Atlas de Microbiologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 52

ATLAS DE

MICROBIOLOGIA
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA


REITOR COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA
Oscar Rodrigues Junior José Klauber Roger Carneiro

PRÓ-REITORIA ADMINISTRATIVA EQUIPE DE PLANEJAMENTO DO ATLAS


Ingrid Soraya Oliveira Sá Theodora Thays Arruda Cavalcante
Luís Antônio de Oliveira Alves
PRÓ- REITORIA EXECUTIVA INSTITUCIONAL Davi de Paula Brito
Daniel Rontgen Melo Rodrigues Evanildes Barros Muniz

PRÓ- REITORIA DE SUPERVISÃO INSTITUCIONAL COORDENADOR DO MÓDULO


Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues Theodora Thays Arruda Cavalcante

PRÓ- REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE – NDE


Rômulo Carlos de Aguiar Bruna Vieira Gomes
Felipe Mendes Conrado
PRÓ- REITORIA EXECUTIVA DE GRADUAÇÃO EM
Geison Vasconcelos Lira
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
José Klauber Roger Carneiro
Lindomar Jémison Moura Rodrigues
Luiz Derwal Salles Júnior
PRÓ- REITORIA DE CARREIRAS MÉDICAS E Regina Coeli de Carvalho Porto Carneiro
ODONTOLÓGICAS Theodora Thays Arruda Cavalcante
José Klauber Roger Carneiro
PRÓ- REITORIA DE PESQUISA E PÓS-
NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO – NAPE
GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
Bruna Vieira Gomes
Chrislene Carvalho dos Santos
Felipe Mendes Conrado
PRÓ- REITORIA DE DESENVOLVIMENTO Geison Vasconcelos Lira
PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL José Klauber Roger Carneiro
Marisa Pascarelli Agrello Leandro Cordeiro Portela
Niedja Maruccy Gurgel da Cruz Grangeiro
PRÓ- REITORIA DE CARREIRAS DE GESTÃO E Regina Coeli de Carvalho Porto Carneiro
TECNOLOGIA
Eliza Angélica Rodrigues Ponte NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO AO ESTUDANTE
DE MEDICINA – NAPEM
DIRETORIA DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL Ana Neiline Cavalcante
Antônio Flávio Queiroz de Oliveira
Cel. Raimundo Tadeu de Araújo Geison Vasconcelos Lira
José Cleano Dias Arruda
Marisa Pascarelli Agrello
DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Mikkael Duarte dos Santos
Eliza Angélica Rodrigues Ponte Niedja Maruccy Gurgel da Cruz Grangeiro
Rafael Nobre Lopes
DIRETORIA DE ESTÁGIOS
Michelle Alves Vasconcelos NÚCLEO DE ESTUDOS, PESQUISA E EXTENSÃO EM
CIÊNCIAS MÉDICAS DR. THOMAZ CORRÊA ARAGÃO
DIRETORIA DE EXTENSÃO E RESPONSABILIDADE NUCIM
SOCIAL Ana Neiline Cavalcante
Regina Maria Aguiar Alves Cícero Igor Simões Moura Silva
Danielle Rocha do Val
DIRETORIA DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL Geison Vasconcelos Lira
João José Saraiva da Fonseca José Jackson do Nascimento Costa
Luís Antônio de Oliveira Alves
DIRETORIA DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO Maria Auxiliadora Silva Oliveira
DE NEGÓCIOS Regina Coeli de Carvalho Porto Carneiro
Prof. Francisco Linhares Ponte Júnior Theodora Thays Arruda Cavalcante

OUVIDORIA COORDENAÇÃO DE SECRETARIA


Jucelaine Zamboni (Interina) Cricilane Alcântara de Araújo

CAPELANIA
Gerson Pires de Araújo

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO


Rita de Cássia Marques Costa
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

I. ACTINOMYCES 6

II. BACILLUS CEREUS 7

III. BIFIDOBACTERIUM 8

IV. BORDETELLA 9

V. CAMPYLOBACTER JEJUNI 11

VI. CANDIDA ALBICANS 12

VII. CLOSTRIDIUM PERFRIGENS 14

VIII. CORYNEBACTERIUM DIPHTERIAE 16

IX. ENTEROCOCCUS FAECIUM 18

X. ESCHERICHIA COLI 20

XI. STAPHYLOCOCCUS 21

XII. KLEBSIELLA PNEUMONIAE 23

XIII. LACTOBACILLUS BULGARICUS 24

XIV. LEPTOSPIRA SPP. 26

XV. LISTERIA MONOCYTOGENES 28

XVI. MICROSPORUM GYPSEUM 30

XVII. MORAXELLA 31

XVIII. MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS 32

XIX. NEISSERIA SUBFLAVA 34

XX. PASTEURELLA MULTOCIDA 35


C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

XXI. PROTEUS VULGARIS 36

XXII. PSEUDOMONAS AERUGINOSA 37

XXIII. SACCHAROMYCES CEREVISIAE 38

XXIV. SALMONELLA ENTERITIDIS 39

XXV. SARCINA 40

XXVI. SHIGELLA FLEXNERI 41

XXVII. STAPHYLOCOCCUS AUREUS 42

XXVIII. GÊNERO STREPTOCOCCUS 44

XXIX. STREPTOCOCCUS MUTANS 45

XXX. STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE 46

XXXI. STREPTOCOCCUS PYOGENES 47

XXXII. VIBRIO CHOLEREAE 48

XXXIII. YERSINIA ENTEROCOLITICA 49


C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

I. Actinomyces

Gênero de bactérias que se apresentam na forma de bastonetes filamentosos ou


difteróides, gram positivos (0,5m de largura), frequentemente observados em
forma esférica devido a coloração irregular. São capnofílicos (microrganismo que
cresce melhor em ambiente enriquecido com 5 a 10% de CO2) ou anaeróbios
facultativos. Exigem meio com sangue ou soro; possuem crescimento lento, não
crescem em meio Ágar Sabouraud nem à temperatura ambiente e apresentam
teste catalase negativo.
São microrganismos encontrados na cavidade oral e trato gastrointestinal, podem
ser cultivados em meio ágar sangue e a patologia mais conhecida é a
actinomicose, causada por Actinomyces israeli.
O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de aspirado de lesões, e no exame
direto, caracterizado pela presença de grânulos de enxofre (rosetas).

Imagem disponível em: https://goo.gl/SvsDAV

6
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

II. Bacillus cereus

Formador de esporos, móveis, bacilos Gram positivos. Produzem enterotoxinas


termoestável e termolábel. B. cereus e outras espécies de Bacillus são
microrganismos ubiquitários, presentes em praticamente todos os ambientes. As
espécies de Bacillus crescem rapidamente e são facilmente detectadas pela
coloração de Gram e cultura de amostras obtidas de olhos infectados, sítios de
cultura intravenosos e outros locais. B. cereus são principalmente patógenos
oportunistas, com capacidade relativamente baixa de virulência. As doenças
comumente observadas são: gastroenterite, infecções oculares, sepse relacionada
ao uso de cateteres intravenosos e, mais raramente, pneumonia grave. B. cereus é
responsável por duas formas de intoxicação alimentar: a doença com vômito (forma
emética) e a doença diarreica (forma diarreica). Em muitos pacientes, a forma
emética da doença resulta do consumo de arroz contaminado por enterotoxinas
termoestáveis. A forma diarreica de intoxicação alimentar por B. cereus é uma
infecção que resulta do consumo de carne, vegetais ou molhos contaminados por
enterotoxinas termolábeis.

Imagem disponível em: https://goo.gl/fLhYv5 Imagem disponível em: https://goo.gl/zRezPb

7
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

III. Bifidobacterium

O gênero Bifidobacterium faz parte da microbiota normal humana. São


caracterizadas como bactérias gram-positivas, que não formam esporos,
desprovidos de flagelos, catalase negativos e anaeróbios, podendo apresentar
formas variadas que incluem bacilos curtos e curvados a bacilos bifurcados. A
temperatura ótima de crescimento das bactérias bífidas abrange de 37ºC a 41ºC,
não havendo crescimento em temperaturas abaixo de 25-28ºC e acima de 43º
45ºC. O pH ótimo de crescimento compreende a faixa de seis (6,0) a sete (7,0),
não ocorrendo crescimento abaixo de quatro e meio (4,5) a cinco (5,0) ou acima de
oito (8,0) a oito e meio (8,5).
Diversas espécies incluem esse gênero, mas uma delas tem origem de leite
fermentado e apresenta grande tolerância ao oxigênio. São microrganismos
formadores de ácido lático e ácido acético como seus produtos finais principais do
metabolismo de carboidratos.

Imagem disponível em: https://goo.gl/gq2YTE Imagem disponível em: https://goo.gl/3Vpx6W

8
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

IV. Bordetella

O gênero Bordetella é constituido de cocobacilos Gram-negativos delicados. Eles


são aeróbios obrigatórios (necessitam de oxigênio livre para a respiração) e não
fermentam carboidratos como a glicose. Englobam 3 espécies: Bordetella
pertussis, Bordetella parapertussis (causa infecção respiratória semelhante à
coqueluche; entretanto, o paciente não apresenta o quadro de tosse paroxística),
Bordetella bronchiseptica (é uma bactéria primariamente patogênica para animais -
coelho, cobaia, rato, porco, cachorro e outros sendo suas infecções
frequentemente epidêmicas. Raramente causa infecção no homem).

Imagem disponível em: https://goo.gl/M8T35C

9
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

A Bordetella pertussis cresce somente em meios especiais contendo sangue. Ela


sofre mutações de vários tipos, quando submetida a culturas sucessivas no
laboratório. Estas mutações, que aliás são frequentes, determinam alterações
profundas na estrutura, metabolismo e virulência da bactéria.
A bactéria Bordetella pertussis é considerada uma bactéria pequena, com
aproximadamente 0,8 por 0,4 micrômetros. É um cocobacilo encapsulado e não
produz esporos. Arranja-se isoladamente ou em grupos pequenos e não é
distinguida facilmente da espécie haemophilus.
A coloração utilizada para o estudo microscópico dessas bactérias, é o método de
Gram, que consiste, essencialmente, no tratamento sucessivo do esfregaço
bacteriano, fixado pelo calor, utilizando cristal violeta, lugol, álcool e fucsina como
reagentes. Utilizando essa coloração, podemos constatar que a bactéria Bordetella
pertussis trata-se de uma bactéria Gram negativa, apresentando-se avermelhada
após tal tratamento.

10
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

V. Campylobacter jejuni

Bacilo Gram negativo, fino e curvo. São móveis por meio de um flagelo polar.
Possuem crescimento lento, geralmente necessitando de 48 a 72 horas ou mais de
incubação. Os microgarnimos são finos e não podem ser observados facilmente
quando corados pelo método de Gram. Apesar da baixa sensibilidade dessa
coloração, eles aparecem caracteristicamente como bacilos finos em forma de “S”.
Hospedeiros reservatórios usuais: aves, bovinos e ovinos. Doenças humanas
associacadas: gastroenterite, infecções extraintestinais, síndrome de Guillain Barré,
artrite reativa. A maioria das infecções é autolimitada, mas podem persistir por uma
semana ou mais.

Imagem disponível em: https://goo.gl/rD4yK2 Imagem disponível em: https://goo.gl/vazM8r

11
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

VI. Candida albicans

Fungo patógeno e oportunista. Candida spp. coloniza a mucosa gastrointestinal e


atinge a corrente sanguínea por translocação gastrointestinal ou através de
cateteres vasculares contaminados, interage com defesas do hospedeiro e deixa o
compartimento intravascular invadindo tecidos profundos de órgãos-alvo como
fígado, baço, rins, coração e cérebro. Possui a capacidade de sofrer translocação de
leveduras para hifa (capacidade denominada de mudanças fenotípicas), regulado
tanto por pH quanto por temperatura. As hifas de C. albicans exibem tigmotropismo
(um sentido de tato), que lhes permite crescer ao longo de depressões ou através de
poros e pode auxiliar na infiltração de superfícies epiteliais; os tubos germinativos de
C. albicans são hidrofóbicos, enquanto os brotos ou blastoconídeos são hidrofílicos.

Imagem disponível em: https://goo.gl/SVZmbY

12
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Diversas espécies de Candida secretam aspartil proteinases, que hidrolisam as


proteínas do hospedeiro envolvidas em defesas contra a infecção, permitindo que
as leveduras rompam barreiras de tecido conjuntivo. Da mesma forma, a maioria
das espécies de Candida que causam infecção em humanos produz fosfolipases.
Estas enzimas lesam as células do hospedeiro, sendo consideradas importantes na
invasão tecidual.

Imagem disponível em: https://goo.gl/wcQytJ

13
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

VII. Clostridium perfrigens

Pertence ao gênero Clostridium, é um bacilo grande, retangular, anaeróbio e Gram


positivo, com esporos raramente observados in vivo ou após o cultivo in vitro. Este
organismo é um dos poucos clostrídios imóveis, mas o crescimento rápido e
espalhado em meios de laboratório é característico. Essa bactéria cresce
rapidamente em meios tecidos e culturas, é hemolítica e metabolicamente ativa,
características que tornam possível a identificação em laboratório.
Sob condições adequadas, C. perfrigens se divide a cada 8 a 10 minutos, portanto,
o crescimento em agar ou em caldo de hemocultura pode ser detectado em apenas
algumas horas de incubação.
C. perfrigens pode causar um amplo espectro de doenças, de gastroenterite
autolimitada até uma devastadora destruição do tecido associada à mortalidade
muito elevada.

Imagem disponível em: https://goo.gl/pvEyre

14
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

A toxina alfa é a toxina mais importante e produzida por todos os cinco tipos de C.
perfrigens (principalmente por C. perfrigens tipo A). Esta toxina provoca hemólise
massiva, aumento da permeabilidade vascular e hemorragia, destruição tecidual,
toxicidade hepática e disfunção miocárdica.
C. perfrigens tipo A é responsável pela maioria das infecções humanas, incluindo
infecções em tecidos moles, intoxicação alimentar e septicemia primária. C.
perfrigens tipo C é responsável por uma outra infecção importante em humanos – a
enterite necrotizante.

Imagem disponível em: https://goo.gl/nCBv95

15
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

VIII. Corynebacterium diphteriae

O gênero Corynebacterium é formado por mais de 100 espécies e subespécies que


apresentam parede celular contendo resíduos de arabinose, galactose, ácido
meso-diaminopimélico (meso-DAP) e ácidos micólicos de cadeias curtas. Não são
capazes de corar por métodos de álcool-acidorresistencia. Na coloração de Gram,
são observados bacilos Gram positivos irregulares agregados ou em cadeias curtas
(formato de clava). Corinebactérias são microrganismos aeróbios anaeróbios
facultativos, imóveis e catalase-positivos. Muitas espécies crescem bem em meios
de cultura comumente utilizados nos laboratórios. No entanto, algumas espécies
requerem meios de cultura suplementados com lipídeos (bactérias lipofílicas) para
que ocorra crescimento in vitro.
Corynebacterium diphtheriae, o agente etiológico da difteria, é a espécie mais
conhecida. A espécie C. diphtheriae é formada por bacilo pleomórficos que se
coram irregularmente. Granulações metacromáticas podem ser observadas nas
células bacterianas coradas com azul de metileno.

Imagem disponível em: https://goo.gl/beMiqn

16
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Os microrganismos apresentam colônias grandes, contendo 1 a 3 mm de diâmetro,


quando cultivados por uma noite em meio agar sangue. Meios seletivos e
diferenciais podem ser utilizados para o isolamento de C. diphteriae, a partir de
espécimes clínicos contaminados com outras espécies bacterianas, como em
materiais obtidos da faringe.
A espécie C. diphtheriae é dividida em quatro biótipos diferentes de acordo com a
morfologia colonial bacteriana e algumas propriedades bioquímicas. Os biotipos
são denominados: belfanti, gravis, intermedius e mitis. A maioria dos casos de
difteria descrito na literatura foi causada pelos biotipos gravis e mitis.
O principal fator de virulência é a toxina diftérica, uma exotoxina do tipo A-B. Esta
exotoxina é produzida no local da infecção e se dissemina pela corrente sanguínea,
produzindo os sinais sistêmicos da difteria. O microrganismo não precisa entrar na
corrente sanguínea para causar a doença.

Imagem disponível em: https://goo.gl/K8koBJ

17
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

ENTEROCOCCUS FAECIUM

IX. Enterococcus faecium

A espécie Enterococcus faecium é, em geral, a segunda de maior frequência entre


os enterococos isolados de espécimes clínicos, estando em primeiro lugar
Enterococcus faecalis.
Enterococos podem ser cultivados nos meios de cultura comuns, inclusive em
meios seletivos para bactérias Gram negativas. Podem ser facilmente identificados
através de suas características fisiológicas, destacando-se o fato de serem
positivos para os testes de hidrólise da esculina na presença de bile, hidrólise de
pirrolidonil-beta-naftilamida (PYR) e da leucina-beta-naftilamida, e de crescerem em
meios contendo concentrações elevadas de NaCl (6,5%). Estes testes, entre
outros, são úteis para diferenciar os membros do gênero Enterococcus dos outros
gêneros de cocos Gram-positivos, catalase-negativos.

Imagem disponível em: https://goo.gl/wEGYu4

18
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Para a identificação das espécies do gênero são empregados diversos outros


testes, incluindo a utilização de açúcares, hidrólise da arginina, produção de
pigmento e motilidade. Métodos moleculares têm sido avaliados para a
caracterização das espécies mais frequentes (E. faecalis e E faecium), bem como a
identificação rápida de genes de resistência. Para fins de rastreamento
epidemiológico, diversas metodologias de tipagem molecular podem ser usadas,
mas uma das mais recomendadas é a análise dos perfis de fragmentação do DNA
cromossômico, após eletroforese em campo pulsado (PFGE).
Os enterococos são membros da microbiota normal do trato intestinal, sendo
também encontrados nas mucosas de outros tratos, embora em menor
concentração. As infecções surgem quando a bactéria é translocada para órgãos
ou locais sensíveis. O trato urinário, as feridas, sobretudo as decorrentes de
cirurgias, e a corrente circulatória são os locais mais frequentemente infectados.

Imagem disponível em: https://goo.gl/w8QfMN

19
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

ESCHERICHIA COLI

X. Escherichia coli

Pertence ao gênero Escherichia, o qual é o membro mais comum e mais


importante. É um bacilo Gram negativo, anaeróbio facultativo, são fermentadores e
oxidase negativos. Estes micro-organismos crescem rapidamente, na maioria dos
meios de cultura este micro-organismo está associado a uma variedade de
doenças, incluindo gastroenterite e infecções extraintestinais como infecções do
trato urinário (ITUs), meningites e sepses. Uma variedade de cepas pode causar
doenças, sendo alguns sorotipos associados à virulência. As cepas de E. coli
possuem fatores de virulência específicos, que podem ser organizados em duas
categorias principais: adesinas e exotoxinas.
Gastroenterite é a doença clinica mais comum causada por cepas de E. coli, as
quais são subdivididas em cinco grupos principais: enterotoxigênica (ETEC),
enteropatogênica (EPEC), enteroagregativa (EAEC), entero-hemorrágica (EHEC) e
enteroinvasiva (EIEC). Os três primeiros grupos causam uma diarreia secretora
envolvendo o intestino delgado, enquanto nos dois últimos grupos a infecção
envolve o intestino grosso.

Imagem disponível em: https://goo.gl/w89PvU Imagem disponível em: https://goo.gl/D7B979

20
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

STAPHYLOCOCCUS

XI. Staphylococcus

O nome do gênero staphylococcus se refere ao fato de que as células destes cocos


Gram positivos crescem com um perfil que se assemelha a cachos de uvas; no
entanto, os organismos em material clínico podem também aparecer como células
únicas, pares ou cadeias curtas.
Staphylococcus é um gênero aeróbio-catalase positivo, são imóveis, anaeróbios
facultativos, são capazes de crescer em meios contendo alta concentração de sal e
a temperaturas que variam de 18°C a 40°C. Os estafilococos crescem rapidamente
quando cultivados em meios não seletivos. Os meios seletivos (por exemplo, agar
manitol salgado) podem ser utilizados para recuperar S. aureus em espécimes
contaminados.

Imagem disponível em: https://goo.gl/v45Thg

21
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Os estafilococus são importantes patógenos para os seres humanos, causam um


amplo espectro de doenças sistêmicas que ameaçam a vida, incluindo infecções de
pele, tecidos moles, ossos, trato urinário, bem como infecções oportunistas.
As colônias de S. aureus são douradas como resultado de pigmentos carotenoides
formados durante o seu crescimento; daí o nome da espécie. Também é a única
espécie encontrada em seres humanos que produz a enzima coagulase, desse
modo, são coagulase positivos. Esses fatores de virulência incluem componentes
estruturais que facilitam a aderência aos tecidos do hospedeiro e evitam a
fagocitose, e uma variedade de toxinas e enzimas hidrolíticas. Os pacientes sob
risco para doenças específicas relacionadas à essa espécie, incluem crianças
(síndrome da pele escaldada), crianças pequenas com pouca higiene pessoal
(impetigo e outras infecções cutâneas), mulheres menstruadas (síndrome do
choque tóxico), pacientes com cateteres intravasculares (bacteremia e endocardite)
ou shunts (meningites) e pacientes com função pulmonar comprometida ou
infecção respiratória viral antecedente (pneumonia).

Imagem disponível em: https://goo.gl/ruuHQs

22
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

KLEBSIELLA PNEUMONIAE

XII. Klebsiella pneumoniae

Klebsiella pneumoniae é um bacilo Gram-negativo, membro da família


Enterobacteriaceae, encontrado em locais como água, solo, plantas e esgoto. Sua
colonização em seres humanos provavelmente ocorre por contato com as diversas
fontes ambientais e pode ser encontrada colonizando a orofaringe e fezes de
pessoas sadias. Já no organismo de pessoas imunocomprometidas esta bactéria
encontra um ambiente propício para seu crescimento, levando aos quadros de
infecção.
O gênero Klebsiella é definido como contendo bacilos Gram-negativos da família
Enterobacteriaceae, não móveis, geralmente encapsuladas e em forma de bastão,
que produzem lisina descarboxilase mas não produzem ornitina descarboxilase.
Compreende cinco espécies: K. pneumoniae, K. oxytoca, K. planticola, K. terrigena
e K. ornithinolytica.

Imagem disponível em: https://goo.gl/dHBhhR Imagem disponível em: https://goo.gl/Qn5hdi

23
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

LACTOBACILLUS BULGARICUS

XIII. Lactobacillus bulgaricus

Bactérias Gram positivas de forma bacilar que geralmente formam longas cadeias.
Se desenvolve a 15°C, e é incapaz de crescer em meio contendo solução a 2,5%
de cloreto de sódio. Não se desenvolve em pH 7,8.
O gênero Lactobacillus foi isolado pela primeira vez por MORO em 1900, a partir
das fezes de lactentes amamentados ao peito materno. Este investigador atribuiu-
lhes o nome de Bacillus acidophilus, designação genérica dos lactobacilos
intestinais. Estes microrganismos são geralmente caracterizados como Gram
positivos, incapazes de formar esporos, desprovidos de flagelos, possuindo forma
bacilar ou cocobacilar, e aerotolerantes ou anaeróbios. O gênero compreende
neste momento 56 espécies oficialmente reconhecidas. As mais utilizadas para fins
de aditivo dietético são: L. acidophilus, L. rhamnosus e L. casei. ou L. acidophilus.

Imagem disponível em: https://goo.gl/BuhneY

24
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Pertencente ao gênero Lactobacillus, família Lactobacillaceae, estes


microrganismos são bacilos geralmente largos e finos, que formam cadeias na
maioria de suas espécies. São microaerófilos, catalase positivo, Gram negativos e
fermentam os açúcares produzindo ácido láctico como principal produto. Se são
homofermentativos, fermentam o açúcar formando principalmente, ácido láctico e
insignificantes quantidades de ácido acético, dióxido de carbono e outros produtos.
Se são heterofermentativos, produzem ácido láctico e uma importante quantidade
de compostos voláteis, entre eles se encontram o álcool (JAY, 1994). O
Lactobacillus bulgaricus e o Lactobacillus acidophillus estão entre os lactobacilos
homofermentativos.

Imagem disponível em: https://goo.gl/iNXBEN

25
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

LEPTOSPIRA SPP.

XIV. Leptospira spp.

A taxonomia do gênero Leptospira é bastante confusa. Tradicionalmente, o gênero


tem sido agrupado por características fenotípicas, reação sorológica e
patogenicidade. As cepas patogênicas foram agrupadas na espécie Leptospira
interrogans e as não patogênicas à espécie Leptospira biflexa.
As leptospiras são espiroquetas e delgadas com um gancho em uma ou em ambas
extremidades afiladas. A motilidade é mediada por dois flagelos periplasmáticos
que se estendem por toda a superfície bacteriana e são ancorados nos extremos
opostos. As leptospiras são aeróbias estritas com temperatura ótima de
crescimento entre 28°C a 30°C, em meios suplementados com vitaminas (B2, B12),
ácidos graxos de cadeia longa e sais de amônio. O significado prático destas
características é que esse microrganismo pode ser cultivado em um meio
específico, a partir de amostras clínicas coletadas de pacientes infectados.
Por serem delgadas, as lepstospiras estão no limite de resolução do microscópio
ótico e, portanto, não podem ser observadas por microscopia ótica convencional. A
coloração de Gram ou de prata não são confiáveis na detecção dessas bactérias.

Imagem disponível em: https://goo.gl/ybPs9b

26
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

A microscopia de campo escuro também é relativamente insensível, podendo levar


a resultados inespecíficos. Preparações de anticorpos marcados com fluoresceína
têm sido utilizadas para corar as leptospiras, mas não estão disponíveis na maioria
dos laboratórios clínicos.
As leptospiras podem ser cultivadas em meios especialmente formulados para
essas bactérias. Elas crescem lentamente, requerendo incubação a 28°c a 30°C
por até 4 meses, embora a maioria das culturas sejam positivas dentro de 2
semanas.
A maioria das infecções humanas por leptospiras é clinicamente inaparente e é
detectada apenas pela demonstração de anticorpos específicos. A infecção é
introduzida através de abrasões cutâneas ou pela conjuntiva.

27
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

LISTERIA MONOCYTOGENES

XV. Listeria monocytogenes

L. monocytogenes é um bacilo Gram positivo pleomórfico, não produtor de


endósporos e cápsula, móvel (com motilidade característica quando cultivado a
25°C). São anaeróbios facultativos, fermentadores de glicose e capazes de crescer
numa faixa de temperatura entre 4°C e 45°C (psicrófilos e mesófilos), suportam
uma variação de pH entre 6,0 e 9,0 e concentração de sal ate 20%.
O cultivo primário da bactéria proveniente de sítios normalmente estéreis pode ser
feito diretamente em ágar triptose contendo ou não 5% de sangue de carneiro. Por
outro lado, espécimes obtidas de sítios não-estéreis ou isoladas de alimentos do
ambiente, devem ser semeadas em meios de enriquecimento. O enriquecimento é
especialmente indicado quando existe a suspeita de contaminação múltipla, no
qual, o meio semeado é mantido a 4°C a 8°C durante 15 dias, efetuando-se
repiques sucessivos a cada cinco dias. As colônias de Listeria crescidas após 24 a
48 horas a 35°C a 37°C são pequenas, translúcidas, vistas com bordos inteiros e
apresentando uma tonalidade azul-acinzentada, quando a placa é examinada
através de iluminação oblíqua.

Imagem disponível em: https://goo.gl/2xCvB6

28
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Importante patógeno oportunista humano, causador de diversas infecções graves


em indivíduos imunocomprometidos, mulheres grávidas e recém-nascidos. L.
monocytogenes causa a listeriose que é adquirida após a ingestão de alimentos
contaminados e manifesta-se como gastroenterite, meningite, encefalite, infecção
materno-fetal e septicemia, resultando em uma taxa de mortalidade que ultrapassa
20%. Embora seja um microoganismo ubiquitário, bem adaptado ao ambiente,
capaz de ser isolado de diversas fontes ambientais como água, solo, produtos
alimentares, animais e humanos, ele possui um arsenal de genes que facilitam sua
sobrevivência intracelular, uma vez que é capaz de invadir e sobreviver dentro da
célula do hospedeiro, escapando, assim, do sistema imune.
Bacteremia é a manifestação mais comum da infecção por Listeria, sendo a
meningite a segunda em frequência. As manifestações clínicas incluem tipicamente
febre e mialgias, embora sintomas prodrômicos como diarreia e náusea possam
ocorrer.

29
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

MICROSPORUM GYPSEUM

XVI. Microsporum gypseum

O Microsporum gypseum é um fungo filamentoso, dermatófito, responsável por


causar tineas na pele e no couro cabeludo. Por ser geofílico apresenta uma maior
incidência clínica em trabalhadores agrícolas e em criança nas épocas quentes e
úmidas.
A morfologia macroscópica da colônia apresenta incialmente coloração branca e
castanho, e a medida que os macronídeos são produzidos e estão em maior
número, as colônias tornam-se planas e granulosas.
A morfologia microscópica da colônia apresenta hifas hialinas, septadas e
ramificadas, macroconídios em abundância, com forma elipsoide contendo de 2 a 6
células.

Imagem disponível em: https://goo.gl/dEKSzK Imagem disponível em: https://goo.gl/ZX3KV5

30
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

MORAXELLA

XVII. Moraxella

As espécies de Moraxella são cocobacilos gram negativos, os quais, muitas vezes,


têm tendência a resistir à descoloração de Gram. Elas são imóveis, aeróbicas, mas
em algumas situações, podem crescer em ambientes anaeróbios. A melhor
temperatura para crescimento é de 33°C a 35°C. O gênero Moraxella compreende
aproximadamente 20 espécies que foram validamente nomeados. A maioria delas
são catalase e oxidase positivas. A M. catarrhalis é a espécie mais frequentemente
isolada. Ela foi originalmente classificada com Neisseria, devido às semelhanças
em sua morfologia.

M. catarrhalis na amostra de escarro de um paciente com pneumonia.


Imagem disponível: Murray, P.R.; ROSENTHAL, K.S; PFALLER, M. A.
Microbiologia Médica. 7 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

31
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS

XVIII. Mycobacterium tuberculosis

O gênero Mycobacterium consiste em bacilos aeróbios, imóveis, não formadores de


esporos que medem de 0,2 a 0,6 x 1 a 10 µm. Uma vez corados, os bacilos não
podem ser descorados com soluções ácidas, por isso são chamados de ácidos
resistentes. O Mycobacterium tuberculosis é o agente causador da maioria dos
casos de tuberculose. Ele possui uma parede celular rica em lipídios. Esta parede é
responsável por muitas propriedades características da bactéria: crescimento lento,
resistência a detergentes, aos antibióticos comuns e a colorações tradicionais, por
exemplo, o meio Löwenstein Jensen é um meio de cultura utilizado no isolamento
inicial de micobactérias. Sua cor normal é verde clara e o crescimento de colônias
amareladas é indicativo de positividade. O método de Ziehl-Neelsen, que requer o
aquecimento da lâmina após a adição de fucsina básica para que haja a
penetração do corante no interior da bactéria, tem na coloração vermelha, a
confirmação de que a bactéria é álcool ácido resistente.

Microscopia eletrônica de Mycobacterium tuberculosis.


Imagem disponível em: https://goo.gl/KxX3Dy

32
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

Mycobacterium tuberculosis em meio Löwenstein Jensen.


Imagem disponível: Murray, P.R.; ROSENTHAL, K.S;
PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. 7 ed. – Rio de
Janeiro: Elsevier, 2014

Mycobacterium tuberculosis em meio de Ziehl-Neelsen.


Imagem disponível em:
http://textbookofbacteriology.net/medical_1.html

33
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

NEISSERIA SUBFLAVA

XIX. Neisseria subflava

Neisseria são diplococos, com lados adjacentes achatados, gram negativos,


aeróbios, imóveis, não esporulados e oxidase positivos. Um dos cocos gram-
negativos aeróbicos são comumente isolados. Neisseria subflava, um organismo
saprófito que é frequentemente encontrado na nasofaringe e no trato geniturinário,
é uma rara causa de doença invasiva em adultos e crianças. As infecções
sistêmicas infrequentes associadas a esse microorganismo incluem meningite,
endocardite, infecções oculares, artrite e bacteremia.

Neisseria subflava na coloração Gram. Imagem disponível em:


http://microbe-canvas.com/Bacteria/gram-negative-cocci/oxidase-
positive-3/neisseria-subflava.html

34
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

PASTEURELLA MULTOCIDA

XX. Pasteurella multocida

Pastereulla são pequenos pleomórficos cocobacilos gram negativos, imóveis,


anaeróbios facultativos e fermentadores. A Pasteurella multocida é catalase e
oxidase positiva, reduz nitrito a nitrato e são sensíveis à penicilina. Ela é
comumente encontrada como comensal na nasofaringe de animais saudáveis. A
maioria das infecções humanas ocorre devido ao contato com eles, por exemplo,
durante a mordida ou arranhadura.

P. Multocida em material do trato respiratório de paciente com pneumonia (seta).


Imagem disponível: Murray, P.R.; ROSENTHAL, K.S; PFALLER, M. A.
Microbiologia Médica. 7 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

35
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

PROTEUS VULGARIS

XXI. Proteus vulgaris

Proteus é um gênero de bacilos Gram negativos, móveis, não esporulados,


facultativo anaeróbio. Produtor de urease cliva a ureia em dióxido de carbono
(CO2) e amônia. Proteus, tem a capacidade de migrar periodicamente na superfície
dos meios de agar revestidos. Este ciclo de migração e consolidação alternadas é
devido a uma característica chamada "motilidade de swarming" e produz uma série
de anéis concêntricos visíveis.

Proteus vulgares em microscopia eletrônica.


Disponível em: https://goo.gl/1gFfHK

Proteus vulgares. Imagem disponível em:


https://goo.gl/LcTrFk

36
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

PSEUDOMONAS AERUGINOSA

XXII. Pseudomonas aeruginosa

O gênero Pseudomonas caracteriza-se como bacilos gram negativos retos ou


ligeiramente curvos, aeróbios estritos, a maioria das cepas apresenta motilidade
por meio de um ou mais flagelos polares, utiliza glicose e outros carboidratos
oxidativamente e em geral são citocromo oxidase positivos. Uma característica da
espécie é a capacidade de produzir um pigmento azul esverdeado (piocianina),
denominado de bacilo piociânico, encontrado em pacientes com queimaduras ou
fibrose cística, estes pacientes são mais propensos a transmitir a infecção por
Pseudomonas aeruginosa devido ao estado imunodeprimidos.
Essa espécie compreende um grande número de espécies de bacilos Gram-
negativos diferenciados por meio de provas bioquímicas, formação de pigmentos,
teste de sensibilidade a antibióticos, números e localização dos flagelos, é
considerado oportunista podendo causar várias infecções e a maioria dessas
infecções é adquirida nos hospitais.

Coloração de Gram de Pseudomonas


Fig Microscopia eletrônica de aeruginosas com celular arranjadas de
Pseudomonas aeruginosas. Imagem forma isoladas e aos pares. Imagem
disponível em: https://goo.gl/cyaNcm disponível: Murray, P.R.; ROSENTHAL,
K.S; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica.
7 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

37
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

SACCHAROMYCES CEREVISIAE

XXIII. Saccharomyces cerevisiae

O gênero Saccharomyces constitui um grupo de leveduras de vasto conhecimento


humano, sendo o representante mais famoso deste conhecido como
Saccharomyces cerevisiae, amplamente utilizado na panificação, produção de
etanol e vinhos, além do uso na indústria farmacêutica. No campo biomédico, a
pesquisa de anticorpos anti-Saccharomyces cerevisiae (ASCA) é marcador
importante para diagnóstico da doença de Crohn. Morfologicamente, é constituída
por uma única célula, de forma oval ou esférica.

Saccharomyces cerevisiae em microscopia


eletrônica. Imagem disponível em:
http://www.chateauneuf.dk/artikler/vini15.jpg

Saccharomyces cerevisiae. Imagem disponível


em: https://goo.gl/jDHDbr

38
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

SALMONELLA ENTERITIDIS

XXIV. Salmonella enteritidis

O gênero Salmonella compreende a bacilos Gram negativos não produtores de


esporos. É constituído por bastonetes de 0,5 a 0,7 por 1 a 3 micrômetros. São
anaeróbios facultativos, produzem gás a partir de glicose (exceto S. Typhi) e são
capazes de utilizar o citrato como única fonte de carbono. A maioria é móvel,
através de flagelos peritríquios, exceção desta à S. pullorum e à S. gallinarum, que
são imóveis. A taxonomia do gênero Salmonella é baseada na composição de seus
antígenos de superfície, que são os antígenos somáticos (O), os flagelares (H) e os
capsulares (Vi).
A Salmonella enteritidis é uma das aproximadamente 2200 Salmonella não-tifóide
sorotipos, os quais causam gastroenterite em seres humanos. É uma bactéria que
atinge tanto homem como animal sendo a principal causa de surtos de toxinfecção
por alimentos em todo o mundo. Ela reside tipicamente no trato gastrointestinal.

Salmonela enteretidis em microscopia Salmonela enteretidis na coloração


eletrônica. Imagem disponível em: Gram. Imagem disponível em:
https://goo.gl/wu1WSk https://goo.gl/XpE2J3

39
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

SARCINA

XXV. Sarcina

Sarcina é um gênero de bactérias Gram-positivo, anaeróbias que foi descrita pela


primeira vez em 1842. O gênero é único porque as células são dispostas em três
dimensões cubos de oito células que podem formar esporos. Foi isolado do solo,
grãos e espécimes clínicos. Sarcina são sensíveis ao oxigênio e crescerão
somente sob condições anaeróbias bem mantidas. Estes organismos necessitam
de hidratos de carbono fermentáveis e crescerão numa gama de pH entre 1 e 9,8.

Sarcina SP. Imagem disponível em:


https://goo.gl/wo32ec

Sarcina sp na coloração Gram.


Imagem disponível em:
https://goo.gl/9fJLcV

40
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

SHIGELLA FLEXNERI

XXVI. Shigella flexneri

O gênero Shigella compreende bactérias bacilares, Gram negativas, imóveis, anaeróbicas


facultativas, pertencentes à família Enterobacteriaceae. Dentre elas, existem diversas
espécies que podem causar diarreia e disenteria, shigellosis, como a Shigella flexneri.
Potencialmente com risco de vida, os efeitos de S. flexneri incluem bacteremia, síndrome
urêmica hemolítica (HUS) e megacólon tóxico.

Shigella flexneri em microscopia eletrônica.


Imagem disponível em:
https://www.eurekalert.org/multimedia/pub/2
3040.php

Shigella flexneri em coloração Gram.


Imagem disponível em:
https://goo.gl/2o9Zcx

41
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

STAPHYLOCOCCUS AUREUS

XXVII. Staphylococcus aureus

Os Staphylococcus aureus (aureus, do latim, “dourado”) são cocos gram positivos


não esporulados, imóveis, anaeróbios facultativos, catalase e coagulase positivos.
As colônias de S. aureus podem se apresentar em colocação gram, na qual se
observa cocos gram positivos (coloração roxo-azulada), dispostos em grupos ou
em forma de “cachos de uvas”. No Ágar Sangue, pode haver ou não formação de
beta hemólise no halo ao redor da colônia e no Ágar Manitol, meio de cultura com
indicativo vermelho de fenol, observa-se a formação de halo amarelo ao redor das
colônias.

S. aureus em coloração Gram.

42
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

S. aureus em Agar sangue. Imagem disponível em:


http://lib.jiangnan.edu.cn/ASM/121-4.jpg

S. aureus em Agar manitol. Imagem disponível em:


http://microbeonline.com/wp-content/uploads/2013/08/thumb_MRSA.MSA_.jpg

43
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

GÊNERO STREPTOCOCCUS

XXVIII. Gênero Streptococcus

O gênero Streptococcus é formado por diversos cocos Gram positivos, dispostos


aos pares ou em cadeias. A maioria das espécies é anaeróbia facultativa, imóvel e
algumas crescem somente em atmosfera enriquecida com dióxido de carbono
(crescimento capnofílico). As exigências nutricionais são complexas, necessitando
do uso de meios enriquecidos com sangue ou soro para o isolamento. Fermentam
carboidratos, resultando na produção de ácido lático e são oxidase e catalase
negativos.

Microscopia eletrônica do Streptococcus sp. Imagem disponível


em: https://naturalnascer.files.wordpress.com/2013/03/strep.jpg

44
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

STREPTOCOCCUS MUTANS

XXIX. Streptococcus mutans

S. mutans é uma alfa-hemolítica ou não hemolítica, sem motilidade, anaeróbios


facultativos e é resistente à optoquina. É causa comun de endocardite subaguda
em pacientes com problemas nas válvulas cardíacas ou próteses valvulares
cardíacas. Eles também são responsáveis por bacteremia dental ou urogenital.

Streptococcus mutans na coloração Gram. Imagem disponível em:


https://goo.gl/UYbtKq

45
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

XXX. Streptococcus pneumoniae

S. pneumoniae são cocos gram positivo em forma de vela, encapsulados, alfa-


hemolíticos, sem motilidados, catalase negativo e facultativamente anaeróbio.
Crianças e adultos são os principais portadores. O organismo coloniza
normalmente a nasofaringe, sendo, portanto, uma importante causa de pneumonia
e meningite bacteriana adquirida na comunidade em adultos.

Streptococcus pneumoniae na coloração Gram. Imagem disponível: Murray,


P.R.; ROSENTHAL, K.S; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. 7 ed. – Rio
de Janeiro: Elsevier, 2014.

46
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

STREPTOCOCCUS PYOGENES

XXXI. Streptococcus pyogenes

S. pyogenes é um beta-hemolitico, sem motilidade, encapsulados, crescem


otimamente a 37º C e são inibidos em alta concentração de glicose. As colônias
são geralmente transparentes ou translúcidas e sua superfície é brilhante ou fosca,
são convexas e tem bordas contínuas. O Streptococcus pyogenes é o principal
membro dos estreptococos do grupo A, sendo responsável por uma variedade de
infecções graves, como por exemplo, faringite streptococos ("garganta strep"),
impetigo, glomerulonefrite e febre reumática aguda (IRA).

Streptococcus pyogenes na coloração Gram. Imagem disponível: Murray, P.R.;


ROSENTHAL, K.S; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. 7 ed. – Rio de
Janeiro: Elsevier, 2014.

47
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

VIBRIO CHOLEREAE

XXXII. Vibrio cholereae

Vibrio spp. são bactérias Gram-negativas. Têm a forma de bastonetes,


frequentemente curvados, móveis, podem crescer em ambientes aeróbicos e
anaeróbicos. Sua dispersão pode ocorrer no solo e na água e se alimentam de
matéria orgânica em decomposição. V. Cholerae, O1 toxigênico ou O139, bacilo
Gram-negativo, com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo, isolado por
Koch no Egito e na Índia, em 1884, inicialmente denominado de Kommabazilus
(bacilo em forma de vírgula), é o agente etiológico da cólera.

Vibrio cholerae em microscopia


eletrônica. Imagem disponível em:
http://textbookofbacteriology.net/medical
_1.html

Vibrio cholerae na coloração Gram.


Imagem disponível em:
http://www.fundacionio.org/img/bacte
riology/img/vibrio_cholerae_03.jpg

48
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

YERSINIA ENTEROCOLITICA

XXXIII. Yersinia enterocolitica

Yersinia é um pequeno bacilo Gram negativo, medindo ao redor de 0,5 x 0,8 μm de


largura por 1 x 3 μm de comprimento. Em culturas jovens a 25ºC predominam
formas cocóides, em culturas velhas a 37ºC os bacilos tendem ao pleomorfismo. É
um microrganismo incomum entre as enterobactérias por ser psicotrófico tendo a
capacidade de multiplicar-se em temperaturas variando de 0 a 44ºC, sendo a ótima
entre 25 a 28ºC. A maioria dos sintomas da infecção por Y.enterocolitica ocorre em
crianças, principalmente naquelas abaixo de cinco anos de idade. Nesses
pacientes, a yersiniose apresenta-se como diarreia, frequentemente acompanhada
por febre baixa e dores abdominais. A caracterização da diarria varia de aquosa a
mucóide, sendo baixa a porcentagem de ocorrência de fezes sanguinolentas. A
duração da doença típica varia de poucos dias a três semanas, embora alguns
doentes desenvolvam enterocolite crônica que pode persistir por vários meses.

Y.enterocolitica em microscopia Y.enterocolitica na coloração Gram. Imagem


eletrônica. Imagem disponível em: disponível em: https://goo.gl/DVRaSm
https://goo.gl/6msPvs

49
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

BIBLIOGRAFIA

BOCKEMUHL, J. et. al. Manual of clinical microbiology. 8ª ed. Washington, DC:


ASM Press; 2003. p.672-83.

DO CARMO, A., COSTA, E., MARQUES, M. et al. Fusarium dimerum species


complex (fusarium penzigii) keratitis after corneal trauma. Mycopathologia, 8 dez.
2016. v. 181, n.11–12, p. 879–884. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s11046-016-0060-1>. Acesso em: 17 ago. 2017.

DUARTE, P., F. Efeito de inibição de cepas de Lactobacillus, isolados de


fezes humanas, frente a diferentes patógenos / Priscila Filgueiras Duarte;
orientador Ismael Maciel de Mancilha. – 2007.

FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo:


Atheneu, 2004.

GABIDULLIN, Z. G.; ISHKILDIN, I. B. 1989. Morphological properties and


adhesiveness of bacteria of the genus Proteus. J. Microbiol. Epidemiol.
Immunol. 6 ed, 1989. p. 83–86.

HOLT, J.G. et al. Bergey´s Manual of Determinative Bacteriology. 9ª.ed.


Baltimore: Willians and Wilkins; 1994. p.189.

http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/6mostra/artigos/SAUDE/VANESSA%20CARVA
L HO%20MOREIRA.pdf. Acesso em: 5 de maio de 2017

http://www.uff.br/labac/actinomicetos_Vet.pdf. Acesso em: 5 de maio de 2017.

JAY, J.M. Microbiologia moderna de los alimentos. Editorial Acribia, S.A.,


1994.

KONEMAN, E.W. et al. Diagnóstico Microbiológico 5ª Ed. Medsi, São Paulo,


2001. 50
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

LEW, J.F. et al. An outbreak of shigellosis aboard a cruise ship caused by a


multiple-antibiotic-resistant strain of Shigella flexneri. American Journal of
Epidemiology; 1991. 134(4): 413-420.

LEWIN, R.A; HUGHES, W.T. Neisseria subflava as a cause of meningitis and


septicemia in children. JAMA; 1966;195:133-5.

MUNOZ, P. et al. Saccharomyces cerevisiae fungemia: an emerging infectious


disease. Clin Infect Dis. 2005;40(11):1625-34.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 248-254.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 347-352.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 321-328.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 668.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 371-377.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 261-268.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 243-247.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p.301-305.

51
C U R S O D E M E D I C I N A

ATLAS DE MICROBIOLOGIA

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 209-223.

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010. p. 255-260

MURRAY, P.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER,M.A. . Microbiologia médica. 6ª


Edição. Elsevier, 2010.

TOMASELLI, Liéslherita Poliana Cunico *; PEDROSO, Peterson Zanotto


**; FOPPA, Talize *** OLIVEIRA, Leyza Paloschi de ****. Viabilidade e
sobrevivência da bactéria Bifidobacterium em fluido gástrico simulado. Evidência,
Joaçaba v. 11 n. 2, p. 7-14, julho/dezembro 2011.

WINN, W.Jr. et al. Diagnóstico Microbiológico 6ª Ed. - Rio de Janeiro;


Guanabara Koogan, 2008.

52

Você também pode gostar