Ludicidade No Processo de Alfabetização
Ludicidade No Processo de Alfabetização
Ludicidade No Processo de Alfabetização
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Sumário
Curso de Capacitação e Aperfeiçoamento: O Lúdico no Processo de
Alfabetização .................................................... Erro! Indicador não definido.
DICAS IMPORTANTES PARA O BOM APROVEITAMENTO ...........Erro!
Indicador não definido.
MÓDULO I – COMPREENDENDO A ALFABETIZAÇÃO .................... 5
MÓDULO II – O QUE É LUDICIDADE? ................................................. 21
1. A ETOLOGIA E O COMPORTAMENTO DE BRINCAR
HUMANO... ................................................................................................... 22
2. BREVE HISTÓRICO DO BRINCAR .................................................. 24
MÓDULO III – O PROCESSO DE APRENDIZAGEM .......................... 37
MÓDULO IV - A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO ......................................... 40
MÓDULO V - O LÚDICO E A ALFABETIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA
DAS ATIVIDADES LÚDICAS NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO
ENSINO INFANTIL - ESTUDO DE CASO .............................................. 59
MÓDULO VI – ATIVIDADES LÚDICAS PARA ALFABETIZAR ..... 104
3. CRACHÁ DE SÍLABAS ...................................................................... 104
4. SIGA AS INSTRUÇÕES...................................................................... 105
5. PERCURSO DO ALFABETO ............................................................ 106
6. TABELA DE LEITURA ...................................................................... 108
7. JOGO – FORME PALAVRAS ........................................................... 109
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 110
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MÓDULO I – COMPREENDENDO A ALFABETIZAÇÃO1
incorporado também sugere que em algum momento ele sofre mudanças porque
entanto, isto não nos pode levar a afirmar que às coisas não se atribuem
humana, uma coisa é aquilo e somente aquilo que essa relação determina. No
1
Módulo I – reprodução total - DOS CONCEITOS EM ALFABETIZAÇÃO À NECESSIDADE
DA COMPREENSÃO DA CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM – Autores: Carla Ramos de Paula/ Ivete
Janice de Oliveira Brotto – Disponível em : http://cac-
php.unioeste.br/eventos/iisimposioeducacao/anais/trabalhos/46.pdf
5
do homem com as coisas mudam e, a partir dessa mudança, como expressão
a visão de mundo dos educandos. Assim, para fazer frente a essa compreensão,
metodológico?
ensinar tal ou qual tema? Ou, como alfabetizar? devem ser posteriores em
6
relação à questão “para que ensinamos o que ensinamos?” e sua correlata, “para
que conduzem a ela. Pois, nessa concepção, há apenas uma mensagem a ser
sentido de texto) seria pretexto para o professor ensinar nesse viés. Logo, não
7
Fica patente, portanto, que a definição de um conceito que tem na sua
sociedade.
significado dos verbos ler e escrever e o que eles representam. Para ela,
8
compreensão de significados expressos em língua escrita (ler) ou expressão de
sentidos sobre o outro, fica explícito nesse excerto que o fazer docente espelha
situações cotidianas, pois nas relações humanas não se dizem palavras soltas,
9
más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc.” (BAKHTIN,
2004, p. 95). Enfim, produzimos e nos são produzidos sentidos por meio das
fazer hoje, é ensinar para além das evidências sonoras e gráficas e de usos em
10
Atrelado aos benefícios de se considerar a criança como sujeito ativo
como um dos fatores que contribuiu para o “caos” a que fizemos referência
cruzada pelo novo, alguns termos, usados sem uma clara definição, ou, pelo
2002, p. 32).
forma que o “discurso novo” chega até o “chão da escola” e como este é
11
sozinho e outras do gênero, resultando em algumas experiências, muitas vezes,
dessa orientação, como tantas outras, conforme vimos afirmando, precisa ser
e encaminhar suas aulas a partir dos referenciais que ele acredita serem os
melhores para os seus objetivos, uma vez que os conhece com alguma
12
conceitos, embora saibamos que a discussão dos métodos não seja capaz de, por
mais importante, e não pode ser tratada com efeitos pirotécnicos, desviando a
Afirma ela,
entanto, eram tomadas nelas mesmas, sem a necessária relação com o conteúdo
aprendizado, outros não levam a quase nada, porém, afirmamos que cabe ao
professor uma compreensão ampla e sólida do seu objeto de ensino, para então
com uma boa fundamentação teórica saber posicionar-se diante das inúmeras
14
relações que envolvem o processo ensino- aprendizagem. Faz parte da “clareza”
questões surgem daí. Uma delas é, justamente, a confusão existente para definir
escrever.
de uso da leitura nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.” (SOARES,
isoladamente das práticas sociais (por mais mecânico que fosse o processo) é
15
aprendizagem da língua escrita, era reduzida, artificial e somente destinada a
da linguagem escrita para o uso social. Ou seja, pensar assim remete a uma
das relações sociais. Se assim o for, há que se reavaliar para que ensinamos as
aprender a ler e a escrever, temos que perguntar: para que/quem ele escreve ou
16
aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da
conceito desta tem que estar em harmonia com aquele para que as práticas de
não há orientação social para as práticas em leitura e escrita e, para nós, isso
17
Percebe-se, com a inserção do termo e do tema letramento, mais um
que a sugestão proposta por Ferreiro, em seu conhecido livro “Reflexões sobre
realizada. Dizemos isso em virtude de que, sob nossa ótica, uma revolução
Notas finais
que cada “novo” conceito, fruto de estudos e pesquisas que pretendem difundir
18
provocam grande desordem, confusão, na compreensão do que seja a
que ele nos impulsiona a buscar alternativas, estas ainda não atingiram, em
a escola não atinge aos objetivos esperados. A escola como esfera indissociável
20
MÓDULO II – O QUE É LUDICIDADE?2
não é apenas uma prática da Pedagogia e nem foi inventado por ela. Ao brincar,
2
Módulo II – reprodução total – Ludicidade – Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludicidade
21
preponderando durante a infância, como bem nos mostra a Etologia na
HUMANO
(MORAES & CARVALHO, 1994). O brincar das meninas é mais voltado para
brincadeiras mais realísticas, que imitam a vida real, além de serem mais
valores dos parceiros. Harris (1995) sugere que o grupo de pares é o principal
dissipando sua essência, mesmo nessa sociedade que está cada vez mais
moderna e globalizada.
23
2. BREVE HISTÓRICO DO BRINCAR
da Criação. Quando Deus criou o mundo [...] fez brotar as águas das fontes [...]
reestabelecer-se, pois sendo as suas forças física limitadas, não pode trabalhar
24
trabalho. Além da formação técnica do indivíduo, naquele período, as mulheres
notadas como objeto de estudo. A criança passa a ser vista como sujeito de
nas brincadeiras cotidianas da vida do homem, como piadas, nos esportes, isso
demonstra mais uma vez, que o lúdico não se restringe apenas à Pedagogia, ao
Autores como Fröebel, Piaget, Vygotsky, Winnicott e Wallon, apenas para falar
aplicação do mesmo.
Fröebel (1782-1852)
homem nesse estágio e, ao mesmo tempo típica da vida humana como um todo
mundo. Ela tem a fonte de tudo o que é bom. A criança que brinca muito com
música, dos gestos e montagens com papéis e argila. Para Froebel, tais
Piaget (1896-1980)
26
Jean William Fritz Piaget, biólogo, psicólogo e epistemólogo, é um dos
Piaget considera em sua teoria que a criança é um ser ativo, que estabelece
relação de troca com o meio objeto, e por isso não pode ser considerado um ser
construídas a partir de suas relações com objetos e com o mundo. Grande parte
através das dinâmicas lúdicas em que são condicionadas desde sua gênese, é a
está inserida, seja ela na família, na igreja ou escola. Considerando que o jogo
preencher o currículo e gastar energia, Piaget afirma que o jogo é, portanto, sob
brincar, procura estar junto aos colegas e sempre explorando o meio a sua volta
seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e
companheiro mais capaz. Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz
no brincar que está um dos maiores espaços para a formação desses conceitos.
com quem mantém contatos regulares. Um dos conceitos angulares de sua obra,
criança que possibilita a criação de uma ZDP. A criança cria a partir do que ela
afetivo-emocional e social.
31
“Jamais pude dissociar o biológico e o social, não porque o creia
Wallon, toda atividade realizada pela criança é lúdica, desde que, seja algo livre,
ela faz pelo simples prazer de fazê-lo, surge de forma livre. Mas, a partir do
funcionais – são os que propiciam exploração do corpo por meio dos sentidos.
descobre que são prazerosos os efeitos causados pela ação gestual. Exemplos,
dos indivíduos. Pode ser caracterizada pela imitação de falas e ações adultas; e,
32
c) jogos de aquisição – se tratam do empenho que a criança revela em aprender
coisas do seu cotidiano e expressar seus sentimentos. Para ele, é por meio do
mesma, enfim, nesta fase, o brincar se assemelha com o fazer arte. [...] o brincar
da criança e quando imposta por outra pessoa perde se o caráter de jogo e passa
recusarão um jogo, pois ele alivia a alma, ensina, socializa pessoas e ainda lhe
dá como atributo uma aprendizagem lúdica, sem pressões, onde não há correto,
se trata de aprendizagem.
relacional, uma proposta que possa proporcionar por meio de seu método não-
diretivo do brincar direcionado; um espaço para que a criança possa expor suas
criança brinca com sua mãe ou sozinha e é por intermédio das brincadeiras, que
reconheça como sujeito. Este espaço potencial e este objeto transicional podem
Ao propiciar para a criança, que ela brinque num espaço em que seu mundo
criação lúdica é que a criança poderá se posicionar como autora da sua própria
colaborando então para uma prática pedagógica mais leve, suave e agradável
36
MÓDULO III – O PROCESSO DE APRENDIZAGEM3
MÓDULO III – reprodução total - Como a criança aprende? – Autora: DRA FERNANDA
3
do ambiente.
conhecimento.
38
Nessa perspectiva, entendemos que a aprendizagem coincide com um
experiências.
39
MÓDULO IV - A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO4
Ludicidade são atividades de caráter livre, para que uma brincadeira seja
considerada lúdica ela deve ser de escolha da criança participar ou não dela
aos jogos, as brincadeiras e aos brinquedos, ela está relacionada a toda atividade
utilizadas pelos professores (as) nas salas de aula, elas representam muito mais
4
Módulo IV – reprodução total - A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO - Carliani Portela do Carmo - UFMS Elaine Cristina Freitas
Veiga - UFMS/ Rosana Carla Gonçalves Gomes Cintra Cintra - UFMS/ Sarah da Silvia Corrêa Lima-
UFMS – Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23662_12144.pdf
40
do que um “faz de conta”, é um momento privilegiado, que oferece as crianças
Infantil?
criança como propriedade dos pais, até o presente momento com a defesa da
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Histórico-Cultural relacionados à aprendizagem e desenvolvimento da criança,
processo que começa logo que a criança nasce e passa a socializar com os
sujeitos a sua volta e a cultura em que faz parte. O último tópico conceitua o
que é jogo a partir de autores como Huizinga (1996), Brougère (2010) e Moyles
na infância.
poucos anos a matrícula na Educação Infantil era direito dos responsáveis que
trabalham e precisam de um lugar para seus filhos ficarem, mas foi modificado
quando esse direito passou a ser da criança. Atualmente, qualquer criança pode
responsável que trabalha acaba não conseguindo a vaga, perdendo para o outro
que passa o dia em casa. O debate gira em torno do sujeito errado, a Educação
Infantil não é para a família e responsáveis e sim para a criança, o direito é dela,
42
a um ambiente que desenvolva sua autonomia, criatividade, confiança em si
a 3 anos) ela também não obriga o Estado a oferecer vaga para todos.
como muitas vezes é visto, não é um ambiente criado para a criança ser cuidada
desenvolvimento da criança, não queremos dizer que não haverá nenhum tipo
de cuidado, porque afinal ele é essencial, mas não é sua única responsabilidade.
que é cidadania, sendo ela “garantia de que todos os seres humanos têm direitos
preciso que haja a compreensão delas como pessoas que devem ser respeitadas
grifo nosso).
Ainda sobre a criança como cidadã Kramer (2003, p. 91) ao citar Pereira
dia se tornará adulto, pelo contrário, a criança tem suas particularidades que são
próprias da infância. Logo é preciso ver [...] as crianças como cidadãs, pessoas
que produzem cultura e são nelas produzidas, que possuem um olhar crítico que
sendo responsável por ela até a maior idade, deve assegurar sua segurança, sua
saúde e sua educação, caso não seja possível o Estado deve assumir tal papel.
Com a Lei garantindo que nenhuma criança ficará desamparada, ter crianças
Lei que uma barbárie como essa ocorra, o que nos faz questionar, com tantas
Leis garantindo seus direitos, por que ainda ocorre o abandono da família,
Estado e sociedade?
44
A não visibilidade da criança como cidadã e não propriedade da família
criança deixou de ser vista como uma propriedade do responsável para ter seus
direitos assegurados como qualquer outra pessoa, tal Lei ajudou no combate aos
são passos obrigatórios para uma educação de excelência, uma formação para
busca da igualdade.
45
Para a compreensão da aprendizagem e do desenvolvimento dos sujeitos,
ambas as concepções.
da espécie, dos grupos culturais e dos indivíduos, em seus estudos fez algumas
46
grupo social onde a língua é o português, ele estará passando pelo processo de
importância das trocas sociais é muito enfatizada por Vygotski, então ele
ação individual.
percurso que o sujeito terá que percorrer para desenvolver as funções que estão
48
alunos nas conquistas de novas possibilidades de novos estágios do
desenvolvimento.
mundo.
aprendizagem
infância, sendo um direito adquirido, mas nem todas as crianças tem acesso. Ser
existimos somos seres lúdicos. Ainda, como afirma Huizinga (1996, s/p) “seria
mais ou menos óbvio, mas também um pouco fácil, considerar ‘jogo’ toda e
49
qualquer atividade humana”, ou seja, a ludicidade faz parte da história do
e as brincadeiras não são inatos ao ser humano e sim desenvolvido entre eles:
que ela vai encontrar em seu ambiente imediato, em parte estruturado por seu
menos nas formas que ela adquire junto ao homem. A criança pequena é
iniciada na brincadeira por pessoas que cuidem dela, particularmente sua mãe.
possibilidade de escolher o que ela quer fazer. A ludicidade surgiu muito antes
da cultura, como cita Huizinga (1996, p. 03) “o jogo é fato mais antigo que a
50
Os jogos e as brincadeiras tem por característica a liberdade de escolha
fato de ser livre, de ser ele próprio liberdade. Uma segunda característica,
intimamente ligada à primeira, é que o jogo não é vida "corrente" nem vida
"real". Pelo contrário, trata- se de uma evasão da vida "real" para uma esfera
perfeitamente quando está "só fazendo de conta" ou quando está "só brincando".
é entrada na cultura, numa cultura particular, tal como ela existe num dado
momento, mas com todo seu peso histórico. [...] A apropriação do mundo
51
jogados por qualquer faixa etária que deseja e tenha condições de participar,
mas a brincadeira denota a infância, quando chegamos à idade adulta não nos
os jogos de sociedade não são puras expressões dos princípios lúdicos mas, após
apropriar da cultura que a cerca de forma prazerosa, para que desperte o seu
interesse. Para tanto, as atividades lúdicas não deve ser impostas, se assim for,
sempre é entendida, muitas vezes vista apenas como uma atividade criativa,
todas as crianças para que seja entregue para os pais, então, a criança tem pouca
socializar com seus pares, uma vez que, as atividades lúdicas mexem tanto com
caminham juntos.
demonstra isolamento imposto e sim, a busca de um momento para si, tal qual
imaginação e criatividade.
reconhecido como tal pelo adulto. Esse comportamento pode ser identificado
53
como brincadeira na medida em que não se origina de nenhuma obrigação senão
atividade que permite à criança apropriação dos códigos culturais e seu papel
nosso).
aparenta, muitas vezes vista como uma atividade para o fim do dia letivo, para
passar o tempo entre uma atividade pedagógica e outra ou a saída, não sendo
até o presente momento pode comprovar os benefícios que ela traz para a
criança e sua aprendizagem. Moyles (2010) argumenta que, mesmo não tendo
nada certo, podemos afirmar que, pelo menos, a brincadeira mantem a criança
em movimento.
seja, o mecanismo pelo qual a criança dispõe de elementos dessa cultura, passa,
entre outras coisas, pela confrontação com imagens, com representações, com
54
consideradas como expressivas dentro de um espaço cultural. É com essas
imagens que a criança poderá se expressar, é com referência a elas que a criança
criança, muitas vezes remetendo a algo que ela conhece, como desenhos, jogos
brincadeira, não se deve entender isso como uma simples impregnação dos
brincadeiras para a criança, já que é nos primeiros anos que elas se apropriam
55
desenvolvendo a linguagem e seu comunicando com outros. “A brincadeira
melhor, tendo como única utilidade a distração, o recreio (daí o papel delegado
2010, p. 96).
com a luta pelo brincar para as crianças. Em um país que mais de três milhões
56
ludicidade, lutar pelo direito a infância e a Educação Infantil vem como uma
Considerações Finais
liberdade que proporcionam prazer a elas, pois se sentem livres quando podem
respeitado. Toda criança tem o direito de ser criança e deve ser exigido aquilo
que proporciona cuidado e bem estar social, pois nos séculos passados foram
tratadas durante muito tempo como sujeitos sem voz, como um adulto em
miniatura e não tinham direito algum. Felizmente, hoje existem leis que
57
Os professores devem valorizar o brincar na Educação Infantil, pois é
por meio dele que as crianças vão internalizar diversas situações presentes no
meio em que estão inseridas. Muitas vezes o professor (a) não tem facilidade
relacionam com o meio social e cultural, a partir dos jogos e das brincadeiras
permite que a criança tenha voz na escolha das atividades que deseja fazer,
acompanha-las e motiva-las.
58
MÓDULO V - O LÚDICO E A ALFABETIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA
DAS ATIVIDADES LÚDICAS NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO
ENSINO INFANTIL5 - ESTUDO DE CASO
libertar das angustias e funciona como escape para emoções negativas ajudando
a criança a lidar com esses sentimentos que fazem parte da vida cotidiana.
5
Módulo V – reprodução total - O LÚDICO E A ALFABETIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DAS
ATIVIDADES LÚDICAS NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO ENSINO INFANTIL – Autor:
Vanderléia Moreira Barrozo - Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia,
apresentado como requisito para aprovação à Universidade Metropolitana de Santos – UNIMES, sob a
orientação da Profª Sandra Tarricone. – Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos3/ludico-
alfabetizacao-importancia-atividades-educativas/ludico-alfabetizacao-importancia-atividades-
educativas2.shtml
59
Brincando a criança aprende a lidar com o mundo e forma sua personalidade e
acontece e que acaba cedendo espaço para outras atividades pelo educador
forma em geral.
mais o livro didático, a lousa e o caderno. Cada vez mais cedo as crianças
60
Atualmente as crianças possuem tanto compromisso como balé,
não sobra tempo para ser criança e brincar. E nesse ritmo de atribuir muitas
aula.
mais adequada, umas que são criadas e outras que são renovadas e mesmo assim
61
socialização, de comunicação, de expressão, na construção do pensamento,
habituais. Nos jogos e brincadeiras a criança age como se fosse maior que a
Sendo muitas vezes mais interessantes para eles ficarem sentados horas a frente
62
pessoal. Para ele a escola tem por obrigação ajudar a criança completar a
imaginar, brincar.
Para muitos o brincar é tidos como mero passatempo, mas são atividades
63
servindo como subsidio importante para se transmitir os conteúdos conceituais,
jogo e o jogo pode se transformar em brincadeira, por que não viver brincando
construção do pensamento.
irá sanar todos os problemas de aprendizagem, nem muito menos que se deve
64
Foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a
chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar
criou materiais diversos, que conferiram ao jogo uma dimensão educativa. Para
65
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel
na brincadeira, faz com que ela desenvolva a sua imaginação. Nas brincadeiras,
pensar que lhe são próprias e só aprendem através da conquista ativa, ou seja,
pensamento infantil.
aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos.
em que suas atividades físicas e fantasiosas, bem como os objetos que servem
imaginados.
67
1.2 Direito de brincar: o lúdico na legislação brasileira
é considerado criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
alguns aspectos, entre eles o inciso quarto, que é o de brincar, praticar esportes
68
espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a
infância e a juventude.
meio de gestos, sons e mais tarde ter determinado papel na brincadeira faz com
fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre pessoas.
lei. Mas infelizmente muitas crianças não brincam, outras brincam, mas pouco
69
subsídios psicopedagógicos, mas juridicamente também. Sendo assim direito
O EDUCADOR E O LÚDICO
Sair da rotina
Buscar o novo
Experimentar o diferente...
Perseguir a transformação
Permanente...
É estar ciente de que "nunca entramos duas vezes numa mesma escola"
(ESPÍRITO SANTO,2002,p.75-76)
Física.
Mas esta não é a questão: o que se deseja é que a aprendizagem seja englobada
elas também aprendem, mas com outra dimensão e uma nova variedade de
atividade.
71
Segundo Freire (2002) "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
de suma importância, pois ele não será somente alguém que transmite
72
habilidades e a confiança necessária nos educandos, para que tenham sucesso
escola. Mas que os brinquedos não devem servir na sala de aula como um
instrumento para se preencherem os espaços vazios, mas sim "a idéia é de fazer
eventos e fenômenos que ocorrem a sua volta. "A criança precisa brincar,
73
inventar, jogar, para crescer e manter o seu equilíbrio com o mundo." (RALLO,
1993, p.11.)
Para SILVA JUNIOR (2005) o brincar é a forma mais fácil e real para
2005, p. 17).
74
Assim sendo, a vivência de situações concretas com jogos diversos e
desenvolver-se plenamente.
75
O jogo, em seu sentido integral, é o mais eficiente meio estimulador das
inteligências.
tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o individuo é quem quer ser,
ordena o que quer ordenar, decide sem restrições. Graças a ele, pode obter a
Socialmente o jogo impõe o controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas
sem que se aliene a elas, posto que sejam as mesmas estabelecidas pelos jogos
real, onde precisa conviver. "É o brinquedo, como, todo material didático da
alfabetizam.
Para as crianças não alfabetizadas ainda, os jogos devem ser vistos como
marcações dos jogos (como é o caso do apito ou dos sinais de inicio, termino
números).
correspondentes ás palavras.
77
Pensando em crianças, desde a vida pré-natal até a adolescência,
faixa etária, ao contrário, cresce por toda vida, principalmente para as pessoas
motivações.
buscam responder como cada um chegou a ser aquilo que é e mostra quais os
envolveria apenas regar as pequenas sementes para que estas desabrochem suas
aptidões.
78
Outras correntes explicativas, ao contrario, têm assegurado que o
criança, em idades cada vez mais precoces. Todavia, essa visão minimiza a
Por essa perspectiva, não há uma essência humana, mas uma construção
mesmo tempo em que a criança modifica seu meio, é modificado por ele. Em
de ação que transformam sua maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir, isto
79
Espaço para o lúdico
pessoas tratando de doentes como se médicos fossem, ensinados aos seus alunos
como os professores, cuidando dos filhos igual aos pais, conversando como
comadres.
Para melhor lidar com estas questões, antes de mais nada, o professor
dormir, andar ou falar. Basta observar um bebê nas diferentes fases de seu
crescimento para confirmar tal fato: logo que descobre as próprias mãos, brinca
com elas; a descoberta dos pés é outro brinquedo fascinante; diverte-se com a
80
seguidas atira, incansavelmente, um objeto ao chão, desafiando a paciência de
quem o apanha: levanta-se e torna a cair entretendo-se com isto pula sem parar;
características, tais como, macio, duro, leve, pesado, grande, pequeno, áspero,
liso.
Enquanto brinca, aprende quando corre atrás de uma bola, empina uma
pipa, rola pelo chão, pula corda, está explorando o espaço à sua volta e
81
Brincando a criança não apenas enriquece o desenvolvimento social
intelectual.
problemas colocados.
82
como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas. Onde suas
técnicas são utilizadas até hoje na Educação Infantil. Para ele, as brincadeiras
descobre que pode rolar, virar cambalhota, saltar, manusear, apertar, que pode
e conhecimento. Uma bola para uma criança de dois anos pode ser fonte de
interesse com relação a tamanho, cor e para uma criança de seis anos o interesse
pode ser mais redacional: jogar e receber a bola do outro, fazer gol.
como ela é num grupo que é mais receptivo, num outro que é mais agressivo,
num que ela é líder, num outro em que é liderada, etc. Lidando com as
tradicionais como, por exemplo, pular corda, elástico, pique alto, esconde-
esconde, passar anel, mar vermelho, etc, que fazem com que as crianças se
83
movimentem a todo tempo, gastando energia e dando liberdade para criar
faz bem. Tanto faz bem que o direito de brincar é amparado por lei. O brincar
próprio corpo.
e com isso solucionando problemas. Mas alguns cuidados devem ser tomados
com esta relação da criança com o brinquedo, como por exemplo: brincar deve
ser divertido, prazeroso e não tarefa e o brinquedo devem estar de acordo com
o interesse da criança.
que tiveram como fonte o livro O direito de brincar, Ed. Fund. Abrinq apud
OLIVEIRA, 2006.
84
Seis meses: Quadros com peças coloridas, de formas diversificadas,
Oito meses: Bolas, cubos em tecidos, caixas de música com alça para
puxar.
Dez meses: Bonecos em tecido com roupas fixas, animais em tecido (não
Dois ano: Veículos sem pedais, que se movem pelo impulso dos pés.
Três anos: Veículos com pedais, triciclos, bonecas com pés e mãos
mesmo que ela não o use, não ligue para ele, ou ele já esteja surrado e quebrado.
Ele pode ser um amigo, um conforto, uma segurança e desse modo ela pode não
85
ter condições ou vontade de se desfazer do brinquedo num determinado
momento. O que nada tem a ver com ser ou não ser egoísta.
aflitos com esta questão, pois acreditam que a sexualidade será definida a partir
desta escolha. Neste caso, é bom informar que a criança irá definir sua
cotidiano, como estes pais se relacionam com a criança, de como esta criança
associamos com violência, ou a vemos apenas pelo seu aspecto destrutivo. Não
nos damos conta de que precisamos dela para procurar um emprego, para
comermos, para criarmos, para fazermos um artigo para o jornal, etc. Quando
uma criança diz que está com raiva, logo é atropelada pelo adulto que diz: "Você
não gosta de mim não?" Como se uma coisa fosse impeditiva da outra.
internet, por exemplo, onde ela tem acesso a todo tipo de informação e de
diferentes fases, tendo origem nos processos mais primitivos da infância. Como
87
desenvolver-se de forma sadia, onde se pode viver entre o real e o imaginário,
este é o lugar e tempo propício para crescer e produzir conhecimento. "O saber
(FERNANDEZ,1990, p. 165).
pois é por este movimento que se começa a delimitar a noção de objeto. Brinca
com seu polegar, com lençol com fralda e assim vai descobrindo a realidade
que a cerca. O objeto, no início deste processo, não pode ser definido como
objeto interno ou externo, ele não está dentro nem fora, não é sonho mas
Cabe ressaltar que a brincadeira não traz apenas prazer, também pode trazer dor
ou desconforto.
88
Brincando a criança vai, lentamente estabelecendo vínculos, brinca com
objetos, nas trocas com seus pares etc., que a criança vai aprendendo, vai
assimilados, generalizados. O brincar permite que esta troca intensa entre o que
está dentro e o que está fora ocorra, pois a brincadeira não está dentro nem fora.
descobrindo o que pode e o que não pode, "a criança à qual tudo é permitido e
89
logicamente a realidade, consequentemente, de representá-lo."( OLIVEIRA,
1998, p. 47).
A realidade impõe limites, são estes limites que cria condições para as
75).
como é uma casa, quem são seus personagens, interioriza modelos, desempenha
troca com seus pares, experimenta emoções, cria e recria, assume papéis, seu
heteronomia e autonomia.
90
Anomia se caracteriza por brincadeiras individuais. As crianças brincam
mesmo espaço físico não significa que estejam brincando juntas, cada uma
vista é percebido.
regras são vistas como imutáveis, a criança ainda não se concebe com um
criador de regras, percebe-se mais como um executor, aquele que segue a regra.
A regra, neste caso é percebida como algo sagrado. No decorrer desta fase, a
criança vai mudando sua posição no que diz respeito às regras. É muito comum
criar regras próprias e não comunicar ao parceiro a sua decisão, ela é uma regra
pessoal, unilateral.
que Piaget descreveu. Para estas crianças ainda é muito difícil abandonar o seu
ponto de vista para entender o outro, aqui, quando se está jogando é muito
interessante observar que todos querem ganhar, e por isso as regras são
91
No final desta fase as crianças procuram seguir as regras com exatidão,
elas são cobradas uns dos outros e em situação de conflito se faz necessário a
e é ordem."
ritmo, a harmonia e ordem existente: Trás pratos de trigo para três tigres tristes.
e"?" sua origem é remota e ainda hoje exerce tamanha fascinação. O escritor
brinca com sua narrativa e nos envolve em um mundo fantasioso, ele brinca
com a nossa imaginação. O músico com suas melodias brinca com o som, com
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A dançarina brinca com o corpo e o embala com o ritmo da música,
descobre assim o tempo e o espaço, o bebê com os seus primeiros sons, a mãe
brinca com ele. Por que então brincar não é coisa séria?
memória, com jogos de tabuleiros, com jogos de imagem, brinca-se com jogos
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olhar psicopedagógico sobre o sujeito que brinca se liga ás modalidades de sua
durante os anos escolares também não existiriam os brinquedos, uma vez que
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A partir dessa perspectiva, torna-se claro que o prazer derivado do
brinquedo significa que a própria criança entende as motivações que dão origem
ao jogo.
específicas do brinquedo.
que não podem ser imediatamente satisfeitas, então, os elementos das situações
do próprio brinquedo.
maternal."(WINNICOTT,1971,p.23).
demonstramos o contrário, que todo jogo com regras contém, de forma oculta,
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situação imaginária às claras e regras ocultas para jogos com regras às claras e
situação imaginária, uma vez que isso seria uma forma nova de comportamento
Os objetos têm uma tal força motivadora inerente, no que diz respeito às
comportamento da criança.
maneira diferente em relação aquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição
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Na idade pré-escolar ocorre, pela primeira vez, uma divergência entre os
dos objetos e a ação surge das ideias e não das coisas. A ação regida por regras
debilidade da criança está no fato de que, para imaginar um cavalo, ela precisa
razão significado/objeto.
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No brinquedo, a criança opera com significados desligados dos objetos
contradição muito interessante surge, uma vez que no brinquedo, ela inclui,
ficar sem fazer nada, como pensam alguns adultos, é uma ayividade pela qual a
maneira que se esforça para aprender a andar, a falar, a comer etc. Brincar de
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de cambio são situações que vão sendo gradativamente substituídas por outras,
todos eles são tratados com a seriedade respectiva, seriedade que pode ser
voluntária ou involuntária.
consideramos, por objeção ao jogo, a vida séria. Essa seriedade do jogo implica
professor etc, já que se conhece como criança. O quadro real, amplo e social no
real, pode ser considerado involuntário, a criança não age com a decisão de
dada a simulação a ilusão ou faz-de-conta por certo ela cria o seu próprio
mundo.
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O adulto também se utiliza dessa evasão quando procura no jogo de
Mas essa fuga do real nem sempre á evasão, um arquiteto que faz uma
imagina, cria uma outra realidade, só assim, depois retoma ao mundo real da
decide fazer parte, ela cria um distanciamento a um mundo onde ela tem poder,
onde pode criar, um mundo onde as regras do jogo têm um valor que não têm
juramento de esquecer o mundo da vida séria, onde as regras válidas são aquelas
trabalho da criança, um ato muito sério, e por meio de suas conquistas no jogo,
ela afirma seu sei, proclama seu poder e sua autonomia, explora o mundo, faz
100
Dessa forma, nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua
que está acontecendo com a mente da criança determina sua atividade lúdica;
brincar é sua linguagem secreta, que se deve respeitar mesmo se não a entende,
Mas, apesar do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não
significa que o professor/educador não necessite ter uma atitude ativa sobre ela,
atitude não passará apenas por deixar as crianças brincarem, mas, sobretudo
ajudar as crianças nesse ato e compartilhar com elas, ou até mesmo por ensiná-
las a brincar.
101
De tão importante que o brincar se tornou na vida escolar das crianças
lúdico.
lazer, esporte e a educação. Ou seja, para que cada criança cresça feliz e com
CONSIDERAÇÕES FINAIS
como um ser histórico e social que procurei desenvolver a ideia deste tema. De
acordo com os dados obtidos a partir dos renomados teóricos podemos constatar
102
O lúdico não representa uma fórmula mágica que irá sanar os problemas
o lúdico não é um mero passatempo e que brincar é coisa séria! Mais do que
um direito da criança, o brincar é essencial para sua vida. Sob essa perspectiva,
diverte, traz alegria e faz sonhar. Podemos concluir que com o lúdico a criança
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MÓDULO VI – ATIVIDADES LÚDICAS PARA ALFABETIZAR6
3. CRACHÁ DE SÍLABAS
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Módulo VI - reprodução total - atividade lúdica para alfabetização – Autora: Solange Moll –
Disponível em : https://psicosol.com/tag/atividade-ludica-para-alfabetizacao/
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4. SIGA AS INSTRUÇÕES
105
5. PERCURSO DO ALFABETO
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107
6. TABELA DE LEITURA
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7. JOGO – FORME PALAVRAS
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REFERÊNCIAS
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