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DESOBEDIÊNCIA

Karen Garcia
“A vida vem de longe. Os pais são
apenas um portal pelo qual ela chega
a nós. Portanto, se você em vez de
olhar para os pais, olha para a própria
vida e a toma a partir daí, terá
plenitude independentemente do que
tenha acontecido em relação aos
seus pais.”

Bert Hellinger

@karengarcia_terapiafamiliar
CONTEÚDO
ÍNDICE
SOBRE A AUTORA 04

COMO LIDAR COM A OBEDIÊNCIA E


REBELDIA 05

O CICLO PARA GANHAR A


OBEDIÊNCIA 09

DESPERTANDO A
COLABORAÇÃO 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS 27

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS 28

@karengarcia_terapiafamiliar
SOBRE A AUTORA
Sou musicoterapeuta
especialista em Terapia Familiar
Sistêmica. Amo trabalhar com
crianças. Ensino violino. teclado,
piano e flauta doce. Atendo
pacientes adultos e percebo
como a maioria dos traumas e

Karen Garcia
dificuldades da vida adulta, tem
raiz na infância. Coisas que a
pessoa dá um significado que
gera sofrimento. Por isso
escrevo aos pais e educadores,
para que saibam lidar com os CONECTE-SE COMIGO
NAS REDES SOCIAIS
sentimentos dos filhos e a
alunos e possam criar
ambientes e sistemas saudáveis.
@karengarcia
E também me coloco à
disposição dos adultos que
vivenciam suas próprias @karengarcia_terapiafamiliar
dificuldades para que façam
terapia, porque a vida não
precisa ser dolorosa e pesada, 41 988030385
muito pelo contrário pode ser
feliz e leve desde que você
tenha essa visão tendo gratidão,
compaixão e amor.

@karengarcia_terapiafamiliar 04
CAPÍTULO 01
COMO LIDAR COM
DESOBEDIÊNCIA E
REBELDIA

@karengarcia_terapiafamiliar
Desobediência
Costumamos ouvir e até nós mesmos já falamos que “ as crianças de
antigamente eram mais obedientes”.

“Antigamente bastava o pai olhar que a criança já obedecia!”, a pergunta que


devemos nos fazer é: Porque as crianças de hoje não obedecem como as
crianças de antigamente? Você tem alguma sugestão do porque que as
crianças de hoje não são obedientes como as crianças de antigamente?

Primeiramente é interessante observar que houve uma mudança em nós


enquanto sociedade, nas posições que as mulheres e os homens ocupam
hoje. Antigamente havia mais exemplos de submissão e obediência para as
crianças.

Antigamente as mulheres eram obedientes aos seus maridos e os homens


eram obedientes e submissos aos seus chefes. Não questionavam e não
havia espaço para sugerir nada, pois o patrão não estava interessado na
opinião do funcionário.

As mulheres, em sua maioria submissas, não tinham espaço para opinar e


não havia diálogo entre o casal, pois havia uma cultura muito forte de que o
homem deveria tomar as decisões mais importantes.

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Desobediência
Se olharmos para a relação que nossos avós e pais tiveram podemos
ver esse estilo de relação. Então, antigamente as crianças tinham
muito mais exemplos de submissão e obediência do que as crianças
atualmente.

Hoje as relações mudaram, estão horizontais (de igual para igual). Há


diálogo, explicação, pedidos e interesse, há espaço para a construção
de uma relação igualitária. Hoje o marido e a mulher andam juntos,
ambos trabalham, contribuem nas finanças da casa e decidem o que
é melhor pra família.

No seu trabalho, você provavelmente tem uma relação respeitosa e


às vezes até amigável com seus líderes ou chefe, há espaço para
conversar, sugerir, reclamar, etc. E as crianças acompanharam essa
evolução e estão seguindo exemplos que veem ao redor.

Portanto também querem ser tratadas com dignidade e respeito. E


nós pais (de hoje em dia) acabamos abrindo diálogo e dando espaço
para a criança sugerir, reclamar, conversar, argumentar, discutir e
questionar.

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Desobediência

As crianças experimentam a oportunidade de se expressarem, falarem sobre o


que não está bom ou desconfortável. Crianças são tratadas como cidadãos que
dispõe de direito e deveres, não apenas como adultos em miniaturas.
A grande questão é que os adultos talvez não estejam preparados para lidar com
alguém que está sob a sua responsabilidade, mas não está sob o seu controle.
Porque criar e educar exige habilidades de persuadir, convencer, gerar interesse,
ganhar cooperação e essas habilidades não foram aprendidas pela maioria dos
adultos, porque são frutos de uma educação baseada em chantagens, gritos,
ameaças, medo e obediência cega, eram essas as habilidades que seus pais
tinham e baseada nelas, eles fizeram o melhor que puderam.

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CAPÍTULO 02
O CICLO PARA
GANHAR A
OBEDIÊNCIA

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Desobediência
Existe um ciclo para ganhar a obediência dos filhos, que sempre começa com
uma ordem. Algo que a criança precisa executar no tempo e do jeito que o
adulto determina e acha certo.

Às vezes, pode acontecer grito seguido de “Estou mandando!”. Ameaças


como “Se você não fizer isso você não terá aquilo.” Castigos como “Vai para
o seu quarto pensar no que que fez e vai ficar sem TV!”. Agressões físicas e
verbais também fazem parte do ciclo para ganhar a obediência a qualquer
custo.

Os adultos costumam esquecer que estão dentro de uma relação e que essa
relação está sendo construída. Imagine qualquer outra relação sua, pode ser
de amigo, esposa(a), até mesmo com seus pais, hoje com você já adulto, se
questione se você manteria uma relação ou convívio com alguém que lhe
trate assim.

Vale a pena agir e tratar a relação e a criança dessa forma para ganhar a
obediência? Silenciando, oprimindo, matando a independência, a autonomia
e a autoconfiança da criança? Você está disposta a pagar esse preço?

“Os pais dão aos


filhos aquilo que
eles próprios são.”
B ert Hellinger

@karengarcia_terapiafamiliar
Desobediência
O ciclo para ganhar obediência é estressante e pode ser emocionalmente
exaustivo e desgastante para todos os envolvidos, pois a relação pode
passar a se estabelecer a partir de chantagens e ameaças.

Obviamente pode ser frustrante quando os adultos não alcançam o objetivo


desejado em relação às crianças, por isso é interessante que os pais
observem o que a desobediência dos filhos lhes desperta.

Se pararmos para observar nosso próprio comportamento e sentimentos


diante da desobediência dos filhos podemos encontrar boas respostas. Por
exemplo, muitos pais podem se sentir com o ego ferido. Porque a
desobediência daquela criança ameaça sua autoridade.

Alguns pais não gostam de serem questionados e podem se sentir ofendidos


diante da criança que não mede as palavras para expressar seus sentimentos
ou insatisfação. Quando a criança diz “-eu não gosto mais de você”, “-eu te
odeio”, “-eu vou embora dessa casa”, “-você não me ama” os pais podem se
sentir magoados.

Há pais e mães que podem se sentir humilhados quando acontece alguma


situação de mal comportamento ou desobediência na frente de outras
pessoas, e ele não se sente capaz de mostrar que a última palavra vem dele,
pois nessa situação, a maioria dos pais agem sob pressão movidos pelo
desejo de mostrar que a criança está sob o seu controle.

Nós, enquanto adultos responsáveis pelas crianças, precisamos entender


que fomos nós que abrimos esse espaço para uma relação horizontal e de
respeito, e que fomos nós que começamos a questionar essas antigas
formas de lidar com os filhos, avaliar essas maneiras de se relacionar.
Portanto, nós também precisamos reavaliar o que nós esperamos das
crianças nessa nova construção.

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Desobediência

É justamente essa obediência cega que muitas vezes nós esperamos e


exigimos das crianças que precisamos quebrar na vida adulta para construir
relacionamentos respeitosos e saudáveis. Aliás, já reparou que
DESOBEDIÊNCIA é uma palavra atribuída somente às crianças? Você já
ouviu alguém dizer que o marido está sendo desobediente? Esposa, tio, avô
ou mãe? A desobediência é uma característica atribuída somente à infância,
porque é somente das crianças que nós exigimos e esperamos obediência.

Só que ser desobediente significa não acatar regras e não aceitar comandos,
e eu mais uma vez te pergunto, quantos adultos você conhece que são
desobedientes nesse contexto? Que não aceitam regras e nem comandos?
Com certeza você conhece alguém no seu trabalho, faculdade ou igreja que
até mesmo se considera um desobediente.

No adulto nós trocamos a palavra desobediência e usamos palavras como


difícil, opinioso, corajoso, que sabe se posicionar, que vai lá e reclama para o
chefe quando se sente insatisfeito ou desrespeitado. Geralmente não
consideramos o adulto como desobediente, mas sim como alguém que está
lutando pelo que acredita, pelo bem estar dele e por respeito.

Se uma mulher aceita um relacionamento abusivo, onde ela não é ouvida,


respeitada, vive sob chantagem e agressão verbal, ela não é obediente por
isso, ela é “submissa”.

Se um homem ou uma mulher aceita um chefe abusivo, autoritário, que não


o respeita, enquanto pessoa, enquanto profissional, ele não é tachado um
funcionário obediente, ele é um funcionário “submisso” e tachado até como
um funcionário medroso, que aceita tudo que o chefe impõe para não
perder o emprego.

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Desobediência

Assim é colocada a obediência na vida adulta. Quando uma pessoa é cegamente


obediente a outra, o que ela está fazendo?

Sendo submissa;
Abrindo mão da sua vontade, dos seus desejos, das suas necessidades;
Abrindo mão da sua opinião, dos seus pensamentos, das suas ideias.

E é por isso que buscamos a obediência das crianças, por que nós não aceitamos
ainda a ideia de que elas tem vontades, desejos, pensamentos, opiniões e
necessidades diferentes das nossas.

Antes de exigirmos uma obediência cega das crianças precisamos refletir a que
preço nós estamos querendo isso e alinhar as expectativas. Por exemplo, você
quer uma criança que saia da frente da tv quando você mandar ou que ela saia da
frente da TV quando o tempo que vocês estabeleceram acabar?
Se você quer uma criança que saia da TV quando você mandar, você é a
ferramenta dela para determinar o tempo, lembrá-la a hora de sair da TV quando
o tempo de tela finalizar.

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Desobediência
Se o seu objetivo é uma criança que tenha autonomia de sair da tela quando
o tempo combinado acabar, você quer uma criança que sente com você e
converse, que desenvolva capacidade de governar a si mesmo e
responsabilidade para cumprir o acordo que vocês fizeram.
Aqui você tem uma criança que vai conversar, questionar, negociar e pode
ser colocada como uma criança desobediente, mas o que você está fazendo
dessa desobediência? Você está ensinando habilidades de vida? Está
ensinando como lidar com regras e limites ou só silenciando?

Nós estamos falando de ganhar a colaboração dos filhos e de fazê-los sentir


e perceber a importância do papel deles dentro de casa. Fazer algo que
tenha sentido e não somente fazer por que alguém está mandando.

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CAPÍTULO 03
DESPERTANDO A
COLABORAÇÃO

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Desobediência
Rudolf Dreikurs dizia que “Uma criança mal comportada é uma criança
desencorajada”. Portanto, para conquistar a cooperação de uma criança é
preciso encorajá-la. Uma estratégia interessante é a escuta ativa, por
exemplo, antes de mandar ou exigir comece ouvindo o que a criança tem
para dizer.

Quando você ouve, você consegue entender qual o pensamento dela,


porque aquela tarefa não é importante pra ela e porque se comportar bem
naquele lugar não é algo relevante para ela. Você consegue notar o que não
está claro pra ela ainda.
Ao invés de apenas ordenar, convide a criança ao questionamento, por
exemplo: “-Você sabe porque nós precisamos lavar a louça?”
“-Você sabe porque é importante não correr na igreja?”
“-Porque é importante pra gente comer na mesa?”

Talvez a criança passe uma ideia totalmente diferente daquilo que você
acredita ou talvez você perceba que sua mensagem não está sendo clara,
porque se só demandamos ordens, só obrigamos, talvez não estamos
passando para a criança a essência da importância daquela tarefa ou ação.

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Desobediência

Talvez você fique com raiva quando você


ouvir essas respostas que não gostaria,
procure levar para um lado de análise e não
para o pessoal, isso ajuda a evitar
pensamentos de castigos e punições pelo
fato da criança ter aquele pensamento.

Abra mão do controle e busque conexão


com sua criança. É muito cansativo controlar
as crianças, quando você se coloca numa
posição de que seu filho depende do seu
controle para fazer as coisas certas e se
comportar bem, é extremamente exaustivo,
tanto para você quanto pra ele.

Estabeleça conexão através de palavras e gestos. Conexão é criar


proximidade e confiança e não distanciamento e hostilidade. Frases como:
“-Eu estou vendo que você está com raiva, ajuda se eu te dar um abraço?”; “-
Eu sei que você queria muito ir brincar na casa da sua amiguinha, mas hoje a
resposta é não”.

A necessidade básica de toda criança e todo ser humano segundo Rudolf


Dreikurs é se sentir aceita e pertencente. Quando a criança está em um
ambiente onde tudo que ela faz é errado e reprimido, ela não se sente aceita
e pertencente naquele grupo ou família.

“O AMOR PREENCHE O QUE A ORDEM ABARCA.


O AMOR É A ÁGUA A ORDEM É O JARRO.
A ORDEM AJUNTA, O AMOR FLUI.
ORDEM E AMOR ATUAM JUNTOS.” BERT HELLINGER

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Desobediência

Você não sabia que


as crianças amam
imitar os adultos?

Busque maneiras de se conectar com seu filho e deixar claro para ele que é aceito
e que pertence a essa família. Através de brincadeiras, conversas, chamando-o
para cooperar com as atividades de casa perto de você, como lavar as louças que
é possível que uma pessoa lave e a outra seque. Criando um tempo de qualidade
para passarem juntos, experimentando as brincadeiras que a criança gosta de
fazer. Tudo isso são maneiras de se conectar com seu filho.

Depois de ouvir seu filho, diga a ele como você se sente e o que a incomoda, por
exemplo:
“-Eu estou preocupada porque você não está se comportando na escola”;
“-Eu me sinto envergonhada quando nós vamos a casa de algum conhecido e
você não ouve minhas orientações.”
“Eu me sinto sobrecarregada porque eu preciso organizar toda a casa e ainda seu
quarto e seus brinquedos.”
“Eu me sinto chateada por ter que está lembrando você de sair da tv e encontrar
outras brincadeiras.”
“E nós precisamos encontrar uma solução, o que você sugere? Como podemos
resolver?”

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Desobediência

Ao recolher ideias e soluções você pode fazer as famosas perguntas curiosas


para convidar as crianças a encontrar soluções junto com você. E aqui você
pode também comunicar para a criança como você vai reagir caso aquele
acordo não seja cumprido, até vocês encontrarem outra solução.

Use e abuse de acordos, por exemplo: se vocês combinaram juntos que o


tempo de TV é de 1 hora, você pode colocar o despertador para tocar ou
avisar a criança quando o tempo acabar. Caso ela não desligue, combine
com ela que você vai desligar a TV e vocês podem tentar outro acordo numa
próxima conversa, ou ela pode tentar desligar a TV no tempo que vocês
combinaram em uma próxima vez.

Um filho sempre vai amar os


pais. Mas às vezes ele não
se sente amado e
compreendido.

Fazer atividades em família


pode parecer pouco pra um
adulto, mas é tudo na vida de
uma criança.

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Desobediência

É importante lembrar que não é só desligar a TV na cara da criança, existe


uma conversa prévia, um acordo de ambas as partes e um comunicado do
que você vai fazer, tudo isso é feito de uma forma respeitosa, porque a
criança foi ouvida, validada e teve opinião levada em consideração.

No momento de desligar TV, você pode dizer:


“- Eu estou cumprindo nosso acordo, e nós podemos conversar de novo
quando você estiver mais calmo, ou você pode tentar amanhã de novo
cumprir nosso combinado”.

Procure deixar claro que aquela regra dentro da casa é importante, portanto
ela precisa ser cumprida, e todos precisam colaborar para isso, adultos e
crianças são importantes no processo de decidir e cumprir.

Você consegue perceber que tudo isso pode ser feito de maneira respeitosa.
Sem humilhar, gritar e principalmente, sem bater na criança?

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Desobediência
Uma ótima maneira de fazer as crianças
compreenderem regras e limites é falando numa
linguagem que elas entendam, por exemplo
através de historinhas. Há livros que abordam
esse tema na linguagem infantil adequada.

É interessante você fazer uma autoavaliação se


as suas atitudes estão sendo respeitosas
consigo mesma, com as pessoas que estão ao
seu redor e com o ambiente que você está
inserida.

Muitas regras e limites do dia a dia precisam ser


respeitados, a criança tem capacidade para
entender e é função do adulto acreditar nessa
capacidade de entendimento da criança e
utilizar linguagem de fácil absorção e adequada
a idade e capacidade que a criança tem de
cumprir.

Dizer para a criança o que ela pode esperar de


cada ambiente e fazer o acompanhamento com
dignidade e respeito também é uma forma de
acreditar na capacidade da criança de entender
o que se espera dela. Algumas vezes fazemos
uma mudança brusca de ambiente sem explicar
ou conversar com a criança sobre como é
aquele ambiente e o que ela pode esperar dele.
Isso gera estresse e a criança pode ficar confusa
e consequentemente mais agitada.

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Desobediência

Utilize diálogos explicativos e com perguntas, pois ainda que para você,
enquanto adulto, pareça óbvio para a criança pode não ser. Por exemplo:
“- Olha, nós vamos para um restaurante, me diga o que você gosta de comer
quando você vai no restaurante?”
“- É certo correr pelo restaurante? É certo jogar a comida no chão?”

E caso a criança concorde que tudo isso é aceitável, você pode aproveitar a
oportunidade para ensinar a ela o que é certo e aceitável dentro da realidade
de vocês. Utilizar frases pequenas como “- Comida é para comer” também
são mais fáceis para a criança entender.

Para crianças pequenas é preciso mais paciência e atenção com o que se


pode esperar dela de acordo com a idade. Se a criança ainda não consegue
agir da maneira que você espera, ofereça escolhas: “- Você quer sentar
quietinha na mesa e comer sua comida ou sentar comigo no carro por um
tempo”?

Conforme foi dito anteriormente, quando você comunica para a criança


antecipadamente sobre o que espera dela e sobre o que ela pode esperar de
determinado ambiente, é uma forma de enviar uma mensagem para a
criança que você acredita na capacidade dela e também de fazer um
combinado respeitoso. Agindo assim você está sendo gentil e firme ao
mesmo tempo.

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Desobediência

Nós enquanto pais e responsáveis,


precisamos encontrar qual limite, qual
ocasião a criança consegue praticar
sua autonomia e independência. Ele
pode exercer autonomia fazendo
escolhas limitadas, testando as
próprias decisões, errando e
aprendendo com os erros.

Não subestime o aprendizado do erro


e não espere que tudo dê certo o
tempo inteiro, que o primeiro acordo
dê certo, a primeira conversa resolva.
Para Jane Nelsen, os erros são ótimas
oportunidades de aprendizado.

Deixar que a criança experimente a


consequência de suas escolhas, ainda
que erradas, é uma forma dela
entender que a autonomia é
construída na prática através de erros
e acertos.

Construir autonomia e independência


requer esforço diário. Muitas vezes
você utiliza métodos punitivos todos
os dias, como gritos e castigos sem
saber ao menos para onde essas Conversa
atitudes estão levando a relação entre
você e a criança.
envolve falar e
ouvir.
.

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Desobediência

Lembre-se sempre “a repetição é a mãe


do aprendizado”, quando ensinamos para
a criança que é necessário se acalmar
antes de agir, buscar soluções, respeitar a
si mesmo e aos outros, é aquilo que ela
está aprendendo.

Procure ter em mente que a


desobediência e a rebeldia podem ser
também uma busca por autonomia e
independência. Ajude a criança dando
contornos com limites, delimitando um
espaço seguro que ela possa ter atitudes
autônomas. Por fim confie no processo.

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"Em vez de apenas punir a
criança por desobedecer,
precisamos entender as
razões por trás do
comportamento e ajudá-la
a desenvolver habilidades
mais construtivas para lidar
com as situações."
Desobediência

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A disciplina positiva vê a desobediência de uma forma um pouco diferente
da abordagem tradicional de punir a criança por ter desobedecido. Na
disciplina positiva, a desobediência é vista como um comportamento que
indica que a criança não entendeu uma determinada regra ou precisa de
mais orientação e apoio para lidar com uma situação desafiadora.

Em vez de punir a criança pela desobediência, a disciplina positiva procura


entender as necessidades da criança e ajudá-la a desenvolver habilidades
sociais e emocionais para lidar melhor com as situações. A ideia é que a
criança se sinta compreendida e apoiada, em vez de punida e rejeitada. A
disciplina positiva busca ensinar a criança a compreender e a lidar de
maneira mais construtiva com suas emoções e comportamentos, e a
desenvolver habilidades de resolução de problemas e tomada de decisões.

Em vez de apenas impor regras e ordens, a disciplina positiva envolve os pais


e cuidadores nesse processo, incentivando o diálogo e a colaboração com a
criança. Ao conversar e trabalhar junto com a criança, os pais podem
entender melhor suas necessidades e ajudá-la a desenvolver a habilidade de
se responsabilizar por suas próprias ações.

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Desobediência

Referências
Bibliográficas
NELSEN, J. Disciplina Positiva: o guia clássico para pais e professores que
desejam ajudar as crianças a desenvolver autodisciplina, responsabilidade,
cooperação e habilidades para resolver problemas. 3.ª ed. São Paulo: Manole
editora, 2015.

NELSEN, J. LOOT, L. Ensinando habilidades para criar os filhos no modelo da


Disciplina Positiva: Uma abordagem passo-a-passo para iniciar e liderar
cursos para pais. 7º edição. Brasil: Disciplina Positiva Brasil.

Siegel, Daniel J. O cérebro da criança: 12 estratégias revolucionárias para


nutrir a mente em desenvolvimento do seu filho e ajudar sua família a
prosperar / Daniel J Siegel, Tina Payne Bryson; tradução Cássia Zanon. - SP:
nVersos, 2016.

OLIVEIRA, Thaís Thomé Seni S. e; CALDANA, Regina Helena Lima. Educar é


punir?: Concepções e práticas educativas de pais agressores.

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Todas as informações contidas neste guia são provenientes de minhas


experiência pessoais. Embora eu tenha me esforçado ao máximo para garantir
a precisão e a mais alta qualidade dessas informações e acredite que todas as
técnicas e métodos aqui ensinados sejam altamente efetivos, eu não me
responsabilizo por erros ou omissões. Sua situação e/ou condição particular
pode não se adequar perfeitamente aos métodos e técnicas ensinados neste
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