Peça Trabalhista

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EXMO. SR. DR.

JUIZ DO TRABALHO DA _____ VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP

MARINA RIBEIRO, brasileira, casada, desempregada, filha de Laura Santos, portadora da


identidade nº 855, CPF: 909, residente e domiciliada na Rua Coronel Saturnino, casa 28 - São
Paulo – SP – CEP: 4444, por intermédio do seu advogado infra-assinado, vem, à presença de
Vossa Excelência, propor a presente Ação, pelo rito ordinário, em face da,

Malharia Fina LTDA., pessoa de direito privado, inscrita no CNPJ nº XXX com sede situada à Rua
XXX, nº XXX, bairro XXX, CEP XXX, localizada na capital paulista, com fundamento no art. 840, §
1º, da CLT, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

1. PRELIMINAR DE MÉRITO

1.1 DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A parte autora, encontra-se desempregada e não possui recursos para arcar com os
encargos processuais sem prejuízo do próprio sustento. Assim, tendo seu pedido fundamentado
no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, na Súmula 463 do TST - informativo 171 e
artigo 790 §3º da CLT.

2. MÉRITO

2.1 DO CONTRATO DE TRABALHO

De acordo com o Contrato de Trabalho, a RECLAMANTE, foi admitida em 20/09/2014,


para exercer a função de auxiliar de produção, com remuneração constante na CTPS no valor de
um salário mínimo por mês. A RECLAMADA, indevidamente rompeu o respectivo contrato na
data de 21/12/2016.

Ocorre que a RECLAMANTE, foi demitida enquanto exercia o cargo de presidente de


base sindical da sua classe, portanto, não poderia ser demitida, sendo que por direito, a
trabalhadora gozava de estabilidade de emprego.

2.2 DA REINTEGRAÇÃO C/C TUTELA DE URGÊNCIA

Conforme estabelecido pela CF, bem como está previsto pelas leis trabalhistas da CLT,
é conduta antisíndica dispensar uma dirigente sindical. Nesse caso, o mandato da líder sindical
encontrava-se e encontra-se em vigor. Assim, pede-se que a RECLAMANTE, seja reintegrada
imediatamente no posto de trabalho.
CF Art. 8, VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir
do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

CLT Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical


ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação
coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem
transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o
desempenho das suas atribuições sindicais.

§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado,


a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção
ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até
1 ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como
suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos
desta Consolidação.

A RECLAMANTE, encontra-se desempregada e passa por dificuldades financeiras.


Diante dessa situação, requer a tutela de urgência ou medida liminar de retorno imediato,
conforme preconiza o artigo 300 do CPC e artigo 359, inciso X da CLT.

2.3 DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS

A RECLAMANTE, trabalhava de segunda a sábado e fazia uma jornada superior ao


estabelecido em lei, que é de 8h diárias não ultrapassando 44h semanais. A RECLAMANTE
ingressava no trabalho às 13h30 e cessava as atividades às 22h30 do dia seguinte, portanto, sua
jornada real totaliza 52h semanais.

A Constituição Federal, artigo 7, XIII, bem como os artigos 58 e 64 da CLT estabelecem


a duração do trabalho e determinam que as horas trabalhadas não deve ser superior 8h diárias,
44h semanais, não podendo exceder as 220 mensais e que, o excedente deve ser pago de acordo
com o dispositivo 59 da CLT, que é o valor da hora normal acrescida de 50%.

Sendo assim, no caso em concreto, assiste direito à RECLAMANTE, e pede a Vossa


EXCELÊNCIA, a determinação para que lhe sejam pagas as horas excedentes.
2.4 DO ADICIONAL NOTURNO

A RECLAMANTE, trabalhava parte da sua jornada em horário noturno e apesar disso,


nunca recebeu qualquer adicional em folha de pagamento. O adicional previsto em lei,
determina que entre as 22h e às 5h, o empregador deve pagar o respectivo benefício, durante
todo o período que perdurou o Contrato de Trabalho.

Conforme o art. 73, § 2º da CLT, é devido o adicional ao trabalhador que exercer a sua
jornada de trabalho entre as 22h e 5h.

Diante de tal dispositivo legal, requer o RECLAMANTE, que lhe seja pago o valor
correspondente a que tem direito.

2.5 DA REINTEGRAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO

A RECLAMADA, recebia o benefício de R$ 500,00 referente a alimentação em espécie,


não consta como verba salarial em registros de holerite. Fato esse, que está em desacordo com
as normas que estabelecem as relações de trabalho.

De acordo com as normas da CLT, o respectivo benefício deve fazer parte das verbas
salariais:

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos


os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de


custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não
constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário.

Diante dessa situação, pede-se a VOSSA EXCELÊNCIA, que determina a integração do


benefício alimentação ao saldo salarial.

2.6 DA TROCA DE UNIFORMES HORA EXTRA

Por exigência da empresa, a RECLAMANTE, somente podia fazer a troca de uniforme


fornecido pela empresa, no vestuário disponibilizado no próprio local de trabalho. Ocorre
EXCELÊNCIA, que por conta do fluxo de pessoas e pela falta de estrutura, essa troca, demorava
em média 20 minutos. Nesse sentido, o texto normativo é bem claro:

CLT - Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o


empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada.

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade


de realizar a troca na empresa.

Tendo em vista o tempo despendido, e com base nos artigos supracitados, pede-se a
compensação dessas horas extraordinárias despendidas pela RECLAMANTE.

2.7 DO INTERVALO INTERJORNADA

A RECLAMADA, que de segunda à sexta feira concluía a sua jornada de trabalho às


22h30, aos sábados, era obrigada pela empresa, ingressar e dar início as atividades laborais as
8h, fato esse, que está em desacordo com as normas estabelecidas para situações de intervalo
Inter jornada reservado para descanso do trabalhador. Conforme:

CLT - Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

CLT - Art. 382 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho, haverá um intervalo


de 11(onze) horas consecutivas, no mínimo, destinado ao repouso.

OJ TST - 355. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS


EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT (DJ 14.03.2008)

O desrespeito ao intervalo mínimo Inter jornadas previstas no art. 66 da CLT acarreta,


por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do
respectivo adicional.

Sendo assim, tendo como base legal os artigos e Súmula do TST, supracitados, pede-
se a VOSSA EXCELÊNCIA, que determine o pagamento dessas horas em caráter extraordinário.
2.8 SALÁRIO FAMÍLIA

A RECLAMADA, não realizou ao pagamento referente ao salário família, constante dos


dispositivos constitucionais. Tais valores destinados à trabalhadores de baixa renda com filhos
de até 14 anos de idade.

Diante ao exposto, requer o pagamento de tais valores, na forma do artigo 66 da Lei


8.213/91, do artigo 83 do Decreto 3.048/99. do artigo 7º, XII da CF/88 e artigo 2º da Lei 4.266/63.

2.9 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Requer a Vossa EXCELÊNCIA a condenação da RECLAMADA ao pagamento de


honorários advocatícios, no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, nos
termos do art. 791-A da CLT.

2.10 DA SUBSTITUIÇÃO PROVISÓRIA

No ano de 2016, em razão de doença do seu superior hierárquico Hugo, o qual ficou
afastado do serviço por 90 dias, a reclamante o substituiu até o seu retorno, não recebendo,
como devido, o mesmo salário do substituído, à luz do item II da Súmula 159 do TST, pelo que
requer o pagamento da diferença salarial e dos seus reflexos.

Diante ao exposto, requer a diferença salarial em razão da substituição do chefe de


setor, conforme determina a Súmula 159, I do TST, artigo 5º da CLT, artigo 450 da CLT. Ademais,
o artigo 5º da Constituição Federal, determina que todos devem ser tratados de forma igual
perante as leis, sem quaisquer tipos de distinção ou preconceito.

3. DOS PEDIDOS

Diante ao exposto, a RECLAMANTE, pede a Vossa Excelência que condene a


RECLAMADA e conceda-lhe:

a) a gratuidade de justiça;

b) a reintegração do reclamante no posto de trabalho;

c) a condenação da reclamada ao pagamento das horas extraordinárias;

d) a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno;

e) a integração das verbas referentes a alimentação ao saldo de salarial;

f) a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras referentes às trocas de uniforme;


g) a condenação da reclamada ao pagamento na forma de horas extras referentes ao intervalo
intrajornada;

h) a condenação da reclamada ao pagamento do salário família;

i) a condenação da reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios;

j) a condenação da reclamada ao pagamento da diferença salarial pela substituição de


função/atividades de maior remuneração;

4. REQUERIMENTOS FINAIS

Requer provar por todos os meios em direito admitidos, e especial depoimento


pessoal da parte contrária, documental, testemunhal e pericial. Por fim, requer a procedência
integral dos pedidos.

5. VALOR DA CAUSA

Atribui-se à causa o valor de R$ ... correspondente à somatório dos pedidos.

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.

Advogado (a)

OAB/XXXX – SP

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