A Expressividade Do Professor Universitário Como Fator Cognitivo No Ensino-Aprendizagem
A Expressividade Do Professor Universitário Como Fator Cognitivo No Ensino-Aprendizagem
Artigo Científico
Naymme Barbosaa, Elione Soraia Cavalcantia, Eliene Alves Lacerda Nevesa, Tânia
Afonso Chaves, b, Francisco Ângelo Coutinho, c e Eduardo Fleury Mortimer,b
a
Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais (FEAD), Belo Horizonte, Minas
Gerais, Brasil; bFaculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG),
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil; cPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Resumo
Este trabalho relata um estudo sobre a expressividade do professor. O objetivo desta análise foi
investigar os recursos expressivos de fala e vocais, bem como os recursos não-verbais
apresentados por treze professores universitários do Instituto de Ciências Biológicas da
UFMG. A metodologia foi norteada por uma combinação de abordagens qualitativa e
quantitativa em que a expressividade verbal foi avaliada por meio de análise acústica e dos
padrões de fluência da fala, e a expressividade não-verbal por meio de teste de reconhecimento
de expressão facial e ocorrência de gestos e expressão facial em filmagens. Os dados
encontrados forneceram indícios da expressividade e dos recursos utilizados por cada
professor. Algumas variáveis podem facilitar a utilização mais eficaz ou aumentar o leque de
recursos expressivos, como titulação, experiência e uma possível abordagem mais interativa e
inovadora de ensino. Além disso, as emoções interferem na fluência do indivíduo,
possivelmente nos padrões de pitch e loudness e nos parâmetros não verbais. Entretanto, estes
achados apontaram para a necessidade de novos estudos com a observação e filmagem das
práticas dos docentes no contexto de interação de sala de aula. © Cien. Cogn. 2009; Vol. 14
(1): 75-102.
Abstract
This work reports on study about the expressiveness of the teacher. The specific aim of the
analysis reported here was to investigate the verbal and non-verbal resources used by thirteen
university teachers from the “Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Minas Gerais”. The methodology was oriented by a combination of quantitative and
qualitative approaches and the verbal resources were accessed through an acoustic analysis
and verbal fluency. The non verbal resources were accessed through a test about facial
expression recognition, and filming. The data give evidence of a possible relation between
expressiveness and both a high academic experience and a more dialogic and innovative
approach to teaching. The emotions can interfere in the aspect disfluency, pitch e loudness and
non-verbal resources. Nevertheless, they also point to the need of further studies relying on
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larger samples and, chiefly, on the observation of teaching practices in the classroom context.
© Cien. Cogn. 2009; Vol. 14 (1): 75-102.
1. Introdução
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Com base nessas considerações iniciais, este artigo, apresenta resultados preliminares
uma pesquisa maior e relata parte dos dados de um projeto de doutorado em Educação, da
UFMG, realizado pela quarta autora sob a orientação do último autor, intitulado: A ação
comunicativa do professor universitário e o uso de práticas de expressividade em situação de
interação em sala de aula. Este projeto tem por objetivo analisar as várias dimensões da
expressividade do professor. A pergunta a ser respondida neste artigo é: Quais são os recursos
de expressividade verbal e não-verbal utilizados pelo professor universitário numa situação
experimental?
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pelo fato desse autor idealizar a linguagem e seu aprendizado sob a perspectiva de construção
de sentidos entre sujeitos interlocutores que agem com e sobre a linguagem, ao mesmo tempo
em que recebem a ação da própria linguagem.
Para Bakhtin (1929/1997), o discurso é caracterizado por unidades reais de
comunicação, denominadas enunciados e, estes são considerados acontecimentos únicos por
apresentar acento, apreciação e entonação próprios. Os referenciais bakhtinianos empregados
nos trabalhos (Mortimer, 1998; Mortimer e Scott, 2002) possibilitam a investigação dos
aspectos da ação comunicativa nas interações em sala de aula e consideram diferentes
elementos da comunicação tanto verbais quanto não verbais.
A comunicação verbal é constituída de parâmetros sonoros audíveis, percebidos pelo
ouvinte em decorrência do movimento coordenado de órgãos fonoarticulatórios e, do ponto de
vista estritamente motor, depende da atividade coordenada das pregas vocais, laringe, faringe,
mandíbula, lábios e língua (Kent e Read, 1992; Davis et al., 1996). A comunicação verbal é,
portanto, a comunicação que se utiliza de palavras para se efetivar, distinguindo o homem das
outras espécies (Dornelles, 2004).
Já a comunicação não-verbal envolve todas as manifestações comportamentais não
expressas por palavras, como gestos, expressões faciais, orientações do corpo, postura
corporal, aparência física, relação de distância entre os indivíduos e ainda organização do
corpo no espaço (Stefanelli, 1993).
Sabe-se que uma comunicação eficaz deve contar com o bom desempenho e equilíbrio
dos aspectos verbais e não-verbais. Carrasco (2001) define-a como um jogo harmonioso de
movimentos corporais, expressões faciais, gestos, olhares, entonação vocal, conhecimento,
relacionamento interpessoal e apresentação pessoal. McNeill (1995) considera que os dois
aspectos, verbal e não verbal, formam um todo que não pode ser dissociado ao considerarmos
os processos de comunicação.
Assim, a expressividade deve ser entendida, dentro de um contexto mais global, em que
não há uma separação clara de seus elementos. Esses elementos verbais e não verbais que
coexistem podem ser analisados como uma habilidade do indivíduo “dar vida” ao seu
pensamento por meio da linguagem e expressão corporal, suscitando no outro a vontade de
pensar junto, de construir uma idéia (Stier, 2005).
Em salas de aula, espaços de interação, o professor utiliza uma diversidade destes
recursos expressar atitudes, emoções, crenças e também sinalizar posições em relação a um
discurso (Madureira, 2005). Fabron (2006) afirma que no contexto de sala de aula, a
expressividade comanda a interação entre professor e aluno, e pode facilitar a construção do
conhecimento, podendo até mesmo garantir a atenção dos alunos.
Estienne (2004: 6) afirma que recursos de expressividade “podem ser encarados como
meios que liberam emoção”. De acordo com Kyrillos e colaboradores (2003), as informações
das emoções podem ser percebidas em variações muito sutis da ação comunicativa. Darwin
([1872] 2004) e Ekman (1984) foram os pioneiros no estudo das expressões relacionadas às
emoções, consideradas por estes autores como primárias (Darwin, [1872] 2004) e básicas
(Ekmann, 1984): raiva, nojo, medo, alegria, tristeza e surpresa. De acordo com estes mesmos
autores, estas emoções são universais e independem da cultura.
Diante desse contexto, Kyrillos e colaboradores (2003) afirmam que, mesmo sem se
conhecer um idioma, é possível perceber a emoção de um diálogo apenas pelas variações da
voz, da fala ou da expressão corporal. Santos e Mortimer (2001) concordam com Kryllos e
colaboradores (2003) e demonstraram a importância de se relacionar linguagem,
expressividade verbal e não-verbal e emoções em sala de aula. Por isso, neste artigo
empreendemos uma análise tanto dos aspectos verbais quanto dos não-verbais.
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Na literatura, o tema expressividade tem sido abordado com maior freqüência, porém,
não se tem trabalhado com um conceito de expressividade, mas com recursos que permitam
reconhecê-la em diversas situações. Behlau e Pontes (1995) afirmam que podem ser
analisados diferentes parâmetros com relação à expressividade verbal, os quais devem ser
compreendidos e serão destacados nesta pesquisa.
1. Pitch: refere-se à sensação psicofísica da altura levando em conta a variação entre sons
graves e agudos; (Freqüência fundamental: é a medida física do número de vibrações
das pregas vocais por segundo. É expressa em Hertz (ciclos por segundo - Hz);
2. Loudness: trata da impressão psicofísica da intensidade que julga a voz do indivíduo
como forte ou fraca;
3. Entonação: se traduz na melodia ou em um padrão que abrange inflexões e pausas; é a
variação da freqüência fundamental que produz a modulação da voz;
4. Articulação da fala: diz respeito ao processo de adequações motoras dos órgãos
fonoarticulatórios na produção e formação dos sons;
5. Velocidade de fala: diz respeito à agilidade de encadear os diferentes ajustes motores à
fala, devendo ser adequada ao contexto e a situação do discurso;
6. Fluência: descreve o fluxo da fala, resultado de uma complexa programação neuronal
e é definida pela duração do tempo existente entre as sílabas de uma palavra, de uma
frase e pela suavidade nessa produção;
7. E por fim as pausas, que são vistas como um mecanismo importante do ritmo da
comunicação entre as pessoas, pois permite uma ênfase natural a determinada parte do
discurso que queremos evidenciar.
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1. Gestos icônicos: tem uma relação formal com o conteúdo semântico da fala. Por
outras palavras estes gestos dão indicações sobre a qualidade de objetos como forma,
tamanho e a massa;
2. Gestos metafóricos: são reflexos de uma abstração, quando o conteúdo refere-se a uma
idéia abstrata. A diferença entre o gesto icônico e o metafórico reside no fato de a
homologia criada pelo gesto icônico ser do mundo real, (ex.: objeto concreto) e a
criada pelo metafórico ser do mundo mental;
3. Gestos de batimento: são gestos que representam percursos curtos em movimentos
rápidos e bifásicos. Estes gestos expressam ênfase em um momento do discurso. O
valor semiótico do gesto de batimento reside no fato de dar ênfase a um momento do
discurso, destacando-o do discurso antecedente;
4. Gestos dêiticos: são gestos demonstrativos que indicam objetos e eventos do mundo
concreto e fictício. São tipicamente realizados pela mão, com o dedo indicador
esticado, embora possam ser efetuados por qualquer outra parte do corpo (cabeça,
nariz, queixo) ou por objetos (lápis, ponteira, etc.).
Podemos, assim concluir esta seção assumindo, para os fins deste trabalho e de forma
bem geral, que a expressividade deve ser compreendida no contexto da comunicação e se
caracteriza pela forma com que o ser humano utiliza os diversos recursos a fim de produzir
um enunciado (acontecimento único no sentido bakhtiniano) “carregado” de emoções e
atitudes do falante.
2. Metodologia
2.1. Amostra
A amostra desta pesquisa foi composta por professores integrantes do corpo docente do
ICB. A escolha por este Instituto se deu pela possibilidade de se encontrar ali uma diversidade
de práticas de ensino, pois os professores desse instituto ministram aulas variadas, incluindo
aulas práticas, seminários, aulas magnas, etc. Além disso, o ICB possui 10 cursos,
aproximadamente 230 professores e o objetivo de formar profissionais capacitados nas diversas
áreas das Ciências Biológicas.
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Para esta pesquisa foi considerada uma amostra de 13 informantes, dentre os 53 que
responderam ao questionário inicial. Considerou-se, com critério de inclusão, informantes que
quiseram participar da testagem específica da expressividade e que pertenciam a dois sub-
grupos: aqueles que relatavam ministrar aulas mais interativas, com a participação dos
estudantes, e os que relatavam práticas menos interativas.
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3. Resultados e discussão
Nesta seção apresentaremos os resultados da análise dos dados, cujo objetivo principal
foi analisar, por meio de uma pesquisa experimental, a expressividade de professores
universitários. Outro objetivo foi investigar quais as variáveis diferenciam ou influenciam o
desempenho dos professores nos testes aos quais foram submetidos.
A fim de facilitar a análise dos dados, os resultados serão apresentados em 4 seções:
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3.2. Expressividade
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As dificuldades de expressar a mesma frase “Eu vou assistir outro filme”, com
diferentes entonações também foi observada pelos outros participantes, que mostravam
ansiedade ao saber da tarefa, ou faziam uma expressão facial e corporal de apreensão frente a
tarefa. Além disso, alguns informantes fizeram uso de estratégias como utilizar recursos não-
verbais de forma evidente (expressão facial e modificação na postura corporal) ou
acrescentavam à frase determinados recursos com o intuito, talvez, de caracterizar melhor o
contexto. Destaca-se que, por exemplo, a emissão desta frase durante a emoção medo, foi dita
pela informante 4 como “Ui, eu vou assistir outro filme”. Já a emissão da frase expressando
nojo, foi dita pelos informantes 4, 5 e 6 da seguinte forma: “Hum, eu vou assistir outro filme”
e a emissão da frase durante a emoção raiva, foi dita pela informante 6 como “Ah, eu vou
assistir outro filme”. Esses dados podem ser justificados pelo fato de que interjeições podem
ser utilizadas como recursos para expressar sentimentos muito intensos como, por exemplo
medo, raiva e aversão (nojo), conforme investigação de Wundt (1900 apud Scherer, 1995).
Os resultados apresentados na tabela permitem observar que os informantes 8, 10,12 e
13 (todas do sexo feminino) foram os que demonstraram maior variação de pitch quando
comparadas as emissão da frase ditas com menor valor de pitch e maior valor. As menores
variações de pitch foram percebidas nos informantes 2 e 7 (sexo masculino). Percebeu-se,
durante essa emissão, que as frases ditas por esses informantes não conseguem transmitir tão
claramente a intenção do discurso.
Em relação à análise a emoção surpresa foi a que apresentou maior variação de pitch.
A emissão da frase se caracterizou, em geral, por um pitch mais agudo e com curva
ascendente. Essas características são encontradas, principalmente, em emissões de conteúdo
mais positivo (Kyrillos, 2005).
As emoções tristeza e nojo foram as que apresentaram menor variação de pitch,
caracterizando-se por um pitch mais grave e uma duração maior da emissão da frase. Scherer
(1995) afirma que tais emoções são caracterizadas por uma freqüência fundamental mais
grave, com menor variabilidade e velocidade de fala.
A seguir serão apresentados os resultados referentes ao padrão de intensidade. A
medida de intensidade foi realizada com o auxílio do oscilograma, a partir de uma curva de
intensidade apresentada no mesmo gráfico descrito anteriormente, onde a abssissa
corresponde ao tempo (em segundos) e a intensidade (em dB) é representada na ordenada
(figura 2).
Na tabela 3 serão apresentados os resultados referentes às médias de intensidade
apresentadas por cada indivíduo, em cada emoção solicitada. A maior intensidade apresentada
pelo informante foi destacada de vermelho e a menor intensidade, destacada de azul. Observa-
se também o valor da variação de intensidade vocal quando as emissões são comparadas à
emissão da frase neutra.
A intensidade vocal é um parâmetro físico relacionado diretamente à pressão subglótica
da coluna aérea que, por sua vez, depende de diversos fatores, como amplitude de vibração e
tensão das pregas vocais. A sensação psicofísica referente à intensidade, isto é, como o som é
julgado, considerando-o mais forte ou mais fraco, recebe o nome de loudness (Behlau e
Ziemer, 1988).
O controle da intensidade necessita de uma consciência da exata dimensão do outro e
um refinado controle da projeção da voz no espaço (Behlau e Ziemer, 1988). A intensidade,
quando utilizada de forma adequada, demonstra treino e domínio da própria voz (Kyrillos,
Cotes, Feijó; 2003). Já uma intensidade fraca não alcança o ouvinte, e pode demonstrar, além
de pouca experiência nas relações interpessoais, timidez, medo da reação do outro ou complexo
de inferioridade (Behlau e Ziemer,1988). As emoções medo e raiva caracterizaram-se por
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diminuição da intensidade. Por sua vez, uma intensidade elevada pode demonstrar vitalidade e
energia (Kyrillos et al., 2003), como no caso da emoção alegria.
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Kyrillos e colaboradores (2003), apontam que as pausas estão relacionadas aos sinais
de pontuação e à necessidade de respirar e que o uso exagerado pode tornar o discurso
entrecortado e descontínuo. Kyrillos (2005), reforça que a utilização das pausas em locais
estratégicos representa um recurso muito interessante que poderá provocar um efeito de
expectativa no ouvinte. Este efeito pode ser conseguido pelos informantes 4, 8, 10 e 12.
Porém Gonçalves (2000) destaca que se deve evitar preencher as pausas com
elementos que denotam hesitação, por estas desviarem a atenção do ouvinte. Podemos
acreditar que os indivíduos 2, 7 e 13, possam ter dificuldades de manter a atenção dos alunos
em função do excesso de pausas que podem denotar insegurança e pode indicar que o falante
está com dificuldade de buscar palavras para dar sentido ao seu discurso.
Para Marcuschi (1997), as pausas (silenciosas ou não) são importantes organizadores
conversacionais, elas configuram um espaço de transição de um turno a outro. Segundo ele, as
pausas podem ter as seguintes funções:
1. Função retórica (seguem perguntas que não possuem resposta, funcionando apenas
como um elemento que enfatiza o próprio trecho discursivo);
2. Função de organização de turnos conversacionais, uma vez que as pausas podem ser
elementos de passagem ou tomada de turno;
3. Função de reformulação, usada para marcar as correções feitas pelo próprio locutor;
4. Função indicativa de desconhecimento de assunto questionado em uma conversação.
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(hesitação, interação com o tema, interação com o aluno), ao gênero discursivo (narração,
argumentação, descrição), ou ainda ao estilo do discurso (texto oral espontâneo ou leitura).
É sabido que as conversações espontâneas caracterizam-se por uma quantidade
enorme de pausas, silenciosas ou não, mas também de repetições, falsos começos,
alongamentos e outros preenchedores, que são elementos relacionados à continuidade ou não
do discurso e, conseqüentemente, à classificação do discurso em fluente ou
interrompido/hesitante/disfluente.
Quanto aos padrões de fluência, observou-se a ocorrência apenas de disfluências mais
comuns (DMC), sendo essas quantificadas de acordo com a escala de severidade (ES) de
Yowa que se divide em 7 níveis, sendo o nível 1 caracterizado por ausência de disfluências, e
o nível 7 considerado grave em função do excesso de disfluências. Não foram encontradas
disfluências do tipo gaga em nenhum dos informantes.
A maioria dos informantes, - 10 dos 13 – apresentou disfluências de grau suave a
regular – escala 3 e 4. Os informantes 7 e 13 apresentaram um maior número de disfluências,
moderadamente severa – escala 5 e 6 e o indivíduo 1 apresentou o menor número –
correspondente `a escala 2. Acrescentamos que, das disfluências mais comuns (interjeições,
repetições de palavras, de frases, hesitações e revisão de frases), as hesitações estiveram
presentes em 100% da amostra, seguidas por interjeições, repetição de palavras e repetição de
frases. Segundo Merlo (2007), num primeiro momento as hesitações são vistas como erros.
Entretanto, atualmente, elas não são analisadas sob uma ótica tão negativa. Entretanto, é
preciso ressaltar que em uma fala calculada e construída, as hesitações são consideradas
atividades problemáticas de construção textual e aparecem quando o falante se depara com
dificuldade no processamento ou na verbalização da informação. Desta forma, a hesitação é
uma estratégia utilizada para a construção do texto falado, refletindo provavelmente
dificuldades na competência comunicativa em relação à oralidade.
No que se refere à quantidade de disfluências, Andrade (1999), menciona que o
número de ocorrências influencia de maneira decisiva na produção e na percepção da fala
fluente. Bohnen (2005), ao referir-se a tal questão, também enfatiza que nem todas as
disfluências são consideradas problemáticas, pelo fato de não existir pessoas que sejam
totalmente fluentes. No entanto, quando a quantidade de disfluências desperta a atenção do
ouvinte, pode comprometer o entendimento do discurso, ou seja, em sala de aula, podemos
inferir que os alunos se “distraem” quando o número de disfluências produzidas pelo
professor é alto – como no caso dos professores 7 e 13.
Tendo em vista que um dos focos deste artigo é a investigação da expressividade não-
verbal, optou-se por analisar, as expressões faciais (reconhecimento e expressividade facial) e
gestos.
• Reconhecimento de expressões
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também variou de acordo com cada emoção. A emoção nojo apresentou a maior ocorrência de
expressões faciais. Esta emoção se caracterizou, principalmente, pelo enrugamento do nariz,
envergamento dos cantos da boca. Esses achados corroboram os achados de Darwin (2004),
segundo os quais esses são movimentos típicos dessa emoção. A emoção com menor
ocorrência de expressões faciais foi a raiva, sendo que, neste contexto da emoção, a expressão
dos informantes foi caracterizada, predominantemente, por elevação das sobrancelhas. Esse
resultado difere do proposto por Darwin (2004), segundo o qual esta expressão facial é
característica das emoções surpresa e medo. Parece que os professores não souberam como
expressar a emoção raiva de uma maneira não-verbal.
Assim, temos que as diferentes emoções caracterizam-se como um fenômeno
complexo, mas parece haver certo parâmetro de expressão não-verbal para as emoções. Vale
ressaltar que filmagens e gravações em vídeos podem evidenciar certa inibição da ação dos
informantes em função da presença da câmera, mas como o foco desta pesquisa são os gestos
e expressões faciais, esta forma de registro foi essencial para capturar os dados referentes à
expressividade não-verbal.
Nível 1: Encontram-se nesse nível os informantes que apresentaram curva melódica pouco
expressiva e pouca modificação de loudness, além de alguma dificuldade quanto aos
aspectos de fluência. Estes professores também apresentaram dificuldades na
expressão não verbal.Foram classificados nesse nível os informantes 2 e 7.
Nível 2: Encontram-se nesse nível os que apresentaram curva melódica expressiva e pouca
modificação da loudness, ou o contrário. Nesse grupo, há também alguns casos de
excesso de disfluências comuns e alguns docentes com pouca expressividade não
verbal. Para o nível 2, houve uma maior incidência de informantes: 1, 3, 5, 6, 9, 11 e
13.
Nível 3: Encontram-se nesse nível os informantes que apresentaram curva melódica
expressiva e modificação da loudness, além de fala fluente e com ritmo adequados:
4, 8, 10 e 12.
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encontram-se na faixa etária acima de 40 anos, tem pelo menos 5 anos de experiência como
professores universitários e são doutores.
Os informantes que foram caracterizados como nível 2 tem um perfil bastante
heterogêneo, no que diz respeito às variáveis selecionadas e, nesse grupo houve uma maior
incidência de informantes, ou seja, 60% da amostra.
Vale a pena relembrar a importância da observação do contexto de sala de aula,
anteriormente destacado, a fim de avaliar como essa expressividade acontece de fato no
cotidiano destes docentes, haja vista que o trabalho com mensuração da expressão emocional
pode ser prejudicado pelas dificuldades de se produzir emoções intensas em laboratório
(Scherer, 1995).
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Gráfico 1 - Curva de pitch das vogais da frase “Eu vou assistir outro filme”. Exemplo 1: caso
prototípico nível 3.
Ressalta-se que foram analisados os dados dos questionários destes docentes, que
deram indícios sobre o tipo de aula ministrada, considerando-se o relato do professor sobre o
comportamento dos alunos durante as aulas, os tipos de procedimentos utilizados para a
realização das mesmas e as estratégias utilizadas/sugeridas para o desenvolvimento das
atividades. Pôde-se perceber que o informante 7, exemplo prototípico de expressividade nível
1, ou seja, com dificuldades na performance comunicativa, relatou que seus alunos são
apáticos, raramente se pronunciam, não se entusiasmam,exigindo dele grande esforço para
motivá-los. Além disso, informou que os procedimentos mais utilizados por ele em sala de
aula são aulas expositivas com projeção de slides, o que pode caracterizar uma aula menos
interativa.
A informante 8, exemplo prototípico de expressividade nível 3, ou seja, sem
dificuldades na performance comunicativa, relatou que seus alunos são atentos e têm uma
participação ativa, expondo suas dúvidas e idéias próprias sobre o conteúdo abordado, são
receptivos e colaboram com entusiasmo. Os procedimentos mais utilizados por esta docente
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Gráfico 2 - Curva de pitch das vogais da frase “Eu vou assistir outro filme”. Exemplo 2: caso
prototípico nível 1.
4. Conclusão
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5. Referências bibliográficas
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