Módulo IV - Métodos Da Hidrologia Estatística - Parte B

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 79

MÓDULO IV - MÉTODOS DA HIDROLOGIA

ESTATÍSTICA (PARTE B)
Docente: Dra. Cássia Juliana Fernandes Torres

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 1
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Módulo IV - Métodos da Hidrologia Estatística

1 Estudo de Precipitações Máximas


2 Intensidade – Duração – Frequência (IDF)
3 Equação de Chuva – Planilha Excel e Software Pluvio
4 Métodos de distribuição temporal de Chuva de Projeto – Elaboração Hietogramas
5 Estudo de Vazões Máximas
6 Elaboração de Hidrograma de projeto

2
Análise de Precipitações Máximas

I. CHUVA

a. Método para encontrar a Precipitação máxima para distintos períodos de retorno;


b. Como gerar a curva IDF/Equação de Chuva;
c. Software Pluvio para encontrar os parâmetros da Equação de chuva para gerar a curva IDF;
d. Desagregação da Chuva de 1 dia em tempos menores;
e. Planilha de Excel para gerar a Equação de chuva;
e. Elaboração de Hietogramas.

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 3
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Análise de Precipitações Máximas

I. Precipitação – Máxima, Média e Mínima


• Altura ou lâmina de chuva – medida normalmente
em milímetros.

• Intensidade da chuva é a razão entre a altura


precipitada e o tempo de duração da chuva.

• Grandezas:
• Altura
• Duração
• Intensidade

- Exemplo: 40 mm de chuva é pouco se ocorrer ao


longo de um mês, mas é muito se ocorrer em 1 hora.

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Fonte das imagens: Google imagens 4
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Métodos para determinar Precipitação Máxima Banco de dados Rede de Monitoramento

Série temporal de Produzido por


Como obter Precipitação Chuva diferentes fontes
máxima para ser utilizada
nos projetos? Processamento básico
Erros grosseiros,
dos dados
Outliers, etc.

Preenchimento de falha
e análise de Métodos de preenchimento
- Existem diversas distribuições de probabilidade que podem ser Homogeneidade da e Método Dupla Massa
utilizadas para determinar a probabilidades de ocorrências dos série
eventos extremos.
Para análise do
No estudo de chuvas Aplicar estatística básica
Distribuição de Gumbel comportamento da série
máximas destacam-se:
Histograma da série
Análise de Frequência
Distribuição de Generalizada de Valores histórica
Distribuição de
Probabilidade para Extremos - GEV
Seleção do tipo de Excedência ou Não
Precipitação Máxima –
Distribuição Log-Normal com dois probabilidade Excedência
Alguns Métodos
parâmetros, distribuição log-Normal com
Método para
três parâmetros, distribuição Pearson tipo Aplicação de um método de
atender a seleção
III e distribuição Log-Pearson tipo III. Distribuição de Probabilidade
feita acima

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 5
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Método de Gumbel – Precipitação máxima

 Métodos para determinar chuvas de projeto – Também chamada de Distribuição Tipo I de Fisher-
Tippett. Passou por várias atualizações.

 Esta distribuição de valor extremo foi introduzida por Gumbel (1941) e é comumente conhecida como
distribuição de Gumbel. Gumbel é uma das funções de distribuição de probabilidade mais amplamente
utilizadas para valores extremos em estudos hidrológicos para previsão de precipitação máxima.

Método original (Mais


simplificado)

Método de
Método Subramanya (2008)
Gumbel

Método gráfico

 A distribuição de Gumbel foi apontada por vários trabalhos como a mais indicada para estudo de chuvas
extremas (BACK, 2001; VIVEKANANDAN, 2015; MISTRY & SURYANARAYANA, 2019), e é recomendada no
Canadá (DAS & SIMONOVIC, 2011).

Universidade Federal do Recôncavo Baiano Fonte: Nobre et al. 2021/Artigo Álvaro José Back
CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 6
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Exemplo de aplicação do Método de Gumbel
 Método original - Simplificado
TR definido pelo
projetista/usuário
 Dados de entrada:
- Aquisição de dados pluviométricos;
- Média da série;
- Desvio padrão da série;
- Definição do tempo de recorrência de
interesse ao estudo.
Período de retorno Desvio Padrão Média

Gumbel - Método Subramanya (2008)

TR definido pelo Tabelado


projetista/usuário

Verificação

𝑿𝒕 = 𝒙 ̅ + 𝒌 ×σ

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 7
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Método de Gumbel

Coeficientes da
Equação – Método
de Gumbel

Definido em função
do número de
observações da série
histórica (n)

8
Método de Gumbel

Coeficientes da
Equação – Método
de Gumbel

Definido em função
do número de
observações da série
histórica (n)

Tabela 2. Valores de Sn. N = Número de amostra. Fonte: Subramanya 2008


N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 0,9496 0,9676 0,9833 0,9971 1,0095 1,0206 1,0316 1,0411 1,0493 10,0565
20 1,0628 1,0696 1,0754 1,0811 1,0864 1,0915 1,0961 1,1004 1,1047 1,1086
30 1,1124 1,1159 1,1193 1,1226 1,1255 1,1285 1,1313 1,1339 1,1363 1,1388
40 1,1413 1,1436 1,1458 1,148 1,1499 1,1519 1,1538 1,1557 1,1574 1,159
50 1,1607 1,1623 1,1638 1,1658 1,1667 1,1681 1,1696 1,1708 1,1721 1,1734
60 1,1747 1,1759 1,177 1,1782 1,1793 1,1803 1,1814 1,1824 1,1834 1,1844
70 1,1854 1,1863 1,1873 1,1881 1,189 1,1898 1,1906 1,1915 1,1923 1,193
80 1,1938 1,1945 1,1953 1,1959 1,1967 1,1973 1,198 1,1987 1,1994 1,2001
90 1,2007 1,2013 1,202 1,2026 1,2032 1,2038 1,2044 1,2049 1,2055 9 1,206
100 1,2065
Método de Gumbel - Exercício

 Calcular as precipitações máximas diárias para períodos


de recorrência de 50, 100 e 1000 anos, utilizando o
método de Gumbel, a partir da série de dados abaixo
(calcular pelos dois formatos vistos anteriormente).

1° passo: Descobrir

• Média = ?
• Desvio padrão da série = ?
• n=?
• Valores tabelados = ?
• Período de retorno = ?

2° passo: Aplicar o método e encontrar a precipitação


máxima correspondente ao período de retorno solicitado.

Universidade Federal do Recôncavo Baiano


CETEC - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 10
Matéria/Área de Conhecimento: Tecnologia Ambiental
Intensidade – Duração – Frequência (IDF)
 As equações de Intensidade‐Duração‐Frequência são usadas na engenharia para prever eventos extremos de
precipitação para determinado período de retorno e são extremamente importantes para o dimensionamento de
obras civis de forma a se evitar riscos humanos e materiais.
Chuva intensa ou precipitação intensa é aquela chuva que  Através das equações intensidade‐duração‐
apresenta grande lâmina d’água precipitada, durante um frequência (IDF), pode‐se representar estas três
pequeno intervalo de tempo. variáveis juntas. Estas equações permitem estimar
uma intensidade de precipitação, fixando‐se o
período de retorno e o tempo de duração
O conhecimento destas chuvas é importante para o
dimensionamento de obras hidráulicas, tanto urbanas,  Existem várias formas de definir a Equação de chuva:
como rurais, de modo que a estrutura planejada destas
construções possa resistir adequadamente a estas
• Equação de Sherman (1931)
precipitações.

Onde:
As variáveis que caracterizam as chuvas intensas são a i = intensidade
t = duração
duração, a intensidade e a frequência de ocorrência, TR= período de retorno
conhecida também como período de retorno. K,m,n = parâmetros locais.

Fonte: Alves et al. 2013 - Análise dos métodos de estimativa para os parâmetros das
11
distribuições de gumbel e gev em eventos de precipitações máximas na cidade de Cuiabá‐MT.
Intensidade – Duração – Frequência (IDF)

Como calcular a curva IDF


1º_Escolha da Equação de 2º_Definição da duração e  Parâmetros definidos pelo
Chuva da localidade período de retorno usuário a depender de sua
aplicação.

 Escolha da Equação a ser


3º_Elaboração da Curva IDF
representada;
 Definição dos parâmetros da
Equação de Chuva.

 Para cada período de retorno e


duração é encontrado uma
intensidade de chuva

12
Equação de Chuva

Recomendo

13
Equação de Chuva

EXEMPLOS DE EQUAÇÕES INTENSIDADE – DURAÇÃO – FREQUÊNCIA PARA CIDADES BRASILEIRAS

T - período de retorno (em anos); t - duração (em minutos). 14


Software Pluvio – Equação de Chuva

15
Software Pluvio – Equação de Chuva

Escolha o Estado
de seu interesse

A seleção da estação não é


obrigatória

Escolha a localidade
de seu interesse

Local de apresentação do
Relatório

Local de apresentação
dos parâmetros da
Equação 16
Software Pluvio – Equação de Chuva

Relatório apresentado
pelo Software

17
Software Pluvio – Equação de Chuva

 Exemplo:
𝐾 . 𝑇𝑅𝑎
𝐼= Equação geral
(𝑡 + 𝑏)𝑐

2513,410 . 𝑇𝑅0,195 Equação com os valores dos


𝐼= parâmetros fornecidos pelo
(𝑡 + 26,666)0,949 software

Substituir na Equação as durações e


Unidade de medida:
tempos de retorno para construção da
TR em anos
Curva IDF
t em minutos
18
Resultado mm/minutos
Equação de Chuva
http://www.cprm.gov.br/publique/Hidrologia/Estudos-Hidrologicos-e-Hidrogeologicos/Produtos-por-Estado---Chuvas-Intensas-e-Equacoes-IDF-6605.html
Equação de Chuva - Exercício

Determine as chuvas máximas esperadas com período de recorrência igual a 100 anos e durações
iguais a: 9h, 15h. Utilize a equação de intensidade duração e frequência da cidade de seu interesse. No
exemplo abaixo segue a Equação de chuva de Salvador como exemplo.

Gabarito: i = 56,64mm/h para um tempo de 9 horas


i= 39.25mm/h para um tempo de 15 horas

21
Métodos de distribuição temporal de Chuva de Projeto

Observação: As chuvas provenientes do método de Gumbel aplicada a série histórica de chuvas são
representativos de um dia (24 horas).

Precisamos realizar a desagregação das chuvas de 1 dia em tempos menores para construção do
Hietograma.

O que nós temos na maior Aplicação dos métodos de


parte dos casos distribuição de chuva

Chuvas máximas de 24hs Para dimensionamento de estruturas Chuvas máximas de 24hs em


hidráulicas, com o menor risco possível, chuvas de 1h,2h,3h, até 24hs.
precisamos da distribuição temporal da chuva,
visando definir Hidrogramas de Projeto. Logo,
Estações pluviométricas precisamos converter chuvas de 24hs em Construção de Hietogramas
chuvas com durações menores.

22
Métodos de distribuição temporal de Chuva de Projeto
 As chuvas (ou Hietogramas) de projeto são metodologias de representação simplificada da distribuição temporal
da precipitação. Utilizadas basicamente como entrada em modelos de simulação chuva-vazão, para
dimensionamento de estruturas hidráulicas.
 Existem vários métodos capazes de representar Hietogramas, sendo os principais:
- Método do Bloco de Tormenta (Block Rainstorm); Principais dados necessários:
- Método de Sifalda (1973);  Tempo de concentração
- Método Yen & Chow;  Tempo de recorrência
- Método Huff;  IDF
- Método dos Blocos alternados.

 MÉTODO DE DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE CHUVA – BLOCOS ALTERNADOS

Caracteriza-se como um método simples de desenvolver um hietograma de projeto a partir de uma


Curva Intensidade-Duração-Frequência. O método consiste em estabelecer n intervalos de tempo
sucessivos de duração Δ t para uma chuva de duração total T = n. Δ t, onde os Δt é obtido da equação
IDF.

23
Métodos de distribuição temporal de Chuva de Projeto - Método dos Blocos
alternados.
Procedimento: Dados de entrada:
1_Definir o TR de interesse para o estudo. Intensidade da chuva (mm)
2_Cálcular o tempo de concentração da bacia. Tempo de concentração
3_ Calcular a intensidade de chuva (IDF). Tempo de recorrência
4_Escolher o Δt respeitando as regras de boa prática do método (1º Definição do Δt da duração das
Coluna tabela) chuvas
5_Encontrar as intensidades para cada tempo definido na tabela (2º
Coluna tabela)
6_Encontrar a precipitação total (Pt = I.Duração) (3º Coluna da tabela).
7_ Encontrar variação de chuva (ΔP = P2-P1.....P3-P2...P4-P3 – A Primeira
linha permanece igual por não ter chuva total anterior).(4º Coluna).
8_Encontrar ΔP(variação das chuvas, coluna anterior) / Δt (intervalo de
tempo) (5º Coluna).
9_Reorganizar as chuvas encontradas na Coluna 5, de acordo com o
comportamento parabólico de uma chuva máxima, por isso se chama
blocos alternados (maiores P localizado no centro do hidrograma e as
menores P nas extremidades).

Regra de boa prática do método:


Δt tem que ser menor que o tempo de concentração.
Δt tem que ser submúltiplo da duração da chuva.
24
Métodos de distribuição temporal de Chuva de Projeto - Método dos Blocos
alternados.
P = P2 - P1
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒∗𝑑𝑢𝑟𝑎çã𝑜 (𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
Pacumulada = P = 19,88 - 15,24 Verificar a ordem das precipitações. Essa parte é
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎
definida pelo projetista através do seu
P = 23,22-19,88
conhecimento e bom senso.
P= 25,93-23,22

Obs: A colocação dos blocos no hietograma é arbitrária, porém existem algumas regras
Verificar planilha de cálculo
empíricas que conduzem a picos mais elevados. Uma dessas regras é colocar o bloco maior
nos materiais
entre 1/3 e 1/2 da duração da chuva.
25
Análise de Precipitações Máximas

II. VAZÃO – MÁXIMA - CHEIAS

Método Racional

Considera a Intensidade de Método Racional Modificado


chuva CONSTANTE no
Método I PAI WU
tempo – Métodos sintéticos
Métodos para
Método Kokei Uehara
determinar Vazão Considera a Intensidade de
máxima de projeto chuva DISTRIBUÍDA no
Hidrograma - Método SCS
tempo

26
Métodos da Hidrologia Estatística

Método para calcular VAZÕES MÁXIMAS


DE PROJETO distribuídas no tempo –
Método SCS - Hidrograma
 Considera a Intensidade de chuva DISTRIBUÍDA no tempo

27
Estudo de Cheias - Hidrograma

Hidrograma é o gráfico das vazões ao longo do tempo. O hidrograma unitário é o hidrograma produzido por uma
unidade de chuva excedente distribuída uniformemente sobre a bacia com uma duração especificada. Ele pode ser
determinado pela análise de dados de precipitação e vazão, ou por meio de fórmulas empíricas, chamados de
hidrogramas sintéticos.

• Ascensão, altamente correlacionada com Métodos:


a intensidade da precipitação, e com - Snyder (1938)
grande gradiente; - Clark (1945)
- SCS
• Região do pico, próximo ao valor
máximo, quando o hidrograma começa a
mudar de inflexão, resultado da redução
da alimentação de chuvas e/ou
amortecimento da bacia. Esta região
termina quando o escoamento superficial
acaba, resultando somente o escoamento
subterrâneo;

• Recessão, nesta fase, somente o


escoamento subterrâneo está contribuindo
para a vazão total do rio.
Estudo de Cheias - Hidrograma

 A forma do hidrograma depende de um grande número de fatores, os mais importantes são:


- A forma da bacia; Cobertura da bacia; Modificações artificiais no rio; Distribuição, duração e intensidade da
precipitação; Solo; Relevo.

29
Estudo de Cheias – Hidrograma - Método do SCS (Soil Conservation service -1957)

( P  0,2S ) 2
Pef  , Para P  0,2S
( P  0,8S )

25400
S   254 S – capacidade de infiltração
CN CN – parâmetro curva número (tabelado)

30
Estudo de Cheias – Hidrograma - Método do SCS (Soil Conservation service -1957)

 A geração do Escoamento pode ser pelo excesso de chuva ou pela chuva sobre um solo saturado.

i, f i Excesso que se
f
converte em
lâmina do
Pe escoamento ou Tipos de escoamento:
chuva efetiva Pe
Q = Qs + Qss + Qb

Ia Qs = escoamento superficial,
t Qss = escoamento sub-superficial
Ia = Abstração iniciais Infiltração Qb = escoamento subterrâneo
Volume
(infiltra na taxa da + real = Seção do rio
Infiltrado
chuva) Qs
Qss
Qb Seção do
Riacho
31
Valores CN

 Para determinação do CN é importante ter a


caracterização do tipo de solo e uso do solo da bacia.
Quanto maior o detalhamento dessa caracterização
mais coerente tende a ser a definição do CN.
Recomenda-se realizar o CN ponderado por classes
de uso do solo.

Fonte: Tucci (2001). Chow et al. (1988).


Valores CN – Exemplo de aplicação
 CN ponderado definido a partir do mapa de uso e
ocupação do solo e do mapa do tipo de solo da
bacia/região de interesse. Base dos Mapas: MapBiomas

33
Estudo de Cheias – Hidrograma - Método do SCS (Soil Conservation service -1957)

Aplicação:

Calcular a precipitação efetiva (mm), com tempos de retorno de 50 anos (P = 103,3 mm), 100 anos (P
= 146,8) e 1000 anos (P = 195,15 mm) e com duração igual ao tempo de concentração da bacia.

O uso e ocupação do solo na área da bacia:

- 60 % Plantações regulares em curvas de nível em solo arenoso com média capacidade de infiltração.

- 40% da bacia Plantações de legumes ou cultivados terraceados em níveis em solo pouco profundo
com capacidade de infiltração muito baixa, contendo argila expansiva.

34
Hietograma e Hidrograma de cheia determinado no Excel

Meta 1: Construir o Meta 2: Construir o Hidrograma de


Hietograma de projeto projeto a partir do Hietograma.
(Planilha Hidrologia Parte I) (Planilha Hidrologia Parte II)

35
Etapas – Parte I
Etapa 1: Calcular a Chuva Chuva Máxima para TR
Máxima de projeto através de: 2 5, 10, 25, 50, 100, 1000
do Método de Gumbel. e 10.000 anos.

Etapa 2: Realizar a Pode ser feito através de


discretização temporal da Métodos ou metodologias
chuva máxima de 24hs aplicadas.
calculada no objetivo 1.
PLANILHA
Calcular IDF pela planilha Hidrologia” –
Etapa 3: Calcular a IDF – e comparar com a Equação PARTE I”
Equação de chuva. de chuva da literatura, se
existir.

Resultado Final desta


Etapa 4: Construir o primeira etapa – Elaborar
Hietograma pelo Método os Hietogramas para
Blocos Alternados. distintos Tempos de
Recorrência
36
1º Passo
• Baixar as máximas mensais da estação pluviométrica no software Hidro (versão
1.4).

37
2º Passo
• Entrar na Planilha “Hidrologia Parte I” e inserir esses dados no local indicado da série histórica.

38
3º Passo
• Organize esses dados na planilha correspondente a quantidade de dados de sua série.

• Na planilha possui 42 anos de dados correspondente ao período de 1976 a 2020. Se sua série for maior ou menor
que este período, arrume essa parte da planilha e a parte lateral do Gumbel apenas.

39
4º Passo
• Calcular as Chuvas Máximas para tempos de recorrências de 2, 5, 10, 25, 50, 100, 1.000 e 10.000 anos
através do Método de Gumbel.
Resultado

40
5º Passo - Discretização temporal das chuvas máximas

• Coeficientes de desagregação para diferentes durações de chuvas apresentado em Campos-Aranda


(1978).

Chuvas máximas para Coeficientes de


diferentes TR x desagregação temporal

Encontrado com a aplicação do


Método de Gumbel

41
Visualizar na Planilha

42
6º Passo - IDF – Elaborando a Equação de Chuva
O Método de Gumbel foi utilizado para construir a Equação de chuva da região o qual a estação pluviométrica esteja
representando. Os cálculos que envolvem a construção da Equação de Chuva são baseados em métodos
desenvolvidos em Calculo Numérico. Na planilha, foi adotado o método de cálculo dos Mínimos Quadrados.

• Aplicar Ln dos dois lados da Equação – Equação 1º Grau - Aplicação da


• Equação de Sherman (1931) Regressão (Mínimos Quadrados)

𝐾 . 𝑇𝑅𝑚 𝐼 = 𝑑 / 𝑡𝑛 ln(I) =ln(d) – n. ln (t)


𝐼=
𝑡𝑛
𝑑 = 𝐾 . 𝑇𝑅𝑚 𝑛 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎
Mudança de variável
𝑑 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎

Regressão total – regressão a


partir de todas as equações
individuais.

Regressão individual – para cada


período de retorno.
7º Passo - Cálculo das intensidades de chuvas para diferentes TR e
duração.

44
8º Passo – Comparar os Resultados com a Equação de Chuva da área de interesse
existente na literatura, se couber – Exemplo cidade de Betim-Mg

45
9º Passo – Construção do Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados – Dados
de entrada.
Regra de boa prática do método:
Δt tem que ser menor que o
tempo de concentração.
Δt tem que ser submúltiplo da
duração da chuva.

46
9º Passo – Construção do Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados –
Aplicação
FIM DA PARTE I
Conseguimos construir o Hietograma!
Etapas – Parte II
HIETOGRAMA DE PROJETO – Gerado  Necessário calcular o Hietograma excedente porque
na Planilha I a chuva não contribui em 100% na vazão do rio,
parte é infiltrada, outra evaporada, e uma outra
parte que é responsável pelo escoamento superficial.
Hietograma excedente – Método
SCS

Construção do Hidrograma PLANILHA “Hidrologia” –


Unitário Sintético Triangular PARTE II

Retirar do gráfico construído os valores de


vazão unitária para cada tempo do eixo x.
 Para construção do Hidrograma parabólico é
necessário duas informações:
- Hietograma excedente
Elaborar o Hidrograma de projeto através de
Matriz
- Hidrograma Unitário Sintético Triangular
49
1º Passo - Elaborar o Hietograma Excedente
Calcular Chuva efetiva (Hietograma Excedente) – Verificar qual parcela da chuva efetivamente
contribui para o escoamento superficial da bacia – Método SCS.

( P  0,2S ) 2 Chuva efetiva: É a chuva que


Pef  , Para P  0,2S efetivamente contribui para a
( P  0,8S ) formação do escoamento superficial

Só é possível aplicar a Equação


1º - Determinar CN – Definido com base no uso e quando a chuva for maior que 20%
ocupação do solo da bacia. da infiltração inicial.
2º- Calcular a Infiltração potencial máxima (S).

3º - Calcular a Infiltração inicial (Ia)

Ia = 0,2*S
50
EXEMPLO...

Fonte: Aula Professor José Costa 51


 Verificar se as Chuvas do Hietograma é superior ou inferior a infiltração inicial (Ia).

Se P acumulada < 0,2S (Ia), ou seja, se a chuva é menor que a perda inicial, não
ocorre escoamento superficial. Como no exemplo, está chovendo 11 mm, porém a
perda inicial já é de 27 mm, logo, não há escoamento superficial, com isso,
Precipitação excedente deverá ser zero.

Se P acumulada > 0,2S (Ia), ou seja, se a chuva é maior que a perda inicial, irá
ocorrer escoamento superficial. Neste caso, deve-se aplicar a Equação do Método
para calcular a precipitação excedente (chuva efetiva).

Fonte: Aula Professor José Costa 52


 Após calcular chuva excedente pelo método de SCS, deverá construir o Hietograma de chuva
excedente.

53
Fonte: Aula Professor José Costa
2º Passo - Construir o Hidrograma Unitário Sintético triangular do SCS
• Para iniciar é necessário ter o tempo de concentração da bacia e a área de drenagem.

Equação Descrição
Duração da precipitação excedente.
𝑡𝑟 = 0,17 × 𝑡𝑐 Q t
Tempo de Resposta da Bacia. 0 0
𝑡𝐿 = 0.6 × 𝑡𝑐 Qp Tp
Tempo de ocorrência de pico. 0 tb
𝑡𝑝 = 0.5 × 𝑡𝑟 + 𝑡𝐿
tempo de base do hidrograma (tb). O que significa que o
𝑡𝑏 = 2.67 × 𝑡𝑝 tempo de recessão do hidrograma triangular, a partir do pico
até retornar a zero, é 67% maior do que o tempo de subida.
vazão de pico do hidrograma unitário triangular. onde Tp é
dado em horas, a área da bacia (A) é dada em Km2 , e o
resultado qp é a vazão de pico por mm de chuva efetiva.

• Qp = (m³/s/cm). Hidrograma unitário é a resposta da


bacia para 1cm de chuva.
EXEMPLO...

Fonte: Aula Professor José Costa


Visualizar na Planilha

Fonte: Aula Professor José Costa


Elaboração do Hidrograma
A partir das Equações é gerada o Hidrograma Unitário Sintético. Neste caso, o
Hidrograma foi deslocado do Eixo y para facilitar a identificação das vazões para cada
tempo. Caso não seja feito esse deslocamento, a identificação das vazões poderia ser
feita por semelhança de triângulos.
Eixo y para verificar os valores das vazões Unitárias para cada Bloco de Chuva
identificado no Eixo x do gráfico.

Entrar no gráfico
com o B1 e ir no
eixo x e definir a
vazão unitária.
B1 Q1
B2 Q2
B3 Q3
Bn Qn
B1 B2 B3 B19

 Total de Blocos de Chuva que deverá ser encontrado as vazões. Se contar os tempos temos um total de 21
Blocos de chuva neste exemplo. Cuidado ao definir o intervalo do eixo x, deverá seguir as orientações a
58
seguir.
Observação
O Intervalo do tempo do gráfico do Hidrograma Unitário triangular varia conforme o valor da duração total da
chuva conforme exemplo abaixo.

Para um tempo de concentração da bacia de 370,8 min ou 6,2 horas. Citando como exemplo um Hietograma de
chuva com 12 chuvas distribuídas.

• Intervalo do gráfico do eixo x para determinar o número de blocos de chuva = Tc/número de chuvas do Hietograma.
• No Exemplo dado, o intervalo do gráfico = 370,8 min/12 = 30,9 min ou 0,52 Horas.
Observação Importante:
O Hietograma original do exercício varia a
cada 5 minutos (Planilha I). Porém, se deixar
o tempo como estava a cada 5 minutos, o eixo
x do gráfico ficaria muito grande, logo, uma
matriz muito extensa. Para exemplo de
explicação de exercício, será considerado o
tempo igual ao tempo de concentração de
bacia. Caso se utilize um Modelo (HEC-HMS,
por exemplo) para gerar esses hidrogramas
poderá ser utilizado intervalos de tempos
menores.

59
Tempo total do Hietograma igual ao tempo de concentração da bacia
3º Passo - Construção da Matriz para elaboração do Hidrograma de
Projeto – Hidrograma parabólico

Chuva Excedente Calculado a partir do Método do


Dados Necessários
SCS
para encontrar o
Hidrograma de
Vazões Unitárias para cada Retirada do Gráfico do Projeto a partir da
Bloco de Chuva Hidrograma Unitário Triangular Matriz.

Vazão da Matriz = Chuva Excedente * Vazões Unitárias de cada Bloco de Chuva

Bloco 1
0,8*0,2
0,8*0,75 Q Unitária
0,8*0,67 multiplicado por todas
Etc... as chuvas excedentes....
60
Matriz – Superposição dos Hidrogramas triangulares em toda área da bacia

Importante: ao passar de um bloco


para outro, saltar uma linha

Cálculo Cálculo Realizar para


Cálculo
do Bloco 1 do Bloco 2 todos os
do Bloco 3
blocos
 Para encontrar as vazões do Hidrograma parabólico basta somar as vazões
encontradas em cada linha considerando todos os blocos de chuva.

62
Matriz – Superposição dos Hidrogramas triangulares em toda área da bacia

RESULTADO FINAL

Fonte: Aula Professor José Costa 63


FIM DA PARTE II
Preciso fazer sempre através de
Planilhas de EXCEL com a
aplicação dos Métodos?

Porém, é importante entender os métodos e equações que são utilizados pelos


Modelos, principalmente, para casos que dê problema na modelagem, você
saber o caminho que pode fazer para comparar os resultados e reduzir
discrepâncias/erros dos modelos.

Não, pode ser utilizado Modelos Matemáticos


como por exemplo, Modelo HEC-HMS

65
Resumo para estudo de Chuva e Hidrograma de projeto - Exemplo
Objetivo: Definir um Hidrograma de projeto para recorrência de 1.000 anos para o projeto de dimensionamento
de uma obra hidráulica.

Como definir chuvas


Para dimensionamento de estruturas hidráulicas deve-se
Estação máximas para 1.000 anos de
trabalhar com chuvas máximas diárias para o período de
Pluviométrica recorrência?
retorno definido no projeto.

Como definir a distribuição


Quais as informações temporal dessa chuva encontrada
que eu preciso para de Tr de 1000 anos ?
aplicar esse método?
Métodos estatísticos Métodos estatísticos de
de distribuição temporal definição de chuvas
das chuvas máximas.

Método SCS –
O que fazer Como isso vira Separação dos
agora? Hidrograma de escoamentos
 Tempo de projeto? Modelo
concentração hidrológico
 Tempo de Construir o chuva-vazão –
recorrência Hietograma. Através do
 IDF Método SCS
66
Modelagem Matemática (HEC – HMS)

HEC – HMS (Hydrological Engineering Center - Hydrologic Modeling System): É um programa desenvolvido
para simulações hidrológicas, assim sendo, capaz de modelar os processos de chuva-vazão em bacias hidrográficas
dendrítricas. O HEC-HMS pode simular as cheias para eventos de chuva de curta duração (escala de dias) e de
longa duração (escala de anos). As vazões escoadas na bacia hidrográfica, com uma determinada configuração, são
respostas a impulsos de precipitações (USACE, 2016). Dentre os métodos existentes no modelo para o cálculo do
escoamento na bacia, este trabalho utilizou o método da Curve Number do Natural Resources Conservation Service
(NRCS).

67
Estudo de vazões máximas

Métodos para calcular VAZÕES MÁXIMAS


DE PROJETO – Métodos Sintéticos

• Métodos que consideram intensidades de chuva CONSTANTES!

68
Método Racional

Q  0,278C  i  A
Onde:
i é dado em mm/h,
A em km2
Q em m3/s

 O método racional é largamente utilizado na determinação da vazão


máxima para bacias pequenas (< 2 km²).
Coeficiente de Escoamento Superficial (C)

Onde:

Q C é o coeficiente de deflúvio

C  Q é a vazão (m3/s)

i A i é a intensidade de chuva (m/s)


A é a área de drenagem (m2)

• O coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de deflúvio, ou ainda, coeficiente de


“runoff”, é definido como a razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume
de água precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou relativo a um
intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram.

70
Coeficiente de Escoamento Superficial (C)

 Existem tabelas que relacionam o coeficiente de escoamento superficial com a natureza da superfície
onde ela ocorre.

71
Método Racional - Exercício

Determine, utilizando o Método Racional, a vazão gerada por uma chuva com período
de retorno de 100 (Chuva igual a 125mm) e 1000 anos (Chuva igual a 170mm) e
duração igual ao tempo de concentração da bacia (tc = 9,4horas). Considere a área de
drenagem igual à área da bacia (Área igual a 980Km²), volume escoado igual a 4664088
m³ e volume precipitado igual à 88236000 m³.

Q  0,278C  i  A

72
Método I PAI WU
Equação:

C: Coeficiente da bacia (adm)


K: Coeficiente espacial (mm/h)
A: Área (Km²) Encontrado no
I: Intensidade de chuva(mm/h) Gráfico em função
Qc = vazão máxima calculada (m³/s) da área da bacia
C2: Coeficiente Runoff (Tabelado) (Km²)
C1: Coeficiente de forma da bacia
F: Fator de forma

73
Fonte: Aula Professor José Costa
Método I PAI WU

Verificar planilha de cálculo


nos materiais

L: Comprimento do tavelgue
A: Área da bacia

C2: Tabelado.

Fonte: DAEE, São Paulo, 1994


74
Fonte: Aula Professor José Costa
Método I PAI WU Fonte: DAEE, São Paulo, 1994

75
Software SisCAH para determinação das Vazões Máximas

Na estimativa das vazões máximas o


SisCAH permite a análise do ajuste das
seguintes funções de distribuição de
probabilidade:

- Gumbel,
- Log-normal II;
- Log-normal III;
- Pearson III;
- LogPearson III; e
- Weibull.

76
Software SisCAH para determinação das Vazões Máximas
Software SisCAH para determinação das Vazões Máximas
Cálculo das Vazões Máximas por
distintos métodos estatísticos

78 78
OBRIGADA!
Dra. Cássia Juliana F. Torres

79

Você também pode gostar