Pesquisa Qualitactiva
Pesquisa Qualitactiva
Pesquisa Qualitactiva
Pesquisa Qualitativa
Quelimane
2023
Pesquisa Qualitativa
Trabalho de carácter
avaliativo referente a
disciplina de Técnicas de
Expressão em Língua
Portuguesa a ser apresentado
ao docente: Luís
Quelimane
2023
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
2. Pesquisa Qualitativa............................................................................................................3
3.1. Entrevistas....................................................................................................................3
3.2. Observação...................................................................................................................3
5. Conclusão............................................................................................................................3
6. Referências Bibliográficas...................................................................................................3
4
1. Introdução
2. Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização. Os pesquisadores
que adoptam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único
de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que
pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo
positivista aplicado ao estudo da 32 EAD vida social, uma vez que o pesquisador não pode
fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa
(GOLDENBERG, 1997, p. 34). Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos
buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não
quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os
dados analisados são não métricos (suscitados e de interacção) e se valem de diferentes
abordagens. Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objecto de
suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do
pesquisador é parcial e limitado. O objectivo da amostra é de produzir informações
aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de
produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991, p. 58).
A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.
Para (MINAYO, 2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis. Aplicada inicialmente em estudos de Antropologia e
Sociologia, como contraponto à pesquisa quantitativa dominante, tem alargado seu campo de
6
actuação a áreas como a Psicologia e a Educação. A pesquisa qualitativa é criticada por seu
empirismo, pela subjectividade e pelo envolvimento emocional do pesquisador (MINAYO,
2001, p. 14). As características da pesquisa qualitativa são: objectivação do fenómeno;
hierarquização das acções de descrever, compreender, explicar, precisão das relações entre o
global e o local em determinado fenómeno; observância das diferenças entre o mundo social e
o mundo natural; respeito ao carácter interactivo entre os objectivos buscados pelos
investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos; busca de resultados os mais
fidedignos possíveis; oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para
todas as ciências. Entretanto, o pesquisador deve estar atento para alguns limites e riscos da
pesquisa qualitativa, tais como: excessiva confiança no investigador como instrumento de
colecta de dados; risco de que a reflexão exaustiva acerca das notas de campo possa
representar uma tentativa de dar conta da totalidade do objecto estudado, além de controlar a
influência do observador sobre o objecto de estudo; falta de detalhes sobre os processos
através dos quais as conclusões foram alcançadas; falta de observância de aspectos diferentes
sob enfoques diferentes; certeza do próprio pesquisador com relação a seus dados; sensação
de dominar profundamente seu objecto de estudo; envolvimento do pesquisador na situação
pesquisada, ou com os sujeitos pesquisados.
Antes de entrarmos nas técnicas de colecta de dados, alguns aspectos gerais da pesquisa
qualitativa devem ser lembrados:
3.1. Entrevistas
Seja qual for a modalidade escolhida, é preciso proceder um planejamento prévio e ter ciência
de algumas especificidades do uso desta técnica. Reunimos então ponderações de (CERVO e
BERVIAN, 2007), (MINAYO, 2008), (LAKATOS e MARCONI, 2010) para levantarmos
quais cuidados o pesquisador deve ter antes e durante o processo de entrevistas.
Para (MINAYO, 2008), as técnicas de grupo mais comuns nas pesquisas qualitativas são os
grupos focais e o brainstorming. Trataremos aqui do grupo focal, por esta ser um tipo de
entrevista geralmente feita com grupos pequenos e homogéneos (seis a 12 pessoas).
A composição dos grupos focais e o número dos mesmos devem ser vistas como intencionais.
O pesquisador deve escolher sujeitos que possuam pelo menos um aspecto comum ou uma
característica homogénea relevante para os objectivos da pesquisa. Se o pesquisador quer se
apropriar das discussões sobre opiniões ou visões de mundo, pode escolher compor grupos
maiores, mas se quer aprofundar-se nas percepções dos sujeitos da pesquisa, os grupos
menores são mais indicados. (BACKES et al, 2011).
O objectivo central do grupo focal é identificar sentimentos, atitudes e ideias dos membros a
respeito de um determinado assunto ou tema. Em pesquisas exploratórias, o grupo focal pode
ser usado para gerar novas ideias ou hipóteses e estimular o pensamento do pesquisador. Para
aqueles que optarem pelo uso do grupo focal, vale lembrar ainda outras limitações desta
técnica. Há de se considerar o risco de alguns participantes sentirem-se reprimidos diante da
postura grupal, e assim desencorajados de manifestarem opiniões dissidentes. (BACKES. et
al, 2011).
e) Conclusão: parar de gravar ou anotar. Agradecer e/ou agendar nova oportunidade para
continuar. Se necessário, fazer anotações complementares à gravação logo depois da
entrevista.
3.2. Observação
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que todo material colectado nas pesquisas qualitativas
deve ser primeiro preparado para que possa ser analisado. Veja as etapas que essa preparação
inclui.
analíticas, caso estas já estejam definidas. Maiores informações sobre esta fase serão
repassadas a seguir.
e) No caso de material já registado de forma escrita no momento da colecta, seja em
diários de campo ou outros meios, é necessário organizar todo o material. Se a
observação foi sistemática, reunir todos os conteúdos que já foram registados em
categorias ou tópicos em um relatório final, ainda mantendo a separação por categorias
analíticas ou tópicos estabelecidos nos registos de campo. Normalmente, antes da
actividade de observação, o pesquisador, a partir do paradigma teórico escolhido, já
definiu as suas categorias de análise em função de sua pergunta de pesquisa e de seus
objectivos. No caso de observações não sistemáticas, embora inicialmente o material
geralmente não esteja organizado por categorias ou tópicos, é necessário organizar o
material, separando as informações que serão consideradas relevantes a partir de
tópicos ou as categorias analíticas definidas para a análise do mesmo.
f) Caso deseje, conforme natureza do material e demanda do paradigma teórico
metodológico escolhido, o pesquisador pode usar um registo quantitativo para
organizar as respostas qualitativas. Trata-se de levantar a distribuição de presença e
não propriamente de frequência, o que pode facilitar a análise. Não se trata aqui de
fazer um tratamento estatístico das respostas.
Em segundo lugar, considerando que o material colectado já está organizado, vale lembrar
que a análise de dados qualitativos é a etapa que exige muita atenção, muito tempo e muita
perspicácia do pesquisador. (MINAYO, 2008), inspirando-se em Lawrence Bardin, destaca
que existem três grandes obstáculos que devem ser rompidos.
sejam apenas descritos. Essa descrição revela sua natureza bruta. Mas estes devem ser
analisados à luz dos paradigmas teóricos adoptados pelo pesquisador.
Para (BARDIN, 2009), a análise de conteúdo temática deve ter como ponto de partida uma
organização. As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três pólos:
a) A pré-análise;
b) A exploração do material; e, por fim,
c) O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação.
É uma técnica muito usada no campo da linguística e das ciências sociais. O objectivo desta
análise é compreender as condições de produção e apreensão dos significados dos textos a
serem analisados. Seu criador é MICHEL PÊCHEUX, um filósofo francês que fundou a
escola francesa de análise do discurso na década de 1960. Essa técnica se aplica aos estudos
que pretendem analisar a linguagem, tanto de senso comum como de discursos políticos, e se
fundamenta no materialismo histórico, na própria linguística e na teoria do discurso. Também
a teoria da subjectividade, de cunho psicanalítico, é adoptada para a compreensão dos
significados. (MINAYO, 2008).
a) O sentido de uma palavra não existe em si mesmo, pois expressa ideologias existentes
no contexto sócio histórico em que a palavra ou expressão foi produzida;
b) Todo discurso dissimula sua relação com as ideologias, à medida que se propõe
transparente.
A proposta hermenêutica surge como uma teoria para interpretação dos sentidos visando uma
compreensão. A hermenêutica é a arte de compreender textos, vistos aqui como documentos,
narrativas, entrevistas, livros. (MINAYO, 2008) esclarece que o processo de compreensão, no
campo da pesquisa qualitativa principalmente, começa com o exercício da negação (as
palavras ou discursos dizem muito mais do que está escrito). Aplicando a esta afirmativa uma
proposição dialéctica, a autora esclarece que existem múltiplas possibilidades de interpretação
e compreensão. Assim, embora a compreensão exija um movimento do todo às partes e vice-
versa, é preciso esclarecer que nessa abordagem, o pesquisador nunca conseguirá abranger o
sentido total e definitivo das coisas: sua leitura ou sua compreensão será sempre “a possível”,
se dará sobre o olhar do presente e de seus interesses.
5. Conclusão
A ciência tem suas regras e são elas que conferem cientificidade e validade ao que é
produzido e reproduzido no universo científico. Cada área do conhecimento é constituída por
um conjunto de técnicas especializadas de pesquisa, que variam conforme a natureza e as
características de seu objecto de estudo. Mas todas as áreas do conhecimento compartilham
um conjunto de princípios gerais, que denominamos como método científico.
“O método qualitativo é adequado aos estudos da história, das representações e crenças, das
relações, das percepções e opiniões, ou seja, dos produtos das interpretações que os humanos
fazem durante suas vidas, da forma como constroem seus artefactos materiais e a si mesmos,
sentem e pensam” (MINAYO, 2008, p.57).
6. Referências Bibliográficas
BACKES, Dirce Stein. et al. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em
pesquisas qualitativas. Revista Mundo da Saúde, São Paulo, v. 35, n. 4, p. 438-442. 2011.
Disponível em: . Acesso em 20 jul. 2014.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009. Disponível em:. Acesso
em 22 jul. 2014.
BAUER, Martin W,; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som: um
manual prático. Gareschi, P. A. (trad), 7a ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson, 2007.
GASKELL, George. (Ed.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual
prático. 4 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. p. 64-89.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec,
2008.
VIDICH, Arthur. J.; LYMAN, Stanford. M. Métodos qualitativos: sua história na sociologia e
na antropologia. In: DENZI, Norman. K; LINCOLN, Yvonna. S. et al. O planejamento da
pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. cap.2