TCC Completo 2 PDF
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SÃO PAULO
2015
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC
CURSO DE FORMAÇÃO INTERNACIONAL EM ACUPUNTURA
SÃO PAULO
2015
VERA LUCIA FEVEREIRO
BANCA EXAMINADORA
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João Carlos Felix
ORIENTADOR
Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho
COORIENTADOR
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Vera Lucia Fevereiro
This work discusses the use of moxibustion and its application both in
Traditional Chinese Medicine as Japanese. It also describes the different application
methods and results as well as their indications, application order, care and
contraindications. This theme has been shown relevant as technical associated to
the already traditional Acupuncture technique, increasing their chances of cure of
various diseases and syndromes. We summarized briefly the studies conducted by
different authors for decades, and the most recent research demonstrating their
effectiveness and recognition, beyond the technical deepening for those who seek
and believe in this medicinal bases. For reach the excellence in its results, the
therapist must be attuned to his patient, developing their sensitivity and knowledge in
search of the best spots and techniques specific to everyone, considering their
individuality and characteristics.
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1
2. OBJETIVO ............................................................................................... 3
4. CONCLUSÃO ........................................................................................ 41
1. INTRODUÇÃO
Esta erva, conhecida popularmente como erva de São João, no Brasil, possui
diversas propriedades farmacológicas, sendo utilizada tanto para uso interno como
externo. Já era utilizada há muito tempo, no Japão, não somente para o uso da
moxabustão, mas, também, como anti-febril, adstringente, anti-hemorrágica e
vermífugo. Na China ela é colhida na festa denominada “Duan Yang” no quinto dia
do quinto mês lunar. Quando colhida depois desse período seu cheiro já se dissipou
e seu uso medicinal fica restrito. Seu maior uso é na moxaterapia tendo sido,
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No Brasil, de acordo com KIKUCHI (1982), sua colheita deve ser realizada
entre os meses de novembro e dezembro.
2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Auteroche apud:
“Su Wen (cap. 12): (...) o resfriamento das vísceras traz as doenças de ‘repleção’, às quais
são adequadas as moxas que vem do norte”.
“Ling Shu (Cap. 10): Quando a energia Yang está fraca internamente, o que se pode ver no
pulso fraco, o médico deve utilizar as moxas”.
“(Cap. 48) O frio bloqueia a corrente sanguínea; aquecendo-a com as moxas, pode-se
eliminar o frio”.
“Zheng Jiu Da Cheng (bastão 9) para conservar a saúde é necessário que San Li nunca
esteja seco (ut infra: moxa com cicatriz e indicações de moxibustão)”.
“Ling Shu (Cap. 73) Quando uma doença não pode ser tratada com agulhas, deve-o ser feito
com moxas”.
“Yi Xue Ru Men: Devem-se aplicar moxas ainda quando os medicamentos e as agulhas não
puderam curar”.
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“As bases nas quais se fundamentam a moxa são aquelas da acupuntura, pois a cauterização
não é mais que uma técnica para estimular os pontos dos meridianos. Portanto, todos os
pontos utilizados são pontos de acupuntura, lugares onde se estabelecem os percursos
energéticos fundamentais e que são dotados de propriedades específicas, codificados pela
tradição ou pela mais recente experimentação dos médicos acupunturistas”.
De acordo com Auteroche, “as moxas (em chinês Jiu: termo que tem o
sentido de “queimar”) permitem, pela combustão de diferentes materiais, excitar os
pontos de acupuntura, a fim de regularizar a atividade fisiológica do corpo”.
Num caso de Fogo Vazio, com tendência à subida do Yang, pode-se fazê-lo
descer, novamente, aplicando-se moxa sobre Qihai (Vc6), Guanyuan (VC4) ou sobre
as pernas.
Nos casos de hipertensão arterial, pode-se aplicar moxa sobre Zusanli (E36)
ou sobre Fenglong (E40).
Nos casos de atordoamento por Vazio na cabeça, pode-se aplicar moxa sobre
Baihui (VG20). , desde que este não seja resultado de Plenitude ou de Vento
Perverso, sendo necessário, neste caso, em caráter de urgência, aplicar moxa sobre
pontos situados na parte inferior do corpo.
• Sobre o umbigo, as moxas são muito eficazes para tonificar o Qi, mas
seu abuso pode provocar perturbações do sono. Elas tendem a
aumentar a energia na parte superior do corpo. No entanto, quando há
uma tendência natural para subir, as moxas podem agravar essa
tendência, sendo necessário reequilibrar o organismo aplicando-se
moxa nos pontos inferiores, por exemplo: Taixi (R3) Fuliu (R7) e Yingu
(R10).
“Em toda doença, quando os medicamentos não alcançam a cura, nem as agulhas, é
necessário aplicar a moxabustão. Se não forem obtidos bons resultados, após a aplicação de
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Há, ainda, outro caso relatado por Cunha, sobre o senhor Isaburo Fukaya,
nascido em 1901, em Tóquio. Quando este estava cursando direito na Universidade
de Nippon Nichidai e se preparava para tornar-se monge budista, adquiriu uma
doença muito grave que o fez permanecer na cama durante cinco anos. Estava bem
perto da morte, quando recebeu tratamento de moxaterapia tradicional japonesa,
fortalecendo seu corpo e restabelecendo-o completamente. Interessou-se, então,
pelo estudo de Acupuntura e moxaterapia, deixando vários escritos. Foi reitor da
escola superior de Acupuntura e moxa de Toquio até falecer em 1974. Seu aluno
mais dedicado foi Seiji Irie que escreveu o livro Fukaya Kyu Ho (Terapia de
Moxabustão de Fukaya).
Cunha ressalta sua surpresa pelo fato da moxa ser relativamente pouco
conhecida, uma vez estar tão difundido o uso do calor para fins terapêuticos , bem
como a aplicação de tecidos quentes sobre o corpo, as bolsas de água quente
utilizadas em várias ocasiões ou, ainda, em âmbito científico, o recurso usado pela
medicina atual com relação à terapia de raios infravermelhos.
“Devemos colher somente a parte nova da planta. Primeiramente, podemos deixá-la secar ao
sol, para desidratar, perdendo de 20% a 30% de água. Depois, podemos deixar as folhas
secando na sombra, durante um determinado tempo. É necessária uma boa secagem
cuidando-se para não destruir muito as folhas e as sua fibras. Depois de seca, durante um bom
tempo, soca-se a Artemísia cuidadosamente para não destruir suas fibras, peneirando-a em
seguida, a fim de tirar o pó. O pilão de madeira ajusta-se perfeitamente a esse trabalho de
secagem. A melhor qualidade de moxa é determinada pela cor amarelo-clara e pelas fibras
macias e secas. Depois de assim preparada, guarda-se a moxa dentro de um saco plástico, a
fim de não pegar umidade”.
santonina como erva, sendo encontrada nessa forma somente naquele país, onde
existe uma lei nacional para controlar sua saída do país. Mas, nós, felizmente temos
a Artemísia. Em forma de chá, podemos usá-la seca e tostada, sendo muito bom
para os intestinos. É possível, também, usá-la verde, mas seu sabor é muito forte e
amargo. A erva seca é melhor para ser guardada, pois fica mais concentrada. O
material que usamos para fazer moxa pode ser encontrado, já preparado, à venda
em algumas farmácias. Esse material chama-se moxa, mas costuma-se dizer
também “moguça”, que é o nome em japonês, podendo ser guardado durante muito
tempo. Acondicionado em sacos plásticos, bem fechados, pode durar de cinco a dez
anos (KIKUCHI, 1982).
Para que o grão de moxa se fixe na pele, podemos molhar o ponto a ser
tratado com a ponta do dedo mínimo molhado em água com sal ou com um pedaço
de algodão embebido. A água salgada reduz o calor, diminuindo a dor e
funcionando como desinfetante. O sal é yang e reduz o calor, o fogo também é yang.
Yang repele yang. Portanto, molhando o local com água salgada, facilitamos a
fixação da moxa e reduzimos a sensação de dor. Antes de fazer essa aplicação,
precisamos localizar o ponto e marcá-lo com tinta natural. Não é bom usar as tintas
químicas das canetas. O ideal é a tinta natural ou o carvão obtido do palitinho de
fósforo queimado. Molhando um pouco esse carvão, podemos marcar, com
facilidade, os pontos a serem tratados.
enxugando, depois, com algodão seco. Se a bolha for furada por cima, a água
umedecerá o local e dificultará a fixação e queima da moxa.
A moxa com cicatriz está praticamente extinta, devido a razões óbvias, mas
continua sendo muito usada no Japão.
Esta técnica é empregada para tratar as doenças do tipo vazio e frio, como
por exemplo, lombalgia, diarreia, dores abdominais, impotência, etc.
Antes da sessão, colocar o doente numa posição em que ele fique tranquilo e
na qual se mantenha. É importante localizar com precisão os pontos escolhidos.
Pode-se untar o ponto com suco de alho para melhor aderência do cone de
Artemísia. Acende-se e espera-se que ele seja completamente consumido para
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então substituí-lo por outro. Continuar a moxabustão até que o número de cones
previsto para o tratamento tenha sido utilizado.
Para reduzir a dor, deve-se primeiramente, fazer uma moxa bem pequena,
porque quando ela tiver queimado, a pele estará morta e as sensações serão menos
vivas. Geralmente, a progressão no tamanho das moxas, para os homens, será:
pequena, média, grande e para as mulheres: pequena, pequena, média.
Nas moxas sem cicatriz, como os cones não são inteiramente queimados,
pode ser necessário aumentar o número de moxas para se obter um resultado
terapêutico.
As moxas diretas podem tonificar ou dispersar, mas são mais tonificantes que
dispersantes.
O Ling Shu (cap.51) lembra que: “para tonificar, é preciso deixar a moxa
consumir-se lentamente e, para dispersar, deve-se, desde que se acende a moxa,
estimular a combustão para que se consuma rapidamente”.
Pode ser feita com pasta de alho ou com uma fatia de alho.
A fatia deve ser trocada quando estiver seca. No fim da moxabustão, a pele
estará vermelha e úmida e o paciente terá uma sensação de descanso; não deverá
haver dor e nem bolha.
Emprego:
Colocar uma gaze sobre o umbigo e enchê-lo de sal. Colocar uma moxa
grande sobre o sal e acendê-la. O número de moxas depende da doença e do
estado do paciente.
Indicações:
Quando o umbigo não é muito côncavo, é importante fazer ao seu redor uma
coroa de massa (farinha e água), argila ou de massa para modelar.
Se, depois das moxas no umbigo, o paciente tiver uma sensação grande de
calor ascendente, deve-se fazer uma moxa no ponto E36 (Zusanli) para reequilibrá-
lo.
Deve-se repetir o procedimento, várias vezes, até que o ponto tratado esteja
morno e avermelhado. Uma simples aplicação de moxa dura mais ou menos 3
minutos, mas, com a experiência de quem pratica a terapia, esse tempo
pode diminuir pela metade. No total, o tratamento, deverá durar de dez a quinze
minutos. Uma série de tratamentos deverá constar de dez a quinze sessões, uma a
cada dois dias. Depois de cada série, deverá ser mantido um período de repouso de
pelo menos uma semana e, se não obtida a cura nem a diminuição dos sintomas,
repetir-se-á o tratamento. Nos casos, urgentes, não havendo à mão um bastão de
Artemísia, pode-se utilizar um cigarro ou um charuto.
O bastão de Artemísia pode ser fabricado por qualquer pessoa e para quem
quiser produzi-lo o livro de Auteroche oferece detalhes sobre o assunto.
Indicações gerais:
Nos pontos Shu (dorsais) pode-se usar dois bastões simétricos no meridiano
da bexiga (segurar tipo pauzinhos chineses). Usar a mão esquerda para controle da
temperatura. Este método resgata os Jing Luo e elimina o frio ruim.
Indicações:
Deve-se:
Não se deve:
“VG15, VG16, B10, VB15, E8, TA23, B2, B1, VG25, IG19, IG20, ID18, E7, E9,
ID17, P3, BP20, VG15, BP16, ID9, TA4, PC9, P11, P10, P8, VB42, VG3, VG6, BP1,
BP7, BP9, E38, E35, E33, E32, E31, B62, B40, B37, B36, B30, B15, em todos os 45
pontos”.
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bem como do calor direto, demonstraram que as contra indicações apontadas pela
terapia chinesa não são válidas. Por exemplo, na China, na cistite, uma doença
típica do padrão de calor umidade, a moxa é contra indicada, no entanto, segundo
Cunha, estas podem trazer excelentes resultados quando aplicadas no baixo ventre
e em pontos nas costas. É possível que esta contra indicação se dê devido ao uso
de ervas fitoterápicas chinesas ingeridas em forma de chá que aumentam o calor,
confundindo-se com o calor oferecido pela moxa.
dos 80% poderá ter aumentada sua taxa para 90% após a aplicação, em oito
semanas. Isto demonstra um aumento importante nos componentes sanguíneos
assim como na taxa de hemossedimentação, plaquetas, velocidade de coagulação
do sangue, taxa de cálcio, glicose e na capacidade de produzir anticorpos.
Quando a pele é mole e elástica, contendo mais água, poderão ocorrer bolhas
durante a aplicação de moxa. A sensação de calor irradiada por ela na pele varia de
acordo com a constituição e o estado de saúde do paciente, assim como do clima
úmido e quente do local. Para evitar excesso de estímulo e reações adversas, não
se deve aplicar moxa em muitos pontos para tratar múltiplos sintomas, pois isto pode
perturbar, exigindo demasiadas adaptações da condição física atual do paciente.
Para evitar a dor da queima e fazer com que o paciente sinta a irradiação do
calor, Fukaya inventou um tubo de bambu que deve ser pressionado contra a pele,
formando uma marca avermelhada arredondada, como se fosse a aplicação de
ventosa.
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agradável, enquanto o mais grosso é mais indicado para pacientes mais jovens e
com doenças agudas. É interessante acender a moxa com a parte mais escura entre
a brasa e a massa de incenso não queimada para tocar no cone e iniciar a queima.
• em pacientes alcoolizados.
• aplicar em locais onde há problemas de pele ou sobre vasos
sanguíneos, face, pele do pescoço, parte frontal ou sobre os seios sem
proteção
• não provocar bolhas em pacientes diabéticos ou alérgicos
.
4. CONCLUSÃO
Cunha também alerta que: “falta na maioria das escolas de acupuntura, que
normalmente seguem o padrão chinês, o entendimento da teoria e fundamento das
escolas japonesas e suas técnicas, pelo preço destas técnicas japonesas caírem no
esquecimento”.
Ensina-se que não se deve utilizar moxa nos casos de doença de calor ou em
pontos do meridiano do coração” (Yoshio Manaka) . Por exemplo, na cistite, uma
doença típica do padrão calor umidade, a aplicação da moxa está contra indicada.
Segundo os preceitos chineses a diferenciação da tipologia das doenças em
padrões de frio e calor é essencial e a quantidade de intensidade de calor da moxa
necessária para o corpo reagir terapeuticamente tende a ser muito grande, usando
caixa de moxa ou um tempo muito demorado de exposição ao calor (1 a 3 minutos)
com bastões de moxa.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Xinnong, C. Acupuntura e Moxibustão Chinesa. Ed. Roca, São Paulo, SP, 1985.
www.medicinachinesaapt.com/moxabustao.html em 02/06/2015