Prática - Medições de Pressões No Túnel de Vento e Cálculos de Velocidades de Escoamento
Prática - Medições de Pressões No Túnel de Vento e Cálculos de Velocidades de Escoamento
Prática - Medições de Pressões No Túnel de Vento e Cálculos de Velocidades de Escoamento
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica
Prática 1
Belo Horizonte
30 de setembro de 2022
1 Introdução
Túneis de vento subsônicos são muito úteis para a determinação das forças as-
sociadas ao escoamento de ar com um objeto envolvido pelo fluido, no caso o ar. Porém,
para calcular os coeficientes relacionados às forças no escoamento, é necessário determinar
com precisão a velocidade e a pressão dinâmica em cada ponto da seção transversal do
túnel em que são postos os objetos a serem analisados. Para obter a pressão dinâmica, um
método eficaz é obter uma pressão de referência e realizar a tomada de pressão estática e
pressão total (ou pressão de estagnação) para a seção transversal do experimento. Para
isso, é possível utilizar um tubo de Pitot estático, que faz as tomadas de pressão total e
estática em locais muito próximos. Outro método é utilizar um tubo de Pitot para obter
a pressão total e realizar uma medição na parede do túnel para a pressão estática. Sejam:
• q - Pressão dinâmica
Ps − Pref
Cp = (1)
P0 − Pref
Com
Pref = Patm (2)
P0 = q + Pref (3)
Ps − Patm
Cp = (4)
q
1
2 Metodologia
2.2 Procedimentos
Foi utilizado um transdutor de pressões, considerando a pressão atmosférica e a
pressão estática obtida por um tubo de Pitot. Além disso, o tubo de Pitot também mediu
as pressões estáticas na seção medial do túnel. A velocidade do escoamento foi variada en-
tre 6 velocidades, sequencialmente e após a estabilização dos valores de pressão dinâmica,
resultantes da Equação 4. O transdutor modelo ScaniValve teve como saída do canal 64
a pressão dinâmica utilizada, coletada após cada experimento. Após essa primeira etapa,
o tubo de Pitot teve sua posição vertical variada para obtenção do perfil de velocidades.
As posições foram determinadas de forma arbitrária, mas de forma linearmente espaçada.
2
3 Resultados e Discussões
3.1 Incertezas
Para a obtenção dos resultados de forma acurada, a propagação de incertezas
definida na Equação 5 para variáveis não correlacionadas foi utilizada. Para dada variável
f = a que está em função das variáveis xi |i ϵ N+ com valores ai |i ϵ N+ e suas respectivas
incertezas σi |i ϵ N+ , temos que a incerteza de f , σf , é dada por:
s 2 2 2
∂f ∂f ∂f
σf = · σ1 + · σ2 + ... + · σN (5)
∂x1 ∂x2 ∂xN
3.3 Experimento
Os dados para a pressão estática média do tubo de Pitot e da parede, obtidos em
diferentes momentos do experimento e após a estabilização do valor para cada velocidade
foram obtidos inicialmente. Estes estão dispostos na Tabela 2.
3
a pressão estática e a total em pontos muito próximos, ao passo que a ScaniValve coleta
a pressão de referência, que no caso é a pressão atmosférica, as pressões do Pitot-estático
e da parede da seção de testes.
Pela Tabela 2 e Figura 3, nota-se que as pressões estáticas obtidas para o tubo
de Pitot são superiores aos valores obtidos para as pressões estáticas na parede da seção
de testes.
260
240
220
200
Pressão estática
180
160
140
120
100
80
60
V1 V2 V3 V4 V5 V6
1
q = ρ∞ V∞2 (6)
2
4
Tabela 3: Pressões dinâmicas médias obtidas para cada posição do tubo de Pitot
Posições (cm) Pressão dinâmica (kPa)
34 306,83
31 291,22
28 263,61
25 209,58
22 186,79
19 247,23
16 255,42
13 249,39
10 243,29
7 262,93
0 263,57
25
Altura no túnel (cm)
20
15
10
0
5 6 7 8 9 10 11 12
Velocidade (m/s)
Figura 3: Perfil de velocidades do túnel de vento para uma velocidade de referência de 30 m/s
5
• Vibrações da estrutura
6
4 Conclusão
Com a realização do experimento e revisão bibliográfica para revisão teórica, foi
possível entender o funcionamento das tomadas de pressão em um túnel de vento, deter-
minando também a diferença entre a tomada de pressão nas paredes do túnel e no centro
da seção transversal de testes. Também foi possível determinar o perfil de velocidade do
túnel de vento para uma velocidade de referência. O perfil de velocidades não correspon-
deu ao ideal, mas por se tratar de um túnel de vento de circuito aberto, muitas incertezas
e imperfeições estão associadas ao seu funcionamento, principalmente considerando al-
tas velocidades. Algumas incertezas foram desconsideradas para o cálculo dos valores de
pressão e consequentemente de velocidade, mas os possíveis fatores geradores de incerteza
e também da modificação do perfil de velocidades foram listados.
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Referências Bibliográficas
[1] INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: https://portal.
inmet.gov.br/.