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    Poemas Oswald de Andrade

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    Marieli Zanotto
    O poema descreve as variações linguísticas do português falado no Brasil através de exemplos coloquiais e regionais. O autor também reflete sobre a influência do português no índio brasileiro e a importância da miscigenação na formação da identidade nacional.

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    Poemas Oswald de Andrade

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    Marieli Zanotto
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    O poema descreve as variações linguísticas do português falado no Brasil através de exemplos coloquiais e regionais. O autor também reflete sobre a influência do português no índio brasileiro e a importância da miscigenação na formação da identidade nacional.

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    Poemas Oswald de Andrade

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    O poema descreve as variações linguísticas do português falado no Brasil através de exemplos coloquiais e regionais. O autor também reflete sobre a influência do português no índio brasileiro e a importância da miscigenação na formação da identidade nacional.

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    Poemas de Oswald de Andrade

    vicio na fala

    Para dizerem milho dizem mio


    Para melhor dizem mió
    Para peor pió
    Para telha dizem têia
    Para telhado dizem teado
    E vão fazendo telhados

    o gramático

    Os negros discutiam
    Que o cavalo sipantou
    Mas o que mais sabia
    Disse que era
    Sipantarrou

    o medroso

    A assombração apagou a candeia


    Depois no escuro veiu com a mão
    Pertinho dele
    Ver se o coração ainda batia

    o capoeira

    _ Qué apanhá sordado?


    _ O quê?
    _ Qué apanhá?
    Pernas e cabeças na calçada
    relicário

    No baile da Corte
    Foi o Conde d´Eu quem disse
    Pra Dona Benvinda
    Que farinha de Suruí
    Pinga de Parati
    Fumo de Baependi
    É comê bebê pitá e caí

    o violeiro

    Vi a saída da lua
    Tive um gosto singulá
    Em frente da casa tua
    São vortas que o mundo dá

    a laçada

    O Bento caiu como um toro


    No terreiro
    E o médico veiu de Chevrolé
    Trazendo um prognóstico
    E toda a minha infância nos olhos

    pronominais

    Dê-me um cigarro
    Diz a gramática
    Do professor e do aluno
    E do mulato sabido

    Mas o bom negro e bom branco


    Da Nação Brasileira
    Dizem todos os dias
    Deixa disso camarada
    Me dá um cigarro
    erro de português

    Quando o português chegou


    Debaixo d´uma bruta chuva
    Vestiu o índio
    Que pena!
    Fosse uma manhã de sol
    O índio tinha despido
    O português

    Fonte: ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. São Paulo: Companhia das Letras,
    2017.

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