1) O réu contestou a demanda alegando que o autor não pagou as contas de energia, mas os valores cobrados foram exorbitantes e não compatíveis com o histórico de consumo do autor.
2) O corte no fornecimento de energia por mais de 9 meses foi abusivo e prejudicou as atividades rurais e o cotidiano do autor.
3) A concessionária deve indenizar o autor pelos danos morais e materiais causados pela falta de energia elétrica.
1) O réu contestou a demanda alegando que o autor não pagou as contas de energia, mas os valores cobrados foram exorbitantes e não compatíveis com o histórico de consumo do autor.
2) O corte no fornecimento de energia por mais de 9 meses foi abusivo e prejudicou as atividades rurais e o cotidiano do autor.
3) A concessionária deve indenizar o autor pelos danos morais e materiais causados pela falta de energia elétrica.
1) O réu contestou a demanda alegando que o autor não pagou as contas de energia, mas os valores cobrados foram exorbitantes e não compatíveis com o histórico de consumo do autor.
2) O corte no fornecimento de energia por mais de 9 meses foi abusivo e prejudicou as atividades rurais e o cotidiano do autor.
3) A concessionária deve indenizar o autor pelos danos morais e materiais causados pela falta de energia elétrica.
1) O réu contestou a demanda alegando que o autor não pagou as contas de energia, mas os valores cobrados foram exorbitantes e não compatíveis com o histórico de consumo do autor.
2) O corte no fornecimento de energia por mais de 9 meses foi abusivo e prejudicou as atividades rurais e o cotidiano do autor.
3) A concessionária deve indenizar o autor pelos danos morais e materiais causados pela falta de energia elétrica.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO
DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO BELMONTE-PE
Ref. Processo 0000212-42.2021.8.17.3330
ZEVALDO CANDITO DOS SANTOS, já qualificado
nos autos do processo em epígrafe, vem por meio da sua advogada abaixo assinado, propor a presente
RÉPLICA
diante dos fatos novos alegados em contestação.
BREVE RELATO DOS FATOS
O Réu, ao responder a presente demanda, trouxe fundamentos que
não merecem prosperar, vejamos.
Em 2018 em meados de março o Autor, recebeu a visita dos
funcionários da CELPE (COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO), tendo como motivo das inspeções exercício regular, nada fora informado ao presente autor da demanda que posteriormente foi surpreendido com um débito no valor de R$ 1.351,52 (Mil trezentos e cinquenta e um reais e cinquenta e dois centavos), mesmo procurando informações aos órgãos responsáveis não obteve resposta. No mês seguinte outro valor exorbitante constava na fatura da sua energia no valor de R$ 2.581,20 reais (Dois mil quinhentos e oitenta e um reais e 20 centavos).
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
Sem nenhuma justificativa ou explicação sobre a discricionariedade dos referidos valores cobrados, sofreu com um inesperado corte de energia elétrica, em meados de setembro de 2020, e até o presente momento completando 9 meses sem qualquer informação sobre o retorno da energia, mesmo após vários contatos com a Concessionária Ré.
Imediatamente após o ocorrido, o Autor buscou uma compensação
junto ao Réu, conforme evidências que junta em anexo, pelo qual não obteve qualquer retorno, razão pela qual intenta a presente demanda.
DO MÉRITO
No mérito, os réus alegaram equivocadamente que o dever do
consumidor de adimplir as obrigações, bem como a legalidade das cobranças, improcedência da desconsideração da cobrança do débito, vedado o enriquecimento sem causa e da inexistência de danos morais. O que não merece prosperar, afinal, os fatos são completamente distintos daqueles narrados na contestação.
DO SERVIÇO ESSENCIAL
A luz elétrica, assim como o fornecimento de água e esgoto são
classificados como serviços essenciais à vida digna. Nesse sentido, o corte só pode ocorrer em situações excepcionais quando não ofendam a proteção de um bem maior.
No presente caso, a ausência de luz elétrica impede a continuidade
de atividades mínimas de subsistência, tais como manter o armazenamento de alimentos num refrigerador, ligar um fogão, banho e em casos de residentes rurais a manutenção das atividades rurais e principalmente a sobrevivência dos animais.
Mesmo existindo pendência no pagamento, não pode a
concessionária utilizar um bem essencial à vida como coerção. Nesse sentido:
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. CORTE. DÍVIDA PRETÉRITA. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte Estadual de Justiça, é indevido o corte no fornecimento de serviço essencial como forma de compelir o consumidor ao pagamento de dívida pretérita, possuindo a concessionária outros meios de cobrar seus créditos. No caso, estão presentes os requisitos do art. 300 do CPC a ensejar a concessão da tutela de urgência. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70080658065, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Barcelos de Souza Junior, Julgado em 29/05/2019).
Portanto, o corte é manifestamente abusivo devendo ser revisto.
Ademais é de suma importância demonstrar que o consumo do autor nunca ultrapassou o valor mensal no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), sendo de grande abuso da parte da concessionária a cobrança indevida do valor de R$ 2.581,20 reais na sua soma. É TOTALMENTE INCOMPATÍVEL COM A REALIDADE como demonstra a imagem abaixo sobre o histórico de consumo do autor, que sempre cumpriu com o seu dever de consumidor.
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
DA ILEGALIDADE DA COBRANÇA
Tendo em vista a abusividade das faturas não é possível dessa
maneira, como consta nas imagens anexadas nessa petição, a efetividade do pagamento das faturas, uma vez que não restou demostrado pela empresa ré a discricionariedade da virtude do débito, se tratando dessa forma uma violação do direito consumidor e a arbitrariedade da réu.
Que na presente contestação alegou que o autor deixou de cumprir o
dever de adimplência das faturas vencidas, contudo em nenhum momento da contestação relatou a procedência do elevado consumido de energia uma vez que o histórico de consumo é incontestável sobre os valores e consumo de energia, anexados nos autos do processo.
Como consta na imagem anexada, o histórico das faturas comprovam
que o Autor sempre manteve valores baixos referente ao seu consumo de energia, uma vez que tanto pelo histórico de consumo bem como os da sua fatura de pagamento, deixam evidente abusividade da cobrança, cometida pela
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
empresa ré.
DAS PERDAS E DANOS
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova testemunhal
que que será produzida no presente processo, o nexo causal entre o dano e a conduta da Ré fica perfeitamente caracterizado pela abusividade cometida em mais de 9 meses com a cessão do fornecimento de energia, prejudicando os labores rurais e as atividades do cotidiano, gerando dessa forma maior dificuldade na vida do autor e seus familiares, causando o dever de indenizar, conforme preconiza o Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Nesse mesmo sentido, é a redação do art. 402 do Código Civil que
determina: "salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar".
No presente caso, toda perda deve ser devidamente indenizada,
especialmente por que a negligência do Réu causou ________ , assim especificado:
________ - R$ ________
________ - R$ ________
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
No presente caso, todos os prejuízos devem ser devidamente indenizados, especialmente por demonstrada a negligência do Réu ao deixar de notificar previamente sobre a possibilidade de corte de luz, conforme precedentes sobre o tema:
APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PÚBLICO NÃO
ESPECIFICADO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. INDENIZAÇÃO. 1. Do cotejo dos documentos dos autos o que se verifica é que ocorreram inúmeros cortes no fornecimento do serviço na localidade que reside a parte autora, bem como problemas em razão da tensão elétrica da rede ser inadequada. A parte ré possui meios para evitar os prejuízos suportados pelos moradores da localidade, impedindo longos períodos de interrupção do serviço, mesmo em épocas de chuva e vento intensos. Assim, não há falar em caso fortuito. No caso, não demonstrou a parte demandada ter restabelecido o serviço em prazo razoável, bem como solucionado totalmente os problemas com a tensão na rede local. 2. Aplicável ao caso o Código de Defesa do Consumidor, de forma que é ônus da parte ré, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, comprovar que não houve falha na prestação do serviço. Tratando-se de serviço público essencial, o dano é presumível e a responsabilidade da parte ré é objetiva (TJRS, Apelação 70076033224, Relator(a):João Barcelos de Souza Junior, Segunda Câmara Cível, Julgado em: 31/01/2018, Publicado em: 09/02/2018, #93642203)
Motivos pelos quais devem conduzir à indenização ao danos
materiais sofridos, bem como aos lucros cessantes.
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Toda e qualquer reparação civil esta intimamente ligada à
responsabilidade do causador do dano em face do nexo causal presente no caso concreto, o que ficou perfeitamente demonstrado nos fatos narrados. Sendo devido, portanto, a recuperação do patrimônio lesado por meio da indenização, conforme leciona a doutrina sobre o tema:
"Reparação de dano. A prática do ato ilícito coloca o
que sofreu o dano em posição de recuperar, da forma mais completa possível, a satisfação de seu direito, recompondo o patrimônio perdido ou avariado do titular prejudicado. Para esse fim, o devedor responde com seu patrimônio, sujeitando-se, nos limites da lei, à penhora de seus bens." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 1.196)
Trata-se do dever de reparação ao lesado, com o objetivo de
viabilizar o retorno ao status quo ante à lesão, como pacificamente doutrinado:
"A rigor, a reparação do dano deveria consistir na
reconstituição específica do bem jurídico lesado, ou seja, na recomposição in integrum, para que a vítima venha a encontrarse numa situação tal como se o fato danoso não tivesse acontecido." (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol II - Contratos. 21ª ed. Editora Forense, 2017. Versão ebook, cap. 283)
Motivos pelos quais devem conduzir à indenização ao danos
materiais sofridos, bem como aos lucros cessantes.
DO DANO MORAL
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova testemunhal que que será produzida no presente processo, o dano moral fica perfeitamente caracterizado pelo dano sofrido pelo Autor ao ________ , expondo o Autor a um constrangimento ilegítimo, gerando o dever de indenizar, conforme preconiza o Código Civil em seu Art. 186.
Trata-se de proteção constitucional, nos termos que dispõe a Carta
Magna de 1988 que, em seu artigo 5º:
Art. 5º - (...) X - são invioláveis a intimidade, (...) a
honra, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
E nesse sentido, a indenização por dano moral deve
representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos transtornos causados.
No presente caso, o dano ocorre in re ipsa, independente de
comprovação, pelo simples corte abusivo. Nesse sentido:
CORTE INDEVIDO DE ENERGIA ELÉTRICA. DANOS
MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. RAZOABILIDADE. TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULAS 362/STJ E 54/STJ. APELO DA RÉ NÃO PROVIDO. APELO ADESIVO DA AUTORA PROVIDO EM PARTE. DECISÃO UNÂNIME. 1. O dano moral decorre só pelo fato do corte indevido, é in re ipsa, sendo desnecessária prova do prejuízo dele advindo. 2. Levando-se em consideração as circunstâncias do caso, o objetivo compensatório da indenização e o efeito pedagógico gerado pela responsabilidade civil, entendo que o valor
#3642203 Tue Jun 15 14:51:08 2021
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), arbitrado pelo magistrado a quo é razoável, estando em consonância com a jurisprudência deste Tribunal. 3. Na responsabilidade extracontratual, os juros de mora incidem a partir da data do evento danoso (Enunciado n. 54/STJ) e a correção monetária a partir do julgamento em que arbitrado o valor da indenização (Súmula 362/STJ). 4. Honorários advocatícios majorados de 15% (quinze por cento) para 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação (art. 85, § 11, do CPC). 5. Apelo da Celpe não provido. Apelação Adesiva provida em parte, apenas para estabelecer a incidência dos juros de mora referentes aos danos morais a partir do evento danoso, consoante Súmula 54/STJ. Decisão unânime. (TJ-PE - APL: 5149155 PE, Relator: Roberto da Silva Maia, Data de Julgamento: 14/05/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 31/05/2019, #43642203)
E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar
para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos transtornos causados.
Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que o Réu não
trouxe fundamentos suficientes para desconstituir o direito do Autor, razão pela qual a contestação não merece acolhimento.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que sejam rechaçadas todas as preliminares
aventadas na contestação com o consequente acolhimento de todos os pedidos elencados na exordial.