DECRETO #11.453, DE 23 DE MARÇO DE 2023 - DECRETO #11.453, DE 23 DE MARÇO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional
DECRETO #11.453, DE 23 DE MARÇO DE 2023 - DECRETO #11.453, DE 23 DE MARÇO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput , incisos
IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 216-A, § 2º, inciso VI, da Constituição,
na Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022, na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, nos art. 5º
a art. 7º da Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010, na Lei nº 13.018, de 22 de julho de 2014, e na Lei nº
14.399, de 8 de julho de 2022,
D E C R ETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
I - do Programa Nacional de Apoio à Cultura - Pronac, de que trata a Lei nº 8.313, de 1991;
III - da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, de que trata a Lei nº 14.399, de 2022;
IV - das ações emergenciais destinadas ao setor cultural previstas na Lei Complementar nº 195,
de 2022; e
V - de outras políticas públicas culturais formuladas pelos órgãos e pelas entidades do Sistema
Nacional de Cultura.
III - viabilizar a expressão cultural de todas as regiões do País e a sua difusão em escala
nacional;
X - apoiar ações artísticas e culturais que usem novas tecnologias ou sejam distribuídas por
plataformas digitais;
XIV - estimular ações com vistas a valorizar artistas, mestres de culturas populares tradicionais,
técnicos e estudiosos da cultura brasileira;
XVI - apoiar ações de produção de dados, informações e indicadores sobre o setor cultural; e
XVII - apoiar outros projetos e atividades culturais considerados relevantes pelo Ministro de
Estado da Cultura.
Art. 4º Poderão ser agentes culturais destinatários do fomento cultural os artistas, os produtores
culturais, os gestores culturais, os mestres da cultura popular, os curadores, os técnicos, os assistentes e
outros profissionais dedicados à realização de ações culturais.
Parágrafo único. Os agentes culturais poderão ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas com
atuação no segmento cultural.
Art. 5º As ações afirmativas e reparatórias de direitos poderão ser realizadas por meio de editais
específicos, de linhas exclusivas em editais, da previsão de cotas, da definição de bônus de pontuação, da
adequação de procedimentos relativos à execução de instrumento ou prestação de contas, entre outros
mecanismos similares destinados especificamente a determinados territórios, povos, comunidades, grupos
ou populações.
CAPÍTULO II
DO FOMENTO DIRETO
Seção I
Art. 7º A utilização dos recursos dos mecanismos de fomento direto poderá ocorrer por:
I - execução direta de políticas públicas culturais pela União ou pelas entidades vinculadas ao
Ministério da Cultura;
II - transferência direta do Fundo Nacional da Cultura para os Fundos de Cultura dos Estados,
dos Municípios ou do Distrito Federal, conforme o disposto nos art. 5º e art. 6º da Lei nº 12.343, de 2 de
dezembro de 2010; ou
§ 3º Nas hipóteses de que tratam os incisos II e III do caput , o ente federativo informará se a
execução dos recursos ocorrerá por meio do procedimento previsto neste Capítulo ou por meio de regime
jurídico específico estabelecido no âmbito do referido ente.
Art. 8º Os recursos dos mecanismos de fomento direto poderão ser aplicados nas seguintes
modalidades:
Seção II
§ 1º Os processos seletivos a que se refere esta Seção se pautarão por procedimentos claros,
objetivos e simplificados, com uso de linguagem simples e formatos visuais que orientem os interessados
e facilitem o acesso dos agentes culturais ao fomento.
Art. 10. Os agentes culturais poderão sugerir à administração pública o lançamento de editais,
mediante requerimento que iniciará procedimento de manifestação de interesse cultural, com as
seguintes etapas:
I - de fluxo contínuo, nos casos em que for possível a celebração de instrumentos à medida que
as propostas forem recebidas; ou
II - de fluxo ordinário, nos casos em que a administração pública optar pela concentração do
recebimento, da análise e da seleção de propostas em período determinado.
I - planejamento;
II - processamento; e
III - celebração.
Art. 13. Na fase de planejamento do chamamento público, serão realizadas as seguintes etapas:
I - preparação e prospecção;
Parágrafo único. Na hipótese de agentes culturais que atuem como grupo ou coletivo cultural
sem constituição jurídica, será indicada pessoa física como responsável legal para o ato da assinatura do
instrumento jurídico e a representação será formalizada em declaração assinada pelos demais integrantes
do grupo ou coletivo.
III - divulgação de resultado provisório, com abertura de prazo recursal de, no mínimo, três dias
úteis e, se necessário, dois dias úteis para contrarrazões;
IV - promover ações formativas, como cursos e oficinas de elaboração de propostas, com ampla
divulgação e abertas a quaisquer interessados.
Parágrafo único. O cadastro prévio poderá ser utilizado como ferramenta para dar celeridade à
etapa de inscrição de propostas.
Art. 18. A etapa de análise de propostas poderá contar com o apoio técnico de especialistas:
I - convidados pela administração pública para atuar como membros da Comissão de Seleção,
em caráter voluntário;
II - contratados pela administração pública para atuar como membros da Comissão de Seleção,
por inexigibilidade de licitação, mediante edital de credenciamento ou caracterização como serviço
técnico especializado, conforme o disposto na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021; e
III - contratados pela administração pública para emitir pareceres técnicos que subsidiem as
decisões da Comissão de Seleção, por inexigibilidade de licitação, mediante edital de credenciamento ou
caracterização como serviço técnico especializado, conforme o disposto na Lei nº 14.133, de 2021.
Art. 19. Na fase de celebração do chamamento público, serão realizadas as seguintes etapas:
§ 4º O cadastro prévio poderá ser utilizado como ferramenta para dar celeridade à etapa de
habilitação.
§ 6º A comprovação de endereço para fins de habilitação poderá ser realizada por meio da
apresentação de contas relativas à residência ou de declaração assinada pelo agente cultural.
§ 8º Na hipótese de instrumento com obrigações futuras, sua celebração poderá ser precedida
de diálogo técnico entre a administração pública e o agente cultural para definição de plano de trabalho.
§ 9º Na hipótese de decisão de inabilitação, poderá ser interposto recurso no prazo de três dias
úteis.
§ 10. O agente cultural poderá optar por constituir sociedade de propósito específico para o
gerenciamento e a execução do projeto fomentado.
Art. 20. O edital preverá a vedação à celebração de instrumentos por agentes culturais
diretamente envolvidos na etapa de proposição técnica da minuta de edital, na etapa de análise de
propostas ou na etapa de julgamento de recursos.
Parágrafo único. O agente cultural que integrar Conselho de Cultura poderá participar de
chamamentos públicos para receber recursos do fomento cultural, exceto quando se enquadrar na
vedação prevista no caput .
Art. 21. O instrumento jurídico poderá ter escopo plurianual quando otimizar o alcance dos
objetivos da política pública de fomento cultural, conforme previsão no edital de chamamento público, ou
quando for relativo:
I - à manutenção:
c) de corpos artísticos estáveis ou outros grupos culturais com execução contínua de atividades;
Seção III
III - termo de execução cultural, conforme os procedimentos previstos neste Decreto, para a
execução de recursos de que trata a Lei nº 14.399, de 2022, e a Lei Complementar nº 195, de 2022; ou
§ 1º A escolha do instrumento a ser utilizado deverá ser indicada pelo gestor público no
processo administrativo em que for planejada a sua celebração, conforme os objetivos pretendidos,
observados os princípios constitucionais da eficiência e da duração razoável do processo.
§ 2º A administração pública poderá optar pela utilização dos instrumentos previstos na Lei nº
14.133, de 2021, nos casos em que necessitar adquirir bens ou contratar serviços, vedada a aplicação do
disposto no art. 184 da referida Lei às hipóteses previstas no caput .
§ 3º A vedação estabelecida no § 2º deste artigo não se aplica às hipóteses previstas nos incisos
II e III do caput do art. 18.
§ 4º Nas hipóteses de celebração dos instrumentos a que se referem os incisos I a III do caput ,
não será exigível a complementação de que trata o § 2º do art. 6º da Lei nº 8.313, de 1991, tendo em vista
que a destinação dos recursos está especificada na origem.
Subseção I
Art. 23. O termo de execução cultural visa estabelecer as obrigações da administração pública e
do agente cultural para o alcance do interesse mútuo de promover a realização de ações culturais ou
apoiar espaços culturais, na implementação das modalidades a que se referem os incisos I e II do caput do
art. 8º.
Art. 24. O plano de trabalho anexo ao termo de execução cultural celebrado preverá, no mínimo:
I - a descrição do objeto;
II - o cronograma de execução; e
Art. 25. Os recursos do termo de execução cultural serão depositados pela administração
pública em conta bancária específica, em desembolso único ou em parcelas, e os rendimentos de ativos
financeiros poderão ser aplicados para o alcance do objeto, sem a necessidade de autorização prévia.
§ 1º A conta bancária a que se refere o caput poderá enquadrar-se nas seguintes hipóteses:
II - conta bancária de instituição financeira privada em que não haja a cobrança de tarifas.
§ 2º A hipótese de que trata o inciso II do § 1º poderá ocorrer nos casos em que a administração
pública tiver credenciado instituição financeira privada ou em que o edital de chamamento público facultar
ao agente cultural a escolha da instituição financeira da conta bancária específica.
II - observância de sazonalidades; ou
Art. 26. Os recursos do termo de execução cultural poderão ser utilizados para o pagamento de:
I - prestação de serviços;
§ 4º Nos casos em que o agente cultural celebrante do instrumento jurídico seja pessoa jurídica,
seus dirigentes ou sócios poderão receber recursos relativos à sua atuação como integrantes da equipe de
trabalho ou como prestadores de serviços necessários ao cumprimento do objeto.
§ 5º O agente cultural poderá ser reembolsado por despesas executadas com recursos próprios
ou de terceiros, desde que, cumulativamente:
II - tenham sido realizadas em atividades previstas no plano de trabalho, até o limite de vinte por
cento do valor global do instrumento.
Art. 27. O termo de execução cultural poderá estabelecer que os bens permanentes adquiridos,
produzidos ou transformados em decorrência do fomento serão de titularidade do agente cultural desde a
data de sua aquisição, nas seguintes hipóteses:
II - quando a análise técnica da administração pública indicar que a aquisição de bens com
titularidade do agente cultural é a melhor forma de promover o fomento cultural no caso concreto.
Parágrafo único. Nos casos de rejeição da prestação de contas em razão da aquisição ou do uso
do bem, o valor pago pela aquisição será computado no cálculo de valores a devolver, com atualização
monetária.
Art. 28. A alteração do termo de execução cultural será formalizada por meio de termo aditivo.
I - prorrogação de vigência realizada de ofício pela administração pública quando der causa a
atraso na liberação de recursos; e
§ 3º As alterações de plano de trabalho cujo escopo seja de, no máximo, vinte por cento
poderão ser realizadas pelo agente cultural e comunicadas à administração pública em seguida, sem a
necessidade de autorização prévia.
§ 6º Nas hipóteses de alterações em que não seja necessário termo aditivo, poderá ser
realizado apostilamento.
Art. 29. O agente cultural que celebrou o termo de execução cultural prestará contas à
administração pública por meio das seguintes categorias:
I - prestação de informações in loco ;
Art. 30. A prestação de informações in loco poderá ser realizada quando o apoio recebido tiver
valor inferior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), nos casos em que a administração pública considerar
que uma visita de verificação será suficiente para aferir o cumprimento integral do objeto.
III - recomendar que seja solicitada a apresentação, pelo beneficiário, de relatório de execução
financeira, caso considere que não foi possível aferir o cumprimento integral do objeto no relatório de
execução do objeto ou que as justificativas apresentadas sobre o cumprimento parcial do objeto foram
insuficientes.
IV - aplicar sanções ou decidir pela rejeição da prestação de informações, caso verifique que
não houve o cumprimento integral do objeto ou o cumprimento parcial justificado, ou caso identifique
irregularidades no relatório de execução financeira.
Art. 31. A prestação de informações em relatório de execução do objeto comprovará que foram
alcançados os resultados da ação cultural, por meio dos seguintes procedimentos:
III - aplicar sanções ou decidir pela rejeição da prestação de informações, caso verifique que
não houve o cumprimento integral do objeto ou o cumprimento parcial justificado, ou caso identifique
irregularidades no relatório de execução financeira.
Art. 32. O relatório de execução financeira será exigido somente nas seguintes hipóteses:
Parágrafo único. O prazo para apresentação do relatório de execução financeira será de, no
mínimo, trinta dias, contado do recebimento da notificação.
Art. 33. O julgamento da prestação de informações realizado pela autoridade do ente federativo
que celebrou o termo de execução cultural avaliará o parecer técnico de análise de prestação de
informações e poderá concluir pela:
III - devolução parcial dos recursos ao erário juntamente com a apresentação de plano de ações
compensatórias.
§ 2º Nos casos em que estiver caracterizada má-fé do agente cultural, será imediatamente
exigida a devolução de recursos ao erário, vedada a aceitação de plano de ações compensatórias.
§ 3º Nos casos em que houver exigência de devolução de recursos ao erário, o agente cultural
poderá solicitar o parcelamento do débito, na forma e nas condições previstas na legislação.
Subseção II
Art. 35. A administração pública poderá lançar editais de fomento cultural para a celebração de
instrumentos de financiamento reembolsável, conforme procedimentos previstos em ato do Ministro de
Estado da Cultura.
§ 1º A taxa de administração não poderá ser superior a três por cento do montante dos recursos.
Seção IV
Art. 37. A modalidade de concessão de bolsas culturais será utilizada para promover ações
culturais de pesquisa, promoção, difusão, circulação, manutenção temporária, residência, intercâmbio
cultural e similares.
III - regras específicas previstas na legislação de fomento cultural do Estado, do Distrito Federal
ou do Município, quando o gestor público do ente federativo optar por não utilizar os procedimentos a que
se referem os incisos I e II.
§ 1º A concessão de bolsas com os recursos de que trata a Lei nº 14.399, de 2022, ou com os
recursos previstos na Lei Complementar nº 195, de 2022, poderá ser realizada por meio de qualquer dos
procedimentos a que se refere ocaput, a critério do gestor público.
§ 2º A escolha do procedimento a ser utilizado em cada caso será especificada pelo gestor
público no processo administrativo em que for formalizado o edital, conforme os objetivos pretendidos,
observados os princípios constitucionais da eficiência e da duração razoável do processo.
§ 3º Nas hipóteses dos procedimentos de que trata este artigo, não será exigível a
complementação de que trata o § 2º do art. 6º da Lei nº 8.313, de 1991, tendo em vista que a destinação
dos recursos está especificada na origem.
Art. 39. O chamamento público para a concessão de bolsas observará o disposto na Seção II,
ressalvados os dispositivos relativos a plano de trabalho, análise de instrumento jurídico e demais regras
não aplicáveis à natureza jurídica de doação com encargo.
Parágrafo único. O edital de concessão de bolsas poderá prever a destinação de valores fixos, o
pagamento de diárias, o ressarcimento de valores relativos a passagens aéreas, o pagamento de despesas
com ações formativas ou qualquer outro formato adequado à implementação da modalidade.
§ 3º Nos casos em que a bolsa resultar na materialização de produtos, o edital poderá prever a
destinação ao acervo da administração pública ou outras destinações que garantam democratização de
acesso.
I - suspensão da bolsa;
II - cancelamento da bolsa; ou
Seção V
Art. 42. O agente cultural premiado firmará recibo do pagamento direto realizado pela
administração pública.
CAPÍTULO III
Parágrafo único. A CVM prestará informações ao Ministério da Cultura sobre a constituição dos
Ficart e seus respectivos agentes financeiros, inclusive quanto às suas áreas de atuação.
Art. 44. As ações culturais aptas a receber recursos dos Ficart se destinarão:
Art. 45. A aplicação dos recursos dos Ficart será feita, exclusivamente, por meio de:
I - contratação de pessoas jurídicas com sede no território brasileiro, com a finalidade exclusiva
de executar programas, projetos e ações culturais;
CAPÍTULO IV
Seção I
VI - proponente - pessoa física ou jurídica com atuação na área cultural que apresente
programa, projeto ou ação cultural perante o Ministério da Cultura com vistas a obter autorização de
captação de recursos de incentivadores.
Art. 48. O Ministério da Cultura poderá selecionar, mediante chamamento público, as ações
culturais a serem financiadas pelo mecanismo de incentivo fiscal.
§ 2º A realização de processo público de seleção de projetos, via edital lançado por incentivador
pessoa jurídica, seguirá orientações do Ministério da Cultura, com vistas à adesão das ações propostas às
políticas culturais.
§ 1º Nos casos de programas, projetos e ações culturais que tenham como objeto a preservação
de bens culturais reconhecidos pelo Poder Público como patrimônio cultural por um dos instrumentos
previstos no § 1º do art. 216 da Constituição, em âmbito federal, estadual, distrital ou municipal, será
obrigatória a apreciação pelo órgão responsável pelo respectivo instrumento protetivo, observada a
legislação aplicável.
Parágrafo único. Os parâmetros para a adoção das medidas de que trata o caput serão
estabelecidos em ato do Ministro de Estado da Cultura, considerados:
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o inciso III do caput serão implementados por
meio de cotas, critérios diferenciados de pontuação, editais específicos ou qualquer outra modalidade de
ação afirmativa que garanta a participação e o protagonismo, observadas a realidade local, a organização
social do grupo, quando aplicável, e a legislação.
Art. 51. A metodologia de prestação de contas dos programas, dos projetos e das ações
culturais financiados com recursos do mecanismo de incentivo fiscal será estabelecida a partir de matriz
de risco adotada pelo Ministério da Cultura, observados os seguintes procedimentos:
I - nos projetos cujo montante dos valores captados seja de pequeno porte, a definição da
categoria de prestação de informações aplicável ao caso concreto observará o disposto nos art. 29 a art.
34;
II - nos projetos cujo montante dos valores captados seja de médio porte, o relatório de
execução do objeto e o relatório de execução financeira serão exigidos em todos os casos, vedada a
adoção da categoria de prestação de informações in loco ; e
III - nos projetos cujo montante dos valores captados seja de grande porte, o relatório de
execução do objeto e o relatório de execução financeira serão exigidos em todos os casos e haverá plano
de monitoramento específico para a ação cultural.
Parágrafo único. Os procedimentos de que trata este artigo serão detalhados em ato do Ministro
de Estado da Cultura, observado o disposto nos art. 29 a art. 34.
Art. 52. A opção prevista no art. 24 da Lei nº 8.313, de 1991, será exercida:
Art. 53. As opções previstas nos art. 18 e art. 26 da Lei nº 8.313, de 1991, serão exercidas:
III - em favor de programas, projetos e ações culturais apresentados por pessoas físicas ou
jurídicas, com ou sem fins lucrativos, sob a forma de patrocínio, e abrangerão:
b) numerário para cobertura de parte do valor unitário de produtos culturais e ingressos para
espetáculos culturais e artísticos, conforme o disposto em ato do Ministro de Estado da Cultura;
IV - em favor dos projetos culturais selecionados pelo Ministério da Cultura por meio de
processo público de seleção; e
V - em favor de projetos que tenham por objeto a valorização de artistas, mestres de culturas
tradicionais, técnicos e estudiosos com relevantes serviços prestados à cultura brasileira.
Art. 54. O fomento por meio do mecanismo de incentivo fiscal poderá contemplar planos anuais
ou plurianuais de atividades apresentados por pessoa jurídica sem fins lucrativos, pelo período de doze,
vinte e quatro, trinta e seis ou quarenta e oito meses, coincidentes com os anos fiscais, com vistas à:
I - manutenção:
c) de corpos artísticos estáveis ou outros grupos culturais com execução contínua de atividades;
ou
§ 1º O disposto no caput poderá ser aplicado para projetos apresentados por instituições que
desenvolvam ações consideradas estruturantes ou relevantes para o desenvolvimento dos segmentos
culturais, por recomendação da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, homologados pelo Ministro de
Estado da Cultura.
I - associações civis de natureza cultural, sem fins lucrativos, cuja finalidade estatutária principal
seja apoiar instituições federais, estaduais, distritais ou municipais no atendimento aos objetivos previstos
no art. 3º da Lei nº 8.313, de 1991; e
§ 3º O valor a ser incentivado nos planos anuais ou plurianuais de atividades será equivalente à
estimativa dos recursos a serem captados a título de doações e patrocínios, conforme o constante da
previsão anual de receita e despesa apresentada pelo proponente.
Parágrafo único. É vedado o uso de rubricas de captação de recursos para pagamento por
serviços de consultoria, assessoria técnica ou avaliação de projetos prestados diretamente aos
patrocinadores.
Art. 57. A democratização do acesso aos bens e serviços culturais constará nos programas, nos
projetos e nas ações fomentados pelo mecanismo de incentivo fiscal, com vistas a:
Art. 58. Nas hipóteses de doação ou de patrocínio de pessoas físicas e jurídicas em favor de
programas e projetos culturais amparados pelo disposto no art. 18 da Lei nº 8.313, de 1991, a dedução será
de até cem por cento do valor do incentivo, observados os limites estabelecidos na legislação do Imposto
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza e o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, e não será permitida a utilização do referido montante como despesa operacional pela
empresa incentivadora.
Art. 59. Os valores transferidos por pessoa física, a título de doação ou patrocínio, em favor de
programas e projetos culturais enquadrados em um dos segmentos culturais previstos no art. 25 da Lei nº
8.313, de 1991, poderão ser deduzidos do imposto devido, na declaração de rendimentos relativa ao
período de apuração em que for efetuada a transferência de recursos, observados os seguintes limites:
Parágrafo único. As deduções de que trata o caput estarão limitadas, ainda, a seis por cento do
imposto devido, nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
Art. 60. Os valores correspondentes a doações e patrocínios realizados por pessoa jurídica em
favor de programas e projetos culturais enquadrados em um dos segmentos culturais previstos no art. 25
da Lei nº 8.313, de 1991, poderão ser deduzidos do imposto devido, a cada período de apuração,
observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 1995, observados os seguintes limites:
§ 1º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá lançar em seus registros
contábeis, como despesa operacional, o valor total das doações e dos patrocínios efetuados no período de
apuração de seus tributos.
§ 2º As deduções de que trata o caput estarão limitadas, ainda, a quatro por cento do imposto
devido, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 6º da Lei nº 9.532, de 1997.
Art. 61. Não constitui vantagem financeira ou material nos termos do disposto no § 1º do art. 23
da Lei nº 8.313, de 1991:
I - a destinação ao patrocinador de até dez por cento dos produtos resultantes do programa, do
projeto ou da ação cultural, com a finalidade de distribuição gratuita promocional, nos termos do plano de
distribuição apresentado na inscrição do programa, do projeto ou da ação, desde que previamente
autorizado pelo Ministério da Cultura; e
§ 1º Ato do Ministro de Estado da Cultura poderá estabelecer outras situações que não
constituam vantagem financeira ou material nos termos do disposto no § 1º do art. 23 da Lei nº 8.313, de
1991.
Art. 62. O valor da renúncia fiscal autorizado no âmbito do Pronac e a correspondente execução
orçamentário-financeira de programas, projetos e ações culturais integrarão o relatório anual de
atividades.
Parágrafo único. O valor da renúncia de que trata o caput será registrado anualmente no
demonstrativo de benefícios tributários da União para integrar as informações complementares à Lei
Orçamentária Anual.
Art. 63. Os programas, os projetos e as ações culturais a serem analisados nos termos do
disposto no inciso II do caput do art. 25 da Lei nº 8.313, de 1991, beneficiarão somente as produções
culturais independentes.
Art. 64. A aprovação do projeto no âmbito do mecanismo de incentivo fiscal será publicada no
Diário Oficial da União e conterá, no mínimo, os seguintes dados:
I - título do projeto;
§ 2º A captação dos recursos será realizada até o término do exercício fiscal subsequente
àquele em que o projeto tiver sido aprovado.
Art. 65. As transferências financeiras dos incentivadores do mecanismo de incentivo fiscal para
os agentes culturais serão efetuadas, direta e obrigatoriamente, em conta bancária específica, aberta em
instituição financeira credenciada pelo Ministério da Cultura.
Art. 66. O controle do fluxo financeiro entre os incentivadores e os agentes culturais será feito
por meio da captura automática de dados dos depósitos realizados pelo sistema eletrônico utilizado no
âmbito do mecanismo de incentivo fiscal.
Seção II
I - até dez por cento dos produtos para distribuição gratuita promocional pelo patrocinador; e
II - até dez por cento dos produtos, conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da
Cultura, para distribuição gratuita pelo beneficiário.
Art. 68. Serão destinadas ao Ministério da Cultura, para composição do acervo, no mínimo duas
cópias dos produtos culturais resultantes de programas, projetos e ações culturais financiados pelo
mecanismo de incentivo fiscal, conforme especificado no respectivo projeto cultural.
CAPÍTULO V
Art. 71. Compete à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, instituída pelo art. 32 da Lei nº
8.313, de 1991:
II - subsidiar a definição, pelo Ministro de Estado da Cultura, dos segmentos culturais não
previstos expressamente nos Capítulos III e IV da Lei nº 8.313, de 1991;
III - analisar, por solicitação do seu Presidente, as ações consideradas relevantes ou não
previstas no art. 3º da Lei nº 8.313, de 1991;
VII - apresentar subsídios para a elaboração de plano de trabalho anual de incentivos fiscais,
com vistas à aprovação do plano anual do Pronac;
VIII - apresentar subsídios para a aprovação dos projetos de que trata o inciso V do caput do art.
53;
IX - emitir súmulas administrativas com orientações técnicas para o Ministério da Cultura, com
vistas ao aperfeiçoamento do Pronac e à uniformização de critérios para aprovação de projetos; e
X - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas pelo seu Presidente.
III - o Presidente de entidade nacional que congrega os Secretários de Cultura dos entes
federativos;
Art. 73. A indicação dos membros da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura a que se refere o
inciso V do caput do art. 72 contemplará os seguintes segmentos:
II - artes visuais - artes gráficas e artes digitais, incluídos pintura, gravura, desenho, escultura,
fotografia, arquitetura, grafite e congêneres;
Art. 75. Os membros da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura a que se refere o inciso II
do caput do art. 72 e os respectivos suplentes ficam impedidos de atuar na apreciação de programas,
projetos e ações culturais dos quais as respectivas entidades vinculadas tenham interesse direto na
matéria.
Art. 76. A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura elaborará o seu regimento interno, a ser
aprovado pela maioria absoluta de seus membros, observado o disposto na Lei nº 8.313, de 1991, e neste
Decreto, e submetido à homologação do Ministro de Estado da Cultura.
CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Será facultada a utilização do certificado a que se refere o caput pelo seu
detentor para fins promocionais.
§ 1º No caso de projetos já em execução, com captação parcial ou total dos recursos aprovados,
o proponente poderá apresentar solicitação de adequação ao disposto neste Decreto, o que será avaliado
pelo Ministério da Cultura.
§ 2º No caso de projetos com execução não iniciada, com captação parcial ou total dos recursos
aprovados, o proponente poderá apresentar solicitação de adequação ao disposto neste Decreto, o que
será avaliado pelo Ministério da Cultura.
II - solicitar a adequação do projeto ao disposto neste Decreto antes de iniciar a captação dos
recursos.
§ 4º Para fins do disposto no § 3º, a adequação será solicitada ao Ministério da Cultura, que
emitirá parecer com observância ao disposto neste Decreto.
Art. 79. O Ministério da Cultura conhecerá de ofício os casos de prescrição do poder
administrativo sancionatório, nos termos do disposto na Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999.
Parágrafo único. A análise da ocorrência de prescrição para o exercício das pretensões punitivas
e de ressarcimento precederá as análises de documentação de prestações de contas.
Art. 80. O Ministro de Estado da Cultura editará, em até trinta dias, as instruções normativas
necessárias ao cumprimento do disposto neste Decreto, que poderão incluir:
Art. 81. O Ministério da Cultura procederá a novo processo de escolha e posse dos membros da
Comissão Nacional de Incentivo à Cultura para o biênio 2023-2024, de acordo com o disposto neste
Decreto.
Parágrafo único. O mandato dos atuais comissários ficará vigente até a posse dos novos
membros da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura.