RIBEIRO - Giilherme - NOSSOS CLÁSSICOS La Blache
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' É o que ele faz questão de esclarecer em Des caractères distintífs de Ia GCographie, demonstrando
em plena I Guerra Mundial uma visão de vanguarda no que tange aos intercâmbios científicos: "A
Geografia é considerada como se alimentando nas mesmas fontes de fatos da Geologia, da Física, das
Ciências Naturais e, de certa forma, das Ciências Sociológicas. Ela serve-se de noções, sendo que
algumas delas são o objeto de estudos aprofundados nas ciências vizinhas. Daí vem então a crítica
que se faz, às vezes, à Geografia: viver de empréstimos, intervir indiscretamente no domínio das
outras ciências, como se houvesse compartimentos reservados nesse domínio. Na realidade, como
veremos, a Geografia possui seu próprio campo. O essencial é considerar qual uso ela faz dos dados
sobre os quais se exerce. Será que aplica métodos que lhe pertencem? Que traz novos horizontes de
onde as coisas possam aparecer em perspectiva especial? Que os mostra sob um ângulo novo? O
problema todo está aí. Na complexidade dos fenômenos que se entrecruzam na natureza, nLio se
deve ter uma única maneira de abordar o estudo dos fatos; é útil que eles sejam observados sob
hngulos diferentes. E se a Geografia retoma certos dados que possuem outro rótulo, nüo há nada
que se possa taxar essa apropriaçno de anticientljEicaW.(VIDAL DE LA BLACHE, 1913:289-290,
grifo nosso; na edição brasileira, 1982:37-38).
Nossos ClAssicos
Guilherme Ribeiro
Referências Bibliográficas