Livro Digital Pesquisável - Direito Civil - Compressed PDF
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AUTO
GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
DIREITO
7 RESPONSABILIDADE
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EDITORA
| RESPONSABILIDADE |
| CIVIL
GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
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RESPONSABILIDADE
CIVIL
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EDITORA
sita
7-038- 4
ISBN: 978-85-948
Autor
rchetti Filho
Gilberto Ferreira Ma
Revisão Gráfica
eitas
Aline Vieira Pipino de Fr
Revisão Geral
Mario do Carmo Ricalde
Ferreira.
Marchetti Filho, Gilberto
Civil / Gilberto
Estudos de Direito - Direito Civil: Responsabilidademplar , 2018.
Grand e: Conte
Ferreira Marchetti Filho. 1º ed. Campo
1. Direito. 2. Civil.
|. Título.
CDD: 340
CDU: 342.151
EDITORA
contempla /
Avenida Ana Rosa Castilho Ocampos, 756 - Jardim Montevidéu.
Campo Grande, MS
Telefax: (67) 3029-2315
E-mail: contato(Deditoracontemplar.com.br
site: www.editoracontemplar.com.br
PREFÁCIO
1 Graduado em Direito pela USP (1994). Mestre em Direito pela PUC-SP com concen-
tração em Direito Processual Civil, sob a orientação do professor Arruda Alvim. Doutor
pela PUC-SP com concentração em Direito Civil e Processo Civil. Pós-Doutor pela
Universidade de Lisboa concluído sob a orientação do Prof. Doutor Menezes Cordeiro.
Juiz de Direito junto ao TJPR. Professor do curso do Mestrado da UNIPAR, na cadeira
de Tutela Jurisdicional dos Contratos e Teoria Crítica do Processo, também lecionando
na graduação e especialização. É Professor da Especialização da PUC-SP, da UEL,
da Fundação Superior do MP/MT, da ESMAGIS/PR e do LFG. Autor de diversas obras
jurídicas dentre elas: Curso de Processo Civil - Tomo | e III (2016 e 2018); Usucapião
(2015); Intervenção de Terceiros (2015), todos pela editora Malheiros; Posse (2007),
pela editora Forense; Código Civil Comentado (2018) e Mandado de Segurança In-
dividual e Coletivo (2013), estes em coautoria com José Miguel Garcia Medina, pela
editora RT; dentre outros trabalhos.
APRESENTAÇÃO
Professor Giba
CAPÍTULO 2 - O AGENTE
2.1 Conceito =:.=*5 =. ecansicemersaaiilanntfsmenlocoaspedic
aa qpes ca fp cade diiania bra paeceapõase 35
2:2 Espécies. ese ou psolta age cep CE vio oo dado ai cmo eat nó 35
2.3 Capacidade:e Responsabilização .......us=.-5.)0-.stessaemesieosmsnsassieetesenncsiio 35
CAPÍTULO 5 - O DANO
Bel: NOÇÕES BÁSICAS .scsuante crimeaso coa cobreciler lego falas ias Do qro ds BRs fee ns a É 73
be Espoócies: do Dano xs casa sas RA cer cont sna Eno asas Ta
Ga nd
6:1-Noções Conceltuals:.. pisa o
RE as SD 83
6.2 Espécies. Causas e Concausas. Teorias .........iii LEDS 83
CAPÍTULO 7 - LIQUIDAÇÃO DO DANO
........
iii
7.1 Notas Introdutórias ........ .....
ereererereacarererereerecerere reaanarecanor 87
......
ss esereneesesrereerenearereetere
7.2 Liquidação do Dano Material.............. ntess 87
10:50: Formecedor:.=-=s nm orno qr esoeite caos ácad o cut an od A daaD Ro ao dan sndo co nidde dao 177
bilidade civil.
forma:
Diante disso, o tema será dividido da seguinte
a) introdução ao estudo da responsabilidade civil;
b) pressupostos da responsabilidade civil;
c) liquidação do dano;
d) excludentes de responsabilidade civil;
e) responsabilidade civil do Estado;
f) responsabilidade civil no Direito do Consumidor.
m 18
ni E E Se
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
19
MARCHETTI FILHO
EB GILBERTO FERREIRA
nsa-
Aqui, restrifngir-se-á O estudo na esfera civil, isto é, na respo
bilidade civil.
DADE CIVIL
E 1.3 CONCEITO DE RESPONSABILI
A palavra “responsabilidade” tem origem no latim respondere, que
significa prestar contas de seu ato.
nasce
Diante disso, responsabilidade civil é o dever jurídico que
pela violação de outro dever jurídico e que obriga o ofensor a reparar o
ção de
prejuízo disso. Surge para recompor O dano decorrente da viola
uma obrigação presente na lei ou em contrato.
Dessa forma, responsável é a pessoa que deve ressarcir O prejuízo
decorrente da violação de uma obrigação precedente, ou seja, um dever
jurídico pré-existente, uma obrigação legal ou contratual descumprida.
Genericamente, a responsabilidade civil consiste, pois, na imposi-
ção de obrigar alguém a reparar o prejuízo, ocasionado ao patrimônio
de outrem.
Como já dito, o instituto da responsabilidade civil é parte integrante
do direito obrigacional. Isso porque a principal resultante da prática de
um ato lesivo é a obrigação de reparar o dano ocasionado que se impõe
ao ofensor ou a quem deve responder por ele, como se verá adiante.
Assim sendo, aquele que pratica um ato, ou incorre numa omissão,
gerador de um dano, deve suportar as consequências de seu procedi-
mento. Trata-se de uma regra elementar de equilíbrio social, na qual se
resume, em verdade, o problema da responsabilidade. Vê-se, portanto,
que a responsabilidade é, também, um fenômeno sociológico.
m 20
im
Em ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
21
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
22
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
23
CHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MAR
IVA E OBJETIVA
m 1.5 RESPONSABILIDADE SUBJET
como
De outro lado, a responsabilidade civil pode ser classificada
dê a ela, conside-
subjetiva ou objetiva, conforme o fundamento que se
rando ou não a culpa no evento lesivo.
dera a cul-
A responsabilidade civil será subjetiva quando se consi
e. Ou seja,
pa na conduta do agente para imputar-lhe a responsabilidad
na responsabilidade subjetiva se analisa a culpabilidade da conduta do
agente, devendo ser provada pela vítima para incutir ao ofensor a res-
ponsabilidade. Dessa forma, a prova da culpa passa a ser pressuposto
necessário do dano indenizável. Dentro dessa concepção, a responsa-
bilidade do causador do dano somente se configura se agiu com dolo
ou culpa.
A teoria subjetiva é a teoria clássica, também conhecida como teo-
ria da culpa. A culpa é o fundamento da responsabilidade civil subjetiva.
Em não havendo culpa, não há responsabilidade civil.
Tal modalidade está presente na conjugação dos arts. 186 e 187,
dantes mencionados, com o art. 927, do Código Civil, pelo qual “aquele
que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo”.
Observa-se, pois, que, em regra, o ato ilícito só se configura quan-
do há a demonstração da culpa do agente, seja pela intenção de praticar
o ato danoso — dolo -, seja pela negligência, imprudência ou imperícia
— culpa estrito sensu -. Dessa maneira, aquele que cometer o ato ilícito
assim configurado fica obrigado a reparar o dano.
Noutro norte, há situações definidas pela Lei nas quais a existên-
cia ou prova da culpa deixa de ser imprescindível para configuração do
dano. Quando isso ocorre, tem-se a responsabilidade objetiva que se
manifesta pelo risco.
A responsabilidade objetiva pelo risco refere-se à corrente da dou-
trina que interliga a responsabilidade civil objetiva e a teoria do risco Nº
exercício de uma atividade produtiva.
Para essa teoria, “risco” nada mais é do que o perigo, a probabili-
m 24
no Ra
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
28
LHO
MARCH ETTI FI
| E GILBERTO FERREIRA
spensa
st ad a do di re it o administrativo, di
empre
e) risco administrativo: ci a ta mbém do risco
da ativi.
€m de co rr ên
a análise inicial da culpa, im,
pelo age nte adm ini strativo causador do dano. Ass
dade exe rci da
el objetivamente pelos dancul- os
a Administração Pública é responsáv
ntes, independentemente
de
s age
causados a terceiros por seu
afastada em algumas situ-
pa. Mas a responsabilidade aqui pode ser das excludentes
se aplicar algumas
ações, dada a possibilidade de
fortuito, força maior e culpa
de responsabilidade civil, como O caso
exclusiva da vítima. da de-
o inte gral : aqui se dis pen sa por completo a necessidade
f) risc integral-
o, esse responde
monstração da culpa do agente. Traduzind
dano que ela
mente pelo risco da atividade (ainda que lícita) e do
o ou não culpa. Trata-se
pode causar, em qualquer situação, havend
nte, não se admitindo sequer
da modalidade mais extrema para O age
torna irrelevante per-
as excludentes de responsabilidade, bem como
gerador do dano.
quirir sobre o caráter de ilicitude ou não do ato
da responsabili-
No direito brasileiro, podemos destacar a atuação
dade civil objetiva pelo risco integral, pelo risco administrativo, pelo risco
criado e alguns ainda destacam o risco profissional.
A doutrina tem colocado a responsabilidade pelo risco integral nos
danos decorrentes de atividade com material radioativo — dano nuclear
— e nos prejuízos ao meio ambiente — dano ambiental.
Também está bastante evidenciada a responsabilidade civil objeti-
va pelo risco administrativo. É o caso da responsabilidade objetiva por
dano causado pela ação de preposto do Estado ou de prestador de ser-
viço público, presente no art. 37, $ 6º, da CF/88:
Art. 37.[..]
8 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o di-
reito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
assumir os ônus
: Admite-se que a Administração Pública deve
udiquem terceiros, independente
oriundos de suas atividades, que prej
E 26
EE se tá
gm ESTUDOS DE DIREITO
- RESPONSABILIDADE
CIVIL
28
Tm
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILI
DADE CIVIL
29
MARCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA
li ã ou omissão.
sua ação
deve ser responsabilizado por
CIVIL
E 1.6 PRESCRIÇÃO NA RESPONSABILIDADE
Prescrição, aqui colocada como extintiva, é a Ea da Pretensão
nsão é a ex-
relativa a um direito violado pelo decurso do fempo. Prete
-
pressão utilizada para caracterizar o poder de exigir ne Sutrarm coerci
tivamente o cumprimento de um dever jurídico, vale dizer, é o poder de
exigir a submissão de um interesse subordinado (do aa da pres-
prestação) amparado
tação) a um interesse subordinante (do credor da
pelo ordenamento jurídico”. Significa que a pessoa tem o direito (de
indenização, por exemplo), mas não pode mais exigi-lo.
Assim, “a prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito
violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto pela lei"s,
Nesse sentido, o Código Civil refere-se à prescrição no art. 189,
pelo qual “violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206".
Um cuidado que se deve ter é não confundir prescrição com deca-
dência. A decadência refere-se à perda propriamente dita do direito em
si. Ou seja, decorrido o prazo a que se refere, o titular perde literalmente
o direito. Por isso é bem diferente da prescrição. Um é perda da preten-
são; o outro é perda do direito em si.
Compreendida essa definição e diferenciação, temos que no Có-
digo Civil, o prazo de prescrição para pretensão de indenização, em
regra, é de três anos (art. 206, 8 3º, V), seja para responsabilidade civil
contratual ou extracontratual.
Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça, “revendo anterior orien-
tação que dava tratamento diferenciado, para fins prescricionais, às pre-
tensões de reparação civil, passou a dar tratamento unitário ao prazo
prescricional, quer se trate de responsabilidade civil contratual ou ex-
30
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
E 32
TT
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CIVIL
33
CAPÍTULO2
O AGENTE
E 2.1 CONCEITO
Agente nada mais é do que aquele que pratica a condu
ta lesiva e
que causa dano a outrem. Ou seja, “aquele que, por ação
ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causa
r dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito
” (art. 186) e
que, por isso, “fica obrigado a repará-lo” (art. 927).
Ingressa também nesse conceito aqueles que, por força de lei, fi-
cam obrigados a reparar danos ocasionados por terceiro ou pelo fato
da
coisa ou de animais.
E 2.2 ESPÉCIES
Diante do conceito acima, podemos colocar três espécies de agen-
te:
m 36
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CIVIL
37
CAPÍTULO3
A AÇÃO E OMISSÃO DO AGENTE
osto
de agir, OU de não se quis pode Sar imp
Logo, o dever jurídico caracieriza-se bos
ção. A omissão, assim
por lei ou resultar de conven
co nd ut a neg ati va, pel a iné rci a do agente diante de uma Situação
uma
guém.
que causa prejuízo a al
ortamento, caracteriza.
Trata-se d e forma menos comum de comp conduta
absten ção de alguma coisa ou
da, portanto, pela inativida de, o.
que deveria ter sido realiza da
e que, por isso, causou O dan
m 40
Ecs
g ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE ciyiL
outra pessoa.
Por ser a regra, a responsabilidade
civil por ato próprio é a mais
abrangente possível do sistema jurídico. Diante
disso, pode assumir
as mais diferentes facetas gerais da responsabilidade,
dependendo da
área que estiver tratando, tanto no campo do direito
civil puro, como
no direito do consumidor (responsabilidade civil por fato e por vício
do
produto ou do serviço), do direito do trabalho (responsabilidade civil por
acidente de trabalho) e do direito administrativo (responsabilidade civil
do Estado). Pode ser subjetiva (um motorista bêbado que atropela e
mata uma família), ou ter índole objetiva (responsabilidade civil no exer-
cício de atividade de risco). Pode se dar pela prática de uma conduta
ilícita penal ou civilmente (matar alguém, ou simplesmente descumprir o
contrato), ou por uma conduta lícita, mas causadora de danos (como a
construção regular e dentro dos padrões técnicos, mas que ainda assim,
provoca danos ao vizinho).
41
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
|r18
do art. 942, parágrafo único do Código Civi
Logo, “caracterizada a responsabilidade civil do coautor, erige-se
entre eles uma responsabilidade solidária, cuja indenização sofrerá in.
E 4. ”19
fluência da concorrência culposa da vítima *.
E 42
DR
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
não ter pagado uma conta. Observa-se que deixar de pagar as dívidas
não é em si um ilícito penal. Mas divulgar tal fato, ainda que
seja verda-
deiro, configura difamação. Mesmo porque não é assim que um credor
deve se portar perante seu devedor diante de uma dívida não
paga. E se
for terceiro à relação, não deveria estar espalhando o fato.
Enfim, a injúria é xingamento, atribuindo à pessoa uma qualidade
negativa, ainda que verdadeira. Trata-se de ofensa à honra subjetiva
da pessoa. Exemplo: chamar alguém de “ladra”, ou “imbecil”, ou “puta”.
No campo criminal, a injúria pode ter uma série de desdobramen-
tos, como a injúria física (um tapa no rosto, em condição humilhante),
prevista no art. 140, $ 2º, do Código Penal; além da injúria discrimina-
tória, quando o ofensor se utiliza de “elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência”, tipificado no art. 140, 8 3º, do Código Penal.
Para o direito civil, tudo isso configura simplesmente injúria e sua
gravidade será analisada para fixação do quantum indenizatório.
Observe-se, portanto, que calúnia, difamação e injúria não se con-
fundem. Um diz respeito à imputação de fato criminoso; o outro trata de
ofensa à reputação; e o último refere-se à dignidade da pessoa.
43
MARCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA
,
141" do Código Penal,
embora de ação pública, o ofendido foi absol-
c) “se do crime imputado,
vido por sentença irrecorrível”.
“se O ofen-
Na difamação se admite a exceção da verdade So nemo
de suas
dido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício
funções” (CP, art. 139, parágrafo único).
situações em que não se
Já na injúria, o Código Penal traz algumas
considera o crime (CP, art. 140, 8 1 o):
a) “quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
injúria”;
injúria”.
b) “no caso de retorsão imediata, que consista em outra
dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar
o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspon-
dentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro” (art.; 939).
Assim, salvante os casos de vencimento antecipado da obrigação
(arts. 333 e 1.425), o credor que cobrar dívida não vencida deverá inde-
44
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 46
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
s “se assenta
responsabilidade dos pai
Nessa ordem de ideias, à
vigilando, o que, como
na presunção juris tantum de culpa e de culpa in
ficar demonstrado que os
já mencionado, não impede de ser elidida se
da e educa-
genitores não agiram de forma negligente no dever de guar
ção. Esse é O entendimento que melhor harmoniza o contido nos [..]
nte,
arts. 942, 8 único e 932, inciso |, do novo Código Civil, respectivame
em relação ao que estabelecem os aris. 22 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, e 27 da Lei n. 6.515/77, este recepcionado no art. 1.579,
do novo Código Civil, a respeito dos direitos e deveres dos pais em re-
lação aos filhos"?”.
No caso de emancipação do filho, é imperioso mencionar algumas
notas.
Sabe-se que a emancipação, prevista no art. 5º, parágrafo único,
do Código Civil, é a antecipação da maioridade civil. Ela pode se dar
por ato voluntário dos pais ou responsáveis (inciso |), ou por efeito da lei
(inciso Il a V).
E 48
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
E 49
e
DO A
TTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHE
E 50
DDT
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
ES5S2
man rs. Ê
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CIVIL
causado” *º.
Dessa forma, age com “negligência, a instituição de
ensino que,
desatenta às normas de disciplina interna, coloca em risco a integrida-
de física de seus alunos”. Assim, “a Instituição de ensino ou os pais
do aluno, causador da agressão, respondem objetiva e solidariamente
pelos atos culposos que conduz e provoca o ato ilícito, uma vez que
es-
tamos diante das chamadas culpa in vigilando e in eligendo”*".
Logo, “demonstrada a falha da instituição quanto ao dever de vigi-
lância e manutenção da incolumidade física e psíquica dos alunos sob
sua custódia, ainda que o dano sofrido pelo autor tenha sido causado
por outro aluno, resta inegável a responsabilidade do Instituto educacio-
nal na modalidade culpa in vigilando e consequentemente o seu dever
de indenizar".
Um problema sério que se tem hoje é a questão do bullying pratica-
do por crianças e adolescente em face de colegas de escola. Trata-se
de prática que deve ser detectada e coibida pela escola. E a ausência
de providências pelo estabelecimento de ensino pode gerar responsa-
bilidade civil.
Porém, “restando devidamente comprovado que o educandário fez
o que estava ao seu alcance para reduzir o sofrimento da Autora, cons-
tata-se que não restaram preenchidos os requisitos para configuração
da responsabilidade civil".
Enfim, o estabelecimento de ensino é responsável pelos danos
causados aos educandos por outros educandos quando se tratar de
menores, ou pelos danos que estes sofrerem ou causarem a terceiros.
Um problema que merece uma análise maior é quando se tem alu-
nos maiores de idade, principalmente em Universidades. Isso porque
E 5
Me
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
55
RCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MA
JETIVA DO TERCEIRO
E 3.3.2 RESPONSABILIDADE OB
civil é subjetiva.
Como vimos, a regra é que à responsabilidade
bilidade objetiva. E
Mas, há situações em que a lei determina a responsa
aqui estamos numa dessas situações.
pessoas desig-
Deveras, nos termos do art. 933 do Código Civil, as
rão
nadas no art. 932, “ainda que não haja culpa de sua parte, responde
.
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos”
Trata-se, portanto de responsabilidade objetiva. E os fundamentos
podem ser os mais variados. Desde a responsabilidade pelo dever de
vigilância, quando aos incapazes, e pelo risco da atividade nas demais
hipóteses.
m 56
Ra
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
E 57
FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
o de regresso em face
Ou seja, nessa leitura, tutor e curador teriam direit
do incapaz.
no
Efetivamente, essa compreensão fica clara em relação aos pais
incapazes.
tocante à indenização pelos danos causados por seus filhos
a
Trata-se de uma norma de cunho ético-moral, que pretende preservar
de Miranda.
afetividade jurídica, no entendimento de Pontes
re-
Mas há divergência em relação à possibilidade de direito de
é
gresso no tocante aos tutores e curadores. Alguns entendem que não
possível. Outros entendem pela possibilidade.
ção ex-
Aos que entendem não ser possível, aplicam uma interpreta
tensiva do art. 934, combinando-o com o art. 928. Tecnicamente, como
quan-
dito, a responsabilidade do incapaz é subsidiária e só responderá
do seu tutor ou curador não for obrigado ou não tiver condições de arcar
financeiramente com esse encargo, numa verdadeira hipótese de obri-
gação subsidiária. Tudo isso sendo possível somente se não privar O
incapaz do seu sustento ou das pessoas que dele dependem.
Ademais, direito de regresso aqui nada mais é do que a pessoa exi-
gir indenização pelo prejuízo resultante da condenação em reparação
por um ato que não se praticou.
Logo, se direito de regresso é indenizar aquele que foi obrigado a
reparar, e a responsabilidade do incapaz só surge quando o tutor e o
curador não indenizam, logo, em interpretação conjunta, o tutor e cura-
dor também não teriam esse direito de regresso.
Contudo, a posição contrária está no sentido de que tutores e cura-
dores têm direito de regresso. Para essa corrente, “as funções de tutela
e curatela são um múnus, com severos encargos. Ademais, nem sem-
pre se pode recusar a função de tutor. O Código Civil traça os poucos
casos em que a recusa é possível (Código Civil, artigos 1.736 a 1.739).
Trata-se, no mais das vezes, de ônus com severos encargos”*!. Diante
disso, “a teoria do risco não se presta a fundamentar tal imposição”"2.
5151FAR IAS
FARI AS,, Crist
Cistaniano
o Chaves de: ROSE NVALD, Nelson; ; NETTO, Felipi e Peixoto
52 Idem.
58
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
53 Ibidem. p. 522.
54 Idem.
59
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E 6
E
GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E
62
CAPÍTULO4
A CULPA DO AGENTE
favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por
culpa, salvo as exceções previstas em lei”. Veja que aqui a diferença
entre dolo e culpa é bem destacada pelo legislador.
pelo
Contudo, em regra, essa diferenciação não existe, até mesmo
por
teor da redação do art. 186 do Código Civil, pelo qual “aquele que,
direito
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
ato
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ria,
ilícito”. Aqui, O legislador não diferencia. “Ação ou omissão voluntá
negligência ou imprudência” quer dizer dolo ou culpa.
didáticos, se
Entretanto, estabelecendo-se um conceito para fins
a atuação desastrosa do agente é deliberadamente procurada, volun-
tariamente alcançada, diz-se que houve a culpa lato sensu ou culpa
GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E
E 6
RE
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
ser composta por uma única ação, ou por várias. E ai pode até ser que
nessa conduta em que houve várias ações ou omissões tenha-se a con-
jugação de negligência, imprudência e imperícia. Por exemplo, excesso
oreeeaneeea
Assim, o médico que realiza uma cirurgia plástica sem ter habilita-
65
TTI FILHO
m GILBERTO FERREIRA MARCHE
age
sio nal par a isso , lei a-s e res idência em cirurgia plástica,
ção profis
danos.
com imperícia se nela provocar
cia é inconfundível com o con-
Observa-se que o conceit o de imperí
ênc ia e imp rud ênc ia. Em verdade, a caracterização de
ceit o de neg lig
exclui a incidência da negligência e
uma ação ou omissão como imperita
imp erita, a pessoa do agente não tem
imprudência. Isso porque, sendo
o e por i sso comete erros, tanto pela
noção própria do que está fazend
falta, quando pelo excesso.
meiramente deve-se observar
Portanto, em um caso concreto, pri
e as demais formas. Não
se a conduta é imperita, pois sendo, exclui-s
ia ou imprudência.
sendo, analisa-se se houve negligênc
uências diferentes.
Mas no efeito prático da questão, não há conseq
nte e, de conseguinte, resul-
Qualquer deles faz gerar a culpa para O age
mentado pela vítima.
ta no dever de indenizar o prejuízo experi
tem prevalecido o
Na casuística específica, deve-se destacar que
r não atesta a inap-
entendimento de que a falta de habilitação para dirigi
com base na
tidão para tanto, ou seja, não gera a presunção de culpa
conduta imperita.
n-
Deveras, a despeito de entendimentos divergentes, a jurisprudê
dirigir,
cia majoritária está no sentido de que “a falta de habilitação para
por si só, não constitui presunção juris et jure de culpa, no caso de aci-
dente com veículo". Mesmo porque, a pessoa pode não ser habilitada
legalmente, mas tem habilitação de fato, ou seja, já dirige há muito tem-
po e sabe dirigir.
Dessa forma, “a só falta de habilitação, ainda que o condutor de
um dos veículos seja envolvidos no acidente seja menor, não tem qual-
quer influência no campo da responsabilidade civil"*!, pois “não se deve
presumir imperícia do agente, por não possuir este carteira de habilita-
ção",
60 TACRIM-SP. AC 325.461.
61 BRASIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso d o Sul. À ão Ci
Cível n. 677/88. 88
Relator Desembargador Rêmolo Letteriello. pejação ca
62 JTACRIM 72/272.
66
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSAB
ILIDADE CIVIL
tre dolo e culpa, nem entre os graus de culpa, para fim de reparação do
grave,
dano. Não importa se o agente praticou o ato com dolo ou culpa
leve ou levíssima. Havendo a conduta lesiva com culpa em qualquer de
suas modalidades, existirá a obrigação de indenizar.
Essa obrigação de indenizar será calculada sobre a extensão do
dano, de acordo com o disposto no art. 944 do Código Civil. Em outras
palavras, mede-se a indenização pela extensão do dano e não pelo grau
do dano. Adotou, pois, o legislador, a norma segundo a qual a culpa,
ainda que levíssima, obriga a indenizar.
Contudo, deve se observar que, nos termos do parágrafo único do
art. 944, “se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa
e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”. Não
quando se tratar de dano material, pois esse visa a reparação integral.
Mas a indenização por dano moral comporta a aplicação dessa exceção
de redução do quantum indenizatório.
E 4.4AINFLUÊNCIADACULPAPENALNARESPONSABILIDADE
CIVIL: A AÇÃO CIVIL EX DELITO
Para encerrar esse tema, importante tratar da influência da culpa
no direito penal na esfera cível quando o ato lesivo também configura
um crime.
Sabe-se que a responsabilidade civil e penal são distintas e inde-
pendentes. Mas, em algumas situações, a responsabilidade penal aca-
ba por vincular a responsabilidade civil. Trata-se da ação civil ex delito.
Deveras, na maioria das vezes o ilícito penal é também um ilícito
civil, posto que gera danos à vitima. Assim, pode ser apurada a respon-
sabilidade penal do agente por esse dano no juízo criminal e, concomi-
tantemente, a sua responsabilidade civil no juizo cível.
Como haverá apuração do ilícito tanto no juizo criminal, quanto no
juízo cível, sendo que em ambos haverá um pronunciamento judicial a
respeito do mesmo fato, corre-se o risco de se ter duas decisões con-
flitantes: uma afirmando a existência do fato ou da autoria, e a outra
68
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
69
CHETTI FILHO
Em GILBERTO FERREIRA MAR
go Civil
Feita essa análise preliminar, tem-se que O art. 935 do Códi
é independente da criminal, não
estabelece que “a responsabilidade civil quem
quest ionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
se podendo juízo
ões se acharem decididas no
seja o seu autor, quando estas quest
criminal”.
O disposto no art. 91, | do
Essa ideia está em consonância com
Código Penal, que firma os efeitos da condenação criminal. Um desses
efeitos é “tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo
crime”.
Já o Código de Processo Penal firma que “transitada em julgado
a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juizo
cível, para o efeito da reparação do dano, O ofendido, seu representante
legal ou seus herdeiros” (CPP, art. 63). E “transitada em julgado a sen-
tença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado
nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo
da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido” (CPP, art.
63, parágrafo único).
De toda sorte e sem prejuízo do disposto no art. 63, “a ação para
ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor
do crime e, se for caso, contra o responsável civil” (CPP, art. 64). Mas,
“intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso
desta, até o julgamento definitivo daquela” (CPP, art. 64, parágrafo úni-
co), como dispõe os arts. 313, V, “a”, e 315, do Código de Processo Civil.
O Código de Processo Penal estabelece ainda que “faz coisa julga-
da no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito” (CPP, art. 65).
i E mais, “não obstante a sentença absolutória no juizo criminal, à
ação E poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente,
reconhecida a inexistência material do fato” (CPP,
art. 66).
dis Ros fim, o Código de Instrumentos Penais assevera que “não impe-
“29 igualmente a propositura da ação civil" (CPF, art. 67);
a) “o despacho de arquivamento
do inquérito ou das peças de
infonros
70
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
ção”;
b) “a decisão que julgar extinta a punibilidade”;
c) “a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui
crime”.
e 930).
a pessoa
Em segund o. tem-se que se houver abuso na conduta,
poderá responder pelo excesso
no juízo cível, ainda que absolvido no
juízo criminal, eis que O conceito
de excesso de conduta lá é diferente
do conceito no juízo cível.
não faz coisa julgado no cível
Por fim, a sentença penal absolutória
em três hipóteses:
de provas
a) Quando a absolvição do réu se dá por falta ou insuficiência
podem ser produ-
para condenação no juízo penal, provas essas que
zidas no juízo cível.
b) Quando a absolvição se dá por não ter havido culpa do agente. A
análise da culpa no juízo criminal é diversa do juízo cível; é mais exi-
gente lá do que cá. Já no juízo cível, mesmo a culpa sendo levíssima,
a qual seria insuficiente para condenação criminal do réu, obriga a
indenizar.
c) Quando ocorre absolvição porque se reconhece que o fato não cons-
titui infração penal, mas tal conduta pode ser ilícito civil.
Em suma:
74
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
Tais espécies estão previstas no art. 402 do Código Civil, pelo qual
“salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar”.
O dano emergente (damnus emergens) consiste na perda efetiva-
mente sofrida, ou seja, é o que se perdeu, em virtude do ato praticado
ou do fato ocorrido. Dano emergente é o que se verifica no momento do
ato lesivo.
Por sua vez, o lucro cessante (lucrum cessans) são os ganhos que
eram certos e que foram frustrados por ato alheio. É o lucro que deter-
minada pessoa foi privada.
Exemplificando, em um acidente com um taxista ou motorista do
uber, dano emergente é o valor necessário para o conserto do carro e o
lucro cessante é o valor correspondente à renda mensal que ele ganha
trabalhando com o carro.
Em suma, dano emergente é o que efetivamente a vítima perdeu e
lucro cessante é o que ela razoavelmente deixou de ganhar.
Importante destacar que o lucro cessante pode se mostrar de vá-
rias maneiras. Dentre elas, cita-se o pensionamento por convalescimen-
to da vítima ou incapacidade permanente e o pensionamento por morte.
76
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
CO
m 5.6 0 DANO PSÍQUI ca ção moderna, existe
o
do ca mp o da cl as si fi
Por fim, ainda dentro
dano psíquico.
sonalidade. Ocor-
Trata do aspecto psicológico dos direitos da per distúrbio,
deterioração, disfunção,
re quando a vítima apresenta uma
ico ou psico-orgânico que, afe-
transtorno no desenvolvimento psicogên e
e/ou volitiva, limita sua capacidad
tando sua esfera afetiva, intelectual
social e/ou recreativa.
de gozo individual, familiar, atividade laborativa,
ns é a manifestação de transtornos de-
Uma das formas mais comu
ma.
pressivos pós-traumáticos pela víti
cleo familiar da vítima, como seus irmãos, que poderão também pleitear
indenização por danos morais, por exemplo.
De fato, “os irmãos, vítimas por ricochete, têm direito de requerer
a indenização pelo sofrimento da perda do ente querido, sendo des-
necessária a prova do abalo íntimo. No entanto, o valor indenizatório
pode variar, dependendo do grau de parentesco ou proximidade, pois o
sofrimento pela morte de familiar atinge os membros do núcleo familiar
em gradações diversas, o que deve ser observado pelo magistrado para
arbitrar o valor da reparação”.
Os exemplos mais comuns do dano reflexo se referem à morte da
vítima, mas não estão restritos a essa hipótese. Podem ocorrer em qual-
quer situação em que terceiro acaba por ser atingido indiretamente pela
conduta do agente.
Uma hipótese está no dano ambiental. “O conceito de dano am-
biental engloba, além dos prejuízos causados ao meio ambiente, em
sentido amplo, os danos individuais, operados por intermédio deste,
também denominados danos ambientais por ricochete - hipótese confi-
gurada nos autos, em que o patrimônio jurídico do autor foi atingido em
virtude da prática de queimada em imóvel vizinho”*º.
: Send
o desnecessário que esse nex
beleça diretamente co
m o dano final",
o se esta-
Enfim, o último ponto que de
stacamos é que a teoria da
chance gera perda de
a Possibilidade de se
ter tanto dano material,
quanto
SERIbri
E
67 BRASIL. Superior Tribunal
Ministro
de Justi
Nancy Andrighi, 12 dez
. 2017. apra P. Relator
68 BRASIL. Superior Tribunal ia a =
m ESTUDOS DE DIREITO -
RESPONSABILIDADE CIV
IL
82
is
CAPÍTULO6
O NEXO DE CAUSALIDADE
a) simples;
b) múltiplo.
Não há
cular a uma única causa.
Simples será quando se vin
ca e
qualquer dificuldade, pois o evento EE deu por uma causa úni
ia da ação do autor.
exclusivamente em decorrênc
sas que originaram o
Já o múltiplo significa que há várias cau
causas po-
evento lesivo, chamadas de concausas. Essas várias con
ssivamente.
dem se dar simultaneamente ou suce
Nas concausas simultâneas, a análise também é simples, por-
quanto existe um só dano ocasionado por mais de uma causa. É a
hipótese de um dano que pode ser atribuído a várias pessoas. O
Código Civil em seu art. 942, parágrafo único”, resolveu o problema,
aplicando a teoria da responsabilidade solidária.
O problema está nas concausas sucessivas, que constitui um dos
temas mais difíceis da ciência jurídica. Isso porque aqui se estabelece
uma cadeia de causas e efeitos e a dificuldade está em saber qual delas
deve ser escolhida como sendo a responsável pelos danos.
Supondo-se que, por exemplo, um prédio desaba por causa do en-
genheiro que foi inábil; o desabamento proporcionou o saque; o saque
trouxe como consequência a perda de uma elevada soma que estava
guardada em casa, o que, por sua vez, gerou a falência do proprietário.
O engenheiro responde pela falência?
Para explicar isso, existem basicamente três teorias:
a) teoria da equivalência das condições;
b) teoria da causalidade adequada;
c) teoria da interrupção ou do dano direto e imediato.
Ea
DT
o
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
85
DD ——eeeenl
ILHO
MARCHETTI F
m GILBERTO FERREIRA
inexecução. À , E
A legislação brasileira adota a teoria da interrupção ou do dano di.
imediato, diante da redação do art. 403 do Código Civil, pelo qual
rejo e im nê xecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos
Rea soa
im BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Ext
Ministro Moreira Alves, 12 raordinário n. 130764/PR. Relator
mai. 1992.
80 BRASIL. Superior Tribunal de Justi :
Ministro Teori Albino Za ça. Recurso Especial n. 8585 141/DF. Relator
B1 BRASIL. - Superior Superior Tribunal
Tribuna dode So:Justi2008. 5 37/MT. ator
Rela
Ministro Luis Felipe Sa lom ça. Recurso Especial n. 11547
ão, 21 out. 2010.
82 BRASIL. Superior Tri
bunal de Justiça. Recurs
o Especial n. 1164889/S
P. RE
m 86
Dim—
CAPÍTULO7
LIQUIDAÇÃO DO DANO
lu em os pr ej efetivos e | os lucros
uízos sn
s só i nc
vedor, as perdas e dano juízo do disposto na
a direto e im ediato, sem pre
cessantes por efeito del
lei processual” (art. 403).
uidação do dano materi al se dá em
Logo, o processa mento da liq
emergen te e do lucro cess
ante. Em ambos
estabelecer o valor do dano
extensão do dano” (art. 944).
“a indenização mede-se pela
do lucro cessante
Nessa toada, a liquidação do dano emergente e
à quantia necessária para re-
deve ter em conta a extensão do dano e
ante) ao
parar a vítima, isto é, restitui-la ao estado anterior (status quo
fato lesivo.
materiais não se presu-
De conseguinte, destaca-se que “os danos
ser ressarcidos os prejui-
mem, pois devem ser comprovados, devendo
zos materiais efetivamente evidenciados”*.
Vamos, pois, definir os detalhes de cada uma das formas.
E 88
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSAB
ILIDADE CIVIL
isto é e, aquilo:
dano algum. Em outro falar “dano patrimonial emergente,apa
efetivamente perdeu, abrange os danos
que a vítima e e os
que seu ressarcimento
futuros, desde que certos, sendo E
daquela do momento anterior à
lesado a uma situação próxima
Assim, “em relação ao pano emergente, é indispensável a compro-
vação exata das paras paimoniais: para que se imponha ao causador
do dano o dever de indenizar o ofendido”.
Logo, em se tratando de danos ao veículo, será o valor necessá-
física que demandou
rio para repará-lo. Se o dano resultou em ofensa
gastos com hospital, médicos e medicamentos, será o valor de todo o
pagamento das
tratamento (art. 949, 1 à parte). Se o dano foi a morte, “no
948, |).
despesas com o tratamento da vítima, seu funeral” (art.
três orçamentos
Criou-se a praxe de se exigir a apresentação de
principalmente
par: a se calcular o quantum do dano material emergente,
tem entendido que
quando se trata de veículos. Deveras, os Tribunais
pela redução do patrimônio
“os danos emergentes são representados
como regra, relacionam-se aos
do lesado e, em acidentes automotivos,
do veículo no menor
gastos efetivamente empreendidos para o conserto
e autorizadas".
orçamento apresentado por oficinas idôneas
por uma série de
Trata-se de prática um tanto quanto questionável,
é que a vítima não está obrigada
motivos. Mas o principal e mais grave,
ao gosto do autor do dano,
a reparar seu veículo em qualquer lugar,
confiança.
principalmente quando não goza da sua
ter um veículo novo, recém
Verdadeiramente, no caso da vítima
obrigá-la a efetuar reparos
adquirido, não é justo, nesse ponto de vista,
de que ficou “mais ba-
fora da rede autorizada apenas sob o argumento
e quem deve
rato na outra funilaria”. Quem sofreu o prejuízo foi a vítima
arcar com isso, independentemente do local, é o autor do dano. Até
n. 1 .0346.08.015714-
Em e Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível
Pe Aga Desembargador Renato Dresch, 6 jul. 2017.
Cível n. 1.0549.14.001089-
E a Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação
Santos Miranda, 3 out. 2017.
86 DAS ator Desembargador Marcio Idalmo
SIL. Tribunal de Justiç a de Minas Gerais . Apelação Cível n. 1.0558.07.006103-
8/
001. Relator Desembargador Vieira de Brito, 14 jun. 2012.
89
CHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MAR
hipótese específica.
mesmo sob pena de se perder a garantia, nessa
rcionalidade,
Assim, dentro dos padrões da razoabilidade e propo
não é absoluta
cremos que a regra de apresentação de três orçamentos
caso concreto.
e deve ser sempre analisada no
Em relação à correção monetária e juros moratórios sobre o valor
extracontratual
fixado, devemos considerar se a responsabilidade civil é
ou contratual.
Se extracontratual, a regra é de que “a atualização monetária tem
43
como termo inicial a data do efetivo prejuízo, nos termos da Súmula
do STJ"”, pela qual “incide correção monetária sobre dívida por ato ilíci-
to a partir da data do efetivo prejuízo”.
Do mesmo modo, “os juros moratórios, em caso de responsabilida-
de extracontratual, devem incidir a partir da data do evento danoso, nos
termos da Súmula 54/STJ"*, na taxa de 1% ao mês, a teor do art. 406,
do Código Civil.
Sendo contratual a responsabilidade, “os juros de mora incidentes
sobre a indenização por danos materiais, mesmo ilíquida, fluem a partir
da citação”*º.
m 90
hmmm
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
[[—————
.086544-
Ega REA Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível n. 1.0000.17
91 Ra Desembargador Bitencourt Marcondes, 6 fev. 2018.
ão Cível n. 0001816-
59.20 SIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Apelaç
r
-2011.8.12.0054. Relator Desembargado Luiz Tadeu Bar bos a Silva, 16 nov. 2017.
91
o |
RCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MA
92
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
9 Cível n. 1.0702.04.123524-
—eeee
CCC
93
TTI FILHO
EIRA MARC HE
m GILBERTO FERR
plenitude"”.
,
E 7.2.5 PENSIONAMENTO POR MORTE: REQUISITO, PROVA
VALOR, TEMPO, RATEIO CANCELAMENTO E DIREITO DE
ACRESCER
é sem
Dentre as várias formas de danos que podem haver, a morte
as suas for-
dúvida a pior. Isso porque desestrutura a família em todas
mas, seja emocional, psicológica ou materialmente falando.
n. 0000069-
97 BRASIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Apelação Cível
de Brito Rod rigues, 11 abr.
Da a Relator Desembargador Marcos José
018.
Apelação Cível n. 1.0702.04.132524-
98 BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
3/001. Relator Desembargador Roberto Vasconcellos, 12 abr. 2018.
Especial n. 1391668/SP. Relator
99 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso E
o Paulo de Tarso Sanseverino, 30 jun. 2015.
ção Cível n. 1.0024.10.186160-
E Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apela err
Pedro Bernardes, B fem 2018-005
a Dese mbar gado r
101 4 SIL. Tribunal de Justiça de Mato Gross o do Sul. Apelação Civel n. as
53201 Ei
Vladimir Abreu da Silva, 15 E
Relator Desembargador
102 ea 1.0433.04.
R SIL. Tribun al de Justiç a de Minas Gerais. Apelação Civeln.
3/007. - Relator Desembargador Tiago Pinto, 27 jul. 2017.
n 95
sn
RCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MA
e a previsão do pa-
Por tal razão, O legislador expressamente troux
ta dano-
gamento de pensão para O caso de morte decorrente de condu
sa.
De fato, “no caso de homicídio, a indenização consiste, sem ex-
cluir outras reparações” e além do “pagamento das despesas com o
tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família”, “na prestação de
alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a
duração provável da vida da vítima” (art. 950).
Em linha geral, diante do sobredito artigo, a regra para que a pen-
são por morte seja devida é a dependência econômica. E, pela jurispru-
dência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, “em caso de res-
ponsabilidade civil por morte, é devida a condenação ao pagamento de
pensão mensal a familiares do falecido, ainda que a vítima não exerça
atividade remunerada”'º.
Assim, “em caso de óbito de cônjuge e ascendente, o pensiona-
mento é devido se demonstrada a dependência econômica, presumida
quanto aos filhos menores”? Isto é, em relação aos filhos, a “depen-
dência econômica se presume”'ºS,
No tocante à morte de filho maior, há a “necessidade de demonstra-
ção de dependência econômica em relação a vítima na época do evento
danoso”,
nã
Porém, essa presunção de dependência também é considerada
jurisprudência em caso de família de baixa renda. Isto é, “em famílias de
seus mem
p o
ros" , presume-se a dependência econômica entre
De fato, “em se tratando de família de baixa renda, em que Se pre
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
forma coisa
de pensão alimentícia não
ii e AO Ê sans ao Ep fixa os do art. 505, |. do
olda aos term
Código d E REDE E hipótese se am
“Nenhum juiz decidirá nov”
e Frocesso Civil, que dispõe que
à BRASIL. Trib ]
13 74-
;5.200 9.8.1 2. 0036, deve: Justiç a de Mato Grosso do Sul. Apelação Civel n. O 001200 10%
2013. , or Desembargador Marco André Nogueira Hanson,
É
de Minas Gerais. Apelação Civel n. 1,0114.10.01448
114 BRASIL. Trib
41001. 0p ci nal de Justiça
EH 98
-
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CiviL
E ad
FERREIRA MARCHETTI FILHO
E GILBERTO
E 100
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
Ce
avo dede Ins trumen to n.
124 BRASIL. - TriTribunal de Justiça
iça de de Minas Gerai s.los Agr
Roberto Faria, 10 ago.
Relator Desembargador Car
2053-13.033192-2/001.
ção Cíveln. 1.0210.06.038317-
125 BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apela
$/002. Relator D esembargador Fabioi Maiaia Viani,
Vian 29 mai.i. 2008 . f
: Gerais. Remessa Necessária
Minas
26 Nesse sentido: BRASIL. Tribunal de Justiça de
1. 1.0708.13.003373-9/001
. Op. cit.
m 101
e
FILH O
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
. terce
mo iro salário e as fá
ido,
j o ofendido,
jus à épocaao dodéci
bia entes
as verbas refer aciden te j 1a
rias”'7, “se a vítima as rece
.
por que “o pen sio nam ent o men sal, impusio ao causador doi
Isso tata.
cer as condições financeiras cons
cito, tem como objetivo restabele
m dl a família. Assim, as
das ao tempo em que era presente que ça
os trabalhistas fixados na senten
férias, o 13º salário e outros encarg
dor
são nada mais do que acessórios que integram o salário do trabalha
entes de viti-
para todos os efeitos, sendo também devidos aos depend
ma falecida”'?.
De conseguinte, “na esteira também da jurisprudência do STJ, a
indenização a título de pensão em virtude de falecimento de vítima deve
abarcar não só o 13º salário, mas também os valores relativos ao ter-
ço constitucional de férias, notadamente porque demonstrado o vínculo
empregatício mantido pela vítima na ocasião do falecimento”,
Demais disso, “demonstrado o recebimento de salário, a inclusão
das férias no cálculo da pensão não configura julgamento extra peti-
ta”, Em outro falar, “tratando-se de pensionamento, consignando os
autos que a vítima era empregada assalariada, a inclusão dos valores
relativos ao 13º salário e às férias não viola os artigos 322 e 492 do Có-
digo de Processo Civil"!
Lado outro, “a ausência de comprovação de vínculo empregatício
da vítima impede a inclusão, no cálculo da indenização, dos valores re-
lativos ao décimo terceiro salário e à gratificação de férias”'º.
Em 102
a ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 103
LHO
MARCHETTI FI
m GILBERTO FERREIRA
137 B
O
ne
so
Tribunal de Justiça. Agravo Interno no Agravo2017.em Recurjtor
ed
138 BRASIL, upon Ministro Luis Felipe Salomão, 9 mai.
Ministro Aldir Passarinho iii Ea Recurso Especial n. 537382/RJ. Rê
E 104
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSAB
ILIDADE CiviL
Especial n.
139 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regi mental no Recurso
TD
m 105
EIRA MARC HETTI FILHO
m GILBERTO FERR
E 106
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 107
O o
RCHETTI FILHO
EB GILBERTO FERREIRA MA
152 BRASI
L. Superior Tribunal de Justiça. Embargos
de Diver
Especial n. 1191598/DF. Relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, 26gênci a em Ra
abr. 2017.
153 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Espec
ial n. 685801/MG. Relato
Ministro Antonio Carlos Ferreira, 6 mai. 2014.
154 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Espec
ial n. 1270983/SP. Rasa
Ministro Luis Felipe Salomão, 8 mar. 2016.
155 Op. cit. Tribunal de Justi ça de Minas Gerais. Apelaçãox Cível n. 1.0702. 04.132524-
3/001.BRASIL.
m 108
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 109
TTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHE
Hm 110
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
0041259-
162 BRASIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Apelação Cível n.
m 111
FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
m, o bom nome,
me, a humilhação, a privacidade, a intimidade, a image
dentre outras ocorrências.
Entretanto, não é qualquer situação corriqueira do dia-a-dia que é
capaz de gerar o dano moral.
Verdadeiramente, o Superior Tribunal de Justiça tem reiteradamen-
te decidido que mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sen-
sibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto,
além de fazerem parte da normalidade do dia-a-dia, no trabalho, no trãn.
sito entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são
intensas e duradouras a ponto de romper O equilíbrio moral do indivíduo.
Se assim não se entender, acabar-se-ia por banalizar o dano moral,
ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais
acontecimentos ou simples aborrecimentos.
É ainda bem de ver que, como dito, a natureza do dano moral não é
reparar a lesão sofrida, posto que é impossível voltar ao estado anterior.
Por exemplo, importância econômica alguma poderá reparar a perda de
um filho. O dinheiro não substitui um ente querido que se foi em decor-
rência de um evento lesivo.
Portanto, o dano moral tem por natureza compensar a vítima pelo
abalo sofrido e punir o agente para que não cometa mais tal ato.
De outro norte, existem duas formas de arbitramento do dano mo-
ral: a tarifada e por arbítrio do magistrado. A primeira modalidade no Bra-
sil é exceção e se configura algumas hipóteses descritas na lei, como
nos arts. 939 e 940 do Código Civil.
A regra no Brasil é a de que os critérios de fixação do dano moral
devem ficar ao prudente arbítrio do julgador que, com seu subjetivismo
e ponderação, dentro da devida fundamentação exigida pelo art. 489, do
CPC, encontrará sempre a melhor solução para o caso.
Dentro desses critérios, convencionou-se na doutrina e jurisprudên-
cia que a compensação do dano moral deve ter o caráter punitivo e
compensatório.
E 112
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
= 113
MARCHETTI FILH O
E GILBERTO FERREIRA
em prova robusta;
11. Basear- se sempre como a cultura,
sem pre OS pri nci pios das partes, bem
12. Analisar fissionalai;
social e a CO ndição pro
educação, a posição
país;
Pro cur ar har mon iza r com outras sentenças do
13. idado:
senso, à pucca a Squ
14. Buscar sempre o bom
xar a vítima rica. Não se indeniza
15. Aindenização não tem como fim dei
patrimônio do agente.
exclusivamente em razão do
EH 114
DADE CIVIL
a ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILI
m 115
TTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHE
Hm 116
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 117
FERREIRA MARCHETTI FILHO
E GILBERTO
Hm 118
SABILIDADE CIVIL
a ESTUDOS DE DIREITO - RESPON
que o acometem"'*?.
lizada, decorrente dos males
ais ainda confundem dano moral
Alias, muitas decisões dos tribun
“o dano moral é O prejuízo que afe-
com dano psíquico, entendendo que os
ctual da vítima, ofendendo os direit
ele
ta o ânimo psíquico, moral e int
da personalidade”"*.
tem
mento jurídico brasileiro não exis
Mesmo porque, “no ordena
ue esta
tificação do dano moral, até porq
critérios objetivos para a quan
era psíquica do indivíduo e estar in-
espécie de dano, por atingir a esf os
o permite que se criem parâmetr
timamente ligada à sua moral, nã ado de
extensão, devendo ser arbitr
concretos para a análise de sua
ica do ofensor, as necessidades do
acordo com a possibilidade econôm o
o grau de culpa ou dolo envolvid
ofendido, a potencialidade do dano e
no ato lesivo”'*.
cada. Mas, diante da classifi-
Não que essa corrente esteja equivo
, dentro da ideia de reparação
cação tetrapartida da indenização do dano
tado seria definir uma indeniza-
integral do prejuízo sofrido, o mais acer
dano.
ção para cada uma das tipologias de
psíquico não te m natu-
Mormente porque a indenização do dano
mas sim reparatória, buscando resti-
reza meramente compensatória,
ico e psiquiátrico da vítima,
tuir valores gastos com tratamento psicológ
icos e psiquiátricos que ela
diante dos distúrbios e transtornos psicológ
adquiriu diante do evento lesivo.
, em separado do dano
Dessa forma, a liquidação do dano psíquico
r a restituição dos gastos
moral, com natureza reparatória, deve visa
ma, seja com profissional
efetivados com o tratamento médico da víti
envolvendo ai, consultas,
da psicologia, seja com expert na psiquiatria,
determinado ou indetermi-
exames e medicamentos de uso por tempo
bos e notas fiscais de
nado, comprovados mediante receituários, reci
ção Cível n. 1 .0625.13.013090-
182 BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Ge rais. Apela
6 mar. 2018.
3/001. Relator Desembargador Luiz Artur Hilário,
Apelação Cível n. 0843706-
183 BRASIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
da Silva, 7 dez. 2017.
65.2015.8.12.0001. Relator Desembargador Vladimir Abreu
Sul. Ape lação Cível n. 0802886-
184 BRASIL. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Noguei ra Han son, 13 mar.
33.2017.8.12.0001. RelatorDesembargador Marco André
2018.
m 119
MARCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA
despesas.
monetária € ) uros moratórios relativos aos
No referente à correção as mesmas regras relativa
dinheiro, aplicam-se
gastos indenizados em
aos danos materiais.
120
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 121
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E 122
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CIVIL
Em 123
|—— 2 1
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E 124
DT
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE civiL
as
FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
F “juizo E ma,
fendido não puder provar Prejuízo
dido” (art. 953). E “se 0 0
E
sa juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização,
a das circunstâncias do caso (art. 953, parágrafo único)
E 126
a ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CIVIL
E 127
CHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MAR
E 128
à ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSAB
ILIDADE CIVIL
Por outro
guita fá
lado, “configura dano moral i izó
j al indenizável a manutenção de
pessoa reconhecidamente inocente, ) em decorrência d á
prisão ilegal de e
mandado de prisão irregularmente mantido em aberto”1ss
Dessa forma, “demonstrada a prisão ilegal, responderá o Estado
pelos danos morais suportados pela vítima, que não podem ser conside-
rados, dadas as circunstâncias e às condições das unidades prisionais
do país, como mero dissabor ou aborrecimento cotidiano”,
Nessa ordem de ideias, “na fixação do valor da indenização por
danos morais deve ser levada em conta a extensão do dano, propor-
cionando à vítima uma satisfação econômica na justa medida do abalo
sofrido, não se configurando fonte de enriquecimento sem causa, nem
se apresentando inexpressiva, respeitando, assim, os princípios da ra-
zoabilidade e da proporcionalidade. O reconhecimento do direito à in-
denização por danos materiais, por sua vez, depende de comprovação
dos gastos despendidos pelo indivíduo, com o objetivo de se defender
judicialmente, e se for o caso, dos valores que deixou de receber a título
de remuneração trabalhista, em razão de ato ilícito praticado pelo ente
estatal, qual seja, a prisão ilegal, não sendo, portanto, presumido”,
m 129
a
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
Hm 130
s E STUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
inistrativamente, o qu
admi e ocorre na maioria
das Situações.
Em assim sendo, “aquele que demandar Po
r dívida já Paga
arte, sem ressalvar as quantias rece , no todo
bidas ou pedir ma
ee EA ficará obrigado a pagar ao deve is do que
d Of, No primeiro
E E avos cobrado e, no segundo, o e Ca so , o do bro
quivalente do que
o se houver prescrição” (art. 940). de le exigir,
O que temos aqui é um
exemplo clássico de inde
legislador, isto é, aque nização tarifada
la em
que a lei traz a regra
pelo eg ão
para o magistrado. Lo de fixação da
go, “verificada a de
Indenização P e-se a obri manda por dívida
já paga. Gaio
gação
de pagamento em dobro
na forma do art. 940 do valor exigido
indevidamen ia do qu ”. Me sm o porque esse equívoco
e mero dissabor ou aborrecimento,
“ocasionou m edida mas um dano
em que se fez nece
ssária a contrataçã
o de advoga-
E
do para a ea Er pordadés providências cabíveis, porque
bito adimplido, além chamado em Juizo
de ter tido o be
poe ra Ei m Aprpendido,
situaçã po de pr es um ir o tr an storno e constrangimento”!
Porém,
0sobe o assunto, algumas notas devem ser tecidas.
,
= = pda pr Po Tp
ed doa É conforme a regra geral do art. 944 do C,
DO Rn
|. Apelaçã | n. 0020275-
i Justiça de M
ps Pavan,o 2Cíve
4
6 fev. 2013. ;
1201 TribunalFo de
20!
198 BRASIL Desemba
Justiça rgador lgo aelação
de Minas E
Choi n. 1.0024.08.251154
4/0041. Relator Desembargador Otávio
Portes,
m 131
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
“ “199
estar relacionado com a extensão do dano”'>.
A terceira nota é de que essa cobrança deve ter ocorrido de má,
-fé, na forma da Súmula 159, do Supremo Tribunal Federal, pela qua)
“cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art,
940 do Código Civil”. Assim, “nos termos da Súmula n. 159 do Supremo
Tribunal Federal, bem como do entendimento consolidado do Superior
Tribunal de Justiça, não se aplica a pena do art. 940 do CC/2002 quan.
do não comprovada a má-fé do credor na cobrança de dívida paga ou
excessiva"?º,
Enfim, “a aplicação da sanção prevista no artigo 940, do Código ci.
vil, para quem demandar por dívida já paga, somente pode ser requerida
por meio de reconvenção ou de ação própria, não se prestando a este
fim, o simples requerimento da parte feito em contestação. Ninguém
pode ser condenado sem o devido processo legal"?!
Importante lembrar que, apesar de se exigir a ação judicial para se
configurar a indenização tarifada do art. 940, “a reiterada cobrança de
dívida paga e a ameaça de inclusão indevida do nome de uma pessoa
em cadastro restritivo de crédito acarreta ao responsável a responsabi-
lidade de indenizar o suposto devedor, por dano moral, nos termos do
art. 186 do Código Civil, não se cogitando de prova do prejuízo, que é
presumido"2º2,
E 132
CAPÍTULO 8
AS EXCLUDENTES DE RESPO
CIVIL NSABILIDADE
a) Estado de necessidade;
b) Legítima defesa;
c) Estrito cumprimento de dever legal;
d) Exercício regular do direito;
e) Culpa exclusiva da vítima;
f) Culpa concorrente;
9) Fato de terceiro;
h) Caso fortuito e força maior;
i) Cláusula de não indenizar
E 134
m ESTU DOS DE DIREITO -
RESPONSABILIDADE CIV
IL
203
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, 18 dez. 2012.
m 135
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
H 136
E ESTUDOS DE DIREIT
O - RESPONSABILI
DADE CiviL
ção dos fatos, e por isso não exclui a responsabilidade civil pelos dano
que dela decorram"2”, É
Em outro falar, “a legítima defesa putativa derivada de erro inescu-
sável, como a que é verificada na hipótese em exame, não é capaz de
afastar o dever de indenizar, pois o erro na interpretação da situação
fática decorre da imprudência do causador do dano"2º, E
Logo, a legitima defesa real exclui o dever de indenizar, desde que
não configurado o abuso de direito; mas a legitima defesa putativa não.
m 137
FILH 0
Em GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
m 138
5 ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
sia
dos tribun ais está replet a de situações que podem configurar culpa
clusiva da vítima.
A título exemplificativo, “a inobservância concreta da regra que im-
pede a realização da ultrapassagem em local com visibilidade
reduzida
— subida em rodovia — bem como por se tratar de ponto
de entrada e saí-
da de veículos, determina o reconhecimento da culpa exclusiva do autor
pelo evento danoso, o que impede a responsabilização do requeri
do”?!
Dessa forma, “afasta-se a responsabilidade civil quando demonsirado
pela dinâmica do acidente e respectivo pelo laudo pericial, que
o aci
dente ocorreu por culpa exclusiva da vítima, que realizou ultrapassagem
em local proibido"?'2.
Na mesma sorte, “se a vítima, pedestre, adentrou abruptamente na
pista de rolamento e foi colhida por motociclista, vindo a vítima à óbito,
não se há falar em culpa do condutor da moto que, aliás, trafegava em
velocidade normal. Houve no caso culpa exclusiva da vítima, que não
tomou as cautelas necessárias para atravessar ou para adentrar a pista
de rolamento, conforme exige o art. 69 do Código de Transito Brasilei-
rot,
E mais: “Verificando-se que o autor, por conta própria, assumiu ati-
vidade para o qual não foi escalado e nem estava habituado, sem or-
dem de superior hierárquico e havendo servidor responsável por fazê-la,
iniludível a culpa exclusiva da vítima pelo acidente que lhe causou da-
nos durante sua jornada de trabalho, ficando evidenciada a excludente
da responsabilização civil do ente público"?'*.
De outro norte, existe a culpa concorrente, que é um desmembra-
mento da culpa exclusiva.
Na culpa concorrente, tanto o agente quanto a vítima concorreram,
contribuíram para o evento danoso. Por exemplo, “constata-se culpa
211 BRASIL. Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Apelação Cível n. 0804674-
89.2011.8.12.0002. Relator Desembargador Sideni Soncini Pimentel, 13 mar. 2018.
212 BRASIL. Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Apelação Cível n. 0800168-
03.2012.8.12.0013. Relator Desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, 30 jan. 2018.
n. 0801557-
213 BRASIL. Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Apelação Cível 2018.
05.2012.8.12.0019. Relator Desembarg ador Luiz Tadeu Barbosa Silva, 6 fev.
214 BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Civel n. 1 .0216.10.002991-
m 139
e!
FILHO
R A MARCHETTI
Em GILBERTO FERREI
ente de trânsito
do há a dem onstração de que o acid j
ambas as pessoas envoly
conc or re nt e qu an
da fal ta de cuidado de
ocorreu em razão
das”?'º.
para
Nessa situação, “se a vítima tiver concorrido culposamenteconta a
o evento danoso, a sua ind enização será fixada tendo-se em
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano” (art. 945).
condição deve ser levada
Assim, “comprovada a culpa concorrente, tal
indenizações devidas"?'8,
em consideração para se aferir as
valor da indenização por dano
Nessa linha, “no arbitramento do
mento da culpa
moral devem ser levados em consideração o reconheci
rontando a
concorrente da vítima pela ocorrência do evento danoso, conf
ocorrência
gravidade de sua culpa com a da instituição financeira para a
go Civil"2"”.
do dano, nos termos do art. 945 do Códi
E 140
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
m 141
Pa)
FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
m 142
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CiviL
168346/SP. Relator
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.
1 ———e——
224
Ministro Waldemar Zveiter, 20 mai. 1999.
= 143
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
Diante disso, “sob pena de responder por perdas e danos, não po-
derá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da
coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem” (art. 640). Demais
disso, “o depositário não responde pelos casos de força maior; mas,
para que lhe valha a escusa, terá de prová-los” (art. 642).
Observa-se que a indenização pelo prejuízos causados à coisa é
direito inerente à própria natureza do negócio. O depositário tem a res.
ponsabilidade precípua de guardar e conservar à coisa. Não o fazendo
e advindo danos sobre ela, deverá indenizar.
Agora, imagina-se nessa situação, num contrato de adesão, se co-
locar uma cláusula que importa em excluir essa responsabilidade. Reti-
raria do depositante um direito inerente à própria natureza do contrato,
E também importaria, indiretamente, na desoneração pela responsabili-
dade de guarda e conservação.
E 144
CAPÍTULO9
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
a sua interpretação.
assunto e que causa dúvidas quanto
Por muito tempo, principalmente após a Constituição Federal de
1988, entendeu-se que a responsabilidade do Estado Sempre seria ob.
te pú-
jetiva, independentemente do tipo de conduta praticada pelo agen
blico, isto é, se positiva ou negativa (ação ou omissão).
Entrementes, essa ideia começou à sofrer ataques e mudanças,
principalmente a partir do ano de 2000. E o tema pois é exatamente
esse: a responsabilidade civil do Estado é sempre objetiva OU é possível
em algumas situações ela ser subjetiva? E correto imputar a responsa.
bilidade objetiva até mesmo quando O Estado, por seus agentes, deve-
riam atuar e não atuam?
E 146
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE
CiviL
m 147
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
m 148
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE civiL
m 149
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
m 150
s ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
administrativo.
Todavia, como mencionado, por muito tempo esse entendimento
se fixou no sentido de que a responsabilidade civil do Estado seria ob-
jetiva em qualquer situação, seja pela ação ou pela omissão do agente
público.
Deveras, naquela época, “o reconhecimento da responsabilidade
civil do Estado ou das entidades de direito privado prestadoras de servi-
ços públicos, embora objetiva, por efeito de previsão constitucional (CF,
art. 37, 8 6º), não afasta a necessidade de comprovação do nexo de
causalidade material entre o comportamento - positivo (ação) ou negati-
vo (omissão) - imputado aos agentes de referidas pessoas jurídicas, de
um lado, e o evento danoso infligido a terceiros, de outro”?2.
nm 151
|
a
ILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI F
H 152
à ESTUDOS DE DIREIT
O - RESPONSABILIDA
DE CiviL
= 153
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
= 154
Dee
a ESTUDOS DE DIREITO - RES
PONSABILIDADE CIVIL
Ce
m 155
O
MARCHETTI FI LH
E GILBERTO FERREIRA
1249
de vidos por seu autor"?.
ícia
gência, prudência ou per Duez,
sa desse estudo a e fazPaul
Dessa forma, a origem france qu e “ao enuncia- as ex pr essa
fau te du se rv ic e,
três modalidade da s”*:
re co rr en do a expressõões la tina
menção à culpa, i e à mal fonctiionné"?
'!1) ou culpa
"25
ma l ('l e se rv ic
a) serviço que funcionou
in committendo; ou culpa
funcionou (le servic e n'a pas fonctionné"”)
b) serviço que não
in ommittendo; e
(“le service a fonctionné tardive-
c) serviço que funcionou tardiamente
ment””).
eituoso
“nem todo funcionamento def
Enfim, devemos lembrar que ncês
ser viç o aca rre ta res pon sab ili dade. O Conselho de Estado fra
do média que se
o em conta a “diligência
aprecia in concreto a falta, levand
viço”.
poderia legitimamente exigir do ser
ligência
à culpa relaciona-se com neg
Seja como for, “é sabido que
ência ou imperícia. Donde, a
(noção antitética à de diligência), imprud
ubitavelmente, responsabili-
responsabilidade por falta de serviço é, ind
dade subjetiva”.
o
Nessa ordem de ideias, tendo em vista essa lição de Celso Antôni
Bandeira de Mello, aqui resumida em algumas linhas de citação literal,
temos que “nas situações em que o dano somente foi possível em de-
corrência da omissão do Poder Público (o serviço não funcionou, funcio-
nou mal ou tardiamente), deve ser aplicada a teoria da responsabilidade
subjetiva. Se o Estado não agiu, não pode ser ele o autor do dano. Se
não foi o autor, cabe responsabilizá-lo apenas na hipótese de estar obri-
gado a impedir o evento lesivo, sob pena de convertê-lo em 'segurador
249 Ibidem. p
250 Idem. |
“ ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
universal”.
Portanto, “na hipótese de danos por omissão do Estado a respon-
sabilidade só tem lugar caso haja comportamento ilícito, ou seja, se
omisso foi quando a lei impunha-lhe impedir o evento lesivo",
m 157
FILHO
RA MARCHETTI
E GILBERTO FERREI
m 158
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE Civil
E 159
am
gsTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE civyi,
i
entou, inclusive que no âmb to dos direit
do ambiente"*. Aliás, Fi ass os
sociais, “não só a aminisitação pública recebeu a incum bência de Criar
e implementar políticas públicas necessárias à satisfaçã O dos fins cons-
, o Poder Ju dici
gtucionalmente delineados, como também ário teve sua
margem de atuação ampliada, como forma de fi Scalizar e velar pelo
fiel
,
cumprimento dos objetivos constitucionais"
de
Frise-se que “a jurisprudência predominante no STJ é no sentido
a |
TTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHE
autoaplicável"”º.
Isso porque “a violaç: ão a direitos funda
mentais causadora de da-
imentos qaiueiaiits não pode ja
nos pessoais a detentos em estabelec
simplesmente relevada ao argumento de sie a indenização não tem
ênto conside-
alcance para eliminar o grave problema prisional glabalin
tação de políticas públicas
rado, que depende da definição e da implan
rativa, não
específicas, providências de atribuição legislativa e administ
de provimentos judiciais. Esse argumento, se admitido, acabaria por jus-
tificar a perpetuação da desumana situação que se constata em presi-
dios como o de que trata a presente demanda"?Ӽ.
Por tal razão, inaplicável, no entendimento da Suprema Corte
Constitucional, o princípio da reserva do possível, considerando que “o
Estado é responsável pela guarda e segurança das pessoas submetidas
a encarceramento, enquanto permanecerem detidas. É seu dever man-
tê-las em condições carcerárias com mínimos padrões de humanidade
estabelecidos em lei, bem como, se for o caso, ressarcir danos que daí
decorrerem"?!.
Assim, “a garantia mínima de segurança pessoal, física e psíqui-
ca, dos detentos, constitui dever estatal que possui amplo lastro não
apenas no ordenamento nacional (Constituição Federal, art. 5º, XLVII,
“e”; XLVIII; XLIX; Lei 7.210/84 (LEP), arts. 10; 11; 12; 40; 85; 87; 88;
Lei 9.455/97 - crime de tortura; Lei 12.874/13 — Sistema Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura), como, também, em fontes normativas
internacionais adotadas pelo Brasil (Pacto Internacional de Direitos Civis
e Políticos das Nações Unidas, de 1966, arts. 2; 7; 10; e 14; Convenção
Americana de Direitos Humanos, de 1969, arts. 5º: 11; 25; Princípios e
Boas Práticas para a Proteção de Pessoas Privadas de Liberdade nas
Américas — Resolução 01/08, aprovada em 13 de março de 2008,
pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos; Convenção da ONU
contra Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes, de 1984: e Regras Mínimas para o Tratamento de Prisio- )
269 Idem.
270 Idem.
271 Idem.
E 160
à
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
272 Idem.
273 Idem.
274 Idem.
m 161
y
FILHO
REIR A MARCHETTI
m GILBERTO FER
a
e i r o , é p a r t e p assiva ilegítim
dan o a terc ntra o poder p
a
ções e em te
se, cause
a t a m b é m movida co 75
n i z a t ó r i ral pr e
figurar em a
ção inde “a Co nstituição Fede Ps
endi do qu e
e, compre de direito privado
De outro nort
s de di re it o público e aS
jurídica
que as pessoas rão pelos danos que seus ai
s
os públicos responde , sã
doras de serviç s e g u r ado o direito de
a"?º, há uma ue
ei ro s, a s
causarem à terc ou cu lp
nessa qualidade, casos de do lo
vel nos oposta diretamente
so contra O responsá po de a aç ão se r pr
a o tema:
tão que sempre permei usador do dano e não contra o Estado?
Ou
contra o agente público ca te público? O agen
se r pr op os ta co ntra O Estado e contra
ainda, pode ela re-se à solidarie
qu e co ns id er ar que a hipótese refe
primeiro, temos O ag ente causador do dano, nos termos
tre o Es ta do e
dade passiva en cando-se as regras
da solidarie-
Civ il. Lo go , ap li propor
do art. 942 do Código co mo cr ed or a, teria o direito de
tese, a vítima, ambos
dade passiva, em o ou agente) ou contra
aç ão co nt ra qu al qu er um deles (Estad
a -
o é tão si mp le s. Ta nt o que há profundas divergên
Mas a solução nã
ncia sobre O tema.
cias na doutrina e na jurisprudê
pr em o Tr ib un al Fe de ra l já decidiu a respeito assentan-
O próprio Su antia:
ra “dupla gar
o art . 37, 86 º | da Constituição Federal consag
e tra
itando-lhe ação indenizatória con
do qu
fav or do par tic ula r, po ss ib il
uma, em te ser-
ídi ca de dir eit o púb lic o, ou de direito privado que pres
a pessoa jur ibilidade de
or, praticamente certa, a poss
viço público, dado que bem mai nto
nte sofrido. Outra garantia, no enta
pagamento do dano objetivame
pro l do se rv id or est ata l, qu e so me nte responde administrativa e j
em l vinc E
cujo quadro funciona se
vilmente perante a pessoa jurídica a
ovimento"?””. sato
Recurso extraordinário a que se nega pr
: ações que a responsabili-
i
amsMasea REA sempre acontece. Há situ
judiciária não
usiva do Estado. Por exemplo, “a autoridade
275 BRASIL. É Tribunal de ustiça
Justi de Minas Gerai ão Cí
dica Alberto Vilas oa e
ae de! ustiça. Agravo Regimental
. Superior Tribunal de Justi i
ti
Ministro Arnaldo dp
2014. pecial n. 1364430/DF. Relator
277 BRASIL. . Su Suprem o Tribunal
i Federal. Recurso Extraordinário n. 327904/SP. É Relator |
EH 162
yDOS DE DIREIU - RESPONSABILIDADE ciyy, |
EST |
m 163
—amd
FILHO
LB ER TO F ER RE IR A MARCHETTI
E GI
E 164
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIvIL
m 165
IRA MARCHETTI FILHO Ene 5
m GILBERTO FERRE
de pessoas".
terminada ou grupo cia N
sa bi li da de ob je ti va do Estado em decorrên
Assim, “a respon di
s líc ito s de pe nd e da configuração de violação a di
atos comissivo fico e anormal, a justif.
resu Ite dano real, especí
pelo ato estatal, de que
o"*.
car o dever de reparaçã
DO ESTADO E OS DANOS
E 9.7 A RESPONSABILIDADE
RAJUDICIAIS
PROVOCADOS POR CARTÓRIOS EXT
responde por
Trata-se de outro tema bastante polêmico: o Estado
Extrajudiciais?
atos danosos praticados por Cartórios
dada a *na-
Em 1999, o Supremo Tribunal Federal entendeu que,
de
tureza estatal das atividades exercidas pelos serventuários titulares
er privado, por de-
cartórios e registros extrajudiciais, exercidas em carát
o
legação do Poder Público"2%, há “responsabilidade objetiva do Estad
ício
pelos danos praticados a terceiros por esses servidores no exerc
de tais funções, assegurado O direito de regresso contra o notário, nos
casos de dolo ou culpa (C.F., art. 37, 8 6º)”.
Seguindo esse entendimento, o STF ainda decidiu que “responde
o Estado pelos danos causados em razão de reconhecimento de firma
considerada assinatura falsa". Isso porque “em se tratando de ativi-
dade cartorária exercida à luz do artigo 236 da Constituição Federal, a
responsabilidade objetiva é do notário, no que assume posição seme-
lhante à das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos - 8 6º do artigo 37 também da Carta da República”.
Essa forma de entender ainda é seguida hoje pelo Superior Tribu-
m 166
sTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
E
facilmenteEopon
s EaD resso para a pu-E
à ação de regl».
rar-se à res sabilidade subjetiva do preposto estata
Mesmo porque “a função eminentemente pública dos se
Tviços no-
tariais configura a natureza estatal das atividades exercidas
pelos ser-
ventuários titulares de cartórios e registros extrajudiciais",
obviamente que, como dito, o Estado terá direito de regresso con-
tra o titular da serventia causadora do dano. E este terá também direito
de regresso contra o funcionário (serventuário) que originariamente co-
meteu o erro ou ilícito danoso.
Mormente porque “em princípio, a responsabilidade
dos titulares de
Cartórios Extrajudiciais é pessoal e intransmissível. Contudo, o art. 22
da Lei 8.935/94 assegura o exercício, por estes, do direito de regresso
em face de seus prepostos nas hipóteses de dolo ou culpa”>”.
Logo, a título exemplificativo, “se um preposto do Cartório, na qua-
lidade de Oficial Substituto, atesta a regularidade de uma matrícula e,
posteriormente, ao assumir a titularidade do Cartório, cancela a mesma
matrícula cuja legitimidade atestara, é possível que o prejudicado ajuíze
diretamente em face dele uma ação para apurar sua responsabilidade
civil. Isso porque, nas hipóteses em que haja dolo ou culpa, seria dele,
—emem
avo Regimental no Recurso Especial n.
290 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agr
1005878/GO. Relator Ministro Humberto Martins, 28 abr. 200al9. n. 489511/SP. Relatora
o Especi
291 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurs
Ministra Eliana Calmon, 22 jun. 2004. nado
aord io
inár
l. Agravo Regimental no Recurso Extr
282 BRASIL, Supremo Tribunal Federa
, 10 mar. 2009. —
bia Relatora Ministra Ellen Gracie al n. 1 270018/MS. Relatora
da Superior Tribunal de Justiç Recurso Especi
a.
Nancy Andrighi, 19 jun. 2012.
E 167
FILHO
FERREIRA MA RC HETTI
E GILBERTO
cidente”,
re sp o ns ab il id ade final pelo in
, a
de todo modo «r Estado responde objetivamente pelo
s danos Causa.
Em suma: “o Esta orrência da atividade
notarial, cabendo direito
dos a terceiros em end or do dano em caso de dolo ou culpa, nos
E os do ame
term art. 4!na 3 “+ da Constituição Federal,
294 Idem.
295 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo Regimental no Recurso Extraordinário
n. 788009. Relator Ministro Dias Toffoli,
19 ago. 2014.
m 168
c APÍTULO 10
RESPONSABILIDADE CIVIL NO Dj
*ONSUMIDOR REITO DO
Observa-se que esse Código traz consigo ideias centrais que de-
vem nortear toda relação de consumo, como agir com boa-fé, respeitar,
agir com transparência, harmonizar, compatibilizar, viabilizar, equilibrar,
E 170
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
|
296 CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Direito do Consumidor. 4. ed. São
——
1d
|
MARCHETTI FILH 0
E GILBERTO FERREIRA
SS
dei inci
Dessa forma, o campo difuso, que trespassa
pas por todas a é
esfda p
sumidor é muito amplo, abrangente, nsum
ocorrer a relação de co
áreas do direito em que
|
m 10.3 A RELAÇÃO DE CONSUMO
|
consumo?
E o que é, então, a rela ção de
em
O legislador não so preocupou
De inicio podemos afirmar que do
o. Não há ne Código de Defesa
conceituar o que é relação de consum nte porque,
disso. Isso é interessa
Consumidor uma definição específica restringindo para
r deixou aberto O conceito, não O
assim, o legislado
objetivo central que éproteger a
que pudesse atender efetivamente seu ir.
a do direito em que ela surg
relação de consumo em qualquer áre
Logo, será relação de consumo quanto estivermos diante de atos
to de produtos, a presta-
de consumo, “assim entendidos O fornecimen
suportes fáticos, e
ção de serviços, OS acidentes de consumo e outros
atos
fazem operar os efeitos jurídicos nelas previstos"?º. E para haver
de consumo, devemos ter como sujeitos consumidor e fornecedor, e
H 172
squDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE clviL
E
as definições são de
pendentes uma das
; : o ut
contrário»
tes para ensejar a aplicação do CDQ", Tas, devendo es.
r presen il
piante dessa sistemática, passemos a
uma breve Conceituaca
nsumidor, fornecedor, produto e serviço, eis que isso Ki per
c ane nã responsabilidade civil no direito
m
do consumidor .
- 10.40 CONSUMIDOR
m 174
TUDOS DE DIREHU - KESPUNSABILIDADE Civil
ES
lidade “é presumida
do APAE e q
relativamente à pessoa física
yulnerab » devend
d emonst rada quando a pessoa jurídica Pretende ser : O ser
07, Considerada con-
sumidora
Logo, no tocante a pessoa jurídica, a re gra é
que “a aqui
sição de
ens ou à utilização de serviços, por pessoa natural OU
jurídica, com
escopo de implementar ou incrementar a sua ativid o
ade negocial,
não se
reputa como relação de consumo e, sim, com O uma ativida
de de consu-
mo intermediária".
gm outro falar, “o Código de Defesa do Consumidor
não se an lica
para Fipe
no caso em que O Erodiio ou serviço é contratado
o dentada
de atividade econômica, já que não estaria configurado
final da relação de consumo, podendo no entanto ser Mitigada a E
ção da teoria finalista quando ficar comprovada a condição de hipossufi
ciência técnica, jurídica ou econômica da pessoa jurídica"
Entrementes, em situações excepcionais, tem-se “mitigado os rigo-
res da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses
em que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não Seja propriamen-
te a destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação |
de vulnerabilidade ou submetida a prática abusiva":!º. O que, como dito,
convencionou chamar de teoria finalista mista ou mitigada.
Esse entendimento sana uma série de contradições e problemas |
que encontrávamos pela aplicação da teoria finalista pura, ou exageros
da teoria maximalista.
Um exemplo ocorre quando uma sociedade de advogados compra
um livro ou um notebook pelo site de uma grande empresa para uso no
escritório. Veja que tecnicamente, esses produtos são utilizados para
incremento da atividade profissional exercida e, assim, essa socieda-
luz da
307 BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. Manual de Direito do Consumidor à
jurisprudência do STJ. 12. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. p. 141.
n. 541867/BA. Relator
308 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial
Ministro Barros Monteiro, 10 nov. 2004.
309 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Embargos de Declaração Sa E id
18 o eo Relator
Recurso Especial n. 265.845/SP. Relator Ministro Marco BuzZi, :
310 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 567
Ministro Raul Araújo, 5 set. 2013.
E 175
a]
HETTI FILHO
LB ER TO FE RREIRA MARC
E GI
a consumidora pela teoria fina
lista pura Ma
considerad
de nã o seria Inerabililaç temigu
-seal que a sociedade seria
dadão
EH
o-se à | deia
da vu e, des | [
com a empresa ve N-
;
aplicand e re
is em flagrant
consumidora, po
dedora. ire ou
ssoa física ou jurídica que adqu
Enfim, «consumidor é toda pe um for-
pr od ut o ou se rviço oriundo de
atário final, iva ou
utiliza, como destin fin al, se gundo a teoria subjet
de st in at ár io
necedor. Por sua VEZ, ad e econômica, ou
seja, que
le que ultima a ativid
st a [... ], é aq ue consumi-lo, su-
bem ou O serviço para
finali
rcado o
retira de circulação do me ão pr óp ri a, não havendo, portanto
, a
e ou sa ti sf aç
prindo uma necessidad ivo. Logo, a relação
so dele no processo produt
reutilização ou O reingres relação
não pode ser confundida com
de consumo (consumidor final) cáv el das
nsu mid or int erm edi ári o)” ", sendo nesta inapli
de insumo (co
de Defesa do Consumidor.
regras proteti vas do Código
idor por equipa-
ra fig ura que de ve mo s considerar é O consum
Out i-
a proteção privilegiada do consum
ração. Trata-se de extensão dess
tivamente consumidoras, dentro do
dor para outras pessoas que não efe ou
, terceiros que não consumiram
conceito dantes passado. São, pois mas que fora m
de consumo diretamente,
não participaram da relação
uências dela.
atingidos ou sofreram conseq
r traz três hipóteses em que isso
O Código de Defesa do Consumido
ocorre:
único, pelo
a) a coletividade de pessoas, descrita no art. 2º, parágrafo
ainda que
qual “equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
Um
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”.
exemplo ocorre quando o pai compra uma pizza para consumo da
família. Todos comem dessa pizza e, por causa dela, todos contraem
uma infecção intestinal grave. Veja que, tecnicamente, apenas O pai
é consumidor, pois foi ele quem adquiriu. Os demais, pelo conceito
tradicional não são. Mas, em razão da equiparação, tornam-se con-
sumidores pois foram atingidos diretamente pela relação de consumo
m 176
ESTUDOS DE DIKEIHU - RESFUINDABILIDADE CIVIL
s
ai com a pizzaria.
do P
as vítimas do fato do produto ou serviço, na fo
p) Aqui,
todas ma do art. 17
“equiparam-se aos consumidores todas
as víti mas
; do evento”
danoso provocado pelo fato do produto ou serviço
E Logo, Se uma
pessoa é atropelada em razão de um defeito de fabri
Cação de um ve-
ículo, defeito esse que foi a causa do acidente, ess
a terceira pessoa
é equiparada a consumidora por ter sido vítima d
O fato do produto,
Nesse sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justi
firmou O entendimento de que “ainda que não tenham a ri
diretamente da relação de consumo, as vítimas de ao gia
dela decorrente sujeitam-se à proteção do Código de Defesa
Res
»312
sumidor *-.
todas as pessoas, determináveis ou não, expostas
c) merciais às práticas co-
e à disciplina contratual, conforme art. 29. Para o Código
“equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis
E
não, expostas às práticas” comerciais e contratuais. Logo, todos que
forem atingidos por publicidade abusiva, ofertas com falta de infor-
mação, cobranças vexatórias, cláusulas abusivas, etc. acabam por
serem equiparadas a consumidores, mesmo não tendo adquirido o
produto ou serviço.
E 10.5 O FORNECEDOR
Compreendido, pois, a definição de consumidor, vamos à conceitu-
ação de fornecedor, que se mostra mais simples.
Para o Código de Defesa do Consumidor, “fornecedor é toda pes-
soa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de pro-
ção, ex-
dução, montagem, criação, construção, transformação, importa
s ou prestação de
portação, distribuição ou comercialização de produto
serviços” (art. 3º).
bastante amplo e abran-
Trata-se, como se pode ver, de conceito
na E lat
312 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 1680693/RN, Restbr
Ministro Herman Benjamin, 3 out. 201
7.
m 177
o
MARCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA
m 178
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE ciyy
serviço. de produto e de
segundo o Código de Defesa do Consumidor, “produto é qual
bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” (art. 3º, $ 19), Es E
bem ampla, podemos afirmar que “em princípio, qualquer E
definição
pode ser considerado produto, desde que resulte de atividade Td
rial em série de transformação econômica”:*s,
Logo, bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais todos po
dem ser objeto de relação de consumo, desde que sofra intervenção do
trabalho humano ou mecânico.
Importante menciona prssnça dos bens imóveis nessa defini-
ção, porque classicamente, no direito civil, quando estudamos a parte
de bens, vemos que dentro da classificação ordinária, temos os bens
consumíveis e inconsumíveis, sendo que os bens imóveis são tradicio-
nalmente considerados inconsumíveis. E isso está correto.
De fato, para a classificação de bens, no direito civil, presente no
art. 86, os bens imóveis são inconsumíveis, pois seu uso não “importa
destruição imediata da própria substância, sendo também considerados
tais os destinados à alienação”.
Mas não é esse conceito que interessa no direito do consumidor.
Assim, bens imóveis, a despeito de serem inconsumíveis, podem ser
objetos da relação de consumo.
Outro ponto importante é que bens imateriais também podem ser
produto na relação de consumo, como pacote turístico, aplicações finan-
ceiras, energia elétrica, gás, telefonia, além de serviços fornecidos via
internet.
Por sua vez, “serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
natureza bancária,
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de de
tes das relações
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorren
e
E 179
FILHO
F E R R E I R A MARCHE TTI
a GILBERTO
ny
r tr ab al hi st a” (art. 3º,8 rvações.
caráte o s ex trair três obse
d e v e m
Desse cO nc
eito legal,
lo for.
de ve se r fo rn ec id o habitualmente pe
rviço oferecido
primeiro é que O se o é, “i mp õe que este seja
o. Ist
o de consum ômica do fornec
edor
necedor no mercad at iv id ad e ec on
decorrência da estar ne
no mercado, como rviço, mas de não
se nt id o, O fat o de constituir-se um se
Neste
re al prestação
izado como objeto jade pr
o no me rc ad o, ma s si m oblemá.
do oferecid st os (s er vi ços públicos, cu
eada po r im po à
esta tal típica cust s públicas, ou ainda
lítica
çã o do CD C) , realização de po
tica de ap li ca ade (caso das
de co ns um o ou sem profissionalid
o
margem do mercad im-
ri as ), faz co m qu e es ta definição adquira grande
locações imobil iá
dá no sentido do reconh ecimento como
ân ci a. Da me sm a fo rm a, se
port apostas submetidos à
objeto da relação de consumo, 0 caso dos jogos e o
me rc ia l, qu e se co ns id er am, pois, oferecidos no mercad
exploração co
317
de consumo"
se serviço deve ser remunerado. Essa
Em segundo, temos que &S a-
ou indireta. Será direta quando há efetiv
remuneração pode ser direta
serviço prestado.
mente contraprestação pelo
por outras vantagens
Será indireta quando a remuneração se der
decorrência do serviço. A
econômicas que o fornecedor receberá em
aparentemente gra-
doutrina também chama essa categoria de serviço
específica, mas vantagens
tuito, eis que não há uma remuneração direta,
o serviço de manobris-
indiretas recebidas pelo fornecedor. Exemplo, é
que na verdade
ta oferecido em restaurantes de forma “gratuita”, mas
o é o
acaba por atrair o cliente para seu estabelecimento. Outro exempl
vem
estacionamento “gratuito” em supermercados, que na verdade ser
a Ee ni E Ras E há formação de tnpao de con-
' go de Defesa do Consumidor.
m 180
ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
5
m 182
g sf E DADE Cri
za
do Su pe ri or Tri bun al de Justiça, não arreda a nature
a jurisprudên cia bate em questão, pois o CD
C
pu blico envolvida no de
jurídica de direito ações jurídicas
r estringe o foco de sua tutela às rel
em momento algum
ncia
rio, seu campo de aljação OU incidê
de natureza privada; pelo contrá (art 29),
.
ção dosconceitos de conpuetdor
é dado pela simples definito' (art. 3º,8 1º)e serviço (art. 3º, 8 2º), dos
"
fornecedor (art . 3º) , 'pr odu
r os serviços públicos prestados pe-
quais não se podem, a priori, exclui 2,
las concessionárias com fundamento no art. 175 da CF/88"
tuto consumerista traz disposi-
Ademais, como dito, “o próprio esta
decorrente de serviço
tivos expressos regrando a responsabilidade civil
, “Incidem as disposi-
público", como os arts. 4º, VII: 6º, X; e 22. Logo
r nas hipóteses de serviço pú-
ções do Código de Defesa do Consumido
ica tem natureza
blico prestado por concessionária, pois a relação Juríd
sob a modali-
de Direito Privado e o pagamento é contraprestação feita
como taxa"*26,
dade de tarifa, que não se classifica
E 184
ESTUDOS DE DIKEIU - KESPUNSABILIDADE CIVIL
W
a
m 185
RA MARCHETTI FILHO
m GILBERTO FERR EI
ne.
sumidor está em situação de vul
Parte do pressuposto de que O con
precisa ser defendido. Em busca
isso
rabilidade, de fragilidade e que por
o Código
ção, jurí idor saia,
de DefcipesalinadojuríCondicasimúni
da realização dessastfun
ru tura dica, uma dis ca e uni.
o
um
beleceu uma so
bree
so s on de oc or re m relações de cons
todos O s ca
forme aplicável em idor impo ta
do di re it o. Pr om ov er a defesa do consum
em qualquer área co nsumo"
el ec er o equ ilí bri o e à ig ualdade nas relações de
restab
podemo: s afirmar que não há conflito!
Assim, conclusivamente,
Primeiro porque O Cód
igo Civil é norma geral e o Código de Defesa
€S pecial. E nessa relação, o Código de Defesa
do Consumidor é norma umo
terá sua ap licação nas relações de cons
do Consumidor sempre
forma com plementar.
atuando o Código Civil de
so, Código Civ il é Código de Defesa do
Ao depois porq ue, diante dis
Consumidor tem se u campo e
finalidade de atuação próprios, especifi-
entre pessoas privadas em re-
cos. Aquele nas relações privadas gerais
qualificadas
lação de igualdade; esse nessas relações de pessoas, mas
gualdade entre as partes.
pela relação de consumo, com desi
sumidor é constitucio-
Enfim, porque “a missão do Código do Con
preciso defender
nal. Ele existe porque o constituinte entendeu que era
sa
o consumidor e por isso deu uma ordem ao Estado: 'promova a defe
para à elaboração da lei"!
do consumidor' e estabeleceu até um prazo
rutura nar
Daí, “qualquer que seja a ordem jurídica existente, a sobreest
sempre aplicável. Pode-se mudar a ordem jurídica, mas não se muda a
sobreestrutura; podem-se criar novos institutos, de acordo com aquil
que o legislador entender de colocar no Código, sem alterar ou . E
entretanto, os princípios que estão previstos no Código do Consu : à
e destinados especificamente à proteção do consumidor"? TE
330 Idem.
331 Ibidem. p. 29.
332 Ibidem. p. 28-29.
m 186
py ESTUDOS DE DIKENU - KESPUNSABILIDADE CiviL
(o
Nilo der
ais favorável ao consumidor, conclui-se
ação civilista referente ao contrato
de E raFtinente a aplica ção
a legislaç
a TOVÉrSIa dos autos ser solvida à luz das rom devendo a
es do Código de
opefesa do Consumidor".
n s i d e r e m es ta diretriz fun,
e desc o
do qu an tu m inde nizatório qu di gnidade da pess
o
fixa çã o in cí pi o da
ori enta da pelo pr rado s
damental do sistema, à re pa ra çã o de danos consag
ito fun damental
humana e pelo dire
pública".
na Constituição da Re o do consumi.
que é direit
o, há qu e se co ns iderar também
Além diss
fe sa de se us di re it os , Mi quado com a inversão do
dor a “facilitação da de es so civil, quando, a
critério do juiz,
r, No pr oc
u fa vo o ag
ônus da prova, a se hipossuficiente, segund
ve ro ss im il a al eg aç ão ou quando for ele
for
or di ná ri as de ex pe ri ências” (art. 6º, VII).
regras
ia da dir etr iz de ef etividade da proteção
Trata-se de consequênc a inversão do
ndo, inclusive, a tão propagad
dos consumidores, consagra
pr ov a qu an do a al eg aç ão for ve rossímil ou o consumidor hipos-
ônus da o da palavra, mas sim
ramente econômic
suficiente, não no sentido pu dade
ução da prova, há a “impossibili
no sentido de que, dentro da prod
ica de co rr en te da au sê nc ia de co ndições - inclusive técnicas - de sua
fát nsumo, cujo poder
realização, em razão da dinâmica das relações de co
ao
nh ec im en to es pe ci al izado pertencem, como regra,
de direção e o co
fornecedo**.r
ar o Código de Defesa do Con-
De outro norte, há que se consider
e com a proteção à saúde e segu-
sumidor preocupou-se expressament
rança do Consumidor.
cados no mercado
Com efeito, para ele, “os produtos e serviços colo
saúde ou segurança dos consu-
de consumo não acarretarão riscos à
isíveis em decorrência
midores, exceto os considerados normais e prev
Os fornecedores, em qualquer
de sua natureza e fruição, obrigando-se
a seu respeito”
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas
(art. 8º).
as in-
Tratando-se de “produto industrial, ao fabricante cabe prestar
priados
formações a que se refere este artigo, através de impressos apro
que devam acompanhar O produto” (art. 8º, 8 1º).
Ademais, “o fornecedor deverá higienizar os equipamentos e uten-
m 188
py ESTÚDIOS LE seta pres gra LALA DE
o
seu proce
nte m fal has em uma das várias fases docompromete,
quais terminem por
se
aqueles que apre
o e fornecimento, as er
so de concepçã os",
ndo dan
sua segurança, gera se mp re que ocorrer y
a- se O C D C
ideias, “aplic m
Nes sa ordem de
lação de consumo. E relação de consumo, como y;
acidente numa re
rídica con tratual ou extracontrat que tem num poo
mos é a relação ju rviços e no outro o ualconsum idor, é Sadi
utos e se
fornecedor de prod sumid or tendo por objeto a circulação
iz ad a en tr e fo rn ec edor e o con
real
os".
de produtos e serviç
di do , po is , a fu n dam entação da responsabilidade civi
Compreen O Código deDee
re la çõ es de co ns um o, é impo rtante destacar que
na s de
atizou a responsabilidade civil nas relações
sa do Consumidor sistem
a:
consumo da seguinte form
oduto e do serviço, que abrange
a) responsabilidade civil pelo fato do pr
a, do art. 12 a0 17;
os defeitos de seguranç o, que compre-
vício do produto e do serviç
b) responsabilidade civil pelo .
inadequação, do art. 18 ao 25
ende os vícios de
De conseguinte, a responsabilidade civil do fornecedor no Código
de Defesa do Consumidor “divide-se em dois regimes: o da Poa
lidade pelo fato do produto ou do serviço e O da responsabilidade E
vício do produto ou do serviço. A distinção entre os regimes, de a ,
modo, não se estabelece segundo o mesmo critério do uia dar %
ponsabilidade civil em direito comum, que de acordo com a pi
dever violado classifica a responsabilidade como contratual (em f :
da violação de um dever estabelecido em contrato), ou extracont a
(pela violação de um dever legal ou decorrente de outra fonte j fi
não contratual). Em direito do consumidor, o regime da neah a
é determinado em decorrência do conteúdo do dever violado. N o
a a responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço oca
consequência da violação de um dever de segurança que se imputa a
todos os fornecedores que se dispõe a introduzir produtos e de no
338 Idem.
339 CAVALIERI FILHO, Sergio. Op. cit. p. 310
m 190
PEUEIRee gear ro “"UILIVADE CIVIL
«q
a
CCC
———eeee
E 191
MARCHETTI FILH o
m GILBERTO FERREIRA
UTO
ON SA BI LI DA DE PELO FATO DO PROD
E 10.9.1 RESP
do produto está presente no art
A responsabil idade civil pelo fato
te, o produtor, O construtor, nacional ou estran.
12, pelo qual “o fabrican
em, independentemente da existência de
geiro, e O importador res pond
ados aos consumidores por defei-
culpa, pela reparação dos danos caus
construção, montagem, fórmu-
tos decorrentes de projeto, fabricação,
las, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos
sua uti
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
lização e riscos”.
Em primeiro lugar, temos aqui uma responsabilidade objetiva. O fa-
or,
bricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, o importad
,
enfim, todo aquele que colocar um produto em circulação responde E
dependentemente da existência de culpa. Trata-se de responsabilidade
objetiva pelo risco da atividade.
Em segundo, temos que, por fato do produto, deve se compreender
todo acontecimento externo, que ocorre no mundo exterior, que causa
e material ou moral ao consumidor (ou ambos), mas que decorre
e um defeito do produto. j Se fat o gerador será Ê sempre um defeit
produto". í a
m 192
à ESTU DOS DE DIKEIU - RESPONSABILIDADE CiviL
ado O ana
or isso não detém estrutura complexa de fomecime
ga Sento,
básico do consumidor estas Vinculado
em relação 20 qa º
conhecimento técnico especializado deste fornecedor"?
um dos traços essere da atividade do Pisa Iiliberal é a
usência de subordinação. De fato, ele não tem iii
subordinação com o tomador do serviço ou com sos relação de
E 195
FILHO
FE RR EI RA M ARCHETTI
o GILBERTO
o
i ga P e lo resultado
da atividade, não E
o Se ob ri
(quand
de resultado npeninee
i
lo o ut uti
il izliz
a ado).
tando o me ligada à ns k
çã o da cu lp a €S
Isso porqueçãào veasrisu fi ca
mi da . Se de me io , a culpa do profissional Fa
lidade da obriga
Ida
de nt ro do cu mp ri me nt o e das exigências de Norma
rá ser d emo nstrada da. Mas se de resultado, essa culpa d evose
o ex er ci E
relativas à profissã
rc e pçEão
E do re su lt ado. Leia-se, 0 resultado
demonstrada pe la não pe |
do profissional.
foi obtido por culpa sional liberal a
há qu e se co ns id er ar à relação do profis
Ademais, bele.
ta be le ci me nt o on de el e pr es ta O se rviço. Se há Vinci,o, Ose[esta
nã o há
o es dá ri a e objetiva; do contrári
de fo rm a so li j;
cimento responde rviços Pela.
sa bi li da de do es ta be le cimento restringe-se aos se
a respon
.
cionados à sua atividade ponsab ij.
ativo, destaca-se que “a res
Nesse sentido, a título ilustr es prestadosé
dade do hospital por danos decorrentes dos serviços nel ão
te rm os do art igo 14 do CD C e independe da demonstraç
objetiva, nos mento”,
de culpa dos profissio nais médicos envolvidos no atendi
m 196
err RC
g ESTUPRO 1 erre
O à obrigação de
0 ris ”
indenizar à vítima",
|
Nessa mesma trilha, “ausente vínculo entre q rofissi
em Ea causa-
dor do dano e a epeieunta de plano de Saúde,
=
A Ra nte de responsabilida-
de civil.
Para o Código Defesa do Consumidor, “o fabricante, o cons-
do
trutor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando
provar” (art. ss
a) “que não colocou o produto no mercado”, como acontece quando um
produto experimental ou em fase de testes é furtado e vendido no
mercado;
b) “que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste”.
Trata-se de uma excludente lógica, eis que, se a base da responsa-
há res-
bilidade pelo fato do produto é o defeito, se ele inexistir, não
do produto pelo
ponsabilidade. Um exemplo disso, é a degradação
das relações de
efeito do tempo ou do próprio uso. Logo, “no âmbito
adequada e do dano
consumo, aplicando-se a teoria da causalidade
civil por fato do produto
direto imediato, somente há responsabilidade
e se isso for a causa dos danos
ou serviço quando houver defeito
sofridos pelo consumidor"*º.
Ministra Nancy Andrighi, 15 mai. 2018.
354 Idem.
355 Idem E ; . Relatora
356 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 1535888/MG. Re
Ministra Nancy Andrighi, 16 mai. 2017.
E 197
r—
FILHO É
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI
357 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 1378284/PB. Op. cit.
358 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 1715505/MG. Op. cit.
359 Idem.
360 Idem.
E 198
——" 00000 SE
-
ESTUDOS DE DIKEIU - KESPUNSABILIDADE ciyy
E DR Rê
«a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro”
prestados a
en te s da in ad eq uação dos serviços
pelo s danos decorr
n363,
razão da franquia
s, pr ec is o nã o co nf un di r essa solidariedade com E
Entremente é re
. 13. Isso porque a
comercia nte, presente no art
responsabilidade do de respon
po de ind uzi r a in te rpretação de que se trata
dação do art igo não é tão simples
emen tes, sua interpretação
sabilidade solidária. Entr
do”:
ele , “o co me rc ia nt e é ig ualmente responsável quan
Por
a) “o fabricante, O construtor, o produtor ou O importador não puderem
ser identificados”;
ido sem identi ficação clara do seu fabricante
b) “o produto for fornec
portador”;
produtor, construtor ou im
mente Os produtos perecíveis”.
c) “não conservar adequada
erv a-s e, pois , que as hip óte ses “a” e “b” (incisos | e II), fazem
Obs
ponsáveis não possam ser
“referência à circunstância de que os res que é
identificação não exista, seja por
identificados, seja porque está
sabilidade em
obscura ou insuficiente". Por isso “determina a respon
iária ou supletiva":ss,
questão como espécie de responsabilidade subsid
do artigo 13
Mas, em verdade, ocorrendo “qualquer das hipóteses
ele passa a integrar, em conjunto - e, portanto, solidariamente - com pe
demais responsáveis indicados no artigo 12 do CDC - o rol de fornece-
dores que poderão ser demandados pelo consumidor",
Já na terceira hipótese (inciso III), “restando demonstrado que o
dano causado aos consumidores decorreu da conservação inadequada
de produtos perecíveis, a responsabilidade do comerciante decorre de
fato próprio, razão pela qual não se há de falar em subsidiariedade, se-
não de responsabilidade direta, que vincula sua conduta como a do
evento danoso produzido contra o consumidor-vítima”*8”,
Seja como for, “aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado
363 Idem.
man
364 MIRAGEM, Bruno. Op. p. cit.ci p. 624.
366 Idem.
367 Idem.
E 200
N
ESTU DOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CiviL
10.10 RESPONSABILIDADE
CIVIL POR vi VÍ
E DO SERVIÇO Eh O PRODUTO
Diferente do que ocorre na responsabilidade civil pelo fat
duto e do serviço, no qual se tem uma violação do dever deEE pe
consumo), “a res a e
(acidente de
que causa dano ao consumidor a ili-
produto ou do serviço decorre da violação 2
dade pelo vício do
de adequação. Adequação, entendida como a qualidade
dele dose cido
esse
ser útil, aos fins que legitimamente
serviço de servir,
Daí porque se deve sempre destacar que os vícios e seu regime a
responsabilidade não se confundem com a noção de inadimplemento
absoluto da obrigação, mas a um cumprimento parcial, imperfeito cuja
identificação remete às soluções previstas no Código Civil e na legisla-
ção, para atendimento do interesse das partes, a princípio, no cumpri-
mento do contrato".
Com efeito, “o Código de Defesa do Consumidor estabelece dois
regimes jurídicos para a responsabilidade civil do fornecedor: a respon-
sabilidade por fato do produto ou serviço (arts. 12 a 17) e a responsa-
te, a
bilidade por vício do produto ou serviço (arts. 18 a 25). Basicamen
da desconfor-
distinção entre ambas reside em que, na primeira, além
legítima do consu-
midade do produto ou serviço com uma expectativa
de consumo) que causa
midor, há um acontecimento externo (acidente
Na segunda, o prejuízo do con-
dano material ou moral ao consumidor.
do produto ou serviço (incidente de
sumidor decorre do defeito interno
consumo)"ººº.
“obs erva da a clas sifi caçã o utilizada pelo CDC, um produto
Enfim, correspon-
de adequação sempre que não
ou serviço apresentará vício
a
GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
ss
E
A
der à legitima expectativa do consumidor quanto à sua utilização Ou
fruição, ou seja, quando a desconformidade do produto ou do Serviço
comprometer a sua prestabilidade. Outrossim, um produto ou Serviço
apresentará defeito de segurança quando, além de não corresponder à
expectativa do consumidor, sua utilização ou fruição for capaz de adicio.
nar riscos à sua incolumidade ou de terceiros""””.
Demais disso, enquanto o elemento caracterizador do fato está no
defeito do produto ou do serviço, aqui, o elemento caracterizador está
no vício, assim compreendido como “defeito menos grave, circunscrito
ao produto ou serviço, que apenas causa 0 seu mau funcionamento”
Diante dessa compreensão, temos que “a responsabilidade do for-
necedor por vícios do produto ou do serviço abrange o efeito decorrente
da violação aos deveres de qualidade, quantidade, ou informação, impe-
dindo com isso, que o produto ou serviço atenda aos fins que legitima-
mente dele se esperam (dever de adequação)"*"2.
Às vezes, um determinado defeito deixa de sê-lo e passa a consti-
tuir vício, quando esse defeito foi descoberto antes de produzir o aciden-
te de consumo, tornando-se incidente de consumo, ou seja, vício.
E 202
ESTUDOS DE DIKEIU- RE
SPONSABILIDADE CiviL
375 Idem.
376 Idem.
377 MIRAGEM, Bruno. Op. cit. p. 653.
378 Idem.
379 Idem.
E 203
MARCHETTI FILHO
m GILBE RTO FERREIRA
rotu-
ofertada ou sugerida E
a quantidade apresentada, do E pi Fi e
do pro dut o Ou a
lagem ou apresentação . A despei-
tiv ame nte con tid a ou disponível ao mis
aquela efe parece
faç a ex pr es sa me nç ão à oferta de Ea
to da “norma não abrange claramente
da oferta do CDC
incluí-la, uma vez que o regime
inclusive em matéria de pu-
'toda a informação suficientemente precisa", |
blicidade”*".
iza-se como sendo o origi-
Enfim, “o vício de informação caracter
consumi idor que termina atingindo a
nário do direito de informação do ou ser-
um determinado produtos
finalidade legitimamente esperada por
ativa legítima do
viço":2, Aqui, “a causa de não atendimento da expect
dade efe-
consumidor é divergência entre a informação oferecida e quali
o em questão"º.
tivamente apresentada pelo produto ou serviç
os vícios de qua-
Seja como for, “a ignorância do fornecedor sobre
n-
lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de respo
sabilidade” (art. 23).
Além do mais, essa “garantia legal de adequação do produto ou
serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual
do fornecedor” (art. 24).
Estabelecida a compreensão desses pontos iniciais, vejamos as
especificidades de cada hipótese e outros pontos importantes do tema.
E 204
a
gSTU DOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE civiL
dos, pi
s de te ri or ad os , alt era dos, adulterados, avaria
b) “os produto perigosos
dos, fr auda dos, nocivos à vida ou à saúde,
cados, corrompli ares de
a, aq ue le s em de sa cordo com as normas regulament
ou, aind
ou apresentação ;
fabricação, distribuição
lem inadequados às
) “os produtos que, , por qualquer motivo, se reve
c
fim a que se destinam”.
o esgotam o tema,
São exemplos bastante abrangentes, mas que nã
unal de alisuiça já deci-
Outro ponto importante é que o Superior Trib
diu que “à frustração do consumidor de adquirir o bem com vício, não é
ver o problema
razoável que se acrescente O desgaste para tentar resol
, pode. ser evitado - OU, ao
ao qual ele não deu causa, O que, por certo
te do
menos, atenuado - se O próprio comerciante participar ativamen
processo de reparo, intermediando a relação entre consumidor e fabri-
o dever legal de ga-
cante, inclusive porque, juntamente com este, tem
umo"“”,
rantir a adequação do produto oferecido ao cons
ção no
Além disso, “à luz do princípio da boa-fé objetiva, se a inser
mercado do produto com vício traz em si, inevitavelmente, um gasto adi-
cional para a cadeia de consumo, esse gasto deve ser tido como insito
tado
ao risco da atividade, e não pode, em nenhuma hipótese, ser supor
pelo consumidor",
Por óbvio que aqui devem incidir os “princípios que regem a política
nacional das relações de consumo, em especial o da vulnerabilidade do
consumidor (art. 4º, |, do CDC) e o da garantia de adequação, a cargo
do fomnecedor (art. 4º, V, do CDC), e observância do direito do consumi-
dor de receber a efetiva reparação de danos patrimoniais sofridos por
ele (art. 6º, VI, do CDC)".
Outrossim, como visto, o defeito deve ser grave. Nesse sentido,
temos que, por exemplo, “o defeito apresentado por veículo zero-quilô-
metro e sanado pelo fornecedor, via de regra, se qualifica como mero
m 206
: «sTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE cy
85/SP. Relatora
390 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 13952
Ministra Nancy Andrighi, 3 dez. 2013.
391 CAVALIERI FILHO, Sergio. Op. cit. p. 353.
392 Idem.
393 Idem.
E 207
TTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MARCHE
*.
“394
EH 208
UDOS DE DIREITO - RESPONSABI
EST LIDADE CIviL
ualidades ou prop
riedades que de
suem jd das rest fato não
rições de uso, in
determ finalidade formações com
pretendida, dentre Plementares para se
atingir ou tr as in fo r Maç ões relevantes"
o Sup eri or Tri bun al de Jus tiça já decidiu que “A
iloeiro, Tesponsabilida
por omissão culposa na falta
de i nformação
de
do gi exsurge de forma independente cl ara ao con-
da fesponsabi
lidade do seu
man
guie [...] por vício do produto",
outro norte, diferente do que ocorre na res Po
nsabilidade pelo
do roduto e do serviço, aqui é pacífico que todos aqueles que
Ee m da cadeia de fornecimento do produto são responsáveis.
cedo hipótese de responsabilidade solidária, determinada expres-
Trata-se
samente pelo art. 18.
Triilha
lhando
ndo emtido
tanto, a jurisprudência do Superior
de que “nos casos Tribunal de Justiça
se firmou no a em que fica com provado o vício
se no art. 18 do CDC,
entende que a responsabilida-
pan R do fabricante é solidária, cabend
de e o ao consumidor a
solidários que irão integrar
escolha o polo passivo da
demanda”.
i do Código de Defesa do Consu-
me a e vício de qualidade e
ER à dos aqueles que intervierem na Cadela de forneci-
a dE razão pela qual tanto a perita te :
po se get dm por defeito de fabricação no veiculo, a a
SU
ossuind o, MMA , legitimidade para figurar no polo passivo da
rea
Disso decorre o entendimento do STJ no lieido de: EA que “a ea
respo]
n-
li do fornecedor e do fabriicante
nd cante,, nos dera
Tribu nais ini
eo v
vado do produto, , é solidária"?. Assim, os
DD
É
398 MIRAGEM, Bruno. o] 5.
Op. cit. p. 654 E E Recurs
o Especial n. 1035373/MG. Relator
E am o
Ministro Marco Buzzi, 15 ago. jal n. 1505263/RS. Op. cit
a Justiça. Recurso Espe Ed o n. 1.0313.15.006367-
o
401 RA E ce de MinIda
as P e
Silva, g ,
BRA
- IND un
é o Agravo
ts
em
Pe Ei a alia: Agravo Regimental n
E 209
RCHETTI FILHO
E GILBERTO FERREIRA MA
6 Idem.
m 210
a ESTUDOS DE DIREITO
- RESPONSABILIDADE
CiviL
tado ci-
vil pela mera existência do defeito (o que se go
ao
consumidor), pois concede ao fornecedor do produto E ano efetivo
ao co id de trinta
dias para que O vício seja sanado, cabendo
no 81º E caso tal
prazo não seja obedecido, as escolhas elencadas
o art. 18 do
CDE”.
Entretanto, é preciso considerar que o prazo do $ 1º do art. 18 A
Com efeito, “poderão as
ser alterado por vontade das partes.
m 211
O
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
E 212
a ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE ciyyL
E 214
E ESTUDOS DE DIREITO - RES
PONSABILIDADE CiviL
E 216
a ESTU DOS DE DIREITO
- RESPONSABILIDADE
CiviL
m 217
A
E GILBERTO FERREIRA MARCHETTI FILHO
416 Idem.
417 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especi
Ministra Nancy Andrighi, 20 fev. 2018. pecial n. 1534831/DF. Relatora
418 Idem.
419 CAVALIERI FILHO, Sergio. Op. cit. p. 363.
E 218
a ESTUDOS DE DIREIT
O - RESPONSABILI
DADE Civiz
",
período de vida útil
Dessa forma, quando se trata de vício ocul
to, O prazo de
30 ou 90
dias só começa a contar da data em se descobri ro víci
o. O Código “não
estabelece um prazo de garantia legal para que o fomecedor
pelos vícios do produto ou do serviço. Há apenas um prazo para
consumidor, tomando conhecimento do vício (aparente ou oculto ), pos-
sa reclamar a reparação”"2!.
Logo, “em relação aos víc
ios ocultos, o tratamento
legal conferid
pelo CDC mostra-se mais favorá
o parágrafo terceiro do vel ao consumidor. É que ii
art. 26, o prazo para o con
sumidor nan de
vício oculto somente deflagra no mo
mento em que ficar evidenciado o
defeito, não dispondo o CDC acerca de nenh
um interregno em que o
vício haveria, necessariamente, de se manifesta par
r a que houvesse a
responsabilização do fornecedor”.
420 Idem.
421 Idem.
422 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 1717160/DF. Relator
Ministra Nancy Andrighi, 22 mar. 2018.
m 219
TI FILHO
RA MARCHET
E GILBERTO FERREI
um 220
E ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSA
BILIDADE CiviL
Po razoável do
uso normal"*?.
ps forma, prazo do art. 26, chamad o de garantia legal, prot ege
ou seja, dos vícios — a
o consumidor da primeira situação,
fabricação, projeto. Não se inclui ai, portanto, os defeitos Eee es
Í
do uso da coisa, seja por desgaste natural, seja por má utilização pelopel
consumidor.
Mas, é bem evidente que o Judiciário encontra certa dificuldade em
diferenciar o que é um ou outro no caso concreto. E aqui, a atuação da
má-fé do consumidor é o que mais prejudica na percepção, notadamen-
te quando falta com a verdade no processo. Infelizmente, não é difícil de
visualizar situações em que, embora não comprovado, é evidente o mau
uso do produto pelo consumidor que se utiliza do processo para bene-
ficiar-se da sua própria torpeza. E, infelizmente, acaba conseguindo, o
que faz aumentar esse tipo de situação nos processos.
Seja como for, o resumo da situação é: “ quando o bem for novo,
haverá uma presunção relativa de que o vício é de origem, podendo o
ônus da prova ser invertido pelo juiz; quando o bem não for novo, deve-
-se atentar para a vida útil do produto ou serviço, e a prova da anteriori-
dade do vício deve ser feita mediante perícia"*?.
A GARANTIA
E 10.11.4 A DECADÊNCIA, A GARANTIA LEGAL E
CONTRATUAL
ia dentro da ideia
É preciso esclarecer que há dois tipos de garant
do Código de Defesa do Consumidor.
vimos até aqui, de
A garantia legal é o prazo de decadência que
ntia legal é aquele previsto em
30 ou 90 dias. Isto é, “o prazo da gara
para que o cons umid or exer ça o seu direito de reclamar sobre vícios
lei
E 222
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSA
BILIDADE CIVIL
asutençãao
i
E 223
RA MA RCHETTI FILHO
m GILBERTO FERREI
: E 224
a ESTUDOS DE DIREITO - RESP
ONSABILIDADE CiviL
manifestado somente
ao término da garantia”
s3
Nessa linha de raciocínio, “ os pisos de gara
ntia, sejam eles le
ou contratuais, visam a acautel ar o adquiren gais
te de produtos cont
tos relacionados ao desgaste n atural da coisa, ra defei-
mínimo de tempo no + c COM O Se nd o um intery
É .
qual não se espera que
à
haja deterioração do o Eje
jeto. Depois desse prazo, tolera-se que, em virtude do j
uso ordinári
produto, algum desgaste possa mesmo surgir. Coisa diversa é a É
E
intrínseco do produto existente desde sempre, mas o soa
a se manifestar depois de expirada a garantia. Nessa categoria de E
cio intrínseco certamente se inserem os defeitos de fabricação relativos
a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, os
quais, em não raras vezes, somente se tornam conhecidos dn de
algum tempo de uso, mas que, todavia, não decorrem diretamente da
fruição do bem, e sim de uma característica oculta que esteve latente
até então”.
Diante disso, “cuidando-se de vício aparente, é certo que o consu-
midor deve exigir a reparação no prazo de noventa dias, em se tratando
de produtos duráveis, iniciando a contagem a partir da entrega efetiva
do bem e não fluindo o citado prazo durante a garantia contratual".
Entretanto, “conforme assevera a doutrina consumerista, o Códi-
go de Defesa do Consumidor, no 8 3º do art. 26, no que concerne à
disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o
critério da garantia, podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício
em um espaço largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia
contratual"2,
Verdadeiramente, “em se tratando de vício oculto não decorrente
do desgaste natural gerado pela fruição ordinária do produto, mas da
própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo estrutural, resistência de
materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela reparação se inicia
tenha isso
no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante
443 Idem.
444 Idem.
445 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especi
al n. 1021261/RS. Op. cit
E 226
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABILIDADE CIVIL
Ministro
João Otávio | de Noro
l nha + 3 nov. 2015
450 BRASIL. Superior Tribunal de Justi
ça. Recurso Especial n. 1534831/DF.
Op. cit.
= 228
Roe1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIC
COMPLEMENTAR AS PARA LEITURA
E 230
ge E O
m ESTUDOS DE DIREITO - RESPONSABI
LIDADE CIVIL
En 231
editora jurídica
email: contatoeditoracontemplarcom.br
(67) 3029 2315 / 3025 2314
978:85-948 7-038-4
|
E 885941870384
ny
Ao ART: