Obrigaçoes Solidarias No Direito Romano - Alexandre Castro Correia
Obrigaçoes Solidarias No Direito Romano - Alexandre Castro Correia
Obrigaçoes Solidarias No Direito Romano - Alexandre Castro Correia
I. Fontes da solidariedade
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cada um, não podeis ser acionados uns pelos outros. Mas,
se todos os locatários se obrigaram solidàriamente, não se
pode privar o dono de seu direito de acionar o locatário
que tiver escolhido. Tendes, entretanto, a faculdade de
oferecer pagamento ao dono afim de poderdes exigir sejam
executadas as obrigações pelas quais sois chamados a juízo
e contraídas pelos outros, por ocasião do contrato de lo-
cação". Se não há sociedade alguma quer entre credores
quer entre devedores, pede existir mandato, quando o se-
gundo credor é na realidade adjunto do primeiro, incluído
no contrato afim de receber pagamento; o mesmo pode
suceder e m relação ao segundo devedor, incluído como fia-
dor. N o primeiro caso, o "adjectus solutionis causa" fica
sujeito à "actio mandati directa"; no segundo, a caução
obterá indenização mediante a "actio mandati contraria".
Resta, porém, u m a última situação: pode não haver
vínculo algum entre os codevedores ou os credores. Fal-
tará, porisso, qualquer forma de prestação de contas entre
eles, extinta a obrigação? Parece difícil admiti-lo; entre-
tanto, a solução é certa, no tocante à solidariedade ativa;
quanto à solidariedade passiva, porém, a única de alcance
prático, nada nos impede admitir a possibilidade do deve-
dor, pagando, obter, como o fiador, recurso contra os outros
devedores, exigindo a cessão das ações do credor. Alguns
autores, como Accarias, objetam contra esta solução, lem-
brando a falta de qualquer laço entre o devedor que paga
e seus codevedores. Tal fato, porém, não constitui obstá-
culo pois também o fiador, pedindo a cessão das ações para
recorrer contra seus co-fiadores nenhuma relação mantém
com eles. Devemos, por outro lado, admitir que Ulpiano,
citando Juliano, D., 35, 2, "Ad leg. Falcid.", 62, pr, (ci-
tado, p. 227), parece negar qualquer recurso, e m falta de
sociedade. Mas, o direito de requerer a cessão das ações é
concedido indistintamente por Diocleciano, C , 8, 39(40),
"De duobus reis", 1(2): "Creditor prohiberi non potest
exigere debitum, cum sint duo rei promittendi ejusdem pe-
cuniae a quo velit. Et ideo si probaveris te conventum in
solidum exsolvisse: rector provinciae juvare te adversus
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