TCC Cleiton FonsecaC
TCC Cleiton FonsecaC
TCC Cleiton FonsecaC
Palhoça
2022
CLEITON CASTRO FONSECA
Palhoça
2022
CLEITON CASTRO FONSECA
______________________________________________________
Professor e orientador Ana Regina de Aguiar Dutra, Dr.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Mestre Silvio Jorge Machado
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Engenheiro Tomaz Vieira, Engenheiro Mecânico
Netzsch do Brasil, Pomerode/ SC
RESUMO
To remain competitive, organizations depend on their ability and speed to innovate and make
continuous improvements, constantly seeking new management tools that guide them towards
greater competitiveness through quality and productivity. In this context, this study applies the
Autonomous Maintenance (AM) pillar of the Total Productive Maintenance (TPM)
methodology in a medium-sized company that operates leasing Mobile Elevating Work
Platforms (MEWP’S). AM is used to involve operators in the maintenance of equipment to
develop them a sensitivity to the machines and a feeling of “ownership”. This involvement
causes a paradigm shift, causing a change in behavior due to the integration between two areas
(maintenance and production) and generates positive results for the organization, such as
improved equipment performance, reduced failures and an increase in availability and
reliability. In order to analyze the maintenance practices carried out in the company from the
perspective of TPM, research and data collection were carried out during the second half of
2021 and the beginning of 2022, in addition to a literature review by authors interested in
preventive action practices and the TPM methodology. With regard to the methodology, the
approach used by the research was qualitative, as for the objectives, it can be classified as
descriptive and exploratory and data collection was through structured interviews with the main
people involved in the maintenance of the equipment. After conducting structured interviews
based on the literature and collecting data about the maintenance practices developed by the
company, it was possible to carry out a qualitative analysis of the information in light of the
AM pillar of TPM. The results of the analysis made it possible to identify critical points in
maintenance practices, those that are not in accordance with what AM proposes, and cause the
self-corrective maintenance rate. Finally, the author was able to suggest actions, based on the
literature and on the AM pillar, in order to structure the maintenance practices developed by
the company to reduce the number of equipment failures, improve the quality of the service
provided and reach the maximum competitive potential.
Keywords: Total Productive Maintenance. Autonomous Maintenance . Mobile Elevating Work
Platforms.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 02- Percepção dos entrevistados acerca das vantagens e desvantagens da implantação
da TPM......................................................................................................................................37
Gráfico 03- Percepção dos entrevistados acerca do perfil de colaborador que melhor se adapta
à metodologia TPM...................................................................................................................38
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 10
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 12
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 12
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 15
2.1 GESTÃO DE MANUTENÇÃO ...................................................................................... 15
2.1.1 Manutenção Produtiva Total (TPM) ......................................................................... 16
2.1.2 Pilar Manutenção Autônoma (MA) ........................................................................... 19
2.2 PLATAFORMAS DE TRABALHO AÉREO ................................................................. 21
2.2.1 Práticas de Manutenção em Plataformas de Trabalho Aéreo ................................ 22
2.2.2 Normas Regulamentadoras relacionadas à PTA’S .................................................. 24
2.3 MANUTENÇÃO AUTONOMA EM INDÚSTRIAS ..................................................... 28
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 30
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 30
3.2 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO PESQUISADO ........................................................ 31
3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS .......................................................................... 31
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................... 35
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................... 36
4.1 OPINIÕES SOBRE A METODOLOGIA TPM E O PILAR AM. ................................. 36
4.2 IDENTIFICAÇÃO E RELAÇÃO DAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO
DESENVOLVIDAS NA EMPRESA E PILAR AM. .............................................................. 40
4.3 PONTOS CRÍTICOS NAS PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO ...................................... 41
4.4 PROPOSTAS DE MELHORIA ...................................................................................... 42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
baixa participação dos funcionários, bem como a falta de aplicação de métodos adequados de
melhoria contínua, a implantação do TPM pode auxiliar na solução desses problemas. A
justificativa para isso se deve ao fato de que, de acordo com Biehl & Sellitto (2015), os
operadores estão mais próximos dos ativos e, ao ampliarem seu horizonte de atuação para a
conservação no seu dia a dia, a inspeção regular e padronizada, a limpeza, a lubrificação e até,
em algumas situações, ajustes e pequenos reparos, aumentam a prevenção de falhas.
No século XIX, a Revolução Industrial tomou âmbitos internacionais, visando única e
exclusivamente ao crescimento comercial e econômicos dos países (GRANZIERA,
2009). Segundo Andrade (2013) com essa nova proposta de produção, passando-se de um
conceito de produção manual para a produção em série e mecanizada, a construção de novas
edificações se faz necessária, com uso da parte aérea para a instalação de sistemas
complementares, como instalações elétricas, sistemas de ar comprimido e ponte rolante. Frente
a essas novas demandas, se torna necessário realizar trabalhos em altura de forma segura e com
o mesmo nível de produtividade.
Atualmente dentre os meios de elevação de trabalhadores, para a execução de trabalhos
em altura, o uso de plataformas elevatórias tipo pantográfica, vem se destacando principalmente
pela segurança ofertada a seus usuários, além de proporcionar maior agilidade nos processos.
A função principal da plataforma elevatória tipo pantográfica é apoiar o deslocamento em
direções de difícil alcance, seja devido à altura ou devido a obstáculos que impeçam o uso de
outro recurso para a realização do trabalho em altura (COMISSÃO EUROPEIA, 2006). Essa
solução elevatória representa a modernidade e a evolução de equipamentos utilizados para a
realização de trabalhos em altura, facilitando o trabalho, reduzindo tempo de execução e
redução dos custos em obras dos setores da construção civil, industrial e demais ramos afins
(CONSTRUCTION PLANT-HIRE ASSOCIATION, 2010).
A partir desse contexto, este trabalho propõe-se a responder à seguinte questão de
pesquisa: como são as práticas de manutenção de uma empresa de locação de plataformas de
trabalho aéreo sob a abordagem da Manutenção Produtiva Total, especificamente no pilar AM
(Manutenção autônoma)?
12
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com ABNT-NBR 5462 (ABNT, 1994), a manutenção industrial pode ser
definida como a combinação de ações técnicas, administrativas e de fiscalização, com o
objetivo de manter ou realocar um item em um estado em que possa desempenhar uma função.
Segundo Xenos (2004) manutenção pode ser descrita como a combinação de ações técnicas e
administrativas, incluindo as supervisões, destinadas a manter ou recolocar um item em um
estado no qual possa desempenhar uma função requerida.
Slack (2007) define manutenção como as tentativas de evitar falhas, empreendidas por
uma organização. O autor também exemplifica alguns benefícios que a manutenção gera, como:
confiabilidade aumentada, qualidade maior dos produtos manufaturados e custos de operação
mais baixos.
A forma como se dá a manutenção pode ser dividida em seis tipos básicos, que são
descritos por Kardec e Nascif (2009) conforme segue:
Manutenção corretiva não planejada: é a correção da falha ou do desempenho
menor que o esperado logo após a sua ocorrência; não existe tempo para planejar
a utilização da mão-de-obra, ferramentas, tampouco de material de reposição, se
for o caso; nesse tipo de manutenção se observam duas condições: desempenho
deficiente da máquina ou equipamento e a ocorrência da falha em si;
Manutenção corretiva planejada: é aquela realizada com desempenho menor
que o esperado, porém com decisão gerencial; esse tipo de manutenção tem custo
mais baixo, é realizado de forma mais rápida e é também mais seguro do que a
realização de uma manutenção não planejada;
Manutenção preventiva: realizada de forma a reduzir ou evitar a falha do
equipamento; é feita em intervalos definidos de tempo independentemente da
16
Para realizar essas tarefas, a manutenção é usada por meio de inúmeras técnicas e
ferramentas que dão suporte às ações de conservação de ativos, sendo uma delas o TPM. De
acordo com Ribeiro (2014), A TPM pretende atingir zero falha na máquina, o que resultaria em
zero defeito nos produtos finais e zero perdas no decorrer do processo produtivo.
De acordo com Ribeiro (2014), o TPM é o resultado dos esforços japoneses voltados
para o aprimoramento da técnica de manutenção preventiva idealizada nos Estados Unidos da
América. Freitas, em 2007, considerava que estes esforços estavam direcionados a eliminar
perdas no processo, além da maximização da utilização dos ativos, ações que se tornaram os
agentes diretos da implantação da ferramenta TPM no Japão. Palmeira & Tenório, em 2002, já
afirmavam que estes esforços japoneses tiveram como motivação as dificuldades enfrentadas
no período do pós-guerra.
Singh, Gohil, Shah e Desai (2013) definem o TPM como uma abordagem inovadora da
manutenção que otimiza a eficácia dos equipamentos, elimina quebras e promove a manutenção
17
autônoma por parte do operador, através de atividades rotineiras, corroborando com a definição
de Corrêa e Corrêa em (2009) de que o TPM é uma abordagem organizacional onde a
responsabilidade que normalmente era atribuída a um setor é dividida por toda empresa.
A Figura 1 mostra a ferramenta TPM estruturada para o envolvimento de todos
os colaboradores na busca de ganhos, expressa em: P-Produtividade; Qualidade; C-custos; D-
Entrega/ Presença; S-segurança; M-Moral. No alcance dessas metas ou ganhos, a ferramenta
oferece suporte para oito pilares, conforme demonstrado a seguir.
Pereira apud Mantese, 2011 sugere a implantação do TPM a partir da execução dos oito
pilares, descritos abaixo, ressaltando que considerações ou adaptações devem ser propostas para
se adequar às peculiaridades de cada empresa, contemplando também as regionalidades
envolvidas.
1. Educação e treinamento: Os treinamentos técnicos são necessários para que, tanto os
responsáveis pela manutenção, quanto os operadores saibam utilizar e manusear corretamente
os equipamentos.
2. Manutenção Autônoma: Este pilar será explicado mais detalhadamente na próxima
seção deste artigo.
3. Manutenção Planejada: É o conjunto de ações preventivas que serão realizadas em
um equipamento.
18
Essas atividades constituem as responsabilidades dos operadores. Por outro lado, o pessoal
de manutenção deve fazer o seguinte:
21
Uma Plataforma Elevatória tipo Pantográfica poupa tempo e torna o trabalho em locais
elevados eficiente, eficaz e mais seguro do que através dos tradicionais métodos de acesso.
Quando usadas com segurança, as Plataforma Elevatória tipo Pantográfica reduzem
significativamente o risco de lesões por quedas (CONSTRUCTION PLANT-HIRE
ASSOCIATION, 2010).
A Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis (2013) salienta que
as plataformas elevatórias tipo pantográfica, deverão observar as especificações
técnicas do fabricante quanto à aplicação, operação, manutenção e às inspeções
periódicas sob responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado. Em
caso de equipamento importado os projetos, especificações técnicas e manuais de
operação e serviço deverão atender o previsto nas normas técnicas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou de entidades internacionais por ela
referendadas ou ainda outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO. Toda empresa
fornecedora, locadora e de manutenção de Plataformas Elevatórias deve ser registrada
no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA para prestar tais serviços
técnicos. Toda manutenção de Plataformas Elevatórias deve ser supervisionada por
um profissional legalmente habilitado com vínculo à respectiva empresa. Os manuais
de operação e manutenção, em língua portuguesa, deverão estar à disposição no
canteiro de obras ou frentes de trabalho ALEC (2013, pág 2-3).
Health and Safety Executive- HSE (2014) define que: (i) todo empregador deve garantir
que o equipamento de trabalho seja mantido em um estado eficiente, em bom estado de
funcionamento e em bom estado de conservação; (ii) todo empregador deve garantir que, onde
qualquer máquina tenha um registro de manutenção, este deve ser mantido atualizado.
seja eficaz, ela deve ser direcionada às partes do equipamento de trabalho onde a falha
ou deterioração pode levar a riscos para a saúde e segurança.
O ANSI também exige que cada inspeção seja realizada por um técnico qualificado na
marca e modelo específicos da PTA ou um com características de projeto semelhantes. O que
é necessário para as inspeções é determinado pelo fabricante do equipamento original (OEM).
Portanto, uma frota mista deve consultar o manual de cada fabricante para a peça específica do
equipamento que está sendo inspecionada para garantir a conformidade e a segurança do
operador (ANSI, 2020).
Santos (2015) em seu estudo apresenta o conceito e explica a importância das Normas
Regulamentadoras segundo entrevista realizada com Rômulo Machado e Silva, Coordenador
Geral de Normatização e Programas:
Com relação às atribuições do empregado são observadas no item 6.7.1 cabe ao empregado
quanto ao EPI:
uso; e,
(Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) (BRASIL, 1978,
pág 2).
De acordo com Andrade (2013), esta NR apresenta maior especificidade além de tratar
de forma mais abrangente os assuntos, principalmente no que se relaciona com o planejamento.
O item 18.1 da NR 18 apresenta o objetivo e o campo de aplicação como se segue:
26
De acordo com o Portal dos Equipamentos (2016, p. 1) na NR-18, Anexo IV, item 5
consta sobre os operadores de plataformas aéreas que necessitam de treinamento para operar
devido aos riscos que o trabalhador corre nas alturas:
5.1 O operador deve ser capacitado de acordo com o item 18.22.1 da NR-
NR 35 – Trabalho em Altura
Segundo Böck (2013) esta norma regulamentadora, publicada em 2012 visou contribuir
na prevenção das quedas de altura, com a avaliação e antecipação dos riscos, com o
27
Norma;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
Porrelli & Lage (2020) analisam sob a ótica do TPM as atividades de manutenção
realizadas em uma empresa portuária, e sugerem melhorias na cultura organizacional através
do pilar Manutenção Autônoma. A empresa estudada pelos autores promove soluções logísticas
portuárias por meio de operações de contêineres no Brasil, e o estudo foi realizado no terminal
localizado em Santos/SP, envolvendo a equipe de Planejamento e Controle de Manutenção. Os
equipamentos estudados pelos autores são compostos pelos portêineres, transtêineres e
equipamentos de pátio, apresentados com mais detalhamentos a seguir: o Portêiner (PT) é um
enorme guindaste utilizado para carregar e descarregar os contêineres dos navios; o Transtêiner
(RTG) é um guindaste que auxilia na movimentação dos contêineres, fazendo seu
empilhamento e enfileiramento por meio da elevação e translação das cargas, movimentando-
se sobre caminhos de rolamentos; os Equipamentos de Pátio (EP) são: empilhadeira de vazios
(EV), empilhadeira Stacker (ES), empilhadeira pequena (EP), e conjuntos transportadores (CT).
3 METODOLOGIA
Esta seção expõe como foi caracterizado o estudo quanto à sua natureza, abordagem,
objetivos e procedimentos técnicos.
No que se refere aos objetivos, esta pesquisa pode ser classificada como exploratória e
descritiva. Segundo Gil (2010), a pesquisa exploratória é aquela que tem como propósito
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
construir hipóteses. Já a pesquisa descritiva, segundo Triviños (2009), permite ao investigador
ampliar sua experiência em relação a um determinado problema. E no caso deste TCC será feito
um levantamento acerca de informações sobre as Plataformas de Trabalho Aéreo, o que torna
a pesquisa muito específica, e uma descrição das etapas de manutenção autônoma.
Por fim, do ponto de vista das estratégias da pesquisa, esta constitui-se em uma pesquisa
bibliográfica e estudo de caso. A consulta bibliográfica aconteceu em livros, relatórios e artigos
científicos acerca de manutenção autonomia de Plataformas de Trabalho aéreo. Segundo
Fonseca (2002) a pesquisa bibliográfica é aquela feita a partir do levantamento de referências
já analisadas. Já segundo Yin (2005), um estudo de caso é uma pesquisa considerada empírica,
que tem como um dos seus objetivos compreender, em profundidade, um fenômeno
contemporâneo, normalmente complexo, no seu contexto real.
31
A pesquisa foi realizada em uma empresa de médio porte que atua na região sul e sudeste
do país e comercializa seus produtos em todo o território brasileiro. O estudo foi desenvolvido
na filial de Santa Catarina com uma unidade de aproximadamente 30 funcionários diretos, onde
é especializada na locação de equipamentos para a construção civil como grupos geradores de
energia, plataformas de trabalho aéreo e torres de iluminação.
semanal da equipe, nela foram explicados os objetivos da coleta das opiniões além de uma breve
palestra sobre a metodologia TPM.
A escolha dos entrevistados foi feita com base no grau de afinidade e experiência com
os equipamentos, além de diferentes atribuições a fim de contemplar múltiplos pontos de vista.
O entrevistado número 1, é o técnico interno responsável em receber os equipamentos após o
período de locação; é ele quem identifica as mais recorrentes anomalias, defeitos ou os sinais
de maus-usos dos operadores, tendo assim uma visão apurada em reconhecer padrões de
defeitos e desgastes nos equipamentos. Os entrevistados números 2 e 3 são técnicos de campo,
responsáveis em realizar as manutenções no endereço do cliente; a visão deles é
importantíssima pois eles mantêm um contato direto com os operadores, podendo assim trocar
experiências, orientações e questionamentos. Os técnicos de campo também são responsáveis
por julgar se o ambiente é adequado para a operação dos equipamentos e observar se o cliente
33
está cumprindo com suas obrigações contratuais como abastecimento com combustível de boa
qualidade e suspensão das atividades no caso de falha ou avaria do equipamento.
Os entrevistados 5 e 6 são operadores, analisar a visão deles é crucial para esta pesquisa
pois são eles os principais autores na conservação dos equipamentos, eles são aqueles que
passam mais tempo em contato com as máquinas, são os primeiros a perceber as falhas e eles
sabem realmente como acontece a rotina de operação. É importantíssimo entender quais são as
maiores dúvidas, dificuldades e inseguranças dos operadores, assim é possível compreender
como deve ser desenvolvido o plano de capacitação para os mesmos segundo o pilar AM da
TPM.
Para Dresch & Miguel (2014) a entrevista pode ser conceituada como um procedimento
que pode ser utilizado para coleta de dados, sendo seus objetivos principais: investigar certa
situação e diagnosticar problemas. As entrevistas estruturadas com os técnicos ocorreram
individualmente durante o mês de abril de 2022, de acordo com as oportunidades de períodos
com baixa demanda nos serviços. As entrevistas com o supervisor ocorreram durante os meses
de abril e maio do mesmo ano. A tabela 2, apresenta os Tópicos utilizados para compor o roteiro
das entrevistas, e seus respectivos autores.
Identificação
Sobre a Metodologia:
10. Qual profissional localiza com maior frequência anormalidades como vazamentos e
falhas nos equipamentos durante a operação?
13. As falhas mais recorrentes nos equipamentos poderiam ser evitadas ou previstas? Por
quem?
No caso deste TCC, a análise de conteúdo foi escolhida para tratar os dados, pois será
triangulado os dados da literatura, das entrevistas e dos documentos e procedimentos fornecidos
pela empresa. Pode ser compreendida como um conjunto de técnicas de análise das
comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens. Corroborando com Bardin (1995), que já defendia que esta análise visa inferir
certas conclusões sobre o conteúdo de mensagens proferidas por alguma pessoa.
36
As seis entrevistas foram realizadas entre março e abril de 2022 e foram gravadas com
o consentimento dos entrevistados, em gravador digital, para posterior transcrição. Seguindo-
se as recomendações de Bardin (2003), na interpretação das informações foram utilizadas as
respostas fornecidas pelos entrevistados, as quais foram identificadas por intermédio de pontos
chaves (ou Unidades de Registro), que consistiram das palavras ou expressões relacionadas ao
tema central de cada pergunta aberta feita ao entrevistado. Em seguida, procedeu-se a contagem
das palavras e expressões que caracterizavam os pontos chaves e os dados são apresentados a
seguir:
Gupta et al. em (2006) fala que a implantação do TPM exige uma infraestrutura adequada e o
comprometimento de todos os colaboradores, independentemente de seu nível hierárquico; a
inclusão da alta administração é essencial nos estágios iniciais, a fim de elaborar o plano diretor
e iniciar a implementação de todo o programa, e pondera que o aculturamento desempenha
grande papel no desempenho operacional.
Ao levar em consideração a mudança de cultura como fator primordial, o perfil de
colaborador que melhor se adapta a este tipo de projeto segundo os entrevistados é: “o
colaborador que entende o propósito”, 80%, “Colaborador que vê o exemplo da alta direção”
10% e “Novos colaboradores” 10%, conforme o gráfico 3.
Gráfico 03- Percepção dos entrevistados acerca do perfil de colaborador que melhor se adapta
à metodologia TPM:
Pinho et al. (2018) defendem a importância de trabalhar para quebrar possíveis barreiras
ao processo de implementação do TPM, enfatizando que as barreiras comportamentais dizem
respeito aos atores envolvidos, as barreiras culturais referem-se ao pensamento gerencial, as
barreiras operacionais referem-se a rotinas já estabelecidas, enquanto as barreiras financeiras
39
Tabela 04- Comparação das atividades de manutenção desenvolvidas atualmente versus pilar
AM:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
forma alinhada. Outra sugestão é que o pilar AM possa ser aprofundado durante a implantação,
e não somente de forma superficial, podendo assim atingir com maior contundência os
operadores e poder extrair o maior potencial deles.
47
REFERÊNCIAS
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KARDEC, Alan; NASCIF, Julio. MANUTENÇÃO: Função Estratégica. 4ª. ed. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2009.
PINTO, Alan Kardec; XAVIER, Júlio Nascif. Manutenção: função estratégica. Rio de
Janeiro: Qualitymark. Ed. 2012.
SINGH, Ranteshwar; GOHIL, Ashish M.; SHAH, Dhaval B.; DESAI, Sanjay; Total
Productive Maintenance (TPM) Implementation in a Machine Shop: A Study Case.
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MODGIL. S., & SHARMA, S. (2016). Total productive maintenance, total quality
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Management, 35(9), 1853-1867. Disponível em:
Information Sheet CIS 58, The Selection and Management of MEWPs – Health and Safety
Executive (HSE)
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf.
Acesso: 23/10/2021
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18-
atualizada-2020.pdf Acesso: 23/10/2021
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-35.pdf
Acesso: 23/10/2021
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. de Daniel Grassi. Porto Alegre:
Bookman, 2001.