Curso 157159 Aula 00 939c Simplificado
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Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
11 de Janeiro de 2021
Sumário
1
Direito Administrativo p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - 2021 - Pré-Edital
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6 Gabarito ................................................................................................................................. 65
7 Referências ............................................................................................................................. 65
O regime de direito público “consiste num conjunto de normas jurídicas que disciplinam
poderes, deveres e direitos vinculados diretamente à supremacia e à indisponibilidade dos
direitos fundamentais”1. Em termos mais simples, o regime de direito público é aquele aplicável
no exercício da função pública, buscando satisfazer os interesses da sociedade.
No regime de direito público, o Estado goza de poderes especiais, podendo impor obrigações,
aplicar sanções, intervir na propriedade privada (exemplo: desapropriação). Da mesma forma, o
Estado se submete a “obrigações especiais”, chamadas de sujeições, restrições ou limitações.
Por exemplo: para contratar alguém, a administração tem que fazer licitação; para admitir um
servidor, tem que fazer concurso público.
Por sua vez, o regime de direito privado, normalmente direcionado para os particulares, trata
das relações individuais da população. Neste regime, não há aplicação das prerrogativas do
poder público, colocando os indivíduos em igualdade de condições em suas relações jurídicas
(horizontalidade).
Por exemplo: nos contratos administrativos, há aplicação do regime de direito público e, por
isso, a administração poderá realizar alterações unilaterais no contrato.
Por outro lado, quando dois particulares firmam um contrato, as alterações das cláusulas
contratuais somente poderão ocorrer quando as duas partes concordarem; neste caso, uma parte
não poderá alterar o contrato sem a concordância da outra. Ocorre, aqui, a aplicação do regime
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Essa separação é mais doutrinária do que prática, uma vez que, “no mundo real”, os dois regimes
convivem “lado a lado”. As relações que a Administração firma submetem-se tanto ao regime de
direito público como ao de direito privado, ocorrendo, na verdade, o predomínio de um ou outro
regime, conforme o caso.
Todavia, mesmo quando emprega modelos privatísticos, nunca será integral a submissão ao
direito privado. Vale dizer: mesmo quando ocorre a aplicação do regime de direito privado, a
sua utilização não será isolada, pois haverá, de alguma forma, aplicação de regras de direito
público.
Nesse contexto, Maria Sylvia Zanella Di Pietro diferencia a expressão regime jurídico da
Administração Pública para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de
direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. Por outro lado, a autora utiliza
a expressão regime jurídico administrativo para abranger tão somente o “conjunto de traços,
de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa
posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa”.
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(TCE-PE - 2017) A administração pública pode estar sujeita tanto ao regime jurídico de direito
privado quanto ao regime jurídico de direito público.
Comentários:
A assertiva está correta. A diferenciação entre o regime de direito público e o regime de direito
privado é um trabalho doutrinário, porém difícil de se observar no mundo real. Por exemplo, no
âmbito da Administração Pública, as relações jurídicas ora são regidas pelo direito público ora
pelo direito privado. Cita-se, por exemplo, a realização de concurso público (direito público) e
um contrato de financiamento (direito privado) realizados por uma empresa pública.
Os princípios podem ser expressos, quando estão previstos taxativamente em uma norma
jurídica de caráter geral; ou implícitos, quando não constam taxativamente em uma norma
jurídica, decorrendo, portanto, de outros princípios, da jurisprudência ou da doutrina.
Saber se um princípio é expresso ou implícito depende do ponto de vista. Por exemplo, entre os
princípios expressos, podemos destacar os princípios constitucionais previstos no art. 37 da
Constituição Federal de 1988 (CF/88): legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
2 Bandeira de Mello utiliza a expressão “indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos”.
3 Barchet, 2008, p. 34.
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Além dos princípios previstos expressamente na Constituição Federal, temos previsão taxativa
em diversas leis, como na Lei 9.784/1999, que dispõe sobre o processo administrativo na
Administração Pública Federal, na Lei 8.666/1993, que estabelece normas gerais de licitações e
contratos, e na Lei 12.462/2011, que disciplina o regime diferenciado de contratações públicas.
Por outro lado, os princípios implícitos (ou reconhecidos) não constam taxativamente em uma
norma jurídica geral, mas decorrem de elaboração doutrinária e jurisprudencial. Porém, tome
um pouco de cuidado. Quando falamos que os princípios implícitos não estão previstos
“taxativamente” estamos dizendo que o seu “nome” não consta de forma literal, mas o seu
sentido, a sua aplicação, o seu significado, estes podem constar na norma. Por exemplo: a CF
prevê que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Não consta na CF “princípio do devido processo legal”, por isso ele é um princípio “implícito”.
Por fim, cabe fazer uma última observação: não há hierarquia entre os princípios. No caso de
aparente conflito entre eles, caberá ao interpretador dar uma aplicação que mantenha a
harmonia e unidade do ordenamento jurídico.4
(SEGEP - 2018) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública estão todos
subordinados ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula
pétrea.
Comentários:
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A doutrina clássica faz a diferenciação entre normas, regras e princípios. As normas são gênero, enquanto as
regras e os princípios são as suas espécies. As regras possuem comandos a serem seguidos, com conteúdo
mais objetivo. Por exemplo: uma lei determina que a Administração dê publicidade aos gastos realizados; isso
é uma regra. Quando há um conflito entre regras, uma prevalecerá sobre a outra, com base na hierarquia (ex.:
a Constituição prevalece sobre uma lei ordinária), na cronologia (leis novas prevalecem sobre leis mais antigas)
e na especialidade. Os princípios, por outro lado, possuem um comando mais geral, abstrato. Quando há um
conflito sobre os princípios, não existirá um critério único para definir qual deverá prevalecer, pois um não
excluíra o outro; por isso, deverá o intérprete utilizar a solução mais harmoniosa para cada situação real.
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A assertiva está errada. Não há hierarquia entre os princípios. Quando houver um aparente
conflito entre os princípios, deverá ser adotada uma ponderação entre eles para aplicar a
interpretação que melhor se harmonize com a situação concreta, sem que exista um princípio
que imediatamente esteja “acima dos demais”. Por exemplo: em regra, a administração deverá
anular um ato ilegal. Porém, se o ato ilegal foi praticado há muito tempo, talvez não seja mais
possível anulá-lo, aplicando o princípio da segurança jurídica. Assim, ora prevalece a legalidade;
ora a segurança jurídica; sem existir uma hierarquia.
(TRE BA - 2017) São princípios que regem a administração pública expressos na Constituição
Federal de 1988: legalidade, indivisibilidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Comentários:
A assertiva está errada. essa é tranquila, mas importante! Os princípios expressos na Constituição
Federal são a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência. A questão
está incorreta, uma vez que “indivisibilidade” não é princípio constitucional expresso.
2 PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Vamos trabalhar agora os cinco princípios expressamente previstos no art. 37, caput, da
Constituição Federal de 1988: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
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Diz-se, portanto, que a Administração não pode atuar contra a lei (contra legem) nem além da
lei (praeter legem), podendo atuar somente segundo a lei (secundum legem). Por outro lado, os
administrados podem atuar segundo a lei (secundum legem) e além da lei (praeter legem), só
não podem atuar contra a lei (contra legem).
Contudo, não devemos confundir o princípio da legalidade com o da reserva legal. Isso porque
a reserva legal significa que determinadas matérias devem ser regulamentadas
necessariamente por lei formal (lei em sentido estrito – leis ordinárias e complementares).
Por exemplo: a Constituição exige que “a lei regulará a individualização da pena” (CF, art. XLVI)
– consequentemente, somente uma lei aprovada pelo Poder Legislativo poderá dispor sobre esse
tema, não cabendo um decreto ou outro ato normativo secundário.
Em que pese a administração esteja sujeita ao princípio da legalidade, existem situações em que
a legalidade pode ser, de certa forma, “mitigada”. Nessa linha, a doutrina apresenta como
exceção ao princípio da legalidade (ou restrições excepcionais ao princípio da legalidade) a:
Para finalizar, vale falar sobre o princípio da juridicidade, que basicamente é uma ampliação do
conceito de legalidade. Segundo o princípio da juridicidade, o administrador não se sujeito
apenas à lei, mas a todo o ordenamento jurídico. Consequentemente, a discricionariedade
administrativa fica mais reduzida, uma vez que o agente público se sujeita às leis, aos
regulamentos, aos princípios e a todos os demais componentes de nosso ordenamento jurídico.
Assim, se um ato atender à lei, mas ferir um princípio, poderá ele ser anulado, até mesmo pelo
Poder Judiciário.
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Neste último caso, podemos citar como exemplo um processo administrativo disciplinar contra
um servidor quando a autoridade competente para decidir é a esposa. Esta relação de
parentesco geraria uma situação de impedimento, de tal forma que a autoridade (esposa) seria
afastada do caso para que outra, com a devida imparcialidade, tomasse a decisão.
O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos
que devem estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos
administrativos devem subordinar-se à moralidade administrativa.
Para violar a moralidade, não existe a necessidade de se aferir a intenção do agente público.
Logo, um ato pode ser imoral, ainda que o agente não tivesse a intenção de cometer uma
imoralidade. Por exemplo: João nomeia um parente para ocupar um cargo em comissão e, na
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intenção dele (no seu aspecto subjetivo) não haveria qualquer violação à moralidade. Diz-se,
assim, que a moralidade é analisado no aspecto “objetivo” (independentemente da intenção).
Com base nos princípios previstos no caput do art. 37, principalmente nos princípios da
moralidade e da impessoalidade, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento sobre a
vedação do nepotismo na Administração Pública, sendo que o fundamento decorre diretamente
da Constituição, não havendo necessidade de lei específica para disciplinar a vedação. Vejamos:
Em resumo, uma autoridade não pode nomear um parente próximo para ocupar cargo em
comissão ou função de confiança. A autoridade também não pode nomear uma pessoa que seja
parente de alguém que ocupe cargo de direção, chefia e assessoramento na mesma entidade.
Entretanto, há uma pequena restrição em relação aos cargos de natureza política. Atualmente,
o entendimento do STF é de que a vedação deve ser analisar caso a caso, somente se
caracterizando nepotismo, nos cargos de natureza política, se o nomeado não possuir
capacidade técnica para o cargo ou ficar demonstrada “troca de favores” ou outra forma de
fraudar a legislação (RCL 7.590/PR; RCL 17.102/SP).
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Com efeito, a publicidade poderá se manifestar pelas seguintes formas: direito de peticionar
(CF, art. 5º, XXXIV, ”a”); direito de obter certidões (CF, art. 5º, XXXIV, “b”); divulgação de ofício
de informações.
Ademais, segundo a CF/88: “art. 5º (...) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
Vale destacar, por fim, que a publicidade é a regra, mas não é um dever absoluto. Nessa linha,
com exceção dos dados pessoais (dizem respeito à intimidade, honra e imagem das pessoas)
e das informações classificadas por autoridades como sigilosas (informações imprescindíveis
para a segurança da sociedade e do Estado), todas as demais informações devem ser
disponibilizadas aos interessados, algumas de ofício (pela internet ou por publicações) e outras
mediante requerimento.
Por fim, as regras sobre a transparência foram regulamentadas pela Lei 12.527/2011 (Lei de
Acesso à Informação), que dispõe sobre os procedimentos a serem observados com o fim de
garantir o acesso a informações.
Este princípio foi incluído no artigo 37 pela Emenda Constitucional 19/1998 como decorrência
da reforma gerencial (ou reforma administrativa).
A eficiência diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo
serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos
os padrões de qualidade) e no menor tempo. A busca da eficiência deve ocorrer em harmonia
com os demais princípios da Administração Pública. Assim, não se pode deixar de obedecer aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade somente para alcançar
melhores resultados.
5
Di Pietro, 2014, p. 84.
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Feita essa abordagem, vamos partir para o estudo específico dos princípios implícitos.
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Por fim, deve-se destacar que nas situações em que a Administração não atuar diretamente para
a consecução do interesse público, como nos contratos de locação, de seguro ou quando agir
como Estado-empresário, não lhe cabe invocar o princípio da supremacia.
Uma informação importante é que, enquanto o princípio da supremacia do interesse público não
se aplica em algumas situações – como na exploração de atividade econômica – o princípio da
indisponibilidade do interesse público está diretamente presente em qualquer atuação da
Administração Pública.
6
Barchet, 2008, p. 55-56.
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independentemente da concordância da outra parte, dentro dos limites permitidos em lei. Nesse
caso, portanto, as cláusulas exorbitantes são exemplos de aplicação do princípio da supremacia.
Muitas vezes, esses dois princípios são tratados como sinônimos ou, pelo menos, são aplicados
de forma conjunta. Esses princípios realizam uma limitação à discricionariedade administrativa,
em particular na restrição ou condicionamento de direitos dos administrados ou na imposição de
sanções administrativas, permitindo que o Poder Judiciário e a Administração anulem os atos
que, pelo seu excesso, mostrem-se ilegais e ilegítimos e, portanto, passíveis de anulação.
A proporcionalidade, por outro lado, exige o equilíbrio entre os meios que a Administração
utiliza e os fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando
cada caso concreto7.
Alguns autores consideram que o princípio da proporcionalidade é uma das facetas do princípio
da razoabilidade8, ou seja, aquele está contido no conceito deste. Isso porque o princípio da
razoabilidade, entre outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a
Administração Pública e os fins que ela tem que alcançar.
Em que pese sirvam de fundamento para o Judiciário analisar os atos discricionários, os princípios
não significam invasão ao poder de decisão do Administração Pública, naquilo que se chama
mérito administrativo – conveniência e oportunidade. As decisões que violarem a razoabilidade
7
Marinela, 2013, p. 56.
8
Di Pietro, 2014, p. 81; Bandeira de Mello, 2014, p. 114.
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não são inconvenientes; mas são, na verdade, ilegais e ilegítimas, por isso passíveis de anulação
mediante provocação do Poder Judiciário por meio da ação cabível.
Para entender esse caso, você deve lembrar que a Administração é formada pela Administração
Direta, que trata dos órgãos públicos ligados à pessoa política (União, estados, DF e municípios)
e pela Administração Indireta, que são entidades administrativa criadas pelas pessoas políticas
para o desempenho de atividades específicas (autarquias, fundações públicas, empresas públicas
e sociedades de economia mista). A criação dessas entidades administrativas é denominada
descentralização administrativa.
Nessa linha, vale dizer que a Constituição Federal exige edição de lei específica para a criação
ou autorização de criação das entidades da Administração Indireta (art. 37, XIX). Nesse caso, a
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Por outro lado, o princípio do controle ou da tutela foi elaborado para assegurar que as
entidades da Administração Indireta observem o princípio da especialidade. Esse princípio é
representado pelo controle da Administração Direta sobre as atividades das entidades
administrativas, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
Contudo, como não há subordinação entre a Administração Direta e a Indireta, mas tão somente
vinculação, a regra será a autonomia; sendo o controle a exceção, que não poderá ser presumido,
isto é, só poderá ser exercido nos limites definidos em lei. Assim, a tutela ou controle refere-se
à vinculação entre a Administração direta e a indireta.
Este princípio possui previsão em duas súmulas do STF, a 346, que estabelece que “A
Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e 473, que dispõe o
seguinte:
Atualmente, o princípio ganhou previsão legal, conforme consta no art. 53 da Lei 9.784/1999: “A
Administração deve9 anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.
9
Enquanto a súmula 346 adota o termo "pode", a L9784 adota a expressão "deve". Não há um consenso
sobre o mais adequado, mas costumamos recomendar que: (i) não se atente tanto a isso, pois as questões
costumam dar como corretas as duas expressões (pode ou deve) - logo, em regra, "tanto faz"; (ii) se a questão
trouxer a referência (a súmula ou a L9784), se for o caso, você pode julgar a questão conforme essa referência;
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A despeito de ser um poder-dever, nem sempre a anulação será a melhor alternativa, como
ocorre quando a sua retirada causar danos graves ao interesse público. Isso ocorre especialmente
quando a anulação seria adotada depois de vários anos após a prática do ato. Às vezes, nesse
tipo de situação, é “melhor deixar como está”.
(iii) se não houver referência e você tiver que escolher entre "pode" ou "deve", prefira o "deve", já que é o
mais usual.
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pretende desfazer o ato, em regra, o seu destinatário será notificado para se defender dessa
medida.
10
Art. 37. [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público [...], ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
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Pelo princípio da continuidade, os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua,
ou seja, sem parar.
a) proibição de greve dos servidores públicos – essa não é mais uma proibição
absoluta, uma vez que o art. 37, VII, determina que “o direito de greve será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”;
Outra situação que demonstra a aplicação do princípio da continuidade dos serviços públicos é
a possibilidade de reversão dos bens necessários à prestação dos serviços públicos nos
contratos de concessão ou permissão. Isso significa que os bens que as delegatárias de serviços
públicos utilizam na prestação dos serviços serão, ao término do contrato, incorporados ao
patrimônio da Administração Pública, realizando-se a devida indenização daqueles que ainda não
amortizados.
11
Di Pietro, 2014, pp. 71-72.
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a) em regra, os servidores possuem direito à greve (como falta legislação específica para os
servidores públicos, atualmente é adotada a mesma lei que trata da greve dos trabalhadores
da iniciativa privada);
b) os militares não possuem direito à greve, conforme expressamente dispõe a Constituição
Federal (CF, art. 142, IV);
c) os policiais civis são equiparados, em relação ao direito de greve, aos policiais militares, sendo
vedado o direito de greve (ARE 654.432/GO; Rcl 11246 AgR/BA);
d) uma vez iniciada a greve, a Administração deve proceder ao desconto dos dias de paralisação,
permitindo-se a compensação de horário; porém, o desconto será incabível se a greve decorreu
de conduta ilícita do poder público (RE 693.456/RJ).
Todavia, a continuidade não possui caráter absoluto. Nesse sentido, a Lei 8.987/1995 prescreve
que não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou, após prévio aviso, quando: (a) motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; (b) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade (art. 6º, §3º).
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c) a greve dos servidores públicos não é, em si, ilegal, pois se trata de um direito assegurado na
Constituição Federal. A falta de regulamentação específica, entretanto, fez o STF determinar a
aplicação das normas privadas aos servidores públicos, até que o Poder Legislativo elabore a
norma correspondente. Porém, ressalva-se que algumas categorias não podem exercer o direito
de greve, seja por expressa previsão constitucional (militares), ou por entendimento do STF
(policiais civis, categorias de segurança pública) – ERRADA;
d) o princípio da continuidade tem relação com o princípio da supremacia, pois deve prevalecer
o interesse público em detrimento do interesse privado da empresa ou do agente que pretende
paralisar a sua prestação; e também tem relação com o princípio da eficiência, pois a qualidade
do serviço é diretamente ligada à sua prestação continuada – CORRETA;
e) o princípio não é absoluto, uma vez que pode ocorrer a paralisação temporária, seja por
manutenção ou aperfeiçoamento do serviço, ou ainda em virtude de inadimplência no
pagamento da fatura – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
O princípio do contraditório e da ampla defesa decorre do art. 5º, LV, da Constituição Federal,
que determina que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”. Além disso, eles constam expressamente no caput do art. 2º da Lei 9.784/1999.
Por fim, a ampla defesa abrange também o direito à defesa técnica. Contudo, em processos
administrativos, cabe ao interessa decidir se precisa ou não de defesa técnica, conforme
entendimento do STF constante na Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.
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Marinela, 2013, p. 51.
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O princípio da segurança jurídica, também conhecido como princípio à confiança legítima, tem
por objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, considerando a
inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo, jurisprudencial ou de interpretação
administrativa das normas jurídicas.
Trata-se de um princípio com diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é fundamento da prescrição e da decadência,
evitando, por exemplo, a aplicação de sanções administrativas vários anos após a ocorrência da
irregularidade. Ademais, o princípio é a base para a edição das súmulas vinculantes, buscando
pôr fim a controvérsias entre os órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarretem “grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica” (CF, art. 103-A, §1º).
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O princípio da segurança jurídica possui previsão no art. 2º, caput, da Lei 9.784/199913. Além
disso, o inciso XIII, do parágrafo único, do mesmo artigo, determina que a Administração Pública
deve obedecer ao critério da “interpretação da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação”.
Segundo Di Pietro, a segurança se relaciona com a ideia de boa-fé. Caso a Administração adote
determinado entendimento como correto, aplicando-o ao caso concreto, não pode depois vir a
anular atos anteriores, sob o pretexto de que eles foram praticados com base em errônea
interpretação.
Nesse contexto, vale analisarmos o conteúdo do art. 54 da Lei 9.784/1999, que dispõe que o
“direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé”. Tal regra, conjuga simultaneamente o aspecto do tempo e da boa-fé.
Primeiro porque a estabilização jurídica surge pelo decurso do tempo (segurança jurídica), mas
também depende do aspecto subjetivo: a boa-fé do beneficiário do ato (proteção à confiança).
13
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
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Esse é um princípio típico do exercício da função administrativa. Logo, não será um princípio
presente no exercício das funções jurisdicional e legislativa. A Prof. Maria Di Pietro ressalva, no
entanto, que com o advento das súmulas vinculantes também passou a existir uma relação de
subordinação hierárquica dos órgãos do Poder Judiciário ao Supremo Tribunal Federal, uma vez
que este poderá determinar que sejam emitidas novas decisões das demais instâncias quando a
decisão anterior contrariar o enunciado da súmula vinculante. Essa mesma relação de
subordinação ocorre também em decisões proferidas nas ações diretas de inconstitucionalidade
e nas ações declaratórias de constitucionalidade.
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Delegar é passar a parcela do exercício de uma competência para terceiros; por outro lado, avocar é atrair
para si uma competência que originariamente seria de seu subordinado.
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Princípio da sindicabilidade: significa que todo ato administrativo pode se submeter a algum
tipo de controle. Vale lembrar que, no Brasil, vigora o princípio da inafastabilidade da tutela
jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), de tal forma que toda lesão ou ameaça de direito poderá ser
controlada pelo Poder Judiciário. Além disso, a sindicabilidade também abrange a autotutela,
pois a própria Administração pode exercer controle sobre os seus próprios atos, anulando os
ilegais e revogando os inconvenientes e inoportunos.
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quando o novo prefeito assumir, ele não poderá ser prejudicado pelo ato do prefeito anterior.
Logo, a vedação para receber recursos federais não poderá ser aplicada no mandato do novo
prefeito.
1. (Cebraspe – MPE CE/2020) O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela
Constituição Federal de 1988, impõe à administração o dever de apresentar tempestiva
resposta. A demora excessiva e injustificada da administração para cumprir essa obrigação é
omissão violadora do princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima
confiança que o cidadão comum deposita na atuação da administração pública, tal mora
atenta também contra o princípio da
a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.
e) continuidade do serviço público.
Comentário:
Portanto, a demora excessiva, além de ineficiente, é imoral, já que faz com que a população
perda a confiança depositada no trabalho da administração. Logo, o gabarito é a letra B.
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e) a continuidade do serviço público significa que o Estado, em regra, não deverá interromper a
prestação de serviços à população, exceto em casos excepcionais – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
a) a nomeação para cargo político - no qual se inclui o de secretário de estado - não configura
nepotismo, por si só, nepotismo. Somente os cargos e funções administrativos, criados por lei,
são alcançados imediatamente pelo enunciado da súmula vinculante nº 13 (que veda o nepotismo
na administração). Por outro lado, o STF entende que, em relação aos cargos de natureza política,
ressalvados os casos de inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de
qualificação técnica ou inidoneidade moral. (STF, Rcl 28.024 Agr) - ERRADA;
b) de fato, pode haver limite de idade para inscrição em concurso público, desde que justificado
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula 683 do STF). No entanto, ato
administrativo, por si só, não pode estabelecer limitação de idade, uma vez que o edital só pode
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prever esta diferença se, além da justificativa da natureza das atribuições do cargo, houver
previsão legal. Logo, essa limitação atenta contra o princípio da legalidade - CORRETA;
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
Tais princípios são aqueles que formam o famoso mnemônico "LIMPE", quais sejam: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Gabarito: alternativa D.
4. (Cebraspe – PGE PE/2019) O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita
a administração pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o
regime jurídico administrativo.
Comentário:
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Gabarito: correto.
Comentário:
Gabarito: errado.
Comentário:
A assertiva está correta. Como servidora pública, Maria deve obedecer ao princípio da
legalidade, previsto na CF, art. 37. Assim, está correta a afirmativa. Afinal, de acordo com esse
princípio, a Administração Pública somente poderá agir quando houver lei determinando ou
autorizando a sua atuação.
Gabarito: correto.
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66
Comentário:
A assertiva está correta. Por ser uma autarquia, o IPHAN pertence a administração indireta e
assim, se enquadra nos ditames da CF, art. 37, qual seja: a administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Gabarito: correto.
Comentário:
A questão foi uma pegadinha! O Poder Judiciário não pode apreciar mérito dos atos
discricionários. A banca colocou a pegadinha no final, dizendo que o Judiciário deve se restringir
à análise da legalidade, mas o começo está incorreto. Vou reforçar: o final está certinho, mas não
há análise de mérito quando se analisa a legalidade, ou seja, há uma contradição na própria
questão, o que a tornou errada.
Vale lembrar que não podemos confundir “discricionariedade” com mérito. A questão estaria
cera se fosse redigida da seguinte forma: “O Poder Judiciário tem competência para apreciar os
atos discricionários exarados pela administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à
análise da legalidade desses atos”. Aí estaria tudo certo. Porém, o mérito não é passível de
controle judicial.
Gabarito: errado.
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66
Comentário:
O art. 37, caput, da CF determina que, entre outros, aplicam-se à Administração Pública os
princípios da impessoalidade e da moralidade. A impessoalidade subdivide-se em várias outras
aplicações, como a finalidade pública, a isonomia e a vedação à promoção pessoal.
Nesse contexto, o art. 37, § 1º, da CF, estabelece que “a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Gabarito: correto.
10. (Cebraspe – TCE PB/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos,
independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado
na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade
dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode
anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los,
por motivo de conveniência e oportunidade.
O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.
Comentário:
a) o princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos
que devem estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos
administrativos devem subordinar-se à moralidade administrativa – ERRADA;
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e) o princípio da legalidade obriga a Administração a fazer apenas o que está previsto em lei –
ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
Essa é uma questão um pouco mais complicada. Com tranquilidade, podemos afirmar que o
princípio da autotutela decorre do princípio da legalidade e, além disso, permite que a
Administração, de ofício, anule atos ilegais ou revogue os atos inconvenientes e inoportunos. Até
aqui, tudo certo!
Como o gabarito foi dado como certo, provavelmente foi esta a linha que o Cebraspe adotou,
ou seja, a autotutela decorre da legalidade (pois a Administração deve assegurar que seus atos
sejam praticados conforme a lei) e da preponderância do interesse público (no sentido da
supremacia do interesse pública, já que este é um “poder” da Administração).
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Gabarito: correto.
Comentário:
Gabarito: errado.
Comentário:
O princípio da reserva legal significa que determinadas matérias dependerão de lei formal, ou
seja, são as matérias que devem ser disciplinadas em leis ordinárias ou complementares. No caso,
a criação de entidades administrativas depende de lei específica para criar ou autorizar e, além
disso, a área de atuação das fundações públicas deve ser definida em lei complementar.
Gabarito: correto.
14. (Cebraspe – IFF/2018) Os atos da administração pública devem obedecer não somente
à lei jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da
a) finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse próprio.
b) moralidade, sendo este pressuposto de validade de todo ato da administração pública.
c) legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais
e às exigências do bem comum.
d) eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resultados positivos
para o serviço público e satisfatório para a coletividade.
e) indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos interesses
da coletividade com ética e em obediência à lei.
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Comentário:
b) quando falarmos em algo ético, temos o princípio da moralidade como referência, afinal o
princípio jurídico da moralidade exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade,
honestidade e probidade na prática diária de boa administração – CORRETA;
c) o princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de direitos individuais, remete
ao fato de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode
ser exercido em conformidade com o que é apontado na lei. A alternativa, de forma isolada, até
está certa, pois trata do conceito da legalidade. No entanto, a opção não corresponde ao que
pede o enunciado – ERRADA;
d) o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
A assertiva está correta. Ela conceitua corretamente o princípio da proteção à confiança, o qual
é aplicado, por exemplo, para assegurar a validade dos atos praticados pelos agentes de fato
perante terceiros de boa-fé. Conforme nos ensina Maria Sylvia Di Pietro, “no direito brasileiro
não há previsão expressa do princípio da proteção à confiança; pelo menos não com essa
designação, o que não significa que ele não decorra implicitamente do ordenamento jurídico. O
que está previsto expressamente é o princípio da segurança jurídica”.
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atos administrativos, daí porque não podem ser prejudicados por uma ilegalidade que não deram
causa.
Gabarito: correto.
Comentário:
Art. 37. [...] 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: errado.
Comentário:
A Lei 9.784/99 preceitua que, nos processos administrativos, deve ser adotada interpretação da
norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
sendo, contudo, expressamente vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Nem
mesmo o interesse público pode excepcionar essa medida. Por exemplo: se a Administração
alterar o seu entendimento sobre o pagamento de um benefício, decidindo cancelar os
pagamentos até então realizados, não poderá determinar a devolução do que já foi pago. Note
que a devolução atenderia ao interesse público, pois recursos ingressariam nos cofres públicos;
no entanto, não será legítima a exigência da devolução.
Gabarito: errado.
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Comentário:
Gabarito: correto.
Comentário:
Gabarito: correto.
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66
Comentário:
Gabarito: correto.
Comentário:
Devemos saber que as cláusulas exorbitantes, também chamadas de cláusulas de privilégio, são
cláusulas dos contratos administrativos que extrapolam, exorbitam, ultrapassam os limites
aceitáveis no âmbito dos contratos de direito privado. Essas cláusulas garantem à Administração
algumas prerrogativas, dando a ela tratamento desigual. Por exemplo: a prerrogativa de alterar
unilateralmente um contrato, aplicar sanções e fiscalizar a sua execução são exemplos de
cláusulas exorbitantes. Por isso, podemos concluir que tal prerrogativa decorre do princípio da
supremacia do interesse público, que preconiza a prevalência do interesse público sobre o
interesse particular, dotando a administração pública de determinadas prerrogativas com o
objetivo de fazer valer o interesse público. Logo, os contratos administrativos são
“verticalizados”, pois a Administração encontra-se em “posição superior” à outra parte do
contrato. Daí o gabarito ser a letra E.
No entanto, precisamos ter cuidado para não confundir com o princípio da legalidade, já que o
enunciado traz os dizeres “a previsão em lei”. Note que o cerne da questão não era a previsão
em lei, mas sim as cláusulas exorbitantes. Por isso que a letra E é mais adequada para o caso.
Gabarito: alternativa E.
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66
Comentário:
Gabarito: errado.
Comentário:
Gabarito: correto.
Comentário:
Questão muito tranquila. Sabemos que tal princípio é o da eficiência, previsto expressamente no
art. 37 da CF. Esse princípio é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus
agentes a persecução de resultados, qualidade e rendimento necessários para melhor utilização
possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior
rentabilidade social.
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Gabarito: alternativa A.
25. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) Decorre do princípio de autotutela o poder
da administração pública de rever os seus atos ilegais, independentemente de provocação.
Comentário:
Gabarito: correto.
26. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) O princípio da eficiência determina que a
administração pública direta e indireta adote critérios necessários para a melhor utilização
possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e garantindo a maior rentabilidade
social.
Comentário:
Gabarito: correto.
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66
Comentário:
e) o princípio da supremacia trata das prerrogativas que a Administração dispões para cumprir
as suas finalidades, como a possibilidade de constituir obrigações de forma unilateral ou de
desapropriar bens, entre outras medidas em que se impõe o poder extroverso do Estado –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
28. (Cebraspe – TRE BA/2017) Determinado município, após celebrar com particulares
contratos de promessa de venda e compra de glebas de sua propriedade, passou, sob a
gestão do novo prefeito, a promover anulações contratuais porque os parcelamentos
pactuados não estariam regularizados por não atenderem a requisitos legais.
Nessa situação hipotética, para obstar a pretensão do município, será adequado que o particular
prejudicado invoque, em seu favor, o princípio da
a) igualdade.
b) continuidade dos serviços públicos.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) confiança legítima.
Comentário:
A questão trata de uma situação em que o município firmou contratos na gestão de um prefeito
e depois desfez esses contratos na gestão do prefeito subsequente. Nessa situação, podemos
ter uma ofensa ao princípio da confiança legítima, na medida em que os particulares acreditavam
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na legalidade dos atos emanados na gestão anterior e, por isso, se atuaram de boa-fé, não
poderiam ser prejudicados pela Administração. Logo, o gabarito é a letra E.
d) pelo princípio da moralidade, os agentes públicos devem ter condutas éticas, honestas,
pautadas na boa-fé – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.
29. (Cebraspe – TRE BA/2017) Agente público que se utiliza de publicidade governamental
com a finalidade exclusiva de se promover viola o princípio da
a) eficiência.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) publicidade.
e) motivação.
Comentário:
A vedação a promoção pessoal costuma ser associada a dois princípios: (i) da impessoalidade; (ii)
da moralidade. A violação ao princípio da impessoalidade surge porque a atuação da
Administração é sempre imputada ao órgão ou ao ente no qual o agente atua. Assim, o agente
não pode se promover às custas do órgão ente público.
A violação ao princípio da moralidade surge porque não é ético por parte do agente público se
utilizar da máquina pública para obter benefícios pessoas se promovendo.
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Alguns alunos costumam associar essa vedação ao princípio da publicidade. Mas isso está errado!
A violação ao princípio da publicidade ocorre quando não se dá transparência a um ato ou
informação que deveria ser divulgado. Por outro lado, utilizar a publicidade oficial para se
promover representa ofensa aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
d) certamente a interpretação do que é ou não razoável não é uma tarefa tão simples. Uma
restrição pode ser considerada razoável para um agente público, mas não para outro. Então, não
podemos afirmar que a razoabilidade configura significado “unívoco” nem que a sua observação
seja tão simples – ERRADA;
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Gabarito: alternativa A.
31. (Cebraspe – TRT 7/2017) O princípio que rege a administração pública, expressamente
previsto na Constituição Federal de 1988, e que exige dos agentes públicos a busca dos
melhores resultados e um menor custo possível, é o da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) impessoalidade.
Comentário:
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
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66
O art. 37, caput, da Constituição Federal determina que, entre outros, aplicam-se à administração
pública os princípios da impessoalidade e da moralidade. A impessoalidade subdivide-se em
várias outras aplicações, como a finalidade pública, a isonomia e a vedação à promoção pessoal.
Nesse contexto, o art. 37, § 1º, da Constituição Federal, estabelece que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Além disso, também podemos dizer que se trata de um ato imoral, uma vez que se utilizar do
aparato do Estado para se promover fere a ética e os bons costumes. Logo, a afirmativa está
correta.
Vale reforçar: a violação aplica-se mais ao princípio da impessoalidade, mas também podemos
dizer que o ato infringiu outros princípios, como a moralidade.
Gabarito: correto.
Comentário:
Segundo a Profª. Maria Di Pietro, a imoralidade resulta do próprio objeto do ato, não sendo
preciso penetrar na análise da intenção do agente. Assim, um ato pode ser imoral, mesmo que
não fosse a intenção do agente cometer qualquer imoralidade.
A imoralidade, por conseguinte, ocorre quando o conteúdo do ato é considerado, pelo senso
comum, como desonesto, desequilibrado, injusto, não ético. Logo, não é necessário analisar a
intenção do agente, mas sim o conteúdo do ato para dizer se ele é imoral.
Gabarito: errado.
Comentário:
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66
administrativa, pois as políticas públicas são imputadas ao órgão/entidade e não aos seus
agentes.
Gabarito: correto.
35. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale
a opção correta.
a) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-
se esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
b) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher,
mediante institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente
vagas.
c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos,
podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
decisão do Poder Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela
instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os
fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
Comentário:
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66
e) indicação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à prática de um ato representa o
princípio da motivação – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
36. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale
a opção correta.
a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos
administrativos.
b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse
público equivalem-se.
c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.
d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.
e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.
Comentário:
a) o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode revogar atos praticados pela
Administração, pois não pode exercer o controle de mérito dos atos administrativos. O Judiciário
somente pode revogar quando exercer a função administrativa, ou seja, quando estiver atuando
como “Administração Pública”. Por isso que se afirma que somente a Administração Pública
pode revogar seus atos – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
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66
37. (Cebraspe – TRE PI/2016) Determinada autoridade administrativa deixou de anular ato
administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão
de ter decorrido mais de cinco anos desde a prática do ato, praticado de boa-fé.
Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio
administrativo da
a) tutela.
b) moralidade.
c) segurança jurídica.
d) legalidade.
e) especialidade.
Comentário:
Vamos aproveitar essa questão para relembrar cada um dos princípios mencionados:
Tutela: o princípio do controle ou da tutela foi elaborado para assegurar que as entidades da
Administração Indireta observem o princípio da especialidade15. Esse princípio é representado
pelo controle da Administração Direta sobre as atividades das entidades administrativas, com o
objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais;
Moralidade: impõe que o administrador público adote os preceitos éticos, honestes e de boa-fé,
que devem estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos
administrativos devem subordinar-se à moralidade administrativa;
Segurança Jurídica: tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já
consolidadas, frente à inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo quanto
jurisprudencial. Trata-se de um princípio com diversas aplicações, como a proteção ao direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é fundamento da prescrição e da
decadência, evitando, por exemplo, a aplicação de sanções administrativas vários anos após a
ocorrência da irregularidade;
Legalidade: constitui uma das garantias principais de respeito aos direitos individuais. Isso ocorre
porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites de atuação
administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da
coletividade;
15
Veremos na alternativa E.
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Agora ficou fácil de responder, não é mesmo? Na situação apresentada, a atuação da autoridade
administrativa está fundada no princípio administrativo da segurança jurídica.
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
De acordo com o princípio da legalidade, a atuação administrativa deve pautar-se pela lei.
Contudo, há diferentes aplicações da legalidade para a Administração e para o particular. Para
este, é possível fazer tudo o que não estiver proibido por lei, uma vez que as pessoas em geral
se submetem ao princípio da autonomia da vontade. Por outro lado, a Administração só pode
fazer aquilo que estiver previsto em lei, ou seja, a sua atuação está limitada ao que prevê a lei.
Gabarito: correto.
47
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66
Comentário:
Gabarito: correto.
Comentário:
Mais fácil impossível, não é mesmo? Os princípios expressos na CF/88 correspondem ao LIMPE:
Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Publicidade; e Eficiência.
É bastante comum, até mesmo em questões recentes, as bancas questionarem sobre o princípio
da eficiência, uma vez que ele é o “mais jovem” princípio constitucional expresso/explícito, pois
foi incluído na Constituição pela Emenda Constitucional 19/1998.
Gabarito: correto
Comentário:
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que a Administração realize licitação para firmar contratos ou faça concursos públicos para
escolha de seus servidores.
Gabarito: correto.
Comentário:
Nessa linha, quando se fala que um ato ilegal é passível de anulação, o conceito de ilegalidade
deve ser amplo, alcançando também os atos que, ainda que praticados dentro da legalidade,
mostrem-se imorais.
Assim, as considerações de cunho ético são sim suficientes para invalidar um ato administrativo,
ainda que praticado de acordo com o princípio da legalidade.
Gabarito: errado.
Comentário:
Gabarito: errado.
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66
Comentário:
Essa questão foi uma pegadinha da banca, com um nível de dificuldade elevado. A ação
administrativa busca trazer benefícios para a sociedade, por meio da prestação de serviços
públicos e de outras atividades administrativas. Por exemplo, quando uma pessoa busca
atendimento em um hospital público e é atendida pelo médico, pode-se dizer que essa pessoa
recebeu um benefício do Estado, confere?
Da mesma forma, é função do Estado defender o interesse público, ainda que determinadas
pessoas sejam prejudicadas com essas medidas. Por exemplo, quando uma empresa é fechada
por não atender a normas ambientais, podemos dizer que seus sócios foram prejudicados, no
entanto por meio de uma atuação legítima do Estado.
Nos dois casos, a pessoa beneficiada (ser atendido em hospital público) e as pessoas
prejudicadas (ter a empresa fechada), não houve, em tese, qualquer irregularidade praticada por
agentes públicos.
Nessa linha, a atuação administrativa gera benefícios e prejuízos, conforme o caso, mas isso
muitas vezes ocorre de forma lícita.
O que não pode é ocorrer um prejuízo ou um benefício indevido. Por exemplo, contratar uma
empresa só porque o dono é um amigo ou financiou a campanha de um político – isso seria um
benefício indevido. Ou desapropriar um terreno privado com o objetivo de prejudicar um inimigo
do prefeito – isso seria um prejuízo indevido. Nessas duas últimas situações, a ação administrativa
beneficiou e prejudicou particulares de forma indevida, violando a isonomia.
Portanto, o item está errado pelo seguinte motivo: somente as ações administrativas que
beneficiam ou prejudicam indevidamente é que violam o princípio da isonomia; por outro lado,
quando o benefício ou prejuízo for praticado de acordo com as normas legais e com o dever do
Estado, não haverá qualquer violação ao mencionado princípio.
Gabarito: errado.
46. (Cebraspe – FUB/2015) O agente público só poderá agir quando houver lei que
autorize a prática de determinado ato.
Comentário:
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66
Gabarito: correto.
47. (Cebraspe – FUB/2015) Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível
superior. Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com aparência
de legalidade. Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais havia colado grau em
instituição de ensino superior, detendo, como titulação máxima, o ensino médio.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios, podem ser considerados
válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em atendimento ao princípio da
segurança jurídica.
Comentário:
O princípio da segurança jurídica tem por objetivo preservar as relações jurídicas já consolidadas.
Além disso, tem o objetivo de preservar os direitos daqueles que agiram de boa-fé perante a
Administração e que não podem ser prejudicados pela má atuação administrativa.
Nessa linha, os efeitos dos atos praticados com aparência de legalidade, mas que posteriormente
foram considerados ilegais por algum problema em seus elementos de formação, devem ser
preservados quando atingirem terceiros de boa-fé.
O principal exemplo é esse que foi dado pela questão, ou seja, os efeitos dos atos administrativos
praticados por uma pessoa investida em um cargo público sem preencher os requisitos legais
para a posse devem ser preservados quando atingirem terceiros de boa-fé. Por exemplo, imagine
que Pedro expediu diversas anuências para entrada de mercadorias importadas no Brasil; quando
se constatar a ilegalidade na investidura de Pedro, não fará sentido anular todas as anuências
expedidas alegando-se que ela era incompetente para isso, uma vez que não preenchia os
requisitos do cargo. Se isso fosse feito, ou seja, se todas as anuências fossem anuladas, as pessoas
que importaram o produto de forma regular, sem fazer ideia da situação de Pedro, seriam
prejudicadas; da mesma forma, terceiros que adquiriram esses produtos no comércio, e que
sequer faziam ideia de toda essa situação, teriam que devolver os produtos que adquiriram
licitamente no mercado. Não faria sentido, concorda?
Logo, o item está correto, pois ainda que os atos de Pedro contenham vícios, eles podem ser
considerados válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em respeito ao princípio
da segurança jurídica.
Gabarito: correto.
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Comentário:
Nessa linha, esses princípios têm por objetivo preservar as relações jurídicas já consolidadas.
Assim, a Administração não pode prejudicar os cidadãos adotando condutas manifestamente
contraditórias, ou seja, adotando para cada caso semelhante, condutas opostas.
Imagine que uma pessoa faça um pedido de importação de determinado produto, recebendo a
autorização da Administração; posteriormente, um outro cidadão realiza investimentos de
grande vulto para abrir uma loja e comercializar esse mesmo produto. Contudo, sem qualquer
justificativa ou alteração na legislação, a Administração venha a indeferir o pedido de importação.
Tal conduta frustraria as expectativas das pessoas, vez que a Administração adotaria condutas
contraditórias para casos idênticos.
Gabarito: correto.
Comentário:
De fato, um princípio não se sobrepõe ao outro. Contudo, eles devem ser aplicados em
harmonia, de forma que um não aniquile totalmente a aplicação do outro. Dessa forma, em
alguns casos, o princípio da segurança jurídica impedirá a anulação de um ato, ainda que ilegal.
Isso porque, em determinadas situações, o interesse público será melhor preservado com a
manutenção do ato do que com a sua anulação.
Um exemplo disso ocorre com a aplicação da prescrição e da decadência. Nessa linha, o art. 54
da Lei 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo na Administração Pública federal,
estabelece o prazo de cinco anos para que a Administração venha a anular os atos administrativos
dos quais decorram efeitos favoráveis para os destinatários, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Dessa forma, um ato praticado há mais de cinco anos,
dentro das condições previstas na lei, não poderá mais ser anulado pela Administração.
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Tal situação ocorre porque causaria grave insegurança jurídica a Administração poder anular um
ato administrativo após vários anos depois de sua prática, afetando a confiança em relação às
situações jurídicas pretéritas.
Assim, nem o princípio da legalidade nem da segurança jurídica se sobrepõe um ao outro, o que
ocorre a aplicação de cada um em determinada situação.
Gabarito: errado.
Comentário:
Por outro lado, o princípio da reserva legal significa que determinadas matérias devem ser
regulamentadas por lei formal, ou seja, não podem ser tratadas por outras fontes normativas.
Logo, o item está errado, pois trocou os conceitos.
Gabarito: errado.
Comentário:
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Além disso, a Emenda Constitucional 19/1998 inclui o princípio da eficiência como princípio
constitucional expresso, determinando que a Administração seja mais célere, utilizando melhor
os recursos públicos para fornecer os serviços com o melhor desempenho e com os melhores
resultados. Logo, o item II trata do princípio da eficiência.
Gabarito: alternativa D.
Comentário:
Gabarito: errado.
Comentário:
Gabarito: correto.
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Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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Dado o princípio da legalidade, Maria, como funcionária do IPHAN responsável pelo projeto, só
pode fazer o que lhe é permitido de forma expressa por legislação pertinente
7. (Cebraspe – IPHAN/2018) Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta,
o IPHAN deve obedecer aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência.
8. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) A administração pública, além de estar sujeita ao
controle dos Poderes Legislativo e Judiciário, exerce controle sobre seus próprios atos.
Tendo como referência inicial essas informações, julgue o item a seguir, acerca do controle
da administração pública.
O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados
pela administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses
atos.
9. (Cebraspe – PM AL/2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de
órgãos públicos devem ser realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação
social, não podendo nelas constar imagens que possam configurar promoção pessoal de
autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da impessoalidade.
10. (Cebraspe – TCE PB/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus
atos, independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está
consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar
a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a
administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade.
O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.
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26. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) O princípio da eficiência determina que a
administração pública direta e indireta adote critérios necessários para a melhor utilização
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d) comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo
administrador algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito
administrativo.
31. (Cebraspe – TRT 7/2017) O princípio que rege a administração pública, expressamente
previsto na Constituição Federal de 1988, e que exige dos agentes públicos a busca dos
melhores resultados e um menor custo possível, é o da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) impessoalidade.
32. (Cebraspe – TCE SC/2016) O Tribunal de Contas de determinado estado da
Federação, ao analisar as contas prestadas anualmente pelo governador do estado, verificou
que empresa de publicidade foi contratada, mediante inexigibilidade de licitação, para
divulgar ações do governo. Na campanha publicitária promovida pela empresa contratada,
constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam a figura do governador, que, em
razão destes fatos, foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa. Na data de
visualização da intimação, a referida autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp,
declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa
do governador e julgou irregular a prestação de contas.
Dado o teor da campanha publicitária, é correto inferir que, na situação, se configurou ofensa
aos princípios da impessoalidade e da moralidade.
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c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos,
podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
decisão do Poder Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela
instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os
fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
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6 GABARITO
7 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: Método, 2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo:
Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
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JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.
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