Exame Clínico Genital Feminino
Exame Clínico Genital Feminino
Exame Clínico Genital Feminino
Vida Sexual
Idade sexarca: __________ (1° relação sexual)
Quantidade de parceiros: _________
Uso de preservativo: ___________ Orientação Sexual: _____________
Ciclos Menstruais:
Data da última menstruação: ______________
Regularidade: ________________ Volume: ________________
Observação! Deve se definir o PADRÃO MENSTRUAL em três números: Primeiro corresponde a idade da
menarca, segundo a duração do fluxo e o terceiro à periodicidade ou ao intervalo entre as menstruações.
Ex.:12/03/28 – significa que a menarca ocorreu aos 12 anos, a duração do fluxo é de 3 dias e o intervalo
entre as menstruações é de 28 dias.
Nos antecedentes pessoais patológicos, devem ser valorizados doenças infectocontagiosas (p.ex.:
tuberculose), diabetes melito, doenças sexualmente transmissíveis, doenças ginecológicas anteriores,
radioterapia, hormonoterapia, cauterizações e antibioticoterapia.
No caso de quadros dolorosos da pelve, da região lombossacral e perineal, além de causa ginecológica,
pode-se suspeitar de afecções dos órgãos do sistema urinário, digestório e osteoarticular.
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
Exame Físico
Lembrar dos sentimentos do paciente com o exame: medo de realizar, que supõe doloroso, vergonha pela
exibição dos órgãos genitais e o temor pelo diagnóstico.
A paciente não deve estar completamente despida durante o exame, mas sim usando um avental e lençol
e o desnudamento deve ser feito progressivamente.
É recomendado à paciente não fazer duchas vaginais higiênicas na véspera ou no dia do exame.
Inspeção estática
É realizada com o paciente sentado, com os membros superiores dispostos paralelamente ao longo do
tronco, usando avental tipo camisola com abertura na frente.
É observado nessa inspeção: Pele, Forma, Volume, Simetria glandular, Pigmentação da aréola, Aspecto da
papila, Presença de abaulamentos ou de retrações, Circulação Venosa e Presença de sinais flogísticos –
proveniente de uma resposta imunológica (edema e rubor)
A aréola deve ser cuidadosamente examinada, pesquisando eczema (inflamação na pele), dermatite de
contato e doença de Paget, que é um tipo de câncer de mama.
Possíveis achados! O carcinoma inflamatório pode cursar com edema do tecido subcutâneo, descrito
classicamente como pele de casa de laranja.
Na pele, eventualmente, pode-se observar lesões vesiculares típicas de infecção viral por herpes-zóster.
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
Inspeção dinâmica
Solicita-se à paciente que eleve os braços acima da cabeça ou que pressione as asas dos ossos ilíacos,
colocando as mãos na cintura e fazendo compressão. – Essas manobras ajudam a visualizar melhor as
retrações e assimetrias, além de possibilitar a avaliação do comprometimento muscula pela neoplasia.
As mamas podem ter variações fisiológicas e patológicas, tendo assimetrias fisiológicas frequentemente
na puberdade, sem significado clínico.
Com a mão espalmada (a mão direita examina o lado esquerdo da paciente e vice-versa), faz-se a
palpação deslizante do oco axilar e de suas proximidades.
As fossas supras e infraclavicular e as axilas são palpadas com as pontas dos dedos.
Palpação dos
linfonodos
supraclaviculares (A)
e infraclaviculares (B).
A palpação é feita
com a ponta dos
dedos.
Palpação Mamária
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
Palpação Mamária
A palpação pode ser executada por meio de duas técnicas: a de Velpeaux e Bloodgood.
A de Velpeaux é realizada utilizando a região palmar dos dedos e a de bloodgood é realizada por meio
das falanges distais, semelhante a tocar piano.
Realiza a palpação com a paciente em decúbito dorsal com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os
braços bem abertos.
A palpação deve ser feita delicadamente, partindo-se da região subareolar e se estendendo até as
regiões paraesternais, infraclaviculares e axilares (prolongamento axilar da mama).
Em um primeiro momento, a palpação deve ser executada uma leve pressão, a fim de permitir a
detecção de nódulos superficiais, depois com mais vigor para procurar nódulos profundos.
Expressão Papilar
Faz-se uma delicada pressão no nível da aréola e da papila, identificando as características da secreção:
Pesquisa do ponto de gatilho: digitopressão realizada de forma circular ao redor da aréola, pode auxiliar
na identificação do ducto comprometido.
A - Expressão papilar.
Delicada pressão no
nível da aréola e da
papila.
B. Pesquisa do ponto do
gatilho: digitopressão
realizada de forma
circular ao redor da
aréola. Pode auxiliar na
identificação de ducto
comprometido.
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
- Exame da genitália
O exame de genitália constituí a parte principal do exame ginecológico.
A paciente deve ser colocada na posição ginecológica ou de litotomia, expor mais facilmente a genitália
externa, coloca-se a paciente em decúbito dorsal, com as nádegas na borda da mesa, as pernas fletidas
sobre as coxas e, estas, sobre o abdômen, amplamente abduzidas. Se for necessário analisar melhor a
parte anterior da vagina no seu terço superior, preferível a posição genupeitoral ou de “prece
maometana”.
Em casos de prolapso e de incontinência urinária de esforço, paciente deve também ser examinada de
pé com as pernas entreabertas.
Em qualquer posição, é necessária que a paciente se encontra o mais cômodo possível, bem apoiada, de
modo a não contrair a musculatura.
O exame dos órgãos genitais de pessoas com vagina deve ser feito numa sequência lógica:
Inspeção
Examinam-se a vulva (abertura da vagina, os lábios maiores, lábios menores e clitóris), o períneo e o ânus
- Vulva: implantação dos pelos, aspecto da fenda vulvar (fechada, entreaberta, aberta), umidade,
secreções, hiperemia, ulcerações, distrofias, neoplasias, lesões cutâneas, distopias e malformações.
- Períneo: está ou não íntegro, se há ruptura de I, II e III grau, complicada com extensão ao esfíncter e ao
canal anal, cicatrizes de episiorrafias (cicatriz resultante da incisão (corte) no períneo- episiotomia) ou
perineoplastia (cirurgia realizada para reconstruir ou aproximar o períneo).
A seguir, o examinador entreabre os grandes lábios e passa a observar o clitóris, o óstio uretral, o hímen e o
introito vaginal.
Terminada a inspeção em repouso, o examinador solicita à paciente para fazer esforço semelhante ao de
evacuar ou de urinar – OBSERVAR se há protusão das paredes vaginais ou do colo que denuncie a
presença de distopia.
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
- Exame especular
Tem como finalidade inicial: coleta de material para exame citológico, bacteriológico, cristalização e
filância do muco cervical.
Após a coleta, analisar: presença e aspecto das secreções, coloração, epitelização e superfície do colo,
forma do orifício externo, lacerações, neoplasias, ulcerações, pólipos, aspecto do muco cervical e das
paredes vaginais durante a retirada lenta do espéculo.
Os espéculos articulados são os mais utilizados, podendo ser metálicos ou de plástico, descartáveis,
apresentando quatro tamanhos: mínimo (espéculo de virgem), pequeno (nº 1), médio (nº 2) ou grande (nº
3). Deve-se escolher sempre o menor espéculo que possibilite o exame adequado, de forma a não
provocar desconforto na paciente.
Como é feito: Para a introdução do espéculo, considerando um indivíduo destro, o examinador afastará os
grandes e pequenos lábios com o polegar e o 3º dedo da mão esquerda para que o espéculo possa ser
introduzido suavemente na vagina. A mão direita, que introduzirá o espéculo, deverá pegá-lo pelo cabo e
borboleta. O espéculo é introduzido fechado.
Apoia-se o espéculo sobre a fúrcula, ligeiramente oblíquo (para evitar lesão uretral), e faz-se sua
introdução lentamente; antes de ser completamente colocado na vagina, quando estiver em meio
caminho, deve ser rodado, ficando as valvas paralelas às paredes anterior e posterior; posição que
ocupará no exame. A extremidade do aparelho será orientada para baixo e para trás, na direção do
cóccix, enquanto é aberto.
Na abertura do espéculo, a mão esquerda segura e firma a valva anterior do mesmo, para que a mão
direita possa, girando a borboleta para o sentido horário, abri-lo e expor o colo uterino.
- Toque vaginal
O toque vaginal pode ser: unidigital, bidigital e combinado.
Toque unidigital: Pode ser bem tolerado, deve ser o inicial, pois propicia a indispensável colaboração do
paciente.
Obtém-se uma primeira impressão sobre os fundos de saco e colo do útero. Deve-se executar as seguintes
manobras:
- Expressão da uretra
- Palpação das glândulas vestibulares
- Palpação das paredes vaginais (observar elasticidade,
capacidade, extensão, superfície, irregularidades,
sensibilidade e temperatura)
Gabrielle Nogueira – Med 3° período UniFG
- Toque bidigital
Analisam-se o colo do útero e os fundos de sacos vaginais.
No colo do útero: analisa orientação, forma, volume, superfície, consistência, comprimento, sensibilidade,
mobilidade, orifício externo (puntiforme, entreaberto, permeável á polpa digital) e lacerações.
- Toque combinado
É realizado quando uma das mãos palpa o hipogástrico e as fossas ilíacas e a outra realiza o toque
vaginal, reto ou o combinado (retovaginal).
O toque combinado é a melhor maneira de obter uma ideia tridimensional da pelve da mulher.
- Corpo do útero
Quanto ao corpo do útero, analisa: POSIÇÃO, SITUAÇÃO, FORMA, TAMANHO, CONSISTÊNCIA, SUPERFÍCIE,
MOBILIDADE E SENSIBILIDADE.
Retroversões: primeiro, segundo ou terceiro grau, fixas ou móveis (apenas as fixas têm expressão clínica)
- ANEXOS
Analisar se são palpáveis ou não, dolorosos ou indolores, de volume normal ou aumentado com presença
de tumor.
Se tiver aspecto tumoral, verificar: forma, volume, consistência, mobilidade e sensibilidade – fazer o
diagnóstico diferencial com as neoplasias do corpo uterino, principalmente pediculadas e as neoplasias
extragenitais.
- Toque Retal
É um exame opcional na avaliação dos órgãos genitais internos, mas é indispensável quando se é
necessário avaliação dos paramétrios (tecido fibroso que separa a porção supravaginal do cérvix (colo do
útero) da bexiga).