Ética, Cidadania e Direitos Humanos - Completo
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Ética, Cidadania e Direitos Humanos - Completo
DIREITOS HUMANOS
ÉTICA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
Entretanto, já adianto que essas duas palavras não têm o mesmo sentido. Então,
quais são as principais diferenças entre as duas? O que diferencia ética e moral?
A palavra ética deriva do grego ethos e significa costume, modo de agir (VAZ,
1999). A moral, por sua vez, deriva do latim moris e também significa odo de se
comportar, costumes. Ou seja, moris é a tradução direta de ethos. Mas se
etimologicamente as duas palavras, ética e moral, têm a mesma origem, no
vocabulário especializado elas apresentam diferenças bem definidas. Quais são
então essas diferenças?
Uma primeira pista é fornecida por Adolfo Sanches Vàzquez, quando afirma de maneira
bastante resumida que a ética é teórica e a moral é prática (VÁZQUEZ, 2006). Vamos ver
o que isso significa. Em qualquer um dos casos, quando empregamos as palavras ética e
moral, estamos nos referindo a uma única realidade da experiência humana: a ação.
Todos os seres humanos agem. Em diversas circunstâncias da vida, em qualquer tempo,
em qualquer lugar, todos nós agimos. Mesmo quando decidimos não agir, ou seja, quando
nos omitimos, isso também é ação. Acontece que, como seres sociais, isto é, como
membros de uma coletividade que é maior do que nós, estamos sempre sujeitos ao
julgamento dos outros. Da mesma maneira, sempre julgamos os demais membros de
nossa sociedade.
Assim, a ação, enquanto parte integrante do nosso modo de ser, é sempre
objeto de avaliação por parte dos outros, assim como nós inevitavelmente
também julgamos as ações alheias. Pense bem. Como não emitir julgamento
sobre um indivíduo que, notoriamente embriagado, entra em seu veículo
acompanhado de suas crianças, dá partida no motor e segue dirigindo seu
automóvel em meio ao trânsito da cidade? Como não emitir julgamento sobre
o empregador que constantemente explora e humilha seus empregados?
Por outro lado, como não emitir julgamentos sobre uma pessoa que se mantém
honesta mesmo quando as circunstâncias adversas de sua vida (pobreza, fome,
etc.) servem de estímulo para a desonestidade? Enfim, as ações humanas são
sempre passíveis de julgamento moral por parte de outros indivíduos, quer este
julgamento seja positivo, quer seja negativo.
Voltando à definição de Vázquez, vamos apresentar um exemplo para facilitar a
compreensão. Quando alguém se pergunta se pode ingerir bebidas alcoólicas
mesmo sabendo que em breve vai dirigir, ou quando se pergunta como deve
tratar este ou aquele funcionário de sua empresa, ou ainda, se deve ou não, em
momento de necessidade extrema, furtar dinheiro de alguém, mesmo que este
dinheiro não fosse fazer falta à pessoa furtada, em todos esses casos estamos
diante de questões morais.
Isso porque temos diante de nós questões sobre o que fazer em uma situação
real e concreta na qual estamos particularmente envolvidos. Trata-se de situações
em que é o próprio indivíduo que deve responder, pois é ele mesmo quem está
envolvido, e a resposta à questão também gerará reflexos reais e concretos em
sua vida.
Se, por outro lado, deixa-se de perguntar se devemos fazer isso ou aquilo (dirigir
sob efeito do álcool, explorar funcionários, manter-se honesto mesmo nas
dificuldades) e passa-se a perguntar sobre as razões para agir desta ou daquela
maneira, chegamos a outro nível de questionamento. Desta vez nos encontramos
no nível de reflexão ética. Neste nível, mais teórico que o nível anterior, pergunta-
se por que é errado dirigir embriagado, por que não se deve explorar os
trabalhadores, por que manter a honestidade? Ou seja, trata-se de justificar a ação
moral.
Trata-se de descobrir o fundamento daquilo que julgamos certo ou errado. O que é o
bem? A honestidade? Estes valores são universais ou relativos? Quer dizer, valem em
qualquer época e lugar ou apenas aqui e agora, podendo deixar de valer daqui a algumas
décadas ou em lugares distantes? Estas questões, de caráter mais teórico do que prático,
são questões éticas, porque não se dirigem a uma situação concreta particular, mas a
diversas situações possíveis. E o modo como respondemos estas questões também não
terá impacto imediato em uma situação concreta de nossas vidas, mas servirão apenas
como princípios, como diretrizes gerais de nossas condutas em casos concretos.
Talvez agora esteja mais claro para você a primeira definição de ética e moral que
apresentamos de Vázquez, segundo a qual a ética é teórica e a moral é prática.
Perceba que a ética trata de questões gerais, que, embora possuam relação com
as nossas ações, não se materializam em atitudes concretas. Já a moral trata de
ações concretas, ocorridas aqui e agora e nas quais estamos diretamente
envolvidos.
Assim, podemos avançar um pouco mais e formular um segundo critério de diferença
entre a ética e a moral. Este segundo critério diz respeito ao grau de generalidade
dessas duas esferas da ação humana. Se na vida prática um indivíduo enfrenta um
determinado problema e quer saber como agir, deve tomar a decisão por si mesmo. Não
pode esperar que alguém tome a decisão por ele. É claro que pode até pedir um
conselho a um amigo, a um parente ou qualquer pessoa em quem confie. Mas a decisão
é sempre sua, afinal é o indivíduo quem será responsabilizado pelas consequências de
sua decisão. Neste caso, estamos diante de um problema prático-moral. Trata-se de
tomar uma decisão em uma situação específica em nossa vida concreta.
Já no plano ético, estamos diante de problemas mais gerais, mais amplos. O que
é o bem? Qual o valor da verdade? Existem valores universais? Perceba que
estas questões, todas elas éticas, embora influenciem as nossas ações, não têm
repercussão imediata em decisões específicas. Estas questões servem muito
mais para esclarecer certos conceitos de natureza moral (o bem, a verdade, a
justiça) do que para nos orientar em casos concretos.
Devemos estar bastante atentos. Pois apesar de diferentes, ética e moral não se
excluem. Pelo contrário. Apesar de se caracterizar por uma reflexão mais geral, as
respostas dadas aos problemas de natureza ética (teóricos) influenciam as decisões
morais (práticas). Por exemplo. Se você se questiona o que é a verdade, qual o seu
valor, e se ela é universal está refletindo no plano ético. Ou seja, no plano teórico e
generalista. Suponha que após longa reflexão e pesquisa, descubra que a verdade é um
valor moral absoluto, incondicional e universal. Esta solução ainda é uma solução ética.
Mas ela pode ter repercussões morais, que dizer, em ações práticas da vida cotidiana.
Mais um exemplo: seu chefe o convida até a sua sala para uma reunião particular. Lá,
ele faz uma pergunta. Se você responder a verdade, colocará em risco o emprego de
seu melhor colega de trabalho. Se mentir, sabe que seu chefe nunca tomará
conhecimento da mentira e, ainda, poupará o emprego de seu colega. O que fazer?
Bem, esta é, sem dúvida, uma situação concreta e específica, ou seja, moral. Mas se, no
plano ético, você respondeu que a verdade é um valor moral absoluto, incondicional e
universal, então, no plano moral, deverá contar a verdade, embora isso custe o emprego
de seu colega.
Estes exemplos são úteis para fazer você perceber que, embora diferentes, ética e moral
se relacionam e se influenciam. Além disso, chama-nos a atenção para um terceiro
critério de distinção: a moral é ação, a ética é a ciência sobre esta ação. Como ciência, a
ética tem a mesma finalidade de qualquer outra disciplina científica que é explicar,
elucidar determinado fenômeno (no caso, a moral), elaborando conceitos que ajudem na
compreensão do objeto estudado. Assim, por exemplo, a física ao estudar diferentes
aspectos da matéria elabora uma série de conceitos capazes de tornar mais
compreensível o seu objeto.
Questões aparentemente simples como “o homem é livre?” têm repercussões
éticas e morais bastante profundas, pois se respondermos que o homem é
absolutamente livre, então devemos também admitir que ele é absolutamente
responsável por suas ações. Quer dizer, não há atenuante para sua
responsabilidade sobre ações que ele cometerá.
Provisoriamente, poderíamos sintetizar as diferenças entre ética e moral a partir
dos seguintes critérios:
Integridade
É o oposto da hipocrisia. Significa fazer o que você acha que é certo mesmo quando
existem pressões para que você faça o contrário. Em outras palavras, é seguir seus
princípios e não sacrificá-los sob hipótese alguma.
Lealdade
É a propriedade do caráter que diz respeito à fidelidade a indivíduos e instituições
mesmo nas adversidades. Uma pessoa leal não utiliza informações privilegiadas para
obter vantagens, e constrói relações fortes.
Justiça
Pessoas éticas tem um compromisso com a justiça, sendo imparciais e tratando os
indivíduos com igualdade, aceitando a diversidade. Elas não se aproveitam do poder ou
da fraqueza alheia para obter vantagens.
Coletividade
Compaixão, benevolência e gentileza são importantes para a ética. O modo como você
trata os outros impacta todo o grupo de pessoas. Isso envolve um exercício
de humildade e altruísmo que pode ser bastante desafiador.
Respeito
Essa é a base de qualquer relação saudável. Podemos encará-lo aqui dentro de duas
dimensões: respeito à pessoas e respeito à lei. Respeitar as pessoas no sentido de
aceitar e entender seus gostos e preferências, e seguir as leis, normas e
regulamentações.
RESPEITO E DIVERSIDADE
É fato que todo e qualquer ser humano gosta e precisa ser respeitado. O
respeito, além de ser considerado uma valiosa virtude, é essencial para que,
nas empresas, possa haver um ambiente cujo clima organizacional seja
harmonioso; logo, isto se torna propício à produtividade, caso contrário, a
mesma poderá ficar comprometida.
A palavra respeito, na sua origem em latim possui o significado de “OLHAR
OUTRA VEZ”, assim sendo, tudo aquilo que merece um segundo olhar, será
respeitado. Um dos valores mais importantes do ser humano é o respeito, e possui
uma imensa importância para uma interação social saudável e harmoniosa.
Por natureza, o respeito está atrelado ao comportamento e à atitude. Pensando assim, é
preciso lembrar que cada ser humano veio de um “seio” familiar distinto. Cada um tem
características peculiares, com valores e princípios diferenciados; portanto, torna-se
necessário que cada pessoa faça de seu íntimo uma breve análise, procurando seu
autoconhecimento, analisando desta forma as profundezas de seu ser, analisando sua
conduta bem como o seu comportamento. Igual atenção deve ser dada às suas atitudes
diante de todos, diante da vida, verificando e buscando desta forma, detectar suas falhas
e procurando realizar os devidos acertos, tornando-se assim um ser humano cada vez
melhor, um novo ser humano.
Isto posto, torna-se de grande importância cuidar de seu comportamento e de
sua atitude. É da mesma forma importante quanto cuidar de sua aparência
perante o cenário mercadológico, e isto vale para quem deseja sobreviver no
mercado de forma perene. É preciso aprender a respeitar a si próprio, para
depois aprender a respeitar o próximo; logo, quem não se respeita, possui grande
dificuldade em respeitar o outro.
Sabemos que o respeito é a base para a construção de quaisquer relacionamentos
sólidos e equilibrados; portanto, na empresa, é preciso estar atento o tempo todo,
procurando sempre respeitar o ambiente interno e externo em que encontramos
inseridos, enxergando nossos limites e respeitando o colega de trabalho como um
verdadeiro ser humano. É prioritário que também o percebamos como um verdadeiro
parceiro, sabendo ouvi-lo, respeitando sempre o seu jeito de ser, dando-lhe a devida
atenção, sendo cortês e educado para com todos, sem distinção. Todos merecem o
devido respeito, desde o porteiro até a diretoria da empresa. Todos são parceiros e
precisam ser respeitados.
Conhecedores da valiosa importância que tem o respeito no mundo dos negócios, um
gestor do século XXI deve ter o cuidado de inserir o respeito na cultura organizacional
da empresa no qual é responsável, preocupando-se em propagar o zelo pelo mesmo.
Face ao exposto, salientamos a importância de resgatar junto aos seus colaboradores
os valores necessários à construção de um ser humano melhor, que muitas vezes
encontram-se perdidos no decorrer da caminhada. Tais valores são imprescindíveis para
que esse “ser humano” se torne de fato humano, passando assim a não somente
valorizar mais o outro, mas a respeitar a si próprio, bem como a respeitar o próximo
como deve ser respeitado, tratando-o com dignidade, atenção, educação e respeito.
É oportuno perceber que a ausência de respeito gera um estresse no ambiente de
trabalho, situação essa desnecessária, que unicamente contribui para que ocorra certo
desequilíbrio na produtividade, pois o colaborador, quando não se sente respeitado, não
respeita os colegas de trabalho e nem a empresa da qual faz parte. Da mesma forma ele
não se dedica, não se empenha, não faz “aliança” com a empresa em que está inserido,
não executa suas funções de forma a compartilhar ideias em equipe, e de certa forma
não se compromete com suas atividades, atribuições e/ou funções, podendo causar
futuros transtornos dentro da organização da qual faz parte.
Por fim, é preciso conscientizar que a empresa é composta por seres humanos, que
devem não somente compartilhar, mas somar ideias, ideais, valores, princípios,
conhecimentos, habilidades, talentos e compromissos, caso contrário, estará em pouco
tempo fadada ao fracasso; portanto, verifica-se que é de suma importância a empresa
zelar pela agregação de todos esses valores.
Além do respeito ao próximo, toda empresa possui um papel social muito importante, o
de saber lidar com a MULTIPLICIDADE CULTURAL. Encarar que as diferenças existem
e que é preciso fomentá-las é o primeiro passo para uma postura madura frente a
diversidade no ambiente de trabalho. Diferenças como etnia, PcD, orientação sexual,
gênero, idade, cor, personalidade e crenças precisam estar presentes no ambiente
profissional da organização para estimular o respeito à individualidade do próximo entre
os colaboradores. Além disso, essa política social precisa fazer parte da cultura
organizacional da empresa. Essas diferenças no ambiente de trabalho, quando olhadas
de forma positiva, podem trazer muitos benefícios para a instituição como um todo.
Benefícios
Ter um time com pessoas completamente diferentes umas das outras, às vezes, pode
aparentar que acabará em confusão. Mas, de acordo com um estudo realizado
pela Organização McKinsey & Company10, os resultados provam o contrário.
• Empresas com diversidade étnica e racial possuem 35% mais chances de ter
rendimentos acima da média do seu setor;
• As empresas com diversidade de gênero, possuem 15% a mais de chances de ter
rendimentos acima da média;
• Nos Estados Unidos, para cada 10% de aumento na diversidade racial ou étnica na
equipe de executivos, os lucros aumentam 0,8%.
Esses resultados estimulam a ideia de que empresas mais diversificadas são mais
capazes de reter talentos e melhorar sua orientação para o cliente, satisfação dos
funcionários e tomada de decisões, e tudo isso leva a um ciclo virtuoso de retornos
crescentes.
Desafios e o Papel dos Líderes
Cada companhia tem sua cultura, o que significa que nem todas possuem a
multiculturalidade como identidade básica da empresa. Por isso, antes de começar
é imprescindível que seja feito o trabalho de conscientização, de mudança
de cultura organizacional. A comunicação pode se tornar uma barreira se
houverem ruídos ou confusões na emissão ou recepção das mensagens,
provocadas pelas diferenças entre os colaboradores.
A resistência às mudanças também pode ser um problema, principalmente por parte de
colaboradores que acreditam que não é necessário mudar. Então, para criar um ambiente
de abertura e incentivo à diversidade, que abre espaço para inovação e incentiva o alto
desempenho, não acontece sem o envolvimento da liderança. Os líderes são os
catalisadores desse ambiente mais aberto, produtivo e eficiente. Nas empresas nas quais
os gestores são mais bem avaliados por seus empregados, o ambiente de alto
desempenho e efetividade também é maximizado em 20%.
Um líder dirigente e visionário, que transmite mensagens de forma clara, que se preocupa
com o desenvolvimento de sua equipe, incentiva e reconhece o ambiente de diversidade,
faz com que as pessoas tenham suas diferentes habilidades aproveitadas da melhor forma,
gerando, assim, melhores resultados para a organização. Esses líderes e funcionários
motivados, juntos, conseguem maximizar a eficiência da empresa.
VAMOS PRATICAR?
DINÂMICA “O ABRIGO SUBTERRÂNEO”
Apesar de ser exagerado, o cenário proposto na dinâmica do abrigo subterrâneo
tem o objetivo de mostrar aos participantes que a agilidade de uma tomada de
decisão deve incluir estratégia, inteligência emocional e uma justificativa para cada
pensamento. Caso contrário, as deliberações se tornam apenas julgamentos
pessoais sem explicação racional.
Levando a lógica de pensamento para o mundo profissional, os colaboradores que
conseguem combinar as condutas éticas citadas anteriormente, para estruturar demandas
e resolver situações de pressão que necessitam de um direcionamento, destacam-se.
Essa sabedoria também pode ser chamada de habilidade para o gerenciamento de crises.
E quem, além de conseguir isso, faz uma análise crítica a respeito da própria decisão e do
que aconteceu durante todo o processo ganha ainda mais protagonismo, pois tem senso
indagador e humildade para enxergar erros e acertos como aprendizados.
O ABRIGO SUBTERRÂNEO
Você deve imaginar que a cidade onde está será logo bombardeada e precisa tomar uma
decisão imediatamente. Existe um abrigo subterrâneo, onde cabem apenas 6 pessoas
(além de você), entretanto, ao todo, existem 12 pessoas. Da lista das 12 pessoas que
desejam se abrigar neste local, você poderá escolher apenas as seis que considera mais
viáveis para conviver durante o bombardeio.
Os grupos sociais, sejam grandes potências mundiais, como a China que tem mais de
1,6 bilhão de habitantes, seja um país acanhado como a Bolívia, estabelecem em sua
organização jurídica as normas de conduta obrigatórias a todos os habitantes e a todos
os visitantes daquele país. A esse conjunto de regras dá-se o nome de ordenamento
jurídico, pois é composto pelas normas juridicamente reconhecidas pelo poder estatal,
dotadas de coerção, ou seja, a possibilidade de o Estado-poder fazer cumprir tal norma,
coagindo seus súditos, com o uso da força, se necessário.
Esses países, naturalmente, têm suas normas consuetudinárias, ou seja, normas de
conduta criadas pelo costume. Assim, enquanto no Brasil as pessoas se cumprimentam
abraçando-se, como demonstração de afetuosidade e apreço, na Inglaterra essa atitude
não é aceita pela maioria da população. Enquanto na Jordânia homens beijam-se para
demonstrar amizade e respeito, nos países ocidentais isso é inadmissível. Essas regras
de conduta são frutos da história e da cultura de determinado povo, sendo comuns
normas de conduta social diferentes no mesmo país, como acontece no Brasil: o
churrasco do gaúcho somente deverá ser servido quando toda a carne estiver assada,
enquanto que para o carioca a carne deverá ser servida ao longo de horas de churrasco.
Essas normas de convívio social, baseando-se na cultura e nos costumes, não se
confundem com as normas jurídicas, pois não são dotadas de obrigatoriedade imposta
pelo Estado-poder. É lógico que se um churrasco, no Rio de Janeiro, for servido apenas
quando toda a carne estiver assada, não será o caso de intervenção do Poder Judiciário
ou da força policial, pois se trata apenas de uma norma social de convivência. Já em
caso de envenenamento doloso com a carne desse mesmo churrasco, o poder público
atuará inconteste, pois se trataria de norma prevista no Código Penal, artigo 121: Matar
alguém.
Um segundo significado de "sanção"
São Tomás de Aquino (séc. XIII), na Suma Teológica, aborda, de forma refinada, sobre os
direitos fundamentais do homem, relacionando-os com o conceito de lei, a qual, segundo
ele, tem a seguinte hierarquia:
Ainda que existam várias leis que tratem dos direitos humanos, é importante saber que
eles não são limitados ao que é previsto na lei. Outros direitos podem ser incluídos como
direitos humanos com o passar do tempo e de acordo com as necessidades, com as
transformações sociais e com o modo de vida da sociedade.
OBRIGADO!