Recurso Ordinário / Agravo de Petição e Instrumento Recurso Ordinário
Recurso Ordinário / Agravo de Petição e Instrumento Recurso Ordinário
Recurso Ordinário / Agravo de Petição e Instrumento Recurso Ordinário
RECURSO ORDINÁRIO
Cabimento:
1ª Hipótese: (inciso I)
Regra Geral - Cabe R.O. das Decisões DEFINITIVAS art. 487 do CPC (com resolução de
mérito) e TERMINATIVAS art. 485 do CPC (sem resolução de mérito).
Atenção: - Reforma Trabalhista – Indicação X Liquidação de Pedidos na RT.
Caso Prático:
Ata Audiência
Inquirido pelo Juízo, o reclamante disse que o paradigma Vanderlei Moraes
recebia salário superior em aproximadamente R$600,00 por mês.
Inicialmente, é nítido que o reclamante indicou valores aleatórios aos pedidos de
pagamento de adicional de periculosidade e de diferenças salariais por
equiparação com Vanderlei Moraes, eis que os valores indicados na petição
inicial não correspondem ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito
econômico perseguido pelo autor, considerando o período imprescrito de
aproximadamente 57 meses e o salário último de R$4.164,73.
Tenho, assim, que o reclamante não cumpriu com o disposto no §1º do artigo 840
da CLT, de modo que ficam os pedidos supramencionados extintos sem resolução
do mérito.
Protestos do reclamante, que poderão ser fundamentados no prazo de 5 dias.
Sentença
INÉPCIA DA INICIAL
Rejeito. A inicial preenche os requisitos do art. 840, §1º, da CLT, razão pela qual
não há inépcia. O reclamante apresentou os fatos essenciais da causa de pedir e
delimitou o pedido, de modo a ter assegurado o regular exercício do direito de
defesa. Ademais, conforme decisão já proferida em audiência, os pedidos que
não estão de acordo com a nova redação do art. 840, §1º, da CLT, alterado pela
Lei 13.467/2017, já foram extintos sem julgamento de mérito (id. e7d8715).
Acórdão
Extinção dos Pedidos
Em audiência, ao julgar extintos, sem resolução do mérito, os pedidos de pagamento do adicional de
periculosidade e das diferenças salariais por equiparação, assim justificou sua decisão o MM. Juízo "a quo":
"(...) Inquirido pelo Juízo, o reclamante disse que o paradigma Vanderlei Moraes recebia salário superior em
aproximadamente R$600,00 por mês.
Inicialmente, é nítido que o reclamante indicou valores aleatórios aos pedidos de pagamento de adicional de
periculosidade e de diferenças salariais por equiparação com Vanderlei Moraes, eis que os valores indicados
na petição inicial não correspondem ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico
perseguido pelo autor, considerando o período imprescrito de aproximadamente 57 meses e o salário último
de R$4.164,73.
Tenho, assim, que o reclamante não cumpriu com o disposto no §1º do artigo 840 da CLT, de modo que ficam
os pedidos supramencionados extintos sem resolução do mérito.
Protestos do reclamante, que poderão ser fundamentados no prazo de 5 dias(...)" - ID. e7d8715 - Pág. 1.
Todavia, a r. sentença merece ser reformada, no particular.
É certo ser vigente em nosso ordenamento jurídico pátrio o artigo 321 do CPC,
segundo o qual o Magistrado, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos legais, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar
o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Trata-se, pois, da consagração dos deveres judiciais de prevenção e
esclarecimento, pautado no chamado modelo comparticipativo/cooperativo de
processo, com ênfase no denominado policentrismo processual, no qual o poder é
dividido entre todos os atores processuais, de modo a permitir que todos
participem da construção do provimento jurisdicional.
Sobre o dever de prevenção, Fredie Didier leciona: "Tem o magistrado, ainda, o
dever de apontar as deficiências das postulações das partes, para que possam ser
supridas. Trata-se do chamado dever de prevenção. O dever de prevenção está
concretizado no dever de convite ao aperfeiçoamento pelas partes dos seus
articulados ou das conclusões das suas alegações de recurso. [...] São quatro as
áreas de aplicação do dever de prevenção: explicitação de pedidos pouco claros, o
caráter lacunar da exposição dos fatos relevantes, a necessidade de adequar o
pedido formulado à situação concreta e a sugestão de uma certa atuação da
parte" (DIDIER, Fredie. Fundamentos do princípio da cooperação no direito
processual civil português. Coimbra: Coimbra Editora, 2010).
Esse regramento, aliás, é aplicável ao Processo do Trabalho, conforme
entendimento consolidado na Súmula 263, a qual é adotada como razão de
decidir, "in verbis":
PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova
redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22,
25 e 26.04.2016.
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito
legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15
(quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou
completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
Logo, a decisão de Origem se mostra contrária à intenção legislativa de conferir
concretude aos princípios da cooperação e da primazia da decisão de mérito
(CPC, arts. 4º e 6º), de modo que, doravante, após vigência do Novo CPC de
2015, em todo e qualquer caso em que falte algum dos requisitos da inicial,
elencados no art. 840, §1º, da CLT - inclusive a liquidação dos pedidos, quando
exigível -, o Juiz do Trabalho, inicialmente, deve conceder prazo para que o
autor corrija o defeito.
Logo, não é possível a extinção do processo sem a adoção prévia dessa
providência, o que impõe a necessária nulidade da decisão de Origem.
Dou provimento ao recurso do reclamante para anular a r. sentença, afastando a
inépcia da petição inicial pronunciada pela Origem, e, para se evitar a supressão
de instância, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio, determino o
retorno dos autos à MM. Vara de Origem para que prossiga com o julgamento
das temáticas relacionadas ao adicional de periculosidade e às diferenças salariais
por equiparação, prosseguindo-se, após, o feito como se entender de direito, com
julgamento a final de todas as matérias controvertidas.
PROCESSO TRT/SP Nº 1001219-32.2018.5.02.0030
2ª Hipótese: (inciso II)
O R.O. se presta a impugnar acórdãos proferidos pelos TRT’s nos processos de sua
competência originária, nas hipóteses:
Do Recurso Ordinário
Art. 224. Cabe recurso ordinário para o Tribunal (TST) das decisões definitivas
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em processos de sua competência
originária, no prazo legal, contado da publicação do acórdão ou de sua conclusão
no órgão oficial.
CAUSAS DE ALÇADA
E decisão que acolhe Exceção de Incompetência em Razão do Local que remete os autos
para outro Juízo do mesmo TRT! Não caberá R.O.
Situação contrária é:
Jurisprudência:
Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
Significa que o R.O. devolverá a matéria impugnada, em suas razões, para o Tribunal ad
quem, por consequência, permite a execução provisória do julgado referente a estas
matérias e, as demais, que não foram objeto de recurso, poderão ser executados de
forma definitiva.
Ex.: inicial 2 (dois) pedidos improcedentes e, no R.O. a RCDA recorre apenas de 1 (um)
pedido.
Jurisprudência:
Jurisprudência:
Jurisprudência:
Jurisprudência:
Jurisprudência:
Jurisprudência:
A rigor, não há previsão legal para recebimento de recurso ordinário com efeito
suspensivo. Sensível à possibilidade de que em certos casos a execução da sentença
trabalhista antes de seu trânsito em julgado pode de fato causar dano ao
recorrente, o Tribunal Superior do Trabalho flexibilizou sua jurisprudência para
admitir a concessão de efeito suspensivo ao recurso ordinário em caráter
excepcional.
No período anterior à vigência do Código de Processo Civil de 2015, quando não
havia previsão de procedimento específico para a concessão de efeito suspensivo
a recurso ordinário, a jurisprudência do TST sedimentou-se no sentido de ser
cabível ação cautelar para tal finalidade.
Contudo, a partir da vigência do Código de Processo Civil de 2015, o TST revisou
sua jurisprudência, para entender aplicável analógica e subsidiariamente, as
disposições do artigo 1.029 do CPC.
Assim sendo, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Resolução 2017/2017, DEJT
divulgado em 20, 24 e 25.04.2017, adequando a redação do item I de sua Súmula
414 às disposições do novo Código de Processo Civil.
Ante o exposto, por incabível, julgo extinta a presente ação cautelar, por incabível,
fulcro no artigo 485, inciso IV, do Código de Processo Civil, por ausência de
pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Tutela Cautelar Antecedente: TUTCAUTANT
00214377120175040000.