Joaquim Dolz Roxane Gagnon Fabrício Decândio: M Afficfldo® Àfij A
Joaquim Dolz Roxane Gagnon Fabrício Decândio: M Afficfldo® Àfij A
Joaquim Dolz Roxane Gagnon Fabrício Decândio: M Afficfldo® Àfij A
Roxane Gagnon
Fabrício Decândio
Mi AffiCflDO®
àfij a LfTPflS
Orientado explicitamente para a
análise de produções escritas, este
livro propõe uma metodologia que
permite depreender as capacidades e
as dificuldades dos alunos, autores
dos textos; mostra como partir de suas
capacidades e de seus erros para
organizar o ensino, salientando os
principais obstáculos a serem
ultrapassados em função dos
diferentes componentes dos textos
trabalhados. Desse modo, procura, da
melhor forma possível, adaptar o
ensino aos aprendizes da escrita. O
livro é particularmente adequado para
acompanhar as atividades sobre as
sequências didáticas do Programa
Olimpíada de Língua Portuguesa
Escrevendo o Futuro, conforme vem
sendo realizada no Brasil.
Produção escrita e
dificuldades de
aprendizagem
JOAQUIM DOLZ
ROXANE CAGNON
FABRfCIO DECÂNDIO
Adaptação
Tradução
Produção escrita e
dificuldades de
aprendizagem
AfPCflDO
» LtTPflS
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Dolz, Joaquim
Produção escrita e dificuldades de aprendizagem / Joaquim Dolz, Roxane
Gagnon, Fabrfcio Decándio ; adaptação Joaquim Dolz e Fabrfcio Decândio ;
Bibliografia.
ISBN 978-85-7591-132-7
Título.
10-04809________________________________________________ CDD-370,1523
índice para catálogo sistemático:
Campinas SP Brasil
www.mercado-de-letras.com.br
[email protected]
11 reimpressão
AGOSTO/2011
PREFÁCIO.................................................................................... 9
CAPÍTULO I
capítulo n
OBSTÁCULOS, DIFICULDADES E ERROS DE ESCRITA .... 31
1. A importância do erro
2. As fontes das dificuldades
3.0 valor didático dos erros de escrita
4. Erros a serem identificados e hierarquizados
*
CAPÍTULO III
O PROCEDIMENTO DE ANÁLISE............................................... 51
1. Levar em conta os objetivos prioritários
2. Reconstrução da consigna
3. Identificar os erros com a ajuda de grades de avaliação
capítulo v
OS DISPOSITIVOS DE ENSINO..................................................... 61
1. A revisão do texto e sua reescrita
2. As atividades escolares, dispositivos e sequências didáticas
CAPÍTULO vi
OS TEXTOS NARRATIVOS........................................................... 67
1. Análise de dois textos
2. A situação de produção e a consigna escrita
3. A reconstrução do gênero a partir dos índices textuais
4. O texto de Felipe
5.0 texto de Vera
6. As pistas de trabalho prioritárias
CAPÍTULO VII
OS TEXTOS ARGUMENTATIVOS.................................................. 83
1. Análise da produção textual de Lucas: o gênero carta oficial
e seu contexto de produção
2. A reconstrução do gênero a partir dos índices textuais e da
situação de comunicação
3. As principais dificuldades de Lucas
4. As pistas de trabalho prioritárias
À GUISA DE CONCLUSÃO........................................................ 99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................101
PREFÁCIO
11
produção escrita e dificuldades de aprendizagem
CAPÍTULO I
ENSINAR A PRODUÇÃO ESCRITA
14
editora mercado de letras
capacidades iniciais dos aprendizes (Bronckart e Dolz 2002;
Dolz, Noveraz e Schneuwly 2001) e à avaliação formativa
(Groupe Eva 1991; Mas, Garcia-Debanc, Romian, Seguy, Tau-
veron e Turco 1991). Em relação aos alunos, quais são os
conhecimentos que eles têm sobre o texto a ser produzido e
quais são as capacidades que dominam? Em relação às
atividades de escrita, quais são as lacunas, dificuldades e
obstáculos potenciais? A resposta a essas questões permite
que nos centremos sobre as aprendizagens que merecem ser
abordadas e nos problemas de escrita a serem solucionados.
Graças a essa avaliação? podemos determinar quais as ativi
dades escolares e as sequências de ensino que deverão ser
realizadas^
Portanto, a análise das capacidades linguageiras dos
aprendizes e a identificação de seus problemas de escrita são gr
condições para se adaptar o ensino a suas necessidades. A
elas se acrescenta a análise dás dimensões da escrita è dos
componentes do texto a serem produzidos. A partir disso
construímos dois indicadores para detectar às possíveis difi
culdades dos aprendizes.
Instrumento de importância central na construção do
pensamento (Fayol 1991), a escrita mobiliza múltiplos com
ponentes cognitivos., É pôr isso quê ela pode ser considerada”
como uma atividade mental. Para escrever, o aprendiz precisa
de conhecimentos sobre os conteúdos temáticos a abordar,
mas também de conhecimentos sobre a língua e sobre as -
convenções sociais que caracterizam o uso dos textos a serem X?
redigidos. Essa atividade implica um distanciamento reflexi
vo para se regular os próprios processos de escrita. Portanto,
a prática da escrita exige atividades de reflexão e de objetivação
da linguagem e do sistema linguístico. Essas atividades meta-1
linguageiras (Jaffré 1998; David 2007) regulam os processos
próprios da escrita e visam a seu controle consciente e à apren
dizagem da revisão. É por meio delas que a articulação entre
estruturação e expressão pode ser feita. /
2. Transversalidade da escrita
20 editora
sobre a atividade de escrita desempenham um papel na
busca de informações e na compreensão dessas informa
ções. Selecionar as informações, hierarquizá-las, indicaras
relações a serem estabelecidas entre elas e inferir elemen
tos não explícitos são capacidades cognitivas que a ativi
dade de escrita exige. Nesses processos, pode acontecer de
as representações e os conhecimentos do aluno entrarem em
conflito com os saberes relacionados ao tema a ser desenvol
vido, aos saberes exigidos e instituídos pela escola. A resti
tuição das informações no momento da escrita implica
memorizar e integrar novos elementos, construir sentido e
generalizar. A imaginação e a invenção juntam-se às capa
cidades cognitivas necessárias à produção textual. Além do
sistema cognitivo, o processo dê escrita mobiliza o sistema
afetivo. Um aluno pode ter atitudes variáveis em relação à
escrita e sua motivação pode determinar seu engajamento
com ela. Um certo número de bloqueios dos aprendizes
relaciona-se à imagem de si que é transmitida pela escrita.
Se ela pode tomar-se um modo de expressão de si e de
liberação do eu, os aspectos motivacionais são, às vezes,
uma fonte de embaraço para os escritores iniciantes e pouco
experientes.
É o gesto gráfico que solicita o sistema sensório-motor
em diversos níveis: a coordenação óculo-manual, a grafomo-
tricidade, o alinhamento de palavras e a organização da
página. Embora esses aspectos sejam automatismos para o
escritor expert, eles têm muita importância nas primeiras
etapas de descoberta do sistema gráfico. Os variados supor
tes, as ferramentas de escrita, a força da mão, a precisão do
gesto, a valorização do traço escrito, a educação do olho, o
trabalho Sobre a representação dos itinerários gráficos são
aspectos a serem considerados nas primeiras aprendizagens
gráficas. O domínio da técnica de escrita é facilitado pela
observação e pela realização de gestos elementares que
contribuem para fixar, pouco a pouco, as regularidades da
escrita.
.MaHac dn sinrAnriizaaem 21
Enquanto fenômeno social, o estatuto do escrito va
ria conforme as esferas da vida pública. Do ponto de vista
interacional, os tipos de discurso (publicitário, jornalístico,
político, científico, religioso, escolar etc.) são marcados
pelas instituições em que se realizam. Assim, o lugar socíalj
em que se produz um texto é um fator importante a serl
considerado para se compreender a natureza das interaçõ-
es a que ele dá suporte. Além disso, o lugar social permite
compreender as normas e os valores associados ao texto è
constitutivos das diversas comunidades discursivas
(Bronckart, Bain, Schneuwly, Davaud e Pasquier 1985,J
Bronckart 1996). Enfim, a noção de lugar social nos leva a
considerar os parâmetros das situações de interação que
servem para analisar a produção textual. Entre esses parâ
metros, vale destacar os seguintes:
I. A importância do erro
mos:
• a coerência do conjunto, a progressão temática,-a-
organização;
• a segmentação e a conexão entre as partes do
texto;
• a gestão do paratexto (títulos, subtítulos, esque
mas, figuras etc.);
• a coesão verbal, os usos dos tempos verbais;
• a coesão nominal, o uso dos mecanismos de reto
mada anafórica;
• utilização dessas unidades linguísticas.
noticia
reportagem
crônica social
crônica esportiva
Histórico
relato histórico
ensaio ou perfil biográfico
biografia
2. Reconstrução da consigna
4. Planificação
- Partes do texto
- Articulação entre as partes
*- Pertinência em relação ao plano
convencional do gênero
5. Textuallzação
- Conexão/segmentação: Organizadores
textuais e sinais de pontuação
- Posicionamentos enunciativos
(dêiticos pessoais, modalizações)
- Coesão nominal (retomadas anafóricas)
- Coesão verbal (em prego dos tempos verba is)
- Fórmulas expressivas de acordo com 0 gênero
&3
1. Escrita indiferenciada
2. Escrita diferenciada
2.1 0 aluno utiliza letras em relação ao objeto representado
3. Escrita silábica
3.1. 0 aluno utiliza uma letra para cada sílaba, sem relação com
seu valor sonoro real
3.2. 0 aluno utiliza uma letra para cada sílaba, em relação com seu
valor sonoro
4. Escrita fonética
5. Escrita alfabética
Organização do conteúdo
levando em conta leis do
gênero textual: Esquema
actandal e narrativo (que
responde a algumas dessas
questões: Quando, quem,
quais relações, como, onde,
o que, qual momento, quais
peripécias, qual resolução,
qual fim?).
Organização do conteúdo
levando em conta consignas
e o contexto de produção
Organização do todo em
parágrafos significativos
4. O texto de Felipe
A6ÔRA UÍCRCVh UM
Oô VJU*
po Sítio
OAlArÇo DO pEpRWHO'
0 E of-ELlPE C-ORAf/ PACEAp
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SCtrOE IflRO O ÇAKl E FÓhfteczb
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FeLlfG FORAM P/ISSeflR,
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\ MATA , eMCONTjQ/IRAA'1
aiaRizimho e A .
emTlia , voltaram para
o srriO , viram o saci
e r>aa
enuueAR..
( uC&*w
Era uma vez que tinha uma menina que jantava Magali ela foi peca no rio que
E ela esta pescando e o anzol trem e ela puxou avara e saiu um peixe grande
ela pegou o peixe e foi tira uma foto com ele e falou para o home;
- Home voce fais um favor o que voe quer menina eu quero tira uma foto com
o meu pexe que eu pesque coto que paga? Paga 50 setavo tão toma o diero.
Mais a foto sai escuro e ela leva o peixe para a mãe dela fritar. Qando foi come
ela esqueseu a iscama que intalou na boca e a mãe dela salvou ela ela qasi qui
si afogou. Ela não podi come peixe com iscama que é pirigozo.
• desenvolvimento da história
• ortografia
• conjugação verbal
84
editora mercado de letras
de cada escritor (atenciosamente; cordiais saudações;
com elevada consideração; muito (a) agradecido (a) etc.).
g) Assinatura e nome do enunciador (de quem escreve
a carta).
Sinhor prefeito
Nos queremu que Você merole as situasão de mininos e meninas esta com
defisiente físico nas Ruas ele entra na igreja e tei escada eles não entra não tei
nigei para por eles Ia dentro e nei uma jite que eles e elas não coiese ela e ele
e também não ce coiesem ele e ela porque eles e elas e defisiente e eles não e
defisiente eles não pode joga Bola e nei andar de Bicicrete e nei di patis e também
não pode pasia nas Ruas dos colega nei estudar Praque ele não da comta de
escrever e nei ler oque ele vai fazer na escola so llarcha e brimcar na escola Dese
Planificação:
U
-Apresentação do autor da carta e seu papel social (quem fala em
ç
nome de quem?
À
- Contextualização do pedido
O
- Argumentos que justificam o pedido
- Organização dos argumentos (ordem) no corpo da carta
D
Textualização:
- Presença de organizadores logico-argumentativos (porque etc.) A
> 'O
Dimensões transversais: E
O
u Maiuscula inicial
V
Ponto final (exclamação, interrogação e reticências)
Reunião de frases em parágrafos
Acentuação de palavras:
Regras gerais relacionadas à tonicidade
ABCBEE F
GH í J KL^ Maiúscula inidal
N«PWRST
UVwXYZ>
• Bloco 3: ortografia
Mininos
Tei
Nigei
Nei
Jite
Coiese
Bicicrete
Patis
Pasia
Comta
Llarcha
Brimcar
Podi
Pasar
Di
Obrigada
Aterder
Pidido
Impressão e Acabamento:
viena'
grâfica&
editora
Joaquim Dolz - Professor em Didática de Línguas na \
Universidade de Genebra, pesquisador sobre o ensino da
produção oral e escrita, é um dos pioneiros do ensino em
sequências didáticas. Depois de ter trabalhado diversos anos como
formador de professores e como colaborador cientifico no
Departamento de Instrução Pública do Cantão de Genebra (Suíça),
realiza pesquisas sobre o ensino das línguas e a formação dos
professores, como um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa e
Análise do Francês Ensinado (GRAFE) e do Grupo de Pesquisa
sobre a Formação dos Professores em Didática das Línguas
(FORENDIF). Autor de diversos livros e numerosos artigos
científicos, publicou em colaboração com Bernard Schneuwly o
livro Gêneros orais e escritos na escola (Mercado de Letras 2003)
e, em colaboração com Edmée Ollagnier, O enigma da
competência na educação, ambos em língua portuguesa.
dinhor prefeito
Nos querejiw que Você merole as situasõo de mininos e meninas esta com
defisiente fisico nas Ruas ele entra na igreja e tei escada eles nõo entra nõo
tei nigei para por eles Ia dentro e nei uma jite que eles e elas nõo coíese ela
e ele e também nõo ce coiesem ele e ela porque eles e elas e defisiente e
eles nõo e defisiente eles nõo pode joga fbla e nei andar de Picicrete e nei
di patis e lambem nõo pode pasia nas Ruas dos colega nei estudar Fraque ele
não da comta de escrever e nei ler oqUe ele vai fazer na escola so llarcha e