Gerência de Projetos: Módulo
Gerência de Projetos: Módulo
Módulo
III Gerenciamento do Cronograma e
dos Custos do Projeto
Brasília - 2017
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Francisco Gaetani
Versão 2017
Tiago Chaves (Conteudista, Enap)
Vinicius Eloy (Conteudista, Enap)
Eduardo Caldas Rossi (Conteudista, Enap)
Diagramação do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.
Revisão do conteúdo realizado pelo PMI-DF no âmbito do Termo de Cooperação Técnica e Operacional.
Versão 2013
Carlos Eduardo Martins – (Conteudista 2013, ENAP)
Diagramação do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap Revisão
e Reestruturação Carlos Eduardo Martins – (Conteudista 2013, ENAP).
Versão 2011
Nival Lage (Conteudista, SERPRO)
Carlos Eduardo Martins – (Conteudista, ENAP)
Camila De Lammare Cordeiro Ferreira (Designer Instrucional, SERPRO)
Marcos Vinícius Souza (Designer Gráfico, SERPRO)
Túlio Oliveira (Ilustração, SERPRO)
© Enap, 2017
1. Objetivos do módulo................................................................................................................................. 5
2. Introdução................................................................................................................................................. 5
3. Gerenciamento do cronograma................................................................................................................. 5
3.1 Planejar o gerenciamento do Cronograma......................................................................................................7
3.2 Definir as atividades.........................................................................................................................................8
3.3 Sequenciar as atividades................................................................................................................................10
3.4 Estimar as durações das atividades................................................................................................................12
3.5 Desenvolver o cronograma............................................................................................................................15
3.6 Controlar o cronograma.................................................................................................................................22
Encerramento do módulo............................................................................................................................ 28
Bibliografia.................................................................................................................................................. 29
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Módulo
III Gerenciamento do Cronograma e
dos Custos do Projeto
1. Objetivos do módulo
2. Introdução
No Módulo II, vimos que o escopo do projeto e do produto devem ser bem definidos para o sucesso do projeto.
Neste módulo veremos sobre o gerenciamento do cronograma e do custo.
3. Gerenciamento do cronograma
O Gerenciamento do cronograma do projeto inclui os processos necessários para gerenciar o término pontual
do projeto.
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Ressalta-se que, em alguns projetos, especialmente naqueles de escopo menor, os processos definir as atividades,
sequenciar as atividades, estimar os recursos das atividades (que faz parte da área de conhecimento de
Gerenciamento de Recursos), estimar as durações das atividades e desenvolver o modelo do cronograma estão
tão estreitamente conectados que podem ser vistos como um único processo. Geralmente, nessas situações,
todo o fluxo é realizado por uma pessoa ou por um grupo pequeno de pessoas em um período de tempo
relativamente curto. Esses processos são aqui representados como elementos distintos, pois as ferramentas e
técnicas para cada processo são diferentes.
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O plano estabelece o método, a ferramenta, o formato e os critérios para o desenvolvimento e controle do
cronograma do projeto.
Ressalta-se que, dependendo do contexto organizacional, essas definições podem ser estabelecidas de forma
geral e herdadas por cada projeto.
O cronograma do projeto é o resultado final da consolidação das saídas dos processos de definição e
sequenciamento das atividades, estimativa das durações das atividades em combinação com a ferramenta de
cronograma definida. O cronograma finalizado e aprovado é a linha de base que será usada para controlar a
execução do projeto. A imagem abaixo fornece uma visão geral da elaboração do cronograma que mostra como
a metodologia, a ferramenta de cronograma e as saídas dos processos de gerenciamento do cronograma do
projeto interagem para criar o cronograma do projeto.
• Nível de exatidão - A faixa aceitável usada na determinação das estimativas de duração das atividades
é especificada e pode incluir uma quantia para contingências.
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• Unidades de medida - Cada unidade usada em medições (como horas e dias de pessoal ou semanas
para medidas de tempo, ou metros, litros, toneladas, quilômetros ou jardas cúbicas para medidas de
quantidade) é definida para cada um dos recursos.
• Processo de monitoramento - O processo usado para atualizar o progresso durante a execução do
projeto.
Definir as atividades é o processo de identificação e documentação das ações que devem ser realizadas para
produzir as entregas do projeto. O objetivo do processo é proporcionar a divisão dos pacotes de trabalho (nível
mais baixo da EAP) em atividades que facilitem os esforços de estimar, programar, executar, monitorar e controlar
os trabalhos do projeto.
O processo recebe como entradas, principalmente, a EAP (linha de base de escopo), além do próprio plano de
gerenciamento do cronograma.
A definição das atividades é realizada pelo uso da técnica de decomposição, já mencionada no módulo II. A
EAP, o dicionário da EAP e a lista das atividades podem ser desenvolvidos sequencialmente ou paralelamente,
com ambos servindo de base para o desenvolvimento da lista final das atividades. Cada pacote de trabalho
dentro da EAP é decomposto em um conjunto de ações (atividades) necessárias para a produção das entregas
previstas no pacote de trabalho. Uma prática adotada é nomear sempre as atividades com verbos no infinitivo.
O envolvimento de membros da equipe na decomposição pode gerar resultados melhores e mais precisos.
Em alguns contextos, o planejamento do projeto pode ser realizado em ondas sucessivas. Trata-se de técnica de
planejamento iterativo em que o trabalho a ser executado em curto prazo é planejado em detalhe, ao passo que
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o trabalho no futuro é planejado em um nível mais alto. É uma forma de elaboração progressiva adotada por
métodos ágeis de planejamento.
• Lista de atividades:
Relação das ações que devem ser realizadas para entregar os pacotes de trabalho previstos. Cada
atividade deve ter um título exclusivo que o identifique, mesmo que tal atividade seja mostrada
fora do contexto do cronograma do projeto. Além do título, os demais atributos estabelecidos
como necessários a cada atividade podem também ser preenchidos. Exemplos de atributos:
número identificador, identificador do pacote de trabalho relacionado, datas impostas, premissas
e restrições, entre outros. Outros atributos da atividade, como relações lógicas e estimativas de
duração, serão estabelecidos nos processos de planejamento seguintes.
• Lista de marcos:
Um marco é um ponto ou evento significativo no projeto. A lista de marcos identifica todos os
marcos do projeto. Os marcos são semelhantes às atividades normais do cronograma, com a mesma
estrutura e atributos, mas têm duração igual a zero porque representam um momento no tempo,
não uma ação.
O nível ideal de detalhamento das atividades é aquele que permite, com a quantidade de esforço e recursos
razoável, o devido acompanhamento da execução do projeto, garantindo o alcance dos objetivos pretendidos,
dentro das previsões de tempo, custo e qualidade.
A definição sobre o nível de detalhe que um cronograma deve chegar passa, principalmente, pelo
entendimento sobre o contexto e a cultura organizacional, a natureza do projeto e o nível de maturidade da
equipe.
• Ambientes ou projetos que demandam controle rigoroso sobre o esforço realizado por cada membro
da equipe.
• Entregas contratadas ou obtidas de terceiros, ou seja, o esforço de realização não será da equipe do
projeto.
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• A equipe com alta maturidade e baixa necessidade de supervisão. Em outras palavras: a equipe não
demanda o estabelecimento de um conjunto específico de atividades para a entrega dos produtos
previstos nos pacotes de trabalho.
• Os recursos disponíveis para realizar os esforços de monitoramento são escassos.
Em projetos que demandam pouca ou nenhuma necessidade de estabelecimento de uma lista de atividades,
é possível que a equipe estabeleça apenas um cronograma de marcos, comprometendo-se com as datas em
que as principais entregas do projeto serão realizadas.
Seguem abaixo exemplos de possíveis diferenças de detalhamento para o mesmo projeto, usando como
referência o exemplo de Reforma da sala de TV e a entrega “Compra de materiais”:
A geração de um cronograma realista e executável passa, além do estabelecimento das relações entre as atividades
e marcos, pela definição de tempo de antecipação ou de espera, conforme necessário. Uma antecipação é a
quantidade de tempo que uma atividade sucessora pode ser adiantada em relação a uma atividade predecessora.
Por exemplo, num projeto para construir um novo edifício de escritórios, o paisagismo poderia ser agendado
para começar duas semanas antes do término agendado da obra. Uma espera é a quantidade de tempo que
uma atividade sucessora será atrasada em relação a uma atividade predecessora. Por exemplo, uma equipe de
redação técnica pode iniciar a edição do rascunho de um grande documento quinze dias após ter começado a
escrevê-lo.
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O método do diagrama de precedência (MDP) é uma técnica usada para construir um modelo de cronograma
em que as atividades são representadas por nós e ligadas graficamente por um ou mais relacionamentos lógicos,
para mostrar a sequência em que as atividades devem ser executadas. Segundo esse método, os relacionamentos
podem ser dos seguintes tipos:
• Término para início (TI) - Um relacionamento lógico em que uma atividade sucessora não pode começar
até que uma atividade predecessora tenha terminado. Exemplo: somente após a corrida (predecessora)
terminar é que a cerimônia de entrega de prêmios (sucessora) pode iniciar.
• Término para término (TT) - Um relacionamento lógico em que uma atividade sucessora não pode
terminar até que a atividade predecessora tenha terminado. Exemplo: somente quando o treinamento
dos usuários (predecessora) terminar é que a instalação dos equipamentos (sucessora) pode terminar.
• Início para início (II) - Um relacionamento lógico em que uma atividade sucessora não pode ser iniciada
até que uma atividade predecessora tenha sido iniciada. Exemplo: assim que a atividade de colocar o
concreto (predecessora) iniciar a atividade de vibrar o concreto (sucessora) também deve iniciar.
• Início para término (IT) - Um relacionamento lógico em que uma atividade sucessora não pode ser
terminada até que uma atividade predecessora tenha sido iniciada. Exemplo: o primeiro turno da
guarda de segurança (sucessora) não pode terminar até que o segundo turno da guarda de segurança
(predecessora) comece.
Como saída do processo de sequenciamento de atividades, pode ser gerado o diagrama de rede do cronograma
do projeto. Trata-se de representação gráfica das relações lógicas entre as atividades do cronograma do projeto.
A imagem pode ser produzida manualmente ou através do uso de um software de gerenciamento de projetos.
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3.4 Estimar as durações das atividades
Este processo trata da estimativa da duração de cada atividade, levando em consideração o objetivo pretendido,
os recursos necessários e o calendário de disponibilidade dos recursos estimados. Em outras palavras, o processo
requer a estimativa da quantidade do esforço necessário e da quantidade de recursos a serem aplicados para
completar cada atividade. A partir dessas definições, estabelece-se a duração da atividade. Todos os dados e
premissas que suportam a estimativa devem ser documentados para garantir que o conhecimento e as lições
aprendidas não sejam perdidos.
As estimativas de duração são, em geral, realizadas pela própria equipe do projeto ou por partes interessadas
que possuam maior familiaridade com a natureza da atividade a ser realizada. As estimativas de duração são
progressivamente melhoradas à medida que dados mais detalhados e precisos sobre o trabalho tornam-se
disponíveis. As estimativas podem ser influenciadas por restrições impostas pelas diversas partes interessadas,
conforme demonstrado abaixo.
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A métrica utilizada para realizar a estimativa deve estar definida no Plano de Gerenciamento do Cronograma.
Exemplos de métricas possíveis são: horas ou dias.
As seguintes técnicas podem ser usadas para apoiar a estimativa de duração das atividades:
• Estimativa análoga
A estimativa análoga é geralmente menos dispendiosa e consome menos tempo que outras
técnicas, mas também é menos precisa. Estimativas de duração análoga podem ser aplicadas ao
projeto inteiro ou a segmentos do projeto, podendo ser usadas em conjunto com outros métodos
de estimativa. A técnica é mais confiável quando as atividades anteriores são semelhantes de fato,
não apenas aparentemente e a equipe do projeto que prepara as estimativas possui a habilidade
técnica necessária.
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• Estimativa paramétrica
Essa técnica pode produzir altos níveis de precisão dependendo da sofisticação e dos dados
subjacentes colocados no modelo. Estimativas paramétricas de tempo podem ser aplicadas em
todo o projeto ou em segmentos dele, junto com outros métodos de estimativa.
• Estimativa de 3 pontos
A precisão das estimativas de duração de uma atividade pontual pode ser aperfeiçoada, considerando-
se o seu grau de incerteza e risco. Esse conceito se originou com a Técnica de revisão e avaliação de
programa (PERT em inglês). PERT usa três estimativas para definir uma faixa aproximada de duração
de uma atividade:
99 Mais provável (tM) - Essa estimativa é baseada na duração da atividade, considerando os recursos
prováveis de serem designados, sua produtividade, expectativas realistas de disponibilidade para
executar a atividade, dependências de outros participantes e interrupções.
99 Otimista (tO) - A duração da atividade é baseada na análise do melhor cenário para a atividade.
99 Pessimista (tP) - A duração da atividade é baseada na análise do pior cenário para a atividade.
Dependendo dos valores de distribuição assumidos na faixa das três estimativas, a duração esperada (tE) pode
ser calculada usando fórmula. Duas delas, comumente usadas, são as distribuições beta e triangular. As fórmulas
são:
As estimativas de duração baseadas em três pontos com uma distribuição assumida fornecem uma duração
esperada e esclarecem a faixa de incerteza sobre a duração esperada.
As estimativas de duração podem incluir reservas de contingências para considerar as incertezas no cronograma.
As reservas podem ser também chamadas de reservas de tempo, buffers no cronograma ou “gordura”. As
reservas de contingência podem possuir as seguintes características:
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• São adições de tempo às durações estimadas de atividades específicas ou do projeto como um todo, na
linha de base do cronograma, alocada para riscos identificados para os quais respostas contingentes ou
mitigadoras são desenvolvidas.
• Estão associadas a “incógnitas conhecidas” que podem ser estimadas para justificar certa quantidade
de retrabalho desconhecida.
• Pode ser uma porcentagem da duração estimada da atividade, uma duração específica ou desenvolvida
pelo uso de métodos de análise quantitativos, como a simulação de Monte Carlo.
• À medida que informações mais precisas sobre o projeto se tornam disponíveis, a reserva para
contingências pode ser usada, reduzida ou eliminada.
Em alguns projetos, é possível que a equipe de planejamento não preveja todo o esforço necessário para o
alcance dos objetivos estabelecidos. No caso de existir insegurança a esse respeito, é possível estabelecer a
reserva gerencial. Trata-se de acréscimo de tempo para tratar o trabalho imprevisto que está dentro do escopo
do projeto.
Trata-se da análise da sequência das atividades, das durações estimadas, dos recursos necessários e das
restrições do cronograma para criar o cronograma do projeto. Esse é o momento de determinação das datas de
início e fim, planejadas para cada atividade e marco do projeto.
Durante o desenvolvimento do cronograma, é possível que seja necessário rever as estimativas de duração e de
recursos realizadas anteriormente.
Uma vez que as datas de início e fim das atividades tenham sido definidas, cabe rever os calendários de
disponibilidade dos recursos para identificar e sanar a ocorrência de conflitos.
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O cronograma aprovado do projeto é chamado de linha de base. A linha de base possibilita a comparação entre
o desempenho que foi planejado e o desempenho real do projeto. É desejável que mudanças relevantes na linha
de base do cronograma sejam também aprovadas.
Recomenda-se a estruturação das atividades do projeto conforme a adotada na Estrutura Analítica do Projeto,
para vincular os esforços que serão realizados às entregas que são esperadas pelas partes interessadas.
Com relação às ferramentas e técnicas disponíveis para apoiar a equipe do projeto na construção do cronograma,
além do Gráfico de Gantt demonstrado acima, destacam-se:
• A técnica de análise de rede do cronograma - Emprega outras técnicas, como o “método do caminho
crítico” e o “nivelamento dos recursos”, para que a equipe tenha entendimento sobre a importância de
cada atividade no contexto geral do projeto, assim como para garantir que os recursos estejam alocados
da melhor forma possível.
É um método usado para estimar a duração mínima do projeto e determinar o grau de flexibilidade dos
caminhos lógicos da rede de atividades do projeto, estabelecida pelas relações das atividades. O caminho crítico
é a sequência de atividades que representa o caminho mais longo do projeto, assim como a menor duração
possível do projeto. O método indicará, para cada atividade, os períodos de tempo dentro dos quais a atividade
pode ser executada sem afetar a entrega do projeto na data definida, considerando as estimativas de duração,
as relações lógicas, as antecipações e as esperas. Para fazer essa indicação, devem ser calculadas as datas de
início e término mais cedo e início e término mais tarde. Esses conceitos serão mais bem explicados abaixo:
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Veja o exemplo a seguir:
Para montarmos o diagrama de rede do projeto exemplo, vamos considerar a seguinte notação:
O método estabelece que devam ser realizados os seguintes passos para realizar os cálculos das datas das
atividades:
• Passo 1: A partir da tarefa inicial do projeto (tarefa A), identificar quais tarefas são suas sucessoras
(tarefas B e C).
99 Deve-se estabelecer a data de início mais cedo igual a 1 para a tarefa inicial.
99 Deve-se somar à data de início mais cedo o valor da duração da atividade, lembrando que a data
de início mais cedo já conta como um dia. O resultado será a data de término mais cedo.
A realização dos passos acima, para todas as atividades do projeto, é chamada de “análise dos
caminhos de ida” ou “passo à frente”.
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• Passo 3: A partir da última tarefa do projeto (tarefa D):
99 Estabelece-se a sua data de término mais tarde como sendo igual a sua data de término mais cedo.
99 Define-se a folga total da última tarefa como sendo 0 (zero).
99 Como a folga é 0 (zero), a data de início mais tarde será igual à data de início mais cedo.
• Passo 4: Para cada tarefa predecessora:
99 Definir a data de término mais tarde: trata-se do dia anterior à data de início mais tarde da sucessora
que iniciar primeiro.
99 Definir a folga total: basta subtrair da data de término mais tarde o valor da data de término mais
cedo.
99 Definir a data de início mais tarde: basta subtrair da data de término mais tarde o valor da duração
da atividade.
A realização dos passos 3 e 4 acima, para todas as atividades do projeto, é chamada de “análise dos
caminhos de volta” ou “passo atrás”.
Seguindo os passos acima, para as atividades de nosso projeto exemplo, temos a seguinte imagem:
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Nesse exemplo, o caminho mais longo inclui as atividades A, C e D, sendo este último o caminho crítico do
projeto. Perceba que, no caminho crítico, a folga total das atividades é igual a 0 (zero). As redes do cronograma
podem ter múltiplos caminhos quase críticos, ou seja, que não contenham folgas.
Uma vez que a folga total para um caminho da rede tenha sido calculada, é possível calcular a folga livre, isto é,
a quantidade de tempo que uma atividade do cronograma pode ser atrasada sem atrasar a data de início mais
cedo de qualquer atividade sucessora. Por exemplo, a folga livre para a Atividade B do exemplo acima é cinco
dias.
Folga livre - Maior atraso de uma atividade sem afetar o início mais cedo das suas sucessoras.
Esse cálculo é geralmente realizado automaticamente pelos softwares de gerenciamento de projetos. Alguns
softwares permitem que o usuário defina os parâmetros usados para determinar os caminhos críticos.
A informação sobre a folga de cada atividade ajuda a equipe do projeto a tomar ações corretivas no decorrer da
execução, para manter o projeto dentro do cronograma.
Antecipações e Esperas
A antecipação ocorre quando a atividade sucessora pode ser iniciada um pouco antes do término de sua
predecessora.
A espera (latência ou lag) ocorre quando existe a necessidade de um prazo entre duas tarefas dependentes.
Nivelamento de Recursos
Trata-se do ajuste das datas de início e término do projeto com base nas restrições dos recursos, com o objetivo
de equilibrar a demanda com a disponibilidade dos recursos. O nivelamento de recursos pode ser usado quando
o projeto faz uso de:
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• Recursos compartilhados ou de necessidade crítica, os quais apenas estão disponíveis em certas épocas.
• Recursos superalocados, tal como quando um recurso foi designado para duas ou mais atividades
durante o mesmo período de tempo.
O nivelamento de recursos pode, muitas vezes, causar mudança do caminho crítico original,
conforme demonstrado no exemplo a seguir:
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Como visto no exemplo acima, o planejamento original previa que Tom realizaria as atividades A e B ao mesmo
tempo. Dessa forma, após o nivelamento, houve a necessidade de aumento do tempo total do caminho crítico
do projeto com consequente aumento do cronograma.
Compressão de cronograma
Essas técnicas são usadas nos casos em que datas de entrega foram impostas por partes interessadas, quando
ocorrem imprevistos que consomem tempo da equipe ou por outros motivos. As técnicas de compressão de
cronograma incluem, mas não estão limitadas a:
• Compressão ou Crashing - Técnica que propõe a redução da duração do cronograma pela adição de
recursos. Exemplos de compressão incluem a aprovação de horas extras, recursos adicionais ou o
pagamento para a aceleração da entrega das atividades no caminho crítico. A compressão funciona
somente para as atividades no caminho crítico onde os recursos adicionais encurtarão a duração da
atividade. A compressão nem sempre produz uma alternativa viável e pode resultar num maior risco e/
ou custo. Ressalta-se que a adição de recursos, em geral, pode ser eficiente para a redução da duração
de uma tarefa até certo ponto, a partir do qual passa a ser inútil, conforme demonstrado abaixo:
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• Paralelismo ou fast tracking - Uma técnica de compressão de cronograma em que as atividades (que
normalmente seriam executadas sequencialmente) são executadas paralelamente durante, pelo
menos, uma parte da sua duração. Um exemplo é a construção da fundação de um prédio antes que
todos os desenhos arquitetônicos tenham sido terminados. O paralelismo pode resultar na repetição
de trabalho e aumento de risco, além disso, funciona somente se as atividades puderem ser sobrepostas
para encurtar a duração do projeto.
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O controle do cronograma está relacionado a:
É possível utilizar técnicas como Análise de Tendências para examinar o desempenho do projeto ao longo do
tempo e determinar se está melhorando ou piorando.
O gerenciamento dos custos do projeto inclui os processos envolvidos em estimativas, orçamentos e controle
dos custos, de modo que o projeto possa ser concluído dentro de orçamento determinado.
O orçamento do projeto representa, em unidades monetárias, os valores referentes aos insumos necessários
para a realização de cada atividade de um dos pacotes de trabalho: pessoal, matéria-prima e equipamentos. As
atividades para planejamento do custo do projeto são:
• Estimativa de custos: devem ser levantados valores para cada recurso necessário à realização das
atividades.
• Orçamento: integração dos valores dos insumos por atividades, das atividades por produto e dos
produtos para o projeto.
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Em projetos de menor duração, os processos de estimar os custos e determinar o orçamento são interligados
tão firmemente que são vistos como um processo único que pode ser realizado por uma pessoa num período de
tempo relativamente curto. A habilidade de influenciar o custo é maior nos estágios iniciais do projeto, tornando
crítica a definição inicial do escopo.
O gerenciamento dos custos do projeto preocupa-se principalmente com o custo dos recursos necessários para
completar as atividades do projeto, devendo considerar também o efeito das decisões de projeto no custo
recorrente subsequente ao uso, manutenção e suporte do produto, serviço ou resultado do projeto.
O plano de gerenciamento do projeto contém informações usadas para desenvolver o plano de gerenciamento
dos custos, incluindo, mas não estando limitadas a:
• Linha de base do escopo: inclui o gerenciamento do escopo do projeto e os detalhes da EAP para a
estimativa e gerenciamento dos custos.
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• Linha de base do cronograma: define quando os custos do projeto serão incorridos.
• Outras informações: outras decisões sobre custos, riscos e comunicações relacionadas com o
desenvolvimento dos custos a partir do plano de gerenciamento do projeto.
Estimar os custos é o processo de desenvolvimento de uma estimativa dos recursos monetários necessários
para executar as atividades do projeto.
Estimativas de custos são geralmente expressas em unidades de alguma moeda (por exemplo, real, dólar, euro,
iene, etc.), embora em alguns casos outras unidades de medida, como horas ou dias de pessoal, sejam usadas
para facilitar as comparações por meio da eliminação dos efeitos das flutuações das moedas.
As estimativas de custo são um prognóstico baseado na informação conhecida num determinado momento.
Elas devem ser refinadas durante o curso do projeto para refletir detalhes adicionais à medida que se tornam
disponíveis. A precisão da estimativa de um projeto aumentará conforme progressão de seu ciclo de vida.
Antes da determinação do custo, cabe a consideração de alternativas de custo, tais como fazer versus comprar,
comprar versus alugar e o compartilhamento de recursos para alcançar custos otimizados para o projeto.
As técnicas de estimativa da duração das atividades, explicadas na descrição do processo Estimar a duração das
atividades, podem também ser usadas para estimar os custos das atividades ou do projeto.
As estimativas de custos podem incluir reservas de contingências (algumas vezes chamadas de provisões para
contingências) a fim de considerar os custos das incertezas. As reservas de contingência são o orçamento
dentro da linha de base dos custos designados para riscos identificados para os quais respostas contingentes ou
mitigadoras são desenvolvidas. Essas reservas podem ser direcionadas a uma atividade específica, a o projeto
inteiro, ou ambos.
Determinar o orçamento é o processo de agregação dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes
de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos autorizada. Essa linha de base inclui todos os
orçamentos autorizados.
Os orçamentos do projeto compõem os recursos financeiros autorizados para executá-lo. O desempenho dos
custos do projeto será medido em relação ao orçamento autorizado.
4.4 Controlar os custos
Controlar os custos é o processo de monitoramento do andamento do projeto para atualização do seu orçamento
e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base de custos. O principal benefício desse processo é
fornecer os meios de se reconhecer a variação do planejado a fim de tomar medidas corretivas e preventivas,
minimizando, assim, o risco.
A atualização do orçamento envolve o registro dos custos reais gastos até a data.
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O controle de custos do projeto inclui:
• Assegurar que os desembolsos de custos não excedam os recursos financeiros autorizados por período,
por componente de EAP, por atividade, e por custo total do projeto.
• Monitorar o desempenho de custos para isolar e entender as variações a partir da linha de base de
custos aprovada.
• Evitar que mudanças não aprovadas sejam incluídas no relato do custo ou no relato do uso de recursos.
• Levar os excessos de custos não previstos para dentro dos limites aceitáveis.
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Encerramento do módulo
Volte à página inicial do curso e realize o Exercício Prático - etapa 2. Este exercício é a continuidade do módulo
anterior. Observe os comentários do seu tutor na etapa 1 para aprimorar sua atividade.
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Bibliografia
PMI. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos - Guia PMBOK (6ª Edição. EUA: Project
Management Institute, 2017.
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