Aula 04 - Saúde Do Trabalhador - Programa de Alimentação Do Trabalhador (PAT)
Aula 04 - Saúde Do Trabalhador - Programa de Alimentação Do Trabalhador (PAT)
Aula 04 - Saúde Do Trabalhador - Programa de Alimentação Do Trabalhador (PAT)
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO
TRABALHADOR (PAT)
Dentre as várias atribuições do nutricionista de UAN a preservação e promoção da saúde de seus colaboradores e clientes é de maior
importância. Além da qualidade nutricional da alimentação fornecida à clientela, é preciso reconhecer as condições de trabalho oferecidas aos
colaboradores das UAN, tendo em vista que condições seguras e saudáveis no ambiente de trabalho não somente podem proteger e preservar
a saúde dos trabalhadores, como também proporcionar maior qualidade de vida. Neste sentido, incluem-se legislações especificas e
programas voltados saúde e à segurança no ambiente de trabalho como: implantação e assessoria nas empresas do SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), obrigatoriedade do uso de equipamentos de segurança e vários parâmetros para estrutura
física e ambiência nos diferentes locais de trabalho, entre outras.
Em relação à segurança alimentar dos trabalhadores adultos em empresas, o PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador, visa assegurar
alimentação de qualidade por meio de recomendações nutricionais e presença obrigatória do nutricionista, conforme será abordado
posteriormente.
Os locais de trabalho são ambientes favoráveis para estratégias de promoção de saúde pois proporcionam acesso continuado a grande número
de pessoas e muitas delas não poderiam ser abordadas por outros meios. Além disso, deve-se considerar que o indivíduo adulto chega a passar
um terço do seu dia no local de trabalho, o que pode proporcionar avaliações e intervenções mais frequentes e contínuas que podem levar a
mudanças nos hábitos e comportamentos da população.
Em relação à saúde dos trabalhadores de UPRs (funcionários dos serviços de alimentação) deve-se considerar a promoção da saúde no
ambiente de trabalho e a prevenção de doenças e acidentes relacionadas ao ambiente e/ou atividades realizadas. Assim sendo, serão
abordados os temas relacionados à ambiência (relação entre meio ambiente laboral e suas repercussões no estado de saúde do trabalhador),
as condições ergonômicas para a realização das atividades e os acidentes de trabalho.
Nos serviços de alimentação observa-se frequentemente, uma exigência crescente quanto ao volume de produção em tempo limitado, sendo
que muitas vezes, as condições de trabalho são inadequadas. São frequentes problemas de layout, de ergonomia das áreas operacionais ou até
mesmo no desempenho de tarefas sem o devido treinamento. Essas condições acabam gerando insatisfação, cansaço excessivo, queda na
produtividade, problemas de saúde e acidentes de trabalho (ABREU e col. 2003). Embora não haja muitas informações na área de saúde de
trabalhadores em restaurantes, sabe-se também que a rotina diária exige horas de trabalho em pé, esforço físico ao carregar panelões ou
sacos de alimentos, movimentos repetitivos no corte de carnes ou vegetais, longos períodos em frente a um fogão ou chapa quente,
queimaduras, cortes, entre tantos outros exemplos.
Um dos meios para se reduzir tais problemas é a implantação de programas de segurança em UPRs, visto que a busca de um trabalhador
saudável é constante nas empresas, sendo fundamental que os profissionais de saúde, inclusive o nutricionista, se engajem para contribuir na
melhoria das condições de trabalho nas empresas.
Em uma UPR podem ser encontrados vários riscos ocupacionais, agrupados em riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
- Riscos físicos: principalmente ruído, temperatura e umidade inadequados.
- Riscos químicos: principalmente água sanitária, detergentes, desinfetantes.
- Riscos biológicos: principalmente bactérias, fungos, protozoários.
- Riscos ergonômicos: movimentos repetitivos, trabalho em pé por longos períodos, mobiliário inadequado, entre outros.
RISCOS ERGONÔMICOS
A ergonomia estuda a relação do homem com seu trabalho. A palavra é derivada do grego érgon (trabalho) e nomos (lei). Ergonomia é
definida como o “conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e eficácia”. A ergonomia está preocupada com os aspectos
humanos do trabalho em qualquer situação em que seja realizado e, assim sendo, as suas duas finalidades básicas são o melhoramento e a
conservação da saúde dos trabalhadores, e o funcionamento satisfatório do ambiente de trabalho do ponto de vista da produção e segurança
(SANTANA, 2002).
Algumas áreas da ergonomia aplicada ao trabalho são: trabalho fisicamente pesado, trabalho em altas temperaturas e em ambientes frios,
trabalho intelectual, carga mental e estresse no trabalho, prevenção de acidentes e da fadiga no trabalho, administração do processo
produtivo, organização do trabalho, entre outros.
Entre as repercussões na saúde dos funcionários de UAN pode-se citar: sintomas osteomusculares, principalmente nos membros inferiores,
ombro, região lombar, cervical e dorsal, relacionadas às posturas em pé, com deslocamentos longos; levantamento, carregamento e
manipulação de cargas; condições ambientais como temperatura e umidade relativa do ar elevadas; volume de trabalho, monótono e
repetitivo; com ritmo intenso e atenção concentrada; sob pressão temporal; sem pausas adequadas; e em posturas estáticas e/ou
inadequadas.
1. Atividades realizadas em pé: também está relacionada com a altura dos equipamentos de trabalho como a altura de bancadas e mesas
Segundo Iida (1990), a altura ideal de uma bancada de trabalho depende da altura do cotovelo, com a pessoa em pé, e do tipo de trabalho que
executa. Em geral, a superfície da bancada deve ficar 5 a 10 cm abaixo da altura dos cotovelos.
Silva (1998), relata que podem existir, nas áreas de trabalho, bancadas com diferentes alturas. Isto, para que as atividades dos manipuladores
se deem de forma mais ergonômica, portanto, mais confortável. Como indicativo, sugere-se que trabalhos mais pesados (cortes, por exemplo)
sejam feitos em bancadas mais baixas (entre 85 cm e 90 cm de altura), e que trabalhos que exijam mais precisão (catação de grãos), se deem
em bancadas mais altas (entre 95 cm e 110 cm de altura).
Em relação à altura do fogão, recomenda-se que seja de 65 cm, para acomodar as grandes panelas em grandes cozinhas, sendo que as bordas
da panelas devem estar, no máximo, a 90 cm em relação ao solo. (VIEIRA e JAPUR, 2012).
Acidente de trabalho (AT), na definição do Ministério do Trabalho, é uma ocorrência não planejada que acontece no exercício do trabalho e
provoca algum dano à saúde ou integridade física de trabalhadores.
Incidente é uma ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade física, tinha potencial para causar tais agravos.
Um dos indicadores utilizados para o acompanhamento da ocorrência de acidentes de trabalho é a quantificação do número de vezes em que
ele ocorre por determinado período de tempo. Este indicador, calculado a partir de registros das Comunicações de Acidentes de Trabalho
(CAT), auxilia na análise das consequências do acidente de trabalho para a empresa e para o trabalhador, além de fornecer subsídios ao
aprofundamento de estudos sobre o tema e permitir o planejamento de ações na área de segurança e saúde do trabalhador.
A ocorrência de AT em UAN é bastante frequente, em especial por queimaduras e lesões osteomusculares. As ferramentas manuais e
utensílios cortantes, os objetos e líquidos quentes, os pisos escorregadios com gordura, os fios mal encapados, os equipamentos como fogão e
caldeira são os principais causadores de AT em UAN.
Em geral, pequenos AT não são notificados (como respingos de óleo quente, cortes nos dedos, entorses lombares, entre outros), o que pode
subestimar sua real ocorrência em UAN. A prevenção de riscos ocupacionais envolve a adoção de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e
outros de proteção individual (EPI).
As doenças relacionadas ao trabalho (DRT) são responsáveis por uma grande porcentagem da morbidade da população trabalhadora, podendo
causar incapacidade e até mesmo a morte. O estabelecimento do nexo causal entre a enfermidade e o trabalho é de responsabilidade dos
peritos médicos do INSS (Instituto Nacional de Previdência Social).
AMBIÊNCIA
Ambiência é o conjunto de elementos envolventes que condicionam as atividades administrativas e operacionais e determinam, em grande
parte, a qualidade e quantidade de trabalho produzido (Teixeira e col., 2007). Em cozinhas deve-se levar em conta que há vários fatores
relacionados a ambiência que interferem diretamente na produção e condições de trabalho, como: iluminação, temperatura ambiente,
ventilação, cor, ruídos, odores e umidade.
- Iluminação: deve ser distribuída uniformemente pelo ambiente, evitando ofuscamento, sombras, reflexos fortes e contrastes excessivos.
Deve-se evitar a incidência de luz solar direta sobre as bancadas de trabalho.
A iluminação mais recomendada é a natural, pois além de mais econômica, proporciona mais sensação de bem-estar ao funcionário, além de
exercer ação bactericida devido a ação de raios ultravioletas. É obtida por meio de aberturas equivalentes (janelas) a 10% a 15% da área do
setor. A iluminação elétrica não pode ser dispensada. Normalmente são utilizadas lâmpadas fluorescentes, protegidas contra explosões ou
quedas. As lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e por serem brancas são mais adequadas, por manter a cor natural dos alimentos e
não contribuir para a elevação da temperatura no local.
As lâmpadas de LED de cor branca natural tem a vantagem de não aquecer o ambiente e são mais econômicas comparadas às incandescentes
e fluorescentes.
A iluminação adequada garante a limpeza do local e de suas instalações, o conforto físico e mental dos funcionários, melhor visualização dos
alimentos, além de evitar acidentes.
-Ventilação, temperatura e umidade: A ventilação pode ser obtida por meio de aberturas na parede que permitam circulação natural do ar,
com área equivalente a 10% a 15% do setor. A ventilação adequada assegura conforto térmico para os funcionários, além de renovação de ar e
amenizar a temperatura. A instalação de equipamentos para esses fins (circuladores, exaustores, coifas) também são recomendados. A
inexistência desse conforto pode ocasionar mal-estar, dores de cabeça, prostração, tonturas e desmaios, comprometendo a produtividade e
qualidade do trabalho.
Para evitar a contaminação, a direção do fluxo de ar nas áreas de preparo dos alimentos deve ser direcionada da área limpa para a área suja
(SANT’ANA, 2012).
Umidade relativa do ar com valores menores de 30% podem ocasionar risco à saúde devido à secura do ar, causando desidratação das
mucosas dos olhos, resseca as vias respiratórias e aumenta a predisposição para resfriados.
De acordo com a NR-17 (Condições de conforto e segurança no ambiente de trabalho), a temperatura deve estar entre 20º e 23ºC, sendo
tolerável até 26,7ºC e a umidade entre 40% e 45%.
- Sonorização: o ruído é considerado uma das causas de doenças psicológicas, ocasionando elevação da pressão sanguínea, perda da acuidade
auditiva, neurose, etc. Ruídos entre 70 a 80 decibéis já prejudicam a saúde. Assim, a recomendação é para que o nível de ruídos nos setores de
trabalhos de uma UAN não ultrapasse 70dB, e o nível médio seja mantido entre 45 dB a 55 dB. (SANT’ANA, 2012).
Devido à quantidade de máquinas, sistema de exaustão, manipulação de utensílios, ressonância na superfície metálica, entre outros, as
cozinhas de UAN são normalmente, barulhentas, como por exemplo, no momento de higienização de panelas e louças. Matos e Proença
(2003) encontraram em uma UAN que fornecia 1550 almoços/dia, picos de ruído elevados na área de cocção e higienização de panelas (> 85
decibéis).
No planejamento são necessários cuidados para se evitar esses problemas, destacando-se:
- As paredes, quando paralelas, não devem ficar a mais de 17 m de distância a fim de evitar o eco, produzido com mais facilidade a partir desta
distância;
- Evitar projetos de UAN com formas circulares ou côncavas, por concentrarem e conduzirem o som. Do mesmo modo, devem ser evitadas
formas triangulares, com equipamentos distribuídos nos vértices do triângulo;
- Não instalar equipamentos nos cantos ou junto às paredes, a fim de evitar reflexão do som;
- Empregar materiais acústicos e isolantes para o teto e as paredes;
- Aplicar material isolante nas bancadas de inox, antes de sua fixação no concreto;
- Dar preferência a equipamentos silenciosos e carros que se movam sob rodízios de borracha;
- Instalar sistema de som com música ambiente, que ajuda a diminuir os ruídos provocados pelos equipamentos e trabalhadores;
- Promover cursos de treinamento para os funcionários, objetivando a identificação do ruído como causa social de doenças, no trabalho.
Cor: A escolha das cores no ambiente de trabalho está diretamente relacionada ao seu índice de reflexão (a quantidade de luz que volta ao
meio ambiente, após incidir numa superfície). As cores têm o poder de absorver luz em maior ou menor intensidade, daí sua importância no
ambiente de trabalho. As cores utilizadas no teto e no alto das paredes (acima de altura dos olhos) devem ter um percentual de reflexão acima
de 80% (branca). Para as paredes, abaixo da altura dos olhos, o índice de reflexão deve estar 50 e 75%, para os pisos, as cores recomendadas
devem corresponder a um índice de reflexão de 35 a 40%. Vale lembrar que a legislação sanitária estadual (CVS-5/2013) e municipal (Portaria
2619/2011 SMS-G) exigem cores claras para paredes, teto e piso.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6) do Ministério do Trabalho, todas as empresas são obrigadas a fornecer aos
empregados, gratuitamente, equipamentos de proteção individual (EPI) adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento.
Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Equipamentos de proteção
coletiva (EPC), por sua vez, são destinados à proteção de grupos de pessoas (sistema de ventilação, proteção de partes móveis de
equipamentos, corrimão, piso antiderrapante, extintores de incêndio, entre outros) e deve ser usado prioritariamente ao uso do EPI.
Os principais EPIs que devem ser utilizados no restaurante pelos funcionários são:
Avental antichama e luvas térmicas utilizadas para grelhar, fritar ou assar.
Botas de PVC, luvas de PVC forradas, de 52 cm, aventais de PVC para realizar trabalhos com água.
Luvas de malha de aço (corte de carnes) ou polipropileno e fios de aço (corte de vegetais) para se trabalhar com facas.
Luvas de PVC para proteger as mãos de produtos químicos.
Luvas térmicas para frios ou quentes.
Mangotes antitérmicos para proteger os braços usados para grelhar ou fritar.
Mascaras para proteger de poeira ou cheiro de produtos químicos de limpeza.
Óculos de segurança para se trabalhar com produtos químicos de limpeza, ou serviços em que o trabalhador tenha de olhar para cima
(lavar coifas e azulejos), ou que lancem fragmentos.
Protetores auriculares em locais onde o ruído é intenso (área de higienização de louças com máquina de lavar pratos).
Sapatos antiderrapantes.
Cabe lembrar que os funcionários devem ser orientados quanto ao uso correto do EPI e os cuidados com sua conservação e limpeza.
O PAT foi instituído em 1976 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com o objetivo de estimular as empresas a fornecerem refeições a seus
funcionários visando melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores com repercussões positivas na qualidade de vida, redução de
acidentes de trabalho e o aumento da produtividade. O PAT prioriza o atendimento aos trabalhadores de baixa renda em uma parceria entre
Governo Federal, empresa e trabalhadores.
Segundo estatísticas desse Órgão, em 2015, cerca de 19,5 milhões de trabalhadores foram beneficiados pelo programa em mais de 223 mil
empresas filiadas em todo o Brasil. Ao todo, ainda segundo informações do Órgão, haviam em 2015 cerca de 22.000 nutricionistas atuando
como Responsáveis Técnicos nestas empresas. [http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-01/programa-de-alimentacao-do-
trabalhador-beneficiou-195-milhoes-em-2005. Acesso em10.01.2017]
A adesão ao PAT é voluntária e o governo federal oferece à empresa dedução de encargos sociais (INSS, FGTS ou outros) sobre o valor da
alimentação fornecida e dedução de até 4% no imposto de renda devido. O empregado contribui com 20% do custo direto da refeição. Além
disso, o fornecimento de refeição ao trabalhador gera à empresa aumento de produtividade, aumento na satisfação com o trabalho, redução
de atrasos e faltas e maior integração entre trabalhadores e empresa.
Para o trabalhador, é importante destacar que uma refeição equilibrada contribui para a melhoria de suas condições nutricionais, aumento da
capacidade física, maior resistência às doenças e redução de riscos de acidentes de trabalho.
As empresas filiadas ao PAT (autogestão ou concessionária) devem obrigatoriamente possuir um responsável técnico legalmente habilitado em
Nutrição, que é unicamente o nutricionista.
Em concordância com as recomendações da OMS/2003, a Portaria Interministerial nº 66 de 25/08/2006 do Ministério do Trabalho e Emprego,
estabelece os parâmetros nutricionais do PAT, sendo:
I - As refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de seiscentas a oitocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por
cento em relação ao Valor Energético Total –VET de duas mil calorias por dia (400kcal) e deverão corresponder a faixa de 30- 40% (trinta a
quarenta por cento) do VET diário;
II - as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de trezentas a quatrocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por
cento em relação ao Valor Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 15 - 20 % (quinze a vinte por cento)
do VET diário;
III - as refeições principais e menores deverão seguir a distribuição de macronutrientes, fibra e sódio conforme quadro abaixo, e
IV - o percentual proteico - calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por cento) e no máximo 10 % (dez por cento).
Além disso:
O cálculo do VET poderá ser alterado, em cumprimento às exigências laborais, em benefício da saúde do trabalhador, desde que
baseado em estudos de diagnóstico nutricional.
Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive mediante a disponibilização, em local visível
ao público, de sugestão de cardápio saudável aos seus trabalhadores.
As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição,
devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada
avaliação nutricional periódica destes trabalhadores.
Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras, nas refeições principais
(almoço, jantar e ceia) e pelo menos uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche).
As empresas fornecedoras e prestadoras de serviços de alimentação coletiva do PAT, bem como as pessoas jurídicas beneficiárias na
modalidade autogestão deverão possuir responsável técnico pela execução do programa. O responsável técnico do PAT é o profissional
legalmente habilitado em Nutrição, que tem por compromisso a correta execução das atividades nutricionais do programa, visando à
promoção da alimentação saudável ao trabalhador.
Para alcançar a quantidade de calorias e demais nutrientes em cada refeição, é necessário definir as porções representativas de todos os
grupos alimentares que fazem parte do hábito alimentar garantindo a qualidade nutricional das refeições.
EXERCICIOS
1) Em relação à ergonomia, pode-se afirmar que: “O planejamento de cardápio deve levar em consideração as condições físico-estruturais, de
equipamentos e número de funcionários existentes na UAN”.
POR QUE
A frequência de determinadas preparações exige um grande número de trabalhadores para operacionalizá-las, muitas vezes em posturas
inadequadas e executando tarefas monótonas e repetitivas. Técnicas de preparo diferentes auxiliam a alternar equipamentos utilizados e as
posturas a serem adotadas pelos funcionários ao executar as atividades e, com isso, diminuir a monotonia e melhorar o ritmo de trabalho.
A) As duas asserções são corretas e a segunda é justificativa da primeira.
B) As duas asserções são corretas, mas a segunda não é justificativa da primeira.
C) As duas asserções são corretas, mas não existe relação entre elas.
D) A primeira asserção é correta e a segunda é incorreta.
E) As duas asserções são incorretas.
4) Em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), um dos auxiliares de cozinha sofreu um grave corte na mão ao subdividir a carne, sem
as luvas de malha de aço. O gerente da UAN justificou que o dono da empresa não providenciou o equipamento de proteção individual (EPI),
adequado, porque o funcionário não concordou com o desconto das parcelas referentes ao fornecimento do uniforme completo e houve
investimentos em equipamentos de proteção coletiva (EPC). Nesse caso,
A) a empresa não está infringindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), art. 166, nem a Norma Regulamentadora 6 (NR 6), ao não
fornecer gratuitamente os EPI, uma vez que investiu na aquisição dos EPC, que são de uso mais aconselhável e possuem abrangência maior.
B) a responsabilidade é do trabalhador, mesmo porque a legislação prevê penalidades que vão da advertência à demissão por justa causa, caso
ele se negue a usar corretamente os equipamentos de segurança.
C) a responsabilidade é do empregador porque, pela legislação, ele deve adquirir o EPI adequado à atividade do empregado, aprovado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego e com Certificado de Aprovação – CA, fornecer gratuitamente o EPI, orientar o empregado e tornar seu uso
obrigatório. Todo EPI deve ser substituído, imediatamente, quando danificado ou extraviado.
D) a ocorrência de um acidente com lesões corporais (cortes) configura uma fatalidade, vez que o trabalhador não é obrigado a adquirir o
próprio EPI e a empresa fez opção pelo uso do EPC.
5) Com relação atitudes seguras quanto à prevenção de acidentes em UAN, coloque (C) para a atitude correta ou (I) para a atitude incorreta do
funcionário:
( ) Joaquim, o açougueiro, estava fatiando os bifes com luva de malha de aço.
( ) Ao lavar a louça, Maria sempre coloca o avental de PVC e luvas nitrílicas.
( ) Mario, auxiliar de bar, estava guardando as bebidas nas prateleiras superiores, apoiando-se sobre uma banqueta de bar.
( ) Ana Maria correu da cozinha até o refeitório da diretoria para não atrasar na reposição das saladas.
( ) Tereza abre as latas de sobremesa com a ponta da faca.
( ) Alex foi repor a sopa do balcão de distribuição e no caminho passava e avisava: “olha o quente, gente!!!!”
( ) Lucia acabou de cortar seus legumes e dispensou sua faca colocando-a em uma panela com resíduos de molho de tomate e cheia de água
com detergente, para ser lavada posteriormente pelo lavador de panelas.