Geografia de Mocambique

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Inundações Urbanas

Albazine Fernando Chuquera Muchanga: 41220339

Maxixe, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Inundações Urbanas

Trabalho de Campo da Cadeira de Geografia de


Moçambique a ser submetido na Coordenação do Curso
de Licenciatura em Gestão Ambiental do UnISCED.

Tutores:

Msc Finiasse Belo Arnaldo Michaque


Dr. António Lopes Leal
Msc Bernardino José Bernardo

Albazine Fernando Chuquera Muchanga

Maxixe, Março de 2023


Índice

1. Introdução ....................................................................................................................................... 5

1.1. Objectivos ................................................................................................................................ 6

1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 6

1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 6

1.2. Metodologias e Materiais ......................................................................................................... 6

1. Descrição da área do estudo ........................................................................................................... 7

1.1. Clima, Solos e Hidrografia ...................................................................................................... 7

2. Inundações Urbanas e Cheias ......................................................................................................... 8

2.1. Causas das inundações na Cidade de Inhambane-(Inhassouro) ............................................... 9

2.2. Identificar os impactos das inundações na sua cidade, com evidencias ................................ 10

1.2.1. Ilustração dos impactos causados pelas inundações em Inhassouro .............................. 11

1.3. Medidas para mitigar as inundações na cidade de Inhassouro .............................................. 13

3. Conclusões .................................................................................................................................... 14

4. Referencias bibliográficas ............................................................................................................ 15


1. Introdução

O Presente trabalho que se segue, visa abordar sobre as inundações urbanas. Salientar
que as inundações urbanas ocorrem, principalmente, pelo processo natural no qual rios, e
canais urbanos transbordam para o seu leito maior, devido ao aumento súbito ou gradual da
vazão da água no leito menor. Este tipo de evento é decorrente de processos naturais do ciclo
hidrológico, sendo observado tanto nos espaços urbanos quanto nos espaços rurais e nas
cidades, as inundações são causadas pelas precipitações e pelo escoamento superficial gerado
pela do solo, ou seja, quando o lençol freático esta saturado não permitido que as aguas
filtrem.

Moçambiques nos últimos tempos tem assistido decorrência de eventos hidrológicos


extremos nas urbanizações o que tem deixado a população muito preocupada, já que em
tempos de inundações praticamente não se consegue fazer nada, a população é obrigada a
abandonar as suas residências, suas culturas, seus pastos entre outros bens para salvar as suas
vidas e dos teus familiares.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral

 Descrever sobre as inundações urbanas

1.1.2. Específicos
 Conceptualizar inundações e inundações urbanas;
 Diferenciar as inundações das cheias;
 Explicar as causas e impactos das inundações;
 Explicar medidas para a mitigação das inundações.

1.2.Metodologias e Materiais

Para a materialização do presente trabalho, recorreu-se primeiramente ao Modulo de


Geografia de Moçambique, em alguns artigos de cunho geográfico disponível na internet
obras essas que deram suporte a este trabalho.

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1. Descrição da área do estudo

O distrito de Inhassoro está situado na parte setentrional da província de Inhambane,


em Moçambique. A sua sede é a vila de Inhassoro. Tem limites geográficos, a norte com o
distrito de Govuro, a leste com o Oceano Índico, a sul com os distritos de Vilanculos,
Massinga e Funhalouro e a oeste com o distrito de Mabote. O distrito de Inhassoro tem uma
superfície de 4 746 Km² e uma população de 48 537, de acordo com os resultados
preliminares do ultimo Censo, tendo como resultado uma densidade populacional de 10,2
habitantes/Km² (SERVIÇO DISTRITAL DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS, 2021).

1.1. Clima, Solos e Hidrografia

O clima de Inhassoro é tropical húmido na faixa costeira e tropical seco no interior,


sendo caracterizado por duas estações (seca e chuvosa), a estação quente e chuvosa vai de
Agosto a Fevereiro, a seca e fresca de Fevereiro a Julho. Na estação quente e chuvosa as
temperaturas médias variam entre 28 a 30°c, com uma pluviosidade média anual de 865mm,
com menor incidência no interior, enquanto na estação seca e fresca as temperaturas variam
entre 18 a 27°c com maior incidência no litoral. É atravessado apenas pelo rio Govuro, cujas
margens não são propícias para a actividade agrícola dada a sua natureza calcária (SERVIÇO
DISTRITAL DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS, 2021).

O relevo é constituído por altitudes que não excedem os 239 metros. Em termos de
solos, o Distrito é caracterizado por solos arenosos em fase dunar, solos arenosos
hidromórficos e solos de aluviões argilosos e a vegetação predominante é a floresta aberta de
miombo e mangal.

No Distrito de Inhassoro, predominam solos arenosos na zona costeira, franco-


arenosos e franco-argilosos no interior do distrito, com sedimentos que ocupam extensas
áreas, dunas na ilha de Bazaruto e rochas calcárias na ilha de Santa Carolina. Os solos
arenosos, caracterizam-se pela baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, baixa
fertilidade dos mesmos, o que constitui limitações para a prática de agricultura. Contudo, os
solos do interior do distrito são férteis e apresentam uma boa aptidão para o desenvolvimento
da agricultura e pastagem (SERVIÇO DISTRITAL DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS,
2021).

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2. Inundações Urbanas e Cheias

As inundações urbanas são fenómenos naturais causadas na maioria dos casos por
cheias, devido ao transbordo dos cursos de água que atravessam as cidades. De acordo com
RAMOS (2005), as cheias na sua totalidade provocam inundações, porem ele acrescente que
nem todas as inundações são devidas às cheias.

De acordo com, ZÊZERE et al (2007) as cheias são fenómenos naturais extremos e


temporários, provocados por precipitações excessivas que fazem aumentar o caudal dos
cursos de água, originando o extravasamento do leito menor e a inundação das margens e
áreas circunvizinhas, que se encontram frequentemente ocupadas por atividades humanas.

 Diferença

As pessoas tende a confundir e ate a assemelhar as cheias com as inundações, de facto,


eles não são as mesmas coisas, pois, todas as cheias provocam inundações, mas nem todas as
inundações são devidas às cheias. O conceito restrito de cheia foi preconizado por CHOW
(1956) e refere-se a um fenómeno hidrológico extremo, de frequência variável, natural ou
induzido pela ação humana, que consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao
seu leito ordinário, originando a inundação dos terrenos ribeirinhos (leito de cheia). Sendo
que, as inundações são fenómenos hidrológicos extremos, de frequência variável, naturais ou
induzidos pela acção humana, que consistem na submersão de uma área usualmente emersa.
As cheias são fenómenos hidrológicos temporários, enquanto as inundações (na sua maioria
temporárias) podem ser definitivas (à escala de vida humana), como é o caso, por exemplo, da
subida eustática do nível do mar, devido ao aquecimento global que está a submergir terrenos
costeiros.

As inundações em áreas urbanas são consequências de dois processos que ocorrem


separadamente ou de forma integrada:

 Inundações naturais em áreas ribeirinhas, nas quais o rio ocupa o seu leito maior, de
acordo com eventos chuvosos extremos;
 Inundações provocadas pela urbanização através da impermeabilização dos solos (e da
sobrecarga dos sistemas de drenagem artificial das águas), diminuindo a infiltração da
água das chuvas e aumentando o escoamento superficial (FERREIRA, 2006).

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2.1. Causas das inundações na Cidade de Inhambane-(Inhassouro)

Logo depois dos problemas relacionados ao Saneamento Básico (água, esgoto e lixo),
a Macro drenagem é o tema ambiental que mais afeta a população Moçambicana que vive nas
cidades.

Em Moçambique as inundações são provenientes de mesma causa, independentemente


da província, já que, tem sido por falta de uma boa gestão dos sistemas de drenagem, e
quando existe não tem manutenção, outra causa e a falta de organização dos técnicos de
urbanização, que não fazem os devidos estudos antes de atribuir terrenos aos munícipes, e por
fim, temos comos as aguas das chuvas como a principal causa (FERNANDO, 2022).

Portanto, são varias as causas das inundações urbanas, mas, entre as principais causas
na Cidade de Inhambane no Distrito de Inhassouro, relacionamos as seguintes:

 Chuvas intensas: São consideradas intensas as chuvas de curta duração e de alta


intensidade. Embora sendo rápidas, sua intensidade não permite que o volume
precipitado escoe a tempo de não represar as águas nos pontos de estrangulamento,
que costumam ser as valas e as pontes, a enxurrada, por outro lado, carrega consigo o
lixo jogado nas ruas e encostas, reduzindo ou obstruindo os canos da drenagem
pluvial, quando existem.
 Impermeabilização: Sem dúvida, este é um dos maiores vilões das inundações, o
trajeto da água da chuva, depois que atinge o solo, segue 3 direções: para cima
(evaporação), para o lado (escorrimento superficial) ou para baixo (infiltração); já que,
para cima, só através da elevação mecânica ou bombeamento. Entretanto, só haverá
infiltração se o piso for permeável ou semi-permeável. Bem, até que em Inhassouro o
solo é permeável, sou que com tanta chuva o lençol freático fica saturados e não
permite que as aguas das chuvas seja filtrada, pelo contrario ela libera para o topo do
solo criando enchentes e subsequentes inundações em lugares propensos.
 Má gestão de resíduos sólidos (Lixo): por causa da falta de um gerenciamento eficaz
dos resíduos sólidos da cidade, as chuvas intensas acabam levando os resíduos até as
valas impedindo o curso normal das aguas e para os pontos baixos, onde estão
localizados os canais e os rios, diminuindo a seção dos canais e obstrui a passagem da
água da chuva, causando as inundações urbanas.

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 Falta ou drenagem deficiente: é extremamente importante e crucial a existência de
sistema de drenagem em qualquer cidade que existe no mundo, caso não existe, será
praticamente impossível combater com as inundações. Portanto, pode-se até
introduzir-se os drenos, mas é preciso uma fiscalização constante dos mesmos por
causa dos resíduos sólidos e também com o passar do tempo, aumenta a densidade
demográfica e consequentemente o grau de impermeabilização do solo, e a drenagem
passa a não atender à vazão das cheias.
 Ocupação irregular dos terrenos: esta causa, entrego total e completamente ao
órgão municipal principalmente do gabinete responsável pela urbanização, que vem
mostrando uma grande incompetência neste quesito de distribuição de terreno, já que
passam a vida a distribuir terrenos a população em lugares impróprios e mesmo não
sendo eles a distribuir, não fazem nada aos que constroem em lugares improprio.
Veementemente que este assunto tem haver com as Posturas Municipais e o Plano
Urbanístico das cidades.

2.2. Identificar os impactos das inundações na sua cidade, com evidencias

Segundo, SOUZA & MACEDO (2004) os impactos das inundações são um conjunto
de efeitos causados por inundações que influenciam negativamente de forma directa ou
indirectamente, na actividade económica e social (saúde, a segurança e o bem-estar) nas áreas
inundadas.

Portanto, foram vários os impactos causados pelas inundações em Inhassouro, por


falta de projectos de sistemas de drenagens, da ocupação irregular do solo e dos maus hábitos
da população com relação ao destino do lixo. Salientar que por agora não importa as causas
das inundações, elas provocaram vários problemas dentre eles temos:

 Doenças hídricas e de acordo com o Sistema de Saúde local, tiveram um acréscimo de


casos de paciente com diarreias e dores intensas de barriga.
 Danos materiais, desde a destruição dos imóveis, utensílios domésticos; perdas nas
lavouras e produtos perecíveis armazenados; interrupções de energia e sem acesso
para se deslocar para outros lugares.

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1.2.1. Ilustração dos impactos causados pelas inundações em Inhassouro

Imagem 1: Ilustração de vias dos bairros obstruídas por causas das inundações na Cidade de
Inhassouro

Fonte: INGD, 2023

Imagem 2: Ilustração da via principal obstruídas por causas das inundações na Cidade de
Inhassouro

Fonte: INGD, 2023

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Imagem 3: Ilustração de casas inundadas e culturas agrícolas perdidas por causas das
inundações na Cidade de Inhassouro

Fonte: INGD, 2023

Imagem 4: Ilustração de casas inundadas e culturas agrícolas perdidas por causas das
inundações na Cidade de Inhassouro

Fonte: INGD, 2023

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1.3.Medidas para mitigar as inundações na cidade de Inhassouro

Na verdade, as medidas ou soluções para evitar as inundações, são sempre as mesmas


para todo o país ou em todo o mundo. Na minha óptica, a melhor maneira de mitigar as
inundações é a prevenção, assim como é defendida na lei 15/2014de 20 de Junho que define a
prevenção como um conjunto de medidas multi-sectoriais que visam proteger pessoas, bens
materiais e a normalidade da vida sócio-económico e ambiental, em geral, antes da ocorrência
das calamidades, evitando ou impedir que se realize o fenómeno.

Embora a lei seja o ponto inicial, descrevemos algumas outras medidas que servem
não só para a cidade de Inhassouro, mais também para todo o país, podendo ser enquadradas
em três grandes ramos:

 Técnicas (hidráulicas ou hidrológicas: As soluções de caráter hidráulico, resumem-se


a construção e instalação de sistemas de drenagens e caso exista os drenos eles devem
ser maiores em diâmetro, caso isso seja difícil, pelo menos devem ser maior em
número. Recomenda-se também a construção de bacias de retenção de agua que
podem fazer a captação da água da chuva, que poderão servir nos tempos de estiagem,
e por fim, uma mediada excelente quanto desconhecida, os rios com mata ripária, para
diminuir a velocidade média do escoamento.
 Ambientais: para este ramo, as soluções para as inundações urbanas que estão
relacionadas às práticas ambientais são as seguintes:
a) Evitar desmatamentos, para que não ocorram os assoreamentos;
b) Não jogar lixo em valas de drenagens, para não obstruir os canais de aguas;
c) Aumento das áreas verdes, para aumentar a infiltração; e
d) Revitalização de rios, para evitar as enchentes, entre outras razões.
 Legais ou legislativos: Para este ramo é simples, fazer com que os nossos dirigentes
façam as leis valer a pena, porque alguns nem isso sabem.

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3. Conclusões

Tendo feito o trabalho e apos o final das reflexões do mesmo, pelas quais se procurou
desenvolver sobre os principais tipos de problemas ambientais e desenvolvimento sustentável,
percebeu-se que Moçambique tem um clima extremamente variável com influência na
precipitação, a maioria dos rios do País tem um regime torrencial com altos fluxos durante 3 a
4 meses, e fluxos muito baixos durante o resto do ano, deixando assim varias regiões do pais
com risco de inundações por isso a questão ambiental tem sido largamente difundida
principalmente na última década, tomando em conta a conscientização a respeito do papel do
cidadão sobre o cuidado a ter com o ambiente e a sustentabilidade tornou-se uma preocupação
concreta, colectiva para o mundo inteiro, foi a partir disso que o termo sustentabilidade
passou a dominar grande parte do discurso actual em diferentes sectores da sociedade. Muitas
vezes o termo é usado para dar força ao antigo desejo filosófico de uma sociedade mais
humana. Portanto, percebeu-se também que esta toda discussão de sustentabilidade ambiental
esta em torna da preocupação em relação a ozónio, que forma uma camada com a função de
garantir a proteção contra os efeitos nocivos dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol, sendo
ele único gás capaz de tal protecção.

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4. Referencias bibliográficas
1) FERNANDO, I. análise do papel da educação ambiental na prevenção de impactos
das inundações na zona residencial de maquinag no bairro luís cabral. Dissertação de
Licenciatura em Educação Ambiental. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo.
2022.
2) GOERL, R.F., & KOBIYAMA, M. Considerações sobre as inundações no Brasil.
Revista científica Brasileiro de Recursos Hídricos. 2005.
3) INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO E REDUÇÃO DO RISCO DE
DESASTRES. Relatório dos impactos das enchentes na Cidade de Inhambane.
Inhambane. 2023.
4) Lei 15/2014 de 20 de Junho. Regime jurídico da gestão das calamidades. I Série-
Número 50, Cidade: Maputo-Moçambique, Impressa Nacional.
5) RAMOS C. Programa de Hidrogeografia. Linha de Investigação em Dinâmica Litoral
e Fluvial DILIF-3 Centro de Estudos Geográficos Universidade de Lisboa, Lisboa.
2005.
6) RAMOS C, ZÊZERE J, REIS &, MENDONÇA J. Reserva Ecológica Nacional da
Área Metropolitana de Lisboa. Quadro de Referência Regional. Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Lisboa. 2010.
Disponível em: www.ccdr-lvt.pt. Acessado em 04 de Marco de 2023.
7) SOUZA., R. M., & MACEDO, R. A Educação Ambiental como Estratégia para a
Redução de Riscos Sócio ambientais. 2004.
8) SERVIÇO DISTRITAL DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS. Indicadores de
População e produção agrícolas. Inhambane. 2021.
9) V.T. CHOW. Hydrologic Studies of Floods in the United States. Inter. Assoc. Sci.
Hydrol. 1956.

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