Caracterização Histopatológica Da Leishmaniose Visceral Canina No Distrito Federal
Caracterização Histopatológica Da Leishmaniose Visceral Canina No Distrito Federal
Caracterização Histopatológica Da Leishmaniose Visceral Canina No Distrito Federal
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
__________________________________________________________________
CARACTERIZAÇÃO HISTOPATOLÓGICA DA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO DISTRITO
FEDERAL
BRASÍLIA-DF
FEVEREIRO/ 2011
__________________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
__________________________________________________________________
CARACTERIZAÇÃO HISTOPATOLÓGICA DA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO DISTRITO
FEDERAL
PUBLICAÇÃO: 037/11
BRASÍLIA-DF
FEVEREIRO/ 2011
ii
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E CATALOGAÇÃO
FICHA CATALOGRÁFICA
iii
__________________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
__________________________________________________________________
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus por me dar forças para alcançar mais
esta conquista.
Aos meus pais, Sergio e Doris, por todo carinho, apoio e confiança.
Especialmente minha mãe por ter dedicado sua vida em educar suas filhas e hoje
pelo amor incondicional demonstrado aos netos. Obrigada mãe por cuidar dos meus
filhos como se fossem as jóias mais preciosas desse mundo. Por abdicar de fazer
todas as suas obrigações cuidando dessas crianças, por se mostrar sempre
disponível. Por entender o meu desespero em terminar a dissertação, sem ter outra
pessoa para auxiliar com os pequeninos.
Aos meus filhos, Sarah e Isaac, grande razão da minha vida. Por tornarem
meus dias mais felizes. Por me presentear com cada sorriso, abraço, cada gesto de
amor, irei amá-los sempre. Peço desculpas por ter sido ausente durante esses
últimos meses. Tudo isso, porque quero ser um dia motivo de orgulho para vocês.
Ao meu esposo Raul, por toda paciência. Por ter me ajudado com as
porcentagens deste trabalho, mesmo com a rotina pesada do dia a dia. Por ter
suportado minha ausência, até mesmo nas madrugadas durante todo este tempo. A
minha irmã, Roberta Viviane por todo apoio, incentivo e por saber esperar.
A eterna amiga Fabiana Elias, por acreditar em mim. Por ter me ensinado
tanto. Por ter sido orientadora de graduação, de residência e agora de vida. Por
estar sempre disposta a ajudar.
vi
SUMÁRIO
RESUMO xiii
ABSTRACT xiv
CAPÍTULO I 1
Introdução 1
Referencial teórico 3
Objetivos 8
Geral 8
Específico 8
Referências 09
CAPÍTULO II 15
1. Introdução 15
2. Materiais e métodos 17
2.1 Animais 17
2.2 Colheita de material e procedimento histopatológico 17
2.3 Avaliação histopatológica 18
2.3.1 Linfonodo 18
2.3.2 Fígado 19
2.3.3 Baço 19
2.3.4 Pele 19
2.3.5 Rim 19
2.3.6 Olho 19
2.3.7 Pulmão 19
2.3.8 Intestino 20
2.3.9 Estômago 20
2.3.10 Tecido Nervoso 20
2.4 Análise estatística 20
3. Resultados 21
3.1 Alterações histológicas nos Linfonodos 22
vii
3.2 Alterações histológicas no fígado 28
3.3 Alterações histológicas no baço 33
3.4 Alterações histológicas na pele 36
3.5 Alterações histológicas no rim 41
3.6 Alterações histológicas no olho 44
3.7 Alterações histológicas no pulmão 19
3.8 Alterações histológicas no intestino 53
3.9 Alterações histológicas no estômago 55
3.10 Alterações histológicas no tecido nervoso 57
4. Discussão 60
5. Conclusão 82
6. Referências 83
viii
LISTA DE TABELAS
ix
TABELA 8: Resultados da avaliação histopatológica do pulmão de 59 51
cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados
com Leishmaniose Visceral Canina (Brasília, 2010).
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 10: Histiocitose no baço de um cão com LVC (HE – Brasília, 2010). 35
xi
FIGURA 14: Glomerulonefrite membranoproliferativa em um cão com 43
Leishmaniose Visceral Canina (Brasília, 2010) A. Proliferação e
aumento da celularidade mesangial; espessamento da parede
capilar glomerular com diminuição de sua luz (seta). Coloração
HE. B. Espessamento e duplicação da membrana basal dos
capilares glomerulares (seta). Coloração PAMS.
xii
RESUMO
xiii
ABSTRACT
xiv
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1
urbanas de médio e grande porte, sendo também conhecida por calazar, barriga
d’água, entre outras denominações menos conhecidas (BRASIL, 2003).
Apesar da LVC ser uma doença sistêmica severa existem poucos estudos
descrevendo padrões histológicos detalhados de distintos órgãos afetados pelo
parasito (GIUNCHETTI et al., 2007).
2
REFERENCIAL TEÓRICO
3
Esses locais estão próximos a resquícios da Mata Atlântica e em algumas
residências foram observadas criações de animais de produção. Estas
características tem sido especuladas como possíveis fatores de risco para a
ocorrência de LV no Nordeste brasileiro (SANTOS et al., 2010).
Os testes sorológicos devem ser interpretados com cautela, uma vez que não
são 100% sensíveis (IKEDA-GARCIA & FEITOSA, 2006). A detecção de anticorpos
anti-leishmania circulantes utilizando técnicas sorológicas constitui instrumento
importante no diagnóstico da leishmaniose visceral canina (BRASIL, 2006). Os
métodos sorológicos para detecção de anticorpos circulantes anti-leishmania são,
entre outros, a imunofluorescência indireta (RIFI), o teste de ELISA (Enzyme Linked
Immunosorbent Assay), com diferentes modificações tais como Dot-ELISA, FML-
ELISA, Fast-ELISA, BSM-ELISA, Slide-ELISA) a fixação de complemento (FC), a
aglutinação direta, hemaglutinação indireta e imunoeletroforese (KARGIN KIRAL et
6
al., 2004). Essas técnicas apresentam alta sensibilidade e especificidade, mas nem
sempre um resultado positivo pode ser conclusivo de doença ativa, da mesma forma
que cães infectados podem ser soronegativos (SILVA et al., 2006). Várias doenças
infecciosas como tripanossomíase, erlichiose, babesiose, dirofilariose e borreliose
podem interferir na análise, demonstrando resultados falso-positivos em cães
(LUVIZOTTO, 2007). Resultados de estudos realizados por Dantas-Torres (2006)
mostraram que 83,3% dos cães com co-infecção (erlichiose e babesiose)
apresentaram soropositividade ao teste para leishmaniose. Esses resultados
sugerem a necessidade de mais de um método diagnóstico quando a pesquisa da
LVC em áreas onde existe a ocorrência também de erlichiose e babesioses canina.
GERAL
Caracterizar as alterações histopatológicas provocadas pela Leishmaniose
Visceral Canina (LVC) em diferentes órgãos.
ESPECÍFICO
Determinar as principais manifestações clínicas e alterações
macroscópicas em cães com LVC no Distrito Federal.
Determinar as principais características histopatológicas nos linfonodos
(pré-escapulares, axilares e poplíteos), fígado, baço, rim, pele, olho,
pulmão, intestino, estômago e tecido nervoso de animais
diagnosticados com LV.
Avaliar semi-quantitativamente a forma de distribuição, tipo de infiltrado
nos diferentes órgãos e presença das amastigotas nos tecidos.
Comparar as diferenças entre os animais sintomáticos de cães
assintomáticos.
8
REFERÊNCIAS
BARRETO, A. Debate sobre leishmaniose. Clínica Veterinária. Ano XI, n. 64, p. 28-
30, 2006.
9
BRASIL. Ministério Da Saúde. Manual de vigilância e controle da Leishmaniose
Visceral. Editora MS : Brasília –DF, 122p, 2006.
10
DANTAS-TORRES, F. leishmaniose felina: revisão de literatura. Clínica Veterinária.
Ano XI, n. 61, p. 32-40, 2006.
FREHSE, M. S.; GRECA JUNIOR, H.; ULLMANN, S.; CAMOSSI, L. G.; MACHADO,
J. G.; LANGONI, H.; BIONDO, A. W.; MOLENTO, M. B. Surveillance of canine
visceral leishmaniasis in a disease-free área. Revista Brasileira Parasitologia
Veterinária. v. 19, n. 1, p. 64-66, 2010.
11
IKEDA-GARCIA, F. A.; FEITOSA, M. M. Métodos de Diagnóstico da Leishmaniose
Visceral Canina. Clínica Veterinária. ano XI, n. 62, p. 32-38, 2006.
MONTEIRO, E. M.; SILVA, J. C. F.; COSTA, R. T.; COSTA, D. C.; BARATA, R. A.;
DE PAULA, E. V.; LINS, G. L.; ROCHA, M. F.; FOSTES DIAS, C. L.; DIAS, E.
S.Leishmaniose Visceral: Estudo de Flebotomíneos e Infecções Canina em Montes
Claros, Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Uberaba, v. 38, n.2, p. 147-152, 2005.
12
NOGUEIRA J. L.; SILVA, M. V. M.; PASSOS, C. C.; AMBRÓSIO, C. E. A
Importância Da Leishmaniose Visceral Canina Para A Saúde Pública: Uma Zoonose
Reemergente Revista Científica Eletrônica De Medicina Veterinária Ano VII, n 13,
p.12, 2009.
SILVA, E. S.; VAN DER MEIDE, W. F.; SCHOONE, G. J.; CONTIJO, C. M.F.;
SCHALLIG, H. D.; BRAZIL, R. P. Diagnosis of canine leishmaniasis in the endemic
area of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil by parasite, antibody and DNA detection
assays. Veterinary Research Communications. n. 30, p. 637-643, 2006.
13
SOUZA, G. D.; SANTOS, E.;DILERMANDO, J. F. A. The first report of the principal
vector of visceral leishmaniasis in Latin America, Lutzomyia longipalpis (Lutz &
Neiva) (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) in the State of Rio Grande do Sul,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. v.104, n.8, p. 1181-1182, 2009.
14
CAPÍTULO II
1. INTRODUÇÃO
Os ciclos urbanos tem sido responsáveis pela expansão nos estados das
regiões centro-oeste e sudeste. As principais razões pelos níveis epidêmicos da LVC
nos grandes centros são o estreito convívio entre o homem e os reservatórios. Os
15
abrigos de animais domésticos próximos às habitações, a ausência de boas
condições de higiene e os capões de mata nativa próxima as moradias são fatores
que favorecem a concentração de flebótomos e de reservatórios mamíferos
próximos ao homem. A devastação de áreas silvestres fez com que os vetores e os
hospedeiros silvestres migrassem para o peridomicílio humano em busca de
alimento (NOGUEIRA et al., 2009).
16
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Animais
17
Realizou-se imuno-histoquímica nos cortes de tecido nervoso que
apresentaram inflamação. Utilizou-se o método peroxidase estreptavidina-biotina
com anticorpo policlonal contra a forma amastigota da Leishmania spp, utilizando o
kit da DAKO-USA. A inibição da peroxidase endógena realizou-se através da
incubação das lâminas em peróxido de hidrogênio a 3%, diluído em metanol,
durante 20 minutos. Os antígenos foram recuperados em tampão citrato, pH 6,0, a
97-99º C, durante 40 minutos. O bloqueio das proteínas inespecíficas foi feito com
soro de cabra diluído 1:10 com solução de PBS. A incubação com anticorpos
primários se deu por 18-20 horas a 4º C. Em seguida, as lâminas foram lavadas em
PBS, incubadas com anticorpo secundário biotinilado (DAKO, USA) por 30 minutos
em temperatura ambiente, lavadas com PBS e incubadas com complexo avidina-
peroxidase (DAKO, USA), durante 30 minutos em temperatura ambiente. A reação
foi revelada com o cromógeno - DAB (DAKO, USA). As lâminas foram contra-
coradas com Hematoxilina de Harris 1:10, em seguida, desidratadas e montadas
com bálsamo neutro. Tecidos de pele de animal positivo na pesquisa parasitológica
foram utilizados como controle positivo. Os cortes foram examinados em
microscópio óptico para pesquisa do complexo antígeno-anticorpo, principalmente
em locais com presença de infiltrado inflamatório de células mononucleares.
19
2.3.8 Intestino: determinação da inflamação quanto à intensidade, tipo de
infiltrado e avaliação da placa de Peyer.
20
3. RESULTADOS
Avaliação histopatológica
21
sugeriram maior intensidade nessa relação, com p < 0,005 conforme demonstrado
na tabela 1.
Órgão Valor de p
Pulmão p = 33,43794
Rim p = 31,71895
Fígado p = 19,21302
Olho p = 15,57692
Baço p = 15,32426
Linfonodo p = 11,02763
Pele p = 5,24237
22
outro tipos de infiltrados agrupados, observou-se que há predominância de infiltrado
HP em animais com inflamação moderada a acentuada (p≤0,05).
Juntamente o infiltrado, em 16 animais sintomáticos foi possível visualizar as
formas amastigotas da Leishmania spp (figura 2), sendo que em cinco (31,25%) a
carga parasitária foi discreta, em oito (50,00%) moderada e em três (18,75%)
acentuada.
23
assintomáticos. Dos sintomáticos, dois (15,38%) apresentaram plasmocitose
discreta, oito (61,54%) moderado e três (23,08%) acentuado. Nos assintomáticos
três (75%) apresentaram plasmocitose discreta e apenas um (25%) acentuada.
Visualizou-se corpúsculo de Russel no interior dos plasmócitos em quatro animais.
24
Tabela 2: Resultados da avaliação histopatológica de linfonodos de 58 cães, sintomáticos e assintomáticos,
naturalmente infectados com Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
+ 12 6 7 3 4 1 1 1 0 1 5 1 8 4 9 4 - - - -
++ 14 8 13 7 1 1 0 0 0 0 8 0 10 3 9 2 - - - -
+++ 9 0 8 0 1 0 0 0 0 0 3 0 4 1 1 1 - - - -
Total 43 15 28 10 6 2 1 1 0 1 43 15 22 8 19 7 - - - -
Medula SM
A. - - - - - - 3 5 - - 15 8 - - - - 9 2 29 9
+ - - - - - - 15 4 - - 17 4 - - - - 15 5 2 1
++ - - - - - - 12 1 - - 5 2 - - - - 11 6 6 2
+++ - - - - - - 13 5 - - 6 1 - - - - 8 2 6 3
Total - - - - - - 43 15 - - 43 15 - - - - 43 15 43 15
CM
A. - - - - - - - - 30 11 - - - - - - - - - -
+ - - - - - - - - 2 3 - - - - - - - - - -
++ - - - - - - - - 8 0 - - - - - - - - - -
+++ - - - - - - - - 3 1 - - - - - - - - - -
Total - - - - - - - - 43 15 - - - - - - - - - -
A: ausente, (+) discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; C / F: Cápsula ou Folículo; SM: Seio Medular; CM: Cordões Medulares; HP: Histioplasmocítico; LP:
Linfoplasmocítico; Ht: Histiocítico; Pl: Plasmocítico; AMG: amastigota; HH: hiperplasia e hipertrofia; HSD: hemossiderina; Edm: edema; S: sintomático; A: assintomático.
25
Figura 1: Infiltrado inflamatório acentuado em cápsula (seta) de linfonodo de um cão
com Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010).
26
Figura 3: Histiocitose sinusal (seta) em linfonodo de um cão com Leishmaniose Visceral
Canina (HE – Brasília, 2010).
28
periportal, um (14,29%) com periportal e granuloma intralobular e um (14,29%)
perivascular.
29
Tabela 3: Resultados da avaliação histopatológica do fígado de 57 cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados
com Leishmaniose Visceral Canina, no Distrito Federal (Brasília, 2010).
Grau AMG
Tipo infiltrado Distribuição infiltrado Diagnóstico
Infiltrado
PP E
HP LP LH Pl Ht Lf PP GIL PV DF SN Dg H Cong
GIL
S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A
3 1 - - - - - - - - - - - - 24 10 - - - - - - - - - - - - 4 0 2 1
Ausente
15 7 6 3 6 3 1 1 0 0 1 0 1 0 11 6 9 5 3 1 1 0 1 1 0 0 1 0 14 10 2 1
+
18 8 12 7 2 1 2 0 2 0 0 0 0 0 3 0 4 2 9 4 0 0 5 2 0 0 0 0 9 6 17 9
++
3 2 1 2 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 2 1 0 0 1 0 0 1 0 0 12 2 18 7
+++
39 18 19 12 9 4 4 1 2 0 1 0 1 0 39 18 13 7 14 6 1 0 7 3 0 1 1 0 39 18 39 18
Total
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; HP – Histioplasmocítico; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; Pl: Plasmocítico; Ht: Histiocítico; Lf: Linfocítico; PP: Periportal; PP e GIL:
Periportal e Granuloma Intralobular; GIL: Granuloma Intralobular; PV: Perivascular; DF: Difuso; SN: Sinusoide; AMG: Amastigota; Dg H: Degeneração Hidrópica; Cong: Congestão; S:
sintomático; A: assintomático.
30
Figura 5: Infiltrado inflamatório periportal (seta) associado com granuloma
intralobular (cabeça de seta) em fígado de um cão com Leishmaniose Visceral
Canina (HE – Brasília, 2010).
31
Figura 7: Formas amastigotas de Leishmania spp (setas) em fígado de um cão com
Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010).
32
3.3 Alterações histológicas no Baço
33
Tabela 4: Resultados da avaliação histopatológica do baço de 57
cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados com
Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
AMG Diagnóstico
HPB Cong HSD
S A S A S A S A
Ausente 28 9 32 9 24 5 4 5
+ 7 5 4 3 6 4 15 4
++ 5 1 4 3 8 6 18 4
+++ 2 0 2 0 4 0 5 2
Total 42 15 42 15 42 15 42 15
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; AMG: Amastigota; HPB: Hiperplasia de polpa
branca; Cong: Congestão; HSD: Hemossiderina; S: sintomático; A: assintomático
34
A B
Figura 9: Periesplenite no baço de um cão com Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010).
(A) visualização da periesplenite (seta) no aumento de 40x. (B) Visualização da periesplenite (seta)
no aumento de 400x.
Figura 10: Histiocitose (setas) no baço de um cão com Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília,
2010).
35
3.4Alterações histológicas na pele
36
Tabela 5: Resultados da avaliação histopatológica da pele de 45 cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente
infectados com Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
+ 5 0 1 0 2 0 0 0 1 0 1 0 5 3 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 1 0
++ 11 4 6 2 2 0 1 1 1 0 1 1 4 0 0 1 2 1 0 0 2 1 7 1 0 0
+++ 10 2 6 1 0 0 0 0 1 0 3 1 6 1 7 0 1 0 1 0 1 0 0 2 0 0
Total 33 12 13 3 4 0 1 1 3 0 5 2 33 12 7 1 6 1 1 0 3 1 8 3 1 0
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; HP – Histioplasmocítico; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; Pl: Plasmocítico; Ht: Histiocítico; DIFUS: Difuso; DS: Derme
Superior; DP: Derme Profunda; PF: Perifolicular; PA: Próximo de anexos; PV: Perivascular; AMG: Amastigota; S: sintomático; A: assintomático
37
.
38
3.5 Alterações histológicas no rim
Alterações glomerulares
39
Figura 13: Frequência das glomerulopatias em 61 cães naturalmente infectados com
leishmaniose visceral – Brasília, 2011.
40
positivo nessas áreas focais de glomeruloesclerose, sugerindo a deposição de
glicocoproteínas. Não foram observadas alterações na membrana basal glomerular
na coloração PAMS.
Glomerulonefrite proliferativa mesangial foi observada em três casos (7,82%).
Destes, um cão (33,34%) pertenciam ao grupo assintomático e dois (66,66%) ao
sintomático. Todos os animais apresentaram proliferação de células mesangiais e
expansão da matriz mesangial sem alterações de parede capilar, distribuídas de
forma difusa por todo o glomérulo e com intensidade discreta. Comumente, o tufo
glomerular preencheu grande parte do espaço de Bowman. A parede dos capilares
glomerulares apresentou-se normal na coloração PAS e PAMS.
Dos 61 casos estudados, em 23 animais (37,7%) não foram encontradas
alterações glomerulares. Oito casos (34,78%) pertenciam ao grupo assintomático e
quinze (65,22%) ao grupo sintomático.
Formas amastigotas da Leishmania foram visualizados em seis (9,83%)
animais sintomáticos, destes quatro (66,66%) apresentaram carga parasitária
discreta, um (16,67%) moderado e um (16,67%) acentuado.
Cistos foram observados em 23 (37,70%) animais, destes 16 (69,56%)
pertenciam ao grupo sintomático sendo 12 (75,00%) discreto e quatro (25,00%)
acentuado. Sete (30,44%) animais pertenciam ao grupo dos assintomáticos, sendo
todos discretos.
Congestão foi visualizada em 51 animais (83,60%), destes 36 (70,58%)
animais pertenciam ao grupo dos sintomáticos e 15 (29,42%) ao assintomáticos.
Dos sintomáticos 10 (27,78%) apresentaram congestão discreta, 22 (61,11%)
moderada e quatro (11,11%) acentuado. No grupo dos assintomáticos sete (46,67%)
apresentaram congestão discreta, cinco (33,33%) moderada e três (20,00%)
acentuado.
41
Tabela 6: Resultados da avaliação histopatológica do rim de 61 cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados com
Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
+ 11 5 0 2 8 2 0 0 3 1 4 2 1 3 2 1 2 1 4 0 20 8 5 5 12 7 10 7
++ 14 6 2 2 8 3 1 0 3 1 10 1 5 0 1 1 0 0 1 0 12 6 11 3 0 0 22 5
+++ 8 1 4 1 1 0 1 0 2 0 2 1 1 0 0 0 0 0 1 0 3 2 5 0 4 0 4 3
Total 43 18 6 5 17 5 2 0 8 2 16 4 7 3 3 2 2 1 43 18 43 18 43 18 43 18 43 18
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; HP – Histioplasmocítico; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; Pl: Plasmocítico; GNMP: Glomerulonefruite; GNMB: Glomerulonefrite
membranosa; GNSF: Glomeruloesclerose Segmentar Focal; GNPM: Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial; AMG: Amastigota; Dg H: Degeneração Hidrópica; CHIT: Cilindro Hialino Intratubular;
Cong: Congestão; S: sintomático; A: assintomático
42
Figura 14: Glomerulonefrite membranoproliferativa em um cão com Leishmaniose
Visceral Canina (Brasília, 2010) A. Proliferação e aumento da celularidade
mesangial; espessamento da parede capilar glomerular com diminuição de sua luz
(seta). Coloração HE. B. Espessamento e duplicação da membrana basal dos
capilares glomerulares (seta). Coloração PAMS.
43
3.6 Alterações histológicas no olho
44
Formas amastigotas da Leishmania (figura 19) foram visualizadas em três
(14,28%) cães dos que apresentaram infiltrado inflamatório, conforme demonstrado
na tabela 7.
45
Tabela 7: Resultados da avaliação histopatológica do olho de 36 cães, sintomáticos e assintomáticos,
naturalmente infectados com Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
+ 6 4 3 0 0 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 3 0 3 2 0 0 0 2
++ 4 2 2 1 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 2 1 1 1 1 0 0 0
+++ 4 1 3 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 3 0 0 1 1 0 0 0
Total 23 13 8 2 0 2 1 0 0 1 3 1 2 1 23 13 8 1 4 4 2 0 0 2
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; HP – Histioplasmocítico; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; Pl: Plasmocítico; Ht: Histiocítico; Lf:
Linfocítico; CB: Conjuntiva Bulbar; PV: perivascular; Co: Córnea; PG: Periglandular; AMG: Amastigota; S: sintomático; A: assintomático
46
Figura 16: Infiltrado inflamatório perivascular (seta) no olho de um cão com
Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010)
Figura 17: Infiltrado inflamatório (seta) na conjuntiva bulbar do olho de um cão com
Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010)
47
Figura 18: Infiltrado inflamatório (seta) em córnea do olho de um
cão com Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010)
49
Congestão foi observada em 58 (98,30%) animais. Destes, 42 (72,42%)
animais sintomáticos e 16 (27,58%) animais assintomáticos. Edema estava presente
em 38 (64,40%) animais. Destes, 27 (71,06%) animais sintomáticos e 11 (28,94%)
animais assintomáticos. Antracose foi visualizada em 30 (50,84%) animais. A
severidade das lesões pode ser visualizada na tabela 8.
50
Tabela 8: Resultados da avaliação histopatológica do pulmão de 59 cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados
com Leishmaniose Visceral Canina (Brasília, 2010).
+ 7 6 0 1 2 1 1 1 3 2 1 0 0 1 0 0 2 1 4 4 0 1 1 0 2 0 9 1 3 0 12 4
++ 11 3 1 1 1 0 3 1 5 1 0 0 0 0 1 0 4 1 5 1 0 0 2 1 1 0 13 5 23 5 11 2
+++ 2 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 5 5 16 11 0 1
Total 43 16 1 2 3 1 5 2 9 3 1 0 0 1 1 0 7 2 10 5 0 1 3 1 43 16 43 16 43 16 43 16
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado;; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; HP: Histioplasmocítico; Ht: Histiocítico; Pl: Plasmocítico; Eo: eosinofílico; Lf: Linfocítico; SEP:
Septo; PV: Perivascular; FC: Focal; PB: Peribronquiolar; AMG: Amastigota; Edm: Edema; Cong: Congestão: Ant: Antracose. S: sintomático; A: assintomático.
51
Figura 20: Infiltrado inflamatório histioplasmocítico perivascular (setas) no
pulmão de um cão com Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010).
52
3.8Alterações histológicas no intestino
53
Tabela 9: Resultados da avaliação histopatológica do intestino
de 61 cães, sintomáticos e assintomáticos, naturalmente
infectados com Leishmaniose Visceral Canina (Brasília, 2010).
+ 19 10 18 7 0 0 0 0 1 1 0 2
++ 9 5 2 1 2 0 0 1 3 3 2 0
+++ 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Total 44 17 20 8 2 0 0 1 5 4 2 2
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; Eo: Eosinófilo; LP: Linfoplasmocítico; LH:
Linfohistiocítico; Ht: Histiocítico; Pl: Plasmocítico; S: sintomático; A: assintomático.
54
3.9 Alterações histológicas no estômago
HP LH Lf Eo MINER
S A S A S A S A S A S A
Ausente 35 11 - - - - - - - - 36 14
+ 3 4 1 1 0 0 2 3 0 0 0 0
++ 3 0 1 0 1 0 0 0 1 0 2 0
+++ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1
Total 41 15 2 1 1 0 2 3 1 0 41 14
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado;; HP: Histioplasmocítico; LH: Linfohistiocítico;
Lf: Linfocítico; Eo: Eosinófilo; MINER: Mineralização; S: sintomático; A: assintomático.
55
Figura 23: Mineralização acentuada (seta) na mucosa gástrica de um cão com
Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010)
56
3.10 Alterações histológicas sistema nervoso central
57
Tabela 11: Regiões do tecido nervoso com infiltrado inflamatório, de cães sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados com
Leishmaniose Visceral Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
Região
CF CP CT CO CI HP TL CL PT OB CB ME
S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A S A
Ausente 31 17 29 13 27 17 27 12 30 16 30 19 32 17 32 15 32 18 33 19 30 14 30 19
+ 4 2 5 4 6 1 8 5 5 2 4 0 3 2 3 3 3 0 2 0 5 5 5 0
++ 0 0 1 2 2 1 0 2 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0
+++ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19 35 19
CF: Córtex Frontal; CP: Córtex Parietal; CT: Córtex Temporal; CO: Córtex Occipital; CI: Cápsula Interna; HP: Hipocampo; TL: Tálamo; CL: Colículo; PT: Ponte; OB: Óbex; CB: Cerebelo; ME:
Medula Espinhal; S: sintomático; A: assintomático.
58
Tabela 12: Resultados da avaliação histopatológica do tecido nervoso de cães
sintomáticos e assintomáticos, naturalmente infectados com Leismaniose Visceral
Canina no Distrito Federal (Brasília, 2010).
+ 6 10 24 9 23 10 15 3 38 26 41 28 12 1
++ 3 2 0 1 1 6 2 0 2 9 4 6 0 3
+++ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 9 12 24 10 24 16 17 3 40 35 45 34 12 4
(+) = discreto; (++) moderado; (+++) acentuado; HP – Histioplasmocítico; LP: Linfoplasmocítico; LH: Linfohistiocítico; FC:
Focal; MF: Multifocal; M: Meninge: PVP: Perivascular no parênquima; S: sintomático; A: assintomático.
Figura 24: Infiltrado inflamatório (seta) perivascular no tecido nervoso de um cão com
Leishmaniose Visceral Canina (HE – Brasília, 2010).
59
4. DISCUSSÃO
62
Apesar do fato da linfadenomegalia generalizada ser uma característica
clínica clássica descrita na LVC o aspecto histológico do linfonodo ainda é pouco
investigado (GIUNCHETTI et al., 2007; LIMA et al., 2004).
Foram encontradas hiperplasia e hipertrofia dos folículos linfoides em
73,08% animais sintomáticos e 26,92% dos animais assintomáticos. Todavia, a
hipertrofia e hiperplasia da zona cortical do linfonodo é a principal característica dos
cães assintomáticos, enquanto atrofia da zona cortical é o achado histopatológico
predominante nos animais sintomáticos (GIUNCHETTI et al., 2007). Atrofia dos
folículos linfoides foi visualizada 73,34% animais sintomáticos e 26,66%
assintomáticos nos cães do DF. De acordo com Giunchetti et al. (2007), depleção de
estruturas foliculares e linfócitos, os quais tem sido substituídos principalmente por
macrófagos, são as principais características histológicas do linfonodo nas zonas
corticais. Segundo Moreira et al. (2010) pode-se visualizar características
histopatológicas similares entre linfonodos de cães com leishmaniose,
independentemente do estágio clínico da doença.
Na região de seio medular foi observada histiocitose em 50 (86,20%)
animais. Nos linfonodos, o aumento de número e tamanho dos folículos linfoides e a
hipertrofia e hiperplasia dos macrófagos medulares (cordões e seios) explicam a
linfadenomegalia observada clinicamente (MOREIRA et al., 2010; LIMA et al., 2004).
Juntamente com a histiocitose foi possível visualizar formas amastigotas em
35 (60,34%) animais, sendo 28 (80%) animais sintomáticos e 7 (20%) assintomático.
Formas amastigotas de leishmania costumam ser facilmente encontradas dentro de
macrófagos nos cordões medulares e sinus (LIMA et al., 2004). A presença de
macrófagos altamente parasitados no parênquima de órgãos linfóides de animais
assintomáticos também foi observada, sendo uma observação de importância na
epidemiologia da doença (ABRANCHES et al., 1998; NATAMI et al., 2000; LIMA et
al., 2004; XAVIER et al., 2006).
Nos cordões medulares 17 (29,31 %) animais apresentaram plasmocitose. O
grande número de plasmócitos é achado frequente em linfonodos, assim como em
outros órgãos linfoides como o baço (TAFURI, 1995). Estas características também
tem sido demonstradas na leishmaniose visceral humana (MOREIRA et al., 2010). O
infiltrado de plasmócitos é esperada devido ativação policlonal e proliferação de
linfócitos B, que induz aumento destas células no córtex, centro germinativo e
63
cordões medulares dos linfonodos (MOREIRA et al., 2010). Infiltrado celular na
região medular do linfonodo de cães infectados por L. chagasi foram principalmente
caracterizados pela hipertrofia e hiperplasia dos plasmócitos quando comparados
com a frequência de macrófagos e linfócitos. Este tem sido identificado como o
achado histológico mais relevante da região medular (GIUNCHETTI et al., 2007).
65
Juntamente com infiltrado, foi possível visualizar formas amastigotas no
fígado de 40,35% cães. Destes 65,22% eram sintomáticos e 34,78%
assintomáticos. Provavelmente esta diferença observada entre os grupos clínicos
seja decorrente da diferença do número de animais em cada grupo. Avaliando-se
separadamente cada grupo observa-se que 38,46% dos animais sintomáticos e
44,44% dos assintomáticos apresentaram formas amastigotas no tecido hepático.
Diferenças de parasitismo tecidual entre os grupos clínicos também não foi
encontrado por Lima (2007).
Em 92,98% dos animais analisados foi visualizada degeneração hidrópica
nos hepatócitos. Lima (2007) observou degeneração hepática em 100% dos casos
estudados. Uma possível explicação para isso, seria a redução do fluxo sanguíneo
para órgão, decorrente à compressão vascular causada pelo infiltrado inflamatório
periportal (KUMMAR et al., 2005)
A hiperplasia e hipertrofia de polpa branca também foi uma alteração
esplênica frequente nos cães do DF. Corroborando com esta observação, a
hiperplasia linfoide do órgão tende a ser mais intensa em cães sintomáticos (LIMA et
al., 2007). Todavia, Melo (2005) descreve que o baço apresenta hipotrofia da polpa
branca, já Santana et al. (2008) observaram hiperplasia nos animais assintomáticos
e hipotrofia nos animais sintomáticos. Segundo estes autores, hiperplasia seguido
de atrofia do folículo linfoide pode ocorrer no baço durante a LV. A dicotomia entre
essas alterações esplênicas podem refletir diferentes estágios da doença, o que
poderia interferir no padrão morfológico das respostas teciduais, assim como o
status imunológico de cada indivíduo.
Formas amastigotas foram visualizadas no baço em 35,08% dos animais
(70% sintomáticos e 30% assintomáticos). Agregados teciduais de macrófagos
parasitados com formas amastigotas de Leishmania foi previamente descrita em de
animais com LVC assintomáticos e sintomáticos (LIMA et al., 2007). Santana et al.
(2008) observaram formas amastigotas apenas no grupo sintomático. Os parasitas
foram visualizados na área subcapsular e na polpa vermelha esplênica. Em animais
altamente infectados, os parasitas tendem a distribuir-se quase continuamente na
polpa vermelha. Em animais com carga parasitária de menor intensidade, uma
distribuição descontínua de células infectadas é observada predominando na região
subcapsular.
66
A hemossiderose esplênica esteve presente na maioria dos animais. A
hemossiderina é um pigmento derivado da hemoglobina, cuja coloração varia de
amarelo-ouro ao marrom, granular ou cristalino. Em condições normais, pequenas
quantidades de hemossiderina podem ser vistas nas células fagocitárias
mononucleares da medula óssea, baço e fígado, que são órgãos envolvidos
ativamente na degradação das hemácias. Quando em excesso pode ter varias
associações como quando há uma diminuição na utilização do ferro (KUMAR et al.,
2005). É comum encontrar a presença deste pigmento (LIMA, 2007).
A congestão do baço esteve presente em aproximadamente metade dos
animais avaliados. Lima et al. (2007) descreveram a congestão esplênica como um
achado comum.
Periesplenite é um achado frequente na LV (BARROUIN-MELO et al., 2004).
Neste estudo foi foi encontrada em apenas 12,28% animais, sendo que juntamente
com o infiltrado mononuclear foram visualizadas amastigotas em 57,14% destes
animais. De acordo com os resultados de Santana et al. (2008) periesplenite esteve
presente em 28% dos casos, sendo mais frequente no grupo dos animais
sintomáticos. O aumento no tamanho do órgão pode predispor ao estresse ou
trauma mecânico da cápsula, mas a gênese real da perisplenite na leishmaniose
permanece desconhecida. É interessante, porém, que a perisplenite com parasitas
no interior de macrófagos na área subcapsular pode indicar disseminação do
parasita na inflamação ou que este provoque uma reação inflamatória (BARROUIN-
MELO et al., 2004; SANTANA et al., 2008). No baço dos animais infectados a
resposta imunológica não está claramente definida (SANCHEZ et al., 2004).
Histiocitose esplênica foi observada em todos os animais que apresentaram
as formas amastigotas da Leishmania spp. Em geral a histiocitose foi subcapsular, e
muitas vezes organizada como granulomas. Apenas um animal apresentou
histiocitose subcapsular sem formas amastigotas. Santana et al. (2008) descreveram
que amastigotas foram mais frequentemente observadas no baço dos animais com
granulomas. Estes granulomas parecem refletir uma inflamação crônica persistente
em resposta à infecção descontrolada, ao invés de proteção contra a doença (LIMA,
2007). O fato de granulomas só estarem presentes nos animais com a cultura
positiva do baço, apoia a ideia de que estes granulomas podem refletir um estado de
67
tentativa ineficiente de controle da infecção pela Leishmania spp. pelo sistema
imune do hospedeiro (SANTANA et al., 2008).
Existem associações entre alterações morfológicas no baço e
emagrecimento, inicialmente referente a desorganização da estrutura de polpa
branca. Santana et al. (2008) observaram que 70% dos animais com caquexia
apresentaram algum grau de desorganização da polpa branca. Perda de definição
de folículos linfoides, perisplenite, e uma alta densidade parasitária no baço também
foram mais frequente em animais abaixo do peso.
Segundo Santana et al. (2008) o baço desempenha um papel importante na
LVC, sendo acometido em todos os casos da doença. Em contraste com outros
órgãos como o fígado, o baço mantém a infecção durante todo o curso da LVC. De
fato, um índice de parasitismo esplênico é usado como critério clínico da resposta
terapêutica na LV humana. Durante o curso de LVC, o baço torna-se um local
evidente de interação entre o sistema imune e o parasita. No órgão,estão presentes
todos os participantes obrigatórios na resposta imune contra o parasita, que incluem
o antígeno (parasitas vivos ou seus fragmentos), células apresentadoras de
antígenos e linfócitos capazes de responder a esses antígenos (ALENCAR, 1959).
A pele é o primeiro ponto de contato com organismos do gênero Leishmania
spp. durante o processo de infeção. No curso da doença, a densidade parasitária
tem sido associada com um padrão inflamatório granulomatoso em cães com LV
(CALABRESE et al., 2010). Foi observado infiltrado inflamatório na pele 71,11% dos
animais avaliados no DF sendo de caráter histioplasmocítico em metade dos casos.
O processo inflamatório cutâneo estava distribuído principalmente ao redor de
anexos (folículo piloso e glândulas sebáceas e sudoríparas), difuso ou só em derme
superficial ou só em derme profunda. Cães do estado do Mato Grosso do Sul
mostraram infiltrado inflamatório dispersos na derme, o qual era composto por
numerosos macrófagos vacuolizados parasitados e um pouco de linfócitos e
plasmócitos (CALABRESE et al., 2010). Lima et al. (2007) observaram exsudato
localizado ao redor dos vasos e anexos da derme profunda e/ou difuso na derme
superficial em cães com a doença.
Nos animais avaliados, quando o infiltrado foi discreto ou moderado a
localização foi principalmente em derme superficial ou próximo dos anexos. Com a
intensidade acentuada, 70% dos animais apresentaram distribuição difusa. Lima et
68
al. (2007) avaliaram semi-quantitativamente o infiltrado inflamatório na pele de cães
com LVC. Foi observado exsudato celular difuso na derme superficial quando a
inflamação era de intensidade discreta (+); exsudato celular difuso na derme
superficial e em focos na derme profunda na forma moderada (++); e exsudato
celular distribuído difusamente por todas as camadas da pele na forma mais intensa
(+++).
69
difuso, mudanças na matriz extracelular e carga parasitária extrema (GIUNCHETTI
et al., 2007).
O cão tem importante papel na transmissão da LV, suportado pela alta carga
parasitária encontrada na pele de animais infectados (SANTOS et al., 2010). Os
parasitas depositados na pele do mamífero pelo flebótomo infectado, ultrapassam
uma variedade de obstáculos, incluindo a matriz extracelular (MEC), as proteínas da
camada basal para, em seguida, migrarem para outros órgãos ou estabelecer
infecção dentro do fagolisossomo dos macrófagos (MELO, 2005).
Calabrese et al. (2010) descreveram um infiltrado inflamatório rico em
mastócitos degranulados associados aos parasitas na pele dos cães de Campo
Grande. Isto reforça a idéia que mastócitos participam da defesa no hospedeiro,
modulando a resposta imunológica durante a invasão do patógeno. Tais células não
foram observadas em nossos estudos.
70
glomerulonefrite membranosa (26,31%) glomeruloesclerose segmentar focal
(13,15%) e glomerulonefrite proliferativa mesangial (7,89%). Zatelli et al. (2003)
observou 29,3% dos animais com glomerulonefrite membranoproliferativa, 26,8%
com glomerulonefrite membranosa, 22% com glomeruloesclerose segmentar focal e
22% com glomerulonefrite proliferativa mesangial. Todavia, os resultados relatados
por Costa et al. (2003) foram distintos, com 32,7% dos animais com glomerulonefrite
proliferativa mesangial, 30,9% com glomerulonefrite membranoproliferativa, 18,2%
com glomeruloesclerose segmentar focal e nenhum caso com glomerulonefrite
membranosa. Há um consenso quanto à glomerulonefrite membranoproliferativa ser
a nefropatia predominante na LVC, assim como observado no presente estudo. Os
padrões proliferativos das glomerulonefrites não são restritos à LVC, sendo
observado em outras doenças com antigenemia crônica, como a erliquiose,
dirofilariose, entre outras (FORRESTER & LEES, 1995).
As glomerulonefrites são alterações comuns em cães portadores de LVC
(BENDERITTER et al.,1988; TAFURI et al., 1989; POLI et al.,1991; NIETO et al.,
1992; COSTA, 2001; COSTA et al., 2003; ZATELLI et al., 2003). A glomerulonefrite
observada na LVC é causada principalmente pela deposição de imunocomplexos
(TAFURI et al., 1989), sendo os sinais clínicos apenas evidentes quando a lesão
renal é grave. Em alguns casos a insuficiência renal é o único sintoma observado na
doença, e nestes casos, a morte pode ocorrer em poucos dias (CIARAMELLA et al.,
1997).
Atualmente, a teoria mais aceita para a fisiopatologia das glomerulonefrites
observadas na LV é a deposição de imunocomplexos circulantes no tecido renal,
com consequente ativação do sistema complemento levando ao dano tecidual
(SLAPPENDEL, 1988; TAFURI et al., 1989; POLI et al., 1991). LVC é considerada
uma doença imunomediada devido a sua capacidade de modificar a resposta imune
do hospedeiro, inibindo a ativação de células TCD4+ Th1 e ativando células TCD4+
Th2, que promovem a proliferação de células B e a consequente, a produção de
grande quantidade de anticorpos específicos e não específicos contra antígenos de
Leishmania spp. (PINELLI et al., 1994;1999). A hipergamaglobulinemia inespecífica
pode ser responsável por vários fenômenos autoimunes, como a formação de
imunocomplexos circulantes e de anticorpos antinucleares (SLAPPENDEL, 1988;
MARTINEZ-MORENO et al., 1995). A utilização de técnicas de imuno-histoquímica e
71
de investigação ultraestrutural demonstraram imunodepósitos localizados nos
glomérulos, tanto no mesângio como na membrana basal glomerular, e também ao
longo de membrana basal tubular em cães acometidos por LV (POLI et al., 1991).
Foi detectado imunodepósitos renais de IgG específicos contra antígenos de
membrana da Leishmania spp. em todos os cães infectados com glomerulonefrite
(MANCIANTI et al., 1989).
Os diferentes padrões de glomerulonefrites são determinados, possivelmente,
pelo tipo celular ou estrutura glomerular envolvida na resposta imune (BLANTZ et al.
1997; COUSER, 1998), pela localização do antígeno dentro do glomérulo (ABRASS,
1997) ou ainda pela localização do imunocomplexo (DAY, 1999). Na
glomerulonefrite membranosa há a deposição de material eletrodenso na porção
subepitelial da membrana basal glomerular. Na glomerulonefrite
membranoproliferativa a deposição ocorre na porção subendotelial e subepitelial da
membrana basal glomerular bem como no mesângio, já na glomerulonefrite
proliferativa mesangial é resultado da deposição depósitos de imunocomplexos nas
áreas esclerosadas do mesângio (DAY, 1999; GODOY, 2000).
Atualmente há evidências crescentes que a resposta imune celular também
esteja envolvida na patogênese da glomerulonefrite imunomediada presente na LV
(VAN ALDERWEGEN et al., 1997). Células T CD4+ já foram detectadas tanto no
glomérulo como no interstício renal de cães com a doença (COSTA et al., 2000),
sugerindo que a ativação dessas células possam levar a uma reação de
hipersensibilidade tardia, reações citolíticas, expressão anormal de moléculas do
complexo de histocompatibilidade ou a ativação de células B resultando em uma
injúria local (VAN ALDERWEGEN et al., 1997).
Formas amastigotas da Leishmania foram encontradas em apenas seis
(9,83%) cães sintomáticos do DF sendo a grande maioria encontrada na pelve renal.
No estudo de Soares et al. (2005) com 51 cães, em apenas um animal foi
encontrada forma amastigota do parasita no rim. Este é considerado um achado
pouco frequente na avaliação histopatológica de animais com a doença
(BENDERITTER et al., 1988; TAFURI et al., 1989; POLI et al., 1991; NIETO et al.,
1992; MOURA et al., 2002; COSTA et al., 2003; ZATELLI et al., 2003), sendo a
presença direta da Leishmania spp. no local, não necessariamente associada ao
insulto renal.
72
Dos 61 animais estudados, 73,77% apresentaram alteração inflamatória
intersticial renal, variando de discreto a acentuado, com distribuição multifocal, de
natureza principalmente linfoplasmocítica. A nefrite intersticial, caracterizada pelo
infiltrado linfoplasmocitário, é um componente comum na nefropatia da LVC
(CHUNG et al., 1940; TAFURI et al., 1989).
O mecanismo patogênico exato da nefrite intersticial na LV ainda é
desconhecido, parecendo haver envolvimento tanto da resposta humoral (POLI et
al., 1991), quanto celular (FILLIT & ZABRISKIE, 1982; CARVALHO et al., 2007).
Depósitos de imunoglobulinas e de complemento na membrana basal tubular e no
interstício renal suportam a hipótese de um mecanismo imunomediado humoral
associado às lesões renais na LVC (POLI et al., 1991). Entretanto, o infiltrado
intersticial de células mononuclerares, uma característica de reação mediada por
células, também parece estar envolvida (FILLIT & ZABRISKIE, 1982). Independente
do mecanismo envolvido, a reação é desencadeada pelos de antígenos de
Leishmania spp. no parênquima renal (CARVALHO et al., 2007).
As alterações tubulares mais frequentes foram representadas por
degeneração hidrópica, cilindros hialinos intratubulares e mineralização tubular nos
cães do DF com LVC. Alterações tubulares, caracterizadas por degeneração do tipo
hidrópica ou vacuolar, atrofia, dilatação, necrose, cilindros hialinos, e calcificação
medular também já haviam sido descritas em cães com a doença (TAFURI et al.,
1898; POLI et al., 1991; SOARES et al., 2005). A proteinúria é frequentemente
observada e reflete o aumento da permeabilidade capilar glomerular às proteínas do
plasma, especialmente a albumina (ALVES, 1999). A calcificação dos tecidos moles
associada à uremia ocorre em numerosos locais e representa tanto calcificação
distrófica como metastática. Os rins podem ter calcificação das membranas basais
dos túbulos, da cápsula de Bowman e do epitélio tubular necrótico, especialmente
na medular e no córtex interno (CONFER; PANCIERA, 1998).
Manifestação ocular é comum na leishmaniose canina (LEIVA et al., 2005) e
envolvem principalmente o segmento anterior dos olhos (CIAMARELLA et al., 1997).
Dos animais analisados, 58,33% apresentaram infiltrado inflamatório nos tecidos
oculares sendo mais comumente de natureza histioplasmocítica, seguida da forma
histiocítica. Pena et al. (2008) observaram três padrões inflamatórios
linfoplasmocítico perivascular, linfoplasmocítico associado com macrófagos também
73
perivascular e histiocítico difuso em cães com LV. O infiltrado linfoplasmocítico
discreto, sem macrófagos ou amastigotas, não podem ser considerados como
indicativo de leishmaniose ocular. Por isso, identificação do parasita por imuno-
histoquímica é muitas vezes necessário para um diagnóstico específico.
76
É importante estar compreener as alterações nos órgãos causadas por LV,
especialmente os órgãos que não pertencem ao sistema fagocítico mononuclear a
fim de compreender o desenvolvimento da doença. Portanto o estudo das alterações
do coração e pulmão na LVC é fundamental para o entendimento do problema em
relação aos seres humanos. O cão serve como um excelente modelo para o estudo
da LV em seres humanos, uma vez que a doença é causada pelo mesmo agente
que causa alterações semelhantes. Por conseguinte, lesões em cães, pode ser
considerado um parâmetro a ser usado para avaliar a doença em seres humanos
(ALVES et al., 2010).
77
geralmente considerada uma apresentação clínica da LVC (ADAMAMA-MORAITOU
et al., 2007).
78
regiões analizadas. Garcia-Alonso et al. (1996) observaram uma reação patológica
esponjosa acompanhada por degeneração neuronal, mobilização das células gliais
junto com acúmulo de depósitos de amiloide no encéfalo e cerebelo, associado com
ruptura da barreira hematoencefálica em cães naturalmente infectados com L.
infantum. Todavia manifestação neurológica isolada nunca foi relatada.
79
resistência às doenças (KAYE et al., 2004). Todavia, a resposta imune não foi
avaliada no presente trabalho. A Leishmania é um parasito intracelular obrigatório de
células do sistema fagocitário mononuclear e sua presença determina uma
supressão reversível e específica da imunidade mediada por células, o que permite
a disseminação e multiplicação incontrolada do parasito (BRASIL, 2006). Portanto,
onde a resposta é menor, há um aumento na carga parasitária, assim como fora
demonstrado nete estudo. Alguns autores (PINELLI et al., 1994; CABRAL et al.,
1998; LEANDRO et al., 2001) verificaram que células mononucleares de sangue
periférico de cães natural e experimentalmente infectados com amastigotas exibiram
in vitro resposta proliferativa contra antígenos do parasita, demonstrando que pode
haver uma resposta celular especifica nos cães infectados com Leishmania (SILVA,
2007). Os parâmetros imunológicos mostram que em cães a resistência à infecção
esta associada a baixos níveis de anticorpos específicos e desenvolvimento de
imunidade celular, com a produção de IL-2, TNFα, e IFN-γ (PINELLI et al., 1994).
Suscetibilidade está correlacionada com altos níveis de anticorpos e ausência de
resposta mediada por células. O grande número de parasitos observados nos
órgãos linfáticos pode ser uma consequência das alterações imunológicas,
permitindo a multiplicação e dispersão do parasito para outros sítios, incluindo
estômago, intestino e pulmão (SILVA 2007).
A LV é uma ameaça à saúde pública no Brasil, considerando as altas taxas
de letalidade e o aumentando na dispersão geográfica aos grandes conglomerados
urbanos ao longo dos últimos 25 anos (CARRANZA-TAMAYO et al., 2010).
Normalmente os casos de leishmaniose canina precedem os casos humanos, já que
os cães são os principais reservatórios domésticos e fundamentais na manutenção
do ciclo da doença (SANTA ROSA & OLIVEIRA, 1997). Ocorrência de leishmaniose
visceral canina serve para alertar os clínicos da importância dessa doença, a qual
vem emergindo (KRAUSPENHAR et al., 2007).
81
5. CONCLUSÃO
82
6. REFERÊNCIAS
84
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100
CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
101
animais assintomáticos, icluindo pele, mostrou a importância destes animais na
epidemiologia da doença.
A inexistência de tratamento efetivo para a cura total da doença canina, e a
polêmica sobre a eliminação indiscriminada de cães infectados, torna-se urgente à
adoção de novas estratégias para o controle da enfermidade.
É inegável a importância de se obter um diagnóstico seguro quanto à
positividade efetiva de cães em áreas endêmicas e não endêmicas de leishmaniose
visceral.
102