Aula 2 TecMat
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Aula 2 - Siderurgia
▪O cobre obtido pelo processo hidrometalúrgico é de baixa pureza, o que demanda um refino
posterior.
Componentes metalúrgicos na Pirometalurgia
Os componentes metalúrgicos proporcionam os meios necessários para
que a metalurgia atinja seu objetivo: a obtenção dos metais.
I. Fornecedores de metal:
São os minérios na forma granulada, sínter ou pelotas.
II. Materiais auxiliares:
Fundentes, redutores, agentes dessulfurantes e/ou desoxidantes, ferro
ligas, gases, etc.
III. Fornecedores de calor:
Combustíveis e eletricidade.
IV. Materiais refratários:
Materiais cerâmicos a base de óxidos naturais (silicosos, aluminosos,
magnesianos) que suportam elevadas temperaturas.
Fornecedores de calor - Combustíveis
Combustíveis: Toda substância que oxida, ao ar, de tal forma que o calor gerado
pela reação de oxidação seja suficiente para aplicações industriais.
Podem ser: sólido, líquido ou gasoso
Combustíveis sólidos naturais
• O carvão mineral é um
combustível fóssil muito usado
atualmente nas siderúrgicas e
usinas termoelétricas para
produção de energia.
• É um recurso natural não-
renovável originado de restos de
plantas ao longo de milhões de
anos.
Formação do carvão mineral
▪ O carvão mineral ou carvão fóssil é originado de restos de vegetais que
viveram há milhões de anos em locais pantanosos.
▪À medida que esses vegetais morriam suas partes foram se acumulando
nos fundos lodosos dos terrenos.
▪Devido à ação da temperatura e da pressão ao longo de milhares de
anos esses restos se transformaram em rochas, formando as jazidas de
carvão.
▪Esse processo é denominado encarbonização e envolve condições
biológicas e geológicas específicas, por exemplo, uma vegetação densa
em solo pantanoso.
Tipos de carvões minerais
Carvão vegetal
▪ É o resíduo sólido da pirólise da madeira.
▪ O carvão vegetal é um combustível isento de
enxofre e fósforo, ideal para a siderurgia.
▪ Com as novas legislações ambientais, as grandes
siderúrgicas estão retomando o uso do carvão
vegetal para terem créditos de carbono.
▪ Devido a sua baixa resistência mecânica só pode
ser empregado em pequenos altos fornos.
Coqueria
▪ É a unidade industrial que transforma misturas de carvão mineral em coque.
▪ O coque metalúrgico é empregado nos altos fornos onde pode atuar:
▪ Como combustível
▪ Como redutor
▪ Fornecedor de carbono ao gusa
▪ Permeador da carga no alto forno.
▪ No custo da produção do ferro gusa, a fatia do coque supera 40%, daí a
importância que lhe é conferida na siderurgia.
Coqueria
▪ Ciclo operacional da coqueria:
1. Preparação da mistura de carvões;
2. Enfornamento do carvão mineral;
3. Aquecimento indireto do carvão em câmara fechada;
4. Desenfornamento do coque;
5. Apagamento do coque incandescente;
6. Preparação do coque, classificação e transporte;
7. Tratamento dos materiais voláteis, alcatrão, gás COG (gás de coqueria).
Coqueria
1) Preparação da mistura de carvões:
▪ O melhor carvão para a produção do coque metalúrgico é a hulha, ela é constituída
basicamente de carbono fixo, materiais voláteis e cinzas.
2) Enfornamento do carvão mineral:
▪ Uma coqueria contém várias baterias de fornos (câmaras) de coqueificação.
▪ Por ex.: 3 baterias de 49 fornos cada totalizando 147 fornos.
▪ Uma câmara de coqueificação mede 40 a 45 cm de largura por 4 a 7 m de altura e 7 a 15
m de comprimento.
▪ No teto existem 3 a 5 furos por onde e feito o carregamento da mistura dos carvões e uma
abertura com tubos coletores, destinado ao recolhimento dos materiais voláteis.
Coqueria
3) Aquecimento indireto do carvão em câmara fechada:
Ocorre a partir da reação da pirólise, divido nas três fases:
1. Desgaseificação: em até 300°C, ocorre a liberação de água e dos gases de baixo peso
molecular: metano (CH4) e gás carbônico (CO2)
2. Plasticidade: inicia a 300°Cm onde o carvão torna-se pastoso com grande liberação de
voláteis como o alcatrão (fonte de hidrocarbonetos aromáticos). Em torno de 500 a
900°C o carvão perde a elasticidade e ressolidifica, formando o semicoque poroso
3. Coqueificação: a 900°C o carvão mineral se transforma em coque, não havendo mais
voláteis.
Durante a coqueificação o carvão mineral é aquecido em torno de 1100°C, entre 12 a 16h, em uma câmara
sem circulação de ar, hermeticamente fechada, de forma que não ocorra queima dentro da câmara.
Na câmara existe uma abertura superior, por onde saem os materiais voláteis, óleos, nafta, alcatrão etc.
Coqueria
4) Desenfornamento:
O coque é desenfornado após não haver mais a presença de matéria volátil.
As duas portas laterais são abertas e por elas é introduzido um êmbolo
empurrador, que empurra o coque pra fora pela outra porta, de modo que o
coque incandescente cai dentro do vagão de transporte para iniciar o
apagamento.
4) Apagamento:
O coque deve ser imediatamente apagado, podendo ser a úmido ou a seco
(corrente de gás inerte).
Coqueria
5) Preparação do coque, classificação e transporte;
Depois de frio, o coque deve ser britado e peneirado obtendo-se um tamanho entre 75 e 20
mm, para depois ser levado ao alto forno.
O coque menor que 20 mm é enviado para a sinterização e para a injeção de finos no alto
forno.
6) Tratamento dos materiais voláteis, alcatrão, gás COG (gás de coqueria).
Cerca de 25% da mistura de carvões se transforma em materiais voláteis, que depois de
tratadas podem ser usadas na própria usina ou vendidas.
O gás de coqueria pode ser empregado nas unidades de aquecimento da própria usina e na
produção de energia termoelétrica.
O alcatrão pode ser soprado nos altos fornos, pelas ventaneiras, economizando coque, e
também pode ser vendido para as indústrias de carboderivados
Subprodutos do coque
Tabela comparativa entre carvão e coque
Pirometalurgia
Redução pelo C
Fe2O3 + 3C → 2Fe + 3CO - 116.952 kcal Ocorre na coluna de carga perto de
Fe3O4 + 4C → 3Fe + 4 CO - 161.136 Kcal onde ocorre a combustão
FeO + C → Fe + CO - 37.048 Kcal
Reações do alto forno
Redução do Silício (maior componente da ganga)
SiO2 + 209.750 Kcal → Si + O2 (dificilmente ocorre)
SiO2 combina com CaO e MgO para formar a escória
Porém é preciso ter uma certa quantidade de Si no gusa senão poderia haver problemas na
aciaria, pois a escória se tornaria muito básica.
Ocorre então a reação de redução do Si, que se dissolve no Fe
SiO2 + 2C + Fe → FeSi + 2 CO - 132.490 Kcal
Coque
Desempenha várias funções no AF:
▪ Na sua queima, gera calor para que ocorras as reações metalúrgicas:
- redução do minério
- redução e fusão do Fe
- fusão da ganga e da cinza do coque
▪ Fornece C como elemento redutor
▪ Fornece C para a liga de ferro-carbono
No cadinho: Fe + C → Fe3C (cementita) – elemento que dá dureza as ligas de Fe-C
▪ Também age como permeabilizado da carga.
Redução direta
O processo de redução direta é uma alternativa ao uso do alto forno para a fabricação de um produto intermediário com as
mesmas funções básicas do ferro gusa produzido pelo alto forno, pois este outro produto intermediário, denominado ferro
esponja, também se destina ao uso na aciaria para a produção de aço.
Entretanto, o ferro esponja é fabricado com um combustível mais disponível e também mais barato: o gás natural.
Sua desvantagem é o menor volume de produção quando comparado com o alto forno.
Por outro lado, é mais indicado para situações onde justamente é desejável um menor volume de produção, pois neste caso
representa uma considerável redução de custo de investimento inicial, além do menor custo da energia utilizada no
processo. Por todos esses motivos, é adequado para exportações.
Redução do minério de ferro em Fe esponja com grau metálico em torno de 92% de Fe.
O processo utiliza gás natural (CH4) ou CO como fonte redutora e térmica.
O tempo pra transformar o minério em ferro é de aproximadamente 6 horas.
Não ocorre a fusão, somente a retirada do O do minério.
O ferro esponja também é chamado do sucata sintética, e é a matéria prima ideal para os fornos elétricos a arco
transformarem em aço.
Redução direta
Vantagens: Desvantagens:
▪ Não ocorre fusão do ▪ O ferro esponja tem que ser consumido
minério; imediatamente para não reoxidar.
▪ Baixo custo operacional ▪ Deve ser comprimido para que seja
▪ Utiliza gás natural; armazenado.
▪ Substitui a sucata com ▪ Elevado consumo de energia para produzir
muitas vantagens; o aço nos fornos elétricos
▪ Processo menos poluente. ▪ Não pode ser utilizado no processo LD
Redução direta
• Uma mistura de gases contendo metano e
outros gases é introduzida no forno junto com o
minério de ferro (geralmente em pelotas).
• A parte superior corresponde à zona de redução
e a parte inferior á zona de resfriamento.
• A redução corre a 760ºC com tempo de
residência em torno de 6 horas.
• Na zona de resfriamento introduz-se gás frio e
recolhem-se lateralmente finos e gases para a
purificação, enquanto na parte inferior do forno
retira-se o ferro esponja.
• São controlados: temperatura, composição do
gás e quantidades de minério e gases.
Convencional
Contínuo
Resumo
◦ Eletrometalurgia – Hidrometalurgia – Pirometalurgia
◦ Coqueria – Funções e Modo de produção
◦ Alto Forno – Matérias primas, reações e produtos
◦ Redução direta – Ferro esponja e Forno Elétrico de Redução
◦ Aciaria ou refino – Processo LD
◦ Metalurgia Secundária
◦ Lingotamento – Convencional ou Contínuo