dos dois tipos de operação (passiva
crédito ou saldo em conta corrente, (e) fixação de encargos e ativa), combinado ao risco das atividades envolvidas, um
financeiros, (f) cobrança de fatura e (g) definição de pro- dos fatores que justificam a fiscalização das instituições fi-
gramas de benefícios. nanceiras por parte das entidades reguladoras.
Atualmente, no Brasil, dois tipos de instituição podem Ora, as administradoras de cartões de crédito em sen-
emitir cartões de crédito, quais sejam: 1) instituições finan- tido estrito não realizam operações passivas de captação de
ceiras, que emitem e administram cartões próprios ou de recursos no mercado (poupança, conta corrente etc.), nem
terceiros e concedem financiamento direto aos portadores; operações ativas. Isso porque, na qualidade de mandatárias
2) administradoras em sentido estrito, que são empresas de seus clientes, elas não figuram como credoras ou deve-
não financeiras que emitem e administram cartões próprios doras dos financiamentos obtidos junto a bancos.
ou de terceiros, mas não financiam os seus clientes. Na relação jurídica atinente a tais contratos de mútuo,
Em caso de pagamento inferior ao valor total da fatura figuram, como credora, a instituição financeira (que não se
mensal, o saldo restante passa, automaticamente, ao crédito confunde com a administradora em sentido estrito), e, como
rotativo e é corrigido até que ocorra o pagamento integral. devedor, o portador do cartão, representado pela adminis-
Esse pagamento parcial dá ensejo à celebração de um tradora. Há, ressalte-se, mera representação, decorrente do
contrato de mútuo e, nas hipóteses em que as instituições fi- mandato embutido na operação com cartão de crédito, mas
nanceiras são as emissoras do cartão, elas próprias assumem não intermediação financeira propriamente dita.
a posição de mutuante. Note-se que o fato de a administradora ser intermediá-
Situação diversa ocorre nos casos em que as administra- ria de operação financeira (entre portador de cartão de cré-
doras em sentido estrito figuram como emissoras, porquan- dito e instituição financeira), nesses termos, não significa que
to, nessas hipóteses, por não captarem recursos junto aos ela própria realize intermediação financeira. Mesmo porque,
poupadores e não atuarem como intermediadoras financei- como dito, não faz parte de sua atividade a captação de re-
ras, elas não podem ser mutuantes. Então, para financiar as cursos de poupadores e sua transmissão a tomadores.
dívidas de seus clientes, elas representam os portadores pe- A esse propósito, são bastante elucidativas as palavras
rante instituições financeiras, obtendo financiamentos cujos de Eduardo Fortuna, expostas na clássica obra Mercado Fi-
encargos são suportados pelos clientes. Atuam, pois, como nanceiro: produtos e serviços:
simples mandatárias desses. As administradoras de Cartões de Crédito não são
A permissão para a administradora obter o financiamen- empresas financeiras e sim empresas prestadoras de
to é dada pela chamada cláusula-mandato, por meio da qual serviço, que fazem a intermediação entre os portadores
o titular outorga mandato especial para ela representá-lo de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras
junto a qualquer instituição financeira e obter financiamento (Visa, Mastercard etc.) e as instituições financeiras. Even-
no valor do saldo devedor. tualmente, para, entre outras razões, contornar as dificulda-
Isso porque, como dito, independentemente da natu- des legais e fiscais envolvidas na cobrança das taxas de juros
reza da entidade emissora, os financiamentos são feitos por do parcelamento das vendas a prazo através do cartão, as
bancos, haja vista que as administradoras de cartões de cré- administradoras estão se transformando em instituições fi-
dito não financeiras são proibidas de financiar seus clien- nanceiras (..). (Ressaltou-se)
tes. Se o fizerem, atuando indevidamente como instituições Ainda, são oportunas as lições do professor Alcio Ma-
financeiras, serão submetidas a sanções administrativas e noel de Sousa Figueiredo:
penais, previstas nas Leis nº 4.595/64 e 7.492/86, respecti- Da interpretação conjunta dos arts. 17 e 18, da Lei
vamente. 4.595/64, art. 1º da Lei 7.492/86, somente são consideradas
Resta evidente, por conseguinte, que, nos casos em que instituições financeiras as empresas públicas ou privadas que
não há o pagamento integral da fatura e as administradoras efetuem captação de recursos financeiros em moeda corrente,
de cartão de crédito em sentido estrito figuram como emis- o que não ocorre no contrato de cartão de crédito entre a ad-
soras, essas realizam mera representação do portador do ministradora e o consumidor, haja vista que a relação jurídica
cartão (seu cliente) perante uma instituição financeira, que entre consumidor e emissora do cartão de crédito consiste na
assume a posição de credora na relação jurídica do contrato prestação de serviços, para a aquisição de produtos e serviços
de mútuo. no mercado de consumo.
20
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(..) (..)
Da simples análise das operações econômicas entre a A natureza jurídica desta cláusula é a de contrato (aces-
emissora do cartão de crédito e o titular do cartão (consu- sório) de mandato, inserido no contrato (principal) de cartão
midor), não se verifica qualquer atividade de captação ou in- de crédito firmado entre recorrente e recorrida. Por meio desse
termediação de recursos no mercado financeiro. A busca de mandato, a administradora de cartões de crédito é constituída
recursos para o pagamento das notas de compras em poder mandatária para praticar ato no interesse do titular do cartão
dos fornecedores credenciados não possui qualquer relação de crédito, qual seja, o de saldar o seu débito no vencimento com
jurídica com o contrato de adesão e prestação de serviços que recursos captados em seu nome.
originou as notas de compras efetuadas pelo consumidor (..). (..)
Convém destacar, ademais, que os ensinamentos doutri- Ademais, não é crível que a administradora não consiga
nários de Waldirio Bulgarelli corroboram a argumentação aqui comprovar o valor das despesas efetuadas junto a institui-
desenvolvida, porquanto evidenciam que o cartão de crédito ções financeiras e que são repassadas ao titular, depois de
envolve um complexo de operações e que a ora denominada serem somadas à remuneração cobrada por ela, a título de
administradora em sentido estrito, quando atua como man- custo de financiamento e demais encargos, se os respecti-
datária de seus clientes, firma, em nome deles, contratos de vos débitos são lançados à conta do usuário do cartão em
abertura de crédito com instituições financeiras. valor determinado pela própria administradora. Destarte,
Assim, afirma o autor que “o cartão de crédito é um o interesse do mandante é patente, haja vista que, segun-
negócio jurídico complexo, verdadeira ‘operação polifacética”, do jurisprudência do STJ, esse “tem o direito de saber como
que envolve contrato de adesão entre o titular por si, ou pela so- a mandatária está cumprindo com a sua obrigação, que deve
ciedade emissora como sua mandatária, e a instituição financei- ser a de preservar o interesse da mandante e celebrar contratos
ra, um contrato de abertura de crédito (ou de financiamento em mais favoráveis à pessoa que representa.” (RESP 457.391/RS,
geral, quais sejam as condições, como por exemplo o chamado Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de 16.12.2002).
credit revolving); (..). Desta forma, é difícil de aceitar o papel da Cumpre salientar que o art. 1º, § 1º, inciso VI, da Lei Com-
sociedade emissora, senão como um providencial intermediário plementar nº 105/01 não justifica a classificação das adminis-
em favor do fornecedor e da instituição financeira. tradoras de cartões de crédito como instituições financeiras,
No trecho, o doutrinador não diz que a emissora realiza porquanto nesse dispositivo está dito, de forma peremptória,
intermediação financeira; apenas menciona que ela faz (mera) que aquelas empresas são consideradas instituições financei-
ras tão somente para os efeitos da referida Lei Complementar.
intermediação de operação, que beneficia a instituição finan-
É o que demonstra o pronunciamento do saudoso Min. Carlos
ceira (pessoa jurídica distinta). Em outra passagem da mesma
Alberto Menezes Direito no julgamento do Recurso Especial
obra, ele deixa clara a distinção entre a sociedade emissora
nº 466.784/RS (Terceira Turma, DJ de 25/8/2003), in verbis:
do cartão (em sentido estrito) e a instituição financeira, verbis:
Entendo, tal e qual o Acórdão recorrido, que as adminis-
A sociedade emite o cartão em favor do titular, que dele po- tradoras de cartão de crédito não são instituições financei-
derá utilizar-se junto à rede de fornecedores, presa por um con- ras, como destaquei em voto no REsp nº 399.353/RS, antes
trato com a sociedade emissora; o titular autoriza ainda a so- mencionado, pedindo vênia para reproduzir o trecho que se
ciedade emissora a contrair financiamento com os bancos, segue, verbis:
em seu nome, o que lhe permitirá saldar as contas, em prazo “(..)
e condições determinados pelos mesmos bancos. (Ressaltou-se) Mas, de todos os modos, até o momento não encontro ra-
No mesmo sentido, Waldo Fazzio Júnior esclarece que “a zão suficiente para alterar meu convencimento. Nem mesmo
diferença entre os cartões de crédito bancários e não bancá- com a Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, que
rios reside na natureza da instituição emissora” e que dispõe sobre o sigilo nas operações de instituições financeiras,
“a distinção adquire relevância quando se contemplam entende que as administradoras são instituições financeiras. O
as relações entre usuários e as sociedades administradoras de que a Lei Complementar estabeleceu foi a equiparação
cartões. Quando a empresa emissora do cartão não é uma delas às instituições financeiras para efeito do sigilo ‘em
instituição bancária, e em caso de parcelamento do saldo suas operações ativas e passivas e serviços prestados’.
devedor pelo usuário, o contrato já contém estipulação au- Mas, não teve ela o condão de modificar a natureza ju-
torizando à administradora valer-se da cláusula-manda- rídica do contrato decorrente da utilização de cartão de
to.” (Ressaltou-se) crédito, que, a meu sentir, não é financeira, mas, como as-
Saliente-se que o Superior Tribunal de Justiça, em vários sinalou Nelson Eizerik, ‘contrato misto, de prestação de serviços
julgados, reconhece a distinção entre as atividades desempe- e de garantia do pagamento dos bens e serviços adquiridos por
nhadas por administradoras de cartões de crédito em sentido parte do titular’”. (sem destaque no original).
estrito e aquelas desenvolvidas por instituições financeiras. Ressalte-se, finalmente, a existência de precedente do
Nessa linha, cumpre trazer à baila trechos do voto condu- Superior Tribunal de Justiça no qual os Ministros, por una-
tor do acórdão prolatado no julgamento do Recurso Especial nimidade, reconheceram que, no mercado de cartões de
nº 473.627/RS, em que se discutiu a viabilidade de ajuizamen- crédito, existe uma ampla cadeia de serviços, na qual atuam
to de ação de prestação de contas com o objetivo de verificar as administradoras de cartões de crédito e as instituições fi-
a exatidão e a legitimidade dos valores cobrados por adminis- nanceiras, entidades distintas. O voto da Eminente Relatora,
tradora de cartão de crédito: Ministra Nancy Andrighi, é elucidativo a esse respeito:
(..) Os contratos que disciplinam o financiamento parcial Na hipótese concreta, há uma verdadeira cadeia de forne-
das compras do consumidor através de cartão de crédito con- cimento de serviços. Há clara colaboração entre a institui-
têm cláusula segundo a qual a administradora deverá obter, no ção financeira, a administradora do cartão de crédito e a
mercado financeiro, recursos para o parcelamento das compras, ‘bandeira’ Visa, que fornecem serviços conjuntamente e de
o que faz em nome do consumidor, como sua procuradora. forma coordenada.
21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Independente de manter relação contratual com o autor, As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo
não administrar cartões de crédito e não proceder ao bloqueio cliente ou por funcionário do Banco, normalmente por fun-
do cartão, as ‘bandeiras’, de que são exemplos Visa, Mastercard cionários do Banco, constando, especificamente, os valores
e American Express, concedem o uso de sua marca para a efe- em cheque e em dinheiro, sendo que uma das vias da ficha
tivação de serviços, em razão da credibilidade no mercado em será entregue ao cliente e a outra será o documento contábil
que atuam, o que atrai consumidores e gera lucro. do caixa.
Por onde quer que se veja a questão, deve-se concluir que O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente,
há estreita cooperação entre a instituição financeira, a como em cheques, que serão resgatados pelo Banco deposi-
administradora do cartão de crédito e a ‘bandeira’, pois tário junto ao serviço de compensação de cheques, ou pelo
só assim a prestação do serviço se torna viável.(Ressal- serviço de cobrança.
tou-se) Os depósitos em dinheiro produzem o imediato crédito
Conclusão na conta corrente em que foi depositado, mas os depósitos
Assim, como demonstrado, as administradoras de cartão em cheque só terão o crédito liberado após sua compensação.
de crédito em sentido estrito não exploram dinheiro como
mercadoria, haja vista que o objeto principal de sua atividade RDB
é a prestação remunerada de serviços, consistentes na con- Recibo de Depósito Bancário. Ativo de Renda Fixa
cessão de autorizações de compras, na resolução de questões destinado às aplicações de pessoas físicas e jurídicas.
decorrentes da posse e do uso do cartão e no pagamento das Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com
transações procedidas pelo portador, entre outros. rentabilidade fixada no ato de sua emissão, pré ou pós-fixa-
Destarte, sendo apenas empresas comerciais e prestado- da. Assim, no final do prazo contratado, o investidor recebe o
valor aplicado (principal), acrescido da remuneração prevista.
ras de serviços, elas não se inserem na definição contida no art.
O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múl-
17 da Lei nº 4.595/64. Por isso, não precisam de autorização do
tiplos, de desenvolvimento e de investimento, e por socie-
Banco Central do Brasil para funcionar e não sofrem a ingerên-
dades de crédito, financiamento e investimento. Por ser um
cia direta dessa autarquia e do Conselho Monetário Nacional.
título nominativo, intransferível, não é admitida negociação
Destaque-se, ao ensejo, que, no caso das administrado- em mercado secundário. Mas pode ser resgatado junto à ins-
ras de cartão de crédito que, a um só tempo, são instituições tituição emissora antes do prazo contratado, desde que de-
financeiras, recaem sobre elas a referida regulação e a su- corrido o prazo mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo
pervisão, nos termos do art. 10, inciso IX, da Lei nº 4.595/64. não são auferidos rendimentos.
Existem diversos produtos financeiros: empréstimos em CDB
conta-corrente, crédito pessoal, desconto de títulos, opera- Certificado de Depósito Bancário. Um dos investimentos
ções de câmbio, adiantamento a depositantes, cheque es- mais populares do mercado, instrumento tem como atrati-
pecial, hotmoney, capital de giro, repasses de BNDES, opera- vos liquidez e cobertura do Fundo Garantidor de Crédito*
ções de factoring e crédito rural, etc. O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos ins-
Os produtos financeiros atuam realizando o rendimento trumentos financeiros mais tradicionais do mercado brasilei-
de valores investidos, ou seja, proporcionando um ganho so- ro e o título de Renda Fixa mais adquirido pelo investidor
bre o valor que a pessoa ou instituição já possui. pessoa física. Instituído pela Lei Nº 4.728, de 14 de julho de
Os produtos financeiros são comercializados por insti- 1965, o papel é também uma importante fonte de captação
tuições financeiras como bancos, cooperativas e corretoras de recursos para as instituições financeiras.
de valores, cada uma delas oferecendo produtos específicos. Para os investidores, os principais atrativos do CDB estão
na possibilidade de contratação do ativo com liquidez diária
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e e o fato do instrumento ser elegível à cobertura do Fundo
letras de câmbio. Garantidor de Crédito (FGC)*. O risco de quem adquire um
O depósito nada mais é que a entrega de um numerário CDB está diretamente associado à solidez de seu emissor,
(dinheiro) ao Banco, para que este o guarde (ou aplique) para uma instituição financeira.
o cliente, e lhe restitua, total ou parcialmente, ou na época As características do CDB são determinadas no momento
combinada, ou quando este pedir. Os depósitos são classifi- de sua contratação. Na ocasião, prazo e forma de rendimen-
cados em “depósito a vista” e “depósito a prazo”. to são previamente definidos. Sua remuneração, que pode
Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer dei- ser prefixada ou pós-fixada, é baseada em diversos indexa-
xar o dinheiro à sua disposição, para sacar tudo ou uma par- dores. O mais utilizado é a Taxa-DI Cetip.
cela, a qualquer hora que lhe seja necessário. Normalmente As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser re-
os depósitos a vista são feitos em conta corrente. gistradas em uma câmara de ativos e contar com a identifi-
Já os depósitos a prazo são investimentos que não es- cação do nome do investidor. Essa obrigatoriedade é válida
tão à imediata disposição e liberação ao cliente. Este deve ou quando o CDB for emitido por uma mesma instituição finan-
aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar ceira, em um mesmo dia, em favor de um mesmo investi-
um aviso antecipado, a instituição financeira de que pretende dor. A Circular 3709, que de passou a vigorar em março de
seu numerário. 2015 para novos CDBs e valerá em agosto para CDBs os
Normalmente os depósitos são feitos no Caixa do Ban- antigos, é que determina essa regra. A Cetip faz registro de
co, que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito CDBs desde 1986 e é líder nesse mercado.
que vale como prova de que foi feito o depósito e que o *Até os limites estabelecidos pelo fundo para depósitos
cliente entregou o dinheiro ao Banco. ou créditos por CPF/CNPJ e por instituição financeira de um
mesmo conglomerado.
22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A questão é que o FGC não ampara apenas os investimentos em poupança. CDB, LCI/LCA e, é claro, as Letras de Câm-
bio (LC), também possuem a mesma proteção da caderneta. Apesar de terem a mesma proteção, a Letra de Câmbio tem
rentabilidade superior à da poupança.
A cobrança bancária tem por finalidade processar mediante registro a cobrança de títulos entregues ao Banco através
de borderaux de cobrança, referentes ao faturamento das empresas.
24
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Para tal são emitidos bloquetes e entregues aos sa- O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e o
cados, ficando o Banco incumbido do controle, acatando máximo de 360 dias. Os recursos obtidos com a emissão dos
sempre que solicitado pelo cedente instruções para altera- commercial papers em geral são usados para financiar as
ções de cobrança necessárias. Os boletos são emitidos em atividades de curto prazo da empresa, ou necessidades de
substituição às duplicatas, notas promissórias, de câmbio, capital de giro, como a compra de estoques, o pagamento
recibos ou cheques e têm o poder de circular pela câmara de fornecedores, etc.
de compensação.
Pelo motivo da grande concorrência e à necessidade Rentabilidade
de qualificar cada vez mais o produto, foram criados dife- A rentabilidade dos commercial papers é definida pelos
rentes e sofisticados tipos de cobrança baseados na tecno- juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes que po-
logia dos recursos da informática. dem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixados, neste
O fluxo de cobrança bancária se resume: em quem caso baseado no desempenho de um indexador definido no
vende (cedente) e quem compra (sacado) e no banco, que contrato. Também existe a possibilidade de emissão de com-
faz a intermediação da operação, recebendo o valor do sa- mercial papers em dólares, que são uma boa alternativa para
cado e repassando ao cedente. quem está buscando aplicar em dólar.
Os Bancos oferecem diversas formas de procedimen- Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia
tos, os quais tem custos valores diferenciados se guindo as da operação em geral está vinculada à situação financeira
modalidades apresentadas a seguir: da empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há
a) convencional; a necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e contratação de uma instituição
b) cobrança pré-impressa sem registro;
financeira para a intermediação.
c) cobrança pré impressa com registro;
Se desejar é possível vender um commercial paper antes
d) cobrança escritural;
do vencimento para outro investidor, para isso basta trans-
e) cobrança por teleprocessamento.
ferir a sua titularidade através de endosso. Por outro lado, a
A cobrança de títulos é de extrema importância aos
empresa também pode resgatar antecipadamente um com-
bancos comerciais, pois estreitam relações entre o banco e
mercial paper, mas para isso é preciso que tenha decorrido o
seus clientes podendo assim ofertar outros tipos de produ-
prazo mínimo de 30 dias.
tos de seu portifólio.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre outras
aplicações em renda fixa além do CDB, fica a dúvida sobre
Transferências Automáticas De Fundos onde comprar, ou o que fazer para investir o seu dinheiro.
As transferências legais são regulamentadas em leis No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras,
específicas. Essas leis determinam a forma de habilitação, como os CDBs e as letras hipotecárias, a resposta é bastante
transferência, aplicação de recursos e prestação de contas. simples. Basta entrar em contato com o banco onde você
Há duas formas de transferências legais: tem conta ou qualquer outra instituição financeira para sa-
ber das oportunidades de investimento.
Transferências automáticas; Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser ne-
Transferências fundo a fundo: repasse por meio da des- gociadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes as de-
centralização de recursos diretamente de fundos da esfera bêntures são negociadas em mercado de balcão. O mercado
federal para fundos da esfera estadual, municipal e do Dis- de balcão define a compra e venda de títulos fora do am-
trito Federal, utilizadas nas áreas de saúde e de assistência biente das bolsas, através de contato direto com os bancos
social. de investimentos, bancos múltiplos com carteira de inves-
Ambas as modalidades de transferências legais dispen- timento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras.
sam a celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato. Em junho de 1998 a negociação de debêntures foi sim-
plificada com a criação do SND - Sistema Nacional de De-
Público-alvo: bêntures. O SND tem como objetivo de registrar, permitir a
As transferências automáticas e fundo a fundo são rea- negociação, custódia e a liquidação financeira de operações
lizadas, regular e automaticamente, da União para os esta- realizadas com debêntures no mercado de balcão brasilei-
dos e municípios, para o financiamento de ações e/ou pro- ro, facilitando a negociação destes papéis. Exatamente por
gramas de interesse do governo federal, mediante emissão isso a maioria das emissões públicas de debêntures é re-
de Ordem Bancária do Tesouro para crédito automático nas gistrada no SND.
contas correntes dos favorecidos (estados, municípios, or-
ganizações não-governamentais etc). A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um serviço
prestado às instituições públicas, em regra por força de acor-
dos e convênios específicos, que estabelecem as condições
Assim como as debêntures, os commercial papers são de arrecadação e repasse desses tributos/tarifas.
títulos de dívida emitidos por empresas, que podem, ou não, Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da arre-
ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntures, têm cadação, à medida que obterá maior facilidade para o paga-
um prazo mais curto de duração, e são indicados para inves- mento, o que contribui, decisivamente, para o adimplemento
tidores interessados em aplicações de curto prazo. pontual dos débitos.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação em Corporate Finance, ou traduzindo, Finanças Corpora-
determinados Bancos facilita o controle de caixa e dos débitos tivas ou Finanças Societárias é uma área de finanças en-
dos contribuintes. volvendo as decisões financeiras tomadas pelos negócios e
Para os bancos também há vantagens: se de um lado as ferramentas e analises também usadas para tomar estas
despende com a estrutura de sua máquina para um serviço decisões. O objetivo principal da finança corporativa é a si-
em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um fluxo multanea maximização da valorização da sociedade e a ad-
maior de recursos, que permanecem em seu caixa ¨C além, é ministração dos riscos financeiros da empresa.
claro, de ser um fato de aproximação, senão até de expansão, No serviço de Corporate Finance são realizadas ope-
de sua clientela. rações com o objetivo de fundamentar análises e decisões
financeiras estratégicas voltadas para o benefício do seu
negócio. O principal objetivo é a administração dos riscos fi-
Internet Banking - Home/Ofice Banking nanceiros, e ao mesmo tempo, a valorização da empresa.
Em um ambiente marcado pela facilidade do fluxo de
Dos serviços disponíveis no mercado, se destaca o Inter- capitais entre organizações e instituições financeiras de di-
net/Home-Ofice Banking, que disponibiliza para o cliente, a ob- versos países e pela necessidade de novas oportunidades, as
tenção da quase totalidade dos serviços obtidos nas redes de soluções de Coporate Finance podem aumentar a geração
Agências, os quais passam a ser tratados pelo próprio cliente, de valor para as empresas. Por isso, listamos aqui 5 motivos
que mediante senha específica, efetua transferências de valores, para se contratar o serviço de Corporate Finance:
obtém extratos, saldos, movimenta suas aplicações nas mais di- 1. A intermediação de fusões, cisões, aquisições e incor-
versas modalidades, efetua o pagamento de suas contas, trans- porações de empresas, ou seja, são utilizados conhecimen-
mite dados para o processamento de cobrança bancária e suas tos do mundo das operações financeiras e de investimentos
instruções, acessando ainda toda a movimentação da mesma. de forma a tornar possível essas operações, seja com recur-
O Home Banking conecta o computador do cliente ao sos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior;
do banco com o intuito de trocarem informações a respeito 2. A intermediação de processos de reorganização, avalia-
de saldo e movimentação em conta corrente, de cobrança, ções econômico-financeiras e assessoria em litígios, também
aplicações, resgates, operações de empréstimos, cotação de auxiliando e avaliando o melhor retorno para o seu negócio;
moedas, índices e bolsas de valores, saldo de poupança. 3. O suporte à reestruturação do capital financeiro ou de
A comunicação é constituída de duas vias, tanto o banco dívida, visando sanar problemas financeiros e permitir a con-
pode obter informações do que o cliente necessita quanto o tinuidade dos negócios, através de fundos de investimento
cliente pode obter informações sobre o banco. disponíveis no mercado;
Pode ser feita por linha telefônica ou através de comu- 4. As estratégias de inversões, desinvestimentos, e de-
nicação do próprio banco, via satélite, com garantia total de finição de alianças estratégicas, referindo-se e seguindo as
conexão, proporcionando segurança, velocidade e qualidade. tendências de evolução dos investimentos empresariais;
As condições de segurança oferecida pelo banco dizem 5. E o auxílio na prevenção e no gerenciamento de cri-
respeito principalmente ao acesso, ao home banking, através ses financeiras, e em sua reestruturação. Desta forma, já se
de senha com absoluto sigilo e limita o acesso às informações. identifica, planeja e previne qualquer crise futura.
Para garantir a segurança da transmissão os dados são
criptografados (codificação secreta e segura). Fundos mútuos oferecem oportunidades para diversos
O Home Banking tem sido mais utilizado ultimamente investidores, que compartilham objetivos de investimento
através da Internet passando a ser chamado de Internet semelhantes, de associarem seu dinheiro e tê-lo investido e
Home Banking ¨Cmas os serviços oferecidos são exata- gerido por gestores de investimento profissionais. Um fundo
mente os mesmos do Home Banking sem a Internet. pode estar investido em ações, títulos e instrumentos finan-
De modo geral podemos ainda afirmar que as insti- ceiros com alta liquidez. Os gestores de carteira selecionam e
tuições bancárias, disponibilizam aos seus clientes, a quase administram os ativos nos quais o fundo esteja posicionado,
totalidade das suas operações de prestação de serviços e in- e os investidores partilham dos rendimentos, despesas, e de
vestimentos para o acesso e o conforto dos seus clientes, das qualquer ganho ou perda que o fundo incorra nesses investi-
suas próprias residências, como Verdadeiros bancos virtuais. mentos, na proporção das suas cotas.
Como os fundos mútuos podem atender às minhas ne-
Remote Banking (Banco Virtual) cessidades?
Existem diversos tipos de fundos mútuos com objetivos
Para que houvesse uma redução de custos de interme- diferentes para atender às necessidades do investidor. Em
diação financeira, os bancos concluíram que havia necessida- geral, existem três tipos básicos: fundos de ações, fundos de
de de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências. renda fixa e fundos balanceados.
Esse o motivo para o aprimoramento dos Bancos 24 ho-
ras, onde se dá o atendimento remoto (fora das agências) da Tipos de Fundos Mútuos
clientela. • Fundos de ações investem em ações ordinárias de
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede banco 24 ho- empresas de capital aberto, geralmente tendo valorização do
ras (saques, depósitos, pagamento de contas, solicitação de capital como objetivo.
entrega de talões de cheques, etc), empresas tipo balcão ele- • Fundos de renda fixa investem em títulos de empre-
trônico, cartões magnéticos em redes de postos de gasolina, sas, de governos e municípios, geralmente tendo rendimen-
redes de lojas e etc. tos correntes como objetivo.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Fundos balanceados variam seus ativos entre ações, tí- Como são avaliados os Fundos Mútuos?
tulos e instrumentos financeiros de alta liquidez dependendo das O valor de um fundo mútuo é igual ao valor total do mer-
atuais condições do mercado, tendo como objetivo uma combina- cado de todos os ativos e moeda(s) em que o fundo esteja
ção tanto de rendimento corrente quanto de aumento do capital. alocado. Conhecido como valor do ativo líquido (NAV - Net
Existem outras distinções entre os fundos mútuos que en- Asset Value, em inglês), este valor é calculado diariamente e
volvem diferentes estilos e focos de investimento. Essas distin- modifica-se com a elevação ou queda no valor de mercado
ções criaram uma ampla seleção de fundos mútuos, de forma a dos ativos em carteira, o que oferece ao investidor maior
atender a necessidade de cada investidor e incluem o seguinte: transparência.
Estilos de Investimento
• Valor - investem em ações de empresas que estejam Imagine a seguinte situação: sua empresa precisa realizar
sendo negociadas abaixo de seu valor intrínseco ou oportuni- um pagamento de alto valor de um fornecedor e não tem
dades que tenham sido ignoradas pelo mercado. Capital de Giro para isso.
• Crescimento - investem em ações de empresas com Como a tesouraria precisa do dinheiro para ontem, o que
crescimento de receita e lucros acima da média ou em empre- mais quer é evitar burocracias que atrasem o processo. Hot
sas que estejam bem posicionadas para se capitalizarem com Money foi uma das alternativas cogitadas.
a tendência de crescimento de longo prazo.
O que é Hot Money?
Foco de Investimento Apesar de ter um nome um tanto quanto diferente (para
• Fundos globais investem em qualquer parte do mundo. não dizer peculiar), Hot Money é um empréstimo de di-
• Fundos de Países ou Regionais investem em um país nheiro. A diferença é que ele trata de empréstimos em
ou região específica. curto prazo (ou curtíssimo), entre 1 a 29 dias.
• Fundos Setoriais investem apenas em empresas de Lembra daquela brincadeira chamada “batata quente”?
uma indústria específica. Pois bem, traduzindo, Hot Money significa dinheiro quente.
Uma série de opções elaboradas para atender aos obje- Imagine que seja como na brincadeira: você pega o objeto
tivos específicos dos investidores são apenas um dos muitos e passa correndo para outra pessoa (no caso, a empresa
benefícios do investimento em fundos mútuos. recebe o empréstimo e vai correndo cumprir suas obriga-
ções).
Por que investir em Fundos Mútuos? Observe que a definição de Hot Money deixa claro
Fundos mútuos oferecem muitos benefícios para aju- que ele é uma alternativa para empresas que precisam
dar você a atingir seus objetivos de investimento. realizar um pagamento e não têm Capital de Giro. Serve
Gestão profissional. Os fundos mútuos oferecem aos in- como um ajuste do deslocamento de dinheiro do caixa
vestidores acesso a gestores financeiros profissionais, em horá- de uma forma muito mais rápida, para cobrir despesas
rio integral, que têm a habilidade, experiência, e recursos para imediatas sem burocracia.
comprar, vender e monitorar os investimentos ativamente.
Viabilidade Financeira. Os investimentos iniciais na Resumindo: o objetivo do Hot Money é resolver
maioria dos fundos são razoáveis para o investidor em geral, problemas pontuais da tesouraria. Exatamente por isso
e a exigência de investimentos adicionais são menores do que ele é considerado como um crédito de curto prazo.
as de investimento inicial.
Diversificação. Um investimento num fundo mútuo ge- Claro que o ideal é não ter que recorrer ao Hot Mo-
ralmente inclui um número de diferentes ativos. Por exemplo, ney e, por isso, administrar o capital de giro da empresa
carteiras de fundos de ações diversificadas normalmente pos- significa avaliar se falta ou sobra recursos financeiros e
suem uma série de ações que representam diferentes empre- analisar os reflexos gerados por decisões tomadas em
sas, diferentes indústrias e muitas vezes até diferentes países. relação a compras e vendas.
A diversificação pode ajudar a reduzir o risco financeiro ine-
rente ao investimento. Enquanto um dos ativos diminui em Todavia, o primeiro passo para a empresa evitar correr
valor, outro investimento na carteira pode aumentar de valor. atrás de Hot Money é ela planejar e estimar os ganhos,
Flexibilidade. Muitos fundos mútuos fazem parte de despesas e investimentos que terá em um período futuro,
uma “família de fundos”, e o investidor pode trocar suas cotas geralmente de 1 a 3 anos. Isso é possível por meio do Or-
de um fundo para outro na mesma família quando seu obje- çamento Empresarial.
tivo de investimento muda. Por exemplo, Franklin Templeton
Investments oferece fundos da Franklin, Templeton e Franklin
Quando usar o Hot Money?
Mutual Series.
Liquidez. Isto significa que é fácil resgatar algum ou todo
A principal finalidade do Hot Money, e também sua
o valor que foi investido. Com a devida notificação por escrito
pode-se normalmente resgatar o valor solicitado em 7 dias principal importância, é ser uma ferramenta utilizada por
úteis. Certamente, o valor das cotas a ser resgatado pode ser pessoas jurídicas exclusivamente para cobrir necessida-
maior ou menor do que o custo original. des imediatas de recursos de curtíssimo prazo.
27
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Importante ressaltar que essas obrigações entram no Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de
Balanço Patrimonial (BP) da empresa como passivos (con- exposição por cliente a ser observado pelas instituições fi-
tas onde são registrados os deveres e obrigações da orga- nanceiras na prestação de garantia de fiança bancária. A van-
nização, como por exemplo, fornecedores, empréstimos e tagem de se trabalhar com fiança bancária é que a garantia
financiamentos, obrigações fiscais e sociais etc.). oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no
mundo dos negócios. A fiança bancária está sujeita a co-
brança de tarifas, mas não se sujeita a cobrança de IOF, por
tratar-se de um contrato.
GARANTIAS REAIS
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO Vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação as-
NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR sumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou imóveis
MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele não pagar,
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS haverá um processo de execução em que será requerida a
venda judicial do bem, pagando-se preferencialmente o cre-
dor.
Penhor
GARANTIAS PESSOAIS
É um direito real que consiste na tradição de coisa mó-
Baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, vel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por
uma terceira pessoa (que prestou a garantia pessoal) será terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito.
obrigada a pagar no lugar dele. Nesta modalidade de garan- Tem como sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto
tia temos o aval e a fiança. o sujeito passivo da obrigação principal como terceiro que
ofereça o ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta
Aval o dinheiro) .
O aval é a garantia de pagamento formal e solidária fir-
mada por terceiro em um título de crédito, onde os interve- Penhor mercantil
nientes são: o avalista (aquele que presta o aval) , o avalizado É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa
(aquele que recebe o aval) e o credor. Para tanto, basta que onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse, equipa-
se lance o aval no próprio título ou na folha de alongamento. rando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa garantir
A simples assinatura no anverso do título é suficiente para obrigação comercial.
configurar o aval. Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenha-
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se do faz parte integrante do negócio comercial. Pode abran-
de garantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, isto ger tanto estoques de matérias-primas quanto estoques de
é, é co-devedor principal. produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mercantil
são confiados a fiel depositário, que se torna responsável pela
guarda, existência e conservação dos bens dados em garantia.
Fiança Hipoteca
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfa- A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos
zer determinada obrigação, caso o respectivo devedor não a que forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar
cumpra. A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito o pagamento de uma dívida. A posse do bem gravado não
ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor (afiançado) , se transfere ao credor. A hipoteca abrange todas as acessões,
o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o credor. Caso o melhoramentos ou construções no imóvel e deve ser regis-
devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador venha trada no Cartório de Registro de Imóveis.
a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessó-
tenha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de rios, as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e va-
ordem para que os bens do devedor sejam excutidos em pri- gões) , as minas e pedreiras, os navios e os aviões.
meiro lugar, salvo se foi estipulada solidariedade no contrato
de fiança. O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este Alienação fiduciária
direito. Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até
outro der seu consentimento. A este requisito se dá o nome que a dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é
de outorga uxória. A falta da autorização torna o ato anulável. chamado fiduciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma
vez completado o pagamento, a propriedade do bem aliena-
Fiança bancária do volta ao fiduciante.
É um compromisso contratual pelo qual uma instituição A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo De-
financeira garante o cumprimento de obrigações de seus creto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código
clientes. O público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A Civil os contratos de empréstimos com garantia de alienação
fiança bancária é uma obrigação por escrito (carta de fiança) fiduciária de coisa móvel só podiam ser pactuados entre ins-
assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida total tituições financeiras e o financiado, pessoa física ou jurídica.
ou parcial de cliente que queira assumir uma obrigação pe- A partir da Lei 9.514/97 entrar em vigor, passou-se a existir
rante terceiros. também a alienação fiduciária da coisa imóvel.
28
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
ao fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão do bem fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacida-
móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar de pessoal do devedor.
efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for encontrado Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo
na posse do fiduciante, a busca e apreensão podem trans- não abrange o caso de mútuo feito a menor.
formar-se em ação de depósito; se ele não entregar a coisa, Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o
poderá ser considerado depositário infiel. credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa
A lei faculta a venda da coisa independentemente de idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a
leilão, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O cre- fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obri-
dor deve aplicar o preço da venda no pagamento de seu gação.
crédito e das despesas decorrentes, entregando ao deve- Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, po-
dor o saldo apurado, se houver. derá o credor exigir que seja substituído.
Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida
Legislação sobre garantias do SFN tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam pri-
meiro executados os bens do devedor.
AVAL – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de or-
Art. 897 O pagamento de título de crédito, que conte- dem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do de-
nha obrigação de pagar soma determinada, pode ser ga- vedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados,
rantido por aval. quantos bastem para solver o débito.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso I - se ele o renunciou expressamente;
do próprio título. II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, solidário;
é suficiente a simples assinatura do avalista. III - se o devedor for insolvente, ou falido.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado. Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome in- por mais de uma pessoa importa o compromisso de solida-
dicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. riedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso benefício de divisão.
contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe cou-
nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que ber no pagamento.
a nulidade decorra de vício de forma. Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da
dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
será por mais obrigado.
mesmos efeitos do anteriormente dado.
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autori-
sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar
zação do outro, exceto no regime da separação absoluta:
a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
...
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-
III - prestar fiança ou aval.
-se-á pelos outros.
FIANÇA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) Art. 832 O devedor responde também perante o fiador
por todas as perdas e danos que este pagar, e pelos que so-
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante frer em razão da fiança.
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso
caso este não a cumpra. pela taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite in- taxa convencionada, aos juros legais da mora.
terpretação extensiva. Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem con- execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promo-
sentimento do devedor ou contra a sua vontade. ver-lhe o andamento.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fian- Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver
ça; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier,
depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante ses-
devedor. senta dias após a notificação do credor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despe- responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a
sas judiciais, desde a citação do fiador. morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obri- Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que
gação principal e contraída em condições menos onerosas, lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação que compe-
e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa tem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de
que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afian- incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa
çada. menor.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciên-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora- cia, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem neces-
tória ao devedor; sário o exercício de ação possessória;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art.
nos seus direitos e preferências; 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões,
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por uma vez paga a dívida;
evicção*. V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
duma coisa em conseqüência da reivindicação judicial pro- Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
movida pelo verdadeiro dono ou possuidor. I - extinguindo-se a obrigação;
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o II - perecendo a coisa;
devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, fi- III - renunciando o credor;
cará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, sufi- de credor e de dono da coisa;
cientes para a solução da dívida afiançada. V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
Art. 1.647... , nenhum dos cônjuges pode, sem autori- venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele
zação do outro, exceto no regime da separação absoluta: autorizada.
III - prestar fiança ou aval. § 1o Presume-se a renúncia do credor quando consen-
tir na venda particular do penhor sem reserva de preço,
PENHOR – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02) quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir
Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efe- à sua substituição por outra garantia.
tiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a § 2o Operando-se a confusão tão-somente quanto
a parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor
quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de
quanto ao resto.
uma coisa móvel, suscetível de alienação.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil
de averbado o cancelamento do registro, à vista da respec-
e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder
tiva prova.
do devedor, que as deve guardar e conservar.
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante ins-
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado
trumento público ou particular, registrado no Cartório de
a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor co-
Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem si-
mum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
tuadas as coisas empenhadas.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívi-
I - à posse da coisa empenhada;
da, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir,
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas
devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasio- em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma de-
nadas por culpa sua; terminada em lei especial.
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário so-
por vício da coisa empenhada; mente podem ser convencionados, respectivamente, pelos
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigá- prazos máximos de três e quatro anos, prorrogáveis, uma
vel, se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe auto- só vez, até o limite de igual tempo.
rizar o devedor mediante procuração; § 1o Embora vencidos os prazos, permanece a garantia,
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que enquanto subsistirem os bens que a constituem.
se encontra em seu poder; § 2o A prorrogação deve ser averbada à margem do
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia registro respectivo, mediante requerimento do credor e do
autorização judicial, sempre que haja receio fundado de devedor.
que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor ru-
preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode ral poderá constituir-se independentemente da anuência
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de
outra garantia real idônea. preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser
Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a de- executada.
volver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das
ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem,
do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma por si ou por pessoa que credenciar.
das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:
pagamento do credor. I - máquinas e instrumentos de agricultura;
Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado: II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir III - frutos acondicionados ou armazenados;
ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, po- IV - lenha cortada e carvão vegetal;
dendo ser compensada na dívida, até a concorrente quan- V - animais do serviço ordinário de estabelecimento
tia, a importância da responsabilidade; agrícola.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
de a prenotar, até trinta dias, aguardando que o interessa- § 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciá-
do inscreva a precedente; esgotado o prazo, sem que se re- rio a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
queira a inscrição desta, a hipoteca ulterior será registrada for paga no seu vencimento.
e obterá preferência. § 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a tercei-
Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, ros, coisa que já alienara fiduciàriamente em garantia, ficará
deverão ser registradas e especializadas. sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código
Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obri- Penal.
gação perdurar; mas a especialização, em completando § 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo auto-
vinte anos, deve ser renovada. motor deverá, para fins probatórios, constar do certificado
Art. 1.499 A hipoteca extingue-se: de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional
I - pela extinção da obrigação principal;
de Trânsito.
II - pelo perecimento da coisa;
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obri-
III - pela resolução da propriedade;
IV - pela renúncia do credor; gações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária,
V - pela remição; o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a
VI - pela arrematação ou adjudicação. terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avalia-
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averba- ção prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial,
ção, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, salvo disposição expressa em contrário prevista no contra-
à vista da respectiva prova. to, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS saldo apurado, se houver.
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o
DECRETO-LEI 911/69 principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e
Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao correção monetária, quando expressamente convencionados
credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa mó- pelas partes.
vel alienada, independentemente da tradição efetiva do § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo
bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor para pagamento e poderá ser comprovada por carta registra-
direto e depositário com todas as responsabilidades e en- da expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Docu-
cargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal. mentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contra-
e seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja
tuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal
o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou
microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do do- ou convencional de algum dos casos de antecipação de ven-
micílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e cimento da dívida facultarão ao credor considerar, de pleno
conterá, além de outros dados, os seguintes: direito, vencidas todas as obrigações contratuais, indepen-
a) o total da divida ou sua estimativa; dentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.
b) o local e a data do pagamento; Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor poderá reque-
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for per- rer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem
mitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de alienado fiduciàriamente, a qual será concedida liminarmen-
correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis; te, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do
d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e devedor.
os elementos indispensáveis à sua identificação. § 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e ex-
o devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do clusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo
contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo
no momento da aquisição da propriedade pelo devedor, certificado de registro de propriedade em nome do credor,
independentemente de qualquer formalidade posterior. ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica fiduciária.
por números, marcas e sinais indicados no instrumento de
§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pa-
alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus
gar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores
da prova, contra terceiros, da identidade dos bens do seu
domínio que se encontram em poder do devedor. apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na
§ No caso de inadimplemento da obrigação garantida, qual o bem lhe será restituído livre do ônus.
o proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e § 3o O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo
aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das de quinze dias da execução da liminar.
despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor § 4o A resposta poderá ser apresentada ainda que o de-
o saldo porventura apurado, se houver. vedor tenha se utilizado da faculdade do § 2o, caso entenda
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pa- ter havido pagamento a maior e desejar restituição.
gar o crédito do proprietário fiduciário e despesas, na forma § 5o Da sentença cabe apelação apenas no efeito de-
do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente volutivo.
obrigado a pagar o saldo devedor apurado.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 6o Na sentença que decretar a improcedência da ação § 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance ofe-
de busca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário recido for inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma
ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, do inciso VI do art. 24, será realizado o segundo leilão, nos
equivalente a cinqüenta por cento do valor originalmente quinze dias seguintes.
financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha § 2º No segundo leilão será aceito o maior lance ofere-
sido alienado. cido desde que igual ou superior ao valor da dívida, das des-
§ 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a respon- pesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive
sabilidade do credor fiduciário por perdas e danos. tributos, e das contribuições condominiais.
§ 8o A busca e apreensão prevista no presente artigo Art. 31º O fiador ou terceiro interessado que pagar a dí-
constitui processo autônomo e independente de qualquer vida ficará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na pro-
procedimento posterior. priedade fiduciária.
Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for en-
contrado ou não se achar na posse do devedor, o credor FCG - Fundo Garantidor de Créditos
poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreen- FGC é a sigla que designa o Fundo Garantidor de Cré-
são, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma ditos. Ela é uma entidade que administra uma proteção aos
prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código correntistas e investidores, que permite recuperar até R$ 250
de Processo Civil. mil em depósitos ou créditos em instituições financeiras em
Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva caso de falência, intervenção ou liquidação.
ou, se for o caso ao executivo fiscal, serão penhorados, a Essa entidade é uma instituição privada, sem fins lucrati-
critério do autor da ação, bens do devedor quantos bastem vos. Os associados são a Caixa Econômica Federal, os bancos,
para assegurar a execução. sociedades de crédito, financiamento, investimento e crédito
imobiliário, companhias hipotecárias e associações de pou-
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS pança.
Para o investidor, o FGC representa a segurança de que
LEI 9.514/97 suas aplicações estão seguras mesmo em eventos extremos,
Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa como a falência de uma instituição financeira.
imóvel mediante registro, no competente Registro de Imó- O que muita gente não sabe é que essa é uma associação
veis, do contrato que lhe serve de título. civil, que depende dos aportes mensais de seus associados,
Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fi- que são bancos, ou seja, outras instituições financeiras.
Eles participam com essas contribuições para garantir um
duciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
sistema financeiro mais saudável para o país e para todos os
fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto
investidores.
da coisa imóvel.
Mesmo assim, há diversas regras que limitam a atuação
Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fi-
do FGC. A seguir, você vai conhecer algumas delas, vai desco-
duciário conterá:
brir quais aplicações se beneficiam do fundo e se é preciso se
I - o valor do principal da dívida;
preocupar com investimentos que não estão cobertos.
II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo
O Fundo Garantidor de Créditos funciona assim: os asso-
ou do crédito do fiduciário;
ciados repassam mensalmente um percentual de suas contas
III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
para o FGC. Em caso de falência ou intervenção em uma ins-
IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciá- tituição financeira, esse montante é usado para quitar o valor
ria, com a descrição do imóvel objeto da alienação fiduciá- devido a correntistas e investidores.
ria e a indicação do título e modo de aquisição; Bancos e financeiras são algumas das instituições asso-
V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto ciadas.
adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imó- Mas não apenas eles. Também compõem o quadro do FGC:
vel objeto da alienação fiduciária; • Bancos de desenvolvimento
VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, • Sociedades de crédito, financiamento e investimento
do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão; • Sociedades de crédito imobiliário
Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos • Companhias hipotecárias
resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciá- • Associações de poupança e empréstimo.
ria do imóvel.
Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte, a Quais os investimentos são garantidos pelo FGC?
dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se- A garantia do FGC não abrange todos os investimentos.
-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imóvel em Ela se restringe aos seguintes saldos, de acordo com o Banco
nome do fiduciário. Central:
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu • Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da • Depósitos de poupança
data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, pro- • Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certi-
moverá público leilão para a alienação do imóvel. ficado (CDB/RDB)
33
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Depósitos mantidos em contas não movimentá- Elas podem ter carência para retirada maior do que o
veis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo CDB, e muitos desses títulos exigem investimento de pelo
de recursos referentes à prestação de serviços de paga- menos R$ 10.000,00.
mento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões Para consultar os títulos disponíveis no BTG Pactual digital
e similares consulte o nosso catálogo de produtos.
• Letras de câmbio LC
• Letras imobiliárias As Letras de Câmbio (LC) também são títulos semelhantes
• Letras hipotecárias ao CDB (pelo menos, na visão do investidor) .
• Letras de crédito imobiliário Muitas pessoas as confundem com fundos de ações ou
• Letras de crédito do agronegócio investimentos atrelados a moedas por causa do nome. Na
• Operações compromissadas que têm como objeto verdade, “câmbio” aqui se refere a uma “troca”, e não a moe-
títulos emitidos após 08 de março de 2012 por empresa ligada. das.
Vamos entender melhor quais são os principais investi- A diferença para um CDB é que as LCs são emitidas por
mentos cobertos pelo FGC? uma financeira, e não por um banco ou corretora.
Eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Cré-
Poupança dito para o mesmo valor de CDB, poupança, LCI e LCA: até R$
A poupança é o investimento preferido do brasileiro, em- 250 mil, dependendo do montante investido.
bora não seja recomendado por especialistas. Ela tem um re-
Aqui há incidência do Imposto de Renda (22,5% a 15%
torno pequeno e compete apenas com a inflação.
dos rendimentos, dependendo do período de aplicação) e
Com a taxa de juros básicos da economia, a Selic, no pa-
tamar atual, a poupança paga 0,5% de juros ao mês mais uma carência mínima para o resgate, que varia muito conforme a
Taxa Referencial (TR) , que representa um valor bem pequeno. corretora ou banco de investimentos.
Em 2015, por exemplo, quem deixou dinheiro na caderne-
ta teve seu poder de compra corroído em 2,28%. Como os investimentos são protegidos?
Em 2016, o ganho real, depois do desconto da inflação, foi O total de créditos garantidos pelo Fundo Garantidor de
de 1,9%, o melhor rendimento desde 2009 (acredite!). Créditos é de até R$ 250 mil por pessoa para o mesmo con-
Um detalhe pouco comentado é que a remuneração da cader- glomerado financeiro. Ou seja, se um investidor possui um
neta ocorre apenas uma vez por mês, no aniversário do depósito. CDB de R$ 200.000,00, ele é protegido pelo FGC.
Isso significa que, se você decidir sacar o valor de uma hora Se o montante chega a, digamos, R$ 300.000,00, apenas
para a outra, pode perder muitos dias de rendimentos. Ou seja, não R$ 250.000,00 desse valor estão protegidos em caso de falên-
se trata de um investimento tão líquido quanto a maioria pensa. cia da instituição financeira.
Pelo menos, quem investe na poupança tem, dependendo É recomendado, portanto, que qualquer investidor que
do valor investido, até o montante de R$ 250 mil assegurados tenha recursos superiores a R$ 250 mil dividida o montante
pelo Fundo Garantidor de Créditos. em ativos oferecidos por diferentes conglomerados financei-
ros.
CDB Se você está em dúvida sobre o que são conglomerados
O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Ele é um tí- financeiros e quer ter certeza de que está deixando todo o seu
tulo emitido por bancos e corretoras para captar dinheiro de dinheiro coberto pelo FGC, consulte o site do Banco Central.
pessoas físicas e o emprestar para terceiros. E na hora de definir essas divisões e garantir que seu di-
O rendimento do CDB pode ser pós-fixado ou prefixado. nheiro estará bem protegido, lembre-se de um detalhe im-
O pós-fixado normalmente é associado ao CDI, que é uma portante: o valor assegurado é de R$ 250 mil por pessoa, em
taxa de referência bem próxima da Selic. cada conglomerado financeiro considerando o total do inves-
Trata-se de um investimento com liquidez menor do que timento original mais o rendimento acordado equivalente até
outros títulos, como o Tesouro Direto. a decretação do Regime Especial.
Além disso, paga Imposto de Renda, de 22,5% a 15%, de-
Para ficar mais fácil de entender, você receberá de volta,
pendendo do tempo de permanência da aplicação. Pode, no
nesse caso extremo, no máximo R$ 250 mil por CPF por insti-
entanto, ter rentabilidade que seja competitiva e mais vanta-
josa quando comparada a outros títulos. tuição financeira.
Para consultar as opções disponíveis no BTG Pactual digi- Pode fazer sentido, portanto, que um montante de R$
tal, consulte o nosso catálogo de produtos. 300 mil seja destinado a três instituições diferentes, para que
Também é assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédi- todos os rendimentos fiquem cobertos pelo FGC.
tos.
O que o FGC não garante?
LCI e LCA O FGC não garante o crédito de qualquer investimento que
LCI e LCA são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agro- não conste na relação acima e de qualquer crédito que ultrapas-
negócio. Para o investidor, funcionam de maneira bastante se o limite de R$ 250 mil por pessoa por instituição financeira.
semelhante ao CDB e também têm rendimento atraente, nor- Alguns investimentos que não são protegidos pelo FGC:
malmente atrelado ao CDI. • Letras Financeiras (semelhante ao CDB)
Uma vantagem desses investimentos é que sobre eles • Debêntures (títulos de crédito de empresas privadas)
não incide o Imposto de Renda. É um benefício interessante, • Fundos de investimento (de todos os tipos)
já que o IR leva no mínimo 15% dos rendimentos de boa parte • Certificados de Recebíveis Imobiliários (emitidos por
das outras aplicações. companhias securitizadoras)
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Certificados de Recebíveis do Agronegócio (emiti- Na prática, os fundos são entidades constituídas sob
dos por companhias securitizadoras) a forma de condomínios abertos. Eles ficam sujeitos à su-
• Tesouro Direto (títulos do Tesouro Nacional) pervisão e acompanhamento da Comissão de Valores Mo-
• Aplicações na bolsa de valores (ações, opções e biliários.
quaisquer derivativos) . Assim, se ocorrer a falência do administrador do fundo,
Esses investimentos acima, não cobertos pelo fundo, uma assembléia poderá ser convocada para optar por outra
não são necessariamente arriscados, mas devem ser anali- instituição financeira, sem prejuízo de seus investimentos.
sados com cautela, de preferência com algum conhecimento
mais aprofundado sobre o ativo e a instituição financeira que História do FGC
o oferece. A estabilidade do sistema financeiro é uma das principais
Se você estiver estudando a alocação de recursos em preocupações de qualquer governo.
Letras Financeiras, Debêntures e Certificados de Recebíveis,
Desde a década de 1990, começou a surgir uma série
verifique o histórico e solidez do banco ou da corretora antes
de tomar qualquer decisão. de sistemas de proteção a investidores em todo o mundo. O
Para fundos de investimentos, a preocupação não deve Brasil entrou nessa lista em 1995, com a Resolução 2.197, de
ser tanto com a chance de a instituição financeira quebrar, e 31.08.1995.
sim com as condições e o regulamento, já que o patrimônio Nela, o Conselho Monetário Nacional (CMN) inseriu a
do banco ou corretora não se confunde com o dos fundos. “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, des-
Em caso de falência, por exemplo, os cotistas podem se tinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de
reunir em assemblideia e transferir a gestão para outra insti- créditos contra instituições financeiras”.
tuição. O estatuto e o regulamento da nova entidade, o Fundo
Na bolsa de valores, a preocupação com quebra ou fa- Garantidor de Créditos, foram aprovados em novembro da-
lência das corretoras ou dos bancos também não deve ser quele ano.
tão grande, já que os papéis em nome do investidor são ga- O objetivo dessa entidade, desde sua criação, é prestar
rantidos pela Câmara de Ações, administrada pela BM&FBO- garantia de créditos contra as instituições associadas nas se-
VESPA. Nesse caso, basta transferir a custódia dos papéis para
guintes situações:
outra instituição financeira.
Além disso, na conta da corretora ou do banco de inves- • Decretação da intervenção ou da liquidação extraju-
timentos, até R$ 120 mil de saldo podem ser restituídos com dicial de instituição associada
base no Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos da BM&F • Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do
Bovespa. estado de insolvência de instituição associada que, nos ter-
Para o Tesouro Direto, não faz sentido a preocupação mos da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes
com o risco de calote, a menos que o país quebre, já que os referidos no item anterior.
títulos são dívidas do Tesouro Nacional. Além da garantia de créditos, o FGC se preocupa com a
Como o governo pode imprimir mais dinheiro para pa- estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e a prevenção de
gar suas contas, o principal risco é o que se chama de calote crises sistêmicas do sistema bancário.
branco, que seria a inflação provocada por esse fluxo maior Por isso, tem a atribuição de contratar, em casos de necessi-
de valores no mercado decorrente das dificuldades financei- dade, diferentes operações de assistência ou suporte financeiro,
ras do país. incluindo operações de liquidez com as instituições associadas.
Qual o valor máximo garantido pelo FGC?
O valor máximo garantido pelo FGC é de R$ 250 mil por
CPF por instituição financeira (ou instituições financeiras do 5 curiosidades sobre o FGC
mesmo conglomerado financeiro) . Já está um pouco mais informado sobre a utilidade do
Já uma conta conjunta em um banco tem limite máxi- FGC e quer conhecer algumas das curiosidades de sua atua-
mo de R$ 250 mil, que serão divididos pelo número de titu- ção? Confira abaixo cinco peculiaridades desse fundo não go-
lares. Dessa forma, caso o saldo investido em títulos garan- vernamental, sem fins lucrativos:
tidos pelo FGC em uma conta conjunta de 2 titulares fosse 1. O saldo do FGC é superior a R$ 57 bilhões
R$ 300.000,00, o valor garantido seria o de R$ 250.000,00, ou De acordo com o último balanço patrimonial divulgado,
seja, R$ 125.000,00 por titular. em novembro de 2016, o Fundo Garantidor de Créditos tem
Esse limite não impede que um investidor com fundos aproximadamente R$ 57,8 bilhões em ativos, dos quais pode-
superiores a essa quantia invista em diferentes instituições fi- ria se valer para proteger investimentos.
nanceiras. O regulamento do fundo prevê que sua captação seguirá até
Exemplo: se você tem R$ 300 mil, é mais seguro dividir a obtenção de 2% do saldo das contas cobertas pela garantia.
esse valor em diferentes aplicações em duas ou três correto-
2. Contas conjuntas têm limite único
ras ou bancos de investimento.
Normalmente, o saldo garantido é de R$ 250 mil por pes-
soa, por CPF. Mas, esse não é o caso em contas conjuntas, cujo
Por que aplicações em Fundos de Investimentos não
têm garantia do FGC? crédito protegido vale para a conta toda, dividida por todos
Fundos de investimento não têm garantia do GFC devido os seus titulares.
a uma divisão entre o patrimônio da instituição financeira e Assim, se um casal possui R$ 300 mil em uma conta con-
o patrimônio dos cotistas que formam o fundo. Ou seja, os junta em um banco, cada cônjuge terá direito a R$ 125.000,00
valores do fundo funcionam de forma independente. em caso de falência da instituição financeira.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Diante da importância deste assunto, e dos efeitos devas- Observa-se, portanto, que frente à fracassada e inoperan-
tadores provocados por este delito, Vladimir Aras defende que te estratégia de atacar as antecedentes atividades ilícitas, há
os Estados nacionais não podem ignorar, diante da complexa um redirecionamento do Direito Penal em controlar os efeitos
problemática que envolve a questão, o fenômeno da lavagem destas, quais sejam, os fluxos financeiros oriundos das primei-
de dinheiro, uma vez que não se restringe a uma abstração que ras atuações ilegais.
se cinja a números, pois, ao contrário disto: Seguindo, portanto, a mesma tendência mundial e dian-
“São concretos e às vezes dolorosos, os danos causados à te dos índices de ocorrências envolvendo crime organizado,
sociedade pela lavagem de dinheiro. De um lado, desemprego, desvio e lavagem de dinheiro, provenientes de variadas tran-
vultosos prejuízos econômicos para empresários e investidores, sações ilícitas, e da inserção destes temas no rol de destaque
diminuição dos índices de desenvolvimento humano, corrup- da construção dogmática e da política criminal, houve níti-
ção, insegurança pública e redução da arrecadação de impostos do interesse do Direito Penal Brasileiro em atingir um efetivo
e de investimentos em educação e saúde. De outro lado, o en- controle da circulação de capitais e suas origens, por meio
riquecimento ilícito e a utilização indevida de valores oriundos da criminalização desta multimencionada conduta. Ademais,
de graves crimes.” a base ética à criminalização consistiu em evitar que a circu-
lação do dinheiro sujo em circulação no mercado, bem como
FASES OU TÉCNICAS DE LAVAGEM DE DINHEIRO impedir que o dinheiro lavado proporcione outros ilícitos.
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- UNIDADES DE INTELIGENCIA FINANCEIRA
mento complexo, pode-se afirmar que a conduta do agente As unidades de inteligência são responsáveis por receber,
passa por um modus operandi bastante linear e multifaceta- além de requisitar, informações sobre operações financeiras
do. Vários são os métodos ou fases utilizados com a finalida- atípicas ou suspeitas, analisar e informar às autoridades com-
de de lavar o dinheiro: petentes aquelas que constituem indícios do crime de lavagem.
a) A primeira delas é a fase da ocultação, na qual há Essas unidades apresentam diferentes estruturas a de-
uma tentativa dos agentes de conseguir menor visibilidade pender de sua vocação institucional e das tradições jurídicas
do dinheiro oriundo da prática de atividade ilícitas. Para tanto, de cada país. Existem basicamente três espécies de Unidades
costuma-se utilizar o sistema financeiro, negócios de condi- de Inteligência Financeira: (i) judiciais, (ii) coercitivas, (iii) ad-
ções variadas, enfim, emprega “intermediários” que trocarão ministrativas, sem considerar as híbridas que mesclam ele-
os valores ilicitamente recebidos. mentos de cada uma delas.
b) Com a posse do dinheiro, tem início a segunda fase: As unidades judiciais são previstas, em geral, nos países
a cobertura, fase de controle, ou ainda, mascaramento. Consis- em que o Ministério Público é parte integrante do Judiciário.
tente em desligar os fundos de sua origem, em outras palavras, Nesses países as unidades tem natureza persecutória penal
fazer desaparecer o vínculo entre o agente e o bem precedente porque o próprio órgão responsável pela acusação possui
de sua atuação. São comuns múltiplas transferências de dinhei- instrumentos de acompanhamento ou recebimento de infor-
mações sobre operações suspeitas.
ro, compensações financeiras, remessas aos paraísos fiscais, su-
As unidades coercitivas são exclusivamente adminis-
per faturação de exportações, dentre outros.
trativas, mas podem determinar medidas preventivas como
c) Finalmente, o dinheiro deve retornar ao circuito eco-
suspensão de transações, congelamento e sequestro de bens.
nômico, transparecendo a imagem de produto normal de uma
As unidades administrativas tem atribuição exclusiva de
atividade comercial, é a chamada fase de integração. Neste sistematização de informações e produção de análises sobre
momento, há a conversão de dinheiro sujo em capital lícito, possíveis operações ilegais ou atípicas. Não tem poder de de-
adquirindo propriedades e bens, constituindo estabelecimen- terminar medidas de coerção ou de iniciar processos judiciais.
tos lícitos, financiando atividades de terceiros, além de investir Apenas colhem a informação e enviam para os órgãos com-
parte deste dinheiro na prática de novos delitos. petentes para a persecução penal ou investigação, como o
Ministério Público e a Polícia. O Brasil segue esse modelo.
CRIMINALIZAÇÃO DA LAVAGEM DE DINHEIRO
Cumpre ressaltar que o início das preocupações mundiais CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINAN-
com a lavagem de dinheiro data da Convenção de Viena de CEIRAS - COAF
1988, ocasião em que os membros da Organização das Nações O COAF é um órgão administrativo, no âmbito do Mi-
Unidas aprovaram a Resolução que os obrigava a penalizar a nistério da Fazenda, com sede no Distrito Federal, e funciona
lavagem de capitais oriundos do tráfico de entorpecentes. como agência de inteligência brasileira no combate ao crime
Desde então, várias nações passaram a inserir no seu de lavagem de dinheiro. É a unidade de inteligência financeira
corpo de normas, dispositivos legais reservados a reprimir a do Brasil.
utilização de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou É responsável pela prevenção e fiscalização da prática do
indiretamente, de crimes. delito de lavagem, foi instituído pela Lei nº 9.613/98. Tem por
Neste sentido, Roberto Podval, ao discorrer sobre o bem finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
jurídico do delito de lavagem de dinheiro, assevera que: examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
“O que se nota é que a criminalização da lavagem de di- ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência de ou-
nheiro surge como forma de coibir o tráfico ilícito de entorpe- tros órgãos e entidades.
centes, já que não obstante a intervenção do Direito Penal nessa Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diversos
matéria (através de leis cada vez mais severas e com penas me- setores econômico-financeiros maior responsabilidade na
nos brandas) , tal criminalidade não só persiste como aumenta. identificação de clientes e manutenção de registros de todas
Assim, uma vez evidenciada a impossibilidade de o Direito Pe- as operações e na comunicação de operações suspeitas, sujei-
nal evitar o tráfico de drogas, houveram por bem os Estados tando-as ainda às penalidades administrativas pelo descum-
punir suas consequências”. primento das obrigações.
37
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Para efeitos de regulamentação e aplicação das penas, o Das pessoas sujeitas à lei
legislador preservou a competência dos órgãos reguladores O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pessoas
já existentes, cabendo ao COAF a regulamentação e supervi- obrigadas a comunicar o COAF, em razão das atividades que
são dos demais setores. exercem, a respeito de qualquer atividade atípica ou opera-
Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei nº ções consideradas suspeitas.
12.683, de 2012, que trouxe importantes avanços para a pre- Dentre essas atividades estão a captação, a interme-
venção e combate à lavagem de dinheiro, tais como: diação e aplicação de recursos financeiros de terceiros,
• a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes, em moeda nacional ou estrangeira; a compra e venda de
admitindo-se agora como crime antecedente da lavagem de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou ins-
dinheiro qualquer infração penal; trumento cambial; a custódia, emissão, distribuição, liqui-
• a inclusão das hipóteses de alienação antecipada dação, negociação, intermediação ou administração de
e outras medidas assecuratórias que garantam que os bens títulos ou valores mobiliários; entre outras previstas no pa-
não sofram desvalorização ou deterioração; rágrafo único do artigo retro mencionado.
• inclusão de novos sujeitos obrigados tais como car- As obrigações a que essas pessoas estão sujeitas se
tórios, profissionais que exerçam atividades de assessoria ou traduzem em identificar seus clientes e manter registros, bem
consultoria financeira, representantes de atletas e artistas, como comunicar as operações suspeitas aos órgãos de inte-
feiras, dentre outros; ligência financeira, conforme dispõe os arts. 10 e 11 da Lei.
• aumento do valor máximo da multa para R$ 20 milhões. Descrever essas operações consideradas suspeitas ou atí-
picas é uma atribuição da autoridade competente, que por
Com base na análise de operações suspeitas ou atípicas, meio da elaboração de uma lista que, a depender das pessoas
o COAF prepara um relatório que é enviado ao Ministério envolvidas, dos valores, das formas de realização, dos instru-
Público e à Polícia, para que seja averiguado o cometimento mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou
ou não de algum delito. legal, possam demonstrar ilicitude.
O COAF faz parte do GAFI e do Grupo de Egmont, cons- Se houver descumprimento das obrigações elencadas no
tituído por algumas unidades financeiras de inteligência, que art. 9º, caberá aplicação de sanções administrativas pela au-
se reuniram pela primeira vez no Palácio de Egmont-Aren- toridade competente, conforme previsto no art. 12 da Lei, a
berg, em Bruxelas, com o intuito de promover um fórum ob- saber: advertência, multa pecuniária, inabilitação temporária
jetivando impulsionar o apoio aos programas nacionais de para o exercício do cargo de administrador, e até cassação ou
combate à Lavagem de Dinheiro dos países que o integram. suspensão da autorização para operação ou funcionamento.
Referido apoio engloba a ampliação de cooperações entre os O procedimento para aplicação das sanções será regula-
países e a sistematização do intercâmbio de experiências e de infor- do por decreto, sendo assegurado o contraditório e a ampla
defesa, cabendo recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.
mações de inteligência financeira, aperfeiçoando a capacidade e a
perícia dos funcionários das unidades e proporcionando uma efe-
A atuação do Coaf
tiva comunicação por meio de aplicação de tecnologia específica.
O COAF atua de forma integrada com órgãos superviso-
Os organismos internacionais indicam uma série de re-
res e entidades representativas de diversos segmentos, tais
gras para a persecução penal referente ao crime em questão,
como: Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Secretaria de
que, em resumo, se traduzem na cooperação das instituições
Previdência Complementar – SPC, Superintendência de segu-
e empresas que possam ser utilizadas para lavagem, sujeitas ros privados – SUSEP, Conselho Federal de Corretores de Imó-
a deveres de identificação dos clientes, conservação dos re- veis – COFECI, Associação Brasileira das Empresas de Cartões
gistros e comunicação de operações consideradas suspeitas. de Crédito e Serviços – ABECS, Associação Brasileira das Enti-
Desse modo, o COAF é o principal órgão brasileiro de dades Fechadas de Previdência Privada – ABRAPP, Federação
inteligência ao combate ao crime em comento, além de ser Brasileira de Bancos – FEBRABAN.
responsável por elaborar autoavaliações, cujos relatórios são Esta integração tem por finalidade evitar que esses se-
enviados anualmente ao GAFI. tores sejam utilizados para a prática de lavagem de dinheiro.
Desta forma, os órgãos supervisores e as entidades represen-
Composição do COAF tativas que se depararem com operações atípicas praticadas
O Conselho é composto de servidores públicos de re- por seus clientes, tem o dever de informar o COAF.
putação ilibada e reconhecida competência, designados em O Banco Central do Brasil, visando auxiliar na interpre-
ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes tação do que seriam essas operações consideradas atípicas
do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da ou suspeitas, apresentou a Carta-Circular nº. 2.826/1998, que
Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Se- foi posteriormente complementada pela Carta-Circular nº.
guros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, 3.098/2003, contendo um extenso rol dessas operações.
da Secretaria da Receita Federal, de órgão de inteligência do Ressalte-se que referido rol de hipóteses é apenas exem-
Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal, do Mi- plificativo, com intuito de orientar as entidades na identifica-
nistério das Relações Exteriores e da Controladoria-Geral da ção de operações suspeitas, sendo possível a ocorrência de
União, atendendo, nesses quatro últimos casos, à indicação outras operações que não estejam nele previstas.
dos respectivos Ministros de Estado. Além disso, as entidades também deverão manter cadas-
O presidente do Conselho é nomeado pelo Presidente da tros que possibilitem a identificação do cliente. Da mesma
República, cuja indicação é do Ministro de Estado da Fazenda. forma, os órgãos verificarão se há compatibilidade financeira
38
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
entre as movimentações efetuadas pelo cliente e a sua capa- É função do COAF a organização de estudos e diagnós-
cidade econômica. Este controle deve abranger não só a tota- ticos sobre lavagem de dinheiro e formulação de estratégias
lidade das operações de um indivíduo, mas também aquelas de combate à prática. Para tanto, o órgão tem participado
feitas por grupos e conglomerados, conforme recomendação de fóruns nacionais e internacionais para o desenvolvimen-
contida na Circular nº. 2.852/1999 do Banco Central do Brasil. to de boas práticas para o enfrentamento do delito, como,
O COAF, após receber a comunicação, avaliará as ope- por exemplo, da ENCLLA (Estratégia Nacional de Combate à
rações suspeitas e, se existirem evidencias de ocorrência Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) e do Grupo de Eg-
do crime de lavagem, efetuará um intercâmbio de informa- mont, que reúne as Unidades de Inteligência Financeira de
ções com as autoridades competentes, conforme preconiza diversos países para apoio mútuo, formação conjunta e as-
o art. 15 da Lei.
sistência técnica para prevenção e repressão a lavagem de
Cumpre esclarecer que são consideradas autoridades
dinheiro.
competentes, a Polícia Federal e o Ministério Público Fede-
ral que, de posse dessas de informações, tomarão as me- O crime de lavagem de dinheiro é um fenômeno mun-
didas necessárias. dial, de amplitude internacional, que não atinge apenas as
Diante da necessidade de promover esse intercambio esferas econômicas e financeiras, mas também as sociais,
de informações entre o COAF e outros organismos, nacio- uma vez que fomenta a prática de outros delitos, fazendo-se
nais e internacionais, foi desenvolvido um sistema informa- necessária a união de esforços, bem como a cooperação mú-
tizado que permite ao Conselho desempenhar suas funções tua entre os países para combatê-lo e o COAF, na qualidade
com maior agilidade e segurança, o SISCOAF – Sistema de de unidade de inteligência financeira, tem desempenhado
Informações COAF, que auxilia nos processos internos de to- um importante papel neste certame.
mada de decisão, representa um veículo rápido e eficaz de
captação, tratamento, disponibilização e guarda de dados. A LEI 9.613/98 E SEUS ASPECTOS PENAIS
O COAF não é dotado de poderes de investigação, tem A Lei nº 12.683/12 alterou a Lei nº 9.613/98 para tornar
competência para realizar a troca de informações e solicitar a mais eficiente o combate e a prevenção de lavagem de di-
abertura de investigações às autoridades, caso verifique, nas nheiro. Foram diversas as alterações realizadas, e dentre elas
informações recebidas, solicitadas ou em decorrência de suas podem ser destacadas a exclusão do rol de crimes antece-
análises, forte indício de operações consideradas suspeitas. dentes à lavagem de dinheiro, manutenção da pena de três a
Além disso, também tem o poder de requisitar informa- dez anos de reclusão para os praticantes do crime, elevação
ções cadastrais bancárias e financeiras aos Órgãos da Admi- do valor máximo da multa a ser aplicada para 20 milhões
nistração Pública de pessoas envolvidas em atividades suspei- de Reais, e aumento do número de profissionais que devem
tas (art. 14, §3º. da Lei 9.613/98). reportar-se ao COAF, alcançando empresários que negociam
direitos de atletas, comerciantes de artigos de luxo, e presta-
O PAPEL DO COAF NO COMBATE À LAVAGEM DE DI- dores de serviços como por exemplo os contadores.
NHEIRO
O COAF, além do seu papel como Unidade de Inteligência
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
Financeira, é também um órgão de regulação e repressão dos
setores econômicos que não possuem instituição supervisora
própria, tais como as empresas de factoring, de comércio de Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de
joias e metais preciosos, pedras, objetos de arte e antiguidades. bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
No campo regulatório cabe ao COAF elaborar regras vol- financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho
tadas a estes setores sobre a forma e método de registro de de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
informações de clientes e sobre os atos suspeitos de lavagem providências.
que devem ser comunicados, além dos previsto em Lei. Por
fim, a função de regulação consiste em o Órgão editar normas O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
que orientem os setores obrigados no art. 9º da Lei 9.613/98. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
A atividade repressiva decorre da competência do COAF
para instaurar processo administrativo e aplicar sanções as CAPÍTULO I
entidades e pessoas que descumprirem as regras previstas Dos Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens,
nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem. Direitos e Valores
As empresas que contam com órgão de controle espe-
cífico, como bancos (regulados pelo Banco Central do Brasil) Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, locali-
ou agentes de custódia, emissão, distribuição, liquidação de zação, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
títulos ou valores imobiliários (regulados pela CVM) , empre- direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
sas de seguro, capitalização ou previdência privada (regula- infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
dos pela Susep) devem observar as regras estabelecidas pelo
de 2012)
órgão regulatório correspondente (art. 11, §1º. da Lei de Lava-
gem) e perante estes processados administrativamente. É do Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e mul-
órgão regulador o papel de normatizador e repressor. ta. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
No entanto, todas as entidades responsáveis pelos seto- § 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dis-
res sensíveis (art. 9º. da Lei) , tenham ou não órgão regulador simular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes
próprio, devem atender as requisições de informações formu- de infração penal: (Redação dada pela Lei nº
ladas pelo COAF. 12.683, de 2012)
39
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - os converte em ativos lícitos; § 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; de outubro de 1941 (Código de Processo Penal) , devendo
III - importa ou exporta bens com valores não correspon- o acusado que não comparecer nem constituir advogado
dentes aos verdadeiros. ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento,
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Re- com a nomeação de defensor dativo. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di- Público ou mediante representação do delegado de polícia,
reitos ou valores provenientes de infração penal; (Re- ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas,
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) havendo indícios suficientes de infração penal, poderá de-
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo cretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária do investigado ou acusado, ou existentes em nome de in-
é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. terpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou pro-
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo úni- veito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais
co do art. 14 do Código Penal. antecedentes. (Redação dada pela Lei nº
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se 12.683, de 2012)
os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de for- § 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preser-
vação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a
ma reiterada ou por intermédio de organização crimino-
qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
sa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) houver dificuldade para sua manutenção. (Reda-
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultan- § 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos
do-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer bens, direitos e valores quando comprovada a licitude de
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
ou partícipe colaborar espontaneamente com as autorida- valores necessários e suficientes à reparação dos danos e
des, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores decorrentes da infração penal. (Redação dada
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem
objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta
de 2012) pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o
juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
CAPÍTULO II de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no §
Disposições Processuais Especiais 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano de-
nesta Lei: corrente da infração penal antecedente ou da prevista nes-
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento ta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência e custas. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
do juiz singular; de 2012)
Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de
II - independem do processo e julgamento das infrações
valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, ofício, a requerimento do Ministério Público ou por soli-
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nes- citação da parte interessada, mediante petição autônoma,
ta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; que será autuada em apartado e cujos autos terão tra-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) mitação em separado em relação ao processo principal.
III - são da competência da Justiça Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a § 1o O requerimento de alienação deverá conter a re-
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, lação de todos os demais bens, com a descrição e a es-
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autár- pecificação de cada um deles, e informações sobre quem
quicas ou empresas públicas; os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº
b) quando a infração penal antecedente for de compe- 12.683, de 2012)
tência da Justiça Federal. (Redação dada pela § 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
Lei nº 12.683, de 2012) apartados, e intimará o Ministério Público. (Incluído pela
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes Lei nº 12.683, de 2012)
da existência da infração penal antecedente, sendo puní- § 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergên-
veis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou cias sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homo-
isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração logará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alie-
nados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da
12.683, de 2012)
avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
40
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será deposi- § 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal
tada em conta judicial remunerada, adotando-se a seguin- condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da
te disciplina: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) União ou do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683,
I - nos processos de competência da Justiça Federal e de 2012)
da Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, I - a perda dos valores depositados na conta remunerada
de 2012) e da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica II - a perda dos bens não alienados antecipadamen-
Federal ou em instituição financeira pública, mediante do- te e daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
cumento adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
nº 12.683, de 2012)
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença conde-
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica natória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.
Federal ou por outra instituição financeira pública para a (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de § 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10
qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) ho- deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositan-
ras; e (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) do-se o saldo na conta única do respectivo ente. (In-
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Fede- cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ral ou por instituição financeira pública serão debitados à § 12. O juiz determinará ao registro público competente
Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restitui- que emita documento de habilitação à circulação e utilização
ção; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que
II - nos processos de competência da Justiça dos Esta- se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
dos: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição finan- § 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de
ceira designada em lei, preferencialmente pública, de cada bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira públi- drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação
ca da União; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina
b) os depósitos serão repassados para a con- definida em lei específica. (Incluído pela Lei nº
ta única de cada Estado, na forma da respectiva legisla- 12.683, de 2012)
ção. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser sus-
pensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua
depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida
execução imediata puder comprometer as investigações.
na ação penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683,
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
de 2012)
Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
I - em caso de sentença condenatória, nos processos ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica
de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distri- qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores
to Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de com-
da União, e, nos processos de competência da Justiça promisso. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respecti- Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos
vo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) bens: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de pu- I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
nibilidade, colocado à disposição do réu pela institui- satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
ção financeira, acrescido da remuneração da conta judi- II - prestará, por determinação judicial, informações pe-
cial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) riódicas da situação dos bens sob sua administração, bem
§ 6o A instituição financeira depositária manterá con- como explicações e detalhamentos sobre investimentos e re-
trole dos valores depositados ou devolvidos. (In- investimentos realizados.
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos
§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão to- bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao co-
dos os tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, nhecimento do Ministério Público, que requererá o que en-
sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência tender cabível. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de cada ente da Federação, venham a desonerar bens sob de 2012)
constrição judicial daqueles ônus. (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012) CAPÍTULO III
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, Dos Efeitos da Condenação
os autos da alienação serão apensados aos do processo
principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter- Código Penal:
postos contra as decisões proferidas no curso do procedi- I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos
de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, di-
mento previsto neste artigo. (Incluído pela Lei
reitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à práti-
nº 12.683, de 2012)
ca dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados
41
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, nego-
terceiro de boa-fé; (Redação dada pela Lei nº ciação, intermediação ou administração de títulos ou valores
12.683, de 2012) mobiliários.
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou fu-
de administração ou de gerência das pessoas jurídicas refe- turos e os sistemas de negociação do mercado de balcão or-
ridas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de ganizado; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
liberdade aplicada. de 2012)
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas compe- II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entida-
tências, regulamentarão a forma de destinação dos bens, des de previdência complementar ou de capitalização;
direitos e valores cuja perda houver sido declarada, assegu- III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
rada, quanto aos processos de competência da Justiça Fe- cartões de crédito, bem como as administradoras de consór-
deral, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados cios para aquisição de bens ou serviços;
da prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
equivalente, que permita a transferência de fundos;
competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e
locais com idêntica função. (Incluído pela Lei
as de fomento comercial (factoring) ;
nº 12.683, de 2012)
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços,
perda em favor da União ou do Estado for decretada serão ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante
inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade públi- sorteio ou método assemelhado;
ca, se houver interesse na sua conservação. (Incluído pela Lei VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros
nº 12.683, de 2012) que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste
CAPÍTULO IV artigo, ainda que de forma eventual;
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Prati- VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa
cados no Estrangeiro de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro,
Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de de câmbio, de capitais e de seguros;
tratado ou convenção internacional e por solicitação de auto- IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estran-
ridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre geiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, pro-
bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. curadoras, comissionárias ou por qualquer forma represen-
1o praticados no estrangeiro. (Redação dada pela tem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das
Lei nº 12.683, de 2012) atividades referidas neste artigo;
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemen- X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam ativida-
te de tratado ou convenção internacional, quando o governo des de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis;
do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Brasil. XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüi-
ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por soli- dades.
citação de autoridade estrangeira competente ou os recursos XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercia-
requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o lização ou exerçam atividades que envolvam grande volume
de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação
nº 12.683, de 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO V
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, con-
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE tadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qual-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) quer natureza, em operações : (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos co-
11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter per- merciais ou industriais ou participações societárias de qual-
manente ou eventual, como atividade principal ou acessória, quer natureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
cumulativamente ou não: (Redação dada pela Lei 2012)
nº 12.683, de 2012) b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos fi- ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
nanceiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupan-
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ça, investimento ou de valores mobiliários; (In-
como ativo financeiro ou instrumento cambial; cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
42
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efe-
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estrutu- tuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes
ras análogas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário,
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou gru-
e (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) po que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos autoridade competente.
relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissio- Art. 10A. O Banco Central manterá registro centraliza-
nais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) do formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promo- instituições financeiras, bem como de seus procuradores.
ção, intermediação, comercialização, agenciamento ou ne- (Incluído pela Lei nº 10.701, de 2003)
gociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou
feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO VII
12.683, de 2012) Da Comunicação de Operações Financeiras
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (In-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos
bens de alto valor de origem rural ou animal ou interme-
termos de instruções emanadas das autoridades compe-
deiem a sua comercialização; e (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012) tentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes
XVIII - as dependências no exterior das entidades men- previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
cionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, rela- II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar
tivamente a residentes no País. (Incluído pela Lei ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual
nº 12.683, de 2012) se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, a proposta ou realização: (Redação dada pela
CAPÍTULO VI Lei nº 12.683, de 2012)
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de a) de todas as transações referidas no inciso II do art.
Registros 10, acompanhadas da identificação de que trata o inciso I
do mencionado artigo; e (Redação dada pela
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: Lei nº 12.683, de 2012)
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atua- b) das operações referidas no inciso I; (Re-
lizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
competentes; III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fisca-
II - manterão registro de toda transação em moeda na- lizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na pe-
cional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de riodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a
crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido não ocorrência de propostas, transações ou operações
em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II.
competente e nos termos de instruções por esta expedidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - deverão adotar políticas, procedimentos e contro- § 1º As autoridades competentes, nas instruções refe-
les internos, compatíveis com seu porte e volume de opera- ridas no inciso I deste artigo, elaborarão relação de ope-
ções, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e rações que, por suas características, no que se refere às
no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes; partes envolvidas, valores, forma de realização, instrumen-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) tos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atuali-
legal, possam configurar a hipótese nele prevista.
zado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma pre-
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) , na
vista neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou
forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei
nº 12.683, de 2012) administrativa.
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf § 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebi-
na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, das com base no inciso II do caput aos respectivos órgãos
cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das infor- responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a
mações prestadas. (Incluído pela Lei nº 12.683, que se refere o art. 9o. (Redação dada pela Lei
de 2012) nº 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa ju- Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques
rídica, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá em espécie deverão ser previamente comunicados à insti-
abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem tuição financeira, nos termos, limites, prazos e condições
como seus proprietários. fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II pela Lei nº 12.683, de 2012)
deste artigo deverão ser conservados durante o período mí-
nimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da
conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado
pela autoridade competente.
43
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições fi- Respeitar a ordem constitucional, neste caso específico,
nanceiras e tributárias em resposta às ordens judiciais de revela enorme dificuldade no efetivo combate à lavagem de
quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que dinheiro, isto porque enquanto os agentes criminosos não
determinado, em meio informático, e apresentados em ar- têm limitações na realização de suas condutas, o Estado tem
quivos que possibilitem a migração de informações para os de respeitar os direitos fundamentais.
autos do processo sem redigitação. (Incluído pela Por tudo quanto exposto, concluímos que para o êxito
Lei nº 12.683, de 2012) nas operações de combate à lavagem de dinheiro, e, por
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor pú- conseguinte, na recuperação de ativos, é necessária reforma
blico, este será afastado, sem prejuízo de remuneração legislativa que atinja as normas-chave, aprofundamento de
e demais direitos previstos em lei, até que o juiz compe- programas de capacitação de autoridades e servidores, bem
tente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. como da especialização de juízos e unidades do Ministério
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Público e da Polícia.
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou CIRCULAR BACEN 3.461/2009 E SUAS
ao do pagamento do tributo. (Incluído pela Lei ALTERAÇÕES
nº 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
cação.
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e CIRCULAR Nº 3.461
110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Consolida as regras sobre os procedimentos a serem
Iris Rezende adotados na prevenção e combate às atividades relaciona-
Luiz Felipe Lamprideia das com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março
Pedro Malan de 1998.
Este texto não substitui o publicado no DOU de
4.3.1998 A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em
A fim de garantir o uso, movimentação, ocultação e sessão realizada em 23 de julho de 2009, com base no
disposição de ativos oriundos das mais variadas espécies disposto nos arts. 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº
4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613,
do comércio criminoso, surge a lavagem de dinheiro, com
de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na
o intuito de evitar que se descubra a cadeia criminal, bem
Convenção Internacional para Supressão do Financiamento
como a identificação de seus agentes.
do Terrorismo, adotada pela Assembléia-Geral das Nações
A lavagem de capitais é uma forma genérica de refe-
Unidas em 9 de dezembro de 1999, promulgada por meio
rir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar a
do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005,
origem do dinheiro ou dos bens resultantes das atividades
delitivas e integrá-los no sistema econômico ou financeiro, D E C I D I U:
em operações capazes de converter o dinheiro sujo em di-
nheiro limpo. Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições
Considerando que a lavagem de capitais é um procedi- autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem
mento complexo, vários são os métodos ou fases utilizados implementar políticas, procedimentos e controles internos,
com a finalidade de lavar o dinheiro: ocultação, mascara- de forma compatível com seu porte e volume de opera-
mento e integração. ções, destinados a prevenir sua utilização na prática dos
Seguindo a mesma tendência mundial e diante dos ín- crimes de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.
dices de ocorrências envolvendo crime organizado, desvio (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
e lavagem de dinheiro, e da inserção destes temas no rol
de destaque da construção dogmática e da política crimi- § 1º As políticas de que trata o caput devem:
nal, houve nítido interesse do Direito Penal Brasileiro em
atingir um efetivo controle da circulação de capitais e suas I- especificar, em documento interno, as responsabili-
origens, por meio da criminalização desta multimenciona- dades dos integrantes de cada nível hierárquico da insti-
da conduta. tuição;
A exemplo e por imposição das comunidades internacio-
nais, bem como em razão da globalização do mundo moder- II- contemplar a coleta e registro de informações tem-
no, em 1998 foi editada a Lei Especial nº. 9.613, destinada a pestivas sobre clientes, que permitam a identificação dos
coibir as ações dos chamados “lavadores de dinheiro”. riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes;
Ocorre que há alguns pontos controvertidos que, alme-
jando asseverar a pena, suprimiram direitos fundamentais, III- definir os critérios e procedimentos
tais como proibição de fiança e inversão do Ônus da Prova para seleção, treinamento e acompanhamento da
em relação à ilicitude dos bens que foram objeto de apreen- situação econômico-financeira dos empregados da insti-
são e ao seqüestro. tuição;
45
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem b) pessoas jurídicas: firma ou denominação social, ati-
incluir medidas prévia e expressamente estabelecidas, que vidade principal, forma e data de constituição, informações
permitam: referidas na alínea “a” que qualifiquem e autorizem os ad-
ministradores, mandatários ou prepostos, número de ins-
I- confirmar as informações cadastrais dos clientes e crição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
identificar os beneficiários finais das operações; dados dos atos constitutivos devidamente registrados na
forma da lei;
§ 3º Para os fins desta circular, considera-se cliente II- endereços residencial e comercial completos; (Reda-
eventual ou permanente qualquer pessoa natural ou jurí- ção dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
dica com a qual seja mantido, respectivamente em caráter
eventual ou permanente, relacionamento destinado à pres-
III- número do telefone e código de Discagem Direta a
tação de serviço financeiro ou à realização de operação fi-
Distância (DDD) ; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
nanceira.
27/3/2013.)
§ 4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser
IV- valores de renda mensal e patrimônio, no caso de
reforçados para início de relacionamento com:
pessoas naturais, e de faturamento médio mensal referente
I- instituições financeiras, representantes ou corres- aos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas; e
pondentes localizados no exterior, especialmente em paí- (Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
ses, territórios e dependências que não adotam procedi-
mentos de registro e controle similares aos definidos nesta V- declaração firmada sobre os propósitos e a natureza
circular; da relação de negócio com a instituição. (Incluído pela Cir-
cular nº 3.654, de 27/3/2013.)
II- clientes cujo contato seja efetuado por meio ele-
trônico, mediante correspondentes no País ou por outros § 1º As informações relativas a cliente pessoa natural
meios indiretos. devem abranger as pessoas naturais autorizadas a repre-
sentá-la.
§ 5º As políticas e procedimentos internos de controle
de que trata o caput devem ser implementados também § 2º As informações cadastrais relativas a cliente pes-
pelas dependências e subsidiárias situadas no exterior das soa jurídica devem abranger as pessoas naturais autoriza-
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a das a representá-la, bem como a cadeia de participação so-
funcionar pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Circu- cietária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como
lar nº 3.583, de 12/3/2012) beneficiário final.
46
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
47
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve ser § 2º O sistema de registro deve permitir a identificação:
contado, retroativamente, a partir da data de início da re-
lação de negócio ou da data em que o cliente passou a se I- das operações que, realizadas com uma mesma pes-
enquadrar como PEP. (Redação dada pela Circular nº 3.654, soa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo
de 27/3/2013.) mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em
seu conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) ;
§ 5º Para efeito do § 1º são considerados familiares os
parentes, na linha reta, até o primeiro grau, o cônjuge, o II- das operações que, por sua habitualidade, valor ou
companheiro, a companheira, o enteado e a enteada. forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanis-
mos de identificação, controle e registro.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente estran-
geiro que também seja cliente de instituição estrangeira Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de
fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Cheques Depositados em Outra Instituição Financeira e da
Banco Central do Brasil, admite-se que as providências em Utilização de Instrumentos de Transferência de Recursos
relação a PEP sejam adotadas pela instituição estrangeira,
desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
aos respectivos dados e procedimentos adotados. (Reda- manter registros específicos das operações de transferên-
ção dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) cia de recursos.
§ 7º As operações ou propostas de operações que pos- § 1º O sistema de registro deve permitir a identificação:
suam PEP como parte envolvida serão sempre consideradas
como merecedoras de especial atenção, conforme previsto I- das operações referentes ao acolhimento em depó-
no art. 10. (Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) sitos de Transferência Eletrônica Disponível (TED) , de che-
que, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento
e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e
§ 8º O disposto neste artigo também se aplica a pes-
à liquidação de cheques depositados em outra instituição
soa que exerce ou exerceu função de alta administração
financeira;
em uma organização internacional de qualquer natureza,
assim considerados diretores, subdiretores, membros de
II- das emissões de cheque administrativo, de cheque
conselho ou funções equivalentes. (Incluído pela Circular
ordem de pagamento, de ordem de pagamento, de Docu-
nº 3.654, de 27/3/2013.)
mento de Crédito (DOC) , de TED e de outros instrumentos
de transferência de recursos, quando de valor superior a
R$1.000,00 (mil reais) .
Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio
Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somente § 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetua-
devem iniciar qualquer relação de negócio ou dar pros- dos por instituição depositária devem conter, no mínimo,
seguimento a relação já existente com o cliente se obser- os dados relativos ao valor e ao número do cheque de-
vadas as providências estabelecidas nos arts. 2º, 3º e 4º, positado, o código de compensação da instituição sacada,
conforme o caso. (Redação dada pela Circular nº 3.583, de os números da agência e da conta de depósitos sacadas.
12/3/2012.) (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
Registros de Serviços Financeiros e Operações Finan- § 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efe-
ceiras tuados por instituição sacada devem conter, no mínimo, os
dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem de compensação da instituição depositária, os números
manter registros de todos os serviços financeiros presta- da agência e da conta de depósitos depositárias, caben-
dos e de todas as operações financeiras realizadas com os do à instituição depositária fornecer à instituição sacada
clientes ou em seu nome. os dados relativos ao seu código de compensação e aos
números da agência e da conta de depósitos depositárias
§ 1º No caso de movimentação de recursos por clientes (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
permanentes, os registros devem conter informações con-
solidadas que permitam verificar: § 4º No caso de cheque utilizado em operação simultâ-
nea de saque e depósito na própria instituição sacada, com
I- a compatibilidade entre a movimentação de recursos vistas à transferência de recursos da conta de depósitos do
e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente; emitente para conta de depósitos de terceiros, os registros
de que trata o inciso I do § 1º devem conter, no mínimo, os
II- a origem dos recursos movimentados; dados relativos ao valor e ao número do cheque sacado,
bem como aos números das agências sacada e depositária
III- os beneficiários finais das movimentações. e das respectivas contas de depósitos.
48
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) destinada a pagamento em espécie: os números da § 3º Os registros das ocorrências de que tratam os in-
agência destinatária e de inscrição do beneficiário no CPF cisos I e II do § 1º devem conter as seguintes informações:
ou no CNPJ.
I- o nome ou razão social e o respectivo número de
§ 6º Em se tratando de operações de transferência de inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou jurídica
recursos envolvendo pessoa física residente no exterior de- responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão
pré-pago, no caso de emissão ou recarga efetuada por re-
sobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Se-
sidente ou domiciliado no País;
cretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) , a identificação
prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea “b”, pode ser efetuada II- o nome, o número do passaporte e o respectivo país
pelo número do respectivo passaporte, complementada emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em car-
com a nacionalidade da referida pessoa e, quando for o tão pré-pago efetuada por pessoa natural não residente no
caso, o organismo internacional de que seja representante País ou domiciliada no exterior;
para o exercício de funções específicas no País.
§ 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea III- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF
“b”, não se aplica às operações de transferência de recursos da pessoa natural a quem se destina o cartão pré-pago;
envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no ex-
terior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida IV- a identificação das instituições, das agências e das
pela RFB. contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes
dos titulares das contas e respectivos números de inscrição
§ 8º A instituição sacada deve informar à instituição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores em car-
depositária e a instituição depositária deve informar à ins- tão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas
tituição sacada, quando requeridas, no prazo máximo de 5 de depósito ou de poupança tituladas por pessoas naturais;
(cinco) dias úteis contados a partir da data de solicitação,
os números de inscrição no CPF ou CNPJ dos titulares da V- a identificação das instituições, das agências e das
contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes
conta sacada e da conta depositária referentes às opera-
dos titulares das contas e respectivos números de inscri-
ções de transferência de valores efetuadas mediante che-
ção no CNPJ, bem como os nomes das pessoas naturais
que, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento
autorizadas a movimentá-las e respectivos números de ins-
e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e crição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores
à liquidação de cheques depositados em outra instituição em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de
financeira. (Incluído pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.) contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas
jurídicas;
49
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VI- a data e o valor de cada emissão ou recarga de va- IV- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF,
lores em cartão pré-pago; VII - o propósito da emissão do no caso de saque em espécie por meio de cartão pré-pago
cartão pré-pago; cujo portador seja residente ou domiciliado no País;
VIII - o nome e o respectivo número de inscrição no
CPF das pessoas naturais que representem as pessoas jurí- V- o nome e o número do passaporte e o respectivo
dicas responsáveis pela emissão ou recarga de valores em país emissor, no caso de saque em espécie por meio de
cartão pré- pago. cartão pré-pago cujo portador seja não residente no País
ou domiciliado no exterior;
Das Operações com Recursos em Espécie
VI- a data e o valor do depósito, do saque em espécie,
(Seção com redação dada, a partir de 27/12/2017, pela do saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou do
Circular nº 3.839, de 28/6/2017.) provisionamento para saque; e (Redação dada, a partir de
27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Fe-
deral, os bancos múltiplos com carteira comercial ou de VII- a finalidade do saque ou do pagamento em espé-
crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as
cie mencionados nos incisos I e III do § 1º. (Incluído, a partir
sociedades de poupança e empréstimo e as cooperativas
de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
de crédito devem manter registros específicos das opera-
ções de depósito em espécie, saque em espécie, saque em
espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provi- § 3º Na hipótese de recusa do cliente ou do sacador
sionamento para saque. não cliente em prestar a informação referida no § 2º, inciso
VII, as instituições mencionadas no caput devem registrar
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação o fato. (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular
de: nº 3.839, de 28/6/2017.)
I- depósito em espécie, saque em espécie, ou saque § 4º (Revogado, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº
em espécie por meio de cartão pré-pago, de valor igual 3.839, de 28/6/2017.)
ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ; (Redação
dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de Art. 9º-A As instituições mencionadas no art. 9º devem
28/6/2017.) requerer de seus clientes e dos sacadores não clientes co-
municação prévia, com, no mínimo, três dias úteis de an-
II- depósito em espécie, saque em espécie, saque em tecedência, dos saques e pagamentos em espécie de valor
espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provi- igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de
sionamento para saque, que apresente indícios de oculta- que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III.
ção ou dissimulação da natureza, da origem, da localiza-
ção, da disposição, da movimentação ou da propriedade § 1º As instituições mencionadas no caput devem:
de bens, direitos e valores;
I- possibilitar a comunicação prévia por meio do sítio
III- emissão de cheque administrativo, TED ou de qual- eletrônico da instituição na internet e das agências e Postos
quer outro instrumento de transferência de fundos con- de Atendimento (Pa) ;
tra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais) . (Redação dada, a partir II- emitir protocolo de atendimento ao cliente ou sa-
de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.) cador não cliente, no qual devem ser informados o valor
da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o
§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as
saque e a data programada para o saque; e
informações abaixo
indicadas:
I- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF III- registrar, no ato da comunicação prévia, as informa-
ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário ou benefi- ções indicadas no art. 9º, § 2º, conforme o caso.
ciário dos recursos e da pessoa que efetuar o depósito, o
saque em espécie ou o pedido de provisionamento para
saque;
§ 2º No caso de saque em espécie a ser realizado por
II- o tipo e o número do documento, o número da ins- meio de cheque por sacador não cliente, a comunicação
tituição, da agência e da conta corrente de depósitos à vis- prévia de que trata o caput deve ser realizada exclusiva-
ta ou da conta de poupança a que se destinam os valores mente em agências e PAs.
ou de onde o valor será sacado, conforme o caso;
§ 3º O disposto neste artigo deve ser observado sem
III- o nome e o respectivo número de inscrição no CPF prejuízo do disposto no art. 2º da Resolução nº 3.695, de
ou no CNPJ, conforme o caso, dos titulares das contas refe- 26 de março de 2009.
ridas no inciso II, se na mesma instituição;
50
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(Artigo 9º-A incluído, a partir de 27/12/2017, pela Cir- Manutenção de Informações e Registros
cular nº 3.839, de 28/6/2017.)
Art. 11. As informações e registros de que trata esta
Especial Atenção circular devem ser mantidos e conservados durante os se-
guintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro
Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dia do ano seguinte ao do término do relacionamento com
dispensar especial atenção a: o cliente permanente ou da conclusão das operações:
I- operações ou propostas cujas características, no que I- 10 (dez) anos, para as informações e registros de que
se refere às partes envolvidas, valores, formas de realização trata o art. 7º;
e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamen-
to econômico ou legal, indiquem risco de ocorrência dos II- 5 (cinco) anos, para as informações e registros de
que tratam os arts. 6º, 8º e
crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles re-
9º.
lacionados;
III- 5 (cinco) anos, para as informações cadastrais de-
II- propostas de início de relacionamento e operações finidas nos arts. 2º e 3º. (Incluído pela Circular nº 3.517, de
com pessoas politicamente expostas de nacionalidade bra- 7/12/2010.)
sileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua
elevado número de transações financeiras e comerciais, Parágrafo único. As informações de que trata o art.
fronteiras comuns ou proximidade étnica, linguística ou 2º devem ser mantidas e conservadas juntamente com
política; o nome da pessoa incumbida da atualização cadastral, o
nome do gerente responsável pela conferência e confirma-
III- indícios de burla aos procedimentos de identifica- ção das informações prestadas e a data de início do rela-
ção e registro estabelecidos cionamento com o cliente permanente.
nesta circular;
Comunicações ao Coaf
IV- clientes e operações em que não seja possível iden-
tificar o beneficiário final; Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º devem co-
municar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
V- operações oriundas ou destinadas a países ou ter- (Coaf) , na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
ritórios que aplicam insuficientemente as recomendações
do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco I- as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no
Central do Brasil; e (Redação dada pela Circular nº 3.517, caso de operações em espécie; (Redação dada, a partir de
de 7/12/2010.) 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
VI- situações em que não seja possível manter atualiza- II- as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I
das as informações cadastrais de seus clientes. e III. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º A expressão “especial atenção” inclui os seguintes § 1º Devem também ser comunicadas ao Coaf as pro-
postas de realização das operações de que tratam os inci-
procedimentos:
sos I e II do caput e as comunicações prévias de que trata
o art. 9º-A. (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela
I- monitoramento contínuo reforçado, mediante a ado-
Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
ção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de
situações suspeitas; (Redação dada pela Circular nº 3.654, § 2º As comunicações das ocorrências mencionadas no
de 27/3/2013.) caput devem ser realizadas até o dia útil seguinte àque-
le em que verificadas. (Incluído pela Circular nº 3.654, de
II- análise com vistas à verificação da necessidade das 27/3/2013.)
comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º devem co-
III- avaliação da alta gerência quanto ao interesse no municar ao Coaf, na forma determinada pelo Banco Central
início ou manutenção do relacionamento com o cliente. do Brasil:
51
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II- as operações realizadas ou serviços prestados que, I- enviada em até dez dias úteis após o encerramento
por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício do ano civil;
que objetive burlar os mecanismos de identificação, con-
trole e registro; II- considerada para fins da verificação do atendimento
ao disposto no art. 11, inciso III, da Lei nº 9.613, de 1998; e
III- as operações realizadas ou os serviços prestados,
qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente III- fornecida, no que se refere ao art. 12, apenas pe-
tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas las instituições que mantêm os registros mencionados nos
ou neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem arts. 8º e 9º desta Circular.”
como a existência de recursos pertencentes ou por eles
controlados direta ou indiretamente; (Artigo 15-A incluído pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
IV- os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.
Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devem
§ 1º O disposto no inciso III aplica-se também às enti-
manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos re-
dades pertencentes ou controladas, direta ou indiretamen-
lativos às análises de operações ou propostas que funda-
te, pelas pessoas ali mencionadas, bem como por pessoas
mentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações de
e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando.
que tratam os arts. 12 e 13.
§ 2º As comunicações das ocorrências de que tratam
os incisos I a IV do caput devem ser realizadas até o dia útil Procedimentos Internos de Controle
seguinte àquele em que forem verificadas. (Redação dada
pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.) Art. 17. (Revogado pela Circular nº 3.858, de
14/11/2017.)
§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf as pro-
postas de realização das operações e atos descritos nos Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º devem
incisos I a IV. indicar ao Banco Central do Brasil diretor responsável pela
implementação e cumprimento das medidas estabelecidas
Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e nesta circular, bem como pelas comunicações de que tra-
13 deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos tam os arts. 12 e 13.
envolvidos ou a terceiros. (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.) § 1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput,
admite-se que o diretor indicado desempenhe outras fun-
§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado ções na instituição, exceto a relativa à administração de re-
como pessoa politicamente exposta devem incluir especifi- cursos de terceiros.
camente essa informação.
§ 2º No caso de conglomerados financeiros, admite-se
§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação a indicação de um diretor responsável pela implementação
efetuados após o quinto dia útil seguinte ao da sua inclu- e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular,
são devem ser acompanhados de justificativa da ocorrên- bem como pelas comunicações referentes às respectivas
cia. instituições integrantes.
Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 Art. 18-A. As instituições referidas no art. 1º devem
relativas a instituições integrantes de conglomerado finan-
adequar seus sistemas de controles internos ao disposto
ceiro e a instituições associadas a sistemas cooperativos de
na Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015, visando ao
crédito podem ser efetuadas, respectivamente, pela insti-
acompanhamento das resoluções do Conselho de Segu-
tuição líder do conglomerado econômico e pela cooperati-
rança das Nações Unidas (CSNU) e à identificação de bens,
va central de crédito.
valores e direitos de posse ou propriedade, bem como de
Art. 15-A. As instituições de que trata o art. 1º que não todos os demais direitos, reais ou pessoais, de titularidade,
tiverem efetuado comunicações nos termos dos arts. 12 e direta ou indireta, de clientes pessoas físicas ou jurídicas
13 em cada ano civil deverão prestar declaração, por meio submetidos a sanções oriundas dessas resoluções e a essas
do Sistema de Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf) ações de indisponibilidade.
, atestando a não ocorrência de transações passíveis de co-
municação conforme previsto nesta Circular. § 1º A existência de bens, valores e direitos menciona-
dos no caput deve ser imediatamente comunicada à Se-
Parágrafo único. A declaração mencionada no caput cretaria-Executiva (Secre) do Banco Central do Brasil e, nos
deve ser: termos definidos no art. 13, ao Coaf.
52
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º O disposto neste artigo se aplica ao cumprimento no uso da atribuição que confere o art. 22, inciso I, alínea
de ordens judiciais relativas às ações de indisponibilidade “a”, do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, ane-
mencionadas no caput em decorrência de resoluções do xo à Portaria nº 29.971, de 4 de março de 2005, e tendo
CSNU, de demandas de cooperação jurídica internacional em vista esclarecer o disposto no arts. 13 e 19, inciso II, da
advindas de outras jurisdições em conformidade com a le- Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009,
gislação nacional vigente, bem como de decisões conde-
natórias relacionadas à prática de atos terroristas e demais RESOLVEM :
previsões legais.
Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir,
(Artigo 18-A incluído pela Circular nº 3.780, de considerando as partes envolvidas, os valores, a frequência,
21/1/2016.) as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a fal-
ta de fundamento econômico ou legal, podem configurar
Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará: indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998, passíveis de comunicação ao Con-
I- os procedimentos para efetuar as comunicações de selho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) :
que tratam os arts. 12 e 13;
I- situações relacionadas com operações em espécie
II- operações e situações que podem configurar indício em moeda nacional:
de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
a) realização de depósitos, saques, pedidos de pro-
III- situações exemplificativas de relacionamento próxi- visionamento para saque ou qualquer outro instrumento
mo, para fins do disposto de transferência de recursos em espécie, que apresentem
no art. 4º. atipicidade em relação à atividade econômica do cliente
ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-
Art. 20. A atualização das informações cadastrais relati- -financeira;
vas a clientes permanentes cujos relacionamentos tenham
sido iniciados antes da entrada em vigor desta circular deve b) movimentações em espécie realizadas por clientes
ser efetuada em conformidade com os testes de verificação cujas atividades possuam como característica a utilização
de que trata o § 5º do art. 2º. de outros instrumentos de transferência de recursos, tais
como cheques, cartões de débito ou crédito;
Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de sua pu-
blicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a data de c) aumentos substanciais no volume de depósitos em
publicação para os relacionamentos com clientes perma- espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem causa
nentes ou eventuais estabelecidos a partir dessa data. aparente, nos casos em que tais depósitos forem posterior-
mente transferidos, dentro de curto período de tempo, a
Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 destino não relacionado com o cliente;
de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006,
e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da d) fragmentação de depósitos, em espécie, de forma a
Circular nº 3.290, de 5 de setembro de 2005. dissimular o valor total da movimentação;
53
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
i) realização de depósito em espécie com cédulas úmi- d) cadastramento de várias contas em uma mesma
das, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram data, ou em curto período, com depósitos de valores idên-
armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem ticos ou aproximados, ou com outros elementos em co-
marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas mum, tais como origem dos recursos, titulares, procurado-
em maços desorganizados e não uniformes; e res, sócios, endereço, número de telefone, etc;
j) realização de depósitos ou troca de grandes quanti- e) realização de operações em que não seja possível
dades de cédulas de pequeno valor, realizados por pessoa identificar o beneficiário final, observados os procedimen-
natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha tos definidos na regulamentação vigente;
como característica recebimentos de grandes quantias de
recursos em espécie; f) informação de mesmo endereço comercial por dife-
rentes pessoas jurídicas ou organizações, sem justificativa
II- situações relacionadas com operações em espécie razoável para tal ocorrência;
em moeda estrangeira e cheques
g) representação de diferentes pessoas jurídicas ou or-
de viagem:
ganizações pelos mesmos procuradores ou representantes
legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
a) movimentação de recursos em espécie em moeda
estrangeira ou cheques de viagem, que apresente atipici- h) informação de mesmo endereço residencial ou co-
dade em relação à atividade econômica do cliente ou in- mercial por pessoas naturais, sem demonstração da exis-
compatibilidade com a sua capacidade econômico-finan- tência de relação familiar ou comercial; e
ceira;
i) incompatibilidade da atividade econômica ou fatura-
b) negociações de moeda estrangeira em espécie, em mento informados com o padrão apresentado por clientes
municípios localizados em regiões de fronteira, que não com o mesmo perfil;
apresentem compatibilidade com a natureza declarada da
operação; IV- situações relacionadas com a movimentação de
contas:
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou
cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, a) movimentação de recursos incompatível com o pa-
que não apresentem compatibilidade com a natureza de- trimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional
clarada da operação; e a capacidade financeira do cliente;
54
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
i) mudança repentina e injustificada na forma de movi- V- situações relacionadas com operações de investi-
mentação de recursos ou nos tipos de transação utilizados; mento interno:
t) existência de contas em nome de menores ou in- b) solicitação de concessão de crédito no País incom-
capazes, cujos representantes realizem grande número de patível com a atividade econômica ou com a capacidade
operações atípicas; e financeira do cliente;
u) transações significativas e incomuns por meio de c) realização de operação de crédito no País seguida
contas de depósitos de investidores não residentes cons- de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento eco-
tituídos sob a forma de trust; nômico ou legal, e sem relacionamento com a operação
de crédito;
55
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) realização de operações de crédito no País, simultâ- X- situações relacionadas a pessoas suspeitas de envol-
neas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou em vimento com atos terroristas:
prazo muito curto;
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas re-
e) liquidação de operações de crédito no País por ter- lacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conselho
ceiros, sem justificativa aparente; de Segurança das Nações Unidas;
56
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) contratação, no exterior, de operações de crédito Art. 2º As situações descritas nesta Carta Circular,
que não sejam quitadas por intermédio de operações na quando aplicáveis, podem indicar parâmetros para a estru-
mesma instituição; turação de sistemas de controles internos, inclusive infor-
matizados, para prevenção de lavagem de dinheiro e com-
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, bate ao financiamento do terrorismo implantados pelas
quitadas sem explicação aparente para a origem dos re- instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
cursos; e funcionar pelo Banco Central do Brasil.
57
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
58
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
06. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escritu- a) intermediação de fusões, cisões, aquisições e incor-
rário – BB) Dentre os principais papéis privados nego- porações de empresas.
ciados no mercado financeiro estão as letras de câmbio, b) realização de atividades corporativas no exterior.
que são emitidas pelos financiados dos contratos de c) realização de um contrato de câmbio para viabilizar
crédito e aceitas pelas instituições financeiras partici- as exportações e as importações.
pantes da operação. Posteriormente, elas são vendidas d) manutenção de contas-correntes de expatriados no
a investidores, por meio dos mecanismos de interme- exterior.
diação do mercado financeiro. Nesse sentido, as letras e) gestão de ativos financeiros no segmento corpora-
de câmbio se caracterizam como títulos tivo.
a) Emitidos por instituições que atuam com crédito
imobiliário. 11. (FVG/2017 – IBGE) Na versão relativa da parida-
b) Transferíveis por meio de endosso, que podem ser de do poder de compra:
pré-fixados ou pós-fixados.
a) os custos de transação no mercado cambial são limi-
c) Lastreados em ações ordinárias, podendo ser lança-
tados ao país local;
dos no exterior.
d) Nominativos, com renda fixa e prazo determinado b) a taxa de câmbio é definida pela razão de preços em
de vencimento. moeda local em relação ao dólar;
e) Ao portador e com limite de valor definido pelo pro- c) são consideradas apenas as cestas de consumo co-
prietário. mercializadas em comum nos dois países de comparação;
d) para uma taxa de câmbio real de equilíbrio, a taxa de
07. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escritu- câmbio nominal é corrigida pela diferença entre a inflação
rário – BB) No mercado de capitais, as operações de dis- doméstica e estrangeira;
tribuição pública de ações (underwriting) acontecem e) um aumento do custo de vida nos EUA é compensa-
a) Com a intermediação de qualquer instituição partici- do pelo mesmo aumento no país local.
pante do Sistema Financeiro Nacional.
b) Por meio de esforços de venda direta da emissora 12. (CESGRANRIO/2014 - Banco do Brasil) O supe-
junto a investidores institucionais. rintendente de vendas do Banco A, submetido a regime
c) Sem obrigatoriedade do registro na Comissão de Va- de metas, determina a suas equipes que, em todos os
lores Mobiliários. contratos de empréstimos, vinculem o fechamento da
d) De acordo com os termos e condições previstos no operação à realização de contrato de seguro. Com tal
respectivo prospecto. determinação, as metas impostas são realizadas, com
e) Desde que a companhia já tenha ações negociadas
reflexo financeiro positivo na remuneração dos empre-
em bolsa de valores.
gados.
08. (FCC/2011 - Banco do Brasil) As notas promissó- Nos termos do Código de Defesa e Proteção ao
rias comerciais (commercial papers) são instrumentos Consumidor, tal operação é:
de captação de recursos por prazo máximo de 360 dias a) admitida, por ser inerente às relações de mercado.
para companhias abertas. b) permitida, por ser integrante de regime de remune-
a) emitidos no mercado interfinanceiro. ração por metas.
b) que se destinam à aplicação exclusiva de fundos de c) vedada, por caracterizar prática abusiva.
investimento. d) vedada, por não ser possível a conjugação prática
c) privativos de instituições financeiras de capital es- das operações.
trangeiro. e) permitida, por configurar habitualidade das relações.
d) utilizados por bancos de investimento. 13 . (INAZ do Pará/2014 – BANPARÁ) Quais dos
créditos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de
09. (CESGRANRIO/2013 - Banco da Amazônia) Os Créditos:
títulos de renda fixa emitidos pelos bancos comerciais a) Depósitos de poupança
e pelos bancos de investimento destinados a lastrear b) Letras de Câmbio
operações de capital de giro são os c) Letras de Crédito Imobiliário
a) registros e títulos públicos federais d) Debêntures e Ações
b) certificados e letras do tesouro nacional
e) Operações compromissadas que têm como objeto
c) recibos e letras de câmbio
títulos emitidos após 08.03.2012 por empresa ligada.
d) títulos federais e debêntures
e) certificados e recibos de depósito bancário
14. (CESPE/2011 – BRB) A conta garantida é moda-
lidade de linha de crédito adequada para cobrir even-
10. (CESGRANRIO/2010 - Banco do Brasil) Atual-
tuais deficiências do fluxo de caixa dessa empresa.
mente os grandes bancos do mercado financeiro rea-
lizam desde as atividades mais simples, como o paga- ( ) Certo
mento de um título, até as mais complexas, como as ( ) Errado
operações de Corporate Finance, que envolvem a
59
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
15. (FUNRIO/2016 – IF/PA) Considerando-se que as de- 18. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário) Até
bêntures podem ou não ser conversíveis em ações, o tipo que o cliente receba e aceite a mercadoria constante
de debênture em que a opção de conversão está relacio- em seu pedido, a venda é um compromisso de com-
nada a uma empresa distinta da emissora da debênture é o pra e venda. Por isso, as empresas têm investido em
a) indireto. Administração de Vendas, tratando, principalmente, de
b) permutável. três temas centrais: o planejamento do que deverá ser
c) direto. feito; a coordenação daquilo que está sendo feito; e o
d) realizável. controle daquilo que já foi feito. Deve fazer parte do
e) simples. planejamento:
a) Conferir se o pedido de venda foi preenchido de for-
16. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escriturário) ma correta.
Um funcionário de um banco, preocupado em atingir as me- b) Verificar se as informações constantes no relatório
tas estabelecidas pela sua gerência, precisava vender alguns de visita a um cliente são satisfatórias.
produtos bancários em pouco tempo. Tentando atingir a c) Apresentar o relatório de despesas oriundas de visi-
meta estabelecida, ele procurou algumas informações sobre tas a clientes.
como melhorar seu desempenho no processo de vendas. d) Prever as vendas para o próximo período.
A informação de como proceder no processo de ven- e) Avaliar o desempenho dos vendedores e da equipe
das, que contribuirá positivamente para a melhoria de seu de vendas.
desempenho, é:
a) Minimizar as informações passadas aos clientes sobre 19. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário -
os riscos envolvidos em cada um dos produtos oferecidos. 2013) As técnicas de vendas podem ampliar a penetra-
b) Oferecer os produtos aos clientes, independentemente
ção de mercado de determinados produtos financeiros.
de seus perfis já que, ao categorizar os clientes, estaria discri-
Sabe-se que caminham, em paralelo com o processo
minando-os.
de marketing de relacionamento, o planejamento e a
c) Falar mais do que ouvir, durante a abordagem inicial,
fidelização. Sobre esse assunto, é correto afirmar que:
exaltando os benefícios de cada um dos produtos.
a) O especialista em vendas tem a função de apresen-
d) Mostrar conhecimento em relação aos produtos, po-
tar o produto, preocupando-se com a imagem e a credibi-
rém não mencionar a política do banco e as formas de co-
brança referentes aos produtos, já que esses detalhes tomam lidade da instituição perante os clientes finais.
o tempo do cliente. b) O especialista em vendas se preocupa com a buro-
e) Buscar informações essenciais sobre os clientes com cracia dos serviços para fidelização dos clientes.
perspectiva de negócios, antes e durante a interação no pro- c) As vendas visam prioritariamente ao crescimento da
cesso de compra e venda. instituição, sem preocupação com os clientes.
d) As instituições não focam apenas os aspectos huma-
17. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Es- nos e nem sempre se preocupam com sua imagem.
criturário) O setor bancário, de maneira geral, tem e) As instituições focam a impessoalidade através do
investido na criação de novos produtos para aten- sistema hierarquizado.
der a um mercado emergente nos últimos anos, em
função do aumento da renda per capita no país – as 20. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Es-
camadas mais populares da população brasileira. criturário) A motivação da força de vendas é um fator
Com base nesse pressuposto, os bancos, para avaliar se fundamental para o sucesso na área comercial, sendo
valeria a pena ou não investir na criação desses novos então necessário respeitar a seguinte premissa:
produtos, em seu planejamento de vendas, iniciaram seu a) A motivação financeira sempre será o aspecto moti-
processo de planejamento de vendas, analisando o(a). vacional mais importante em um time comercial.
a) Potencial de mercado, que é um processo em que é b) Uma equipe motivada sempre conseguirá alcançar e
estimada a capacidade do mercado brasileiro no ramo da superar as metas da área comercial.
atuação da empresa – estimativa que vai refletir a situação c) O gasto financeiro da empresa em motivação é um
econômica do momento. fator essencial para manter a equipe de vendas constante-
b) Potencial de vendas, que é um processo em que é calculado, mente motivada.
a partir da análise da empresa e de seu ambiente, da concorrência d) A motivação está diretamente ligada à valorização
e de outros fatores pertinentes ao processo, o mercado existente. do funcionário.
c) Mix de marketing, que pode ser utilizado pela empresa e) A questão motivacional não tem relação com um
para influenciar a resposta dos consumidores. ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissio-
d) Campanha de marketing, procurando entender o nal de seu colaborador
comportamento do consumidor visando a estabelecer os
objetivos e as metas de cada produto para que a campanha 21. (FUMARC - 2011 - PRODEMGE - Analista de Ges-
atinja o público-alvo. tão Administrativa) O preço é considerado uma variável
e) Previsão de vendas, que é um processo em que a que, junto aos demais elementos do composto de ma-
capacidade de vendas da empresa e do mercado parte da rketing, determina a percepção que os consumidores
análise da demanda total do mercado para definir o públi- criam sobre a oferta de produtos ou serviços. Analise
co-alvo em que vai atuar. as frases a seguir.
60
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
I. O preço pode variar de acordo com o amadurecimento d) É direito de o consumidor exigir apenas a substituição
do produto no mercado. do produto durável por outro de mesma espécie, em
II. Necessidades de geração de caixa podem interferir perfeitas condições de uso, ou, sendo não durável,
na política de preço dos produtos. a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo
III. A redução de preço pode ser associada à redu- de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
ção da qualidade percebida pelo cliente. proporcional do preço.
Marque a alternativa CORRETA: e) É direito de o consumidor exigir a substituição do
a) Apenas as frases I e II são verdadeiras. produto durável ou não durável, dentro do prazo de 180
b) Apenas as frases I e III são verdadeiras. (cento e oitenta) dias, por outro de mesma espécie, em
c) Apenas as frases II e III são falsas. perfeitas condições de uso, ou, a seu critério exclusivo,
d) As frases I, II e III são verdadeiras. a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
22. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia proporcional do preço.
da Informação) Sobre CRM, considere:
I. As empresas utilizam o CRM para trocar informa-
ções com seus fornecedores sobre disponibilidade de GABARITO
materiais e componentes, datas de entrega para remes-
sa de suprimentos e requisitos de produção. 1 C
II. CRM é uma rede de organizações e processos de
negócios para selecionar matérias-primas, transformá- 2 E
-las em produtos intermediários e acabados e distribuir 3 A
os produtos acabados aos clientes.
III. Sistemas de CRM capturam e integram dados 4 C
do cliente provenientes de toda a organização, con- 5 A
solidam e analisam esses dados e depois distribuem 6 D
os resultados para vários sistemas e pontos de con-
tato com o cliente espalhados por toda a empresa. 7 D
IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm 8 A
módulos para gerenciamento com o relacionamento
9 E
com o parceiro (PRM) e gerenciamento de relaciona-
mento com o funcionário (ERM). 10 A
Está correto o que se afirma APENAS em: 11 D
a) I e II.
b) II e III. 12 C
c) III e IV. 13 D
d) II, III e IV.
14 CERTO
e) IV.
15 B
23. (MPE/SP 2010 - VUNESP - ANALISTA DE PRO- 16 E
MOTORIA I) Consideram-se produtos essenciais os in-
dispensáveis para satisfazer as necessidades imediatas 17 A
do consumidor. Logo, na hipótese de falta de qualidade 18 D
ou quantidade, não sendo o vício sanado pelo forne- 19 A
cedor:
a) É direito de o consumidor exigir a substituição 20 D
do produto por outro de mesma espécie, em perfeitas 21 D
condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição
imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas 22 C
e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do preço. 23 A
b) O consumidor tem apenas o direito de exigir a subs-
tituição do produto por outro de mesma espécie, em per-
feitas condições de uso.
c) Abre-se, para o consumidor, o direito de, alternati-
vamente, solicitar, dentro do prazo de 7 (sete) dias, a subs-
tituição do produto durável ou não durável por outro de
mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou a resti-
tuição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do
preço.
61
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
ANOTAÇÕES
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62
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Linguagens de programação:.............................................................................................................................................................................. 01
Java (SE 8 e EE 7), ..................................................................................................................................................................................................... 01
Phyton 3.6,................................................................................................................................................................................................................... 03
JavaScript/EcmaScript 6, ....................................................................................................................................................................................... 06
Scala 2.12 e................................................................................................................................................................................................................. 07
Pig 0.16; ....................................................................................................................................................................................................................... 10
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha,
ordenação por seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), .................... 12
Noções de algoritmos de aprendizado supervisionados e não supervisionados; ........................................................................ 12
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), ........................... 13
Modelagem conceitual de dados (a abordagem entidade-relacionamento), ................................................................................. 14
Modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização), .......................................................................................................... 14
Banco de dados SQL (linguagem SQL (SQL2008), ..................................................................................................................................... 15
Linguagem HiveQL (Hive 2.2.0), ......................................................................................................................................................................... 16
Banco de dados NoSQL (conceitos básicos, bancos orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos),.............. 16
Data Warehouse (modelagem conceitual para data warehouses, dados multidimensionais); ................................................ 17
Tecnologias web: HTML 5, .................................................................................................................................................................................... 17
CSS 3, XML 1.1, ......................................................................................................................................................................................................... 17
Json (ECMA-404), .................................................................................................................................................................................................... 17
Angular.js 1.6.x, ......................................................................................................................................................................................................... 22
Node.js 6.11.3,............................................................................................................................................................................................................ 22
REST; ............................................................................................................................................................................................................................. 23
Manipulação e visualização de dados:............................................................................................................................................................. 24
Linguagem R 3.4.2 e................................................................................................................................................................................................ 24
R Studio 5.1,................................................................................................................................................................................................................ 24
OLAP, ............................................................................................................................................................................................................................ 24
MS Excel 2013; .......................................................................................................................................................................................................... 25
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4, Ferramentas de ingestão
de dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0)............................................................................................................... 37
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
PROF. OVIDIO LOPES DA CRUZ NETTO O Java 8 é a release mais recente do Java que contém
novas funcionalidades, aprimoramentos e correções de
- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade bug para aumentar a eficiência do desenvolvimento e exe-
Mogi das Cruzes – UMC. cução de programas Java. A nova release do Java primeiro
- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade é disponibilizada para desenvolvedores, a fim de permitir
Mogi das Cruzes – UMC. um tempo adequado de teste e certificação, e só então fica
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universi- disponível no site java.com para que usuários finais façam
dade São Judas Tadeu. download.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino
Essa atualização teve seu momento mais crítico em
Superior pela Universidade Nove de Julho.
janeiro de 2015, os usuários com a funcionalidade de atua-
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universi-
dade Mogi das Cruzes – UMC lização automática ativada estão sendo solicitados a atuali-
zar do Java 7 para o Java 8. Além disso, a release para CPU
de abril de 2015 será a última versão do Java 7 disponível
publicamente.
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO As interfaces do Java 8 podem definir métodos static.
Por exemplo, a classe java.util.Comparator agora possui o
método static naturalOrder:
Nós falamos por meio de um idioma, no caso, nós bra- public static <T extends Comparable<? super T>>
sileiros, falamos o idioma Português, já o computador en- Comparator<T> naturalOrder() {
tende binário. Então para que ambos consigam se comu- return (Comparator<T>) Comparators.NaturalOrder-
nicar, é necessário um interlocutor, e esse interlocutor é a Comparator.INSTANCE;
linguagem de programação. Com ela, é possível programar }
de uma forma que um compilador traduza as instruções
para o computador. Um compilador é o que transforma os Isso significa que é possível as interfaces fornecerem
códigos nas instruções, ou seja, é um interpretador. métodos padrões, permitindo que o desenvolvedor adicio-
As Linguagens de Programação são programas que ne novos métodos sem quebrar os códigos existentes. Por
fazem outros programas, são usadas por desenvolvedores exemplo, o padrão forEach foi incluído na interface java.
para criar softwares que sigam exatamente um determina- lang.Iterable:
do requisito.
public default void forEach(Consumer<? super T> ac-
tion) {
Objects.requireNonNull(action);
JAVA (SE 8 E EE 7) for (T t : this) {
action.accept(t);
}
}
O Java para muitos é uma linguagem de programação
orientada a objetos, mas o termo também se refere às inú-
Deixando claro que uma interface não pode fornecer
meras aplicações que podem ser utilizadas no cotidiano de
uma implementação padrão para os métodos da classe
uma navegação na internet, até mesmo o Sistema Opera-
Object.
cional Android por exemplo toda vários aplicativos desen-
volvidos em Java.
Ele foi criado no início dos anos 90 por James Gosling, Expressão Lambda
da Sun Microsystems, que hoje é a Oracle Corporation. Im- Além de ficar mais prático de escrever o código sem o
porrtante mencionar que o Java faz bastante sucesso tanto uso direto da Collections, pode-se também criar o Compa-
entre os programadores quanto usuários comuns por per- rator de maneira bem mais leve sem a utlizaçãoda sintaxe
mitir um rápido desenvolvimento e por ter a capacidade de classe anônima:
de rodar em qualquer sistema que possua suporte à Java
Virtual Machine (JVM), ou Máquina Virtual Java. Comparator<String> comparador = (s1, s2) -> {
return Integer.compare(s1.length(), s2.length());
};
1
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Com isso o compilador consegue mensurar qual mé- Já para filtrar as Strings com menos de 8 caracteres em
todo está sendo implementado nessas linhas. Diferente da nossa lista pode-se fazer assim:
geração de classes em tempo de compilação, como é feito
para as classes anônimas, o lambda do Java 8 utiliza Me- palavras.stream()
thodHandles e o invokedynamic. .filter(s -> s.length() < 8)
.forEach(System.out::println);
Referências de métodos: São expressões lambdas com-
pactas para métodos que já possuem um nome. Abaixo é
possível observar amostras de referências de métodos,
com o seu equivalente em expressão lambda à direita: O método filter recebe a interface funcional Predica-
te como parâmetro. Essa interface possui apenas o méto-
String::valueOf x -> String.valueOf(x) do test que recebe T e retorna um boolean.
Object::toString x -> x.toString()
x::toString () -> x.toString() No caso das anotações de tipos que poderão ser es-
ArrayList::new () -> new ArrayList<>() critas em mais locais, como um argumento de tipos gené-
ricos como List<@Nullable String>. Aprimorando assim a
java.util.function: Muitas novas interfaces funcionais detecção de erros pelas ferramentas de análise estáticas o
foram adicionadas no pacote java.util.function. Abaixo al- que fortalecerá e refinará o sistema de tipos embarcados
guns exemplos: no Java.
O Nashorn é a implementação mais nova, leve e de alto
• Function<T, R> − recebe T como entrada, retorna desempenho de JavaScript integrado no JDK. O Nashorn é
R como saída; o sucessor do Rhino com desempenho aprimorado e me-
• Predicate<T> − recebe T como entrada, retorna lhor uso de memória. Ele contará com a API javax.script,
um valor booleano como saída; mas não incluirá o suporte a DOM/CSS e também não in-
• Consumer<T> − recebe T como entrada, não cluirá API de plugins para navegadores.
retorna nada como saída;
• Supplier<T> − não recebe entrada, retorna T Outro método que será muito utilizado no cotidiano
como saída; do programador Java 8 é o map, que é utilizado quando
• BinaryOperator<T> − recebe duas entradas T, precisa-se aplicar transformações na lista sem a necessida-
retorna um T como saída. de de variáveis intermediárias.
Para se usar o IF no java, a sintaxe é:
java.util.stream: O novo pacote java.util.stream forne-
ce classes para apoiar operações no estilo funcional sobre if ( condição ){
os fluxos de dados. Uma maneira comum de obter um flu- caso a condição seja verdadeira
xo será por meio de uma coleção (collection): esse bloco de código será executado
}
Stream<T> stream = collection.stream(); Por exemplo, para mandar uma mensagem quando o
Canal do Ovidio tiver mais de 5 mil inscritos no Youtube.
java.time: A nova API de data e hora está dentro do
pacote java.time. Todas as classes são imutáveis e thread- if (inscritos > 5000) {
-safe. Os tipos de data e hora inclusos são: Instant, Local- System.out.println(“Meta atingida”);}
Date, LocalTime, LocalDateTime e ZonedDateTime. Além else{
das datas e horas, também existem os tipos Duration e System.out.println(“Meta não atingida”);}
Period. Para completar também foram incluídos os tipos
Month, DayOfWeek, Year, Month, YearMonth, MonthDay, Vamos ver agora uma exemplo usando while para re-
OffsetTime e OffsetDateTime. A maioria das novas classes petir um determinado código 30 vezes:
de data e hora são suportadas pelo JDBC.
public class ExemploWhile {
Houve também uma melhora a habilidade do compila- public static void main(String args[]) {
dor Java para inferir tipos genéricos e reduzir os argumen- int i = 0;
tos de tipos informados nas chamadas dos métodos gené- while (i < 30) {
ricos, ou seja, foi melhorada a inferência de argumentos e System.out.println(«Repetição nr: « + i);
o encadeamento de chamadas permite escrever um código i++;
como o visto abaixo: }
}
foo(Utility.bar()); }
Utility.foo().bar();
2
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O mesmo exemplo usando for ficaria assim: Abaixo é possível ver alguns exemplos de operações
simples feitas no Python. O primeiro código abaixo não é
public class ExemploFor { exatamente a saída do Terminal, afinal ao executar linha
public static void main(String args[]) { a linha, os comentários não aparecerão. Além disso, não
int i = 0; será utilizado o símbolo ‘>>>’ que aparece no terminal.
for (i=0;i<30;i++) { Entenda que a ordem de cada conjunto de três linhas é:
System.out.println(«Repetição nr: « + i); comentário, comando do usuário e saída do Python.
} Começando pelo básico, o Python serve como uma
} calculadora. Veja alguns cálculos que podem ser feitos com
} a ferramenta:
PHYTON 3.6
1 ## Soma
2 ... a=6+2
3 ... print(‘Resultado da soma: ‘,a)
4 Resultado da soma: 8
Python é uma linguagem de alto nível com uma pro-
posta geral por ser multi paradigma, indo desde o pro-
cedural até a orientação a objetos, sua tipagem dinâmica Alguns operadores que pensamos ser triviais, não fun-
permite uma fácil leitura do código e o melhor com poucas cionam no Python, a não ser que seja utilizada alguma
linhas, quando comparado com outras linguagens. biblioteca ou módulo. É o caso do logaritmo, valor abso-
É muito utilizado para páginas dinâmicas para a web, luto, raiz quadrada e somatório que fazem parte do módu-
criação de CGIs e até mesmo para dados científicos, lem- lo math. Para utilizá-la, primeiro importamos e atribuímos
brando que é gratuita, possui uma comunidade online gi- um nome, para em seguida fazer uso da função com no-
gante, constante aumento das bibliotecas, além de uma meatribuido.nomedafuncao. Veja o exemplo abaixo:
linguagem funcional, fácil de ler, aprender e focada em
produtividade.
Para a instalação é necessário acessar o https://www.
python.org/. Uma vez o programa baixadoé possível aces-
sá-lo pelo ícone executável, ou até mesmo construir os có-
digos em Notepad++ e executar pelo Prompt de Comando.
3
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
1
# modulo math
2
import math as math
3
4
# calcula log de 10
5 math.log(10)
6
7 # calcula modulo de -10
8 math.fabs(-10)
9
10 # calcula raiz quadrada de 4
math.sqrt(4)
11
12
Também é possível fazer um gráfico de dispersão:
# calcula somatorio de 1,1,1,1,1
13 math.fsum([1,1,1,1,1])
14 1 ## grafico de dispersao
iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”,
Antes da criação dos gráficos, é bom importar o arqui- 2 y=”SepalWidthCm”)
vo com os dados que serão utilizados. Primeiro é preciso
importar a biblioteca Pandas utilizar a função read_csv():
1 # carrega biblioteca
2 import pandas as pd
3
4 # carrega arquivo
5 iris = pd.read_csv(“../Iris.csv”)
4
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
2 for n in nomes:
3 print(n)
4 >>>
5 Pedro
6 João
Note que o Python é bem coerente. Uma vez que se
entende que o nome da tabela sendo utilizada deve ante- 7 Leticia
ceder as funções, a sintaxe começa a fazer sentido e até se
assemelha ao R. Listagem 2.Comando for
Outras bibliotecas capazes de fazer gráficos mais ele- A variável definida na linha 1 é uma lista inicializada
gantes são a Seaborn e Bokeh. com uma sequência de valores do tipo string. A instru-
Em relação aos módulos e bibliotecas, dentro de cada ção for percorre todos esses elementos, um por vez e, em
uma é disponibilizado um conjunto de funções já construí- cada caso, atribui o valor do item à variável n, que é impres-
sa em seguida. O resultado, então, é a impressão de todos
das para facilitar as tarefas dos usuários. Algo que pode
os nomes contidos na lista, como vemos nas linhas 5 a 7.
causar estranheza é que às vezes aparecerá a palavra bi-
O comando while, por sua vez, faz com que um con-
blioteca (library) e outras vezes a palavra módulo (module).
junto de instruções seja executado enquanto uma condi-
Porém, não há muito o que se preocupar, a ideia é a mes- ção for atendida. Quando o resultado passa a ser falso, a
ma, uma biblioteca é apenas uma forma de fazer referência execução é interrompida, saindo do loop, e passa para o
ao módulo próximo bloco.
No código a seguir, vemos um exemplo de uso do
Estrutura Condicional Simples: Vamos ver como fazer laço while, onde definimos a variável contador, iniciando
uma estrutura condicional em Python. Iremos verificar se a com 0, e enquanto seu valor for menor que 5, executamos
soma dos valores que o usuário informou é maior que zero as instruções das linhas 3 e 4.
e exibir o resultado na tela.
Abaixo podemos perceber a estrutura do condicional
01 contador = 0
IF:
if soma > 0:
02 while contador < 5:
print “Maior que Zero.”
03 print(contador)
Estrutura Condicional Composta: A Estrutura Condi-
cional Composta executa um comando quando a condição 04 contador = contador + 1
for verdadeira e outra condição quando for falsa. Vamos
melhorar o nosso exemplo anterior, agora teremos que Observe que na linha 4 incrementamos a variável con-
mostrar a mensagem “Menor que Zero” caso o resultado tador, de forma que em algum momento seu valor ultra-
da soma seja menor que zero, como podemos ver abaixo: passe 5. Quando isso for verificado na linha 2, o laço será
if soma > 0: interrompido. Caso a condição de parada nunca seja atin-
print “Maior que Zero.” gida, o loop será executado infinitamente, gerando proble-
else: mas no programa.
print “Menor que Zero.” Estruturas de controle, condicionais e de repetição, es-
tão presentes na maioria das linguagens de programação
Loops com FOR e WHILE: Em algumas situações, é e representam uma parte fundamental de cada uma delas.
comum que uma mesma instrução (ou conjunto delas) Sendo assim, é muito importante conhecer a sintaxe e o
precise ser executada várias vezes seguidas. Nesses casos, funcionamento dessas estruturas.
normalmente utilizamos um loop (ou laço de repetição), Nota: Em Python, para indicar o bloco de código per-
que permite executar um bloco de código repetidas vezes, tencente ao while, devemos apenas indentar o código,
enquanto uma dada condição é atendida. conforme demonstrado no exemplo.
5
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Não é obrigatório seguir essa recomendação, mas é O uso de ; não é obrigatório em JavaScript, a lingua-
bom que em seu projeto tenha um padrão de como dar gem vai procurar descobrir onde começam e terminam as
nome aos identificadores e que você siga ele durante todo declarações. Alguns desenvolvedores apoiam a ideia de
o desenvolvimento. usarmos ela apenas onde estritamente necessário.
A ECMAScript utiliza o mesmo padrão para comentá- Provavelmente o local onde você trabalha deve ter já
rios da linguagem C e similares, tanto para comentários de uma forma de trabalhar. Você vai ter que se adaptar ao que
uma única linha como blocos de comentários. é usado pela empresa para manter a consistência do có-
Os comentários em uma única linha começam com //. digo.
Tudo que estiver após //, até o final da linha, será ignorado Se você, além de JavaScript, programa em outras lin-
pelo motor JavaScript, não vai ser executado. guagens que usam ; talvez opte por usar também em JS.
Também é possível adicionarmos um comentário no O contrário também é verdade, se programa em Python
final da mesma linha que ocorre a declaração: talvez prefira não usar ;.
var a = 3 + 2; No final das contas, o importante é você escolher um
console.log(a); // Imprime no console o valor de ‘a’ padrão e se manter nele durante todo seu projeto.
6
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
1 res0: Int = 3
É uma saída um tanto quanto confusa, mas que faz sentido no contexto do Scala. O que está acontecendo é que
a unidade básica em Scala é uma função, portanto a operação + também é uma função, que foi executada no objeto
‘1‘, passando o parâmetro ‘1‘. Para se ter uma ideia melhor desse funcionamento, digite o seguinte no terminal:
1 scala> 1.+(1)
1 res1: Double = 2.0
Com exceção do tipo que era int e agora é Double, o funcionamento é exatamente o mesmo. Tal sintaxe já deve estar
bem claro na cabeça da maioria dos programadores, mas a primeira sintaxe é só uma maneira difetente de se fazer a mesma
chamada.
Vamos definir uma função para entender um pouco mais da sintaxe. Digite o seguinte:
1 scala> def a = 2 + 2
2 a: Int
Aqui define-se uma função com o nome ‘a‘ que não recebe parâmetros, e devolve o resultado da soma ‘2 + 2‘. A pa-
lavra restrita return não é necessária, o compilador consegue inferir que a última expressão da função será o valor
devolvido. Repare também que não precisamos definir o tipo que a função devolve, o qual também foi inferido pelo
compilador. Scala é uma linguagem tipada em tempo de compilação, portanto o seguinte trecho não compila:
1 scala> var b = “abc”
2 b: java.lang.String = abc
3
4 scala> b = a
5 <console>:7: error: type mismatch;
6 found : Int
7 required: java.lang.String
8 b = a
9 ^
Observe que o compilador inferiu que o tipo da variável ‘b‘ é String (note que é o String do java), e que o tipo devolvido
por ‘a‘ é Int, logo o código não compila. De certa forma esse comportamento é bom, pois garante uma maior integridade
do código, sem que você tenha que programar para “deixar o compilador feliz“, ou seja, não existem tantas regras na escrita
do código, porque muitas podem ser deduzidas a partir do contexto.
8
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Um outro conceito de Scala é a diferença entre cha- Até agora vimos como invocar funções, como definir
mada por valor, e chamada por nome. Na chamada por funções (def) e como definir variáveis (var). Vimos também
valor é feita a evaluação da expressão assim que o código o básico de inferência de tipo pelo compilador do scala e
é executado, mesmo que não seja necessário usar o re- os primeiros conceitos da linguagem. Mas como eu havia
sultado da chamada. A vantagem é que evitamos executar dito, Scala também tem conceitos de orientação a objetos,
outras vezes a expressão para obter o resultado, pois este portanto vamos definir nossa primeira classe em Scala:
já foi determinado. Na chamada por nome a evaluação da
expressão ocorre apenas quando o resultado da chamada scala> class AcumSoma {
será usado, tendo um comportamento mais lazy. A desvan-
tagem é a execução da expressão várias vezes para se obter 1 var acum = 0; def
o mesmo resultado, mas a vantagem é não fazer a execu-
2 acum(i: Int) = { acum = acum + i; acum } }
ção quando não for necessário. Vamos ver um exemplo da
diferença entre a chamada por valor e por nome. Volte no defined class AcumSoma
terminal e defina a seguinte função:
Lembre-se que não somos obrigados a definir o tipo
scala> def devolvido pela função caso esteja explícito e também não
1 precisamos da palavra reservada ‘return‘. O que fizemos
loop: Int = loop foi definir uma classe que se chama ‘AcumSoma‘ que tem
2 um atributo, que por padrão do Scala é de acesso privado,
loop: Int
que se chama acumulado e que o compilador inferiu o tipo
inteiro baseado no valor atribuído. Também definimos para
Agora defina uma função que recebe dois inteiros e
a classe a função ‘acum‘ que recebe um inteiro, guarda o
devolve o primeiro:
valor acumulado até então da soma com o parâmetro pas-
sado e devolve tal valor. Vamos instanciar um objeto da
1 scala> def primeiro(x: Int, y: Int) = x nossa classe e fazer a chamada ao método:
2 primeiro: (x: Int,y: Int)Int
1 scala> val ac = new AcumSoma
Agora execute a chamada passando ‘loop‘ como se-
2 ac: AcumSoma = AcumSoma@cbbe37
gundo parâmetro e se prepare porque seu console irá tra-
var na execução =):
Algumas diferenças com o Java (supondo que estamos
mais acostumados com a sintaxe do Java) já podem ser
1 scala> primeiro(0, loop) notadas. Além da inferência do tipo de ‘ac‘ para ‘AcumSo-
2 _ ma‘, criamos ‘ac‘ com a a palavra reservada ‘val‘, ou seja,
estamos dizendo que diferente de ‘var‘ onde criamos uma
Vamos fazer uma pequena modificação na definição de variável, estamos criando um valor e estamos garantindo
‘primeiro‘ para tornar possível a execução de tal código: em tempo de compilação que este valor não pode ser
alterado no código. No Java teríamos que usar a pala-
vra ‘final‘ para obter o mesmo comportamento, em Scala
1 scala> def primeiro (x: Int, y: => Int) = x temos que “satisfazer menos o compilador“. Também não
2 primeiro: (x: Int,y: => Int)Int foi necessário usar ‘()‘ para invocar o construtor de Acu-
mulaSoma, e assim como no Java toda classe em Scala tem
O que definimos agora foi que o segundo parâmetro por padrão o construtor que não recebe parâmetros com
de ‘primeiro‘ será uma função que devolve um Int. Assim acesso público. Continuando o exemplo:
seu resultado só será obtido quando for feita a chamada
direta na expressão. Agora conseguimos fazer a chamada 1 scala> ac.acum(2)
em nossa função:
2 res0: Int = 2
3
1 scala> primeiro(0, loop) 4 scala> ac.acum(1)
2 res0: int = 0 5 res1: Int = 3
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para construir um pig, faça o seguinte: seguida, invoque o shell Grunt digitando o comando “pig”
1. Confira o código do pig do SVN: svn co http://svn. (no modo local ou hadoop). Em seguida, insira as decla-
apache.org/repos/asf/pig/trunk rações Pig Latin de forma interativa no prompt do grunt
2. Crie o código do diretório superior: (certifique-se de incluir o ponto e vírgula após cada decla-
3. Se a compilação for bem-sucedida, você deve ver ração). O operador DUMP exibirá os resultados na tela do
o arquivo pig.jar criado nesse diretório. terminal.
4. Valide o pig.jar executando um teste de unida- grunt> A = load ‘passwd’ usando PigStorage (‘:’);
de: ant test grunt> B = foreach A gera $ 0 como id;
5. Se você estiver usando o Hadoop 0.23.X ou 2.X, grunt> dump B;
adicione -Dhadoopversion = 23 na linha de comando da Local Mode
sua formiga nas etapas anteriores $ pig -x local
Pig tem dois modos de execução ou exectypes: ... - Conectando à ...
Local Mode - Para executar Pig no modo local, você grunhido
precisa acessar uma única máquina; Todos os arquivos Tez Local Mode
são instalados e executados usando seu host local e sis- $ pig -x tez_local
tema de arquivos. Especifique o modo local usando a ... - Conectando à ...
bandeira -x (pig -x local). grunhido
Tez Local Mode - Para executar Pig no modo local. É Mapreduce Mode
semelhante ao modo local, exceto internamente, o Pig $ pig -x mapreduce
irá invocar o motor de tempo de execução. Especifique o ... - Conectando à ...
modo local de Tez usando a bandeira -x (pig -x tez_local). grunhido
Nota: o modo local Tez é experimental. Existem al-
gumas consultas que apenas provocam erros nos dados ou
maiores no modo local.
Mapreduce Mode- Para executar Pig no modo mapre- $ pig
duce, você precisa acessar um cluster Hadoop e uma ins- ... - Conectando à ...
talação HDFS. O modo Mapreduce é o modo padrão; você grunhido
pode, mas não precisa , especifique-o usando a bandeira Tez Mode
-x (pig ou pig -x mapreduz). $ pig-x tez
Tez Mode - Para executar o modo Pig no Tez, você ... - Conectando à ...
precisa acessar um cluster Hadoop e instalação HDFS. Es- grunhido
pecifique o modo Tez usando o sinalizador -x (-x tez). Use scripts de pig para colocar instruções Pig Latin e
Você pode executar Pig em qualquer modo usando o comandos Pig em um único arquivo. Embora não seja ne-
comando “pig” (o script perl do bin / pig) ou o comando cessário, é uma boa prática identificar o arquivo usando a
“java” ( java -cp pig.jar ...). extensão * .pig.
Este exemplo mostra como executar Pig no modo local Você pode incluir comentários em scripts Pig:
e mapreduz usando o comando pig. Para comentários multi-line use / * .... * /
/* modo local */ Para uso de comentários de uma única linha -
$ pig -x local ... / * myscript.pig
Meu script é simples.
/ * Modo local Tez * / Inclui três afirmações Pig Latin.
$ pig -x tez_local ... */
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No caso das estruturas de dados, elas são modos par- public class Pilha {
ticulares de armazenamento e organização de dados em
um computador de modo que possam ser usados de ma- public void insere(Peca peca) {
neira eficiente. Tanto os algoritmos como as Estruturas de // implementação
dados são temas fundamentais no mundo da informática, }
sendo utilizados nas mais diversas áreas do conhecimento
e com os mais diferentes propósitos de aplicação. Sabe- public Peca remove() {
-se que algoritmos manipulam dados. Quando estes dados // implementação
estão organizados (dispostos) de forma coerente, caracte- }
rizam uma forma, uma estrutura de dados. A organização
e os métodos para manipular essa estrutura é que lhe con- public boolean vazia() {
ferem singularidade. // implementação
Vetores, ou arrays são estruturas de dados clássicas, são }
lineares e estáticas, isto é, são compostas por um número }
fixo (finito) de elementos de um determinado tipo de da-
dos. O tempo de acesso aos elementos de um vetor é mui- O primeiro fato importante que devemos observar é
to rápido, sendo considerado constante: o acesso aos ele- que uma vez que a interface da Pilha foi definida, já sabe-
mentos é feito pelo seu índice no vetor. Porém, a remoção ríamos usar a classe Pilha. Vamos criar uma classe de teste
de elementos pode ser custosa se não for desejável que bem simples para exemplificar o uso de uma Pilha.
haja espaços “vazios” no meio do vetor, pois nesse caso é
necessário “arrastar” de uma posição todos os elementos public class Teste {
depois do elemento removido. Essa é uma estrutura muito
recomendada para casos em que os dados armazenados public static void main(String[] args) {
não mudarão, ou pouco mudarão, através do tempo. Pilha pilha = new Pilha();
Uma aplicação dos vetores são as buscas binárias, que
são Algoritmos de busca verificam se uma dada informa- Peca pecaInsere = new Peca();
ção ocorre em uma sequência ou não. Por exemplo, dada pilha.insere(pecaInsere);
uma sequência de números guardados em uma lista seq e
um número x, escreva uma função que responda à pergun- Peca pecaRemove = pilha.remove();
ta: x ocorre na sequência?
Uma possível solução é percorrer a lista toda variando if (pilha.vazia()) {
o índice i de 0 a len(seq)-1 e comparando cada elemen- System.out.println(“A pilha está vazia”);
to seq[i] com x. Caso o valor seja encontrado a função re- }
torna True e, caso contrário, retorna False. Essa solução é }
conhecida como Busca Sequencial, vejamos um exemplo: }
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
As Filas são estruturas baseadas no princípio FIFO (first Cada árvore tem apenas uma raiz. Além disso, os ele-
in, first out), em que os elementos que foram inseridos no mentos associados a cada nó são habitualmente chamados
início são os primeiros a serem removidos. Uma fila possui de filhos desses nós. Os nós sem filhos de uma árvore são
duas funções básicas: ENQUEUE, que adiciona um elemen- chamados de folhas.
to ao final da fila, e DEQUEUE, que remove o elemento no Em matemática e ciência da computação, grafo é o
início da fila. A operação DEQUEUE só pode ser aplicado se objeto básico de estudo da teoria dos grafos. Tipicamen-
a fila não estiver vazia, causando um erro de underflow ou te, um grafo é representado como um conjunto de pon-
fila vazia se esta operação for realizada nesta situação, por tos (vértices) ligados por retas (as arestas). Dependendo da
exemplo um procedimento de fila de alunos seria: aplicação, as arestas podem ser direcionadas, e são repre-
1. Insere um Aluno (coloca um aluno no fim da Fila). sentadas por “setas”.
2. Remove um Aluno (retira o aluno que está no Os grafos são muito úteis na representação de proble-
começo da Fila). mas da vida real, em vários campos profissionais. Por exem-
3. Informa se a Fila está vazia. plo, pode-se representar um mapa de estradas através dos
O esboço da classe Fila seria mais ou menos assim: grafos e usar algoritmos específicos para determinar o ca-
minho mais curto entre dois pontos, ou o caminho mais
public class Fila { económico. Assim, os grafos podem possuir também pe-
sos (ou custo), quer nas arestas quer nos vértices, e o custo
public void insere(Aluno aluno) { total em estudo será calculado a partir destes pesos.
// implementação Outro exemplo da utilização de grafos são as redes
} PERT no âmbito do planejamento de projetos. Neste caso,
a cada aresta está associado o custo de execução, e as tare-
public Aluno remove() { fas precedentes de uma outra serão suas afluentes.
// implementação
}
13
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• MySQL: Trata-se de um software livre, com código Na figura acima DEPENDENTE é uma entidade fraca
fonte aberto; em relação ao EMPREGADO, sempre que esta relação exis-
• FirebirdSQL: Possui código fonte aberto e roda na tir de forma fraca, o relacionamento também será fraco,
maioria dos sistemas Unix; por esta razão o losango desta relação está representado
• Microsoft Access: É um Sistema Gerenciador de com uma linha dupla. Já na relação entre EMPREGADO e
Banco de Dados que acompanha o pacote Office da Micro- CARGO não há dependência de existência ou identificação,
soft. Este SGBD tem poucas atribuições profissionais, sen- pois um CARGO não depende de um EMPREGADO para
do mais usado para aprendizagem, devido à sua interface existir e ser identificado e vice-versa.
amigável; Quando o assunto são os relacionamentos, deve-se
• mSQL: Sistema pequeno e que trabalha mais com ter em mente três conceitos importantes que influenciam
o uso eficiente da memória. Foi criado pela Hughes Tech- diretamente na modelagem e entendimento de um mode-
nologies Pty Ltd. lo conceitual. Os conceitos são o grau, cardinalidade e tipo
No armazenamento de um dado, é necessário criar do relacionamento.
tabelas, dentro das quais são criadas colunas, onde serão O simples fato de associar duas entidades através de
guardadas as informações. Para que os dados presentes na um relacionamento com suas cardinalidades às vezes não
base de dados fiquem bem organizados, as tabelas devem são suficientes para representar todas as regras de negócio
ser criadas para que não misturem as informações. existentes dentro dessas relações.
Para isto, podemos usar mecanismos de representa-
ção um pouco mais detalhados. Sob esta ótica, podemos
ainda classificar os relacionamentos em três tipos:
MODELAGEM CONCEITUAL DE • Relacionamentos independentes;
DADOS (A ABORDAGEM ENTIDADE- • Relacionamentos Contingentes;
RELACIONAMENTO) • Relacionamentos mutuamente exclusivos.
Relacionamentos Independentes: Tipo de relaciona-
mento presente na maioria das relações. Não há necessida-
de de interpretação simultânea de outro relacionamento.
Quando o assunto é a modelagem conceitual dos da- Ou seja, é independente, não depende de ninguém para
dos pode-se começar falando sobre as entidades que for- existir ou influenciar o seu comportamento.
mam um conjunto de “coisas” com conceitos comuns às Relacionamentos Contingentes: Estabelecem associa-
quais desejamos armazenar os dados. Entidades podem ser ções simultâneas entre os elementos envolvidos. Ou seja,
pessoas, lugares, organizações, objetos físicos e tangíveis. mais de um relacionamento deve ocorrer em um mesmo
As entidades são representadas através de um retân- instante.
gulo com o nome da entidade escrito em seu centro. Relacionamentos Mutuamente Exclusivos: Estabelecem
Relacionamentos são associações entre entidades com associações onde, se um relacionamento ocorre, os outros
um significado específico dentro do mundo real. Os obje- não deverão ocorrer em relação a um determinado objeto.
tos do mundo real não ocorrem de forma isolada, eles se
associam ou se vinculam.
A figura de um relacionamento é representada através MODELO RELACIONAL DE DADOS
de um losango, tal como as entidades os relacionamentos
(CONCEITOS BÁSICOS, NORMALIZAÇÃO)
são classificados em fortes ou fracos. Tal como as entida-
des, os relacionamentos também possuem nome e devem
expressar o real significado dentro do contexto modelado.
A figura a seguir mostra como os relacionamentos são re- O modelo relacional é um modelo de dados represen-
presentados em um modelo conceitual de dados. tativo (ou de implementação), adequado a ser o modelo
subjacente de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados
(SGBD), que se baseia no princípio de que todos os dados
estão armazenados em tabelas (ou, matematicamente fa-
lando, relações). Toda sua definição é teórica e baseada na
lógica de predicados e na teoria dos conjuntos.
O conceito foi criado por Edgar Frank Codd em 1970,
sendo descrito no artigo “Relational Model of Data for Lar-
ge Shared Data Banks”. Na verdade, o modelo relacional
foi o primeiro modelo de dados descrito teoricamente, os
bancos de dados já existentes passaram então a ser co-
nhecidos como (modelo hierárquico, modelo em rede ou
Codasyl e modelo de listas invertidas).
O modelo relacional para gerência de bases de dados
Figura 2: Notação de Relacionamento Forte e Relacio- (SGBD) é um modelo de dados baseado em lógica e na
namento Fraco teoria de conjuntos.
14
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Nos exemplos acima é possível filtrar apenas funcioná- CREATE TABLE tabela (
rios que ganham mais que 4 mil reais por mês e no outro nome_atributo tipo_dado opções,
exemplo mostra em uma tabela apenas jogadores do time ... ... ...,
Palmeiras. nome_atributo tipo_dado opções);
Para melhorar a busca, pode se usar as condições do
WHERE. É nele que “filtramos” os atributos escolhidos. O Vamos agora criar uma tabela chamada tblprofessor,
WHERE é opcional, sendo assim você omití-lo, então você que conterá os campos nome, endereço, telefone, data de
terá todos os registros com os atributos escolhidos. As con- nascimento e sexo.
dições mais comuns são:
15
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CREATE TABLE tblprofessor( SELECT atributos FROM tabela ORDER BY atributo {ASC
codprofessor INTEGER CONSTRAINT primarykey PRI- / DESC};
MARY KEY, Os nomes ASC e DESC são opcionais, mas por padrão o
nome TEXT (50), ASC é utilizado, pois ele define de forma ascendente (crescen-
endereco TEXT (50) te) a lista. O DESC faz o inverso, decrescente.
telefone TEXT (15), Veja os exemplos:
nascimento DATE, SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
sexo TEXT (1), BY nome;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
Parar cadastrar os dados em nossas tabelas, utiliza-se o BY nome ASC;
comando Insert into, conforme a estrutura abaixo: SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER
BY nome DESC;
INSERT INTO nome_tabela (
nome_campo1, nome_campo2, ..., nome_campoN)
VALUES (
valor_campo1, valor_campo2, ..., valor_campoN LINGUAGEM HIVEQL (HIVE 2.2.0)
);
16
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
HTML 5
Figura 3: Banco de Dados Chave-Valor É a nova versão da linguagem de marcação HTML, bas-
tante aperfeiçoada. O HTML5 tornou a marcação muito mais
Assim como acontece no modelo orientado a documen- clara, se adaptou a forma que os desenvolvedores estão tra-
tos, a estrutura de um banco do tipo chave-valor é bastante balhando. Possibilita colocar áudio e vídeo nos sites sem uso
flexível. Chaves podem, ou não, se repetir ao longo de vários de plugins, o que é positivo tanto para o desenvolvedor quan-
agrupamentos de dados. to para o usuário, que não precisa se preocupar com a atua-
Constituem exemplos deste tipo de banco o Redis (solu- lização de plugins, facilita a forma que os desenvolvedores
ção open source bastante utilizada para cache de dados) e o lidam com formulários, entre outras vantagens.
DynamoDB.
Existe também os bancos de dados orientados a colunas, doctype do HTML5 é muito mais simples:
esse é o modelo que mais difere do modelo relacional, em
que uma linha representa um conjunto de dados relacionados <!doctype
(com cada um destes últimos correspondendo a colunas): html>
• Em termos práticos, a organização dos dados ocorre
com base em colunas; A tag <script> também diminuiu, não necessitando mais
• Dados de colunas distintas representando um mes- do atributo “type”:
mo agrupamento ocupam as mesmas posições no banco.
São exemplos de bancos orientados a coluna o HBase e <script src=”arquivo.js”></
o Cassandra, com ambos constituindo iniciativas mantidas script>
atualmente pela Apache Foundation.
Por último existe os bancos de dados orientados a gra- Isso também é verdade para a tag <link>
fos que empregam conceitos da teoria de grafos para a Uma série de restrições em relação as letras maiúsculas
representação de relacionamentos entre diferentes conjun- ou minúsculas, até mesmo fechar tags, tudo isso não é
tos de dados. Uma das soluções mais conhecidas baseadas mais obrigatório, porém deve-se tomar cuidado para que o
neste modelo é o Neo4j. código não fique sujo.
17
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
<input type=”text” placeholder=”stuff”> – texto cinza que desaparece quando em foco, por enquanto só funciona para
Chrome e Safari
<input type=”text” autofocus> – automaticamente foca no campo
<input type=”text” required> – campo de preenchimento obrigatório
<input type=”text” autocomplete=”off”> – “on” por padrão, como medida de segurança.
Usar armazenamento local permite que aplicações web funcionem offline. Por exemplo, quando o usuário estiver
usando a aplicação em um celular e perder o sinal, ele simplesmente continua utilizando e depois apenas atualiza os dados
quando a conecção voltar. E os navegadores que suportam são: Opera, Firefox, Chrome, Safari e IE!
Funciona via Javascript, então os tipos de dados só poderão ser aqueles suportados por javascript: string, booleans e
floats. Se for armazenar outro tipo de dado, terá que realizar parse. É permitido armazenar 5mb localmente por navegador.
O Gmail em smartphone já utiliza armazenamento local.
1
localStorage.key=”value”;
2
if (typeof(localStorage) == ‘undefined’ ) {
3
alert(‘Your browser does not support HTML5 localStorage. Try upgrading.’);
4
} else {
5
try {
6
localStorage.setItem(“name”, “Hello World!”); //saves to the database, “key”, “value”
7
} catch (e) {
8
if (e == QUOTA_EXCEEDED_ERR) {
9
alert(‘Quota exceeded!’); //data wasn’t saved due to quota exceed, error
10
}
11
}
12
}
13
4.2. CSS 3
O Cascading Style Sheets (CSS) é uma “folha de estilo” composta por “camadas” e utilizada para definir a apresentação
(aparência) em páginas da internet que adotam para o seu desenvolvimento linguagens de marcação (como XML, HTML e
XHTML). O CSS define como serão exibidos os elementos contidos no código de uma página da internet e sua maior van-
tagem é efetuar a separação entre o formato e o conteúdo de um documento.
18
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Com a evolução dos recursos de programação as páginas da internet estavam adotando cada vez mais estilos e varia-
ções para deixá-las mais elegantes e atrativas para os usuários. Com isto, linguagens de marcação simples como o HTML,
que era destinada para apresentar os conteúdos também precisou ser aprimorada.
No início foi desenvolvido para habilitar a separação do conteúdo e formato de um documento (na linguagem de
formatação utilizada) de sua apresentação, incluindo elementos como cores, formatos de fontes e layout. Esta separação
proporcionou uma maior flexibilidade e controle na especificação de como as características serão exibidas, permitiu um
compartilhamento de formato e reduziu a repetição no conteúdo estrutural de uma página.
Exemplos de CSS:
selector {
property:value;
}
Sendo que o selector representa qualquer tag HTML. Dessa forma, ao invés de formatar todo
título H1 individualmente, usamos o seguinte CSS para formatar todos de uma vez só. Assim, toda tag
h1 que for utilizada no HTML, será formatada com a fonte Arial: */
h1 {
font-family:Arial;
}
Toda tag p do html será formatado com a cor azul. */
p{
color:blue;
}
Toda tag span do html será formatado com a cor verde e em negrito. */
span {
color:green;
font-weight:bold;
}
Quando uma tag possui um id, ele é referenciado aqui com #. O ID significa uma formatação
única para determinada situação. Cada página HTML pode ter somente uma tag usando este ID.
#sou-unico {
/* Use cores em hexadecimal para obter mais variedades. */
background-color:#FFD700;
color:#000000;
font-family:Courier;
}
A seguinte formatação será feita na tag span que está dentro da classe ‘listas’ apenas. O CSS vai
dar preferência sempre para o código mais detalhado. Sendo assim, o código a seguir vai sobrescrever
o que já foi definido para a tag span (mais acima nesse documento).
.listas span {
font-size:2em;
color:red;
}
/* Formatação da classe ‘primeira_div’ */
.primeira-div {
background-color:blue;
/* Largura */
width:150px;
/* Altura */
height:150px;
}
Isso significa que toda tag ‘p’ que está dentro da classe ‘primeira_div’ vai ser formatada da
seguinte forma. Sendo assim, isso sobrescreverá a formatação da tag ‘p’ que foi declarada acima. */
.primeira-div > p {
color:white;
text-align:center;
padding-top:50px;
}
19
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
20
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
4.3. XML 1.1 seria por aplicações Web, devido a sua capacidade de es-
Do inglês eXtensible Markup Language, é uma lingua- truturar informações de uma forma bem mais compacta
gem de marcação recomendada pela W3C para a criação de do que o modelo XML, tornando mais rápido o “parsing”
documentos com dados organizados hierarquicamente, tais (processo de analisar uma sequência de entrada dessas in-
como textos, banco de dados ou desenhos vetoriais. A lin- formações) dessas informações.
guagem XML é classificada como extensível porque permite É importante lembrarmos que existem uma varieda-
definir os elementos de marcação, pode-se definir uma lin- de de opções de protocolos abertos padronizados, tais
guagem de marcação como um agregado de códigos que como SOAP, XML, entre outros, que podem ser adotados
podem ser aplicados a dados ou textos para serem lidos por e isso vai depender da finalidade e dos requisitos da sua
computadores ou pessoas. Por exemplo, o HTML é uma lin- aplicação.
guagem de marcação para organizar e formatar um website, Destaca-se como algumas características marcantes:
já o XML tem o mesmo conceito, mas para padronizar uma • Auto-Descritivo;
sequência de dados com o objetivo de organizar, separar o • Simples e mais rápido;
conteúdo e integrá-lo com outras linguagens.
• Hieráquico (valores dentro de valores);
O XML traz uma sintaxe básica que pode ser utilizada para
• Pode ser Analisado pelo Javascript;
compartilhar informações entre diferentes computadores e
• Os dados podem ser transportados usando o
aplicações. Quando combinado com outros padrões, torna
possível definir o conteúdo de um documento separadamen- AJAX;
te de seu formato, tornando simples para reutilizar o código • Não utiliza a tag de fechamento;
em outras aplicações para diferentes propósitos, como por • Utiliza matrizes (diferente do XML);
exemplo auxiliar os sistemas de informação no compartilha- • Não possui palavras reservadas;
mento de dados (especialmente via internet), codificar docu- • Possui “parser” nas principais linguagens e nave-
mentos e inserir seriais nos dados comparando o texto com o gadores.
de outras linguagens baseadas em serialização.
Vejamos um exemplo de documento XML (vamos dar a Algumas regras de sintaxe, como: os dados são defi-
ele o nome de aviso.xml ), e a seguir vamos analisar cada linha nidos aos pares no formato “nome: valor”, são separados
de código: por vírgulas, as chaves { } contém objetos e os colchetes [ ]
expressam matrizes e vetores.
<?xml version=”1.1”?>
<aviso> Exemplo: “razaosocial”: “the club”
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de> Para valores do tipo texto devemos inserir a aspas du-
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho> plas ( “ “ ).
<corpo>Parabéns filha! Hoje é dia da mulher!</corpo> Exemplo: “razaosocial”: “Canal do Ovidio”
</aviso>
Para valores reais não utilizamos aspas.
<?xml version=”1.1”?> Exemplo: “distancia”: 5.92
Esta primeira linha do documento é uma declaração XML
e deve sempre ser incluida pois define a versão XML do docu- Para valor negativo não utilizamos aspas.
mento. Neste caso estamos especificando a versão 1.1 da XML. Exemplo: “grau”: -8
<aviso>
Esta linha define o primeiro elemento do documento – o
Para Valor booleano não utilizamos aspas.
elemento raiz.(nó raiz)
Exemplo: “status”: false
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho> A partir dos tipos básicos, é possível construir tipos
<corpo>Parabéns! Hoje é dia da mulher!</corpo> complexos: array e objeto. Os arrays são delimitados por
Estas quatro linhas definem 4 elementos filhos da raiz ( colchetes [ ], com seus elementos separados entre vírgulas.
para, de, cabeçalho e corpo) Os Valores Array de Strings são delimitados por colche-
</aviso> tes, vírgula e aspas duplas.
A última linha define o fim do elemento raiz. Exemplo:
[
4.4. Json (ECMA-404) “SIM”, “NÃO”, “TALVEZ”, “QUEM SABE”
]
Pode-se definir JSON (Javascript Object Notation) como Valores de Array de Inteiros
um modelo para armazenamento e transmissão de infor- Os valores são delimitados por colchetes e vírgula.
mações no formato texto, independente de qualquer lin- Exemplo:
guagem de programação. [
Este formato é nativo do Javascript e é de uso extre- 1, 10, 20, 30, 40, 50
mamente fácil. Podemos utilizar este formato em diversas ]
plataformas de desenvolvimento, sendo que o mais usual
21
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
22
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
mória com ela. Em um sistema que tenha 8 GB de RAM, isso você deve ter lucrado com isso. Se a sua aplicação incluir uma
põe o número máximo teórico de conexões concorrentes abstração de Cliente, por exemplo, eu estou quase certo de
a cerca de 4.000 usuários. E quando o número de usuários que os usuários gostariam de poder enviar um link para um
aumenta, se você quer que sua aplicação web suporte mais determinado cliente via e-mail, para um colega de trabalho,
usuários, você tem que adicionar mais e mais servidores. criar um favorito para ele no seu navegador, ou mesmo ano-
Somado a estes custos também podem haver possíveis pro- tá-la em um pedaço de papel. Para esclarecer melhor, imagi-
blemas técnicos: um usuário pode usar diferentes servido- ne que decisão de negócio terrivelmente ruim teria sido se
res para cada requisição, então cada recurso compartilhado uma loja on-line como a amazon.com não identificasse cada
deve ser compartilhado para todos os servidores. Por todas um dos seus produtos com um ID único (uma URI).
estas rações, o gargalho em toda a arquitetura de aplica- Veja a seguir o padrão de utilização dos métodos HTTP
ções web (incluindo velocidade de tráfego, velocidade do em um serviço REST, que é utilizado pela maioria das apli-
processador e velocidade da memória) é o número de cone- cações e pode ser considerado uma boa prática. Como
xões concorrentes que o servidor pode manipular.
exemplo será utilizado um recurso chamado Cliente.
Node resolve esta questão trocando a maneira como a cone-
xão é tratada no servidor. Ao invés de criar uma nova OS threads
a cada conexão (e alocar a memória anexa a ela), cada conexão Método URI Utilização
dispara um evento executado dentro da engine de processos do Recuperar os dados de
Node. Node afirma que nunca vai dar deadlock, já que não há GET /clientes
todos os clientes.
bloqueios permitidos, e ele não bloqueia diretamente para cha-
madas de I/O. Node também alega que um servidor rodando ele Recuperar os dados de
GET /clientes/id
pode suportar dezenas de milhares de conexões simultâneas. um determinado cliente.
Então, agora que você tem um programa que pode ma-
POST /clientes Criar um novo cliente.
nipular dezenas de milhares de conexões simultâneas, o que
você pode realmente fazer com o Node? Seria incrível se você Atualizar os dados de um
PUT /clientes/id
tivesse uma aplicação web que necessitasse desta quantidade determinado cliente.
de conexões. Este é um daqueles tipos de problema: “se você Excluir um determinado
tem um problema, não é mais um problema”. DELETE /clientes/id
cliente.
O Node roda em uma JavaScript V8 VM
Como boa prática, em relação aos métodos do proto-
colo HTTP, evite utilizar apenas o método POST nas requi-
4.7. REST sições que alteram o estado no servidor, tais como: cadas-
tro, alteração e exclusão, e principalmente, evite utilizar o
método GET nesses tipos de operações, pois é comum os
navegadores fazerem cache de requisições GET, as dispa-
Representational State Transfer, abreviado como REST, não rando antes mesmo do usuário clicar em botões e links em
é uma tecnologia, uma biblioteca, e nem tampouco uma ar- uma pagina HTML.
quitetura, mas sim um modelo a ser utilizado para se projetar Os recursos ficam armazenados pela aplicação que os
arquiteturas de software distribuído, baseadas em comunica- gerencia. Quando são solicitados pelas aplicações clien-
ção via rede. tes, por exemplo em uma requisição do tipo GET, eles não
REST é um dos modelos de arquitetura que foi descrito “abandonam” o servidor, como se tivessem sido transferi-
por Roy Fielding, um dos principais criadores do protocolo dos para os clientes. Na verdade, o que é transferido para a
HTTP, em sua tese de doutorado e que foi adotado como o aplicação cliente é apenas uma representação do recurso.
modelo a ser utilizado na evolução da arquitetura do proto- Um recurso pode ser representado de diversas ma-
colo HTTP. neiras, utilizando-se formatos específicos, tais como XML,
Muitos desenvolvedores perceberam que também pode- JSON, HTML, CSV, dentre outros. Exemplo de representa-
riam utilizar o modelo REST para a implementação de Web ção de um recurso no formato XML.
Services, com o objetivo de se integrar aplicações pela Web, e
passaram a utilizá-lo como uma alternativa ao SOAP.
REST na verdade pode ser considerado como um con- <cliente>
junto de princípios, que quando aplicados de maneira correta <nome>Ovidio</nome>
em uma aplicação, a beneficia com a arquitetura e padrões da <email>[email protected]</email>
própria Web. <sexo>Masculino</sexo>
O principal benefício de um esquema de nomes consis- <endereco>
tente para as coisas é que você não tem que criar o seu próprio
<cidade>Guarulhos</cidade>
esquema - você pode confiar em um que já tenha sido defini-
do, trabalha muito bem em escala global e é entendido por
<uf>SP</uf>
praticamente qualquer um. Se você considerar um objeto </endereco>
arbitrário de alto nível com a última aplicação que você </cliente>
construiu (assumindo que não foi construído de forma
RESTful), e quase certo que havia muitos casos de uso onde
23
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A comunicação entre as aplicações é feita via transfe- R é uma linguagem e ambiente similar ao S – pode ser
rência de representações dos recursos a serem manipu- considerado uma implementação distinta do S; embora com
lados. Uma representação pode ser também considerada importantes diferenças, muitos códigos escritos para o S rodam
como a indicação do estado atual de determinado recurso. inalterados no R. A implementação comercial de S é S-PLUS.
Essa comunicação feita via transferência de representa- O código fonte do R está disponível sob a licença GNU4 5
ções dos recursos gera um desacoplamento entre o cliente GPL e as versões binárias pré-compiladas são fornecidas para
e o servidor, algo que facilita bastante a manutenção das Windows, Macintosh, e muitos sistemas operacionais Unix/Linux.
aplicações. R é também altamente expansível com o uso dos paco-
tes, que são bibliotecas para funções específicas ou áreas de
estudo específicas. Um conjunto de pacotes é incluído com
a instalação de R, com muito outros disponíveis na rede de
MANIPULAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE DADOS distribuição do R (em inglês CRAN).
A linguagem R é largamente usada entre estatísticos e data
miners para desenvolver software de estatística e análise de da-
dos. Inquéritos e levantamentos de data miners mostram que a
A visualização é essencial na análise de dados. Ela es-
popularidade do R aumentou substancialmente nos últimos anos.
tabelece uma linha de frente nesse campo e revela a com-
plexa estrutura dos dados, impossível de ser assimilada de
outras formas. Por meio dela, descobrimos efeitos que não
foram imaginados, assim como desafiamos os que já ima-
5.2. OLAP
ginamos.
Hobart Press)— William S. Cleveland (do Visualizing
Data
Os dados por si só, bits e bytes armazenados em um OLAP On-Line Analytical Processing (Processamento
disco rígido, são invisíveis. Para avaliá-los e encontrar ne- Analítico On-Line) é um conceito de interface com o usuário
les algum sentido, precisamos primeiro visualizá-los. Nesta que proporciona a capacidade de ter idéias sobre os dados,
seção, vou adotar uma interpretação ampla do termo vi- permitindo analisá-los profundamente em diversos ângulos.
sualização, que inclui até mesmo puras representações tex- As funções básicas do OLAP são:
tuais dos dados. Por exemplo, o simples fato de você abrir • Visualização multidimensional dos dados;
um conjunto de dados em um programa de planilhas pode • Exploração;
ser considerado uma visualização de dados. Assim, o que • Rotação;
era invisível transforma-se em uma “figura” na sua tela. A • Vários modos de visualização.
questão não deveria ser se os jornalistas precisam ou não O OLAP e o Data Warehouse são destinados a traba-
visualizar os dados, mas sim que tipo de visualização é mais lharem juntos, enquanto o DW armazena as informações
útil em cada situação. de forma eficiente, o OLAP deve recuperá-las com a mesma
Em outras palavras: quando vale a pena ir além da vi- eficiência, porém com muita rapidez. As duas tecnologias se
sualização em tabelas? A resposta é curta: quase sempre. complementam, ao ponto de que um Data Warehouse para
Tabelas definitivamente não são suficientes para dar uma ser bem sucedido, já na sua concepção, deve levar em consi-
visão geral de um conjunto de dados. E, sozinhas, não per- deração o que se deseja apresentar na interface OLAP.
mitem identificar padrões imediatamente. O exemplo mais O OLAP é uma interface com o usuário e não uma forma
comum são padrões geográficos, que podem ser notados de armazenamento de dados, porém se utiliza do armazena-
apenas depois de visualizar os dados em um mapa. Mas mento para poder apresentar as informações.
Os métodos de armazenamento são:
também existem outros tipos de padrões, que veremos
• ROLAP (OLAP Relacional):
mais adiante.
Os dados são armazenados de forma relacional.
• MOLAP (OLAP Multidimensional):
Os dados são armazenados de forma multidimensional.
• HOLAP (OLAP Híbrido):
5.1. R 3.4.2 E R STUDIO 5.1 Uma combinação dos métodos ROLAP e MOLAP.
• DOLAP (OLAP Desktop):
O conjunto de dados multidimensionais deve ser criado
no servidor e transferido para o desktop. Permite portabilidade
R é uma linguagem e um ambiente de desenvolvimen- aos usuários OLAP que não possuem acesso direto ao servidor.
to integrado, para cálculos estatísticos e gráficos. Os métodos mais comuns de armazenamento de dados
Foi criada originalmente por Ross Ihaka e por Robert utilizados pelos sistemas OLAP são ROLAP e MOLAP, a úni-
Gentleman no departamento de Estatística da universidade ca diferença entre eles é a tecnologia de banco de dados. O
de Auckland, Nova Zelândia, e foi desenvolvido por um es- ROLAP usa a tecnologia RDBMS (Relational DataBase Ma-
forço colaborativo de pessoas em vários locais do mundo . nagement System), na qual os dados são armazenados em
O nome R provêm em parte das iniciais dos criadores e uma série de tabelas e colunas. Enquanto o MOLAP usa
também de um jogo figurado com a linguagem S (da Bell a tecnologia MDDB(MultiDimensional Database), onde os
Laboratories, antiga AT&T). dados são armazenados em arrays multidimensionais.
24
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Os dois fornecem uma base sólida para análise e apresentam tanto vantagens quanto desvantagens. Para se escolher
entre os dois métodos deve-se levar em consideração os requisitos e a abrangência do aplicativo a ser desenvolvido.
ROLAP é mais indicado para DATA WAREHOUSE pelo grande volume de dados, a necessidade de um maior número de fun-
ções e diversas regras de negócio a serem aplicadas.
MOLAP é mais indidado para DATA MARTS, onde os dados são mais específicos e o aplicativo será direcionado na análise com
dimensionalidade limitada e pouco detalhamento das informações.
Para se fazer uma comparação básica entre os dois métodos, as regras mais importantes são desempenho da consulta e de-
sempenho do carregamento.
O MOLAP fornece uma resposta rápida para praticamente qualquer consulta, pois no modelo multidimensional são gerados
previamente todas as combinações e resumos possíveis.
O ROLAP responde às consultas da mesma forma que os aplicativos RDBMSs, a velocidade da resposta depende da informa-
ção desejada, pois a maior parte do processamento é feito em tempo de execução tendo em vista que os dados pré-calculados e
resumidos geralmente não atendem a todas as solicitações dos usuários.
O MOLAP necessita de um longo período para execução da carga de dados, raramente esta carga é diária devido ao grande
volume de informações a serem atualizadas para possibilitar um retorno rápido às consultas da inferface OLAP.
O ROLAP possibilita um carregamento mais rápido devido à estrutura de tabelas e colunas, menos complexa em comparação
à estrutura de arrays utilizada pelo MOLAP. Outro fator importante na rapidez da carga é o número menor de informações pré-
-calculadas e resumidas.
MS EXCEL 2013
O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear infor-
mações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça a maior
parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em bran-
co e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elementos
básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.
25
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao
iniciar o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida
uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.
26
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status
de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).
27
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.
Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.
Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
28
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.
Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.
29
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.
Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que
ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de
uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:
= nome da função (
1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível clicar e
obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a célula que
contém o último valor.
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.
30
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no pri- ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
meiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para
o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
Outra forma de realizar a multiplicação é através da bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
seguinte função: a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
da célula C2. Arredondar para cima: Com essa função, é possível
arredondar um número com casas decimais para o número
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for- mais distante de zero.
ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o dígitos)
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No Onde:
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2. Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
dar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de deseja arredondar núm.
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter- Figura 16: Início da função arredondar para cima
valo de células selecionadas.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
mínimo (A2:A5). num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é a qual queremos arredondar.
o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Média: A função da média soma os valores de uma na coluna C:
sequência selecionada e divide pela quantidade de valores A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
dessa sequência. mesmo conceito.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) Resto: Com essa função podemos obter o resto de
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for = mod (núm;divisor)
pressionada, o resultado será automaticamente colocado Onde:
na célula A6. Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
Todas as funções, quando um de seus itens for resto.
alterado, recalculam o valor final. divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
número.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.
31
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)
Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
32
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar os
A sintaxe desra função é a seguinte: salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”) célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE HOMENS:
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI-
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for NO, ENTÃO
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
da pergunta for falsa, define o resultado TERVALO D3 ATÉ D10
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe
um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou Traduzindo a condição em variáveis teremos:
abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Assim, temos a condição:
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então
Intervalo para soma: D3:D10
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
RESULTADO NA CÉLULA E3 =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
Traduzindo a condição em variáveis teremos: SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO,
ENTÃO
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
devemos digitar a fórmula TERVALO D3 ATÉ D10
Teste lógico: C3>=724 MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
desta função é a seguinte:
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin-
te: = : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
dos dados
=Significa a chamada para uma fórmula/função “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
SomaSe: função SOMASE “intervalo”
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise
dos dados Usando a planilha acima como exemplo, queremos sa-
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- ber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e mos-
liados a fim de chegar à condição verdadeira trar o resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifica- R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso
da a condição para soma dos valores precisamos criar a seguinte condição:
33
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1200,00:
Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.
Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar
ela de uma maneira mais agradável.
34
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.
35
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:
Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa
planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar so-
mente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.
Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.
36
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
O MapReduce é um modelo de programação que permite o processamento de dados massivos em um algoritmo pa-
ralelo e distribuído, geralmente em um cluster de computadores. Hoje, o Hadoop é utilizado em larga escala por grandes
corporações, como Facebook e Twitter, em aplicações Big Data. Este tema será útil para aplicações que envolvam dados
massivos para processamento paralelo (embora seja interessante para processamento de quaisquer dados), geralmente
utilizando um cluster de computadores.
A capacidade dos discos rígidos e outros elementos de armazenamento aumentaram bastante nos últimos anos, mas
a velocidade de leitura e escrita dos mesmos não acompanhou o mesmo ritmo. Como um exemplo, a leitura de todo um
disco rígido 20 anos atrás levava cerca de cinco minutos. Atualmente, leva mais de duas horas e meia. Trata-se de um longo
período para ler todos os dados, e escrever é ainda mais lento. A solução mais óbvia para resolver esse problema é ler/
escrever os dados em paralelo, utilizando vários discos. Deste modo, se existem 100 HDs, cada um com 1% do total dos
dados, por exemplo, a leitura pode ser realizada 100 vezes mais rapidamente, em teoria.
37
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No caso dessa leitura/escrita paralela dos dados, dois A importância do HDFS se dá por sua:
problemas são bastante comuns. O primeiro é bastante ób- Portabilidade: funcionamento em diferentes hardwares
vio: se há 100 vezes mais discos rígidos, a chance de existir e sistemas operacionais; e
falha em um deles é 100 vezes maior, o que pode ocasionar Escalabilidade: se o seu volume de dados está aumen-
perda de dados. Para evitar esse problema, geralmente uti- tando, basta aumentar a quantidade de máquinas (nodes)
liza-se a replicação, onde cópias de segurança dos dados e estender o sistema do HDFS para estas novas máquinas.
são mantidas em diferentes discos. Outro problema é que Eficiência: como os dados estão divididos ao longo do
muitas tarefas de análise de dados necessitam combinar cluster, a leitura dos dados é feita muito rapidamente.
dados “espalhados” em discos diferentes. Entretanto, esses Segurança: com a replicação dos dados, não há o peri-
problemas não geram dores de cabeça aos programado- go de perda de dados caso algum node deixe de funcionar.
res, pois o MapReduce oferece um modelo de programa-
ção que os abstrai, uma vez que o processamento é reali- Exercícios
zado através de uma combinação entre chaves e valores
(keys e values) que podem estar em diferentes discos. 1) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Checklist Programador Java: Tenha ao seu alcance tudo
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para orde-
que precisa para se tornar um programador Java.
nar, por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente
No meio da análise de dados, um conceito que ganha
selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados
força, e no qual grande parte do MapReduce está baseado,
é o Big Data. Trata-se de um termo empregado para des- e, na lista disponibilizada, clicar ordenar data.
crever o crescimento, o uso e a disponibilidade das infor-
mações, sejam elas estruturadas ou não. Para o Big Data, a) certo
o importante não é a coleta de grandes quantidades de b) errado
dados, mas sim como eles são processados. O potencial
que ele traz para as empresas é imenso e para utilizá-lo, 2) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
elas precisam ser capazes de aproveitar as informações ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-
contidas em suas gigantescas bases de dados para tomar -se o Microsoft Excel 2010 (em português).
as melhores decisões. Em outras palavras, Big Data não se
refere apenas aos dados, mas também às soluções tecno-
lógicas criadas para lidar com esses dados em quantidade,
variedade e velocidade bastante significativos.
Nesse cenário, é praticamente impossível falar de Ma-
pReduce e esquecer do Hadoop. Basicamente, foi ele quem
trouxe o MapReduce como solução para o processamento
paralelo de dados e deu a ele o status que tem hoje.
O Hadoop é um framework open-source que permite o
armazenamento e processamento de grandes quantidades
de dados através de um cluster de computadores.
É possível utilizar o Hadoop desde servidores simples A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2)
de uma pequena empresa até clusters com milhares de com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 me-
máquinas de uma grande corporação. O sucesso do Ha- ses (célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula
doop se dá graças à sua tolerância sobre falhas, baixo custo C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que
e a possibilidade de ser altamente escalável. deve ser digitada na célula E2 para calcular o montante que
Baseado em linguagem de programação Java, o Ha-
será pago é
doop é feito para que várias máquinas compartilhem o
a) =(B2+B2)*C2*D2.
mesmo trabalho, otimizando assim a performance. Além
b) =B2+B2*C2/D2.
disso, na sua forma de armazenamento, os dados são re-
plicados em diversas máquinas e é assegurado que o pro- c) =B2*C2*D2.
cessamento desses dados não será interrompido ou dani- d) =B2*(1+(C2*D2)).
ficado caso uma ou várias máquinas parem de funcionar. e) =D2*(1+(B2*C2)).
O software vem sendo amplamente desenvolvido ao
longo dos últimos anos e novas tecnologias e ferramentas 3) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TEC-
surgem a cada dia. Todas estas ferramentas compõem o NOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao desen-
denominado Ecossistema Hadoop. volvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos
HDFS é uma sigla para High Distributed File System e itens.1Para usar o JSP com Java embutido e algumas tags
é a chave para administrar Big Data e utilizar ferramentas de marcação complexas, o programador tem de conhecer
analíticas de uma forma escalável, com baixo custo e em a fundo as complexidades do desenvolvimento de aplica-
alta velocidade. ções.
O HDFS divide os dados em pequenos blocos, os repli- a) certo
ca e os distribui em diferentes máquinas do cluster (cada b) errado
máquina é denominada node), permitindo assim o proces-
samento paralelo desses dados.
38
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
39
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
GABARITO
1 B
2 D
3 B
4 B
5 D
6 A
7 A
8 A
9 D Tablet Softronic PHASER KINNO 4GB Android 2.3.4
Tela 7 Polegadas
10 C Características do Produto
11 B Tablet 4GB - Softronic
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO: Com o novo Phaserkin-
12 A no Plus, você possui muito mais interatividade e rapidez na
13 A palma de suas mãos, graças ao seu poderoso processador
A10 de 1.2 Ghz, ele consegue ser totalmente multi-tarefas
para você que se desdobra em dez durante o seu dia a
dia, podendo ler um livro, escutar suas músicas e continuar
acompanhando sua vida em redes sociais e sincronizando
e-mails. Tudo isso sem se preocupar com a lentidão do sis-
tema. Para você que precisa estar conectado a todo o mo-
mento, o PhaserKinno Plus ainda oferece suporte a modem
externo. Ele conta com uma tela touchscreen capacitiva de
40
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
7 polegadas que permite uma maior sensibilidade e leveza 02. (UFFS - TÉCNICO DE LABORATÓRIO ÁREA IN-
ao tocar na tela de seu tablet, dispensando totalmente o FORMÁTICA – FEPESE/2012)- São componentes de har-
uso das inconvenientes canelas stykus. Possui saída mini dware de um micro-computador:
HDMI, para curtir seus vídeos favoritos da internet ou de a. ( ) Disco rígido, patch-panel, BIOS, firmware,
seu computador, na sua televisão ou projetor, com entrada mouse.
HDMI. Além de acompanhar um lindo case com teclado b. ( ) RJ-11, processador, memória RAM, placa de
para utilização de tablet comparada com a de um note- rede, pen-drive.
book com grande performance. c. ( ) Memória ROM, placa de vídeo, BIOS, proces-
- Modelo: PHASER KINNO. sador, placa mãe.
- Capacidade: 4GB. Expansível para 32GB via Micro SD. d. ( ) Memória RAM, Memória ROM, Disco rígido,
- Memória: 512MB. processador, placa e rede.
- Tela:7 Polegadas capacitiva, sensível ao toque. e. ( ) Memória RAM, BIOS, Disco rígido, processa-
- Câmera:frontal 2 megapixels. dor, placa de rede.
- Conectividade: Wi-Fi - LAN 802.11b/g/n.
- Processador:Allwinner A10 de 1.0~1.2 Ghz. Já vimos a respeito de Memória RAM, Memória ROM,
- Sistema Operacional:Android 2.3.4. Disco Rígido e Processador.
Placa de rede é um hardware especificamente proje-
tado para possibilitar a comunicação entre computadores.
Placa de rede
RESPOSTA: “D”.
41
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
por esses conectores é a Plugand Play, onde basta conectar Veja a seguir imagens ilustrativas da memória RAM.
o dispositivo para que o sistema o reconheça precisando
de poucos ou quase nenhum caminho de configuração
para poder utilizá-lo.
O tipo de memória que o pendrive utiliza - me-
mória flash - é do tipo EEPROM (Electrically-
ErasableProgrammableRead-OnlyMemory), uma
memória não volátil, ou seja, não depende da
permanência de energia elétrica para manter os dados,de
leitura e gravação. Os chips de memória flash ocupam pou-
co espaço físico, mas grande poder de armazenamento.
Veja imagens de pendrives:
RESPOSTA: “A”.
42
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
RESPOSTA: “C”.
07. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN-
06. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN- CEIRA – FCC/2012) - O armazenamento de informações
CEIRA – FCC/2012) - O processador do computador (ou em computadores é feito pela utilização de dispositivos
CPU) é uma das partes principais do hardware do com-
chamados de memória, que as mantêm de forma volátil
putador e é responsável pelos cálculos, execução de ta-
ou permanente. Entre esses dispositivos, está a memó-
refas e processamento de dados. Sobre processadores,
ria RAM ou memória
considere:
a) magnética.
I. Contém um conjunto restrito de células de me-
b) secundária.
mória chamados registradores que podem ser lidos e
escritos muito mais rapidamente que em outros dispo- c) cache.
sitivos de memória. d) principal.
II. Em relação a sua arquitetura, se destacam os mo- e) de armazenamento em massa.
delos RISC (ReducedInstruction Set Computer) e CISC
(ComplexInstruction Set Computer). A memória RAM, sigla de Random Access Memory,
III. Possuem um clock interno de sincronização que ou memória de acesso randômico, é um dispositivo
define a velocidade com que o processamento ocorre. eletrônico de armazenamento temporário de dados
Essa velocidade é medida em Hertz. que permite a leitura e escrita, ou seja, as informações
Está correto o que se afirma em ocupam lugar nessa memória enquanto aguardam serem
usadas pelo processador. Os dados da memória RAM são
a) III, apenas. representados por pulsos elétricos e são descartados assim
b) I e II, apenas. que o fornecimento de energia elétrica é interrompido,
c) II e III, apenas. seja pelo desligamento do computador, ou por uma queda
d) II, apenas. de energia. Por esse motivo, essas memórias também são
e) I, II e III. chamadas de memórias voláteis. Devido a sua importância
para o funcionamento do computador, a memória RAM é
O processador é um chip que executa instruções inter- considerada um tipo de memória principal. Existem ainda
nas do computador (em geral, operações matemáticas e outros tipos de memórias que são consideradas desse
lógicas, leitura e gravação de informações). Todas as ações grupo, como a memória ROM, sigla de ReadOnlyMemory,
estão presentes na memória do computador e requisitadas ou memória de somente leitura, onde os dados são
pelo sistema. A velocidade do processador é medida em geralmente gravados na fábrica e não são perdidos em
ciclos denominados clocks e sua unidade é expressa atra- caso de ausência de energia. Por esse motivo, a memória
vés de Hz. ROM é considerada memória não volátil.
Os registradores são unidades de memória que repre-
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de
RESPOSTA: “D”.
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos
processadores.
Quanto às arquiteturas RISC e CISC, podemos nos valer
08. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
das palavras de Nicholas Carter, em seu livro Arquitetura de
Computadores, editora Bookman: MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en- Com relação aos fatores que podem levar ao travamen-
quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite que to aleatório em um computador:
outras operações também façam referência à memória. I. Aquecimento excessivo do processador;
Podemos citar também o autor Rogério Amigo De Oli- II. Defeito na memória RAM;
veira, que em seu livro Informática – Teoria e Questões de III. Inconstância na rede elétrica;
Concursos com Gabarito, editora Campus, fala a respeito do IV. Bateria da placamãe descarregada.
clock, da seguinte maneira:
43
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Dentre os fatores listados anteriormente, estão cor- HD é a sigla para Hard Disk e representa o hardwa-
retos re responsável pelo armazenamento das informações de
a) apenas I, III e IV. dados salvos pelo usuário, de programas instalados e até
b) apenas II, III e IV. informações presentes em memória virtual para posterior
c) apenas I, II e III. uso em processamentos de informação.
d) apenas I e II. O HD é ligado por um cabo flat ao conector IDE da
e) apenas III e IV. placa mãe. Além dessa conexão, há também a conexão do
cabo da fonte de alimentação de energia.
Dizemos que um computador está travado quando sua Se conectarmos um HD não formatado e ligarmos o
tela fica estática, impossibilitando abertura, fechamento computador, a mensagem de detecção ocorrerá normal-
ou execução de qualquer tarefa no computador. Um tra- mente, mas aparecerá outra mensagem que indica que não
vamento aleatório é aquele que não ocorre sempre em um há sistema operacional instalado.
mesmo programa ou em determinado momento do traba-
lho do computador. RESPOSTA: “E”.
I – O processador é a peça do computador responsável
pela execução lógica e aritmética das tarefas e operações
10. (PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM
de busca, leitura e gravação de dados do computador. A
MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
entrada e saída contínua de informações transformadas
Quando o computador começa a exibir a mensagem de
em linguagem de máquina e os registradores presentes no
erro “CMOS CHECKSUM FAILURE” após ser ligado, sig-
processador são todos mantidos por pulsos elétricos e o
aquecimento é resultado da aceleração dos processadores. nifica que o usuário deve realizar
Processadores mais velozes tendem a ser mais aquecidos. a) a substituição da RAM.
Por esse motivo os processadores são utilizados sob pastas b) a troca da bateria da placamãe.
térmicas e coolers, que são apropriados para cada tipo de c) a formatação do HD.
processador. O aquecimento do processador pode causar d) a inicialização do computador.
travamentos e inclusive o desligamento inesperado da e) a operação de Boot pelo CD.
máquina.
II- A memória RAM é o hardware responsável pelo CMOS é a sigla para Complementary Metal Oxide Se-
armazenamento temporário das informações que serão miconductor, uma tecnologia usada em semicondutores
usadas pelo computador. Essas informações também são que requerem pouquíssima energia. O termo se popula-
mantidas por pulsos elétricos, o que faz com que se per- rizou com o significado de uma pequena área de arma-
cam caso haja a interrupção no fornecimento de energia. zenamento em que o sistema controla determinados pa-
Vários erros no sistema são causados por defeitos na me- râmetros de hardware como, por exemplo, o tamanho do
mória RAM como a “tela azul”, a reinicialização inesperada disco rígido, o número de portas seriais que o computador
do sistema e travamentos aleatórios. Um dos motivos des- possui e assim por diante.
ses travamentos ocorre quando o computador tenta gravar Checksum é um controlador de erro que funciona rea-
momentaneamente uma informação na RAM e não recebe lizando soma e conferência de bits.
permissão para essa tarefa devido a um defeito no local de Failure significa falha.
locação da memória, ou quando a informação não conse- Então, com a mensagem CMOS CHECKSUM FAILURE,
gue ser lida pelo processador. nós temos a informação de que houve uma falha na checa-
III – Todo o funcionamento do computador é impulsio- gem dos dados que o CMOS é responsável por armazenar.
nado pela eletricidade. Picos ou ausências dela causam de- Esses dados são preservados pela bateria da placa mãe e
feitos em hardware, problemas no funcionamento correto por esse motivo sua troca pode resolver o problema.
dos procedimentos computacionais e podem ocasionar os
travamentos aleatórios.
RESPOSTA: “C”.
44
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
45
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
RESPOSTA: “D”.
Esquema para demonstração de cluster
RESPOSTA: “B”.
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